01 - Apostila Historia Esfcex 2013 Introducao
01 - Apostila Historia Esfcex 2013 Introducao
01 - Apostila Historia Esfcex 2013 Introducao
18
51
69
81
94
109
135
167
183
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 01
HIS 01 A EXPANSO ULTRAMARINA EUROPEIA
A formao de Portugal
Muitos povos invadiram e ocuparam a pennsula Ibrica, devido sua localizao e configurao geogrficas. Os iberos a ocuparam a partir do terceiro milnio a.C. Por volta do sculo
VI a.C., houve a invaso dos celtas, originando a cultura celtibera.
Comerciantes fencios e gregos, tambm a partir dessa poca, fundaram feitorias no litoral
da pennsula, para a troca de produtos (escambo). Interessavam a eles principalmente os minrios,
abundantes na pennsula. Durante as guerras entre Cartago e Roma (sculos III e II a.C.), a pennsula foi invadida e dominada pelos romanos. A regio que hoje corresponde a Portugal foi ocupada aps duras lutas contra os lusitanos, um povo celtibero.
Incorporada ao domnio romano como Provncia Hispnica, na pennsula ocorreu um rpido e profundo processo de romanizao (administrao, comrcio, lngua, costumes, legislao,
aparelhamento urbano etc.). A civilizao romana deixou traos to profundos que esta regio ,
ainda hoje, culturalmente latina.
O enfraquecimento do Imprio Romano, a partir do sculo III, facilitou a penetrao inicialmente pacfica e posteriormente violenta dos brbaros.
A pennsula Ibrica foi invadida, a partir do sculo V, pelos vndalos, suevos, alanos e,
finalmente, visigodos, tradicionalmente chamados de brbaros, que submeteram os demais e
fundaram o Reino Visigtico. Paralelamente, consolidava-se a cristianizao desses povos, por
meio do trabalho catequtico dos missionrios. Mas, em alguns casos, de forma hertica.
Finalmente ocorreu a grande invaso muulmana, realizada atravs do estreito de Gibraltar. Em 711, o general Trik derrotou os visigodos e avanou pelo interior da pennsula. A quase
totalidade dela ficou sob dominao islmica. Mas a grande extenso do imprio muulmano e as
rivalidades polticas internas criaram condies para a fundao do califado independente de Crdova. Embora houvesse enorme arabizao, a populao europeia manteve-se predominantemente
crist. E foi exatamente o antagonismo religioso um dos principais motivos da luta para a expulso dos mouros (rabes que viviam na pennsula).
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 01
O processo de expulso dos rabes, chamado Reconquista, durou cerca de sete sculos.
Foi um verdadeiro movimento cruzadista no ocidente. Muitos cristos ibricos no aceitaram
pacificamente a dominao islmica. J no sculo VIII as lutas aconteciam. Refugiados nas montanhas do norte peninsular, grupos cristos organizaram o reino das Astrias e, no sculo IX, junto
com outros reinos cristos ento formados, como Arago, Castela, Navarra e Leo, aceleraram a
luta contra os infiis.
Nesse sculo, conseguiram significativas vitrias contra os mouros, contando com o auxlio de muitos nobres franceses, engajados na guerra santa, mas tambm desejosos de receber terras em troca dessa ajuda. Eram, geralmente, os secundognitos de muitas famlias feudais, principalmente da Borgonha, localizada no leste da Frana.
Um deles, D. Henrique de Borgonha, recebeu terras que correspondiam ao Condado Portucalense, regio compreendida entre os rios Minho e Douro. Em 1114, morreu D. Henrique de
Borgonha. Seu herdeiro, D. Afonso Henriques, continuou a luta contra os mouros, mas tambm
contra o rei de Castela e Leo, de quem era vassalo, pela autonomia do Condado Portucalense.
Em 1139, D. Afonso Henriques se proclamou rei de Portugal. Alguns anos depois a Igreja
e os castelhanos reconheceram o nascimento do novo reino ibrico. A independncia estava consolidada, apesar de eventualmente os castelhanos tentarem unificar toda a pennsula sob seu domnio poltico.
