Everett 90 A-Lingua-Pirah PDF
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RAHJI E A TEORIA
. DA SH>TAXE
por
DANIEL LEONARD EVERETT
de Ling-stica . do lnstitu~o de
Estudos da L inguage'm .'da ,~n.iv,e~~idade
Estadual de Camp,inas como reql!-isito
parcial para. obteno do grau de
Doutor em Li.ngUst'~ca.
Campinas
1983
l UNICAMP
BIB!.IOTECA CENTRAl
*'Adherence to an epistemology is not something which merely 'happens
to 1 a person but instead it reflects a component of his moral development.
In some sense he is ... morally responsible for adopting an epistemology even
though it can neither be proved nor disproved to the satisfaction of those
who oppose it." Kenneth Pike
*'The whites were always trying to make the Indians give up their life
and live like white men- go to farming, work hard and do as they did- and
the In di ans did not know how to do that, and did not want to anyway !f
the Indians had tried to make the whites live like them, the whites would
have resisted, and it was the same way with many Indians. 11
Wamditanka (Gavio Grande) dos Santee-Sioux
(i )
Resumo
A minha esposa, Keren - ela tem suportado um marido que quase nunca
quer sair de casa, no conversa se no sobre lingstica~ que insiste em ter
suas refeies na hora certa de modo a no interromper seu plano de
trabalho, que vai para a cama quando a famlia j est dormindo h duas
horas, porque estava escrevendo obrigado. Obrigado tambm por suas
inmeras contribuies ao contedo desta tese.
Ao meu senhor Jesus que me tocou h quatorze anos quando eu era viciado
em 11 LSO", 11 Speed", maconha e outros "divertimentos 11 ; que deu minha vida um
propsito, uma direo ... 1'1eu Senhor e meu irmo - obrigado.
(i v)
NDICE
pgina
Resumo {i)
Agradecimentos tii)
fndice {iv)
Introduo (lcvii)
O. Introduo 2
CAPITULO I
A SINTAXE DA SENTENA
CAPfTULO 11
A SINTAXE LOCUCIONAL
CAPfTULO !li
RESUMOS
CAPfTULO I
A TEORIA CHOMSKYANA E UMA OISCUSS~O EPISTEMOLOGICA
o. Introduo 224
0.1. O propsito deste captulo 224
0.2. A importncia da epistemologia em relao lingstica 224
1. Teorias da sintaxe 227
1.1. A gramtica transformacional 227
1.1.1. ST: A teoria padro (1957-1971) 227
1.1.1.1. A transformao passiva 227
1.1.1.2. Limites no poder explicativo 229
1.1.1.3. Avaliao e resumo da ST 229
1.1.2. EST/REST Teoria padro ampliada e revista 1971 --- 230
1.1.2.1. Restries 230
1.1.2.1.1. Por que restringir a teoria? 230
1.1.2.1.1.1. Poderosa demais 230
1.1.2.1.1.2. Para chegar a uma estrutura dedutiva 231
1.1.2.1.2. A natureza das restries 232
1.1.2.1.2.1. Introduo 232
1.1.2.1.2.2. A hiptese de preservao da estrutura 233
1.1.2.1.2.3. A interpretao semntica 235
1.1.2.1.2.4. Reduo do componente transformacional 235
1.1.2.2. Subsistemas da gramtica nuclear 237
1.1.2.2.1. Sobre a noo de 11 gramtica nuclear 11 237
1.1.2.2.2. Sobre a noo de 11 idealizao cientfica 11 240
1.1.2.2.3. A gramtica nuclear e uma estrutura dedutiva 242
1.1.2.3. As categorias vazias 243
1.1.3. Concluso 245
1.1.3.1. A apassivizao no quadro geral 245
1.1.3.2. Resumo 246
1.2. APG 247
1.2.1. Introduo 247
1.2.2. Histrico breve 248
1.2.3. A apassivizao na GR 249
1.2.4. A apassivizao na APG 252
2. Caracterizaes epistemolgicas 255
2.1. Introduo 255
2.2. Kuhn 257
2.2.1. O "ciclo paradigmtico" 257
2.2.2. Aplicao da teoria kuhniana lingstica 258
2.2.3. Crticas 260
2.3. Lakatos 260
2.3.1. Programas de pesquisa 260
2. 3. 2. 11
Shifts" 261
2.4. Paradigmas vs programas de pesquisa 263
3. Concluso 265
3.1. Reviso da evoluo da teoria gerativa 265
3.2. Reviso das concluses epistemolgicas 268
3.2.1. O modelo kuhniano 268
3.2.2. Feyerabend 268
3.2.3. Implicaes para a lingstica e para esta tese 269
Notas 271
CAPITULO l i
"PARA UMA GRAMATICA FORMAL DO PIRAH~"
o. Introduo 275
1. O componente de base de uma gramtica do pirah 278
1.1. Introduo 278
1.2. Regras categricas 281
1.2.1. Introduo sintaxe X' 281
1.2.2. Regras categricas, generalizaes X' e implicaes
tipolgicas 283
1.2.2.1. Regras categricas do pirah 283
1.2.2.2. Generalizaes X' e implicaes tipolgicas 291
1.3. O lxico 293
1.3.1. Classes bsicas de palavras no pirah 293
1.3.2. Subcategorizao 293
1.3.2.1. Nomes 295
1.3.2.2. Pronomes 295
1.3.2.3. Ps-posies 296
1.3.2.4. P art cu 1 as 296
1.3.2.5. Modific-adores 297
1.3.2.6. Verbos 297
1.3.2. 7. Concluso 298
1.3.3. Para uma caracterizao formal da morfologia do pirah 299
1.3.3.1. Introduo 299
1.3.3.2. ~1orfologia derivacional vs flexional 300
1.3.3.3. Sufixao por RFPs 301
1.3.3.4. Sufixao por regras de estruturas de frase 302
2. O componente transformaciona1 303
3. Subsistemas de princpios 304
3.1. Viso geral dos subsistemas 304
3.1.1. A teor i a X1 304
3.1.2. A teoria g 304
3.1. 3. A teoria de Caso 304
3.1.4. A teoria de vinculao 305
3.1.5. A teoria de 11 fronteiras" 1 Bounding 1 305
3.1.6. A teoria de controle 305
3.1. 7. A teoria de regncia 305
3.2. Implicaes dos subsistemas para a Gramtica Universal 305
3. 3. A teoria de vinculao e a anfora no pirah 306
3. 3.1. Introduo 306
3.3.2. Noes bsicas de indexao e vinculao em 11
08 11 308
3.3.2.1. Indexao 308
3.3.2.2. Vinculao "Binding 11 (cf. apndice 2) 311
3. 3. 3. Problemas no pirah 313
3.3.3.1. Reflexivos 313
3.3.3.2. Pseudo-topicalizao 315
3.3.4. A teoria de regncia e vinculao (RV) 324
3.3.4.1. Introduo 324
3.3.4.2. Os princpios de vinculao RV 325
3.3.4.3. Eliminao dos ndices anafricos 327
3.3.4.4. Regras de interpretao 328
3.3.5. Para uma anlise da referncia no pirah 329
3.3.5.1. A natureza peculiar dos pronomes no pirah 329
3.3.5.2. A teoria de vinculao, cadeias funcionais e
a referncia pronominal em pirah 331
3.3.5.3. Para uma explicao do ndulo CON 340
3.3.6. Concluso 341
3.3.6.1. Adeus aos ndices anafricos 341
3.3.6.2. Sobre a noao de ~'indexao 1i vre" 343
3.3.6.3. Os exemplos de Lasnik 345
Notas 347
Bibliografia 402
(xviD
Introduo
PRIMEIRA PARTE
DESCRIAO:
A Gramtica do Pirah
2
PRIMEIRA PARTE
A Gramtica do Pirah
O. Introduo
CAPfTULO I
A SINTAXE DA SENTENA
5
CAPITULO I
A sintaxe da sentena
1.1. Introduo
11
Ele comer case a 11
( 3) h i kixih xoab -a -h
3 paca matar-remoto-certeza completa
11
Ele matou uma paca 11
11
0 gafanhoto comeu folhas 11
xib -o -b -i hi
flechar-tlico-perfectivo-prximo-certeza completa
( 6) x bog i ti ti -ba
1e i te 1 beber-intensivo
11
Sem pausa entre xbogi "leite" e ti Eu" no exemplo anterior, o
significado seria ''leite me bebe''. Com a pausa mencionada, porm, a palavra
"leite" seria interpretada como tpico, resultando na seguinte traduo:
"de leite, eu bebo muito".
totohoi
espcie de pssaro
11
totohoi, ele {humano) no o (=totohoi) come 11
pxaihi xigag
galinha pimenta
11
a galinha comia a pimenta, portanto"
11
a agua nao est vindo 11 (=no est chovendo)
11
a criana foi dormir"
11
fique ao 1 ado da casa"
(18) tl bab i ig
1 ruim estar
"Estou doente 11
(20) g xaag ti
aqui estar 1
ou se deriva de xaop 11
um marcador
tambm/com". De qualquer modo, ~
claro de posse na lngua, no manifesto por outros tipos de clusula.
Uma maneira de exprimir posse, como xaag "ter/estar", mas sem xao
"posse 11 , se v no exemplo 22:
11
a espingarda de xipogi"
11
0 estrangeiro (tem) um brao grosso 11 (=estrangeiro forte)
11
0 cachorro est bravo 11
11
a casa de kohoibihai 11 ou 11
a casa de kohoibihai 11
xoab -ao -p -
jogar-tlico-imperfectivo-prximo
(29) ti ka -o xah- p -i -t
1 casa-locativo ir -puntiliar-prximo-iterativo
11
eu dou o 1 pis para voc"
15
xihi -a -p -i -h ai
botar-atlico-imperfectivo-prximo-certeza relativa
11
(Algum) bota o lpis ao lado da borracha 11
tbo xap -o
tbua em cima-locativo
11
(Algum) bota (algo) em cima da tbua"
11
Xopsi chegar pela tarde 11
xahoahai xahoig-o
outro dia tarde -locativo
(35) poi ba -o -p
ponta de flecha afiar-tlico-imperfectivo
-i -h ai kahaixi-hio
-prximo-certeza relativa faca -instrumento
-a
. xi xihi tas -o a
-remoto rvore pequeno machado-instrumento
xi -b -xba
t -h i xi xogi
arvore derrubar-cortar-terminar-certeza relativa rvore grande
11
com terados (os pi r ah ) cortam rvores pequenas,
com machados derrubam rvores grandes 11
(37) ti Xi t -p - -h
1 rvore derrubar-imperfectivo-remoto-certeza completa
11
derrubei a rvore com machado e terado; era uma rvore pequena 11
-i -h i ab -i -h ai
-epenttico -negativo-prximo-certeza relativa
11
chovendo (=se chover), nao irei 11
18
2. Parataxe
2.1. Introduo
2.2. locues
kapi ig xogi
papel grande
11
ele chora muito, nao pouco"
saga xab -o -b -i -h i ab -
anima 1 par ar-tl i co-perf ect i vo-epentt i co-negativo-remoto
-r -i xapa hoaga
-prximo-certeza completa {?) cabea virar
22
- -i
-prximo-certeza completa (?)
-h -tao
-certeza completa-resultado
-sog -abagal
-desiderativo-iniciativa frustrada
11
ei, kohoibi ha, eu quero falar com voc 11
11
Seu gravador, ele toca muito, hki 11
(=hki toca seu gravador muito)
(52) hi bai ai -a
-h i ab hi xap-koi xaoi
3 medo estar-negativo-remoto 3 bravo-enftico estrangeiro
11
ele no est com medo, (est) muito bravo, o estrangeiro"
11
{) xisaitagi, meu amigo, (ele ) como um pirah 11
24
"poioo j est procurando a fruta, a fruta que tem suco para beber 11
hiaitihi ti xahaig
pirah 1 irmo
11
eu quero ver os pirah, meus irmos 11
25
2.3. Clusulas
-a- -ho -h a
-?-remoto-ingressivo-certeza relativa
(?)
11
fale para kohoibihai, o alumnio est saindo,
(para) ele amarrar o alumnio"
26
-h i ti hoag
-certeza completa 1 contr a-expectativa
- -h xoig -iig -
remoto-certeza relativa morrer-continuativo-remoto
xipihi ti xah-p -i -t -a
mulher 1 ir -imperfectivo-prximo-iterativo-temporal
anlise das 11
construes citacionais 11 , para uma exposio clara, reservo
essa discusso para a seo nmero 14.
2.4. Concluso
3. El lpse
-sog -abaga
-desiderativo-iniciativa frustrada
3.2. Condies
Para que
um elemento possa ser omitido, existe, segundo os dados, uma
condio bsica relacionada noo de "reconstituio'~ (mas no
necessariamente no sentido formal da lingstica chomskyana). Essa condio
que o elemento omitido precisa aparecer na sentena anterior.
29
-b - -i
-perfectivo-prximo-certeza completa (?)
11
{eu) acertei (a cobra) com a flecha 11
..
(62) xog1 aga xis oh o a -
todo 3 (animal)
procurar-proximo
30
xait -a '
PlO tapa p1' a i i
dormir-remoto tambm nome prrpio tambm
11
a esposa dele est dormindo, tih est dormindo tambm,
hoah est dormindo tambm, tapa (est dormindo) tambm"
3.4. Concluso
4. Reflexivos e recprocos
4 .L Reflexivos
"eu me bati 11
( 66) ti si xi b - o -b -a- xi
1 reflexivo bater-tlico-perfectivo-?-prximo-certeza completa
Embora nao haja evidncia conclusiva para provar ou nao esta anlise,
no momento sou cptico. A traduo no exemplo 66 seria "eu bati nalgum
animal 11 , devido a interpretao do si- como uma forma de xisi, pronome para
32
(67) ti g xib -o -b - -h
1 2 bater-tlico-perfectivo-remoto-certeza completa
11
eu te bati"
( 68) ti hi xib -o -b -a -h
1 3 bater-tlico-perfectivo-remoto-certeza completa
"eu o bati"
(69) g ti xib -o -b - -h
2 1 bater-tlico-perfectivo-remoto-certeza completa
"voc me bateu"
(70) hi ti xib -o -b - -h
3 1 bater-tlico-perfectivo-remoto-certeza completa
"ele me bateu 11
(71) ti ti xib -o -b - -h
1 1 bater-tlico-perfectivo-remoto-certeza completa
11
EU me bati 11
33
(72) g g xib -o -b - -h
2 2 bater-tlico-perfectivo-remoto-certeza completa
11
voc se bateu"
(73) hi hi xib -o -b - -h
3 3 b ater-tl i co-per.fect ivo-remoto-certeza comp 1et a
"ele se bateu"
(74) hi hi xib -o -b -a -h
3 3 bater-tlico-perfectivo-remoto-certeza completa
xoogi i tih
nome prprio nome prprio
11
xoogii bateu em tih 11
34
"todos se bateram"
(76) hi hi xib -o -b - -h
3 3 bater-tlico-perfectivo-remato-certeza completa
11
Neste caso, embora a forma controlando o reflexivo 11 esteja na mesma
clusula subordinada, ela tem o mesmo referencial do pronome da clusula
matriz. Mesmo que no haja exemplos de controle direto atravs dos limites
de clusulas, espero ach-los, de acordo com a condio acima.
