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A Raiz Dos Justos - A.W. Tozer

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Escola Teológica Charles Spurgeon

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MATRÍCULAS para 2016

A Raiz dos Justos

Por A.W. Tozer

Uma diferença marcante entre a fé dos nossos pais como concebida pelos pais, e a mesma como
entendida e vivida pelos seus filhos, é que os pais estavam interessados na raiz da matéria, enquanto
que os seus descendentes atuais parecem interessados somente no fruto.

Parece ser esta a nossa atitude para com certas grandes almas cristãs cujos nomes são honrados
entre as igrejas, como, por exemplos, Agostinho e Bernardo em tempos mais antigos, ou Lutero e
Wesley em tempos mais recentes. Hoje escrevemos biografias de vultos como esses e celebramos o
seu fruto, mas a tendência é ignorar a raiz da qual proveio o fruto. "A raiz dos justos produz o seu
fruto", diz o sábio em Provérbios.

Os nossos pais olhavam bem para a raiz da árvore e se dispunham a esperar com paciência pelo
aparecimento do fruto. Nós exigimos o fruto imediatamente, ainda que a raiz seja fraca e cheia de
calosidade, ou inexista completamente. Os impacientes cristãos de hoje desculpam as crenças
simples dos santos doutros tempos e sorriem de sua séria abordagem de Deus e das coisas sagradas.

Eram vítimas da sua perspectiva religiosa limitada, mas ao mesmo tempo eram grandes e vigorosas
almas que conseguiram obter uma experiência espiritual satisfatória e fazer muita coisa boa no
mundo, apesar dos seus defeitos. Assim, imitaremos o seu fruto sem aceitar a sua teologia e sem
incomodar-nos demasiadamente com a adoção da sua atitude de tudo ou nada para com a religião.

Assim dizemos (ou mais provavelmente pensamos sem dizer), e toda voz da sabedoria, todo dado da
experiência religiosa, toda lei da natureza nos diz quão errados estamos. O galho que se desliga da
árvore numa tempestade pode florir brevemente e pode dar ao transeunte despreocupado a
impressão de que é um ramo saudável e frutífero, mas a sua tenra inflorescência logo aparece, e o
próprio ramo seca-se e morre. Não há vida duradoura, separada da raiz.

Muita coisa que passa por cristianismo hoje é o brilhante e breve esforço do ramo cortado para
produzir seu fruto na estação própria. Mas as profundas leis da vida estão contra isso. A preocupação
com as aparências e a correspondente negligência para com a raiz que está fora da vista, raiz da
verdadeira vida espiritual, são sinais proféticos que passam despercebidos.

Resultados "imediatos" é tudo que importa, rápidas provas do sucesso presente, sem se pensar na
próxima semana ou no próximo ano. O pragmatismo religioso avança desenfreadamente entre os
ortodoxos. A verdade é o que quer que funcione. Se dá resultado, é bom. Há apenas uma prova do
líder religioso: sucesso. Tudo se perdoa, exceto o fracasso. Uma árvore pode resistir a toda e
qualquer tempestade se sua raiz é firme, mas quando a figueira que o Senhor amaldiçoou secou
"desde a raiz", ela toda "secou" imediatamente.

Uma igreja firmemente enraizada não pode ser destruída, mas nada pode salvar uma igreja cuja raiz
secou. Estímulos, campanhas promocionais, ofertas em dinheiro, belo edifício --- nada pode trazer de
volta a vida à árvore sem raiz.

Com uma feliz desconsideração pela coerência da metáfora, o apóstolo Paulo nos exorta a atentar
para as nossas origens. "Arraigados e alicerçados em amor", diz ele no que é obviamente uma
confusão de figuras; e outra vez concita os seus leitores a permanecerem "arraigados e edificados
nele", o que encara o cristão como uma árvore bem arraigada e como um templo a edificar-se sobre
sólido fundamento.

A Bíblia inteira e todos os grandes santos do passado se unem para dizer-nos a mesma coisa. "Nada
considerem como líquido e certo", eles nos dizem. "Voltem para as fundas raízes. Abram o coração e
sondem as Escrituras. Levem sua cruz, sigam o seu Senhor e não dêem atenção à nossa moda
religiosa que passa. As massas estão sempre erradas. Em cada geração o número de justos é
pequeno. Certifiquem-se de que estão entre eles".

"O homem não será estabelecido pela iniqüidade; mas a raiz dos justos não será removida" (tradução
literal da versão usada pelo autor).

Extraído do Livro: "O melhor de A. W. Tozer"- Ed. Mundo Cristão.

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