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 01
Dinastia de Borgonha
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 01
Dinastia de Avis
A segunda dinastia portuguesa a dinastia de Avis. Ela era apoiada pela burguesia mercantil, pois o ltimo rei da dinastia de Borgonha (D. Fernando I) faleceu sem deixar herdeiro. Para
no perder sua independncia para o reino de Castela, pois a sua filha D. Beatriz, herdeira nica
do trono portugus, era casada com o Rei de Castela, comerciantes portugueses das cidades do
Porto e de Lisboa financiam o Mestre da Ordem Militar de Avis, D. Joo I, para armar um exrcito, enfrentar as pretenses de Castela e assumir o trono. A Batalha de Aljubarrota em 1385 marca
o fim da crise de sucesso do trono portugus dando incio dinas- tia de Avis que durou at
1580. Esta data tambm marca a centralizao do Estado Portugus.
Sobre a dinastia de Avis que vai ser elabora- da a expanso martima portuguesa. Sob
o controle do Infante D. Henrique de Avis - O NAVEGADOR, grandes sbios, cartgrafos e navegadores se reuniram na Escola de Sagres, no uma escola, mas sim um centro de pesquisa.
HIS 01
produtores e ao monoplio exercido pelas cidades italianas de Gnova e Veneza na compra dos
produtos em Constantinopla. A situao piorou de- pois de 1453, devido tomada de Constantinopla pelos turcos, dificultando o comrcio de especiarias pelo Mar Mediterrneo.
A soluo encontrada foi buscar um novo caminho para se chegar origem das especiarias: o Oriente. O problema era como chegar.
A Escola da Sagres
O Infante D. Henrique, filho do Rei D. Joo I, estabeleceu no seu castelo na Ponta de Sagres em Portugal, um centro nutico conhecido como Escola de Sagres, que coletava informaes de mapas e instrumentos de navegaes. Em Sagres, com apoio e a proteo do Infante,
reuniam-se cartgrafos, matemticos e peritos nuticos. A fundao deste centro de estudos est
inserida no contexto das transformaes sociais pelas quais a Europa passava naquele momento, com a propagao dos ideais humanistas que buscavam explicaes racionais e cientficas
para a compreenso do mundo, fugindo das teorias religiosas.
Mantinha-se, no entanto, segredo das principais descobertas principalmente na divulgao
de mapas, os famosos portulanos, nome dado aos documentos nos quais estavam descritos os itinerrios martimos com distncias e ilustraes dos principais portos martimos e lugares costeiros de atracao.
A centralizao do Estado portugus ainda no sculo XIV, a obteno de informaes
tcnicas, os interesses da burguesia mercantil, da igreja, e da nobreza, principalmente a partir do
Infante D. Henrique, em busca de novas possesses territoriais, possibilitaram a Portugal, entre
1415 e 1500, diversas viagens e descobertas nuticas. Estas aes eram assim motivadas, ao
mesmo tempo, pelo esprito de cruzada e cavalaria e por consideraes polticas e econmicas.
Novas tecnologias
Captulo: HIS 01 A EXPANSO ULTRAMARINA EUROPEIA
A Escola de Sagres tambm foi responsvel por aperfeioar vrias tecnologias na rea da
navegao, o sextante (pea rabe utilizada na localizao de meridianos atravs de estrelas), a
bssola (inveno chinesa utilizada pelos rabes para localizar o norte verdadeiro atravs de uma
agulha magntica).
Uma das invenes mais importante foi a caravela com vela triangular que permitia a navegao em mar ocenico. A caravela navegava contra o vento e tornava as viagens bem mais
rpidas que as antigas embarcaes utilizadas no Mediterrneo.
A primeira conquista portuguesa foi a cidade de Ceuta (1415), grande entreposto comercial no norte da frica. Em 1420, foram atingidas as Ilhas de Madeira e Aores. Seguindo a poltica de contornar a costa africana para poder chegar s ndias (Priplo Africano), o Navegador Gil
Eanes, em 1434, dobra o cabo Bojador. Em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu dobrar o cabo das
Tormentas (que passou a ser chamado de cabo da Boa Esperana). Coroando o projeto portugus,
em 1498, Vasco da Gama descobre o caminho martimo para as ndias, chegando a Calicute.
Enquanto a costa ocidental da frica era explorada, a navegao no Atlntico era um segredo de estado, s quebrado por Colombo que pretendia alcanar o Oriente pelo Ocidente navegando para a coroa espanhola. Sua teoria teria dado certo se no houvesse em seu caminho um
continente desconhecido pelos europeus: a Amrica. Sua descoberta acirrou as relaes entre Portugal e Espanha como ver a seguir.
