A História Medieval No Brasil PDF
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Resumo: Este artigo apresenta os estu- Abstract: This paper considers medie-
dos medievais no Brasil do ponto de val studies in Brazil from the point of
vista de sua histria institucional. No view of their institutional history. It
se trata de realizar balanos valorativos, doesn't purport to make a critical ap-
mas de discutir o grande crescimento da praisal but to present to the great de-
rea no pas nos ltimos quarenta anos, velopment of the field in Brazil during
com o propsito de entender suas ra- the last forty years, in order to under-
zes e possibilidades futuras. stand its causes and future prospects.
1 Este estudo foi publicado em verso um pouco diferente em ALMEIDA, Nri de Barros .
Lhistoire mdivale au Brsil: du parcours solitaire linclusion dans le champs des sciences
humaines. In: Nri de Barros Almeida; Marcelo Cndido da Silva e Didier Mhu. (Org.). Pourquoi
tudier le Moyen Age? Les mdivistes face aux usages sociaux du pass. Paris: Publications de la Sorbo-
nne, 2012, v. , p. 125-144.
2 E-mail: neridebarros@gmail.com
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Revista Signum, 2013, vol. 14, n. 1.
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3 Ramificar-se nas provncias do Imprio, para mais fcil desempenho dos fins a que
se prope.
4 Publicar a Revista do Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro.
5 Promover os conhecimentos destes dois ramos filolgicos por meio do ensino p-
blico, logo que seu cofre proporcionar esta despesa.3
3 www.ihgb.org.br
4 O primeiro projeto do qual resultaria o CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa) aparece em 1936
por iniciativa da Academia Brasileira de Cincias (ABC), fundada em 1916, no contexto em que
tambm foi criada a primeira universidade brasileira, a Universidade de So Paulo (USP), em 1934.
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soal de Nvel Superior (CAPES), cuja funo especfica era a avaliao, divulgao,
investimento na formao de recursos humanos e promoo da cooperao inter-
nacional. Em outubro de 1960, a Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de
So Paulo (FAPESP) foi estruturada, vindo a entrar em atividade em 1962 5. Os
primeiros passos dessas instituies so marcados pelo populismo dos anos 1950
e, depois de 1964, pela ditadura militar. cujo contingenciamento permanente de
recursos as mantm em profunda instabilidade financeira. Ao final da ditadura,
em 1985, a hiperinflao continua a comprometer o estabelecimento de polticas de
fomento de longo prazo. Embora no atendendo s demandas nem acompanhan-
do ao aumento da populao, o nmero de auxlios concedidos cresceu. A instabi-
lidade poltica e financeira aps 1989 freia o aumento progressivo dos auxlios.
Apenas a partir de 1995 o controle da inflao e a estabilidade institucional permi-
tiram a ampliao consistente do nmero de auxlios e de bolsas e uma poltica re-
gular de incentivo pesquisa. A despeito dos revses econmicos e polticos ao
longo das dcadas de 1950-1990, possvel afirmar que o resultado final foi positi-
vo: as agncias contribuiram para o estabelecimento de uma nova dinmica para a
produo do conhecimento cientfico, que se tornou sistemtica e contnua, conso-
lidando seu carter pblico.
Se o aumento e regularidade dos recursos pblicos destinados pesquisa
recente, as bases jurdicas para a valorizao das universidades como locais de
pesquisa foram estabelecidas a mais tempo. Nos anos 1950, CAPES e CNPq deram
os primeiros passos na institucionalizao da ps-graduao no pas. Em 1965, os
cursos de ps-graduao so definidos e equiparados em seu carter organizativo
aos cursos de graduao. A Lei de Reforma Universitria (Lei 5540) de 1968, ao in-
corporar idias e experincias da Universidade de Braslia (UnB), fundada em
1961, estrutura as universidades em institutos e departamentos e estabelece como
sua vocao fundamental as atividades conjuntas de ensino e pesquisa. A estrutu-
rao federal da ps-graduao no pas garantiu a regulamentao da concesso
5 Embora a FAPESP seja agncia do Estado de So Paulo, seu mbito de atuao vai alm do nvel
local. Uma vez que os programas de ps-graduao se desenvolvem em larga escala primeiramen-
te ligados Universidade de So Paulo, os recursos dessa agncia acabaram beneficiendo boa parte
dos pesquisadores ligados a instituies de outros estados. O fato de contar com uma porcentagem
dos recursos do estado mais rico da unio tambm garante a ela uma importncia que justifica que
a coloquems ao lado das instituies federais de fomento embora estas estejam ligadas a mbitos
poltico-administrativos decisrios de maior importncia. A FAPESP apenas uma dentre uma
srie de fundaes estaduais de apoio pesquisa, no entanto, a mais importante devido ao mon-
tante de seus recursos e s polticas arrojadas de auxlio que pode adotar.
