2 Ano Literatura e Gramatica - Apostila
2 Ano Literatura e Gramatica - Apostila
2 Ano Literatura e Gramatica - Apostila
Literatura e Gramtica
Professora: urea
Literatura
Reconhecer a relevncia da Literatura de Lngua Portuguesa para a construo do imaginrio social e dos
valores pessoais;
Elucidar questes sobre as relaes Brasil e Portugal no campo da Literatura;
Conhecer os maiores autores de cada poca e o contexto histrico;
Conhecer as diferenas entre conto, novela e romance.
Discutir e interpretar obras literrias famosas a partir da crtica literria.
Gramtica
Romantismo
Voc se considera uma pessoa romntica? O que vem a ser Romantismo: um movimento ou um conjunto
de aes que uma pessoa tem para com seu par? preciso diferenciar romantismo e Romantismo. Vejamos:
Contexto histrico
Sempre houve temperamento e sensibilidade romntica. O estado de alma romntico pode ser encontrado
em qualquer poca, caracterizando-se pelo amor natureza, a personalidade sonhadora, a f, a liberdade, o
saudosismo e a emoo.
No sculo XIX esse temperamento era to forte que caracteriza um estilo de poca: o Romantismo.
A palavra-chave em fins do sculo XVIII e no incio do sculo XIX era Liberdade. O Romantismo rompe com
a tradio clssica e abre caminho para a modernidade.
O novo pblico consumidor, de origem burguesa, no mais aceitando os padres clssicos que indicavam
uma concepo esttica do mundo, dita novos valores: o apego s tradies nacionais, o gosto pelas lendas e
narrativas de origem medieval e pelo herosmo; o sacrifcio e o sangue derramado, que evocavam o recente passado
revolucionrio, e a afirmao das nacionalidades.
No Brasil, o Romantismo reveste-se de um marcante contedo nacionalista e de exaltao dos elementos
nacionais, pois corresponde ao nosso momento de luta pela emancipao poltica e de afirmao da nossa
nacionalidade. A literatura utilizada como arma de ao poltica e social, atravs da poesia revolucionria e
abolicionista.
Todos os movimentos que sucederam o Romantismo e revelam rebeldia e recusa de tudo quanto possa
tolher a liberdade criadora so, de certo modo, uma continuidade dele. Assim, este movimento um passo
importante rumo modernidade.
Romantismo Arcadismo
Predomnio da Emoo Predomnio da Razo
Subjetivismo Objetivismo
Nacionalismo Universalismo; nativismo
Valorizao da cultura popular Imitao da Cultura Clssica
Natureza mais real, que interage com o eu lrico Natureza como pano de fundo para os idlios amorosos
Sentimentalismo; estados de alma tristes e melanclicos Busca do equilbrio, racionalismo
O ltimo Romntico
Lulu Santos
Contexto Histrico:
Portugal no se isolou dos demais pases europeus no que diz respeito s transformaes sociopoltico-
econmicas que se seguiram Revoluo Francesa. Merecem destaque as seguintes ocorrncias:
a) substituio da monarquia absolutista pelo liberalismo;
b) vinda da famlia real para o Brasil, em 1808, fugindo da invaso francesa;
c) Independncia do Brasil, com reflexos na economia portuguesa, visto que a burguesia perdeu um
importante mercado de exportao;
d) Constituio portuguesa de 1822, de carter liberal.
Nesse contexto ocorreram as primeiras manifestaes do Romantismo portugus, perodo em que merecem
destaque Almeida Garret, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco e Jlio Dinis.
Autores e obras:
Almeida Garret (1799 1854)
Joo Batista da Silva de Almeida Garret nasceu no Porto e morreu em Lisboa.
Formou-se em direito pela Universidade de Coimbra. Viu-se obrigado ao exlio na Inglaterra
quando a Constituio de 1822 foi abolida por um golpe comandado pela aristocracia
portuguesa. Alm de escritor, fundou pelo menos quatro jornais e exerceu intensas
atividades parlamentares e diplomticas Seu relacionamento adltero com a viscondessa da
Luz parece ter inspirado Folhas cadas, seu principal livro de poemas.
Obras:
Poesia: Cames (1825) publicado em Paris, a primeira edio omitia, por razes polticas, o nome do autor; Dona
Branca (1826); Folhas cadas (1853),
Prosa: Viagens na minha terra (1846); O Arco de Santana (em dois volumes: 1845 e 1850).
Teatro: Frei Lus de Sousa (1844).
Almeida Garret considerado o mais importante autor romntico portugus. Alm de ter renovado o teatro
com Frei Lus de Sousa, estimulou o nacionalismo, despertando o gosto pela tradio popular, que incorporou,
sobretudo nos romances.
Dentre os poemas escritos por Almeida Garret, podemos destacar aqui um poema em que o esprito
romntico aparece de maneira bastante evidente. Vejamos:
1. Crie um vocabulrio com as palavras que voc no conhece. Em seguida, consulte um dicionrio para elucid-las.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
2. Explique a diferena de amar e querer, de acordo com o poema de Garret.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Ascenso do Romance
Ainda no h respostas inteiramente satisfatrias para muitas das perguntas genricas que qualquer pessoa
interessada nos romancistas de incios do sculo XVIII poderia formular. O romance uma forma literria nova?
Supondo que sim, como em geral se supe, e que se iniciou com Defoe, Richardson e Fielding, em que o romance
difere da prosa de fico do passado, da Grcia, por exemplo, ou da Idade Mdia, ou da Frana do sculo XVII? E h
algum motivo para essas diferenas terem parecido em determinada poca e em determinado local?
Nunca fcil abordar questes to amplas, muito menos respond-las, e neste caso elas so particularmente
difceis, pois a rigor Defoe, Richardson e Fielding no constituem uma escola literria. Na verdade suas obras
apresentam to poucos indcios de influncia recproca e so de natureza to diversa que primeira vista parecia
que nossa curiosidade sobre o surgimento do romance dificilmente encontraria alguma satisfao alm daquela
oferecida pelos termos gnio e acidente,[..]1
Na Europa do sculo 19, com a ascenso da burguesia,
surge um novo gnero narrativo. A classe burguesa emergente, o
novo pblico leitor, tinha a necessidade de meios mais objetivos de
contar histrias. Entendia-se que o novo pblico demandava
leituras sobre o seu cotidiano, ou seja, as histrias deveriam ter
sempre uma correspondncia com a realidade. Podemos entender
melhor esse tpico se o compararmos com as telenovelas dos dias
atuais, elas atendem demandas sociais e no costumam inovar
muito em seus enredos. Isso acontece por que h a preocupao com o pblico, antes da preocupao esttica.
Voc sabe a diferena entre poema e poesia? Voc seria capaz de explicar as diferenas entre romance,
conto e novela? Faa uma pesquisa nos sites indicados e depois defina com suas prprias palavras
________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
1
Watt, Ian. A ascenso do romance : estudos sobre Defoe, Richardson e. Fielding / Ian Watt ; traduo Hildegard
Feist. (Cmara Brasileira do livro, SP, Brasil).
LNGUA PORTUGUESA - 2 ANO - ENSINO MDIO TCNICO 2015 16
________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
Eurico, o Presbtero um livro escrito por Alexandre Herculano. Est na linha de livros do
Romantismo em obra pica. O livro busca enfatizar de forma ferrenha as caractersticas ao ponto
de comparar a mulher a um ser angelical, as idias opostas esto no decorrer de toda trama, o
uso freqente da natureza para mostrar a natureza humana (sentimento buclico), romantismo
monolgico (onde o amor s tem uma linha de raciocnio), idealismo platnico, conflito dos
personagens constante. (Por Roberta Laisa Dantas de Sousa - http://www.infoescola.com/livros/eurico-o-
presbitero/)
b) O carter ultra-romntico de sua novelas e romances revela-se, sobretudo pelo sentimentalismo exagerado das
personagens;
______________________________________________________________________________________________
c) Inaugurou o Romantismo portugus com um poema narrativo que a biografia potica de um famoso poeta
renascentista.
______________________________________________________________________________________________
7. (...) a porta abriu-se, e um vulto negro de monja apareceu no limiar dela. (Alexandre Herculano)
A presena de figuras do mundo medieval na literatura romntica portuguesa relaciona-se:
a) ao mal-do-sculo;
b) evaso no passado histrico em busca das razes da nacionalidade.
c) necessidade de incorporar literatura figuras excntricas.
d) religiosidade que marcou todo o Romantismo.
1 GERAO Nacionalista
Caractersticas: Nacionalismo, averso influncia portuguesa (lusofobia), religiosidade misticismo, indianismo.
Principais autores:
Gonalves Dias: Antnio Gonalves Dias nasceu em 10 de agosto de 1823, no stio Boa
Vista, em terras de Jatob, a 14 lguas de Caxias. Aos 41 anos morreu em um naufrgio do
navio Ville Bologna prximo a regio de Baixos dos Atins no municpio de Tutia, prximo
aos Lenis maranhenses, em 3 de novembro de 1864. Apesar de ser Advogado de
formao conhecido muito mais como Poeta.
Vocabulrio:
Cismar ficar absorto em pensamentos.
Primor beleza, encanto.
EXERCCIOS
1. O poema se constri com a oposio aqui e l. Identifique a que locais se refere e o que fica explcito nessa
comparao?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
2. O olhar do poeta ora se volta para os cus da ptria (estrelas), ora para o solo (flores). Que elemento pode ser
considerado como intermedirio entre esses dois modos de olhar?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
2 GERAO Ultrarromntica
Principais autores:
lvares de Azevedo: Sua obra, influenciada tambm pela sua personalidade adolescente, revela ambigidade,
indeciso: ora aspira aos amores virginais e idealiza a mulher; ora descreve-a erotizada e degradada. Brumas,
vises, sonhos e sentimentalidade cedem lugar muitas vezes ao realismo humorstico, ao cinismo e irreverncia.
Revelando uma dbia inclinao pela me e pela irm, a imagem punitiva da me talvez tivesse contribudo para a
sua oscilao entre o erotismo e a moralidade.
Foi o poeta que mais se deixou contagiar pelo mal-do-sculo: a temtica do tdio e da morte, o ceticismo e o
culto do funreo atravessam todas as suas obras; a angstia, a descrena e o satanismo esto presentes at mesmo
no lirismo amoroso, no qual o amor e a felicidade se mostram como coisas inatingveis.
Casimiro de Abreu: dois temas marcam as suas obras: o saudosismo (da ptria, da famlia, do
lar, da infncia) e o lirismo amoroso. Em sua poesia lrico-amorosa encontramos a imagem da
mulher meiga e idealizada. Sua oscilao entre a sentimentalidade e os impulsos erticos o
conduz a uma malcia mascarada, fruto do temor de transgredir os limites da moralidade do seu
tempo e da necessidade de descrever sentimentos e situaes adolescentes, mais imaginativas
que reais. Ambos os temas so marcados pelo pessimismo decorrente do mal-do-sculo.
Fagundes Varela: Cultivou temas de todas as geraes: o pessimismo, a morbidez, a natureza, a poesia
amorosa, alm de mostrar-se contrrio monarquia e escravido. Escreveu tambm poemas religiosos,
de inspirao bblica, apesar de criticar a Igreja da poca.
Junqueira Freire: Sua obra tem pouca importncia esttica e marcada pelo sentimento religioso, o
erotismo frustrado e a obsesso pela morte.
Castro Alves: duas vertentes marcam suas obras: a poesia social e a poesia lrica. Sua
poesia social caracterizava-se pelos temas abolicionistas e de libertao dos povos; incorpora
o negro, de forma definitiva, na literatura, apresentando-o como heri e como um ser amoroso,
ativo, sofredor, esperanoso, oprimido e lutador. Ao contrrio dos outros romnticos, sua
poesia lrico-amorosa parece resultar em grande parte da experincia real e no apenas da
imaginao. So poemas que traduzem esperana, euforia, desespero, saudade,
pressentimento da morte, exaltao da natureza e um sensualismo ertico, expresso por palavras recorrentes como
seios, cabelos, perfumes, etc.
VOZES DFRICA
Castro Alves
(fragmentos)
2. O eu-lrico do poema a frica personificada. Nas duas primeiras estrofes do fragmento o interlocutor do eu-lrico
3. No verso Que embalde desde ento corre o infinito..., a palavra destacada tem o sentido de
a) inutilmente b) rapidamente c) lentamente d) isoladamente
2. Com que elementos os romnticos brasileiros expressavam o sentimento nacionalista? A fauna, a flora so
representativas?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
3. Que elemento representava as virtudes do homem nacional, o smbolo da raa brasileira, de auto-afirmao de
nossa nacionalidade e, de certo modo, de oposio ao portugus?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
4. Com qual poeta observa-se o choque entre os smbolos romnticos e a realidade nacional?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
10. Identifique a caracterstica romntica marcante neste fragmento do poema Meus oito anos, de Casimiro de
Abreu.
Oh! dias da minha infncia!
Oh! meu cu de primavera!
Que doce a vida no era
Nessa risonha manh!
Em vez das mgoas de agora,
Eu tinha nessas delcias
De minha me as carcias
E os beijos de minha irm!
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
A urbanizao da cidade do Rio de Janeiro, agora transformada em corte, criando uma sociedade
consumidora representada pela aristocracia rural, profissionais liberais e jovens estudantes, todos em busca de
entretenimento, o esprito nacionalista a exigir uma cor local para os romances, e na a mera importao ou traduo
de obras estrangeiras, o jornalismo vivendo seu primeiro grande impulso e a divulgao em massa de folhetins; o
avano do teatro nacional: estes so alguns fatos que explicam o aparecimento e o desenvolvimento do romance no
Brasil.
Respondendo s exigncias do pblico leitor, surgem romances que giram em torno da descrio dos
costumes urbanos e amenidades do campo, ou que apresentam imponentes selvagens, personagens concebidos
pela imaginao e ideologia romnticas, com os quais o leitor se identifica, pois retratam uma realidade que lhe
convm.