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 01
Causas da expanso Martima
Econmicas: Cobia de lucros, o comrcio Oriente-Ocidente era o mais rentvel da Idade
Mdia; Busca de ouro e prata; O interesse em acabar com o monoplio italiano na venda de especiarias; Interesses em novas terras a serem descobertas.
Polticas: A tomada de Constantinopla pelos turcos; Atuao da burguesia, que passou a
financiar parte das viagens martimas; Formao dos Estados nacionais absolutos capazes de financiar o empreendimento.
Religiosas: Levar a f catlica a outros povos; Busca do paraso Terrestre.
Tecnolgicas: Os grandes progressos nuticos, muitas vezes copiados dos rabes, como:
Bssola, Astrolbio, Caravela, Portulanos; Mudana da mentalidade europeia com o movimento
humanista que buscava explicaes racionais para compreenso do mundo.
A descoberta da Amrica por Colombo, em 1492, abriu uma etapa de negociaes entre
Portugal e Espanha sobre as descobertas, tendo a Igreja o papel de mediadora. O primeiro tratado
entre os dois pases foi a Bula Inter Coetera, de 1493, na qual o Papa Alexandre VI estabelecia
um meridiano a 100 lguas a Oeste do arquiplago de Cabo Verde, concedendo Espanha todas
as possesses a Oeste deste meridiano cabendo a Portugal tudo a Leste. Portanto os resultados da
primeira expedio de Colombo iniciaram uma disputa pela partilha do mundo.
O rei de Portugal, D Joo II, no ficou satisfeito com a bula papal, pois a linha imaginria
passaria no meio do Atlntico, ameaando as conquistas portuguesas nas rotas do Atlntico Sul.
Em 1494, foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que seria o definitivo entre portugueses e espanhis. Foi traado um novo meridiano, agora a 370 lguas do arquiplago de Cabo Verde, ficando
as terras a leste do mesmo meridiano para Portugal. O novo tratado garantia a Portugal no apenas
as rotas do Atlntico, como tambm uma parte da Amrica, onde mais tarde Cabral fundaria o
Brasil. Observe o mapa:
A Viagem de Cabral
HIS 01
No dia 26, rezada a primeira
missa, na localidade chamada Coroa Vermelha por frei Henrique de Coimbra, franciscano; o escrivo Pero Vaz de Caminha escreve
notcia do descobrimento para que o navegador Gaspar de Lemos a leve a Portugal e
noticie ao Rei e a Europa das novas possesses portuguesas. O Brasil teve vrios nomes
alm de Pindorama como os ndios a chamavam, foi batizada pelos portugueses como:
Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz e
Brasil.
O local chamado por Cabral como
um porto seguro hoje identificado como
Baa Cabrlia, ao sul da Bahia. No se conhecem as cartas de Cabral e as dos demais
comandantes. As nicas que nos restam so
a de Pedro Vaz de Caminha e as do Astrnomo Mestre Joo.
A INTENCIONALIDADE DO DESCOBRIMENTO:
HIS 01
O rei e a burguesia mercantil de Portugal uniram-se com o objetivo de expandir o comrcio martimo;
Tradio naval.
10
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 01
LINHA DO TEMPO DO DESCOBRIMENTO
1139
Incio do reino Portugus, com a dinastia de Borgonha Dom Afonso Henriques de Borgonha vence os mouros e proclamado Rei.
1385
D. Joo, mestre da ordem de Avis, funda a 2 Dinastia a de AVIS.
1415
Conquista de Ceuta (norte da frica) pelos portugueses. Incio da expanso martima portuguesa.
1421
Fundao da Escola de Sagres, pelo Infante D. Henrique, o navegador.
1434
Gil Eanes dobra o Cabo Bojador, na frica.
1492
Colombo descobre a Amrica.
1493
O papa Alexandre VI decreta a Bula Inter Coetera dividindo o mundo em dois, por um meridiano que passava a cem lguas a oeste das ilhas de Cabo Verde.
Captulo: HIS 01 A EXPANSO ULTRAMARINA EUROPEIA
1494
Tratado de Tordesilhas: Portugal e Espanha mudam o meridiano que dividia o mundo para 370
Lguas oeste das ilhas de Cabo-Verde.
