Plano de Aula - Estrutura e Formação de Palavras - Melhorado
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Classes de Palavras
Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da língua portuguesa estão
incluídas dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das suas características. A parte da
gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = estudo), ou seja,
o estudo da forma. Na morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o contexto
em que são empregadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a forma da palavra.
São elas:
SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente seres, como
também sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc.
Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.
ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos,
antecedendo-os.
Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.
ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar características
aos substantivos.
Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.
PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina
a pessoa do discurso.
Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.
VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical.
Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.
PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas.
Exemplo: em, de, para, por, etc.
CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de
coordenação ou subordinação.
Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.
INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas
de suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeições como
palavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito.
Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh!
Estrutura e Formação de Palavras / Parte 1
Conceitos básicos:
Observe as seguintes palavras:
Escola
escolar
escolarização
escolarizar
subescolarização
Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além
disso, em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare,
por exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento
destacável -ar.
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos,
podemos depreender a existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos
formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que
damos o nome de morfema.
Radical
Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. é esse morfema
comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de
significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal.
Afixos
Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De
maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol-
criou subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome
de prefixos.
Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos.
Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir
modificações de significado no radical a que são acrescentados.
Desinências
Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava,
amávamos, amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo
flexionado em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se
modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses
morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há
desinências nominais e desinências verbais.
• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero,
o português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina.
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição
à ausência de morfema, que indica o singular garoto e o plural garotos; garota/garotas;
menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es:
mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.
• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos.
Há aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o
número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):
MODO INDICATIVO
TEMPOS 1ª CONJUGAÇÃO 2ª E 3ª CONJUGAÇÕES
Presente --- ---
Pretérito Perfeito --- ---
Pretérito Imperfeito VA / VE A/E
Pretérito Mais-que-perfeito RA / RE (átonas) RA / RE (átonas)
Futuro do Presente RA / RE (tônicas) RA / RE (tônicas)
Futuro do Pretérito RIA / RIE RIA / RIE
MODO SUBJUNTIVO
Presente E A
Pretérito Imperfeito SSE SSE
Futuro R R
FORMAS NOMINAIS
TEMPOS DESINÊNCIAS
Gerúndio NDO
Infinitivo R
Particípio DO, TO
FORMAS NOMINAIS
PESSOAS
SINGULAR PLURAL
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
MODO INDICATIVO
TEMPOS 1ª CONJUGAÇÃO 2ª E 3ª CONJUGAÇÕES
Presente --- ---
Pretérito Perfeito --- ---
Pretérito Imperfeito VA / VE A/E
Pretérito Mais-que-perfeito RA / RE (átonas) RA / RE (átonas)
Futuro do Presente RA / RE (tônicas) RA / RE (tônicas)
Futuro do Pretérito RIA / RIE RIA / RIE
MODO SUBJUNTIVO
Presente E A
Pretérito Imperfeito SSE SSE
Futuro R R
FORMAS NOMINAIS
TEMPOS DESINÊNCIAS
Gerúndio NDO
Infinitivo R
Particípio DO, TO
QUADRO DAS DESINÊNCIAS NÚMERO PESSOAIS
(Indicam o número (singular/plural) e as pessoas (1ª, 2ª, 3ª) dos verbos)
FORMAS NOMINAIS
PESSOAS
SINGULAR PLURAL
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
Vogal temática
Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se
ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam
as desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista,
busca, perda, escola, triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem
esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s,
escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não
apresentam vogal temática.
Substantivos Substantivos Substantivos
terminados em: terminados em: terminados em:
a / as e / ES o /os
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá
o nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação;
aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -
i pertencem à terceira conjugação.
Palavras primitivas: aquelas que, na língua portuguesa, não provêm de outra palavra.
Pedra, flor.
Palavras derivadas: aquelas que, na língua portuguesa, provêm de outra palavra.
Pedreiro, floricultura.
Palavras simples: aquelas que possuem um só radical.
Azeite, cavalo.
Palavras compostas: aquelas que possuem mais de um radical.
Couve-flor, planalto.
Obs.: As palavras compostas podem ou não ter seus elementos ligados por hífen.
Composição
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais radicais para formar nova palavra. Há
dois tipos de composição; justaposição e aglutinação.
• Justaposição: ocorre quando os elementos que formam o composto são postos lado a lado,
ou seja, justapostos:
Para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol.
• Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo. Por
parassíntese formam-se principalmente verbos.
En------------------trist---------------ecer
Prefixo------------radical-----------sufixo
en----------------tard---------------ecer
Outros tipos de derivação
Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem que haja a presença de afixos. São
eles: a derivação regressiva e a derivação imprópria.
• Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por redução da palavra primitiva. Ocorre,
sobretudo, na formação de substantivos derivados de verbos. Observe:
Jantar (substantivo)
Deriva de jantar (verbo)
• Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é obtida pela mudança de categoria
gramatical da palavra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas tão somente na classe
gramatical. Observe:
Mulher aranha (o adjetivo aranha deriva do substantivo aranha)
Não admito um não vindo de você! (o advérbio torna-se substantivo)
Anexos
1 – Radicais Gregos
2 – Radicais Latinos