Dessa forma, pela aceitao obtida junto ao pblico leitor, por ter moldado o gosto desse pblico ou
correspondido s suas expectativas, convenciou-se adotar o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo,
lanado em 1844, como o primeiro romance brasileiro.
Principais autores:
Joaquim Manuel de Macedo: Soube como ningum adaptar o romance romntico
europeu ao nosso ambiente, satisfazendo o pblico leitor da poca. Retornando sempre s
mesmas frmulas, escreveu singelas histrias, cheias de sentimentalismo, cujo cenrio era
o meio natural e social do Rio de Janeiro e a sociedade pequeno-burguesa do sculo XIX.
Nas ruas, nas festas pblicas e nos saraus vamos encontrar suas personagens:
estudantes, comerciantes, funcionrios pblicos, comadres, alcoviteiras e caixeiros. Suas
narrativas terminam sempre com um final feliz, depois de muitos obstculos e peripcias que vo se desfazendo at
o desenlace.
Suas principais obras so romances: A Moreninha, O Moo Loiro, Os dois amores. A luneta mgica;
no teatro: O cego, O fantasma branco, O primo da Califrnia.
A MORENINHA (FRAGMENTO)
O fragmento que voc vai ler pertence ao captulo XVI do romance A moreninha, cujo enredo apresentamos
em linha gerais:
Um grupo de estudantes, augusto, Leopoldo, Fabrcio e Felipe, resolve passar um fim de semana em casa
deste ltimo, na ilha de Paquet. Como augusto se dizia incapaz de um compromisso amoroso duradouro, Felipe faz
com ele a seguinte aposta: se Augusto ficasse apaixonado pela mesma mulher durante quinze dias ou mais, ele,
Augusto, seria obrigado a escrever um romance relatando o acontecimento. Na ilha, Augusto conhece Carolina (A
Moreninha), irm de Felipe, por quem acaba se apaixonando. Mas o juramento feito a uma menina que conhecera
aos treze anos, cujo paradeiro e identidade desconhecia, um obstculo unio dos dois. Ao descobrir que a
menina de outrora era a prpria Moreninha, o conflito se resolve favoravelmente.
Em um sarau todo o mundo tem que fazer. O diplomata ajusta, com um copo de champanha na mo,
os mais intrincados negcios; todos murmuram e no h que deixe de ser murmurado. O velho lembra-se dos
minuetos e das cantigas do seu tempo, e o moo goza todos os regalos da sua poca; as moas so no sarau como
estrelas no cu; esto no seu elemento; (...) da a pouco vo outras pelo brao de seus pares, se deslizando pela
sala e marchando em seu passeio, mais a compasso que qualquer de nossos batalhes da Guarda Nacional, ao
mesmo tempo que conversam sempre objetos inocentes que movem olhaduras e risadinhas apreciveis. Outras
criticam de uma gorducha vov, que ensaca nos bolsos meia bandeja de doces que vieram para o ch, e que ela leva
aos pequenos que, diz, lhe ficaram em casa. Ali v-se um ataviado dndi que dirige mil finezas a uma senhora idosa,
tendo os olhos pregados na sinh, que senta-se ao lado. Finalmente, no sarau no essencial ter cabea nem boca,
porque, para alguns regra, durante ele, pensar pelos ps e falar pelos olhos.
E o mais que ns estamos num sarau: inmeros batis conduziram da corte para a ilha de ...
senhoras e senhores, recomendveis por carter e qualidade: alegre, numerosa e escolhida sociedade enche a
grande casa, que brilha e mostra em toda a parte borbulhar o prazer e o bom gosto.
Entre todas essas elegantes e agradveis moas, que com aturado empenho se esforam por ver
qual delas vence em graas, encantos e donaires, certo que sobrepuja a travessa Moreninha, princesa daquela festa.
(Joaquim Manuel de Macedo)
Vocabulrio:
Minuete (minueto) nome de antiga dana francesa e da msica que acompanhava essa dana.
Regalo prazer;
Ataviado enfeitado, ornado;
Dndi homem que se veste com extremo apuro; almofadinha;
Batel pequena embarcao.
Aturado constante, persistente.
Donaire elegncia, adorno.
EXERCCIOS
Romance indianista Em textos de forte contedo lrico e fundamentao mais lendria do que histrica
Alencar faz contrastarem a ganncia e a falsidade do civilizado europeu com o mito do bom selvagem, a quem d
caractersticas de fidalgo. A incorporao do vocabulrio tupi e a ateno aos costumes indgenas tambm marcam
sua prosa indianista, da qual fazem parte os romances O guarani, Iracema e Ubirajara.
Romance urbano Trata da vida carioca de ento; apresenta-nos dramas morais e tipos femininos
complicados. O amor, o casamento por interesse, a sociedade patriarcal e a importncia do dinheiro esto presentes
nos enredos que teceu. Pertencem ao romance urbano de Alencar as obras Cinco minutos, A viuvinha, Lucola, Diva,
A pata da gazela, Sonhos douro, Senhora e Encarnao.
Romance regionalista Traa um painel das principais regies do pas: o extremo sul, o interior
fluminense, o planalto paulista e o Nordeste, fazendo uma descrio de hbitos e costumes dessas regies em O
gacho, O tronco do ip, Til, O sertanejo.
Alm, muito alm daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem
dos lbios de mel, que tinha os cabelos mais negros que asa da grana e mais longos que seu talhe de palmeira. O
favo da jati no era doce como seu sorriso, nem a baunilha recendia no bosque como seu hlito perfumado. Mais
rpida que a ema selvagem, a morena virgem corria o serto pelas matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo,
da grande nao tabajara. O p grcil e nu, mal roando, alisava apenas a verde pelcia que vestia a terra com as
primeiras guas. Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da
oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da accia silvestre esparziam flores sobre os midos
cabelos. Escondidos na folhagem, os pssaros ameigavam o canto. Iracema sara do banho; o aljfar da gua ainda
a roreja, como doce mangaba que corou em manh de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do guar as
flechas do seu arco e concerta com o sabi da mata, pousado no galho prximo, o canto agreste. A graciosa ar, sua
companheira e amiga, brinca junto dela.
(Jos de Alencar)
Vocabulrio:
EXERCCIOS
1. Alencar faz uma descrio de Iracema. uma descrio fsica ou moral?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
2. O Romantismo procura valorizar nossa fauna e nossa flora. Trata-se de uma forma de nacionalismo. Isso ocorre
no texto lido? Justifique.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
3. A natureza, no texto, decorativa ou h um entrosamento, uma harmonia entre a personagem e ela? Explique.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
SENHORA (FRAGMENTO)
O fragmento que voc vai ler pertence ao ltimo captulo do romance Senhora. O enredo o seguinte:
Fernando Seixas abandona a noiva, Aurlia Camargo, trocando-a por Adelaide, de quem no gosta, mas
que possui um dote. Mais tarde, Aurlia recebe uma herana e, atravs do seu tutor, oferece 100 contos ao ex-noivo
para se casarem. Casados, Aurlia passa a trat-lo como um objeto comprado. Fernando ganha dinheiro na bolsa de
valores e paga o seu resgate, aps o que se conciliam para sempre.
Depois de restituir o dinheiro a Aurlia, partindo o vnculo que os prendia, Seixas procura justificar-se:
Oua-me; desejo que um dia remoto, quando refletir sobre este acontecimento, me restitua uma parte da
sua estima; nada mais. A sociedade no seio da qual me eduquei, fez de mim um homem sua feio; o luxo
dourava-me os vcios, e eu no via atravs da fascinao o materialismo a que eles me arrastavam. Habituei-me a
considerar a riqueza como primeira fora viva da existncia, e os exemplos, ensinavam-me que o casamento era
meio to legtimo de adquiri-la, como a herana e qualquer honesta especulao. Entretanto, ainda assim, a senhora
me teria achado inacessvel tentao, se logo depois que seu tutor procurou-me, no surgisse uma situao que
me aterrou. No somente vi-me ameaado da pobreza, e o que mais me afligia, da pobreza endividado, como me
achei o causador, embora involuntrio, da infelicidade de minha irm cujas economias eu havia consumido, e que ia
perder um casamento por falta de enxoval. Ao mesmo tempo minha me, privada dos mdicos recursos que meu pai
lhe deixara, e de que eu tinha disposto imprevidentemente pensando que os poderia refazer mais tarde!... Tudo isto
me abateu. No me defendo; eu devia resistir e lutar, nada justifica a abdicao da dignidade. Hoje saberia afrontar a
adversidade, e ser homem; naquele tempo no era mais do que um ator de sala; sucumbi. Mas a senhora regenerou-
me e o instrumento foi esse dinheiro. Eu lhe agradeo.(...)
Seixas recuou um passo at o meio do aposento, e fez uma profunda cortesia, qual Aurlia respondeu.
Depois atravessou lentamente cmara nupcial agora iluminada. Quando erguia o reposteiro ouviu a voz da mulher.
Um instante! - disse Aurlia.
Chamou-me?
O passado est extinto. Estes onze meses, no fomos ns que os vivemos, mas aqueles que se acabam
de separar, e para sempre. No sou mais sua mulher; o senhor j no meu marido. Somos dois estranhos. No
verdade?
Seixas confirmou com a cabea.
Pois bem, agora me ajoelho eu a teus ps, Fernando, e suplico-te que aceites meu amor, este amor que
nunca deixou de ser teu, ainda quando mais cruelmente ofendia-te.
A moa travara das mos de Seixas e o levara arrebatadamente ao mesmo lugar onde cerca de um ano
antes ela infligira ao mancebo ajoelhado a seus ps, a cruel afronta.
Mais autores:
Franklin Tvora: Apesar de ter sido um dos fundadores do regionalismo brasileiro, propondo uma
literatura baseada na realidade, na histria, na geografia e nos costumes locais, produziu romances
enfadonhos. No conseguiu realizar suas intenes realistas e naturalistas, deixando que em sua
obra se impusesse o convencionalismo romntico.
Suas principais obras so: Os ndios do Jaguaribe, A casa de palha; O Cabeleira; O matuto,
Loureno.
Os fragmentos seguintes permitem uma comparao que vai revelar o declnio do estilo romntico.
Primeiramente mostraremos textos extrados de romances romnticos; embaixo, trechos extrados do romance
Memrias de um sargento de milcias, de Manuel Antnio de Almeida:
A figura da mulher
Texto A Descrio de uma herona imaginada pela personagem central do O moo Loiro, romance de
Joaquim M. de Macedo.
Eu vi uma mulher verdadeiramente bela. Seus cabelos so negros e fuzidios como azeviche; seus olhos
grandes, pretos e ardentes, dardejavam vistas de fogo to penetrantes como o raio de sol.
Sua fronte branca, elevada e lisa, o trono do mais nobre sossego; seu rosto plido, melanclico e doce (...)
Seus braos so alvos e torneados.
Texto B Luisinha a personagem por quem Leonardo, o heri do romance, se apaixona. Leia a descrio
da moa.
Era alta, magra, plida; andava com o queixo enterrado no peito, trazia as plpebras sempre baixas e
olhava a furto; tinha os braos finos e compridos; o cabelo, cortado, dava-lhe apenas at o pescoo, e como andava
mal penteada(...) uma grande poro caa-lhe sobre a testa e olhos como viseira. Trajava nesse dia um vestido de
chita roxa muito comprido.
O Amor
Texto A Observe a retomada do romance entre as personagens. Aurlia dirige-se a Seixas, Em Senhora.
Aquela que te humilhou, aqui a tens abatida, no mesmo lugar onde ultrajou-te, nas iras da sua paixo.
Aqui a tens implorando teu perdo e feliz porque te adora, como senhor de sua alma.
Autor e obra:
Leia o fragmento do captulo XVIII das Memrias de um sargento de milcias, cujo enredo o seguinte:
Leonardo Pataca e Maria, pais do anti-heri Leonardo, se conhecem numa viagem de navio. Pataca aplica
um belisco em Maria e recebe de volta uma pisadela. Nove meses depois, filho de uma pisadela e de um belisco,
nascia Leonardo. Sua me foge com um capito de navio e Leonardo fica aos cuidados do compadre, depois de ver-
se enjeitado pelo pai. Preguioso e desordeiro preso pelo Major Vidigal e obrigado a engajar-se como soldado. A
farda no lhe modifica o carter, e novamente preso. Maria Regalada, ex-amante do Major, interfere e consegue
convencer Vidigal a libertar Leonardo e promove-lo a sargento. Leonardo, enfim, casa-se com Luisinha e tudo
termina bem.
EXERCCIOS
A utilizao do ter em anestesia, a assepsia, a formulao da teoria microbiana das doenas, a descoberta
dos microrganismos responsveis pela sfilis, pela malria e pela tuberculose foram conquistas cientficas da
segunda metade do sculo XIX, alm de outros avanos cientficos muito marcantes.
Essa evoluo da cincia permitiu explicar fenmenos at ento inexplicveis ou alterou a maneira de
explicar outros, considerados como j desvendados. O cientificismo substituiu progressivamente o subjetivismo
romntico, que marcara o incio do sculo. Atribuiu-se cincia o poder de dar a conhecer as coisas como elas
efetivamente eram a capacidade de resolver os problemas da humanidade. Por isso, considerou-se que os mtodos
da cincia deviam ser estendidos a todos os domnios da vida humana. Esse esprito cientfico gerou novas maneiras
de pensar, de viver, de produzir arte.
Impulsionou a aceitao desses princpios a publicao da obra A origem das espcies, de Charles Darwin,
na qual o cientista expe a teoria da evoluo das espcies por seleo natural: o meio ambiente condicionaria todos
os seres, deixando sobreviver os mais fortes e eliminando os mais fracos. A teoria, que nega a origem divina do
mundo, dogma bastante respeitado no perodo romntico, foi rejeitada por muitos e exaltada por outros, que a
consideraram uma espcie de nova Bblia.