1498
Vasco da Gama chega a Calicute na ndia, inaugurando o comrcio com a ndia. (Na base do
canho).
1500
Descobrimento do Brasil por Pedro lvares Cabral (22 de abril). Cabral deixa o Brasil em 1.o
de maio.
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
11
HIS 01
ANOTAES
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
12
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 01
EXERCCIOS
1. Durante o sculo XV, o comrcio europeu com o Oriente foi ameaado pelo avano dos turcos
otomanos no Mediterrneo. Neste sentido, podemos afirmar que a expedio de Cabral representou:
a) O coroamento dos esforos dos monarcas portugueses para reprimir militarmente os avanos
dos turcos.
b) O empenho da Igreja em cristianizar o maior nmero possvel de infiis.
c) A busca de metais preciosos no litoral americano, necessrios continuidade do comrcio com
as especiarias.
d) A possibilidade de controle exclusivo da rota martima pelo Cabo da Boa Esperana, porta para
o oriente.
e) A tentativa de obteno de novas terras para os nobres portugueses, empobrecidos desde a crise
feudal do sculo XIV.
2. Qual a primeira ordem religiosa que chegou ao Brasil?
a) Jesutas.
b) Beneditinos.
c) Franciscanos.
d) Vincentinos.
Captulo: HIS 01 A EXPANSO ULTRAMARINA EUROPEIA
e) Calvinistas.
3. O Brasil foi descoberto em 1500, portanto no sculo:
a) XVI b) XIV c) XV
d) XIII e) XIX
4. Todos os fatores abaixo so causas da expanso martima de Portugal, exceto:
a) a conquista de Ceuta aos mouros.
b) a descentralizao.
c) a expulso dos rabes da pennsula.
d) a fundao da Escola de Sagres.
e) a posio geogrfica de Portugal.
5. A expanso martima e comercial empreendida pelos portugueses nos sculos XV e XVI est
ligada:
a) aos interesses mercantis voltados para as especiarias do Oriente;
b) tradio martima lusitana, direcionada para o Mar Oceano (Mediterrneo) em busca de
ilhas fabulosas e grandes tesouros;
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
13
HIS 01
c) existncia de planos meticulosos traados pelos sbios da Escola de Sagres, que previam poder alcanar o oriente pelo ocidente;
d) a diversas casualidades, aliadas aos conhecimentos geogrficos muulmanos.
6. Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava:
a) demarcar os direitos de explorao dos pases ibricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expanso comercial martima.
b) estimular a consolidao do reino portugus, por meio da explorao das especiarias africana e
da formao do exrcito nacional.
c) impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criao de um sistema de monoplios
que atingia todas as riquezas coloniais.
d) reconhecer a transferncia do eixo do comrcio mundial do Mediterrneo para o Atlntico,
depois das expedies de Vasco da Gama s ndias.
e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a explorao colonial aps a destruio da invencvel Armada de Filipe II, da Espanha.
7. A Escola de Sagres era:
a) Uma escola propriamente dita.
b) Um centro nutico com reunio de cartgrafos, cosmgrafos, marinheiros.
c) Uma instituio de carter religioso.
d) Uma organizao derivada da cavalaria.
Captulo: HIS 01 A EXPANSO ULTRAMARINA EUROPEIA
14
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 01
d) o domnio portugus de Tiro e Sidon e o consequente monoplio de especiarias do Oriente
prximo tornaram desinteressante conquista da ndia.
e) a expanso da lavoura aucareira escravista na Ilha da Madeira, aps 1510, aumentou o preo
dos escravos, tanto nos portos africanos, quanto nas praas brasileiras.
10. A expanso martima europeia dos sculos XV e XVI permitiu:
a) a formao de domnios coloniais que dinamizaram o comrcio europeu.
b) o crescimento do comrcio de especiarias pelas rotas do mediterrneo.
c) a implantao de imprios coloniais na sia, para extrao de metais preciosos.
d) o fortalecimento do feudalismo e da servido da Europa Ocidental.
e) a colonizao do tipo mercantilista, sem a interferncia do Estado e da Igreja.