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6 Refiro-me aqui aos Diretrios de Grupo de Pesquisa, base em que os pequisadores se organizam
segundo afinidades cientficas em torno de temas comuns e ao sistema nacional de currculos cien-
tficos, a Plataforma Lattes, que registra e equaliza toda a produo cientfica individual do pas.
Esse sistema permite avaliaes que so utilizadas para a insero do pais em pesquisas internaci-
onais e para a produo de polticas internas de pesquisa.
7 Trata-se de financiamento por at 60 meses (com prorrogao mxima de 12 meses) para projetos
reunindo equipes compostas por pesquisadores de diversos nveis (doutores e ps-graduandos) e
tcnicos para a realizao de pesquisa comum. Alm das bolsas de estudo para todos os envolvidos
o Projeto Temtico custeia todos os itens pertinentes realizao de pesquisa como a compra de
material e de equipamentos, a reforma e a aquisiao de instalaes, viagens de trabalho, realizao
de eventos e publicao dos resultados.
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8Um coordenado por Vnia Leite Fres (UFF), outro por Andra Cristina Lopes Frazo da Silva
(UERJ) e Rejane Barreto Jardim (Universidade de Caxias do Sul) e um coordenado por mim (UNI-
CAMP) e Marcelo Cndido da Silva (USP). A ANPUH tambm promoveu a formao de ncleos
de pesquisa regionais como o Grupo de Trabalho de Estudos Medievais da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, que se rene mensalmente para discutir projetos de pesquisa, temas de investi-
gao e realiza periodicamente eventos acadmicos.
9 Dentre os grupos que hoje atuam no aperfeioamento da pesquisa em histria medieval, desta-
camos os mais antigos: o Programa de Estudos Medievais (PEM) da Universidade de Braslia (UnB) e
Universidade Federal de Gois (UFGO), existente desde 1994, coordenado por Maria Eurydice de
Barros Ribeiro; o Scriptorium Laboratrio de Estudos Medievais e Ibricos da Universidade Federal
Fluminense (UFF), coordenado por Vnia Leite Fres; o Ncleo de Estudos Mediterrnicos (NE-
MEd), da Universidade Federal do Paran, coordenado por Renan Frighetto e Ftima Regina Fer-
nandes; o Programa de Estudos Medievais (PEM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
coordenado por Andria Cristina Frazo da Silva e Leila Rodrigues da Silva; o Translatio studii co-
ordenado por Mrio Jorge da Motta Bastos (UFF) e o Laboratrio de Estudos Medievais (LEME) que
reune as trs universidades pblicas do Estado de So Paulo (USP, UNICAMP, UNIFESP) e as U-
niversidades Federais de Gois (UFG) e de Minas Gerias (UFMG) coordenado por Marcelo Cndi-
do da Silva (USP). A maior parte destes grupos nasceu nos anos 1990, decorrentes da multiplicao
dos centros de ps-graduao no pas. Desde ento a Universidade de So Paulo deixa de concen-
trar a formao dos doutores em histria medieval. A formao dos profissionais fora de So Paulo
passa nos anos 1990 a incluir os programas de ps-graduao da Universidade Federal Fluminense
(UFF) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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10Trata-se do movimento armado de resistncia ao golpe militar liderado por Getlio Vargas que
deps Washington Luis da presidncia e impediu a posse do paulista Jlio Prestes. O governo Var-
gas eliminou a autonomia dos estados, o que culminou com o movimento promovido pelo estado
de So Paulo em nome da promulgao de uma nova constituio para a Repblica.