Na anlise e compreenso da cultura da segunda metade do sculo XIX importante considerar ainda
estes aspectos:
a) A pequena burguesia (classe mdia da poca) passou a ocupar o primeiro plano no cenrio histrico, em
detrimento da aristocracia e mesmo do clero. Unida de incio ao proletariado, essa classe social ops-se
aristocracia, seguindo mais tarde rumo diferente.
b) No campo da economia, o acentuado interesse pelo liberalismo herana do perodo anterior fazia
prover a vitria do capitalismo industrial e, com ele, a ideia do lucro.
Como diz o historiador Arnold Hauser: O dinheiro a fora que domina toda a vida pblica e privada e [...]
todos os direitos passam a exprimir-se atravs dele.
Os trabalhadores assalariados viviam em condies miserveis e excludos das vantagens decorrentes do
avano cientfico e industrial.
c) Tentou-se aplicar filosofia os mesmos critrios empregados nas cincias naturais, e surgiu a corrente
de pensamento denominada positivismo, que sustentava que a realidade s poderia ser analisada a partir da
observao dos fatos, rejeitando qualquer explicao metafsica para a origem do homem e do mundo. Todos os
fenmenos se resumiriam, portanto, ao seu aspecto material. Essa concepo filosfica era bastante adequada a
uma sociedade que valorizava os bens materiais acima de qualquer coisa. O materialismo outro trao dominante do
perodo.
Foi nesse contexto que surgiu a arte realista.
O realismo ocorre toda vez que a arte procura expressar o mundo de maneira objetiva, deixando em
segundo plano a subjetividade e o sentimentalismo. Por isso, em qualquer poca pode-se falar de arte realista para
designar a arte resultante de uma atitude racional, lgica, diante das coisas.
J o termo Realismo designa um estilo de poca que predominou na segunda metade do sculo XIX. A arte
desse perodo desprende-se do sonho, da fantasia, da subjetividade, guiando-se por uma concepo lgica, racional,
do mundo.
Caractersticas do Realismo
Veracidade Desprezando a imaginao romntica, o realista procura narrar fatos que tenham seus
correspondentes na realidade exterior, evitando, portanto, situaes que possam parecer artificiais ou improvveis.
Contemporaneidade Ao contrrio dos romnticos, que se evadiam para um mundo situado no passado ou
no futuro, o realista procura a realidade que lhe contempornea.
Retrato fiel das personagens Na busca da verdade, o realista prefere retratar tipos concretos, vivos, no-
idealizados. Por coincidir com o desenvolvimento da psicologia, o Realismo, alm de retratar, procura interpretar o
carter da personagem e os motivos de suas aes. comum a caracterizao de indivduos que representem
aspectos negativos da natureza humana: o avarento, o covarde, o ambicioso, o fraco, o mesquinho, a adltera, a
prostituta, etc.
Gosto pelos detalhes especficos Objetivando preciso e fidelidade, o realista no abre mo dos detalhes
e mincias na caracterizao das personagens e ambientes, na observao de atitudes e sentimentos. Isto tambm
contribui para uma certa lentido da narrativa.
Materializao do amor Ao contrrio do romntico que tem uma viso espiritual e sentimental do amor, o
realista volta-se para o aspecto fsico. O homem passa a ver a mulher como objeto de prazer e comum a temtica
do adultrio e dos crimes passionais.
Denncias das injustias sociais Acreditando numa funo social da arte, os realistas fazem dela uma
arma de combate e denncia das diferenas sociais, mostrando os preconceitos, a hipocrisia, a ambio dos homens
e a explorao das classes menos favorecidas.
Determinismo e relao causa e efeito O realista procura uma explicao lgica para as atitudes das
personagens, considerando a soma de fatores que justificam suas aes. D-se nfase ao instinto, ao meio ambiente
e hereditariedade como foras determinantes do comportamento do indivduo.
Linguagem prxima realidade e preocupao formal O realista utiliza-se de palavras menos nobres e
at mesmo vulgares como: tuberculose, molstia, cebolas, moedas, carne, podrido. A linguagem realista simples,
natural, correta, clara e equilibrada.
No romance de tendncia naturalista a ao muito importante, j que permite exteriorizar o drama vivido
pelas personagens. J no romance realista a ao menos importante, pois predomina a preocupao com o mundo
interior da personagem.
Apesar da imparcialidade e da impessoalidade que o narrador procura manter, no se deve confundir uma
obra de arte, mesmo realista, com um documento. Interpretando a vida por meio de mtodos parecidos com os das
cincias exatas, o escritor realista/ naturalista procura tambm provocar discusso sobre a realidade social e
contribuir no sentido de modific-la. A burguesia, vista como uma classe social repleta de vcios romnticos,
especialmente o egosmo e o individualismo, torna-se o alvo predileto da crtica desses escritores, assim como a
Igreja.
No plano poltico, os realistas/ naturalistas defendiam ideias republicanas e socialistas, e acentuava-se o
repdio monarquia e ao clero. Os artistas passaram a considerar suas obras como instrumento de denncia e de
combate. a chamada arte engajada.
EXERCCIOS
1. Leia:
[...] Em, outras circunstncias, colocado em meio social diverso, talvez que padre Antonio de Morais viesse a ser um
santo, no sentido puramente catlico da palavra [...]. Mas nos sertes do Amazonas, numa sociedade quase
rudimentar, sem moral, sem educao... vivendo no meio da mais completa liberdade de costumes, sem a coao da
opinio pblica [...] devia cair na regra geral dos seus colegas de sacerdcio, sob a influncia enervante e corruptora
do isolamento, e entregara-se ao vcio e depravao[...]
(Ingls de Sousa O missionrio)
a) No texto enfatiza-se a influncia do meio sobre a personagem. Explique:
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
2. Leia:
Por determinismo entende-se a relao entre os fenmenos. De acordo com o determinismo, os fenmenos se
relacionam de forma to rigorosa que, a um dado momento, todo fenmeno est completamente condicionado pelos
que o precedem e acompanham e, ao mesmo tempo, condiciona os que o sucedem.
O texto seguinte trata da personagem Jernimo, um trabalhador portugus que passou a morar num cortio no Rio
de Janeiro:
O portugus abrasileirou-se para sempre; fez-se preguioso, amigo das extravagncias e dos abusos, luxurioso e
ciumento; fora-se-lhe de vez o esprito da economia e da ordem; perdeu a esperana de enriquecer[...]
(Alusio Azevedo O cortio)
a) Que verbo do texto revela que a personagem acabou condicionada ao meio?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
b) Resuma as caractersticas que ela teria perdido.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
c) Aproveitando um movimento da rapariga para compor o traje, Craprina ergueu-se, e recuou de salta. Arquejava
de cansao e da boca lhe borbulhava sangrenta espuma. Os olhos, injetados, fulgiam de volpia brutal, louca,
fincando-se desvairados em Luzia, desgrenhada, o seio nu e as penas esculturais a surgirem pelos rasges das
saias, cadas em farrapos. brio de luxuria, exasperado pela invocao de Alexandre, o monstro, recobrando o alento
acometeu a, rugindo. Luzia conchegou o peito as vestes dilaceradas, e, com a destra, tentou garrotear o pescoo;
mas, sentiu se presa pelos cabelos e conchegada ao soldado que, em convulso horrenda, delirante, a ultrajava
com uma voracidade comburente de beijos. Sbito, ela lhe cravou as unhas no rosto para afasta lo e evitar o
contato afrontoso. (Lusa-Homem, Domingos Olmpio)
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
1865 O poeta Antero de Quental publica seu livro de poemas Odes modernas, considerando o marco
inicial do Realismo portugus.
1890 A publicao da obra Oaristos, de Eugnio de Castro, marca o incio do Simbolismo em Portugal.
A Questo Coimbr foi uma polmica entre escritores de Lisboa e Coimbra, em que se defrontaram os
defensores de ideias consideradas ultrapassadas e os adeptos das novas correntes de pensamento que tomavam
conta da Europa.
O escritor romntico portugus Antnio de Castilho, muito respeitado pelo publico e lder de um grupo de
poetas ultrarromnticos, escreveu um posfcio obra Poema da mocidade, de Pinheiro Chagas, poeta que ainda
seguia rigidamente o modelo romntico. Nesse posfcio, Castilho acusava os novos escritores de exibicionismo.
Entre os acusados achava-se Antero de Quental, lder do grupo de jovens escritores. Quental elaborou em resposta
um folheto denominado Bom Senso e Bom Gosto, em que ridicularizava Castilho e defendia a nova gerao. Estava
criada a polmica, que, na verdade, refletia a discordncia entre romnticos e realistas.
Folhetos continuaram saindo, e dois grupos se formaram, um liderado por Castilho e outro por Quental. Os
princpios defendidos pela nova gerao consolidaram-se numa srie de palestras, as Conferncias do Cassino
Lisbonense, em que os jovens expunham novas ideias a respeito da poltica e da vida cultural do pas.
Aos poucos, os moos de Coimbra firmaram seus pontos de vista. Passaram a ser conhecidos como
gerao de 70 ou gerao realista.
PROSA
Voc vai ler um trecho do romance O primo Baslio, de Ea de Queirs, publicado em 1878.
Lusa e Jorge formavam um casal feliz at o aparecimento de Baslio, primo de Lusa. Na ausncia do
marido, que viajara a trabalho por alguns meses, e influenciada pelas leituras de folhetins, Lusa acabou tornando-se
amante do primo Baslio. Chantageada pela empregada, que se apossou de algumas cartas dela ao amante, Lusa
morre de estranha febre cerebral, logo aps o regresso de Jorge.
O fragmento que vamos ler narra a primeira ida de Lusa ao Paraso, local dos encontros furtivos do casal
de amantes.
Ia encontrar Baslio no Paraso pela primeira vez. E estava muito nervosa; no pudera dominar, desde pela
manh, um medo indefinido que lhe fizera pr um vu muito espesso, e bater o corao ao encontrar Sebastio. Mas
ao mesmo tempo uma curiosidade intensa, mltipla, impelia-a com um estremecimentozinho de prazer. Ia, enfim,
ter ela prpria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era uma forma nova do amor que ia
experimentar, sensaes excepcionais! Havia tudo a casinha misteriosa, o segredo ilegtimo, todas as palpitaes
do perigo! Porque o aparato impressionava-a mais que o sentimento; e a casa em si interessava-a, atraa-a mais que
Baslio! Como seria? Era para os lados de Arroios, adiante do Largo de Santa Brbara; lembrava-se vagamente que
havia ali uma correnteza de casas velhas... Desejaria antes que fosse no campo, numa quinta, com arvoredos
murmurosos e relvas fofas; passeariam ento, com as mos enlaadas, num silncio potico; e depois o som da
gua que cai das bacias de pedra daria um ritmo lnguido aos sonos amorosos...Mas era num terceiro andar, - quem
sabe como seria dentro? (...)
(...) Imaginava Baslio esperando-a estendido num div de seda; e quase receava que a sua simplicidade
burguesa, pouco experiente, no achasse palavras bastante finas ou carcias bastante exaltadas. Ele devia ter
conhecido mulheres to belas, to ricas, to educadas no amor! Desejava chegar num coup seu, com rendas de
centos de mil- ris, e ditos to espirituosos como um livro...
A carruagem parou ao p de uma casa amarelada, com uma portinha pequena. Logo entrada um cheiro
mole e salobro enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caa,
e a umidade fizera ndoas. No patamar da sobreloja, uma janela com um gradeadozinho de arame, parda do p
acumulado, coberta de teias de arame, parda do p acumulado, ao lado, sentia-se ranger de um bero, o chorar
doloroso de uma criana.
Mas Baslio desceu logo, com um charuto na boca, dizendo baixo:
- To tarde! Sobe! Pensei que no vinhas. O que foi?
A escada era to esguia, que no podiam subir juntos. E Baslio, caminhando adiante, de esguelha:
- Estou aqui desde a uma hora, filha! Imaginei que te tinhas esquecido da rua...
Empurrou uma cancela, f-la entrar num quarto pequeno, forrado de papel s listras azuis e brancas.
Lusa viu logo, ao fundo, uma cama de ferro com uma colcha amarelada, feita de remendos, juntos de
chitas diferentes; e os lenis grossos, de um branco encardido e mal lavado, estavam impudicamente entreabertos...
Fez-se escarlate; sentou-se, calada, embaraada. E os seus olhos muito abertos iam-se fixando nos
riscos ignbeis da cabea dos fsforos, ao p da cama; na esteira esfiada, comida, com uma ndoa de tinta
ESTUDO DO TEXTO
1. Sobre o local do encontro, a casinha misteriosa, ocorre uma oposio entre o devaneio de Lusa e a realidade.
Explique:
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
2. Releia:
Ia, enfim, ter ela prpria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos!
Considerando o fragmento, responda: qual foi o objetivo do autor ao colocar em oposio devaneio e realidade?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
3. Porque o aparato impressionava-a mais que o sentimento... O superficialismo de Lusa resulta do:
a) predomnio da razo sobre a imaginao.
b) predomnio da imaginao sobre a razo.
5. Releia a descrio da cena vista por Lusa no penltimo pargrafo do texto. Que caracterstica naturalista se pode
a identificar?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
a) Poesia como veculo de divulgao de ideias revolucionrias e reformistas. Guerra Junqueiro e Antero de Quental
em uma parte de sua obra representam bem essa tendncia.
b) Poesia do cotidiano, assim chamada porque procura flagrar a realidade material exterior e o dia-a-dia das
pessoas, assuntos at ento considerados antipoticos e submetidos a idealizao quando apareciam na poesia. O
melhor representante da poesia do cotidiano Cesrio Verde.
c) poesia metafsica, ou seja, a poesia que se preocupa com as questes filosficas eternas do ser humano. Ope-se
tendncia anterior. Antero de Quental o poeta mais representativo dessa tendncia, apresentado uma viso de
mundo bastante pessimista.
