Modelos de Gestão e Empreendedorismo
Modelos de Gestão e Empreendedorismo
Modelos de Gestão e Empreendedorismo
Aula 01
Modelo
Modelo tem sua origem no latim Modulus que significa molde ou forma,
seguindo o conceito de algo que deve ser seguido.
Gestão
Lançar mão de todas as funções e conhecimentos necessários para alcançar
objetivos propostos de forma eficiente e eficaz.
Gestão é o ato de gerir, administrar.
Modelo de gestão refere-se à forma como as empresas organizam suas atividades (tarefas) e
seus recursos (pessoas) com a aplicação de procedimentos (tecnologia), normas e regras
(estrutura). Desta forma, a gestão da empresa reflete sua cultura organizacional (ambiente),
seus valores, sua visão (objetivos) e missão (negócio).
Com base nos critérios de demarcação de Kuhn sobre a ciência, aponta-se que a administração
pode ser considerada ciência, apesar de não existir consenso sobre o estágio do processo
científico no qual ela se encontra: pré-paradigmático – visto que, diante de seu recente
surgimento, essa ciência ainda não pôde consolidar seu paradigma – ou ciência normal – ao
considerar que a estrutura e a dinâmica das diferentes organizações possuem características e
uma base comum.
2°) adotar novos modelos e teorias gerenciais, que transformem a empresa numa organização
inovadora e competitiva.
A partir desta primeira Era, a gestão empresarial começa efetivamente a se consolidar como
um conjunto de conhecimentos e princípios que viriam resultar na formação da primeira
abordagem científica da administração, cujas ideias básicas foram propostas por dois
engenheiros: Frederick W. Taylor, que se preocupava com a racionalização do trabalho e Henri
Fayol, que focalizava o aspecto funcional das organizações.
A Era da Produção em Massa evolui até o final dos anos 40, já no Pós-Guerra. Algumas
características principais que marcam a Segunda Onda de transformação:
- A padronização, visando a massificação dos produtos para atender milhares de consumidores
que, pressupostamente, teriam a mesma necessidade, ou seja, atribuiriam o mesmo valor
(satisfação) para o produto.
Esta consequência do “inchaço” organizacional vai levar a uma nova abordagem na evolução
do pensamento administrativo, que foi o surgimento da Escola Burocrática e a passagem da
Era da Produção em Massa para a Era da Eficiência.
Era da eficiência
Esta nova postura, decorrente das críticas efetuadas à Administração Científica pelo – seu
mecanismo – e à Escola das relações Humanas – pelo seu romantismo ingênuo – levará ao
surgimento da Escola Burocrática, a partir dos anos 40. A inspiração desta escola foi baseada
na Teoria da Burocracia do sociólogo alemão Max Weber.
Vários autores têm estudado e escrito sobre a mudança da Sociedade Industrial para uma
Nova Sociedade e várias terminologias diferentes têm sido adotadas:
Era da qualidade
A partir do início dos anos 70, um novo tipo de relacionamento passa a existir entre o
consumidor/cliente e a empresa: de um lado, uma postura mais consciente do consumidor
com relação à sua situação de consumidor.
Não basta mais oferecer um produto ou serviço padronizado (Era da Produção em Massa) a
baixo custo operacional (Era da Eficiência): mais do que isso, o cliente quer o atendimento das
suas necessidades, o que significa "qualidade".
É neste aspecto que as empresas japonesas começam a evidenciar que estavam melhor
preparadas que as empresas americanas e européias: após 20 (vinte) anos de preparação, nos
anos 50 e 60, as empresas japonesas começam a difundir um novo conceito - Qualidade Total
– que viria a marcar de forma indiscutível um novo paradigma na relação "empresa/cliente".
Este foi o resultado do modelo gerencial desenvolvido no Japão, como será analisado adiante,
e que provocará a reação das empresas ocidentais, sobretudo através do modelo de gestão
participativa e gestão empreendedora.