11. Assinale a alternativa correta:
a) Sob a proteo dos reis espanhis, Cristvo Colombo chegou Amrica, pensando que tinha
atingido s ndias.
b) Depois de retornar vrias vezes Amrica, Colombo terminou seus dias em plena glria de
descobridor.
c) Quem realizou a primeira viagem de circunavegao foi Martin Afonso de Souza.
d) O afluxo de metais americanos para a Europa provocou uma tremenda baixa de preos.
e) A tomada de Ceuta em 1415, pelos espanhis, o incio do ciclo ocidental dos descobrimentos.
12. A expanso comercial e martima europeia iniciada a partir do sculo XV foi favorecida por
vrios fatores. Assinale a alternativa correta:
a) A ascenso da burguesia e a centralizao
do poder nas mos dos reis.
b) A existncia de grande quantidade de metais preciosos na Europa, favorecendo a compra de
especiarias ocidentais e a cunhagem de moedas.
c) A necessidade de descobrir novos mercados de produtos manufaturados para abastecer o comrcio europeu.
d) A aplicao da teoria do liberalismo econmico pelos soberanos com o objetivo de fortalecer o
Estado moderno.
e) A mudana da rota martima do Oceano Atlntico para o mar Mediterrneo.
13. Assinale a opo que caracteriza a economia colonial estruturada como desdobramento da
expanso martima europeia da poca moderna.
a) a descoberta de ouro no final do sculo XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o rompimento dos monoplios que regulavam a relao com a metrpole.
b) o carter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setores
de subsistncia, que disputavam as terras e os escravos disponveis para a produo.
c) a lavoura dos produtos tropicais e as atividades extrativas foram organizadas para atender aos
interesses da poltica mercantilista europeia.
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
15
HIS 01
d) a implantao da empresa agrcola representou o aproveitamento, na Amrica, da experincia
anterior dos portugueses nas suas colnias orientais.
e) a produo de abastecimento e o comrcio interno foram os principais mecanismos de acumulao da economia colonial.
14. O Rei de Portugal quando do descobrimento do Brasil, foi:
a) D. Henrique
b) D. Antonio
c) D. Manoel
d) D. Matheus
e) D. Jos
15. Podemos citar como inovaes tecnolgicas, que facilitaram as grandes navegaes:
a) Caravela, bssola, Dakkar.
b) Bssola, Dakkar, binculo.
c) Barca, bssola, sextante.
d) Caravela, bssola, sextante.
e) Bssola, sextante, barca.
16. (EsSA 2011) O Tratado de Tordesilhas, celebrado em 1494 entre as Coroas de Portugal e
Espanha, pretendeu resolver as disputas por colnias ultramarinas entre esses dois pases, estabelecia que
16
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 01
GABARITO
1. D
2. C
3. C
4. B
5. A
6. A
7. B
8. E
9. A
10. A
11. A
12. A
13. C
14. C
15. D
16. B
17. C
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
17
HIS 02
HIS 02 O SISTEMA COLONIAL
BRASIL PR-COLONIAL (1500 1530)
Expedies Exploradoras
18
1503, fundou uma feitoria na regio de Cabo Frio. As feitorias, depsitos fortificados, eram a
presena fsica portuguesa na colnia, ainda que temporria.
Expedies guarda-costas
As expedies conhecidas como guardacosta tinham o objetivo de combater os corsrios
franceses e ingleses que infestavam o litoral brasileiro. Foram duas expedies desse tipo nos
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 02
anos de 1516 e 1526 e tinham como comandante Cristvo Jacques. Mostraram-se muito pouco
eficientes no combate aos corsrios e na defesa do litoral brasileiro.
Os corsrios franceses (piratas que contavam com a proteo do governo francs)
povoavam nosso litoral na busca de pau-brasil e graas ao relativo abandono do mesmo, o rei
francs Francisco I faz uma declarao onde diz que no sabia onde estava no testamento de
Ado a parte que deixava o mundo para Espanha e Portugal. Tanto os franceses como os
portugueses utilizavam mo-de-obra indgena nos trabalhos de explorao do pau-brasil.
Utilizavam as desavenas internas entre os ndios sendo os tupiniquins aliados dos portugueses e
os tupinambs, dos franceses.