Antero de Quental (1842 91) o autor mais importante da poesia realista portuguesa. Seu livro de
poemas Odes modernas considerado o marco inicial do Realismo/ Naturalismo em Portugal. Os
poemas escritos na ltima fase de sua vida refletem o pessimismo que levou o poeta ao suicdio, aos 49
anos.
O PALCIO DA VENTURA
CONTEXTO HISTRICO
Com a extino do trfico de escravos, capitais vultosos ficaram disponveis e foram investidos em
atividades urbanas, incrementando o progresso da burguesia mercantil, que residia nas cidades. Um novo tipo de
mo-de-obra entrou no pas: a do imigrante assalariado, que vinha substituir o trabalho escravo. Paralelamente,
ocorria a marginalizao dos negros.
Graas expanso da lavoura cafeeira, novas povoaes surgiram. O eixo econmico do pas deslocou-se
para o Sul.
tambm notvel o progresso tecnolgico no perodo: melhor aparelhamento dos portos, inaugurao da
primeira estrada de ferro, inaugurao do telgrafo e emprego da energia eltrica.
Surgem os primeiros jornais com periodicidade regular os peridicos.
Superava-se o regime monrquico. A forma republicana de governo aparecia j como alternativa e acabou
tornando-se realidade em 1889.
Nesse clima, chegou-nos na Frana o positivismo, cuja influncia foi grande, sobretudo no meio militar e na
burguesia. Divulgavam-se ideias de intelectuais que viam no mtodo cientifico uma ferramenta segura para a
renovao do pensamento histrico, poltico e econmico do pas.
O novo estilo iniciou-se em 1881 com a publicao de duas obras: O mulato, de Alusio Azevedo, de
tendncia naturalista, e Memrias pstumas de Brs Cubas, de Machado de Assis, de tendncia realista. Ambos so
romances urbanos.
O regionalismo, que se iniciara na poca romntica, continuava vivo, adaptando-se ao novo estilo, sem
idealizao de personagens ou do meio, como se pode observar nos romances Luzia-Homen, de Domingos Olmpio,
e de Dona Guidinha do Poo, de Manuel de Oliveira Paiva.
Alm do romance urbano e do romance regional, merece registro a prosa de Raul Pompia, escritor famoso
por uma nica obra O Ateneu , que ilustra a tcnica impressionista: no impressionismo, a dimenso prpria das
coisas e fatos tem pouca importncia; o que conta so as impresses e recordaes do narrador. O enredo no
obedece a uma sequncia lgica, mas constri-se de fragmentos da memria do narrador. Publicado em 1888, o
romance de Pompia j esboa uma reao ao Naturalismo.
Alusio de Azevedo Deixou-nos uma produo literria heterognea. Ora publicava folhetins
romnticos, ora romances naturalistas de forte contedo social, nos quais denunciava o
preconceito racial e de classe, a ambio do enriquecimento fcil, os problemas morais, as
injustias e misrias sociais. Muitas das suas personagens so seres desprezveis e no raro
descries de homens comparados a animais irracionais.
Sob a influncia de Ea de Queiros, buscou interpretar a realidade brasileira com base nas teorias
cientfico-filosficas, preocupando-se com o pormenor cientfico, com a patologia das suas personagens em com a
burguesia decadente.
Dos romances naturalistas, dentre os quais se destacam O mulato, Casa de penso e O cortio, so de
grande importncia e contrastam com as obras que publicava alternadamente para atender s suas necessidades
econmicas, fazendo concesses a uma classe de leitores ainda afeita ao romantismo piegas. No sendo um criador
de tipos, o social e o coletivo (a cidade, as habitaes coletivas) destacam-se mais do que suas personagens.
O trecho que voc vai ler pertence ao romance O cortio, de Alusio Azevedo. Nele o autor focaliza a vida
numa dessas habitaes coletivas do Rio de Janeiro do sculo XIX, meio onde proliferavam misrias e vcios,
despudores e crimes.
RITA BAIANA
ESTUDO DO TEXTO
1. Que diferenas podemos estabelecer entre a caracterizao de Rita Baiana e uma personagem feminina dos
romances romnticos?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
2. Como voc caracteriza o meio social do cortio? Em que ele difere do ambiente romntico?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
4. O narrador faz questo de retratar atitudes e personagens primitivas, acentuando a degradao dos tipos. Para
isso, no romance, aproxima-os insistentemente de insetos e animais. Retire do texto exemplos que exemplifiquem
essa afirmao.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
O ATENEU
(fragmento)
Em o Ateneu o autor rememora os tempos de internato, valendo-se da personagem Srgio, sua projeo
pessoal. Este, adulto, quer retratar com objetividade e iseno aqueles tempos, porm o adulto deixa-se dominar
pelas impresses do menino, perdendo a objetividade e a impessoalidade e passando a deixar fluir as impresses
que lhe ficaram daquele ambiente corrupto, dominado pelos vcios, pelo dinheiro e pela nsia de poder, responsveis
pelas distores de carter de muitos dos meninos que ali chegavam. Destacam-se na obra a anlise psicolgica, a
plasticidade das descries e o retrato caricatural das personagens.
J me era lcito julgar iniciado na convivncia ntima da escola. Chamado por Mnlio a provas, conseguiu
agradar, conquistando uma aura que me devia por algum tempo favorecer. Encontrei o Barbalho. Tinha a face
marcada pelas minhas unhas; evitou-me. No recreio cometi a injustia de ir deixando o Rebelo. Tambm o amvel
camarada tinha na boca um mau cheiro que lhe prejudicava a pureza dos conselhos; demais, falava prendendo a
gente com dedos de toques e soltando os aforismos queima-roupa. Por seu lado o venerado colega correspondeu
ao movimento maando-se comigo, e amuando. Durante as aulas, em que nos sentvamos perto um do outro,
absorvia-se em sua desesperada ateno e era como se estivesse a muitas milhas. Se, todavia, por imprescindvel
necessidade tinha de me falar, ento dirigia-me a palavra com habitual afabilidade de jovem cura.
Estava aclimado, mas eu me aclimara pelo desalento, como um encarcerado no seu crcere.
Depois que sacudi fora a tranca dos ideais ingnuos, sentia-me vazio a nimo; nunca percebi tanto a
espiritualidade impondervel da alma; o vcuo habitava-me dentro. Premia-me a fora das coisas; sentia-me
acorvadado. Perdeu-se a lio viril de Rebelo: prescindir de protetores. Eu desejei um protetor, algum que me
valesse, naquele meio hostil e desconhecido, e um valimento direto mais forte do que palavras.
(Raul Pompia)
Vocabulrio:
Torqus espcie de alicate;
Aforismo sentena, mxima, espcie de ditado;
Impondervel que no se pode pesar ou avaliar;
Premer apertar, comprimir;
Viril relativo masculinidade;
Prescindir dispensar.
2. Em que trecho o narrador declara que sua ambientao no Ateneu deveu-se ao fato de no ter outra opo?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
3. Que mudana ocorre na personalidade do narrador ao conviver em um ambiente que ele considerava degradante,
imoral?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
I. Pessimismo Decorre destas constataes: a sociedade leva o ser humano hipocrisia; as causas
nobres sempre ocultam interesses impuros.
II. Ironia uma das formas de conduzir o leitor reflexo sobre a condio humana.
III. Humor Alm do humor que decorre de ironia, algumas vezes a narrativa machadiana atinge o
cinismo. Leia esta reflexo, extrada de uma crnica de Machado:
H dessas lutas terrveis na alma de um homem. No, ningum sabe o que se passa no interior da cabea de um
sobrinho, tendo de chorar a morte de um tio e receber-lhe a herana. Oh, contraste maldito! Aparentemente tudo se
recomporia, desistindo o sobrinho do dinheiro herdado; ah! Mas ento seria chorar duas coisas: o tio e o dinheiro.
As personagens criadas por Machado no so seres extraordinrios nem procedem de maneira heroica.
So homens e mulheres comuns, dotados de sentimentos contraditrios, complexos, como qualquer ser humano
real.
O autor penetra na conscincia das personagens, descrevendo um mundo em que descobre e denuncia,
com frequncia, a paixo pelo dinheiro, o medo da opinio alheia, a dissimulao.
Machado desmascara tambm o jogo das relaes sociais, enfatizando o contraste entre a essncia (o que
as personagens so) e a aparncia (o que as personagens aparentam ser).
I. Predomnio da reflexo sobre a ao Pelo fato de concentrar-se na vida interior das personagens,
a narrativa machadiana apresenta pouca ao e muita reflexo. Atitudes e emoes pesam mais
que o desenrolar da histria.
II. Interferncia do narrador: conversa com o leitor e metalinguagem, o autor conversa com seu
interlocutor (e com o leitor), para esclarecer, ironizar, justificar-se.
d) Quanto temtica
So frequentes na obra de Machado os temas seguintes: a relatividade dos conceitos morais, o tdio; a
loucura; o adultrio.
DOM CASMURRO
(fragmento)
Dom Casmurro , para muitos, uma das melhores obras de Machado
de Assis. O ttulo deve-se ao temperamento casmurro (calado, ensimesmado)
de Bentinho, que, recolhido solido de sua casa, conta a sua prpria vida.
Apaixonado por Capitu, mas destinado ao seminrio por promessa de sua me,
Bentinho, no seminrio, conhece Escobar, seu melhor amigo. Decidido a
abandonar o seminrio, casa-se com Capitu, seu amor de infncia, descrita por
dissimulada e esquiva. Certas atitudes da esposa levam-no a desconfiar que Cena srie CAPITU adaptao de Dom
Casmurro (TV Globo) - 2008
ela o traa com Escobar. Com a morte deste e a tristeza de Capitu, aumenta-lhe a suspeita, acrescida do fato de
descobrir em seu filho traos fisionmicos do amigo morto. O casal acaba por separar-se. Par o leitor fica a eterna
dvida se Bentinho fora mesmo trado ou se tudo no passou de imaginao sua.
Enfim, chegou a hora da encomendao e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero
daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam tambm, as mulheres todas. S Capitu, amparando a
viva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arranc-la dali. A confuso era geral. No meio dela,
Capitu olhou alguns instantes para o cadver to fixa, to apaixonadamente fixa, que no admira lhe saltassem
algumas lgrimas poucas e caladas...
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando disfaradamente
para a gente que estava na sala. Redobrou de carcias para a amiga, e quis lev-la; mas o cadver parece que a
retinha tambm. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viva, sem o pranto nem
palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar l fora, como se quisesse tragar tambm o nadador da
manh.
CXXIV O discurso
- Vamos, so horas...
Era Jos Dias que me convidava a fechar o atade. Fechamo-lo, e eu peguei numa das argolas; rompeu o
alarido final. Palavra que, quando cheguei porta, vi o sol claro, tudo gente e carros, as cabeas descobertas, tive
um daqueles meus impulsos que nunca chegavam execuo: foi atirar rua caixo, defunto e tudo. No carro disse
a Jos Dias que se calasse. No cemitrio tive de repetir a cerimnia da casa, desatar as correias, e ajudar a levar o
fretro cova.(...)
- Ento, fale.
Era o discurso. Queriam o discurso. Tinham jus ao discurso anunciado. Maquinalmente, meti a mo no
bolso, saquei o papel e li-o aos trambolhes, no todo, nem seguido, nem claro; a voz parecia-me entrar em vez de
sair, as mos tremiam-me. No era s emoo nova que me fazia assim, era o prprio texto, as memrias do amigo,
as saudades confessadas, os louvores pessoa e aos seus mritos; tudo isto que eu era obrigado a dizer e dizia
mal. Ao mesmo tempo, temendo que me adivinhassem a verdade, forcejava por escond-la bem. Creio que poucos
me ouviram, mas o gesto geral foi de compreenso e de aprovao. (Machado de Assis)
ESTUDO DO TEXTO
1. Dois captulos do romance Dom Casmurro tm o ttulo Olhos de ressaca. No captulo XXXIII, Bentinho descreve
pela primeira vez os olhos de Capitu:
Tinha-me lembrado a definio que Jos Dias dera deles, olhos de cigana oblqua e dissimulada. Eu no sabia o
que era oblqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. (...) Olhos de ressaca? V, de
ressaca.
Que julgamento de Bentinho, implcito no segundo pargrafo do captulo CXXII, poderia justificar a repetio do ttulo
Olhos de ressaca?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
2. Capitu olhou alguns instantes para o cadver to fixa, to apaixonadamente fixa, que no admira lhe saltassem
algumas lgrimas poucas e caladas....
Que advrbio se destaca neste trecho caracterizando um julgamento pessoal e subjetivo do narrador?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
3. O narrador refere-se vrias vezes ao carter dissimulado, fingido, disfarado de Capitu. Entretanto, no texto
transcrito ele tambm age dissimuladamente. Ele estaria cumprindo que tipo de obrigaes: afetivas ou sociais? Em
que momento lhe pesa mais essa dissimulao?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
4. Com base no texto, voc diria que o narrador est mais preocupado com a anlise psicolgica das personagens ou
com as aes ou cenrios? Explique
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
6. Na vida real voc acha que podemos julgar uma pessoa fundamentados apenas no relato de outra? Explique.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Seus contos so considerados por muitos crticos o melhor do que escreveu, representam no s a
culminncia da obra de Machado de Assis, como um conjunto cuja harmonia foi raramente atingida.
Harmonia que resulta, j da colnia e da constncia dos pontos de vista de Machado de Assis em relao
ao homem e vida, j da lmpida simplicidade da sua linguagem e do deu estilo s suas ideias.