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Agradeo Ana Lcia Lana Nemi da Universidade Federal de So Paulo (Unifesp) pelas infor-
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maes.
12Foi fundador da Revista de Histria (1950), ainda hoje uma das mais prestigiadas do pas, e da As-
sociao Nacional de Histria (ANPUH), nascida como Associao Nacional dos Professores Uni-
versitrios de Histria, das quais foi por muito tempo presidente. Foi, por seis gestes, Diretor da
Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras da USP e, por duas vezes, Vice-Reitor.
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dade pessoal aos diretores de tese impediu o sugimento e a imposio de uma fi-
gura capaz de estabelecimento de um projeto historiogrfico hegemnico. A hist-
ria da Idade Mdia que comea a ser esboada no Brasil tambm no depende dos
destinos da historiografia ibrica. Embora se atenha prioritariamente aos docu-
mentos ibricos, quase sempre o faz a partir de fundamentos terico-
metodolgicos que escapam Pennsula. A despeito das relaes histricas com a
historiografia francesa, nosso interesse pelo debate historiogrfico, por correntes
tericas e metodolgicas diversas e a crtica a seus limites nacionais evidente.
A implantao das universidades no Brasil aconteceu com significativo a-
traso em relao a outros pases da Amrica de lngua espanhola 14. Nossas univer-
sidades surgiram em um contexto completamente diferente, marcadas pelo mo-
vimento Modernista que tentava dar sentido modernizao do pas15. Para este
movimento, a compreenso e incorporao da experincia nacional era condio
para a assimilao da modernidade vinda do exterior. Nesse ambiente a universi-
dade apenas poderia ser pensada como uma entidade autnoma frente tanto i-
deologia nacionalista quanto influncia clerical. Dois elementos positivos para os
estudos medievais derivam deste fato. Em primeiro lugar, diferentemente da pr-
pria historiografia europia, "nossa" Idade Mdia prescinde do problema nacional.
Isso se d devido s distncias que impedem nosso comprometimento com os
quadros nacionais europeus, mas tambm porque o conhecimento histrico de
maior influncia aqui produzido nasce resistente ao enfoque nacionalista do naci-
onal. Em segundo lugar, esta Idade Mdia aqui estudada est claramente distante
dos propsitos que a vinculam hoje ao projeto de edificao da Europa. medida
que a histria medieval venha a se consolidar entre ns, talvez possamos contribu-
ir para que sua representao na memria histrica avance para alm das idias de
nao e de Europa que constituem sua razo de ser nos sculos XIX e XX.
14Enquanto a universidade surge no Brasil em 1934, na Amrica de lngua espanhola ela acompa-
nha o processo de conquista europia. A Universidade San Marcos (Peru) surge em 1551 e a Uni-
versidade do Mxico em 1553. A precocidade tambm acontece nos Estados Unidos, mas num pro-
cesso poltico inverso ao da Amrica Espanhola. sob o desinteresse da coroa inglesa pelas col-
nias na Amrica que aparece j em 1636 a Universidade de Harvard.
15Toma-se como incio do movimento artstico Modernista no Brasil a Semana de Arte Moderna
que aconteceu de 11 a 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de So Paulo. A USP pode ser
compreendida como uma das resultantes desse contexto ideolgico na medida em que se propu-
nha formar uma elite capaz de dar sentido modernizao do pas.
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mea a crise da Nouvelle Histoire. Foi mais difcil para a nossa histria medieval
reformular seus destinos do que para disciplinas que tinham seu histrico ligado a
outras correntes tericas. A amplitude das crticas, num domnio do qual depend-
amos de forma to completa, impediu que estivssemos no centro deste importan-
te debate16. Dessa forma, nos beneficiamos tambm mais lentamente das crticas e
mudanas tericas que marcaram a historiografia dos ltimos vinte anos.