4. 2. Rec f procos
(i) 11
todos vem todos" ou (i i) 11
todos o vem" ou {i i i) 11
todos vem"
(79) xogiga hi hi xi b - o -b -a
todos 3 3 bater-tlico-perfectivo-?
11
todos se bateram, xabagi, kxi e xiooitahoag 11
5. Passivas
"fbrica(o)(dor) de flechas 11
6. Causativos
-sogi -h i ab - h -ta i o
-i i g
-desiderativo-negativo-continuativo-imediato-razo
11
portanto, ele ficou no querendo faz-lo
comer naquele momento"
,Dorem,
' na minha anlise (e na de KE), a traduo e divises
morfolgicas correspondentes ao exemplo 82a seriam:
11
portanto, ele veio ficar (no estado de) no querendo comer 11
7. Comparativos e Equativos
11
a pista e grande, como o rio"
koh i gihi
pequeno aquele
1
'aquele 1p i s e grande; aquele 1pi s e pequeno 11
11
aquele muito grande 11
11
tipo de nfase a ser traduzida por grande mesmo". NessF; caso, a comparao
expressa indiretamente.
11
xoogii vende po.co, xisaitagi vendia muito mais"
11
xoogii, ele sabe falar bem a lngua pirah, como os pirah mesmo"
8. Conjuno
11
~1uitas crianas esto dormindo, a esposa estrangeira tambm dorme"
11
Sua esposa est dormindo, tih est dormindo tambm,
hoaha est dormindo tambm, tapa (est dormindo tambm). n
kapi p a i i kapi ti -h a
caf tambm caf beber-certeza relativa
Porm, seo falante est fazendo uma lista maior, esquece-se de algo,
ou se est reconstruindo a lista lentamente e de memria, ento plaii (ou
'
po, c f. 8.1.) seguir cada tem.
h ai kap p a i i txisi p ai i
hmm (dvida) caf tambm pe1xe tambm
8.3. hoag
h ai ti xoi kah-p -i
hmm (dvida) 1 mato ir -imperfectivo-prximo
-hai' hai
-certeza relativa hmm {dvida)
11
vou pescar (ou) talvez irei ao mato (=caar) 11 (literalmente,
11
a traduo seria: Vou pescar, hmm, vou ao mato 11
-i -t gitopaso piii
-prximo-iterativo nome prprio tambm
-i -t hoagaixxai xigo
-prximo-iterativo nome prprio associativo
h1 xigo kah-p -i -t
3 associativo ir -imperfectivo-prximo-iterativo
11
gitopaso j saiu com hoagaixxai 11
O pirah tende a evitar estruturas coordenadas a nao ser que, como nos
exemplos anteriores, cada item da conjuno repita ou pressuponha {atravs
da elipse) o verbo da primeira clusula da conjuno. Outrossim, clusulas
que apres'entam informao no relacionadas so expressas independentemente.
52
* (110) ti kapli ti -h i ab -i -h a
1 caf beber-negativo-prximo-certeza
tao kah-p -i
relativa nome prprio ir -imperfectivo-epenttico
-h i ab -i -h a paii
-negativo-prximo-certeza relativa tambm
* 11
eu no beberei caf e tao no ir tambm"
9. Estratgias pragmticas
9.1. Introduo
Muitos dos itens a serem discutidos nesta seao ainda nao esto muito
claros e, portanto, a anlise e os comentrios abaixo devem ser considerados
tentativas. Por outro 1ado, h vrios aspectos desta are a que entendemos
relativamente bem. Tentarei manter o leitor informado quanto
confiabilidade das concluses oferecidas.
53
9.2. Topicalizao
9.2.1. Introduo
Como se
.
ve emseoes anteriores (e. g 1. 2.; 2 .1. etc.), certos
constituintes podemaparecer fora de suas posies no marcadas dentro de
uma entidade numa posio marcada esquerda, direita ou em ambas as
posies simultaneamente. Tenho chamado todas essas possibilidades de
"topicalizaao" (o que no se deve confundir com a noo formal de tpico da
teoria gerativa- cf. o terceiro captulo).
..
(lll) p i i -gi -x10 xig -xai xagaoa-xai
gua-baixo-direo viajar-estar canoa -instrumento
11
geradas pela base 11 , expresso a ser discutida mais adiante, no terceiro
captulo).
(114) gi pi i xoi -p -
2 imperativo gua buscar-imperfectivo-prximo
pii xi g -opa- -h a
gua trazer-ir -prximo-certeza relativa
11
Voc va buscar gua, traga gua"
(115)//~~~
nome prprio 3 brincar (1) nome prprio
11
xoogii, ele brinca (muito), xoogii"
9.3. Esclarecimento/nfase
9.3.1. Introduo
kapoti xabai
nome prprio nome prprio
11
eu quero comprar aquilo, a tesoura 1
-hoag - -h -tao 11
-ingressivo-remoto-certeza completa-resultado
(119) /potagipaxa I
-
pago bi tihi II
Ponta Limpa pagou bem castanha
11
A (castanha/chamado) Ponta Limpa, (ele) pagou bem pela castanha"
-p -i -t -o
-imperfectivo-prximo-iterativo-temporal
(b) kaop-p - -h
sair -imperfectivo-remoto-certeza completa
xopa-ta -h
ir -iterativo-certeza completa
11
Xoogi i disse 'quando me acordar, sairei. A ele voltar.
Ele disse (que) tarde sair, {ele) ir 1 "
11
Note-se que a informao nova, a palavra xahaigi de tarde 11 , neste
caso, geralmente introduzida por uma construo citacional. Na maioria dos
textos que tenho registrado, as construes citacionais so empregadas para
marcar mudanas significantes de participantes, tempo ou evento.
-b -baga
-perfectivo-iniciativa frustrada
11
kohoibii'hai disse (que) o chumbo bateu no olho dele.
1
kohoibihai disse eu quase atirei nele (por estar to) perto' "
9.5.1. Introduo
9.5.2. Na morfossintaxe
9.5.2.1. A repetio
ig -op-a- -h a
corre-ir-7-prximo-certeza relativa
(124) xaoo1
.. xao hi xahoa- -saha
estrangeiro ? 3 falar-prximo-negativo imperativo
xapaitisi hi xahoa-ti
1 ngua pirah 3 falar-incerteza
xi go xai -sahax
associativo fazer-negativo imperativo
11
fique ao lado da casa, nao venha comigo 11
11
0 estrangeiro grande"
63
11
0 estrangeiro muito grande 11
11
no tem farinha (de mandioca) 11
11
no tem farinha"
9.6. Concluso
10. Interrogativos
10.1.1. Introduo
(132) g xop - -h i ab -a
2 bravo-epenttico-negativo-remoto
10.1.3. hx
(133) xi bait -o -p -i
~p:an~o~-l~a~v~a~r~-~t~~l~i~c~o~-~i~m~p~e~r~f~e~c~t2i~v9o~-~5>+mrr-~ilnterrogativo
11
(voc) vai lavar roupa? 11
(Ler o smbolo 11
como 'acentuao mais forte da clusula'.)
67
10.1.4. -xl
11
Ele est (com) frio? 11
11
(voc) no comeu ainda? 11
-x (hx)
-interrogativo (interrogativo)
11
kohoi no est querendo (aquilo)?"
68
10.L5. -hoaxi
11
ele tem filho(s)? 11
ntem papel?n
69
11
rvores existiam h muito tempo atrs?"
10.1.6. -xaoaxi
-i -s-aoaxi
-prximo-?-interrogativo
10.1.7. ko
- hx xai
-prximo interrogativo ser (?)
(146) xi ko xi bait -o
3 feminino interrogativo pano lavar-atlico
-p -i hx
-imperfectivo-prximo interrogativo
"voc j terminou?"
10.2.1 .92.
Todas as perguntas -WH sao marcadas pelo morfema 2 Este elemento pode
ser 1i gado a outros tipos de morfemas para produzir a srie de perguntas -WH
relacionada do portugus ('o qu', 'como', 'por qu', 'onde' etc.). Tenho
analisado~ como um tipo de adjetivo, pelo menos no seu posicionamento
sintagmtico na clusula.
As perguntas so formadas da seguinte maneira:
locativo, -S!_
associativo, xig
demonstrativo, giso
modo, .9li s
-i (hx)
-prximo (i nterrog ativo)
11
quando que o avio voltar?"
g i h i
pronome (distal demonstrativo deictic}
11
qual o nome daquilo?/ o que e aquilo? 11
-sog -i (h X)
-desiderativo-prximo (interrogativo)
11
quem ? 11
(156) kao
"quem? 11 ou 11
de quem?''
( 157) go
11
o qu? 11 ou "o que e que h?"
74
11
a onde que (ele) vai?"
-ab - i -p -i
-durativo-atlico-imperfectivo-prximo
-o -b -i (hx)
-tlico-perfectivo-prximo (interrogativo)
11
por que que {ele) comprou a espingarda? 11
75
11
como e' que faz (aquilo)?"
toipi koab - i -p -
parintintin matar-atlico-imperfectivo-remoto
toipi koab - i -p -a
parintintin matar-atlico-imperfectivo-remoto
11
quem matou os parintintin num outro mato h muito tempo? 11
to i pif koab -i -p -a
parintintin matar-atlico-imperfectivo-remoto
11
onde foi que os pirah mataram os parintintin h muito tempo? 11
xigi ai hx
associativo fazer interrogativo
11
0 que foi que os pirah fizeram h muito tempo? 11
- soxgi
-remoto muito tempo
koab -i -p -
matar-atlico-imperfectivo-remoto
11
quando tiosipi voltar, ento eu irei"
xop - -ta
virar-prximo-iterativo
11
(depois da) volta de quem, voc ir? 11
bi kagog a -bo-ha
xoa
mercador i a comprar-vir-certeza relativa
xoa -boi -h a
comprar-ir -certeza relativa
quem casa
*(c) '
g1xai go 11
0 seu qu? 11
2 WH
80
( b) kao xahaig gi h i 11
aquele () o irmo de quem?"
quem irmo aquele
11
pai tem duas mangas"
11
0 que que pai tem?"
(171) (a) bi xi ka -o
nome prprio 3 feminino casa-locativo
kah-p -i-
sair-imperfectivo-?-prximo
11
Xipogi, ele vai comigon
kah-p -t
-i
sair-imperfectivo-prximo-iterativo
11
quem vai para onde? 11
10.3. Respostas
- hx
-prximo interrogativo
''voc/ele j comeu?''
(b) sox
j
ha gihi
certeza relativa aquilo
(b) xig ai
associativo ser
11
(voc) ainda tem pano?"
84
(b) hiaba
negativo
"no (tem)"
11. Imperativos
11.1. Introduo
11.2.1.1. Pedidos
11
puxa, como estou com fome"
11.2.1.2. Comandos
(183) sit -p a -t i
levantar-imperfectivo-remoto-incerteza
11
1evante-se"
11
fique na terra"
11
traga a caixa 11
(186) gi pi i oi -p
2 imperativo gua buscar-imperfectivo-prximo
88
pi i ig -op-a -h a
gua trazer-ir-atlico-certeza relativa
(187) gi gi 50 -o -xio
2 imperfectivo demonstrativo-locativo-direo
kagak -a -t i
escrever-remoto-incerteza
11
fique"
"faamos o caminho"
(190) kaxo xi xi g -t i
exortativo madeira carregar-incerteza
11
Carreguemos a madeira"
89
xapaitiso hi aho -a -t i
pirah 3 falar-remoto-incerteza
11
no caia!"
12. Negao
11
eu disse 'no faa aquilo' "
( b) ti --
ga1 -sai k a i -saha gi h i
1 dizer-nominalizador f azer-neg ativo imperativo aquilo
11
11
eu disse 'no faa aquilo'
-x hx
-interrogativo interrogativo
11
(voc) no comeu ainda? 11
92
(b) ti koho -i -p -i
1 comer-atlico-imperfectivo-negativo
-h i ab -iig -
-negativo-continuativo-remoto
(195) xapisooi hi og -i -h i ab -a
nome prprio 3 querer-epenttico-negativo-remoto
11
ancinho"
93
* 11
no algo para fazer a grama 11
(200) Xll
.. -sai kai h i aba
coisa fazer-nominalizador negativo
11
no () um fabricador de coisas"
11
no () algo (para) fazer (=trabalhar com) grama 11
" homem?"
11
no homem"
11
Voc quer farinha?"
11
no {quero) farinha, somente (quero} dinheiro 11
95
11
(0) p doi"
11
(o) p no est doendo 11
A mudana tonal no elemento negativo no exemplo 205 (b) e (c) nao tem
sido analisada ainda. O h inicial de hiaba aparentemente se apaga quando
precedido por uma consoante. Em outros casos, h a insero de i para a
quebra da seqncia consonantal. Os fatores que determinam se haver
epntese no apagamento no so claros para mim, ainda.
11
(b) xaibog-hiaba no rpido 11
{c) xaibog-hiab-iig- 11
no estando/sendo rpido 11
11
no venha/fique comigo 11
97
11
eu no (vou) para casa"
(209) xo - -i o h i ab -i i g -
mato-locativo-direo negativo-continuativo-remoto
11
(eu) no (vou) para o mato"
11
eu no estou mandando (em ningum) para fazer flecha"
kai -h i ab -i -h a
fazer-negativo-prximo-certeza relativa
11
eu mando (em algum) para nao fazer uma flecha 11
hoag -h i ab -i -h a
vir -negativo-prximo-certeza relativa
xopoho -o -p -i -h a
trabalhar-tlico-imperfectivo-prximo-certeza relativa
11 1
poio diz eU no virei, (eu) trabalharei 11
hoag-hiab -i -h a
vir -negativo-prximo-certeza relativa
xopoho -o -h i ab -i -h a paii
trabalhar-tlico-negativo-prximo-certeza relativa e
11
poio diz eu no virei e (eu) no trabalharei 11
100
13. Anfora
13.1.1. Apagamento
11
eu j vou 11
(b) hi go-o
.