A escolha dos temas como o das palavras parece ter nele obedecido sempre o mesmo desejo de buscar as
mudanas de ficar as sutilezas, de descobrir secretas relaes. A tendncia que o fazia notar um movimento
recndito da alma de uma personagem era, em essncia, a mesma que o levava a colar um substantivo, um adjetivo
inesperado, mas que lhe conferia maior significao.
Os principais contos de Machado de Assis so: missa do galo, O espelho, A cartomante, Aurora sem dia, A
causa secreta, A chinela turca, Marcha fnebre, Uma noite, Uns braos, Um homem clebre, Verba testamentria, O
enfermeiro, Teoria do Medalho, Um co de lata ao rabo, A igreja do diabo, O alienista, Mariana, Noite de almirante,
O emprstimo, Sem olhos, Um almoo, O escrivo em Coimbra, Papis velhos, etc.
EXERCCIOS
1. (PUC-RS) Instruo: Para responder questo, ler o seguinte trecho do conto A parasita azul, de Machado de
Assis.
H cerca de dezesseis anos, desembarcara no Rio de Janeiro, vindo da Europa, o Sr. Camilo Seabra,
goiano de nascimento, que ali fora estudar medicina e voltava agora com o diploma na algibeira e umas saudades no
corao. Voltava depois de uma ausncia de oito anos, tendo visto e admirado as principais coisas que um homem
pode ver e admirar por l, quando no lhe falta gosto nem meios. (...) Quando veio a hora de desembarcar f-lo com
a mesma alegria com que o ru transpe os umbrais do crcere. O escaler afastou-se do navio em cujo mastro
flutuava uma bandeira tricolor; Camilo murmurou consigo:
Adeus, Frana!
Depois envolveu-se num magnfico silncio e deixou-se levar para terra. O espetculo da cidade, que ele
no via h muito tempo, sempre lhe prendeu um pouco a ateno. No tinha porm dentro da alma o alvoroo de
Ulisses ao ver a terra da sua ptria. Era antes pasmo e tdio.
a) sente-se como algum que deixa a liberdade para entrar numa priso.
b) representa a elite brasileira que costumava enviar seus filhos para estudarem na Europa.
c) havia sentido muita saudade da liberdade da sua terra natal, embora houvesse apreciado estudar na Frana.
d) no sente entusiasmo ao desembarcar no Rio de Janeiro e, nesse sentido, diferente de Ulisses, heri da
Odisseia, de Homero, que fica feliz ao retornar a sua taca.
e) vira, na Europa, aquilo que uma pessoa que possui recursos e gosto costuma admirar.
Nessa passagem, o narrador machadiano faz uso de uma de suas principais caractersticas,
a) a ingenuidade poltica, que no lhe permitiu avaliar a significao trgica e cruel do escravismo.
b) o conformismo poltico, pelo qual buscava justificar a necessidade histrica do sistema escravocrata.
c) o conservadorismo monrquico, que o levou a combater o movimento abolicionista.
d) a mordacidade crtica, presente na provocadora operao da naturalizao da violncia.
e) a indiferena pela Histria, razo pela qual preferiu tratar de questes msticas e metafsicas.
3. (Cefet-MG) O _____ se tingir de ______, no romance e no conto, sempre que fizer personagens e enredos se
submeterem ao destino cego das leis naturais que a cincia da poca julgava ter codificado.
No texto acima, preenchem-se as lacunas, respectivamente, com:
a) Realismo / Naturalismo
b) Romantismo / Naturalismo
c) Realismo / Romantismo
d) Romantismo / Realismo
e) Naturalismo / Realismo
O estilo parnasiano surgiu na Frana. O termo relaciona-se a um lugar mitolgico da Grcia, o Parnassus,
que seria a morada das musas e fonte de inspirao para os artistas.
Na revista literria L Parnasse Contemporain (O Parnaso Contemporneo), os poetas novos faziam uma
poesia em tudo oposta subjetividade romntica.
Um dos princpios norteadores dos parnasianos era a arte pela arte, ou seja, a concepo de que a arte
deve estar compromissada da realidade, procurando atingir sobretudo a perfeio formal, ou seja, a arte existiria por
ela mesma e para ela mesma, sem outra finalidade. Os parnasianos elegeram a Antiguidade clssica (cultura geco-
romana) como ponto de referencia para a almejada perfeio formal.
No Brasil, considera-se como marco inicial do Parnasianismo a publicao da obra Fanfarras, de Tefilo
Dias, em 1882.
Caractersticas do Parnasianismo:
Olavo Bilac Um dos poetas mais combatidos pelos modernistas, Olavo Bilac demonstra
em alguns sonetos certo sopro romntico e se caracteriza, basicamente, por dominar com
maestria a potica e a lngua, pela extrema preocupao com o refinamento formal, por ser
predominantemente descritivo, pelo lirismo ertico-amoroso, apaixonado e sensual, e pela
dimenso nacionalista que procurou dar sua obra, louvando a ptria, seus smbolos, seus
heris e o nosso idioma. Na ltima fase, Bilac revela-se mais interiorizado, questionando o
sentido da vida e do mundo, as realidades morais e espirituais.
Suas principais obras so na poesia: Panplias, Via-Lctea, O caador de esmeraldas, Saras de fogo,
Alma inquieta, Sagres, Poesia infantis, Tarde; Na prosa: Crtica e fantasia, Tratado de versificao, escreveu ainda
vrios livros didticos.
RIO ABAIXO
Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga...
Quase noite. Ao sabor do curso lento
Da gua, que as margens em redor alaga,
Seguimos. Curva os bambuais o vento.
b) Nessa descrio, o eu lrico assume o ponto de vista de quem est num barco em movimento. Que verbo da
primeira estrofe comprova essa afirmativa?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
b) Plena nudez
Eu amo os gregos tipos de escultura;
Pags nuas no mrmore entalhadas;
No essas produes que a estufa escura
Das modas cria, tortas e enfezadas.
3. Didaticamente, que obra marca o incio do Parnasianismo no Brasil? Indique tambm seu autor e o ano de
publicao.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
A decadncia econmica europeia nas ltimas dcadas do sculo XIX pe por terra as esperanas
positivistas e materialistas. Uma nova forma de encarar o mundo faz com que se retomem os valores at ento
adormecidos: o idealismo e o misticismo so revitalizados. Surge o Simbolismo, opondo-se ao objetivismo realista.
A Europa vivia em estado de alerta, cada pas procurava aumentar os seus contingentes militares e
aperfeioar os seus armamentos. Era o fantasma da guerra.
As consequncias desse clima se faro sentir mais profundamente logo no incio do sculo XX, e as ltimas
manifestaes simbolistas e as primeiras produes modernistas sero contemporneas da Primeira Guerra Mundial,
em 1914, e da Revoluo Russa, em 1917.
O Simbolismo, refletindo esse momento histrico, percebe a falncia do racionalismo, do materialismo e do
positivismo, insuficientes para a compreenso do mundo exterior, e retorna s tendncias espiritualistas. O sonho, o
inconsciente, a metafsica e a religiosidade renascem na procura de um mundo ideal situado ora no interior do
individuo, ora no sobrenatural. Fugindo ao racionalismo, o artista mergulha ento no irracional, cuja expresso exigia
uma linguagem nova, metafrica e sugestiva.
As primeiras manifestaes simbolistas j estavam presentes na coletnea Parnasse contemporain, com
poemas de Baudelaire, Mallarm e Verlaine. Mas no livro As flores do mal, de Charles Baudelaire, publicado em
1857, que vamos encontrar as diretrizes da potica simbolista e de praticamente toda a moderna poesia europia.
Ainda que o smbolo tenha sempre existido em literatura, no final do sculo XIX que se intensifica o seu
uso, libertando a palavra de sua carga lgica para expressar sentimentos profundamente subjetivos.
Caractersticas do Simbolismo:
Expresso indireta de ideias e emoes Par os simbolistas, a realidade deveria ser expressa de maneira
vaga, nebulosa, imprecisa, ilgica.
Expressividade sonora Dotando o poema de expressividade sonora e valorizando o ritmo, a musicalidade,
as aliteraes, as assonncias e os ecos, os simbolistas procuravam aproximar a poesia da msica, afastando o
poema das referncias concretas e instaurando uma atmosfera vaga, misteriosa e indefinida.
Subjetivismo profundo Desinteressado pela realidade objetiva, o simbolista voltava-se para o seu prprio
eu. Tratava-se de buscar a essncia do ser humano, o inconsciente, o subconsciente e os estados de alma.
Misticismo e espiritualidade O desejo de um mundo ideal, do qual o mundo real apenas uma
representao imperfeita, conduz o simbolista a procurar alcana-lo por meio da poesia, vendo na arte uma forma de
religio. Em alguns autores esse desejo de evaso associa-se a uma viso crist.
Abstrao e preocupao formal - Nascido no seio do Parnasianismo e com ele convivendo at o nosso
sculo, o Simbolismo herdou a preocupao formal e o descompromisso com a realidade mundana, o que o afastou
os poetas dos problemas sociais, deixando-os envoltos em seu prprio universo.
1890 Publicao do livro de poemas Oaristos, de Eugnio de Castro. (Oaristo significa colquio terno,
dilogo amoroso)
1915 Incio do Modernismo, com o lanamento da revista Orpheu.
Conforme j vimos, a poesia simbolista tem relao com a recuperao de alguns valores no-materiais
aps a dcada de 1870.
Em Portugal registrou-se pelo menos um grande momento de crise econmica nos anos de 90 e 91,
assinalado pelo descrdito do povo em relao monarquia.
nessa conjuntura que surge o grupo de escritores conhecido como Os Vencidos da Vida, denominao
reveladora do esprito depressivo que se viveu na poca. Desse grupo, de curta durao, faziam parte escritores
realistas, como Ea de Queirs e Guerra Junqueiro.
Principais autores:
Obras - Poesia: Clepsidra (1920). A palavra que serve de ttulo ao livro denomina um relgio de gua.
Deixou ainda contos, crnicas, ensaios e poemas dispersos em jornais e revistas.
A musicalidade e o poder de sugesto so traos simbolistas de sua obra, considerada a mais
representativa do Simbolismo portugus.
Pessanha desliga-se da subjetividade e questiona os grandes problemas universais, como o fluir do tempo,
a brevidade da vida, a inutilidade do existir, tudo isso conduzindo ao pessimismo que marca sua viso de mundo.
UM SONHO
2. Todo o poema relato de um sonho; h apenas uma estrofe no descritiva, em que o eu-lrico faz um convite
mulher (Flor). Identifique essa estrofe:
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
3. No cenrio sonhado pelo eu-lrico, o Sol... esmorece para dar lugar s estrelas, que brilham com brilhos
sinistros. Portanto, em que momento do dia ocorreu a cena descrita?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
5. Que relao h entre o Simbolismo, o ttulo do poema e o momento do dia que o eu-lrico escolheu para situar a
cena?
__________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
6. Releia a 1 estrofe:
a) Identifique a aliterao
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
SIMBOLISMO NO BRASIL
Didaticamente considera-se o ano de 1893 como o marco definitivo do Simbolismo no Brasil, ainda que
antes dessa data se possam registrar vrias manifestaes poticas ligadas nova esttica.
1893 publicao de Missal (poemas em prosa) e Broquis (poemas em verso), de Cruz e Sousa.
1902 publicao de Os sertes, de Euclides da Cunha.
Suas principais obras so na poesia: Broquis, Faris, ltimos Sonetos; na prosa: Tropas e fantasias,
Missal, Evocaes.
O texto que vamos ler parte de um longo poema, dos mais representativos do Simbolismo brasileiro:
1. Releia a primeira estrofe do poema e identifique todas as metforas que o poeta empregou para sugerir o som dos
violes.
__________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
4. Uma metfora da ltima estrofe resume o efeito que a msica provocou no eu - lrico. Identifique essa metfora.
_________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
5. A stima estrofe deste poema considerada como a maior seqncia aliterativa de nossa literatura.
A Nessa estrofe predomina:
a) o sentido lgico do que descrito;
b) a sugesto musical.
B Que princpio bsico do Simbolismo se evidencia nessa estrofe?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
Classificao Semntica
Regra geral: Troca-se o o por a, ou acrescenta-se a: advogado-advogada; juiz juza; campons camponesa.
Regras especiais:
a) palavras terminadas em or, coloca-se a, triz, eira: embaixador embaixadora; ator atriz; lavador
lavadeira;
b) palavras terminadas em ao, coloca-se , ao, ona: campeo campe; leo leoa; folio foliona;
c) vocbulos terminados em e coloca-se a: chefe chefa; mestre mestra.
d) emprega-se esa, -essa ou isa: baro baronesa; abade abadessa; profeta profetisa.
Algumas palavras possuem formas especiais: av, av; galo, galinha; co, cadela.
Agora leia:
Ex: Minha me era boa criatura.
Vrios poetas brasileiros atuais so criaturas de Carlos Drummond de Andrade.
A palavra criatura apresenta um s gnero para designar o masculino e o feminino.
Esse e outros substantivos pedem mais a nossa ateno.
Substantivos biformes Designam pessoas ou animais e apresentam duas formas, uma para o
masculino, outra para o feminino:
Ex: aluno aluna
menino menina
Substantivos uniformes So os que apresentam uma nica forma, tanto para o masculino como para o
feminino. Subdividem-se em epicenos, comuns de dois gneros e sobrecomuns.
Epicenos Dependem das palavras macho e fmea para especificar o sexo. usado somente para
animais.
Ex: a andorinha macho a andorinha fmea
a cobra macho a cobra fmea.
Comum de dois gneros Tem apenas uma forma, distinguindo-se pela palavra que os acompanha.
Ex: um colega uma colega
belo jovem bela jovem
a pianista o pianista
EXERCCIO
1. Classifique cada um dos substantivos destacados em comum de dois gneros, sobrecomuns, ou epicenos:
a) A delegada inquiriu a testemunha sobre o rapto da criana, pois desconfiava de uma jovem que havia sido
denunciada pela famlia do menino por criar uma ona no stio.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
b) O dentista assiste bem seus clientes.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
c) O jornalista foi vtima de seus leitores.
