Direita e Esquerda Política em Angola
Direita e Esquerda Política em Angola
Direita e Esquerda Política em Angola
SOCIAIS EM ANGOLA? Para uma antevisão sobre o comportamento eleitoral dos angolanos
em 2017 – ALBANO PEDRO
Zaire - Está abordagem tratará tanto do termo esquerda como a direita no campo da política,
querendo dizer que será uma análise que terá um enfoque sobre a política esquerda e da direita
política, e vou tecer algumas considerações a respeito da conjuntura que se encontram os
governos que têm uma sustentação de partidos de esquerda e das que têm uma sustentação de
partidos da direita.
Fonte: Club-k.net
Deste modo, partindo do pressuposto que a História tem um enfoque no estudo do passado,
permitindo-nos projectar o presente e o futuro, então sou obrigado a olhar no retrovisor, para que
está abordagem tenha uma sustentação. Aliás procurar enterrar o passado, é desejar repetir os
erros do passado. Segundo a Wikipédia, na política o termo direita como esquerda, aparecem
durante a revolução francesa de 1789, onde os membros da assembleia nacional se dividiam em
partidários do rei que assentavam à direita do presidente e os apologistas da revolução que
assentavam à esquerda do presidente. Implica dizer que os da direita descreviam uma visão
específica que aceitava a desigualdade social ou o status quo, enquanto os da esquerda foram
apologistas da igualdade social ou de interesses dos cidadãos. Implica dizer os que
desencadearam a revolução Francesa, eram da esquerda visando abolir o status quo que vigorava.
Então vou avançar até no ano de 1950, concretamente no continente Africano, pois a partir deste
ano as acções ou algumas mentes começaram a assumir um posicionamento mais frontal sobre a
colonização, quer dizer as acções da luta de libertação começaram a ser bem estruturadas.
Angola não fugiu da regra, e os movimentos de libertação tiveram apoios da igreja, e uns através
destes apoios chegaram a ter um contacto indirecto com o EUA. Por isso este País chegou a
financiar alguns movimentos que eram "apologistas" da sua política, mas por ironia de destino
recebiam estes apoios, mas na realidade não inclinavam-se nas políticas do doador, por isso
temos casos onde recebiam de EUA apoios, mais em contrapartida tinha instrutores Chineses. E
uns tiveram correntes que eram apologistas da política Rússia e outros da China.
O MPLA, movimento político que nasce devido a fusão de partidos como: o Partido da luta
unida dos Africanos de Angola (PLUAA), Partido comunista de Angola (PCA), Movimento pela
independência de Angola (MIA) e o Movimento pela independência nacional de Angola
(MINA). Ela sempre foi um partido de esquerda e havia correntes dentro de dela, onde uns eram
apologistas da esquerda Chinesa e uns apologistas a esquerda Russa. Quer dizer esta foi a
indefinição que houve no MPLA, e esta indefinição provocou convulsões. Mas como no
movimento existiu estrategas que puderam ultrapassar esta indefinição, deste modo foi possível
ter uma única orientação que foi a inclinação a esquerda Russa e assumir a ideologia marxismo-
leninismo.
A UPA, que mais tarde passou a denominar-se de FNLA, devido a fusão da UPA (União das
populações de Angola) e do PDA (Partido democrático de Angola), teve um apoio indirecto dos
EUA, através do ex-presidente do Ex-Zaire que também era um "apologista" da política
Americana que era e é sustentada por dois partidos, onde um é partido de centro-esquerda e outra
da direita. Implica dizer que esta nação não tem uma matriz propriamente dita de política
esquerda. Mais houve uma indefinição por parte da FNLA, por não tomar um posicionamento
único sobre a política que iria seguir, ou se inclinava a politica Americana que não tinha uma
inclinação com a esquerda ou se inclinava a politica Chinesa que tinha uma inclinação a
esquerda. E sendo FNLA um partido de esquerda tinha a ideologia de socialismo científico que
na verdade a aproximava à China, e a distanciava da América, embora tendo os seus apoios. E
este facto levou que o EUA chegasse a vomitar passa a expressão a FNLA. Porque? Devido a
indefinição do qual é o caminho que iria seguir. Quer dizer a FNLA, a sua matriz é de esquerda.
E ela não chegou a adoptar a ideologia da democracia Cristã que tem como ceptro político a
direita ou o centro-direita em função da própria conjuntura daquela altura.
Nessa conjuntura em função do terreno que a América perdia, então ela apoio a UNITA que é
um movimento de libertação formado por aqueles que não se reviam nas políticas da FNLA. Mas
a UNITA na realidade não chegou a ser um apologista da política Americana, pois no núcleo
mas restrito deste movimento defendiam-se ideias de Mao Tsé Tung, ou a ideologia de Maoismo
que é a versão Chinesa de marxismo. Então dentro deste movimento, também houve a
indefinição da ideologia a seguir, embora sendo um partido de esquerda com ideologia do
Maoismo, mas em contrapartida recebia apoios de EUA, e esta indefinição provocou que em
algum momento a UNITA "perde-se" o apoio do EUA. Mas segundo um artigo publicado nesta
Website club-k.net, onde afirma-se claramente que através do consultor e lobista Paul Jhon
Manafort Jr. Foi possível que a UNITA tivesse uma "definição" nas políticas que deveria
abraçar. Deste modo a UNITA começou a "assumir-se" como pro-ocidental e "apologista" da
democracia. Mas uma coisa que é certa é que ela na sua essência não chegou a ser um pró de
políticas de ocidente e da democracia. E esta indefinição levou ao fracasso da UNITA, querendo
dizer que este partido cometeu o mesmo erro que a FNLA cometeu, porque? Não olhou ao
retrovisor.