3 WH-locativo
11
para onde?"
oba- i -h a gxa i
ver-prximo-certeza relativa 2
(b) hi go giso
3 WH demonstrativo
"quando?"
xop-ta -h
sair-iterativo-certeza completa
xipihi paii
mulher tambm
11
todo mundo procurara a anta, inclusive as mulhereS. 11
11
eu j joguei o capim (fora), o capim (eu) joguei.''
11
xopsi falou a xogaii 11
103
11
eu nao o vi, aquele pano'*
ka hoag-a kapiigakagaka-i -h a
casa vir -temporal estudar -prximo-certeza relativa
-xaaga hoasgiko
-ter chumbo
(i) 11
Xahoogi disse, eu tenho chumbo 11
No caso (i), ti "P = xahoogi; porm como mostrado por (ii)~ ti "1 11
tambm pode referir-se a quem est relatando o fala em si. Esta ambigidade
(presente no exemplo 219 (b), tambm) resolvida pragmaticamente. Isto ,
esse tipo de sentena interpretada atravs do conhecimento do contexto
pragmtico (o que pode incluir informao no lingstica ou pelo menos no
sinttica).
105
Isto discutido na seo 21. Existe pelo menos uma partcula anafrica
ao nvel do discurso cuja funo marcar o "envolvimento" de certos
participantes.
poio xahpti
nome prprio nome prprio
11
poio bateu em xahpti n
11
Neste exemplo, letra {a), a primeira ocorrncia de hi 3 11 refere-se a
poio, enquanto que a segunda refere-se referncia a xahpti. Esta
obrigatria. A letra (b) diferente na medida em que o primeiro .!:!1_ pode
referir-se ao segundo (a interpretao reflexiva) ou a algum mencionado em
outro lugar no discurso. Os vnculos de referncia intersentencial so
estabelecidos atravs do conhecimento do contexto {lingstico ou no
lingstico) - cf. captulo 3.
(222) xaikiba hi ai h -i -h a
nome prprio 3 ensinar-prximo-certeza relativa
11
xaikiba ensinar e depois estudar 11
agi -h i ab -
-iig gihi
querer-negativo-continuativo-remoto aquele
11
kohoibihai disse que ele no quer aque1e 11
xait a
p10 tapa p ai i
dormir remoto tambm nome prprio tambm
11
sua famlia dorme tambm; tih dorme tambm; hoah
dorme tambm e tapa {dorme) tambmr
108
kah-p -i -h a hoa
ir -imperfectivo-remoto-certeza relativa dia
ba giso xabi - -h a
muito demonstrativo ficar-prximo-certeza relativa
''xoagii falou que vai para o mato (e que ele) ficar muitos dias 11
(226) hi g -sai -h ai
3 dizer-nominalizador-informao ouvida
hopi hi g -sai -x ai
nome prprio 3 dizer-nominalizador-informao relatada(?)
hi g -sai -hai
3 dizer-nominalizador-informao ouvida
109
hi apixiai hi xai -x
3 outro 3 fazer-enftico
"hopi disse, ele disse, ele disse outra pessoa fez (aquilo) "
11
ele muito velho mas assim mesmo ele trabalha muito"
11
3 respeito de xigg foi dito 1
(o) trar comigo' "
hio -o
. -xi ai ti hi ah -1 -sai
cima-locativo-direcional 1 3 ensinar-epenttico-nominalizador
hi g -sai -hai
3 dizer-nominalizador-informao ouvida
11
Xigg disse 1
pahaibi, faa farinha 1 , ele estava dizendo 11
lll
14.1. Introduo
que as razes verbais tambm funcionam como sufixos (cf. 18}, minha intuio
leva-me a considerar estes exemplos como verbos complexos, e nao como
clusulas subordinadas (e, portanto, so tratados na seo 18).
A ordem dos constituintes em clusulas subordinadas a mesma que nas
cl usu1 as matrizes, embora as clusulas subordinadas nao manifestem
elementos perifricos (cf. seo 1.6., acima), mas apenas os argumentos e o
verbo.
O pirah no tem um complemento como 1 que. Em vez disso, os
complementos so introduzidos morfologicamente pelas formas verbais (cf. a
discusso abaixo).
11
kxo j mandou a criana (para) cortar o capim"
113
hi ti xig -o kah-p
3 1 associativo-locativo ir -imperfectivo
-i -t-a
-epenttico-iterativo-remoto
11
ele voltou 1 igeiro, (da) ele foi comigo/conosco 11
-h -ta i' o
-certeza completa-resultado
Exceto pelas
formas nominalizadas como nos exemplos 231 e 232, as
clusulas adverbiais precedem o verbo. Isso vlido para todas as clusulas
adverbiais, menos as do ponto 14.2.1., e as clusulas subordinadas
parataticamente.
Clusulas temporais so marcadas pelo sufixo verbal -so (que varia
morfologicamente com-ao aps consonantes), traduzido por "quando", "depois".
11
enquanton.
tixisi oho -i -p -i -h a
peixe comer-atlico-imperfectivo-prximo-certeza relativa
11
quando xaxi voltar, eu comerei peixe"
(236) hi koho -i -p -o
3 comer-atlico-imperfectivo-temporal
115
kapiigakagaka-op-ai -ha
estudar -ir-atlico-certeza relativa
11
depois de {voc) comer, vamos estudar 11
pitsi bag -o -b -
cachaa vender-tlico-perfectivo-remoto
11
enquanto voc trabalhava, o barco vendeu cachaa 11
ti k hoag-a
1 casa vir-temporal
11
quando que voc me ver? quando eu voltar (para) casa 11
-p -i -1'
-imperfectivo-prximo-certeza completa
11
SE no chover, eu irei.,
-ai -p -i -sa
-atlico-imperfectivo-prximo-condicional
ti xi o -bo-ha
1 coisa comprar-vir-certeza relativa
hi
PlD hi bagi a xio hi
3 tambm 3 vir remoto direo 3
ao agaoa kb-ai hi ao
estrangeiro canoa ver-atl i co 3 estrangeiro
11
0 estrangeiro dizia que ele tambm vir (para) ver {e para) ns
vermos (como) fazer uma canoa (=para nos ensinar a fazer canoas) 11
11
(i) eu nao quero (que) o estrangeiro (pare) porque o estrangeiro
caro 11
e nao:
11
(i i) estrangeiro no quer parar porque o estrangeiro e caro 11
0
hi bab -ao-p -
3 doente-tlico-imperfectivo-remoto
11
Voc como nosso irmo {porque) voc paga bem"
120
-i -tao
-prximo-razo/resultado
11
(ele) est na roa para buscar mandioca 11
( 248) ti ob h a i xi i -h i ab -a hi
criana fome atlico-negativo-remoto 3
oho -i -p -i -h i ab
comer-atlico-imperfectivo-epenttico-negativo
-i -ha
-prximo-certeza relativa
Ver a seo 7.
ti tas -o a Xi it -a
1 machado-instrumento derrubar-remoto
-b - -h
-perfectivo-remoto-certeza completa
"xapisooi matou uma anta (por) atirar nela (com uma) espingarda 11
122
aag hi xaibogis
ter 3 rpido
(254) ti hi ob -ai -h i ab -i -h a
1 3 ver-atlico-negativo-prximo-certeza relativa
ob -ai -a
-h i ab pixi
ver-atlico-negativo-remoto agora
-op -i -h i ab -i -h ai'
-movimento (?)-epenttico-negativo-prximo-certeza relativa
124
tihi hi ab - -ko
castanha negativo-epenttico-enftico
aag-hg -a
ter -ingressivo-remoto
(257) xaoo1
.. hi ga1
..
-sai ambora
estrangeiro 3 dizer-nominalizador embora
kob-ai -h a xitrda
ver-atlico-prximo estrada
11
0 brasileiro disse 1
embora, vamos ver a estrada 1 11
"voc j me viu?"
ti g xaag
1 WH estar
11
Voc viu onde eu estou? 11
e tampouco a seguinte:
Estes
tm a mesma forma das afirmaes indiretas do ponto 14.3.2. Isto
, o verbo g 11 dizer", mais o complemento.
11
ele disse (para) (voc) ir rpido 11
11
eu gosto muito de sua fabricao de flechas
11
{= do seu jeito de fazer flechas)
CAPnULO li
A SINTAXE LOCUCIONAL
130
CAPfTULO li
A SINTAXE LOCUCIONAL
15.2.1. Ordenao
.
A ordem bsica dos constituintes em locues possessivas e: (nome) +
(pronome} + ncleo (um dos elementos entre parnteses tem que ocorrer).
11
05 testculos de pait 11
131
(265) ti kai i
1 casa
"minha casa"
"seu queixo"
15.2.3. Concluso
15.3. Modificadores
15.3.1. Adjetivos
A categoria de 11
adjetivos 11 no parece essencial para uma discusso do
pirah, que os modificadores dos nomes tambm podem modificar as verbos
j
(cf. seo 23).
locues nominais modificadas distinguem-se dos possessivos pelo fato
de que a cabea precede o modificador, mas segue possuidor. A locuo
nominal normal manifesta dois ou menos modificadores. Raramente h mais de
dois modificadores. A maior locuo nos meus dados :
11
dois tambores vermelhos () pesados 11
"outra mulher"
11
ele voltar (depois de) muitos dias"
11
(ele) tem muita farinha"
xap -o -b -1' -i
atirar-tlico-perfectivo-prximo-certeza completa
11
ele tem pouco dinheiro"
bo - gai kob-
acima-locativo demonstrativo ver-remoto
(ii) 11
0 k, uma banda de muitos porcos esto entrando na
gua rio acima, olhe!"
136
(278) ti xaga g -a
-xai
l partcula de discurso dizer-estar-atlico
ko kab si
olho negativo epenttico nominalizador
11
eu disse, 'o homem sem olhos vendeu a rede ''
11
Ser que o barco, o que traz balsas, nao vir? 11
tiobhai ti talsi ig -i i g -a
criana 1 machado levar-continuativo-atlico (?)
(i) "eu quero falar com a criana que levou meu machado"
(ii) "eu quero dizer que uma criana levou meu machado 11
15.4. Nominalizaes
"'
( 282) Xll -sai
kai
casa fazer-nominalizador
11
fabricador de coisas"
11
arroz vendvel"
11
0 estrangeiro tem uma tbua para dormir {= uma cama) 11
-h i ab -a
-negativo-remoto
* (i ) 11
boa fabricao de po" (c f. o ingls 'good bread making')
(i i ) "bom fabricante de po"
Uma explicao possvel pela forma do exemplo 288 (a), se esta hiptese
estivesse correta, seria uma tendncia, no pirah, de evitar construes do
tipo:
141
Isto apenas uma hiptese. mas a falta de exemplos do tipo 289 parece
apoi -1 a.
-sai usado freqentemente para produzir um tipo de construo que
corresponde em certos apectos ao infinitivo.
15.4.3. Concluso
11
(o homem) sem olhos (o) vendeu (para mim)"
142
11
Xisbi () o meu amig0 11
Uma explicao tentativa para os exemplos como o 292 que -si marca,
de alguma forma, uma mudana na funo de um elemento. Todos os nomes
prprios para seres humanos so derivados de construes verbais, nomes de
animais, locues nominais etc. Em muitos casos (~ 90%) -si ocorre
opcionalmente na posio final do nome. Naturalmente, possvel que o -si
dos verbos, como no caso do exemplo 292, seja diferente do -si dos nomes
prprios. Por enquanto, estou inves.tigando a possibilidade dos dois serem
iguais.
Outro problema que -si no ocorre com os verbos transitivos nem
intransitivos e, portanto, tenho pouqussimos exemplos registrados com ele.
16.1. Introduo
Quanto aos exemplos 299 e 300, siga aqui a anl i se de SS. Porm. ver a
seo 22.3.1.3. para uma hiptese alternativa baseada na variao
(fonolgica) livre.
Na seao 22 tento demonstrar que estas formas so presas
fonologicamente e no morfologicamente. SS listou outras formas pronominais
que, na minha anlise, sao apenas o resultado de uma regra opcional de
prefixao. Ver a seo 22.3.3. para uma discusso destas possibilidades.
11
eu e voc vamos (=ns vmos)"
..
"quando pa10 voltar, ento eu vou pescar (=flechar peixe)"
Aqui, xatiso parece ter a funo temporal de 11 ento" (que nao bem
preciso- ver a seo 21 para uma explicao mais completo).
Outra maneira de expressar a plural idade e atravs da ps-posio
comitativo/associativo, xigo.
-ta -ha-ti
-iterativo-? -incerteza
Existe apenas uma forma coletiva nos meus dados, xogiga "todo mundo 11
Mais uma vez, isto o caso de um morfema composto por outros morfemas que
chegou a funcionar como uma forma cristalizada~ ou seja. que funciona
147
(311) hi xob-ax ti
3 ver-bom 1
(312) hi g ga -xai
3 WH dizer-atl i co
ti xos aaga
1 ignorncia ter
-x hix
-interrogativo interrogativo
-x hh
-interrogativo interrogativo
"ningum mais"
11
de quem ( a) castanha? 11
(b) gxai
2
11
0 que e que voc quer 1evar? 11
(b) gioai
este/isto
xig -a -ti
levar-remoto-incerteza
.
ll po, 1eve aquela panela!"
(b) kai-o 11
na casa I em casa"
h i ab -i i g -a
negativo-continuativo-remoto
18.1 Introduo
Como na maioria das lnguas amaznicas, a rea que tem sido mais
difcil de analisar no pirah o sistema verbal. Embora o meu entendimento
desse sistema esteja crescendo rpidamente atravs da aprendizagem da
lngua, ainda estou longe cteuma anlise completa.
Alm das vrias complicaes morfofonolgicas (ver as sees 21 e 22),
h muita relutncia contra a repetio "verbatim 11 {palavra por palavra). Os
informantes preferem parafrasear em vez de repetir, pensando, aparentemente,
que j que o lingista no entendeu a primeira frase, talvez ajude colocar
tudo numa forma diferente. Ademais, isto, mais o fato de eles serem
monolnges (o que torna qulaquer tentativa de conseguir uma traduo dos
exemplos extremamente difcil) complica muito a tarefa do lingista.