______________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
EXERCCIOS
2. Regras especiais:
a) r, -z, -n coloca-se es: lar lares, juiz juzes, hfen hfens.
b)-al, -el, -ol, -ul coloca-se is: animal - animais, papel papis, anzol anzis.
c) il (paroxtonos) coloca-se eis: fssil fsseis.
d) il (oxtonos) coloca-se s: barril barris.
e) m coloca-se ns: armazm armazns
f) o coloca-se es, -es: balco balces; capito capites.
g) s (oxtonos) coloca-se es: burgus burgueses.
Observaes:
1. So invariveis pires (os pires), lpis (os lpis), nibus (os nibus), e os substantivos terminados em x (som de
ks), como trax (os trax)
Nos substantivos compostos que apresentam seus elementos ligados por hfen, podem variar ambos os
elementos, apenas um dos elementos, ou nenhum dos elementos, conforme as seguintes regras:
a) Nos compostos formados de palavras repetidas (ou muito semelhantes), s o segundo elemento varia:
Ex: teco-teco teco-tecos tico-tico tico-ticos
reco-reco reco-recos pingue-pongue pingue-pongues
c) Nos compostos formados de gro, gr e bel seguidos de substantivo, s varia o segundo elemento:
Ex: gro-duque gro-duques
gro-mestre gro-mestres
gr-duquesa gr- duquesas
bel-prazer bel-prazeres
d) Nos compostos formados por dois substantivos, se o segundo elemento limita ou determina o primeiro,
indicando tipo ou finalidade, a variao ocorre somente no primeiro elemento:
Ex: banana- ma bananas-ma
salrio -famlia salrios-famlia
peixe - espada peixes-espada
caneta-tinteiro canetas-tinteiros
EXERCCIOS
1. (Acafe - SC) A alternativa em que o plural dos nomes compostos est empregado corretamente :
a) Como podemos perceber, no poema encontra-se uma srie de palavras cuja composio se d em torno da
palavra p. Qual o sentido da partcula p em cada uma dessas palavras? Explique o significado de cada
expresso.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
1. Forma analtica:
casa grande casa pequena
boca grande boca pequena
2. Forma sinttica:
casaro casinha
bocarra boquinha
EXERCCIOS
a) Jovelino: __________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
b) enxada: ____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
c) olhar: _____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
d) esperana: _________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
3. Leia o texto.
O amor e a loucura
No Amor tudo mistrio: suas flechas e sua aljava, sua chama e sua infncia eterna.
Mas por que o amor cego?
Aconteceu que num certo dia o Amor e a Loucura brincavam juntos. Aquele ainda no era cego. Surgiu
entre eles um desentendimento qualquer. Pretendeu ento o Amor que se reunisse para tratar do assunto o conselho
dos deuses. Mas a loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada to violenta que lhe privou a viso.
Vnus, me e mulher, ps-se a clamar por vingana, aos gritos. E diante de Jpiter, Nmesis a deusa da
vingana e de todos os juzes do Inferno, Vnus exigiu que aquele crime fosse reparado. Seu filho no podia ficar
cego.
Depois de estudar detalhadamente o caso, a sentena do supremo tribunal celeste consistiu em condenar a
Loucura a servir de guia do Amor.
(Jean de La Fontaine)
a) Destaque e classifique os substantivos presentes no texto.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
1. Reescreva o texto abaixo colocando a palavra em destaque no plural. Faa as devidas alteraes.
SONETO DE SEPARAO
(Vincius de Morais)
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Adjetivo a palavra varivel em gnero, nmero e grau que caracteriza o substantivo ou qualquer palavra
com valor de substantivo, indicando-lhe atributo, estado, modo de ser ou aspecto.
Ex: Tratava-se de um homem incompetente.
Encontrei uma pessoa tica.
Ela uma mulher honesta.
Adjetivos ptrios so os adjetivos que se referem a pases, continentes, cidades, regies, etc.,
exprimindo a nacionalidade ou a origem do ser.
Localidade Adjetivo ptrio correspondente Pas, Estado, cidade ou regio
Acre acreano
Afeganisto afegane, afego
Amap amapaense
Angola angolano
Aracaju aracajuense, aracajuano
Atenas ateniense
Belm (Par) belenense
Belm (Palestina) belemita
Belo Horizonte belo-horizontino
Braslia brasiliense
Boa Vista boa-vistense
Cabo Frio cabo-friense
Catalunha catalo
Cuiab cuiabano
Esprito Santo esprito-santense, capixaba
Estados Unidos estadunidense, norte-americano, ianque
Florena florentino
FLEXO DE GNERO:
aluno aluna
atento atenta
dia tarde
ensolarado ensolarada
Observaes:
1) Os adjetivos compostos referentes a cores so invariveis quando o segundo elemento um
substantivo:
lente verde-garrafa lentes verde-garrafa
papel azul-piscina papis azul-piscina
2) O plural de surdo-mudo surdos-mudos, assim como surdas-mudas, embora no devamos usar essas
expresses, as quais devem ser substitudas por deficiente auditivo, deficiente oral.
Latino-americano latino-americanos
FLEXO DE GRAU
Comparativo de igualdade a qualidade expressa pelo adjetivo aparece com a mesma intensidade
nos elementos que se comparam.
Ex: Esta casa to arejada quanto (como) aquela.
Superlativo relativo a qualidade expressa pelo adjetivo posta em relao a outros elementos.
Subdivide-se em relativo de superioridade e relativo de inferioridade:
Ex: Voc era a mais bonita das cabrochas dessa ala. (superlativo relativo de superioridade)
Este exerccio o menos fcil da lio. (superlativo relativo de inferioridade)
Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno possuem para o comparativo as seguintes formas especiais:
Bom Mau Grande Pequeno
Comparativo de
melhor Pior Maior Menor
superioridade
Superlativo
timo Pssimo Mximo Mnimo
absoluto
Superlativo
o melhor o pior o maior o menor
relativo
EXERCCIOS
1. Dependendo do contexto em que se encontre, uma mesma palavra pode ser substantivo ou adjetivo. D a
classificao das palavras destacadas nas oraes abaixo:
a) Se o tempo continuar feio no sairemos.
______________________________________________________________________________________________
b) Entre um e outro, escolheu o feio.
______________________________________________________________________________________________
c) preciso separar o bom e o mau.
______________________________________________________________________________________________
d) As crianas acreditavam que ele era um homem mau.
______________________________________________________________________________________________
2. Escreva no plural:
a) camisa azul-marinho: __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
A fachada da velha fbrica confunde a viso de quem passa pela rua de sobrados na Pompia (zona oeste
de SP). O telhado em ziguezague, a fachada de tijolo pintada de salmo. Dentro, a surpresa ainda maior: mquinas
da dcada de 20 ainda trabalham, com as engrenagens cobertas de poeira, enrolando os ltimos fios coloridos
produzidos pela Fbrica de Linhas Pavo.
A fbrica parece ter perdido o fio da meada em algum ponto do novelo do tempo e enroscado em 1930,
quando foi inaugurada pelo imigrante armnio Camilo Siufi. Pelo visto, jamais sair daqueles anos o prdio foi
vendido a uma imobiliria e deve ser entregue no ms que vem para cumprir seu destino de edifcio.
(Folha de S. Paulo, 9 set. 2001.)
6. O primeiro pargrafo do texto descritivo. Isso se comprova pela
I - predominncia de verbos no presente.
II - predominncia de frases nominais.
III - perspectiva adotada em todo texto descritivo: do geral para o particular e de fora para dentro.
IV - abundncia de adjetivao.
So corretas apenas:
a) II e IV. b) III e IV. c) II e III. d) I e III. e) I e IV.
7. Reflita: Pelo visto, jamais sair daqueles anos o prdio foi vendido a uma imobiliria e deve ser entregue no ms
que vem para cumprir seu destino de edifcio.
Artigo a palavra varivel em gnero e nmero que precede o substantivo, determinando-o de modo
preciso ou vago, indicando-lhe o gnero e o nmero.
b) artigo indefinido determina os substantivos de modo vago, impreciso. Pode ser singular (um, uma) ou
plural (uns, umas).
Ex: Um menino resolveu uma questo.
Uns meninos resolveram umas questes.
Observaes:
1) No se usa artigo:
a) Antes de expresses de tratamento: Vossa Senhoria, Vossa Excelncia, etc:
Ex: Vossa Excelncia dever adiar a deciso.
b) Antes da palavra casa, quando esta se refere ao prprio lar, e da palavra terra, em oposio a bordo:
Ex: vou para casa.
2) Usa-se artigo:
a) Entre o numeral ambas e o substantivo:
Ex: Ambos os veculos esto enguiados.
a) pronome demonstrativo:
Ex: Estou muito ocupado no momento. (= neste momento)
b) pronome possessivo:
Ex: Ao v-la, sentiu o corao em chamas. (= seu corao)
EXERCCIOS
4. Ela queria ser reconhecida como dona da casa e no como dona-de-casa. Explique a diferena de sentido entre
dona da casa e dona-de-casa:
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
10. Nos textos seguintes, aponte os artigos que esto sendo usados para substantivar palavras que primitivamente
no eram substantivos.
a)Quando a gente t contente
Tanto faz o quente, tanto faz o frio
Que eu me esquea do meu compromisso
Com isso e aquilo que acontece dez minutos atrs.
Dez minutos atrs de uma ideia j deu pra
Uma teia de aranha crescer
Sua vida na cadeia do pensamento (Gilberto Gil)
NUMERAL
Numeral a palavra que indica a quantidade exata de seres, ou a posio que um ser ocupa numa
determinada srie.
1. Depois de um substantivo designativo de papas, soberanos, sculos ou partes de uma obra, empregam-se
os numerais ordinais at o dcimo. Da por diante, deve-se usar os cardinais:
Pedro I (primeiro) Sculo V (quinto)
Volume VI (sexto) Joo VI (sexto)
Pio X (dcimo) Joo XXIII (vinte e trs)
Canto XVI (dezesseis) Ato XII (doze)
Antes de substantivo, emprega-se o ordinal: quinto sculo; sexto volume.
Dando-se a antecipao do numeral, deve-se empregar os ordinais: ducentsima segunda pgina; centsima
vigsima segunda folha.
3. Referindo-se a leis, decretos, portarias, empregam-se o ordinal at nove e o cardinal de dez em diante:
Pargrafo I (primeiro) Artigo 9 (nono)
Artigo 10 (dez) Pargrafo 11 (onze)
4. as palavras que designam um conjunto exato de seres so chamadas de numerais coletivos e tm valor de
substantivo. Entre elas: par, dezena, dcada, dzia, milnio, resma (quinhentas folhas de papel), grosa (doze dzias),
etc.
EXERCCIOS
5. Observe:
Pronome a palavra varivel em gnero, nmero e pessoa que representa ou acompanha o substantivo,
indicando-o como pessoa do discurso ou situando-o no espao e no tempo.
Quando o pronome determina o substantivo, restringindo a extenso de seu significado, dizemos tratar-se
de pronome adjetivo:
Ex: Esta casa antiga.
Meu livro antigo.
1. Pronomes Pessoais:
Designam as pessoas do discurso: a 1 (eu, ns); a 2 (tu,vs); a 3 (ele, ela, eles,elas).
Os pronomes pessoais podem ser retos, oblquos ou de tratamento.
Retos Oblquo
Eu me, mim, comigo
Singular Tu te, ti, contigo
Ele, Ela o, a se, lhe, si, consigo
Ns nos, conosco
Plural Vs vos, convosco
Eles, Elas Os, as, se, lhe, si, consigo
b) O pronome poder vir precedido de preposio quando vier seguido de verbo no infinitivo, do qual
sujeito:
Ex: Ela trouxe frutas para eu comer
Ele deu ordens para tu ires depressa.
c) No se deve combinar o pronome ele (ela, eles, elas) com a preposio de, quando esta preposio
reger o verbo.
Ex: Era hora de eles decidirem. (e no deles decidirem)
d) Pronomes de tratamento Referem-se pessoa a quem se fala (portanto segunda pessoa), mas a
concordncia gramatical deve ser feita com a terceira pessoa.
Veja alguns desses pronomes:
Pronome Abreviatura Emprego
Vossa Alteza V. A. prncipes, duques
Vossa Eminncia V. Em cardeais
Vossa Excelncia V. Ex altas autoridades em
geral
Vossa Magnificncia V. Mag reitores de
universidades
Vossa Reverendssima V. Rev sacerdotes em geral
Vossa Santidade V. S. papas
Vossa Senhoria V. S funcionrios graduados
Vossa Majestade V. M. reis, imperadores
2. Pronomes Possessivos
Os pronomes possessivos referem-se s pessoas do discurso, indicando idia de posse:
Ex: Eu emprestei meus livros e minhas fitas.
Eu no sou da sua rua.
Observaes:
a) Este (e flexes) marca um tempo contemporneo (ou imediato) ao ato da fala:
Ex: Neste momento, ele est descendo as escadas.
d) Quando esto no lugar de isso, isto ou aquilo (e flexes), os pronomes o, a, os, as so demonstrativos:
Ex: Meu livro o que est sobre a mesa.
No tenho o que queres.
e) No interior do discurso, este (e flexes) faz referncia quilo que vai ser dito posteriormente. Esse (e
flexes) faz referncia quilo que j foi dito:
Ex: Os simbolistas seguiam este preceito.
A msica antes de qualquer coisa. Estas palavras so de um poema de Verlaine.