A presena francesa no litoral brasileiro foi precoce. Uma nova expedio de Cristvo
Jacques conseguiu prender alguns navios franceses, porm a grande extenso do litoral e o
conhecimento que os comerciantes franceses j tinham dos indgenas fizeram das expedies de
Cristovo Jacques uma medida de carter meramente paliativo. Por volta de 1528, presena
francesa era muito forte havia srio risco dos franceses ocuparem definitivamente nosso litoral.
Claro que na presena francesa havia interesses privados muito fortes em relao ao
Brasil, principalmente dos comerciantes ligados ao mercado de tinturaria e aos mercadores dos
portos de Dieppe, Honfleur e Rouen.
Somado o interesse comercial tinha a poltica governamental francesa de rejeio ao
Tratado de Tordesilhas. O rei Francisco I, at 1528, apoiava a ao dos comerciantes franceses no
Brasil, principalmente aps a ao repressiva da segunda expedio de Cristvo Jacques. Em
1529, concedeu carta de corso a um comerciante francs a fim de minimizar os prejuzos que
tivera com o apresamento de seus navios por Cristvo Jacques. Para Portugal fazia-se necessrio
iniciar um projeto de colonizao e de defesa da costa, este projeto era uma forma de manuteno
das terras do novo mundo sobre domnio Portugus.
19
HIS 02
Serto se estendendo desde o Maranho e Piau at o Mato Grosso. Os Aruaques e Carabas ocupavam a regio Norte que inclui o Amap, Par e parte do Amazonas.
Os ndios brasileiros praticavam a caa, a pesca, a coleta de alimentos das matas e a agricultura, sendo os principais produtos a mandioca, milho, amendoim e feijo, seu mtodo agrcola
baseava-se na coivara, cujo princpio bsico era a queimada realizada aps as colheitas. Este mtodo levava ao cansao do solo e obrigava as aldeias a se deslocarem em busca de melhores regies que os alimentasse. Por isso, afirmamos que a maioria dos ndios brasileiros era
seminmades. Neste percurso, eram comuns os choques e guerras com outras tribos na disputa
pelo territrio.
Como vimos anteriormente, a partir de 1530, surgiu um verdadeiro dilema para a coroa
portuguesa: ou ocupava as terras brasileiras ou as perdia, para os franceses que constantemente
vinham ao nosso litoral em busca de pau-brasil. Tambm devemos mencionar que o comrcio dos
portugueses com o Oriente sofreu uma baixa devido concorrncia de outras naes que
chegavam s ndias para comercializar. Logo, a coroa portuguesa associada burguesia mercantil,
iniciou pioneiramente entre os Estados modernos, uma nova forma de explorao econmica das
terras americanas, que no se assemelhava ao simples escambo nem se baseava na extrao
predatria de metais preciosos.
A primeira expedio colonizadora foi comandada por Martim Afonso de Souza, que
chegou em 1530 e trazia cerca de quatrocentas pessoas, entre elas trabalhadores, padres e
soldados. Martim Afonso de Souza veio de Portugal com a misso de expulsar os estrangeiros que
contrabandeavam pau-brasil, de procurar ouro e de iniciar a colonizao. Tem incio o
povoamento portugus em terras brasileiras.
Em 1532 foi fundada a vila de So Vicente, primeiro ncleo de povoamento do Brasil. L
se fixaram quatrocentos colonos, que se dedicavam ao plantio da cana. E l surgiu o primeiro
engenho produtor de acar.
20
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 02
Tipos de Mercantilismos
Existiram vrios tipos de Mercantilismos, mas, basicamente, eles estavam ligados s riquezas que cada nao poderia extrair de suas colnias.
Eram eles:
Espanha: Seu tipo de Mercantilismo foi chamado de Bulionista ou metalista, ou seja, seu
propsito era acumular metais preciosos, isto se explica, pois teve contato precocemente com
tribos que conheciam o ouro e a metalurgia na Amrica.
Portugal: em princpio Portugal adotou o comercialismo, ou seja, valorizao das trocas
comerciais, mas a partir do sculo XVIII, com a descoberta de ouro no Brasil se tornou metalista.
Frana: desenvolveu o Industrialismo ou Colbertismo devido ao seu ministro Colbert, que
optou pelo desenvolvimento das manufaturas txteis com amplo incentivo do governo.
Inglaterra: chamado de comercialismo valorizava a troca de produtos.