Embora SS (1976) liste dez classes posicionais para os sufixos~ com
aproximadamente trs membros de cada classe, acredito que o nmero seja
maior at quinze, com vrios suprafixos tonais. Porm, isso vai alm da
nossa capacidade no presente, e portanto, no ser tratado aqui.
Com a exceo de pronomes imperativos (ver as seoes 9, 11 e 16,
acima), as categorias abaixo so expressas exclusivamente por afixos. No
tentamos proporcionar nenhum tratamento exaustivo dos verbos do pirah neste
trabalho. Este estudo tem sido ajudado muito pelo estudo pioneiro de SS
(1976), embora tenha dvidas sobre certas seoes daquele trabalho. De
qualquer maneira, a responsabilidade desta seo minha, e as concluses,
erros etc. so tambm meus. A exemplificao dos sufixos restrita a poucos
exemplos nesta seo, j que todos os sufixos so exemplificados vrias
vezes nas demais seoes.
158
(4) -~ 11
desiderativo 11 nao coocorre com -hiab "negativo 11 ;
(7) as classes (6), (7), (8), (11), (12), (13), (15) e (16) nao
11 11
coocorrem com -so temporal ;
(8) -a 11
afelico 11 no coocorre com -E._ "perfectivo".
"
lncorpor~Cao "
Ao Ao Ao
( segue)
" 18.8. -~
'durativo'
-
-o
'tl i co'
-
-b
'perfect vo'
i
-~
'desiderativo'
--
-hiab
'negativo'
-xiig
'continuativo'
-x6xi
-xoax.ii
-p - i ., -sahax
---
-hoaxi
'at! ico' 'proibitivo'
'puntiliar' 'imperfectivo'
'' seo 10
(continuao)
-t -koi
-hoag
'estado'
-i
-
'prximo'
-t - i -baga -ba
-
'iterativo' 'incerteza' 'iniciao 'intensivo' 'enftica'
-~
'temporal'
--
-h ai -tafu
--
comentrio/ 'resultado'
-~i
'ao'
--
'remoto'
-h a
-
'certeza
frustrada'
-bai
--
-sai
--
'condicional/
'hearsay'
-xagah
relatha' 'trmino nominalizador' 'observao'
-h frustrado' -si -sib1ga
-
'certeza 'nominal izador' 'deduo'
completa' (?)
160
18.2. Tempo
18.3. Aspecto
(332) ti xis ab -o -b -
1 animal pegar-tlico-perfectivo-prximo
-h a k aahai x i
-certeza relativa arara
11
tudo quebrou"
(334) xagasi h i ab -b
.
-ao -a
.
farinha negativo-tlico-perfectivo-remoto
11
a farinha acabou"
O sufixo imperfectivo e
.
o imperfectivo indica que a aao e
.
"analisada 11 e o falante no est enfocando-a como um todo, mas sim, em
termos dos seus componentes (cf. Comrie - 1976).
- giopa xat i
-remoto cachorro cutia
11
0 cachorro esta v a comendo (mastigando) a cut i a"
(336) ti xis o -o -p -i
1 animal procurar-tlico-imperfectivo-prximo
-ha kaahaixi
-certeza relativa arara
11
eu estava/estarei procurando uma arara"
162
(337) ti koho -i -p -1 -h a
1 comer-atlico-imperfectivo-prximo-certeza relativa
xahoahai
outro dia
11
eu estava vendo/tinha visto a flecha"
(339) x hi ab -o -b -x hix
animal negativo-tlico-perfectivo-interrogativo interrogativo
11
a carne (j) acabou? 11
11
eu estava/estarei comendo carne 11
163
(341) hi koab -i -p -a
3 morrer-atlico-imperfectivo-remoto
11
ele morrer (no futuro) 11
(342) hi xopaoho -i -p -i i g -a
3 tr aba 1h ar-atl i co- imperfect ivo-cont i nu ativo-remoto
11
ele estar/estava trabalhando 11
11
U estarei possuindo aquilo no ano que vem (=na outra gua) 11
(344) hi kohoi-t -h
3 comer-iterativo-certeza completa
basa xo -boi -h a
pano comprar-vir(?)-certeza relativa
11
quando xaxi voltar novamente, compre o pano"
--hoag -a
-7-ingressivo-remoto
- baa
-prximo porco do mato
11
no domingo procurarei comida"
-a -h
-remoto-certeza completa
- -h
-remoto-certeza completa
11
ele quis/querer trazer muito (daquilo}"
-a
. -h -tao
-remoto-certeza completa-resultado
11
talvez, tao continua procurando"
18.4. Modo
18.4.1. Condicional
-h "certeza completa";
-haf ''certeza relativa 11 ; e
-ti n;ncerteza 11
xiga -hoag -a -t i
levar-ingressivo-remoto-incerteza
(361) hi xop-ta -h
3 ir -iterativo-certeza completa
11
Xisaabi beber cachaa 11
171
11
O exemplo 364 expressa uma noao semelhante a eu normalmente nao como
tomates" ou "eu no quero o tomate". O mesmo pode ser ligado parataticamente
outra frase como no exemplo seguinte, para expressar o sentido habitual:
172
pixi koho -i -p -i -h a
agora comer-atlico-imperfectivo-prximo-certeza relativa
11
U nao comia tomates (mas) agora (eu os) comerei"
-sog -x hix
-desiderativo-interrogativo interrogativo
18.4.5. Interrogativo
18.5. Pessoa
Os sufixos
a serem discutidos aqui parecem, de modo superficial, ter
pouco em comum. Porm, acredito que o trao comum dos sufixos desta seo e
.
a atitude ou a aval i ao da ao pelo falante. Tentarei justificar esta
afirmao no decorrer desta discusso. -tao (18.7.1.) ocorre na ltima
classe posicional dos sufixos verbais e os outros (18.7.2.) ocorrem na
penltima. Como j foi notado (18.1.2.), membros da mesma categoria - classe
posicional - no podem co-ocorrer.
11
ele foi para ficar I estar com seu irmo"
-a -h -tao
-remoto-certeza completa-resultado
11
eu estou com medo e portanto certamente no (vou) com-lo"
18.7.2.1. Deduo
abaip - -sibiga
sentar-epenttico-dedutivo
11
o avio est aterrissando agora (segundo o que
os outro me dizem) 11
11
ele disse (que segundo o que ouviu) eu quero jogar a bola"
-sog -i -sai -h ai
-desiderativo-epenttico-nominalizador-hearsay
11
(segundo o que ouvi) o estrangeiro que trazer a carne 11
11
Chega~ estou cansado 11
Tambm, o uso de xagah parece implicar na continuao de uma ao, mas nao
tenho nada exato a dizer no momento.
-i -sai -xagah
boca-epenttico-nominalizador-observao
11
eu gosto muito de voc 11
(382) xi hi ab -ko
- 1
coisa negativo-epenttico-enftico
11
no tem mesmo (aquilo) 11
*(383) xi h i ab -i -ba
coisa negativo-epenttico-intensivo
11
no tem mesmo (aquilo) 11
179
18.7.5. Ao frustrada
Este sufixo exprime a noo de uma aao (ou estado) que era para
comear, mas foi frustrada antes de sua iniciativa, algo que 11
quase
comeou". -baga aparece freqentemente com o verbo ~ 11 querer". Minha
intuio sobre estes casos de que -baga diminui a fora ilocucionria do
pedido {indireto; cf. seo 9). Ou seja, a pessoa fazendo o pedido indireto
nao diz que 11 quer 11 o objeto (ou o comportamento) em questo, mas que "quase
o quis". A expresso da frustrao resulta da incerteza sobre a reaao do
ouvinte, que nem lhe permite querer a coisa. Esse uso de -baga parece ser
idiomtico, dificultando uma caracterizao precisa do fenmeno.
(384) hi -
Xl koho -ao -b -baga
3 coisa comer-tlico-perfectivo-iniciativa frustrada
11
ele quase (comeou a) com-lo 11
11
eu quase (o) quero 11
(386) hi baitigilsi is ib -o
3 espcie de peixe animal flechar-tlico
-b -bai
-perfectivo-trmino frustrado
11
a criana quase caiu 11
18.8. Incorporao
processos morfofonolgicos ocorrem (ver seao 23) ' sendo o mais comum a
insero de uma voga 1 epentt i c a, geralmente /i/, para evitar as seqncias
consonantais que resultam da juno de uma raiz que termina por uma
consoante e outra que inicia por consoante.
No estou certo sobre as restries nessa i ncorpor ao. t comum
observar at trs razes no mesmo radical, embora isso parea ser o mximo
permitido. As vezes difcil determinar se o elemento em questo uma raiz
incorporada ou um sufixo. Segue uma lista de verbos comuns, formados pela
incorporao so (razes incorporadas precedidas por +):
(c) xig + ab + op
carregar + virar + ir 11
trazer de vo1ta 11
(d) kaob + ap
ver + ir "ir (para) ver''
(e) xibot + op
cortar + ir 11
Cortar (nfase no movimento do processo) 11
No h.
182
11
roa grande"
xogi 11
grande" comum neste tipo de construo, mas o nico adjetivo
permitido, nos meus dados. Tenho chamado este fenmeno, de reduplicao,
meramente como um artifcio mnemnico e nao pretendo confundir isso com o
que outros (e.g. especialistas da lngua grega) chamam de reduplicao.
Estes marcadores enfticos (exemplos 390 e 391) so, nos meus dados,
trocveis sem nenhuma diferena de significado na traduo. Outrossim, estes
morfemas so o nico meio de modificar o ncleo da locuo, exceto pelo
morfema xabaxgio 11
sozinho/s"omente" (hih xabaxgio "somente um"}. Porm,
no tenho certeza sobre a et imo 1og i a desta pa 1 avr a e e 1a parece conter
elementos verbais que transformariam "somete um" numa frase existencial do
tipo "h apenas um". O nmero limitado desse tipo de modificador pareceria
apoiar esta hiptese.
-p -h kabati
-imperfectivo-certeza completa anta
11
ele se levanta rpido"
11
(um} barco devagar"
185
11
0 barco volta devagar 11
21. Partculas
Ver seo 8.3. {a forma kog dessa seo uma variante fonolgica de
hoag, em variao livre). Ver tambm, a seao 22.3.1.3.
Esta partcula expressa a noo de uma expectativa frustrada, no
cumprida. Seria possvel interpretar a sentea introduzida por hoag como
uma clusula subordinada, e isso poderia ser, de fato, a anlise mais
carreta. Neste caso, colocaramos esta discusso na seo 14. Porm, na
minha anlise, hoag pode introduzir tanto sentenas subordinadas quanto
independentes. Portanto, no acredito que a sua nica ou principal funo
seja a de subordinao da clusula posterior e, por isso, trato hoag aqui.
-xiig -
-continuativo-remoto
ti kahp-i -ha
1 ir -prximo-certeza relativa
11
o mato est muito escuro, mas assim mesmo eu vou"
ap-i -p -1
ir-atlico-imperfectivo-prximo
( 403) ti p 1 ai i
xog -abaga
1 tambm querer-iniciativa frustrada
11
eu tambm quero"
( 404) h i kag i
plai xait -ab -iig -
3 famlia tambm dormir-durativo-continuativo-remoto
11
Esta partcula deriva-se da palavra xapa Cabea 11 Traduz-se por
"primeiro 11
189
11
Estas partculas sao traduzidas como depois 11 ou 11
mais tarde 11 e so
sinnimos.
ti tiohixio
1 depois
ti bab -ao -p -
1 doente-tlico-imperfectivo-remoto
kaha-p
.
-1 -h i ab -a -h
it -imperfectivo-epenttico-negativo-remoto-certeza
-tao
completa-resultado
kaha-p -
ir -imperfectivo-prximo
-a -ti
-remoto-incerteza
(412) hi ti g -sai ai -t
3 1 dizer-nominalizador dormir-iterativo
193
-h .'
-Xll -h a
-ingressivo-prximo (?)-certeza relativa
xi apa - hi ti g -sai
rvore cima-locativo 3 1 dizer-nominalizador
xiooasai ti xiho -i -p
escuro 1 andar-atlico-imperfectivo
CAPfTULO I l i
RESUMOS
196
CAPfTULO I JI
RESUMOS
22. A fonologia
22.1.1.1. Aflrmaesl
(414) // ~i :g 7 gai
xaa~
ser -iniciativa frustrada
~
xa -o xa xo -bog- I/
castanhal-locativo castanhal ~~o
11
~
kagahoaxsigi'ai, o castanhal dos pirah quase
ficou com o estrangeiro, (agora) (ele) j est pagando
pela castanha; ele comprou o castanhal 11
22.1,1,2. Interrogativas
22.1.1.3. Exclamativas
xaoi xahoag- I/
estrangeiro dar
11
(ele) pagou bem (por) Ponta Limpa~ da damos para estrangeiro 11
.
-a
-taio I/
-certeza completa-resultado----
11
por isso a taquara no comea a torcer 11
199
. "t.
(418) I pii p1 a 11 I
ponta da flecha tambm
11
tambm a ponta da flecha 11
200
~ +
(419) I xi -iool I
xi soobi
pau-ponta penas finais
11
as penas finais da ponta de pau 11
11
ele disse assim 11
(422} 'xa ba gi
cv GV GV 11
tucano 11
(423} t i I h i
cvv cvv 11
castanho 11
(424} xi b 'ga
cv GV GVV 11
grosso"
(425} 'xi to ii
cvv cv vv 11
Cabo"
(426} ho a1 'pi
cv vv CV '~espcie de peixen
22.2.2. Acentuao
(427) xa pa pai
CV CV cvv 11
cabea 11
(428) ka 1
ha
cv CVV "flecha 11
(429) bi g
GV GV 11
terra/u"
(430) ka ga ha
CV GV cvv 11
canoa de casca"
22.2.3. Tom
(431) (a) [ aa
.. ha hi ]
11
acar 11
( b) I ha hl I
++ + +
( 433} (a} [ *toa gi ?
'J 11
enxada 11
( b} I tgl ?1 I
v
(434} (a} [ ' c 1' 1 h J
11
pOVD 11
(b} I til h I
++ + ++
(435} (a} [ poo ga ' h ai J
11
flecha de peixe"
(b} I p g h\ I
+++ ++
(436} (a} [ hoaa ' gai J
"espcie de fruta"
(b} I h g1 I
+
(437} (a} [ 'pe J
(b}lpl\1
++ +
(438} (a} [ poo ga h\]
11
banana"
(b} I p g h1 I
v+
( 439} (a} [ ' c i 1 J
11
excremento 11
(b}ltl\1
(iii) (a) o tom nunca ocorre adjacente ao tom baixo baixado; (b) H nunca
205
++-
(440) (a) [ ' kaabog J
"nome prprio 11
(b) I kbg I
(441) (a) c p e s 1 J 11
algodo"
( b) I pi s1 I
(b) I ph I
UNICAMP
BIBLIOTECA CENTRAl
206
( b) [pisi]
"espcie de fruta"
(c) I psl I
v
(b) [' ? c t] "cutia"
22.3.1. Fonemas
22.3.1.2.1.1. Oclusivas
22.3.1.2.1.2. Fricativas
22.3.1.2.3. Vogais
11
etc. 11 quer dizer que a variao ocorre nas
outras posies da palavra tambm.