4. Indefinidos:
Referem-se 3 pessoa, de modo vago ou indeterminado:
Variveis Invariveis
algum, ningum, algum, nenhum, todo,
tudo, outrem, nada, muito, pouco, certo,
cada, algo. vrio, tanto, quanto,
qualquer (e variaes)
EXERCCIOS
1. Indique se o pronome destacado substantivo ou adjetivo:
a) Encontrei nosso companheiro de infncia.
______________________________________________________________________________________________
b) Enviamos tudo pelo correio.
______________________________________________________________________________________________
c) Aquelas terras so improdutivas.
______________________________________________________________________________________________
d) Algum acaba de chegar.
______________________________________________________________________________________________
e) Certas pessoas so inconvenientes.
______________________________________________________________________________________________
5. Leia:
No discurso de posse, tu deves reafirmar que no te esquecers dos compromissos que assumiste com teus
colaboradores.
Fazendo as adaptaes necessrias, reescreva a frase substituindo o pronome tu por Vossa Excelncia.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
( ) O Cruzeiro, que a linda Sofia no quis fitar, como lhe pedia Rubio, est assaz alto para no discernir os risos e
as lgrimas dos homens.
( ) Nada lhes escapava, nem mesmo as escadas dos pedreiros, os cavalos de pau, o banco ou a ferramenta dos
marceneiros.
( ) Aquele peru comido a ss, redescobria em cada um o que a quotidianidade abafara por completo.
( ) Madalena procurava convenc-lo, mas no percebi o que dizia.
Prclise:
Quando ocorre prclise, o pronome oblquo tono denominado procltico.
A prclise deve ser a colocao adotada nos seguintes casos:
Nas oraes exclamativas e optativas:
Exemplo: Deus te faa feliz!
Nas oraes negativas:
Exemplo: No me deixe sozinha.
Quando o verbo vem acompanhado dos pronomes relativo, indefinido, interrogativo; advrbio e
conjuno subordinativa:
Exemplo: Algum me pediu um livro.
Quem lhe trouxe esses brinquedos?
Quando me perguntarem, direi toda a verdade.
Mesclise:
Na mesclise, o pronome oblquo tono denominado mesocltico.
S se usa o pronome tono mesocltico com verbos no futuro do presente e do pretrito do indicativo, se
no houver, na frase, um termo que determine prclise:
Exemplo: Se Roberto quisesse, levar-te-ia para a viagem.
Realizar-te- no prximo sbado a feira de Cincias.
nclise:
Na nclise, o pronome oblquo tono denominado encltico.
Usa-se a nclise nos seguintes casos:
Nas frases iniciadas por verbo:
Exemplo: D-me um beijo.
VERBO
Verbo a palavra que, numa perspectiva de tempo, exprime ao, estado ou fenmeno, indicando tambm
o modo, o nmero, a pessoa e a voz:
Ex: Plantamos uma rvore no jardim. (ao)
Os copos esto vazios. (estado)
Relampejou durante a noite. (fenmeno).
Pessoa Nmero
Singular Plural
1 Pessoa Eu passeio Ns passeamos
2 Pessoa Tu passeias Vs passeais
3 Pessoa Ele passeia Eles passeiam
Modo
Indicativo Indica um fato real:
Ex: Ele viajou hoje.
Subjuntivo - Indica um fato provvel, duvidoso, hipottico:
Ex: Talvez ele viaje ainda hoje.
Imperativo Exprime ordem, pedido, convite, splica:
Ex: viaje hoje noite.
2. A frase a seguir se encontra no imperativo negativo. Assim, de forma a manter a mesma pessoa gramatical, mude-
a para o imperativo afirmativo:
No traga ms recordaes e no venha munido de mgoas e ressentimentos de outrora.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
3. Analise o uso dos verbos na cano a seguir e indique se h predominncia do modo indicativo, subjuntivo ou
imperativo. Discuta o efeito de sentido dado por esse modo verbal.
Faltando um Pedao ___________________________________________
Djavan ___________________________________________
Composio: Djavan ___________________________________________
___________________________________________
O amor um grande lao, um passo pr'uma armadilha ___________________________________________
Um lobo correndo em crculos pra alimentar a matilha ___________________________________________
Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha: ___________________________________________
Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha ___________________________________________
___________________________________________
O amor como um raio galopando em desafio ___________________________________________
Abre fendas cobre vales, revolta as guas dos rios ___________________________________________
Quem tentar seguir seu rastro se perder no caminho ___________________________________________
Na pureza de um limo ou na solido do espinho ___________________________________________
___________________________________________
O amor e a agonia cerraram fogo no espao ___________________________________________
Brigando horas a fio, o cio vence o cansao ___________________________________________
E o corao de quem ama fica faltando um pedao ___________________________________________
Que nem a lua minguando, que nem o meu nos seus ___________________________________________
braos ___________________________________________
3. Dos verbos destacados no exerccio anterior, indique a pessoa em que este aparece conjugado. (1, 2 ou 3
pessoa do discurso).
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Pretrito Fato que o correu num momento ou poca anterior ao momento em que falamos:
Futuro do pretrito Indica um fato possvel, situado no futuro, mas vinculado a um momento
passado:
Ex: Eu estudaria com ele.
MODO INDICATIVO
PRESENTE
canto Bato parto ponho
cantas Bates partes pes
canta Bate parte pe
cantamos Batemos partimos pomos
cantais Bateis partis pondes
cantam Batem partem pem
PRETRITO IMPERFEITO
cantava batia partia punha
cantavas batias partias punhas
cantava batia partia punha
cantvamos batamos partamos pnhamos
cantveis bateis parteis pnheis
cantavam batiam partiam punham
PRETRITO MAIS-QUE-PERFEITO
cantara batera partira pusera
cantaras bateras partiras puseras
cantara batera partira pusera
cantramos batramos partramos pusreis
cantareis batreis patreis pusreis
cantaram bateram partiram puseram
FUTURO DO PRESENTE
cantarei baterei partirei porei
cantars baters partirs pors
cantar bater partir por
cantaremos bateremos partiremos poremos
cantareis batereis partireis poreis
cantaro batero partiro por
MODO SUBJUNTIVO
PRESENTE
cante bata parta ponha
cantes batas partas ponhas
cante bata parta ponha
cantemos batamos partamos ponhamos
canteis batais partais ponhais
cantem batam partam ponham
PRETRITO IMPERFEITO
cantasse batesse partisse pusesse
cantasses batesses partisses pusesses
cantasse batesse partisse pusesse
cantssemos batssemos partssemos pusssemos
cantsseis batsseis partsseis pussseis
cantassem batessem partissem pusessem
FUTURO
cantar bater partir puser
cantares bateres partires puseres
cantar bater partir puser
cantarmos batermos partirmos pusermos
cantardes baterdes partirdes puserdes
cantarem baterem partirem puserem
AFIRMATIVO
canta (tu) bate (tu) parte (tu) pe (tu)
cante (voc) bata (voc) parta (voc) ponha (voc)
cantemos (ns) batamos (ns) partamos (ns) ponhamos (ns)
cantai (vs) batei (vs) parti (vs) ponde (vs)
cantem (vocs) batam (vocs) partam (vocs) ponham (vocs)
NEGATIVO
No cantes (tu) No batas (tu) No partas (tu) No ponhas (tu)
No cante (voc) No bata (voc) No parta (voc) No ponha (voc)
No cantemos (ns) No batamos (ns) No partamos (ns) No ponhamos (ns)
No canteis (vs) No batais (vs) No partais (vs) No ponhais (vs)
no cantem (vocs) No batam (vocs) No partam (vocs) No ponham (vocs)
2. Acerca dos enunciados que seguem, sua tarefa consistir em analis-los e preencher cada lacuna em branco com
uma forma do presente do indicativo ou do presente do subjuntivo do verbo indicado entre parnteses:
a) Nosso planejamento j ___________________ pronto. Esperamos que o seu tambm ___________________.
(estar)
b) Aqui ___________________ muito bem recebidos. Acreditamos que eles ___________________. (ser)
c) Esses exerccios no ___________________ toda a pontuao atribuda, mas a pesquisa talvez
___________________ .(valer)
d) ___________________ as ideias alheias, por isso, faz-se necessrio que ela tambm as ___________________
(respeitar)
e) A bagagens pequenas___________________ no porta-malas do seu carro, mas pouco provvel que as grandes
___________________ no carro dela. (caber)
3. Mapofei) Pr os verbos seguintes no presente do subjuntivo, comeando a frase com as palavras: preciso que
ns.
a) Nascer ___________________
b) Ver ___________________
c) Divertir-se ___________________
d) Cantar ___________________
4. Explicite o conhecimento de que dispe acerca dos tempos e modos verbais. Para tanto, procure preencher as
lacunas fazendo uso do presente do subjuntivo do verbo expresso entre parnteses:
a) O diretor espera que todos os professores ___________________ ao novo sistema o mais rpido possvel.
(aderir)
b) Quero muito que voc ___________________ palestra, pois assim pode se inteirar um pouco mais das novas
propostas. (ir)
c) bem possvel que os alunos veteranos ___________________ o pedido de iseno de disciplinas. (requerer)
d) Ainda que eles no ___________________ ao meu aniversrio, convide-os, por favor. (comparecer)
e) Acredito que eles ___________________ a opinio acerca das decises tomadas no conselho de classe. (expor)
EXERCCIOS
1. (Fundao Carlos Chagas) Transpondo para a voz passiva a orao O faro dos ces guiava os caadores,
obtm-se a forma verbal:
a) guiava-se
b) ia guiando
c) guiavam
d) eram guiados
e) foram guiados
2. (TRT RJ) Tudo isso pode ser comprovado por qualquer cidado. A forma ativa dessa mesma frase :
a) Qualquer cidado pode comprovar tudo isso.
b) Tudo pode comprovar-se.
c) Qualquer cidado se pode comprovar tudo isso.
d) Pode comprovar-se tudo isso.
e) Qualquer cidado pode ter tudo isso comprovado.
3. Acerca das oraes que seguem, perceba que todas elas se encontram na voz ativa. Dessa forma, ative todo o
seu conhecimento e passe-as para a voz passiva:
a) O garoto leu o livro.
_____________________________________________________________________________________________
Particpio Indica uma ao j acabada, desempenhando funo semelhante dos adjetivos. O particpio
admite flexo de gnero e nmero:
Ex: Revelado o motivo, puderam sair.
Reveladas as razes, puderam sair.
Observao: O uso do gerndio no sempre condenvel, mas, em muitas situaes, tornou-se um vcio ocasionado
por tradues malfeitas do ingls.
Ex: Amanh vou estar enviando para o senhor a proposta de adeso, que vai estar chegando em
dez dias. Agradeceria se o senhor estivesse me dando retorno assim que estiver recebendo a
proposta.
muito mais simples e mais correto expressar-se assim:
Amanh enviarei para o senhor a proposta de adeso, que chegar em dez dias. Agradeceria se o senhor
me der retorno assim que receber a proposta.
Infinitivo Indica a ao propriamente dita, sem situ-la no tempo, desempenhando funo semelhante
do substantivo. O infinitivo a nica forma nominal que admite flexo de pessoa.
Ex: Convm apresentar as solues.
Classificao:
Regular o que no se afasta do paradigma (modelo) de conjugao. Todas as formas destes verbos
tm o mesmo radical:
Ex.:
Canto vendo parto
Cantei vendi partes
Cantaria venderia partir
Irregular o que sofre alteraes no radical ou tem desinncias diferentes das que aparecem no verbo
paradigma de sua conjugao:
Ex.:
Sinto posso ouo
Sentes podes ouves
Abundante aquele que apresenta mais de uma forma para o mesmo tempo e pessoa. Ocorre com
maior frequencia no particpio:
Ex: acender acendido ou aceso
exprimir exprimido ou expresso
Deve-se usar a forma regular com os auxiliares ter e haver e a irregular com ser e estar:
Ex: tinham acendido estava aceso
haviam exprimido era expresso
Locuo Verbal
Damos o nome de locuo verbal ao conjunto formado por um verbo auxiliar seguido de uma forma nominal
(gerndio, particpio, infinitivo).
Ex: Amanh poder chover.
O candidato dever trazer os documentos solicitados.
importante notar que, nas locues verbais, o verbo auxiliar amplia a significao do verbo principal.
MODO INDICATIVO
PRESENTE
tenho hei sou estou
tens hs s ests
tem h est
temos havemos somos estamos
tendes haveis sois estais
tm ho so esto
PRETRITO IMPERFEITO
tinha havia era estava
tinhas havias eras estavas
tinha havia era estava
tnhamos havamos ramos estvamos
tnheis haveis reis estveis
tinham haviam eram estavam
PRETRITO PERFEITO
tive houve fui estive
tiveste houveste foste estiveste
teve houve foi esteve
tivemos houvemos fomos estivemos
tivestes houvestes fostes estivestes
tiveram houveram foram estiveram
PRETRITO-MAIS-QUE-PERFEITO
tivera houver fora estivera
tiveras houveras foras estiveras
tivera houvera fora estivera
tivramos houvramos framos estivramos
tivreis houvreis freis estivreis
tiveram houveram foram estiveram
FUTURO DO PRETRITO
teria haveria seria estaria
terias haverias serias estarias
teria haveria seria estaria
teramos haveramos seramos estaramos
tereis havereis serieis estareis
teriam haveriam seriam estariam
MODO SUBJUNTIVO
PRESENTE
tenha haja seja esteja
tenhas hajas sejas estejas
tenha haja seja esteja
tenhamos hajamos sejamos estejamos
tenhais hajais sejais estejais
tenham hajam sejam estejam
PRETRITO IMPERFEITO
tivesse houvesse fosse estivesse
tivesses houvesses fosses estivesses
tivesse houvesse fosse estivesse
tivssemos houvssemos fssemos estivssemos
tivsseis houvsseis fsseis estivsseis
tivessem houvessem fossem estivessem
MODO IMPERATIVO
AFIRMATIVO
tem (tu) (desusado) s (tu) est (tu)
tenha (voc) haja (voc) seja (voc) esteja (voc)
tenhamos (ns) hajamos (ns) sejamos (ns) estejamos (ns)
tende (vs) havei (vs) sede (vs) estai (vs)
tenham (vocs) hajam (vocs) sejam (vocs) estejam (vocs)
NEGATIVO
no tenhas (tu) no hajas (tu) no sejas (tu) no estejas (tu)
no tenha (voc) no haja (voc) no seja (voc) no esteja (voc)
no tenhamos (ns) no hajamos (ns) no sejamos (ns) no estejamos (ns
no tenhais (vs) no hajais (vs) no sejais (vs) no estejais (vs)
no tenham (vocs) no hajam (vocs) no sejam (vocs) no estejam (vocs
EXERCCIOS
1. Indique se os verbos destacados nas oraes abaixo, exprimem ao, estado, fenmeno ou mudana de estado:
a) Quando se retiraram, riu-se ele pelo caminho vontade.