Implica dizer a indefinição tanto da FNLA como da UNITA era idêntica, que foi, ou defendiam
politicas do centro-esquerda e da direita Americana, ou defendiam políticas da esquerda Chinesa.
Enquanto, a indefinição que teve o MPLA foi ou inclinava-se nas politicas de esquerda Chinesa
ou nas politicas de esquerda Russa. Mas depois da guerra fria convencional, quando se dá ou se
começa a guerra fria não convencional, houve a necessidade dos países com politicas de
esquerda se agrupar, e nestes últimos dias se fala dos BRICS, que é um projecto que em certa
medida coloca em causa o status quo da direita. Face a isso, governos sustentados por partidos de
esquerda que têm alguma simpatia aos BRICS, têm passado por variadíssimas situações. Temos
caso da América Latina, onde há uma vassoura quase invisível que têm varrido estes governos,
substituindo-as pelas aquelas que tem uma inclinação a direita. Esta acção também na Europa, e
como a própria UE, é sustentada pelos partidos da direita, nota-se que governos sustentados pela
esquerda estão sendo asfixiados. E a África não esta imune a esta situação, fruto disso já houve
algumas destituições e asfixiamentos de governos com sustentação de partidos de esquerda, e
este asfixiamento é notaria até aqui em Angola onde temos um governo que é sustentado por um
partido da esquerda.
Em suma existe uma batalha secular que envolve a direita e a esquerda e ela tem uma
abrangência mundial. E até agora há uma indefinição por parte de partidos ligados a oposição.
Pois não chegam a definir se são partidos de esquerda ou da direita e quais as ideologias que
defende, esta atitude em nível nacional e inclusive a internacional tem uma repercussão negativa
aos mesmos. Por exemplo se alguém ou um grupo apregoa a outros de modo que façam parte da
religião que professam há uma necessidade de os mesmos em princípio dizer qual é o tipo de
religião que professa, do caminho que percorrem e dos meios que usam para fazer este percurso.
O que isso quer dizer é simplesmente definir-se permitindo ao receptor ter uma ideia clara desta
religião a qual está sendo apregoado a seguir, e as outras religiões em nível internacional só
poderão ter uma cooperação com esta religião devido a sua autodefinição. Implica dizer a
indefinição é um obstáculo que um partido político pode criar-se a si mesmo, fazendo com que
não alcance os seus propósitos. E o MPLA apercebendo-se da importância capital da
autodefinição, ela simplesmente autodefiniu-se. Alias ser leal a um ceptro político e a uma
ideologia assumida é uma virtude que um partido deve possuir. Quer dizer, pode-se continuar no
mesmo caminho (ceptro politico) e usar meios (ideologia) para percorrer o mesmo caminho, mas
que se adequam ao contexto. Agora o que não pode e nem deve acontecer a um partido político
são as mudanças de caminhos (Ceptro politico) e dos meios (ideologia) constantemente, levando
ao mesmo ser um partido com orientação e ideologia instável ou indefinido.
Na fundação de qualquer partido, define-se, em primeira mão, a sua ideologia política. O assunto
é ‘pouco’ conhecido no seio de militantes, simpatizantes e amigos de várias forças políticas. O
NG lançou o desafio de ‘desvendar̕, nesta edição e noutras, a corrente ideológica defendida por
cada partido, numa altura em que já decorre a pré-campanha para as eleições de 2017.
A matriz ideológica dos partidos, com ou sem assento na Assembleia Nacional, é um assunto
pouco conhecido e quase nunca sai à tona no seio do eleitorado, quer sejam militantes, amigos
quer sejam simpatizantes.
Nesta senda, o NG abre a ‘polémica’, começando por indagar a oposição sem representação
parlamentar. O líder do partido Aliança Patriótica Nacional (APN), Quintino de Moreira, aceitou
o desafio e foi peremptório em definir a ideologia do seu partido: “É uma força política de
centro-esquerda, porque partilhamos as dificuldades que o nosso povo vive e pensamos que
devemos sempre estar do lado das camadas mais desfavorecidas e que estão no limiar da
pobreza.”
BD DE ‘ESQUERDA’
Já o Bloco Democrático (BD) escolheu a matriz da esquerda como orientação política. Segundo
o secretário para a informação do BD, João Baruba, esta ideologia justifica-se porque a nível do
país “há desigualdade social, exclusão social e má distribuição da riqueza nacional”.
“Consideramos que só com um projecto social da esquerda é que teremos famílias coesas e
cidadãos a participar na vida do país,” concluiu.
LIBERAIS
Desde a criação em 1991, o PDP-ANA aposta no liberalismo, como matriz ideológica. O actual
presidente, Sediangani Bimbi, explica que, como liberal, o partido defende os “valores da
democracia multipartidária plena, unidade nacional e a igualdade entre os angolanos.”
Para ele, uma possível implementação do liberalismo daria “mais liberdade aos cidadãos e
garantiria o respeito pelos direitos humanos, solidariedade e humanismo”.
Para Mbimbi, a intolerância política é o “fruto do actual regime político”. “Já estão a falar de
adiamento das próximas eleições. As autárquicas não se realizam. Portanto, não se aceita uma
força política com ideias diferentes das do MPLA.”
Com a ambição de voltar ao parlamento, a APN está também a convencer o eleitorado a seu
favor para que tenham bons resultados eleitorais. “Por isso, estamos a fazer todo o trabalho no
sentido de estarmos no centro do poder político, que é a Assembleia Nacional.”
O Bloco Democrático diz não haver “informação oficial” sobre um eventual adiamento das
eleições. João Baruba desconfia que alguns comentadores estão a “especular”. “Começamos com
a formação dos delegados de lista e com os fiscais do registo eleitoral em todo o país. Portanto,
estamos a preparar já o pleito eleitoral”, garante o dirigente bloquista.