(461) hi ~ kWi 11
Uffi
11
A fala das mulheres mais gutural do que a fala dos homens. Suspeito
que isso est relacionado a uma contrao das paredes faringais na postura
feminina, embora nao tenha investigado muito este assunto devido a
restries soc1a1s e falta de instrumentos.
Sheldon (comUnicao pessoal) sugere que existem distines sintticas
entre a fala dos homens e a das mulheres. No tenho registrado nenhuma
evidncia disto na minha pesquisa (tampouco na pesquisa de minha esposa),
mas a possibilidade continua em aberto.
22.3.3.1. Prefixao
22.3.3.1.1. Apagamento
22.3.3.1.1.1. G1ota1
11
quando ( que) (voc)me ver?~'
11
barba grande"
22.3.3.1.1.2. Vogais
22.3.3.1.2. Mettese
[C} C}
(cf. SS - 1974)
22.3.3.2. Sufixao
22.3.3.2.1. Epntese
22.3.3.2.2. Apagamento
hi oa + sog + abaga
3 delay desiderative frustrated iniciation
hioaogabaga
11
he almost wants to del ay"
-- ----
cvv GVV GV CV GVV GV
couro vender 11
vender couro"
~ --
-- -- -- --
I
CV CV vv CV GV cv cv VV GV
pena dura 11
pena dura"
cv cvv CV GV GV GVV
ovo querer
v
("ou. uma s vogal possui dois tons simultaneamente,~(= baixo)+ "'(=
alto)).
217
--~
cv CVV cv VV GV CV CVV CV VV GV
gordura dar
23. Morfologia
23 .1.1. Nomes
(481) pi + ga1a
.. ..
piga1a
espinho + torto "tesoura"
+
...
(482) kao 091 a1 kaogii
boca + grande "espcie de peixe"
220
23.1.2. Verbos
24. ldeofones
CAPTTULO lll
N OT A S
li pausa
entoao ascendente
entoao descendente
crescendo
decrescendo
lento
rpido
222
SEGUNDA PARTE
PERSPECTIVAS E INVESTIGAOES
223
CAP!TULO I
A TEORIA CHOMSKYANA
E UMA
DISCUSSAO EPISTEMOLOGICA
224
O. Introduo
(1981:15).
11
Languages are very different from each other. Of course they're not
utterly different ar we wouldn't have linguistics but simply individual
grammars''.
Sugeriria que e
. a epistemologia que nos fornecer as ferramentas
intelectuais para chegar a uma avaliao destas leading ideas.
Neste captulo examinaremos a teoria lingstica atravs de trs
teorias epistemolgicas (as de Kuhn, Lakatos e Feyerabend) e por sua vez,
estas teorias epistemolgicas atravs da lingstica. Tentaremos responder
s perguntas seguintes: ~~r possvel avaliar o progresso cientfico? 11 ; 11
Como
que a lingstica se situa em relao cincia em gera1? 11
; "Que significa
a proliferao das teorias da lingstica, nos ltimos dez anos?" E do lado
11
metacientfico, 0 que a teoria chomskyana?"; "Quais sao seus objetivos,
11
suas leading ideas, o seu ncleo no negocive1?
227
1. Teorias da sintaxe
" ... the proof that the transformational model proposed by Chomsky
{1965) is equivalent in weak generative capacity to the class of URSs6,
should be interpreted as indicating that his model is tentative, requiring
further grammatical constraints (nfase minha, D.L.E.)" (1973:28).
229
11
the evaluation procedure must itself be selected on empirical
1.1.2.1. Restries
" the vast qual itative difference between the impoverished and
unstructured environment, on the one hand, and the highly specific and
intricate structures that uniformly develop on the other". (1980: 34)
232
1.1.2.1.2.1. Introduo
[ SP por - JJJ
(i i) [ 3 [ sN 2 a bola ] [ sv [ v jogou ] [ 0 ] [ SP por
[ sN 1 Joo ] ] ] J
234
ou alternativamente:
(3) (i)
v SNz SP
I
jogou
I
bola
6 por !::,
(i i )
v SP
foi jogado
~SN1
P
por
I I
Joo
* [ --
who [s.!_was hit Bi 11 by .!. J J
s 3 2 1
t t , who
Nesses e - sao vest1gios de 3 Os nmeros subscritos
exemplos, -
1 2
representam a "histria derivacional" da sentena, ou seja, who comeou na
posio 1 e passou pela posio 2 para a posio 3. o problema que estas
sentenas so agramaticais nas permitidas por "Mova 2 11 , como as sentenas
correspondentes do portugus:
E tambm:
(ii) a sintaxe
(a) gera as estruturas "D" (configuraes bsicas - cf.
captulo 3);
(b) relaciona as estruturas "D" com as estruturas
"S" (o nvel em que aparecem as "cadeias"
de relaes O, GF, e A/- cf. captulo 3).
239
"A second perspect i ve from which one can view grammQtical processes
focuses on principles that hold of rules and representatio~s of various
sorts".
Para uma dicusso mais detalhada, ver Chomsky (1981; 1982). Ver o
captulo 3 para um tratamento destes princpios em relao ao pirah.
240
11
The observer becomes an element of the theory; no fact is treated
without reference to him. But ... the observer can change his viewpoint,
modifying the manner in which he looks at the data .. 11 (Pike e Pike,
1977:5).
11
Em outras palavras, o observador 11 possui uma perspectiva apriorstica
que afeta suas observaes. Em termos mais fortes ainda:
("hopelessly implausible bel iefs 11 ) ele usa sua prpria terminal iga. A
terminologia de uma teoria aqueles que rejeitam
rejeitada porsua
idealizao. '
Em termos dos prnc1pios e das citaes acima. esta aval i ao
dele problemtica porque cada perspectiva alternativa tem que ser julgada
em relao a sua prprias questes e falas possveis ~ o que vale 11 11
Nesta gramtica nuclear, notamos tambm que a sintaxe, por ser o nico
elemento gerativo, autnoma. Essa autonomia e crucial {cf. 1.2.3.
abaixo).
Ento, as idealizaes e as modificaes da teoria st:. apoiam. Vejamos
que, embora a idealizao parea relativamente incua na citao de Chomsky,
acima, ela de fato o que Lakatos chama de "cinto de proteo", o que ns
j rotulamos de "no negocivel".
Para entender a forma da gramtica nuclear, a estrutura dedutiva e
outros desenvolvimentos da teoria chomskyana, se:mpre necessrio
lembrar-nos que sao as pressuposies iniciais que determinam a forma da
teoria etc., e no o contrrio (cf. Chomsky, 1975; 1980) oara uma discusso
clara destas pressuposies.
behind a "trace 11 of the sort proposed in Chomsky (1973; 1975) . " (Chomsky,
1977 b).
A estrutura 11 011
A estrutura 11
511
1.1.3. Concluso
1.1.3.2. Resumo
flexional
REPRESENTAAO
FONOLOGICA
1.2. APG
1.2.1. Introduo
11
We may think of the theory of grammar T as consisting of two parts: a
universal grammar UG that determines the class of possible grammars and the
way they operate, and a system of evolution that ranks potential
11
grammars ... (CL: 427}.
11
This change in grammatical relations holds to be the fundamental,
universal property of "passivization". Linear arder and changes in verbal
and nominal morphology are considered to be language specific "side
effects'' ... '' (ibid).
1.2~3~ A apassivao na RG
11
(1) A direct object of an active clause is the (superficial) subject
of the "corresponding" passive.
p 1 2 3
( b)
p 1 1 3
por
(c)
por
"Pedro fez a c as a 11
11
Neste exemplo, o verbo concorda com Piarresek 11 em (a) e com 11
etchea 11 ,
em (b), ou seja, o objeto direto de (a) passou a ser o sujeito de (b) (j
que o verbo manifesta concordncia exclusivamente com o sujeito).
11
\>Jhile the APG notion R - graph corresponds in essence to the informal
RG notion RN [ 11
relational network'', D.L.E. ], APG R-graphs are only a
derivative aspect [nfase de JP, D.L.E. J ... of more basic notions. RG
claimed that sentence structure was representable as a whole in terms of
RNs. APG cl aims that the R-graphs are only a subpart of overall sentence
structure ... 11 (JP:lS).
~
p 1
'I 1 '( 1
~B E ~
Explicao do diagrama:
11
A~B A ocorrncia de B no R-graph" depende da ocorrncia
de A.12
B~A A ocorrncia de B no "R-graph 11 e suficiente para a
eliminao fonolgica de A.l3
255
11
arder to progress, we must step back from the evidence, reduce the
In
degree of empirical adequacy (the empirical content) of our theories,
abandon what vte have already achieved and start afresh". (113).
e tambm
11
This backward movement is not just an accident; it has a definite
function; it is essential if we want to overtake the status quo, for it
gives us the time and the freedom that are needed for developing the main
view in detai1 ... 11 {153)
2. Caractersticas epistemolgicas
2.1. Introduo
O que que isto tem nos dito a respeito destas teorias? Em primeiro
lugar, vimos que estas teorias tm escolhido caminhos diferentes para chegar
a soluo do mesmo problema: uma caracterizao adequada da G.U. Enquanto a
REST se constri sobre os resultados da ST e EST, a APG (e portanto a RG)
rejeita esta base anterior (especificamente a ST), tomando um "passo para
trs" na terminologia de Feyerabend. E como se a APG visse a (RE)ST como um
quadro negro cheia de idias, a soma das quais no nos levaro teoria
correta da G.U. Portanto, a APG apaga a lousa, exceto que mantm a mesma
meta e comea com idias novas.
No entanto, o fato de que o objetivo da APG ioual ao da REST apoia
fortemente a afirmao de Chomsky:
2.2. Kuhn
11
(2) perodo tranqilo 11 , depois do estabelecimento do paradigma, no
um
qual a maioria dos membros da disciplina praticam a chamada 11 Cincia normal"
(uma srie de pesquisas ou "quebra-cabeas" aprovadas pela comuidade
representada por essa maioria};
(1) - (2)
pr blemas
problemas problemas
L L
~
paradigmas1 paradigma
11
"perodo tranqilo est sem soluo para
certos problemas "perodo de crise 11
( 4)
e
oblemas ~novo paradigma
s estabelecido atravs de uma revoluo;
resolve mais problemas do
prob 1emas que o antigo paradigma
-
1 Generalizaes XAZ ~ XBZ 1~1
Simblicas
2.2.3. Criticas
2.3. Lakatos
11
primeira. Ou pode haver um shift 11 entre uma teoria 'x' e uma teoria 'y' que
representa um verdadeiro rompimento conceitual, na qual a teoria 'y' rejeita
os princpios bsicos de 'x', indo numa nova direo. (A primeira situao
seria anloga a ST-EST-REST; a segunda, talvez, a ST-RG). De qualquer forma,
o entendimento bsico de uma teoria dado como:
11 11
" uma teoria s ser aceitveP ou Cientfica 11 se tiver um excesso
corroborado do contedo emprico em relao a sua predecessora (ou rival),
isto , se levar a descoberta de novos fatos. Essa condio pode ser
analisada em duas clusulas: a nova teoria tem um excesso de contedo
emprico ("aceitabilidade"), e parte desse excesso de contedo verificada
como ''aceitabilidade2''. A primeira clusula pode ser conferida
instantaneamente por uma anlise lgica a priori; a segunda s pode ser
conferida empiricamente e isso talvez leve um temp0 indefinido. 11
(1970:141,142).
2.3.2. ''Shifts 11
'' . uma teoria cientfica T s ser falsa se outra teoria T' for
composta com as seguintes caractersticas: (1) T' tem um excesso de contedo
emprico em relao a T, isto , prediz fatos novos, a saber, fatos
improvveis luz de T ou mesmo proibidos por ela; (2) T' implica no xito
262
(1) Kuhn- o aspecto social da sua teoria difcil de aplicar com preciso
e sua conexo lgica com a maturidade de uma disciplina difcil de
entender.
11
comunidades podem certamente existir em muitos nveis".
3. Cone l uso
Faamos uma pequena reviso dos pontos bsicos que desenvolvemos neste
captulo a respeito da evoluo da teoria gerativa.
Notamos que desde o comeo da teoria gerativa-transformacional, em
11
1957, um dos objetivos principais tem sido o de equilibrar 11 o poder
descritivo e o poder explicativo da teoria. Isto tem sido realizado, em
parte, pelo desenvolvimento de vrias condies que atuam nos diversos
nveis da gramtica.
Por outro lado, certas teorias, tal como a APG (e at um certo ponto a
semntica gerativa), comearam a investigar novas possibilidades para
abordar os estudos da 1 inguagem, menos afetadas pela nfase na 1 inearidade
inerente na teoria transformacional.
Na realidade esta nfase na linearidade era apenas um aspecto de um
problema maior a preocupaao com as descries estruturais em geral,
baseada num conceito de estrutura de frases 11 da sintaxe. Isto foi notado de
11
11
In every introductory book on transformational - generative syntax,
there is an argument for the necessity of transformations that runs
something 1 ike this: let us assume that the syntactic structure of a
sentence should be represented as a labeled bracketing of a string of
formatives (ar by the theoretica1ly equivalent "phrase marker 11 ) . Now the
obvious way to generate structural representations of this kind is by means
of 11 phrase-structure rules. But it can be shown that phrase-structure rules
11
do the job badly. since there are many types of structural rel ations that
they can show only clumsily, if at all. Therefore phrase-structure rules
need to be supplemented by some more powerful type of rule to match the kind
of structure phrase-structure rules can generate anta the kind we actually
need to represent surface structures. Rules of this kind are
transformations".