______________________________________________________________________________________________
b) Relampejava quando os dois saram.
______________________________________________________________________________________________
c) Luisinha tornara-se uma bela moa.
______________________________________________________________________________________________
d) Leonardo viu que esta observao era verdadeira.
______________________________________________________________________________________________
2. Indique se os verbos destacados nas oraes abaixo esto no modo indicativo, subjuntivo ou imperativo:
a) Eu porei tudo no seu devido lugar.
______________________________________________________________________________________________
Locuo adverbial:
o grupo de palavras que desempenha a funo de advrbio:
Ex: noite, preferia uma refeio leve.
Nos campos floridos, vicejam os girassis.
As palavras onde, como, quanto e quando usadas em frases interrogativas (diretas ou indiretas) so
chamadas de advrbios interrogativos:
Ex: Onde voc mora?
Perguntei como ele fez isso.
Quando voc volta?
Quanto custa a mercadoria?
Graus do advrbio:
Palavras denotativas:
Certas palavras ou locues, que no se enquadram em nenhuma das classes de palavras, recebem o
nome de palavras ou locues denotativas. Para reconhec-las, preciso observar o sentido da orao. As principais
so:
a) de excluso s, somente, apenas, unicamente, sequer, exclusivamente, salvo, seno, etc.
Ex: Correu apenas para chegar cedo.
b) de incluso inclusive, tambm, at, mesmo, etc.
Ex: At Pedro foi contra a medida.
c) de designao eis.
Ex: Eis o nosso mestre!
d) de realce c, s, que, mas, no, etc.
Ex: Eu que sei como trabalhoso.
e) de retificao alis, digo, isto , perdo, antes, no, etc.
Ex: Alis, eu nunca disse isso.
f) de situao mas, afinal, agora, ento, etc.
Ex: Afinal, quem ele?
5. Analise os advrbios em destaque, classificando-os de acordo com a circunstncia que a eles se referem:
a) Hoje fomos surpreendidos com a chegada dos visitantes.
b) No me incomodo com sua impacincia.
c) Talvez eu comparea ao seu aniversrio.
d) Estamos muito contentes com sua aprovao.
e) Alegremente Pedro se despediu de sua famlia.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
7. (FGV-2003) Leia o texto abaixo, fragmento de um conto chamado A nova Califrnia, de Lima Barreto.
Depois, responda pergunta correspondente. Ningum sabia donde viera aquele homem. O agente do
correio pudera apenas informar que acudia ao nome de Raimundo Flamel (..........). Quase diariamente, o carteiro l
ia a um dos extremos da cidade, onde morava o desconhecido, sopesando um mao alentado de cartas vindas do
mundo inteiro, grossas revistas em lnguas arrevesadas, livros, pacotes...
Quando Fabrcio, o pedreiro, voltou de um servio em casa do novo habitante, todos na venda perguntaram-
lhe que trabalho lhe tinha sido determinado.
- Vou fazer um forno, disse o preto, na sala de jantar. Imaginem o espanto da pequena cidade de
Tubiacanga, ao saber de to extravagante construo: um forno na sala de jantar! E, pelos dias seguintes, Fabrcio
pde contar que vira bales de vidros, facas sem corte, copos como os da farmcia - um rol de coisas esquisitas a se
mostrarem pelas mesas e prateleiras como utenslios de uma bateria de cozinha em que o prprio diabo cozinhasse.
Explique o uso que tm os advrbios donde (Ningum sabia donde viera aquele homem), onde e aonde, segundo a
norma culta da lngua portuguesa. Formule uma frase para cada um desses advrbios.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
No primeiro exemplo, a conjuno e relaciona duas palavras com mesmo valor gramatical. No segundo, a
conjuno coordenativa mas liga oraes de sentido completo. No terceiro, a conjuno que liga duas oraes, a
segunda dependente da primeira, pois tem sentido completo. Neste ltimo exemplo, temos uma conjuno
subordinativa.
Locuo conjuntiva:
Quando duas ou mais palavras apresentam valor de uma conjuno, temos uma locuo conjuntiva: antes
que, contanto que, desde que, de modo que, medida que etc.
CONJUNES COORDENATIVAS
As conjunes coordenativas ligam oraes que tm sentido por si mesmas, sem dependncia sinttica
uma da outra, estabelecendo entre elas apenas uma sucesso de ideias. Ligam tambm palavras de idntica funo
gramatical.
As conjunes coordenativas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas e
so classificadas de acordo com o sentido que possuem no contexto.
ADITIVAS: Ligam palavras ou oraes, dando-lhes idia de soma ou adio: e, nem (= e no), mas
tambm:
Ex: Ele falava e eu ficava ouvindo.
Pedro e Antonio foram assistir ao jogo.
ADVERSATIVAS: Ligam dois termos ou duas oraes, dando-lhes uma ideia de compensao ou de
contraste: mas, porm, contudo, todavia, seno, entretanto, no entanto etc:
Ex: Pedro distrado, mas competente.
Apressou-se, contudo no chegou a tempo.
CONCLUSIVAS: Ligam orao anterior outra que exprime concluso: logo, pois, portanto, por
conseguinte, por isso, assim, de modo que etc:
Ex: O cu est estrelado, logo no chover.
Respondi com segurana a todas as questes, portanto devo tirar boa nota.
EXPLICATIVAS: Ligam a uma orao outra que a explica, dando um motivo: pois, porque, porquanto, que
(= porque) etc
Ex: Alegra-te, que estou aqui.
No me aguardem, porque no poderei chegar a tempo.
CONJUNES SUBORDINATIVAS:
CAUSAIS: Iniciam oraes subordinadas denotadoras de causa: porque, pois, como (=porque), porquanto,
visto que, uma vez que, que etc
Ex: Ele pegou a doena porque andava descalo.
COMPARATIVAS: Iniciam uma orao subordinada que encerra o segundo elemento de uma comparao:
que, do que (depois de mais, menos, melhor, pior), qual (depois de tal), quanto (depois de tanto), como, assim como,
bem como etc:
Ex: O espetculo no foi como se esperava.
CONCESSIVAS: Introduzem oraes subordinadas nas quais d-se a entender que se admite ou se
concede um fato contrrio declarao contida na orao principal: ainda que, apesar de que, embora, mesmo que,
posto que, por mais que, se bem que, por pouco que, nem que etc.
Ex: Defendeu o amigo embora discordasse das suas ideias.
CONFORMATIVAS: Iniciam uma orao subordinada que exprime conformidade com o que se declara na
orao anterior: conforme, como (= conforme), segundo, consoante etc.
Ex: tudo foi feito conforme combinamos.
CONSECUTIVAS: Iniciam uma orao subordinada na qual se expressa a conseqncia do que foi
declarado na orao principal: que, (combinada com uma destas palavras: tal, tanto, to ou tamanho, presentes na
orao anterior.
Ex: Ele falava tanto que lhe cassaram a palavra.
FINAIS: Iniciam uma orao subordinada que indica a finalidade do que est expresso na orao principal:
para que, a fim de que, que (= para que) etc:
Ex: Ele trabalhou muito para que o irmo pudesse estudar.
PROPORCIONAIS: Iniciam uma orao subordinada em que se menciona o fato realizado ou para realizar-
se proporcionalmente ao que est expresso na orao principal: medida que, proporo que, ao passo que,
quanto mais... mais, quanto menos... menos etc:
Ex: medida que iam chegando, ocupavam as poltronas.
TEMPORAIS: Iniciam uma orao subordinada com ideia de tempo: quando, enquanto, antes que, depois
que, desde que, logo que, assim que, at que, que (= desde que), apenas, mal, sempre que, tanto que etc
Ex: Todos j estavam a postos quando ele chegou.
EXERCCIOS
1. Destaque e classifique as conjunes coordenativas dos seguintes perodos:
a) Pagou a mercadoria e recebeu o troco.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
b) Pagou a mais, porm no lhe deram o troco.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
c) Pagou a mais, portanto devero lhe dar o troco.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
d) Recebeu o troco, porque pagou a mais.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
2. Rena, por meio de uma conjuno, as oraes de cada grupo, estabelecendo uma relao de coordenao que
achar possvel. Indique o tipo de relao estabelecida.
Veja o exemplo:
Provavelmente, amanh no teremos bom tempo. O cu est nublado.
Coordenando: Provavelmente, amanh no teremos bom tempo, pois o cu est nublado.
Tipo de relao: Explicativa.
a) Trabalhe. Carregue o peso de uma existncia vazia.
Coordenando: __________________________________________________________________________________
Tipo de relao: ________________________________________________________________________________
b) acidental quando se trata de palavra que pertencendo normalmente a outra classe, funciona s vezes
como preposio.
Ex: afora, conforme, consoante, durante, mediante, no obstante, seno, etc.
Locuo Prepositiva:
Combinao ou contrao:
Pode ocorrer ainda a combinao ou contrao da preposio com outras palavras:
Ex: donde (de + onde), do (de + o), no (em + o), pela (per + a), deste (de + este), daquele (de + aquele),
quele (a + aquele), (a + a), aos (a + os).
1. Indique se as relaes estabelecidas pelas preposies nas frases abaixo so de lugar, tempo, assunto,
companhia, modo, fim, matria ou causa:
a) Esperei at agora.
______________________________________________________________________________________________
b) Venho do colgio.
______________________________________________________________________________________________
c) Estudei para os exames.
______________________________________________________________________________________________
d) Dormiu de bruos.
______________________________________________________________________________________________
e) Falamos de poltica.
______________________________________________________________________________________________
f) Quase morreu de frio.
______________________________________________________________________________________________
g) Bebi um licor de laranja.
______________________________________________________________________________________________
h) Fiz o trabalho com o Fernando.
______________________________________________________________________________________________
2. Nas oraes abaixo, indique se as preposies estabelecem uma relao espacial ou temporal:
a) Viajamos do Rio a So Paulo.
______________________________________________________________________________________________
b) O menino correu at a esquina.
______________________________________________________________________________________________
c) No o vejo desde ontem.
______________________________________________________________________________________________
d) Trabalhamos de 8 s 6.
______________________________________________________________________________________________
e) Sa de casa bem cedo.
______________________________________________________________________________________________
SUBSTANTIVO:
Palavra com que nomeamos tudo aquilo que tem existncia real ou imaginria.
Ex: maa, pia, me.
ADJETIVO:
Palavra que caracteriza os seres ou as coisas.
Ex: belas (mas), (prato) limpo.
ARTIGO:
Palavra que se antepe a um substantivo para caracteriz-lo como um ser determinado ou indeterminado:
Ex: o (prato), a (casa), uma (fruta), as (bactrias).
NUMERAL:
Palavra que indica quantidade ou ordem numrica.
Ex: trs, primeira, segunda.
PRONOME:
Palavra que representa ou acompanha o substantivo, considerando-o apenas como pessoa do discurso.
Ex: Mame no sabia...
Ela no sabia... (Ela representa o substantivo me e indica a 3 pessoa do singular).
VERBO:
Palavra que numa perspectiva de tempo, exprime ao, estado ou fenmeno.
Ex: haver, lavar, ingerir, descascar, errar, saber, migrar, contaminar.
ADVRBIO:
Palavra que expressa circunstncia de lugar, tempo, modo, intensidade, etc. Pode acompanhar um verbo,
um adjetivo ou outro advrbio.
Ex: Iria descasc-la depois.
A ma no estava limpa.
A pia estava muito limpa.
PREPOSIO:
Palavra que estabelece um vnculo entre dois termos dois termos de uma orao.
Ex: Havia trs belas mas sobre o prato.
Iria com o Alfredo.
Podem migrar para o interior.
INTERJEIO:
Palavra ou expresso que exprime reao emotiva.
Ex: Viva! Ah! Bravo! Oh!
EXERCCIOS
2. Observe as palavras grifadas da seguinte frase: Encaminhamos a V. Senhoria cpia autntica do Edital
n 19/82. Elas so, respectivamente:
a) verbo, substantivo, substantivo;
b) verbo, substantivo, advrbio;
c) verbo, substantivo, adjetivo;
d) pronome, adjetivo, substantivo;
e) pronome, adjetivo, adjetivo.
SARMENTO, Leila Lauar. Portugus: literatura, gramtica, produo de texto. / Leila Lauar Sarmento,
CUNHA, Celso. Nova Gramtica do Portugus Comtemporneo. / Celso Cunha, Lus F. Lindley Cintra.
CNDIDO, Antnio. Formao da Literatura Brasileira. 3.ed. So Paulo: Livraria Martins Fontes Editora
S.A.
CNDIDO, Antonio. Presena da Literatura Brasileira: das origens ao Romantismo./ Antonio Candido, Jos
MAIA, Joo Domingues. Portugus: volume nico. 2.ed. So Paulo: tica, 2005.
CARVALHO, Jos Augusto. Gramtica Superior da Lngua Portuguesa. 2.ed. rev.- Braslia: Centro Editorial/
Theasaurus, 2011.