4 Modernismo Peter Gay
4 Modernismo Peter Gay
4 Modernismo Peter Gay
FICHAMENTO
Virada do século XX e Primeira Guerra Mundial
“(...) poemas expressionistas, pinturas abstratas, composições incompreensíveis,
romances sem enredo, juntos, estavam criando uma revolução no gosto” (p. 24) – cabia
aos modernistas de 1920 continuar os trabalhos dessas inovações estéticas.
“É uma aparente contradição(...) que as obras modernistas, criadas para
apresentar uma aura de heresia, tenham acabado por receber o epíteto de clássicas” (p.
25) – a passagem do tempo fez com que as inovações ofensivas/desconcertantes
perdessem a capacidade de chocar.
ENTENDENDO MAL O MODERNISMO
Uma das principais razões para entender mal o Modernismo – as lendas e mitos
que seus opositores (círculos da burguesia, classes médias e “alta cultura”) criaram
sobre o modo de vida dos vanguardistas, atribuindo-lhes uma “negligente esqualidez
boêmia romântica” – tal descrição, na verdade, não se encaixava com a realidade dos
fatos.
Efervescência de discussões e ataques de ambos os lados
Até mesmo: alguns modernistas difamando outros modernistas por causa
de pequenas diferenças entre si
“Porta-vozes autorizados dessa cultura de monarcas a aristocratas importantes
denunciavam esses dissidentes (modernistas), qualificando-os de imaturos ou, pior, de
imorais, loucos e incendiários” (p. 27) - outros adjetivos: obtusos, grosseiros, repulsivos,
indecentes, podres, vândalos, incompetentes.
A dissidência modernista prezava pela provocação (séria), exposição das
verdades da sociedade, quebra da convencionalidade (ex. dar franqueza ao tratar a
sexualidade) e da estagnação, ataques direcionados.
Massificação do gosto
“Cada ignorante diria ao mundo que não sabia nada de arte, mas que
sabia do que gostava. Logo, as campanhas pedagógicas para aclimatar as obras-primas
entre os instruídos gerariam não a elevação do gosto vulgar, e sim a vulgarização do
gosto elevado”. (p. 38)
Para ele o “verdadeiro amante da arte” não estava predestinado pela classe ou
pela riqueza – gosto não se resume a dinheiro.
RESUMO 1
Estudo das origens, dos autores, das obras marcantes e do declínio desse
movimento que abrange mais de cem anos da história da literatura e das artes.
Por mais diversos e até mesmo opostos que fossem, os modernistas acreditavam
que o desconhecido era muito superior ao conhecido, que o raro era melhor que o
comum, e que o experimental era mais atraente que o rotineiro.
O modernismo gerou uma nova maneira de ver a sociedade e o papel do artista nela, e
trouxe consigo novas ideias, sentimentos e opiniões.
O autor situa o começo dessa nova era em meados do século XIX, com o horror
à classe média burguesa manifestado por Charles Baudelaire e Gustave Flaubert e, mais
adiante, no culto da arte pela arte de Oscar Wilde. No entanto, também mostra como o
fenômeno só foi possível graças ao apoio de uma classe média esclarecida, fruto da
prosperidade econômica, da urbanização e do avanço da democracia.
RESUMO 2
Nesse sentido, o Iluminismo, por meio de pensadores como Kant, Diderot, com a
contundente
defesa da autonomia do homem, e Rousseau, com seu proclamado ideal de
autenticidade, pode ser considerado parte das raízes mais profundas desse movimento.
Por isso o Modernismo foi extremamente diversificado: cada artista tinha sua própria
direção existencial, sua própria visão de mundo e sua própria leitura do que o
Modernismo significava.
Peter Gay propõe contar a história de toda essa diversidade privilegiando duas
grandes tendências:
1. A busca pelo novo
2. E o reinado da exploração do eu.
Freud mesmo dizia que muitas das descobertas da ciência psicanalítica já haviam
sido enunciadas pelos poetas. Penso ser essa a perspectiva mais interessante da
relação da psicanálise com as artes: menos aquilo que a psicanálise tem a dizer sobre
elas e muito mais o que as artes dizem e a inspiram em sua tarefa de pensar o humano