266
11 But l'lhat if you don't accept the initial assumption? Clearly, the
chain of arguments collapses: if syntactic structures arent best
represented as a labeled bracketing, then phrase-structure rules may not be
relevant in generating them, and whatever types of rule are needed may not
have the same limitatians as phrase-structure rules, so there may be no need
to include transformations among the rules .. 11 {ibid)
Para ver o tipo de generalizao que nao pode ser tratado de maneira
coerente num quadro de estrutura de frase, mas que captado naturalmente na
R.E.S.T. (rejeitamos este rtulo mais adiante)~ consideremos as seguintes
sentenas (os exemplos so de Henry, 1981:6):
267
seus componentes, uma teoria nova, mas uma teoria dedicada s mesmas metas
estabelecidas em Syntactic Structures, Aspects, etc. (cf. O. do captulo 2
desta segunda parte).
3.2.2. Feyerabend
" there is not a single rule, however plausible, and however firmly
grounded in epistemology, that is not violated at some times ar others. It
becomes evident that such viol ations are not accidental events, they are not
results of insufficient knowledge ar of inalteration which might have been
avoided. On the contrary, we see that they are necessary for progress".
(Feyerabend, op. cit. :23).
" ... we have little a priori insight into the demarcation of relevant
facts that is, into the question of which phenomena bear specifically on
the structure of the language faculty ... 11 (Chomsky, 1980a:2).
"It does seem to me fair to say, however that for the first time in the
long and rich history of the study of language, we are now in a position to
put forth theories that have some of the right properties recent
developments seem to me to open up new and exciting prospects .. " (Chomsky,
1981:344).
271
N OT A S
1. Ver tambm o trabalho de Partee (1978: captulo 4), que e apenas uma das
vrias elaboraes do argumento de Chomsky.
7. Isto porque mesmo o quadro de 1965 era rico demais. Por exemplo, os
autores tambm dizem que.
" ... The problem we face isto restrict the options that are available
in this narrower but still overly permissive framework, so that we may
approach the basic goals of linguistic inquiry 11
(ibid)
11
0ne of the most important issues in current linguistic theory concerns
the nature of grammatical relations: are they completely derivative of
representations of constituint structure and semantic argument structure, ar
do they have an independent representation definable in terms of
syntactically primitive grammatical functions (e.g. SUBJ, OBJ)? .. there is
simply no a priori basis for preferring a structuralist theory of
grammatical relations to a theory which employs grammatical functions as
syntactic primitives. On the contrary, there appears to be good reasons to
prefer the function-based theory ... 11
(1982:428).
I:::''
Joo smbolo terminal
12. "A" pode ser igual a ugn. Isto , um arco mantm a relao de 11
Sponsor 11
consigo mesmo, pelo menos.
13. "Apagar 11 e uma noo fonolgica. Isto , B ="'*A indica que so "B 11
ter realizao fonolgica.
CAP!TULO 11
DO PIRAHA
275
CAPTTULO I!
O. Introduo
11
At least unti1 very recently it was common for proponents of
the theory to refer to it as the (Revised) Extended Standard
Theory as if it were no more than a revision of Aspects (Chomsky,
1965}. There have indeed been a series of minar changes, with the
theory of Aspects as the starting point~ and no clear dividing
line. But, I want to argue here, what has emerged is a totally new
theory."
(i) Reflexivos:
(a) h i hi xibob
3 3 bateu
( b) ti ti xibob
1 1
11 11
eu me bati
(c) g g xibob
2 2
"voc se bateu"
11
kohoibi hai bateu em xabagi 11
277
11
xabagi bateu em kohoibihai 11
11
kohoibi hai bateu em xabagi"
1.1. Introduo
A. Lxico
11
the g marking properties of each lexical item must be
280
11
ln earl ier work, it was assumed that 0-structure [ was] determined by
rewriting rules of the base as in (4):
(i i ) VP ...___. V NP S'
We now ask how much of (4) must actually be specified in the grammar 11
(Chomsky, ibid).
281
" the theory of grarnmar must include a way to refer to more than one
syntatic category, using a single term of the structural description of a
grammatical rule 11
Pelo presente, irel pressupor que tais estruturas so geradas por uma
regra como:
-b -
-perfectivo-remoto
11
as crianas dormem e (sua) esposa dorme tambm 11
11
ele muito velho mas assim mesmo (ele) trabalha muito 11
(V) S ---> SS
hi gta gaigahoiha
3 alumnio comear a amarrar
Uma pergunta possvel sobre as regras de S --- ... ' acima, e por que
nao combin-las num esquema s?
O problema que resultaria~ ao meu ver, e uma confuso entre as
sentenas semntica e pragmaticamente distintas.
A (III) gera estruturas que representam a continuao de uma idia s
ou tipo de informao; a (IV) gera estruturas onde o segundo constituinte
semanticamente subordinado ao primeiro; a (V) gera estruturas cuja funo e
normalmente a de aumentar a fora ilocucionria de um enunciado (cf. a seo
9 do primeiro captulo).
11
Esta regra deixa aberta a questo de quantas barras" tem a projeo
mxima de P. Segundo os dados disponveis (ver seo 17 da primeira parte},
no necessrio mais de uma projeo, P'. Porm, j que isto no
corresponderia aos sintagmas verba 1 e nominal, deixo em aberto a
possibilidade de P" ou p , pressupondo a argumentao de Jackendoff
I I I
(9) NI l l
N" DET
~
N'
Mod Numero
PoA
290
(i ) 11
Xibaihxoi (tem) duas cestas grandes"
? (i i ) 11
duas cestas grandes de xibaihxoi"
Nesse exemplo, (i) a traduo preferida com (ii) sendo aceitvel (ou
pelo menos entendvel) por alguns falantes. Porm~ acredito que a evidncia
favorece a colocao de 'poss 1 dentro de W. Semanticamente, qualquer
interpretao nas construes como a do exemplo 10, ou se considera o caso
inteiro como um s constituinte~ ou se interpreta o complemento direita do
ncleo como uma proposio sobre ela. Teoricamente, a motivao para
postular uma estrutura como a do exemplo 9 relativamente forte. Ver seo
1.2.2.2. abaixo para uma discusso sobre o assunto.
"este machado"
11
Language Universal ..!2_: When the general rule is
Gre~rberg s
1
Veja-se tambm:
292
11
Greenberg's Language Universal ~: When any ar all of the
items the demonstrative, numeral, and descriptive adjective
precede the noun, they are always found in that arder. If they
follow, the arder is either the same ~ its exact opposite (nfase
minha, O.L.E.)'' (ibid).
1.3. O lxico
1.3.2. Subcategorizao
(13) [_ SP ]
bater [Verbo J + (em)
pronome
indireto
[_ SP J
bater [Verbo J + SN._.....:.+ (em)
pronome
indireto
Um verbo como parecer, por outro lado, nao atribui nenhum papel
temtico ao seu sujeito e, portanto, requer o uso da regra de alamento ou a
insero de um elemento mudo em lnguas no pro-drop como ingls (it',
there ) ou francs ( i1 ) (ver apndice e Chomsky, 1982}.
Na discusso abaixo, no entro numa discusso sobre as propriedades de
11
marcao gu dos itens lexicais. Destacaria aqui, porm, o fato de que
estas propriedades so cruciais e dependem da subcategorizao e outras
295
1.3.2.1. Nomes 4
1.3.2.2. Pronomes
~
[ (S) _ S ]}
hoag "contra-expectativa" [ + parti'cula ] +
1
[_V"]
ko 11
vocativo" [ + partcula JI + [ _ N"' J
297
xapa
"precedncia
temporal"
[+partcula J + [
fN", - (V") J
' LC - expresso R J }
gaaba
11
sucesso
temporal"
1.3.2.5. Modificadores
J
f [_V"]}
[ + modificador +
l [N'_]
11
O verbo kapi igakaga estudar" parece vir de uma expresso semelhante a
"fazer/mexer com papel". Porm, quanto ao seu comportamento sincrnico, ele
funciona como intransitivo, subcategorizado como [+V J + [ __ ].
Outros verbos so:
kap 11
atirar" [+V],+ [N''' __ ]
1.3.2.7. Concluso
1.3.3.1. Introduo
11
0erivational formations ... may exhibit changes in major
distribuiton class membership Inflectional formations
exhibit no changes in major distribution class membership 111
11
Por exemplo, a forma do verbo kap-o-b- atirou 11 do pirah resultaria
nas seguintes regras:
Segundo 111uysken, podemos propor uma srie de traos para os sufixos. Por
exemplo, na ordem bsica das classes posicionais (ver tabela na seo nmero
18 do primeiro captulo), cada classe seria marcada por um trao como no
exemplo 15, a seguir:
(l6)(a)*[+Fx] [+Fy]
A formulao do caso (ii) indica que estes sufixos nao podem ocorrer
simultaneamente, ou seja, semanticamente eles so distintos, embora
sintaticamente formem um conjunto de sufixos semelhante ao que Muysken chama
de 11
independentes 11 (ver seo 18 do primeiro captulo para uma discusso
mais ampla destes sufixos).
Os itens (i) e (ii) prevem corretamente que o comportamento dos
sufixos gerados por (ii) sera diferente, mais global, do que os sufixos
gerados pelas RFPs.
H outras implicaes relevantes no tratamento da morfologia por RFPs
que nao podemos discutir ainda, devido ao estgio inicial de nossa anlise
do sistema verbal.
Enfim~
estamos apenas iniciando os estudos morfolgicos do pirah. No
entanto, a teoria de RV j fornece um quadro interessante para caracterizar
as inter-relaes entre as categorias lexicais, a morfologia e a sintaxe.
2. O componente transformacional
3. Subsistemas de princpios
3.3.1. Introduo
Na discusso subseqente
do seu trabalho, Lakoff trata dos problemas
relacionados referncia de mundos possveisu e caracterizaes lgicas de
11
11
Previous transformational theories have described coreference
relations grammatically, assuming that the anaphoric relation between a
pronoun and its antecedent should be specified by rules of the grammar, such
as a pronominalization. The new interpretive account drops this assumption.
Consequently, since coreference relations are not the result of rules of
sentence grammar, we are free to treat sentence-internal and intersentencial
coreference in the same way 11 (ibid:l2).
3.3.2.1. Indexao
"Proceding from top to bottom [do ponto mais alto na "rvore" ao mais
baixo, D.L.E. J suppose vte reach the nonanaphoric NP . If it has already
been assigned the index j_ by a movement rule, take i to be its referential
index; otherwise assign it some nevt referntial index i 2. 11 (08:39)
"Take the anaphoric index A of .,(_to be { .l, ... , "-n} , where l.j is the
referential index of some NP c-commanding ..(A maxima1)."9,10 (08:39)
(20) (b) Joo2 disse que Srgio(3{2}) tinha lido sobre ele(4{2,3}).
10sv
/~
Joo
v S'
~S
.J
d lSSe
come
qJe ~
SN SV
- I
Sergio /
A "-
V SP
~
1
tinha lido
P SN
sobre e{e
3.3.2.2. Vincttlao 11
Binding" (cf. apndice 2)
(i) 'ele' livre(2) em X mnimo (aS' mais baixa no exemplo 29)14 j que
1
nenhuma expresso com o ndice referencial2 ocorre nesta S ;
(ii) 'ele~ c-comandado por 'Srgio', o sujeito de X("" aS' mais baixa) e
portanto, no ~'domnio do sujeito de X' 1
;
1
(iii) logo, o nmero 2 e apagado no ndice anafrico de ele'.
( 25)
A
SN SV
~
1
Jooz
f ~S'
di~se ~
Comp S
--;re . ~
SN SV
Portanto,
o nmero 2 e apagado do ndice anafrico de ele' ,
(2} ~ {0}, permitindo (mas no exigindo) a co-referncia.
At agora, a teoria de 08 parece muito prometedora (ver referncias
citadas acima e outras da bibliografia para exposies mais detalhadas sobre
a co-referncia em 08, especialmente em relao a estruturas encaixadas e
quantificadas). Porm, existem vrios exemplos de referncia no pirah que
so problemticas para a teoria que acabamos de ver.
3.3.3.1. Reflexivos
(28) g g xibobh
2 2
1tvoc se bateu"
( 29) ti ti x i b ob h
1 1
11
eu me bati"
(30) S"
I
S'
I
s
'~ SN V
I I
J::} J:;} xibobh
tg (2) tg (3t2})
3.3.3.2. Pseudo-topicalizao
-b - -h
-perfectivo-remoto-certeza completa
{i) 11
kohoibi hai se bateu 11
ou (ii) 11
kohoibihai lhe bateu 1'
11
algum bateu em kohoibi hai 11
11
kohoibi hai bateu em sabagi 11
11
kohoibihai bateu em xabagi 11
317
(34) S''
-~)'
Topico
kohoibi hai S
N"'
~ V'"
~i ~
NI 11 v I 1
{
~i } I
xabagi V'
v
xibobh
318
(35) S"
N~"'
hi
I~
N v I I I I I
~i v I
I
v
I "b'ao b'h'
x1 a a
~
Tpico S' '2
1
kohoi bi hai ~
Tpico S'
xa~agi 1
s
~
hi hi xibab
Nesse caso h duas proposies: (i) a proposio expressa por S' sobre
S''z; (i i) a proposio expressa por S' 'z e S' sobre S''1 Porm, sabemos
que isso no a interpretao correta.
Por outro lado, o exemplo 38 (b) estaria incorreto porque os elementos
topicalizados no c-comandam os pronomes eliminando a possibilidade de
co-referncia (ou seja, eliminando a nica interpretao gramatical):
S'
~
N'" N"'
I
s
I I ~
hi hi xibobh
kohoibinai xabagi
(neste caso uma funo linear, mais para a esquerda e sendo mais
proeminente) seja interpretado como co-referencial ao sujeito gramatical.
Assim, sentenas como a do exemplo 33 teriam uma estrutura pragmtica como a
do 39:
(39) (i) J
Dado o par ordenado ( x, y onde ( x, y} so dominados por
ndulos de tpicos (e onde x precede y linearmente) ento~
322
(iiil(\_x, y}, 0)
11
kohoibi hai bateu em xabagi 11
(Devo dizer que continuo usando o mesmo verbo, nomes prprios etc., nao
porque no hajam outros exemplos, mas sim para facilitar e simplificar a
discusso, concentrando-me mais nas relaes formais entre os termos.)
exemplo 33; ver seo 1.2.2.1, acima, e a 9 da primeira parte para exemplos
de "topical izao verdadeira", o que, embora existente, irrelevante para a
presente discusso). Ou seja, sem nenhum reCUl'SO de escapar das exigncias
11
dos ndices anafricos" como a regra de predicao associada com a
topicalizao, a teoria de OB e incapaz de explicar (i) os reflexivos do
pirah; e (ii) os exemplos de "pseudo-topicalizao" e 11
CO-referncia
complexa 11
acima mencionadas.