Holanda: seu Mercantilismo baseava-se na sua ampla frota naval, sendo responsveis pela
maioria dos fretes martimos. Tambm buscou a implementao das Cias. privilegiadas de Comrcio. importante lembrar que na Holanda estavam concentrados os maiores bancos da Europa.
Pacto colonial
Pacto colonial era, na verdade, a forma com que as metrpoles dominavam suas colnias.
As colnias s poderiam fazer comrcio com a metrpole. A colnia fornecia produtos tropicais e
matria-prima para a metrpole e esta vendia manufaturas colnia.
Como a ameaa estrangeira era grande, a Coroa portuguesa foi forada a efetivar a posse
das terras, ocupando-as. Todavia, o momento era difcil para Portugal, financeiramente enfraquecido pela concorrncia de outros pases europeus no Oriente e o ataque de piratas. Os gastos com
a realeza e com a nobreza parasitria, importando produtos de luxo e no fundamentais, tornavam
a balana comercial deficitria. A perseguio contra os judeus provocou a sada do pas de capitais e pessoas altamente experientes. Alm disso, os capitalistas de outros pases europeus cobravam juros elevados sobre os emprstimos concedidos.
Apesar das dificuldades, o rei D. Joo III. O Colonizador, iniciou a colonizao do Brasil.
Enviou a misso de Martim Afonso de Souza para explorar o litoral, atacar os estrangeiros e montar os primeiros povoados no Brasil. Tinha o comandante amplos poderes jurdicos, militares e
administrativos. Alm disso, podia nomear autoridades e distribuir sesmarias, isto , lotes de terras aos colonos.
Seus principais feitos foram:
a) apreenso de navios franceses no litoral de Pernambuco, em 1531;
b) contatos com o nufrago Diogo lvares, o Caramuru, na baa de Todos os Santos;
c) explorao de todo o litoral sul, chegando at o Rio da Prata;
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
21
HIS 02
d) envio de uma expedio ao serto para verificar a existncia de riquezas. Os oitenta homens que a constituam desapareceram;
e) fundao de So Vicente, em 1532, a primeira vila do Brasil, com a ajuda de Joo Ramalho.
Os colonos foram distribudos entre So Vicente e a vila de Piratininga, fundada no planalto. Os primeiros administradores foram nomeados, e instalados os primeiros rgos judiciais e
fiscais. Terras foram distribudas aos colonos e construda uma fortaleza para sua proteo. Plantou-se cana-de-acar na regio litornea vicentina, com bons resultados e construiu-se, em 1533,
o primeiro engenho no Brasil, o Engenho So Jorge dos Erasmos. Aps o regresso de Martim
Afonso, Brs Cubas fundou Santos, em 1545.
AS CAPITANIAS HEREDITRIAS
Portugal percebeu que no conseguiria por muito tempo manter o territrio que havia tomado posse nas terras americanas, enviando apenas expedies, pois a colnia era bastante extensa e a presena de navios estrangeiros no que hoje o litoral brasileiro era muito comum. Alm
disso, havia falta de recursos do Estado portugus para colonizar o Brasil e um grande interesse na
manuteno do lucrativo comrcio com o Oriente.
O Reino Portugus vai optar pela diviso da colnia em grandes faixas de terras que seriam doadas a nobres, fidalgos e mercadores, para que esses realizassem a colonizao no Brasil.
Assim a colnia foi dividida em grandes lotes de terras, as Capitanias Hereditrias.
Algumas capitanias e seus donatrios:
Primeira Capitania do Maranho: donatrio Joo de Barros
Itamarac: Donatrio Pero Lopes
Ilhus: Jorge de Figueiredo Correia
Porto Seguro: Pero Tourinho
Bahia de todos os Santos: Francisco Pereira Coutinho
22
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 02
So Vicente: Martim Afonso de Souza
Pernambuco: Duarte Coelho
Foral: Dizia os direitos e deveres do donatrio - Direitos: cobrar impostos, distribuir sesmarias (lotes doados a outros colonos), explorar a capitania, administrar a justia, escravizar os ndios. Deveres: pagar imposto ao rei de Portugal, principalmente na extrao do
pau-brasil, cuidar da terra, no vender, trocar ou dividir a capitania.
