Teste Saga
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3rt
Teste de Avaliação
Lê com atenção o texto que se segue e responde, de forma clara e correcta, às questões
que seguidamente te serão colocadas.
No fundo da quinta, para os lados da barra, Hans mandou construir uma torre. Segundo
disse para ver a entrada e a saída dos seus barcos. Daí em diante, de vez em quando, à tarde, em
vez de trabalhar no escritório, trabalhava no quarto da torre onde recebia os empregados e as
pessoas que o procuravam. Consigo às vezes levava Joana, a neta mais velha, que achava na torre
grande aventura e mistério, e a quem ele ensinava o nome e a história dos navios. Depois, quando
queria trabalhar, dava à neta lápis e papel para que ela desenhasse enquanto ele se debruçava sobre
contratos, cartas, livros, contas, relatórios. Mas Joana desenhava pouco. Levantava a cabeça e
fitava intensamente Hans pois algo na sua cara a fascinava e inquietava. E via então que também
ele não trabalhava: para além da barra, para além da rebentação, os seus olhos fitavam os verdes
azuis do horizonte marítimo. - Avô – disse Joana – porque é que está sempre a olhar para o mar? -
Ah! – respondeu Hans. – Porque o mar é o caminho para a minha casa. E os anos começaram a
passar muito depressa. E uma certa irrealidade começou a crescer. Hans agora já não viajava.
Estava velho como um barco que não navegava mais e prancha por prancha se vai desmantelando.
Tinha as mãos um pouco trémulas, o azul dos olhos desbotado, fundas rugas lhe cavavam a testa,
os cabelos e as compridas suíças estavam completamente brancas. Mas era um velho imponente e
terrível, alto e direito em seu pesado andar, autoritário nas ordens que dava e sempre um pouco
impaciente e taciturno. Quando adoeceu para morrer, ia Novembro perto do fim. As camélias
brancas estavam em flor, levemente rosadas, macias, transparentes. Algumas lhe trouxeram ao
quarto, apanhadas à beira do roseiral. (…) Durante seis dias, Hans sereno e consciente pareceu
resistir. Mas ao sétimo dia a febre subiu, a respiração começou a ser difícil e na sua atenção algo se
alterou. (…) - Quando eu morrer – pediu Hans – mandem construir um navio em cima da minha
sepultura. - Um navio? – murmurou o filho mais velho. – Um navio como? - Naufragado – disse
Hans. E, até morrer, não falou mais.
I
1. No excerto estão presentes dois momentos da vida de Hans.
1.1. Indica-os.
2. Apresenta os motivos reais que terão levado Hans a construir uma torre no fundo da
quinta.
3. Conversando com Joana, Hans explica-lhe o que representa para ele o mar.
3.1. Foi sempre este o significado que Hans atribuiu ao mar? Ou, pelo contrário, houve
alteração no modo de o encarar? Justifica a tua resposta.
4. Retira do excerto um exemplo de descrição.
4.1. Qual o tempo verbal predominante nessa descrição?
5. Identifica as figuras de estilo presentes nas seguintes frases:
a) “o mar é o caminho para a minha casa”
b) “Estava velho como um barco que não navegava mais e prancha por prancha se vai
desmantelando.”
c) “As camélias brancas estavam (…) levemente rosadas, macias, transparentes”
5.1. Explica a razão do narrador, na segunda figura de estilo, aproximar Hans de um barco.
6. Hans fez um último pedido antes de morrer.
6.1. Que significado atribuis a esse pedido?
7. Esta narrativa está escrita na terceira pessoa. Relaciona o seu uso com a presença ou a
ausência do narrador.
II
1. Divide e classifica as orações das frases que se seguem:
a) Se não fosse aquela tempestade, tudo seria perfeito.
b) Hans era um homem rico, porém não realizou o seu maior sonho.
c) Hans não voltou para Vig porque o seu pai não queria vê-lo.
III
Apesar de Hans ter enviado várias cartas para Vig, temos apenas algumas
informações sobre o que terá escrito. De todas essas cartas, escolhe a que mais gostarias de
escrever na pele do protagonista do conto.
Bom trabalho!
A Professora, Filipa Matos