Entret anta, antes de passar par a a teor i a de 11
regnc i a e v in cu 1 ao"
acredito que devo mencionar outra possibilidade. Esta segunda hiptese
analisaria os elementos pronominais dos exemplos acima como clticos (esta
hiptese foi sugerida por Charlotte Galves). De fato~ pretendo mostrar, na
prxima seo, que esta anlise ou uma semelhante o tratamento correto. O
problema, como veremos mais adiante, e que o quadro de OB no
suficientemente desenvolvido para permitir esta anlise, a qual depende dos
princpios desenvolvidos na teoria de RV.
3.3.4.1. Introduo
11
1 have beem assuming a very simple indexing theory: there are no
anaphoric ndices in the sense of OB, but only referential indices, and
these are ass gned either by movement or free ly 11
( Chomsky, 1981:285).
No mesmo trabalho em que Chomsky faz esta sugesto, ele mesmo levanta o
que parece ser uma srie de contra exemplos srios. Porm, ele sugere que
estes contra-exemplos podem ser deixados de lado, por enquanto, explorando
primeiro as implicaes de um sistema mais simples, sem os ndices
anafricos.
Uma pergunta bvia por que fazer isso? Por que a teoria seria de
alguma forma "melhor" sem estes ndices? Uma razo notada por Lasnik
(1981:50):
11
[In GB J Anaphoric indices are el iminated, obviously, a technical
simplification, all else equal. . "
Porm, embora esta seja uma razo importante para eliminar os ndices
anafricos, no o mais importante. O sistema de ndices anafricos nos
obriga a estipular que certas estruturas so excees teoria geral j que
elas no poderiam ser interpretadas por ndices anafricos. Por exemplo,
mesmo na teor i a de OB as c 1usu las r e 1 ativas no podiam ser i nterpret ad as da
mesma maneira que outras clusulas. Era necessrio tratar clusulas
relativas como elementos anafricos para eliminar seus ndices anafricos e
ligar o pronome relativo ('who', 'quem' etc.) com a expresso-R ou
clusula relativa que se refere.
Outras estruturas eram tambm problemticas:
328
ele = Joo
(45) Who did Mary call an idiot as often as Jane called him a cretin?
him = who
11
Esta chamada regra de predicao 11 entra na interpretao de formas
topicalizadas, como j vimos brevemente, clusulas relativas e exemplos como
os de nmero 44 e 45. Uma regra de predicao toma estas estruturas como
sentenas abertas, satisfeitas na forma lgica pela expresso nominal -
ncleo.
No exemplo 46, a representao (a) tem a froma lgica (b):
Por exemplo, (c) nao nos preocupar. A tese bsica que proponho aqui
de que esta tipologia nao caracteriza corretamente as expresses nominais do
pirah e, portanto, a teoria de vinculao so se aplica vagamente nesta
lngua. Co-referncia obrigatria em pirah explicvel atravs de outros
princpios, especificamente as teorias de Caso e regncia.
Primeiro, quero tentar justificar a proposta de uma tipologia
alternativa de (a) - (d) acima, ou seja:
(47) hi xobax ti
3 saber muito 1
11
eu sei muito" ("algum sabe muito, eu")
(c) s NI I I CON v I I I
pI I I
(f) V' -+ w 11 v
(49) S"
~T-
S' op1co
~COMP
S
NI I I CON '"
I -
[-expressao R J
' "
pI
M
I I
Partcula
1\
N"' N~
Estabelecerei mais abaixo que o N'' dominado por V'' recebe Caso do N''
dominado por V' e que o N'' de S recebe seu Caso do CON. Esta atribuio de
Caso atravs de "cadeias 11 implica em co-referncia entre os membros da mesma
cadeia. Logo, uma vez estabelecidas as relaes de atribuio de Caso, o
problema da co-referncia resolvido.
Quero sugerir ento, dadas estas pressuposies. que a interpretao de
exemplos como os de nmero 33 e 41, acima, baseia-se parcialmente na relao
334
Dado este filtro como a motivao principal para a fuso de CON (ou
'INFL') e V, poderamos supor que numa lngua sem tempo, como o pirah, esta
regra facultativa ou ausente (o que pressupe que o componente nominal de
'INFL', o CON, menos verbal por natureza do que o outro componente de
'INFL', o TEI1PD o INFL normalmente representado por INFL ____, [ [ :!_
Tempo] (CON) ], ver apndice 2).
Quanto primeira questo, a argumentao proposta ter de dar conta ao
fato de que numa lngua como o pirah, que no distingue entre elementos
anafricos vs. elementos pronominais, as "interpretaes ligadas" precisam
ser explicadas por outros princpios (o que na minha anlise sero Caso e
regncia).
335
w I CON V' I I
N~"
I - RJ
[ - expressao
P"
M
part.
(oblqua)
NI I I
(Ao meu ver a conceituao de Caso proposta por Safir como algo
"possudo" por um determinado ndulo incorreta. Ao contrrio, Caso uma
relao sintagmtica obtida entre dois ndulos em determinadas configuraes
sintticas - uma relao e no um trao atribudo paradigmaticamente.)
(ii) CON facultativamente movido para V' por chomsky-adjunction.
(iii) CON e o N11 mais alto em S so membros da mesma cadeia,
pressupondo o seguinte:
(a) definio de cadeia (de Chomsky, 1981:333):
11
C = (o<.l ... , a<n) is a chain if and only if:
(i) o<1 is an NP
(i i) o<.i locally A-binds i + 1
(iii) for i > 1, (a) o<; is a non-pronominal category
336
dominado por V'' que liga esta expresso nao est numa posio argumental do
verbo V.
Para esclarecer melhor, vejamos o seguinte exemplo:
N" CON
1 [- expressao R J
2 " ' ,v I I
P"
M
partcula NI I I
V'
3
4
A
NI 11 v
5
11
xabagi bateu em kohoibihai 11
11
ele bateu em xibagi 11
Isso
.
e pro v ave 1mente l i gado a existncia de algum filtro de
interpretao na forma lgica. No entraremos numa discusso desta
possibilidade aqui.
Agora, estamos chegando r e1 ativamente clara da
a uma explicao
referncia no pirah. Restam, porm, pelo menos duas questes: (i) para onde
que vai o CON (nossa primeira pergunta acima, antes da discusso de
11
Cadeia 11 } ; e (i i) como explicar o N'' de V''' no exemplo 50?
A pergunta de (i) relativamente fcil dadas as concluses da
discusso acima. Isto , ele s pode ir para v j que nunca ocorre nenhum
elemento co-referencial ao sujei to entre o objeto direto e o verbo.
Portanto, o movimento teria que ser para V'. Isto parece correto tambm, uma
vez que e para se esperar que o CON manteria a relao mais ntima com V
permitida na lngua, o V', neste caso.
Quanto ao N'' de V''', ou seja, o objeto oblquo, evidncias foram
apresentadas no primeiro captulo de que quase todos os elementos desta
posio so marcados pelo sufixo -o "oblquo", sejam partculas,
modificadores, ps-posies ou locues nominais. Isto me leva a analisar
esta posio como uma posio subcategorizada pela cabea de v ', ou seja,
V, que recebe "Caso inerente" (cf. Chomsky, l981:170ss).
O leitor ter notado um problema com a definio de cadeia dada acima e
o fato de que o N''' de v. o 1 da cildeia com N' '' e V' no numa posio
de argumento e, portanto no.~.:. binds (liga- A) o elementO<:><J, i> 1 da
cadeia, violando (ii) da definio.
Kayne (a sair) j notou que a definio de cadeia tem que permitir
certos "ligantes" (ora de posies argumentais, ou seja "ligantes- A11
339
(i ) s
NI 1
CON V' I I
cl
~
0(1 c:xi + 1 ~ V"
N"
c2
0v
~
"'1
\ N" . V
~i+1
340
Lembrando o filtro de tempo mencionado acima, notamos mais uma vez que
se isto fosse a motivao para a fuso de FLEXAO e V, ento no haveria
nenhuma razo de considerar esta regra obrigatria numa lngua sem tempo,
como o pirah. Neste caso, a teoria de RV faz uma previso interessante {e
correta, no pirah) de que deve ser possvel em certas lnguas para o ndulo
CON ser realizado fonologicamente independente do V.
Portanto, o problema de co-referncia obrigatria resolvida. Estas
propriedades sero "lidas" pela regra de predicao na forma lgica,
produzindo os resultados corretos.
3.3.6. Concluso
11
The only possibilities are coreference and disjoint reference."
.
Acredito que o problema que Lasnik levanta provem de um conceito errado
da interpretao de expresses nominais e a sua indexao. Este conceito,
geral na literatura, supe que a colocao dos ndices referenciais seja
livre, isto e, sem restrio alguma. As indexaes agramaticais seriam
eliminadas pelos princpios de vinculao etc. Esta conceituao da
indexao, dada nossa discusso acima e a regra de predicao de Chomsky
{1977, a sair) no necessria.
'John'}
{
{i) e {ii) nos dizem que 'Bill' e 'they' no sao extensionalmente
equivalentes (devido diferena de nmero). Veremos as implicaes do (iii)
no pargrafo que se segue ao prximo.
Entendemos que, dadas as pressuposies e modificaes acima, na teoria
de vinculao, nossa regra de interpretao at agora no nos disse nada a
respeito da possibilidade de que 'John' e/ou 'Bil1' sejam subconjuntos de
1
they' (como '1 1 e 'he 1 ) , podem ser subconjuntos de 'we' e 'they' nos
exemplos 53 e 54. A regra somente diz que estes elementos no so conjuntos
extensionalmente equivalentes. Portanto, no proibido entender os exemplos
53 e 54 como co-referncia "pare i a1" 11 0ver 1app i ng", ou os 55 a 59 como
co-referncia dividida (''split'').
346
N O TA S
CAPrTULO IJI
1. Ver Chomsky (1980; 1981 etc.) para uma discusso mais ampla da discusso
entre l e PRO. Ver, tambm, a terceira seo deste captulo.
[v X ] __, [ N [v X ] - sai ]
[ N [ vX J - sai J, .: :_ [ SN _ J
(iii) exemplificaes:
11
11
avio, sentador de gua {hidroplano)
Note-se que exemplos como (iii) funcionam como clusulas relativas (cf.
seo 15.3.2. do primeiro captulo).
S. Ver a ltima seao deste captulo para uma discusso mais ampla dos
traos sintticos dos elementos nominais.
(i ) kixih xoabi
paca morrer
(i i) ti kixih xoabipi
1
(iii) (A) P V
349
9. 11
A maximal"= a maior SN ou S' que contm 'NPz'.
15. Ver a seao 3.3.6.1. para uma discusso da natureza interessante destes
pronomes. Tambm, ver seo 4 do primeiro captulo.
17. Reinhart define PPA ('Possible Pragmatic Assertion') como: "The member
of PPA( 5 ) [conjunto de PPA( 5 ) de S, D.L.E.] are thus, the proposition
expressed by S and each possible pair one of whose members is this
proposition and the other is an interpretation of an NP in S'' (ibid}.
(ii i ) S'
co~s
SN
/~SV
~
v A
coMP sA
351
(i v)
352
APENDICE I
por Tpicos
do Pirah
353
APENDICE I
ANIMAIS
Portugus Pirah
anta kabati
arara kaaxai
cachorro giopa/giaiba
capivara piopsi
cobra tigaiti
cuati xaag
cu tia xati
fmea xsipoih
galinha pxaihi
gato bohoipa
jacar (esp. pequena) kaxaxi
jacar (esp. grande) koxha-i
lontra pibaoi
macaco kxo
macho xsigih
maracaj bohoipa
morcego hoahi
ona pintada kaghi a
ona preta kopaai
paca kixih
pssaro piibigi
peixe xti ixisi
peixe boi p i gag i
porco (esp. pequena) baa
porco (esp. grande - catitu) bah si
porco domstico bahigatoi
rato hix
sapo pihbig
354
sucuriju pahoahai
tarnandu xigohi
tartaruga giisgi
tatu kaxihi
tracaj xoohoi
vaca/boi kabatigi
veado baiti
CORES
Portugus Pirah
amarelo bisi
azul xahoasai
branco kobia
claro kobia
escuro tioi/kopaai
1 aranj a b i si
preto kopaai
roxo tixohi (?)
verde xahoasai
vermelho b i si
DESCRITIVOS
Portugus Pirah
adulto xKgolloi
alto (de fala) xapgopig
amargo xait
bom bax
cru xas
desagradvel biix
doce ko a si
duro tigi
firme tigi
forte xibga
fraco xixhi
gordo xahai
355
mesmo xaisigai
mole biixi
molhado xihi
morno xoti
novo xas
padre pai
picante xaa
quente hoa
s a1gado xapo
seco xaai
velho to i o
verde {no maduro) xahoasai
vertical xippi
DIREOES
{Formadas pelas localizaes+ o sufixo direcional -.~.2.2)
Portugus Pirah
para baixo bigxio
para baixo (da superfcie de) bigixio
para cima hioxio
para dentro koxio
para fora kax ia
para o mato xoxio
rio abaixo pigixio
rio acima piboxio
FORMAS
Portugus J'irah
arredondado hiooi
quadrado xapabaasi
reto kositisi
torto xagai/xabahoi
356
INSETOS
Portugus Pirah
aranha xi
barata xoop ah i
borboleta sibo
c aba xigbai
formiga pox i
gafanhoto xisaahai
1agarta xohi
mosca tisoia
mosquito kax
piolho tihihi
LOCALIZAOES
Portugus Pirah
abertura kao
aqui/a/ali/l g
aqui 1o gi h
beira xapisi
costas (parte de trs) xi ga
centro xibai
frente xapai
esquerda/direita no existe2
isto/isso gisai
1 ado xahoasai
parte superior xapai
parte inferior tiapai
OUTROS OBJETOS
Po.rtugus Pirah
-
agua
~
pii
agulha pihioisai
anzol bagih
arco hoi
arei a tahoasi
357
borracha ti o i i
pulseira xaitao
buraco xoo
cabo xi i to i i
cachaa pitsi
caminho xag
campo/horta/roa xoga
canoa de brancos xagaoa
canoa de pirah (de casca} kagah
carvo hoapi
casa kaii
cesta kahi a
c eu big
chama hoaxio
chapu sapio
chumbo hoasgikoi
chuva pi i
cinzas hoati
cal ar xihoi
corda tioiai
dinheiro gigohi/kapiiga
faca kahxoi
flecha de pescar poogahai
flecha de pssaro xapaha
flecha kaha
fogo hoa
fonte pii
forno pixaoi
iguarap xaabi
j ane 1 a kaoi
lago xaabi
1 ama bigixihi
linha de pescar tio i ai
, 1nha de costurar soiogahi
lua kahxi i
358
machado tais i
mar piigiotigai
nuvem hxa
nvoa hxa
pano basa
papel kapiiga
pedra xaxi
pente xi sa
petrleo xisiihai
pi 1o xixhoi
poeira bihxai
plvora hoati
porta kaoi
praia tahoasi
prato pagatoi
rede basapisi
remo piipi
rio pii
sal giotigai
sol his
sombra biihigxi/xoppa
terado tagasga
terra big
teto xabisi
vento xiohi
PARENTESCO
Portugus Pirah
av (av) xibga
criana tiobhai
filho hoag
filha hosai
filhos hosai/hoag
irmo/irm xahaig
primeira gerao
359
PARTES DO CORPO
Portugus Pirah
asa xis i p ai
barba xisaita
boca kaopai/kaoi
cabea xapapa i
cabelo xapaita
calcanhar xatg xio
cara xai
carne xighi/xisighi/(animal)
chifre xisapa
cintura kahai
costas xi ga
costelas xipa
cotovelo xapixioitoii
coxa xaaho/xipo
dedo xopi
dedo do p xahisi
dedo polegar xoai
espinha dorsal xoho a i
estmago koxopai/koxoi
fezes tiipai
fgado xibo
garganta boitpai
gordura xahai
joelho xasi
junta xoi gao
1 grimas kosihixi
1 ngua xi ippai
mandbula x i sai
360
mao xoi
ndegas tiapai
nariz x it ao I x it aopa i
olho ko si
orelha xoo/xopai
osso xa/xisa
ovo sito
palma xoi
p xaa1'
peito boh
pelo xsita
pena xisita
pnis poobahai
penugem xisoobi
perna xaipo
queixo xis ai
quadri 1 ti apai
rabo x'gai/xgatoi
rosto '.