Como vimos pelo fato da coroa no ter condies financeiras de bancar a colonizao do
Brasil, entregou esta responsabilidade aos donatrios. No entanto, o rei mantinha uma srie de
privilgios sobre a explorao da terra, tais como:
Monoplio sobre o comrcio da capitania;
Direito exclusivo de cunhagem de moedas;
Direito de 1/5 sobre a produo e metais preciosos encontrados e
1/10 (a dzima) sobre produtos exportados.
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
23
HIS 02
Devido principalmente falta de recursos, muitos donatrios sequer vieram tomar posse
de suas terras na colnia. Era preciso que o rei tomasse novas providncias para viabilizar a colonizao.
OS GOVERNOS GERAIS
Em 1548, foi criado o sistema de Governo Geral, mas as capitanias continuaram existindo. Porm, aos poucos, as donatarias iam sendo confiscadas por abandono ou comprados os direitos dos herdeiros. Assim, elas eram paulatinamente transformadas em capitanias reais. Em 1759, o
Marqus de Pombal, ministro do rei, extinguiu as ltimas capitanias hereditrias.
O governo portugus foi levado a criar o Governo Geral porque a grande maioria das capitanias havia fracassado. Tambm porque havia a necessidade de melhor defender o territrio de
ataques de navios estrangeiros e proteger os colonos dos ataques indgenas. Finalmente, se em
Portugal havia um sistema administrativo centralizado, na colnia no podia ser diferente.
Para instalar a sede do Governo Geral, a Coroa desapropriou a capitania da Bahia, indenizando seu proprietrio.
O instrumento legal que criou o novo sistema foi o Regimento de 1548, tambm chamado
Regimento de Tom de Souza, nome do primeiro governador. Ele continha os direitos e deveres
dos governadores, e pouca modificao sofreu ao longo do perodo colonial. Cabia a ele coordenar a defesa interna e externa do territrio, incentivar a economia, organizar a administrao pblica e a justia e cobrar os impostos e taxas devidos ao governo metropolitano.
O regimento Geral era a carta que dava autoridade ao governador, suas obrigaes e deveres. As funes do Governo Geral eram: Exercer a justia na colnia; Comandar a defesa da
costa brasileira; Dar apoio ao processo colonizador incentivando a montagem de engenhos e auxiliando o combate aos ndios; Zelar e fiscalizar a arrecadao dos impostos que cabiam ao rei; Implantar novos cargos administrativos na colnia.
O governo-geral se estabeleceu na capitania da Bahia, onde Tom de Souza fundou a cidade de Salvador, primeira capital da colnia. As capitanias continuaram existindo governadas
pelos donatrios, que ficavam agora subordinados ao governador-geral. Tom de Souza vem com
autorizao Papal para criar no Brasil o Primeiro Bispado. O primeiro Bispo do Brasil Frei Sardinha.
Para auxiliar o governador vieram alguns funcionrios reais:
Ouvidor-mor encarregado da Justia.
Provedor-mor encarregado dos impostos.
Capito-mor encarregado da defesa das costas do Brasil.
Alcaide-mor responsvel pela segurana.
24
www.unipre.com.br
Curso Preparatrio Militar - ESPCEX ESFCEX - EPCAR - AFA - EFOMM - EEAER - EsSA
HIS 02
Nbrega; a introduo de gado no Nordeste; fundao de vilas como Santo Andr, na regio planaltina da capitania de So Vicente; criao do primeiro bispado, na Bahia.
O poder local era exercido nas cmaras municipais e os vereadores eram escolhidos entre
os homens-bons, que eram os grandes proprietrios de terra. As Cmaras Municipais sempre defendiam seus interesses. O poder poltico estava, portanto nas mos dos senhores de engenho. As
Cmaras Municipais eram presididas por um juiz ordinrio, tambm escolhido pelos homens
bons, e acumulavam vrios poderes: abastecimento de mo-de-obra escrava de acordo com as
necessidades da regio, cobrana de impostos, catequese, guerras contra os ndios.
Embora o sistema de Governo Geral tenha sido criado para centralizar o poder poltico,
dando aos governadores gerais amplos poderes, eles no conseguiam, porm, impor totalmente
sua autoridade aos senhores de engenho. A classe que dominava econmica, social e politicamente no Brasil colonial era a dos grandes proprietrios de terras, chamada a aristocracia rural.
25