A Era da Qualidade significa ainda uma nova relação interempresarial: à medida que as
empresas passam a buscar a Qualidade Total, ou seja, a qualidade no processo de fabricação
do produto ou da prestação de serviço, todas as empresas envolvidas na cadeia de produção
serão necessariamente envolvidas na filosofia e nas práticas da Qualidade Total.
Na medida em que as empresas vão adotando esta nova filosofia de gestão ao longo dos anos
80, as grandes transformações, em velocidade cada vez maior, vão determinar o início da era
empresarial na qual nos encontramos atualmente: a era da competitividade.
Era da competitividade
Esta era se caracteriza por uma relação já consolidada entre empresa e cliente, cuja orientação
passa a ser a "superação da expectativa do cliente".
Esta era se caracteriza por uma relação já consolidada entre empresa e cliente, cuja orientação
passa a ser a "superação da expectativa do cliente". Assim, diversas· empresas passam a
adotar lemas, como: "Não basta satisfazer o cliente, é preciso encantá-lo"; "O cliente em
primeiro lugar"; "O cliente é o rei", entre outros.
Esta nova postura é que determinará a Competitividade da empresa no mercado, ou seja, a
sua capacidade de sobreviver.
Ser uma organização competitiva passou a ser uma questão imperativa tanto para
organizações privadas como públicas: se, para as primeiras, a questão era de sobrevivência
física, para as últimas seria cumprir a sua missão, ou seja, prestar serviços de interesse público
com qualidade (satisfação do usuário).
Portanto, o novo conceito de competitividade, segundo Coutinho & Ferraz, deve ser atribuído
a um· conjunto de "fatores determinantes", conforme ilustra a Figura 3. Há três tipos de
fatores determinantes:
Tais fatores são aqueles que estão sob o controle da empresa e com os quais ela busca se
diferenciar dos seus concorrentes:
Tais fatores são aqueles que, mesmo não estando sob controle da empresa, estão
parcialmente sob a sua influência e caracterizam o ambiente competitivo que ela enfrenta
diretamente:
c) Fatores sistêmicos
Tais fatores são aqueles sobre os quais a empresa não exerce qualquer controle, mas é afetada
por eles, entre os quais:
• fatores macroeconômicos (taxa de câmbio, oferta de crédito e taxas de juros, por exemplo);
• fatores político-institucionais, como as políticas tributária e tarifária, as políticas de compras
do Estado e os programas de apoio ao investimento em tecnologia;
• fatores regulatórios, como as políticas de proteção ambiental, de proteção à propriedade
industrial, de defesa da concorrência e da proteção ao consumidor;
• fatores relacionados à infra-estrutura, tais como disponibilidade, qualidade e custo de
energia, transportes, telecomunicações e serviços tecnológicos;
• fatores sociais, como a situação da qualificação da mão-de-obra (educação profissionalizante
e treinamento), políticas de educação e formação de recursos humanos, trabalhista e de
seguridade social e grau de exigência dos consumidores;
• fatores relacionados à dimensão regional, como os aspectos referentes à distribuição
espacial da produção; e
• fatores internacionais, como as tendências do comércio mundial, os fluxos internacionais de
capitais, de investimento de risco e de tecnologia, relações com organismos multilaterais,
acordos internacionais e políticas de comércio exterior.
Referências
DAMKE, Elói Junior; WALTER, Silvana Anita e SILVA, Eduardo Damião. A administração é uma
ciência? Reflexões epistemológicas acerca de sua cientificidade. Revista de Ciências da
Administração, v.12, n. 28, 2010.
FERREIRA, Victor Cláudio; CARDOSO, Antonio Semeraro; CORRÊA, Carlos José e FRANÇA, Célio
Francisco. Modelos de Gestão. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.
PEREIRA, Heitor José. Os novos modelos de gestão: análise e algumas práticas em empresas
brasileiras. Tese de doutorado em Administração. Fundação Getúlio Vargas- Escola de
Administração de Empresas de São Paulo, 1995.
SERVA, Maurício; DIAS, Taísa e ALPERSTEDT, Graziela Dias. Paradigma da Complexidade e
Teoria das Organizações: uma Reflexão Epistemológica. Revista de Administração de Empresas,
v. 50, n.3, 2010.