xan
sangue biipai
seio bgai
testculos xitsi
tornozelo '
xaax1oi
umbigo saxaohoi
'.
unha xopo1
urina kopsi
virilha k as i itohoi
PlANTAS
Portugus Pirah
algodo p i i si
arroz xahikas
rvore xi
batata bagah
caf kapxi
361
POSIOES
Portugus Pirah
ao 1ado xahoa
atrs xiti
dentro/em ka
em baixo bigi
em cima xapo
362
em frente xapao
.
entre koo
fora ka
longe ka
prximo xigih-hiio
sobre ho/hba
QUANTIDADES
Portugus Pirah
cheio kabi
dois ho
inteiro xogi
metade xaibai
muito (nomes contveis) xabi/bagiso
muito (nomes no contveis) xapag
nada xi ba
parte/pedao xaibai
pouco xohi
todo xogi
um h i
vazio xas
TAMANHOS
Portugus Pirah
alto (de altura) pixi
alto (de gua) xoba
baixo (de altura) bihhiio
baixo (de gua) xa i
comprido pixi
curto tiohii
estreito xohi
fino xaabi
grande xogi
grosso x ibga
1argo xogi/pi xigibi
363
pequeno xolhi
TERMOS TEMPORAIS
Portugus Pirah
amanh/ontem/anteontem/etc. xahoa pi
dia his/xahoa
h muito tempo/muito tempo
no futuro soxgi
mais tarde hig xaiso
madrugada xahoakohoaihio
noite xahoi
tarde xahoiglo
tardinha hibiglbag xaiso
VERBOS
Portugus Pirah
abrir kositoai
acordar kokahpi
afiar xalba
agitar kagil
amarrar gi g
andar bi gi
as sob i ar xapgopl
baixar bigxio/pigixio
bater X ibi
brigar sab ba
caar xo kahpi (ir para o mato)
cai r kaob
cantar xi sa
chorar hisibal
chover pii boi (gua vem)
chutar xpi
cobrir bi koahoag
colocar xihia
comer xohoi
364
consertar xihipi
construir kai p
coar xaxahi
correr xaibogi xh (ir rpido)
cortar xibatai
costurar xi xgap (furar pano)
cozinhar xihipi
danar bigpi
dar hoa/bagbo
derrubar xaihi op
descascar xioi top
dizer g ai
doer Xi it
dormir xait
empurrar xabpi
enterrar big xihiapi (colocar na terra)
erguer hbaxi
estar com febre xibipai xaoxaag (ter febre)
estar com fome xi agi
estar com frio xagiti
estar com sede boaag
estar com sono kobapi aag
estar cansado bioab
estar de p xipopo
estar quente hoa
estar sentado xbaipiig
estar zangado sab
falar xahoa
fechar gab
ferver xihiop
flechar xibbo
jogar xob
1at i r xsai
1avar xopi
levar xigi
365
mandar xibibi
mastigar /morder xaabi
matar xoabi
mostrar biig
nadar piba
pagar xihiaba
pedir kakaop
penetrar x i g ap
plantar xihiapi
pular hioi
puxar xobahoag
remar piba
roubar bagi ah
sentar xbaipi
soprar sohoag
suar (estar suado) xitaig
tira r xitop
ver xobi
vir hoag/xapi
virar koabopi
voltar xabpi
voar kobababop
366
APENDICE 11
da
Sintaxe Transformacional
367
APEND!CE I!
Absorpt i on - (absoro):
(i) A tendncia de certos elementos sintticos (como os clticos)
de assumir os traos (ou algum trao) de outra categoria
sinttica (sob certas condies); Caso freqentemente
11
absorvido" por cl ticos.
(ii) Uma regra de forma lgica onde dois ou mais quantificadores
so fundidos para produzir um quantificador que 1 igue..!:!..
posies (n =nmero de quantificadores fundidos).
S~SV
v
./\
CON e SN sao adjacentes, SN e SV, nao. Este princpio importante para a
atribuio de Caso (cf. a definiO de projacncia, abaixo).
chomsky-adjunction S
\X)
=< SV(X)
-nguas
Case
1
(Caso): esta noo no deve ser confundida com a noo de "caso" em
clssicas (o grego, o latim etc.). t algo mais abstrato, derivado
sintaticamente. Segundo certos autores, Caso uma propriedade inerente a
11
certos ndulos 11 atribudo a outros ndulos em determinadas situaes
{quando o ndulo de Caso rege o ndulo a receber o Caso ou um vestgio
11 11
CASE - (CASO): um elemento gerado sem contedo pela bse que um componente
(de cada item nominal) que serve como receptor para o Caso (aquilo em que o
Caso se encaixa).
A B c
A, B e C sao 11
filhos 11 de X.
que diz que dois termos sao disjuntos devido configurao sinttica em que
ocorrem.
PRO e pro so inseri dos pe 1 as reg r as de base enqu anta que as demais
categorias vazias resultam de "mova-cx 11
376
sentenas como [ s Joo falou [ S' que [sele podia ir JJJ (cf. o ingls,
sem o complementizador, [s John said [s ~could~J ], nem ele, nem he
e marcado por Caso objetivo (mas sim, por Caso nominativo). Isto , os
verbos falar e say no atribuem Caso atravs de S'. Por outro 1ado, em
certas lnguas, como o ingls, existe uma classe de verbos que possui a
propriedade de apagar o ndulo S' da sentena subordinada e, portanto,
atribuem Caso ao sujeito desta sentena. Veja o exemplo do ingls:
John believes him to be a fool.
Obviamente, him no expressa o contedo da crena de John, ou seja, him
o sujeito da S encaixada. Mas him no receber i a Caso nesta construo do
verbo ~E!=. sendo este verbo uma forma infinitiva. Logo, ou him recebe Caso
de believes, ou a sentena agramatical. Portanto, o verbo apaga o S' e
atribui Caso objetivo a him.
11
Filters- (filtros): h muitos filtros 11 propostos na literatura, dos quais
mencionamos apenas um exemplo aqui. Primeiro, vamos propor uma definio
11
para a noo geral de filtro". Foi notado por Ross (1967), interalia, que
vrias transformaes produziam sentenas agrarnaticais, a no ser que fossem
restritas de alguma forma. Ele props uma entidade terica, a 11
Condio" que
eliminava os resultados inaceitveis de vrias transformaes que seriam
aplicadas a certas estruturas se no fosse pelas condies de Ross.
Portanto, a tese dele foi recebido muito positivamente, uma vez que ele
resolveu uma srie de problemas especficos desta natureza. Mais tarde,
porm, outros notaram que, mesmo restringindo as transformaes atravs
destas condies, certas construes eram produzidas que os falantes nativos
rejeitavam. Ou seja, algo estava influenciando estas sentenas depois das
377
Function Chain- (cadeia de funes): definimos uma cadeia por dizer que:
C= (~1 .. , ~nl
uma cadeia se e somente se:
(a) cxl um SN (normalmente numa posio S);
(b) c:><.i liga e< i+l e ocorre na mesma categoria
regente de o.: i+l;
{c) para i >1 (i)o<; uma categoria vazia no pronominal
ou (i i) ex.; livre-A;
(d) C mxima (no nenhuma subseqncia prpria de uma cadeia).
(i )
SN
A SV
V~No<
~s
s~sv6
I
v rege f3
(i i ) s.,
SN
~SV
V
~SN
v rkgeB ~
det NB
379
~~ E F
B rege C e F rege E, mas F no rege B nem C.
Islands- ( 11 ilha 11
): vrias construes como SNs complexos, locues tipo Wh
etc. no permite a extrao de nenhum constituinte delas. Logo~ condies
381
Landing Site- ( 11 campo de pouso 11 ) : este termo provm na sua maior parte, do
trabalho de Baltin, e representa uma teoria sobre o tipo de constituinte ou
construo que funciona como o alvo de uma regra de movimento. Em outras
11
palavras, ele tenta responder a pergunta para onde podem ser movidos os
11
constituintes que sofrem mova-0< 11
? n
teoria atual, uma distino era proposta entre regras de movimento para as
posies argumentais (movimento-SN) e o movimento para posies no
argumentais (como o ndulo COMP - o movimento ~IH). Chomsky (1977; 1981; etc)
reduziu todas as regras de movimento a uma so regra 11
Mova-c:x 11 Estudos
recentes tm questionado esta reduo, mas, por enquanto, ela continua
aceita pela maioria dos proponentes da teoria. Ver WH MOVEMENT.
~ u w
XI
para a teoria de regncia porque especifica
melhor as relaes de regncia. Por exemplo,
~
X Y Z
neste diagrama X rege Y eU, mas no Z ou W.
Ns eu
(vii) referncia potencial - duas expresses nominais que podem (mas
nao so obrigadas a ter) uma relao de co-referncia;
(viii) split quando trs ou mais expresses nominais numa determinada
S; tm co-referncia potencial, mas no obrigatria, certas interpretaes
de S; resultam em co-referncia parcial entre as trs, como em:
Joo e Mrcio pensaram que eles devem ir~ 'Joo' e/ou 'Mrcio'
podem ser subconjuntos de 'eles'.
Sentence Double-Bar (5 1 1
) (sentena-duas-barras): O ndulo que
imediatamente domina TlJPICO: S 1 1
~ TlJPICO S 1
y
A z
A
X' c~
w~
A condio de subjacncia diz, ento, que: Nenhuma regra pode envolver
X, Y X mais alto na rvore ("superior" a) a Y, se Y no for subjacente a X.
(iv) somente sujeitos podem ser regidos por fora da sua clusula (sua
"projeo mxima").
X [o<. .. y .. J
onde ex uma sentena com tempo.
Tense Filter - (filtro de tempo): este filtro foi proposto por Safir (1982)
para explicar a "fuso fontica" de FLEX com o verbo. Suas conseqncias e
previses para lnguas sem tempo so intrigantes {cf. tratamento de CON para
o pirah). Este filtro diz que traos de tempo so realizados
obrigatoriamente numa base verbal na fonologia.
*[ that .::!] Filter - (filtro de*[ que- v(estgio) J ): este filtro foi
proposto em Chomsky e Lasnik (1977) para eliminar estruturas como:
Para uma discusso mais ampla das vrias "teorias" chomskyanas, ver o
segundo captulo desta tese.
Unambiguous Paths- {caminhos nao ambguos): este conceito foi proposto por
Kayne (198la) como uma alternativa noo de "c-comando". Segundo ele,
c-comanda no chega a explicar as propriedades de vinculao etc., mas
apenas "estipula 11 quando so aplicveis.
A noo bsica dos "caminhos no ambguos" de que existe um "caminho 11
(na estrutura de uma rvore) entre um termo dependente e seu antecedente.
Ele props uma formulao que modifica as rvores de tal maneira que estes
caminhos ou so formalmente claros (no ambguos), ou a vinculao no se
aplica. As conseqncias destas novas estruturas so vistas em vrios
aspectos da teoria. Kayne usa as nominalizaes como um exemplo claro a
favor desta noo.
Por exemplo, {i) representa a estrutura comum de c-comando entre um
verbo e seus objetos (para a atribuio de Caso atravs de "regncia" que,
por sua vez depende de c-comando {ou caminhos no ambguos); {ii) representa
a modificao sugerida por Kayne:
397
~sv
(i )
SP
SN
p
SN
.
Esta teoria do lxico e importa~te na teoria uma vez que reconhece
formalmente a distino entre a sintaxe e a morfologia, algo relativamente
ambguo na teoria padro.
[ COMP ] [ S Bi ll to hit ~ ] ] ] ]
Em (ii)(b) 'John' nao passa por COMP sendo este movimento proibido para
elementos [ -WH ]. Sem esta possibilidade, 'John' no pode ser movido para a
S mais alta devido condio de subjacncia. Por outro lado, como mostra
(i)(b) o vestgio de 'who' no COMP mais baixo liga o vestgio da S mais
baixa, escapando da condio.
X-Bar Syntax (sintaxe X'): esta teoria, proposta por Chomsky (1970) e
desenvolvida por Jackendoff (1977). entre outros, procura explicar as
relaes lexicais e categricas entre elementos semelhantes mais distintos
na estrutura superficial.
Nesta teoria, todas as categorias lexicais, N, A, V, P etc., sao
exprimveis em termos de uma varivel X. Este elemento X ter v ar i aes tipo
11
projees 11 X, X', X'', X"' (mximo) onde possvel especificar a relao
entre uma projeo de X, S' {n ~ 3) e o complemento de X. Por exemplo, em
portugus as regras categricas teriam uma forma como
V''~V
11
Complemento: bateunabola"
V Comp 1ementa
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