A Nouvelle Histoire apontava para temticas, mtodos e documentos que
pareciam dirimir as antigas dificuldades que faziam da Idade Mdia um campo
reservado aos europeus. Neste sentido, documentos literrios surgiam como parti-
culamente atraentes. O entusiasmo levava pouco em conta o encerramento que se
processava das temticas e explicaes a um mesmo domnio terico o que limita-
va a insero dos trabalhos em ambientes de discusso mais amplos. Ficavam em
segundo plano necessidades relativas formao e ao mtodo, como as reais difi-
culdades para se abordar a documentao literria, as questes a serem apresenta-
das a estes documentos e sua relevncia. Por fim, e mais importante ainda, a pres-
so de esquemas tericos da literatura sobre as anlises histricas, no raro, as
conduzia ao atemporal ou considerao de situaes particulares como sinto-
mas da totalidade. Esse quadro afetou o corao de nossa formao. O estudo de
problemticas estabelecidas segundo critrios de pertinncia deixou seu lugar
aplicao, com fins comprobatrios, de modelos explicativos emprestados a expo-
entes da medievalstica internacional.17 Menor empenho tnhamos em desenvolver
nossas prprias questes e em discutir nossa identidade investigativa face pr-
pria dinmica historiogrfica nacional.
A crtica Nouvelle Histoire atigiu os estudos medievais brasileiros nos
ltimos dez anos. Seu resultado foi que, sem abrirem mo de procedimentos anal-
16Ao evocar estas crticas no temos nenhuma pretenso de por em dvida a importnica da
Nouvelle Histoire. Pelo contrrio, preciso afirmar que a emancipao e amplitude que esta le-
gou aos estudos histricos responsvel pela dinmica de renovao que ainda hoje se verifica no
campo historiogrfico e por seus empreendimentos mais criativos e relevantes. No Brasil, a dvida
que temos para com ela imensa. Sem a "Nouvelle Histoire" talvez nunca tivessemos chegado ao
nvel de visibilidade de que dispomos hoje e que confirmado pelo aumento das pesquisas e pelo
fomento que as mesmas tm recebido.
17Devido aos interesses do mercado editorial por obras de sucesso comprovado fora do Brasil, os
autores mais lidos pelo grande pblico so tambm aqueles que maior presena tiveram na forma-
o dos pesquisadores e na inspirao dos temas e mtodos de pesquisa em histria medieval no
pas: Jacques Le Goff e Georges Duby. Quando as edies se orientam no sentido de outros autores
continuou-se a editar autores associados ao mesmo ambiente historiogrfico como Aaron Gure-
vitch, Jean-Claude Schmitt e Jerme Baschet.
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ticos criativos, as pesquisas atuais estabelecem uma relao diferente entre teoria e
documentao. O documento se tornou dominante, algo que pode ser percebido
pela simples observao dos captulos das dissertaes de mestrado e teses de
doutorado defendidas. Se, antes, tnhamos um clssico captulo terico abrindo a
todos os trabalhos, hoje encontramos no mesmo lugar uma discusso cada vez
mais alentada sobre o documento, sua tradio manuscrita, edies sucessivas,
problemas de abordagem do contedo escrito. Como no resto do mundo, o Brasil
acompanha um movimento de retorno aos documentos preocupado com certa
objetividade, ou seja, movido pela convico de que os documentos podem ser
lidos apenas do ponto de vista daquilo que informam. Esse pressuposto que pare-
ce at certa medida reacionrio se mostrou frutfero, pois permitiu que a historio-
grafia, durante todo o sculo XX movida pelo princpio geral de anlise das rela-
es sociais do ponto de vista do conflito, passou a dar maior importncia hist-
ria das elites - mais profusamente registrada nos documentos medievais - , que fo-
ram se revelando doravante menos homogneas e menos belicosa e, assim, a per-
ceber registros de prticas socias de resoluo de conflitos. Hoje, a histria das eli-
tes medievais feita sem o medo de confundir-se a uma histria elitista, mas como
caminho possvel para o estudo do processo de constituio social durante a Idade
Mdia. Cada vez mais este percurso tem mostrado a Idade Mdia como campo
propcio discusso sociolgica, antropolgica e jurdica. Hoje, este terreno se
constitui em uma das vias mais promissoras para a incluso da histria medieval
no debate sobre as sociedades, pertinente ao conjunto das cincias humanas.
A proposta modesta deste texto desgua no problema muito maior da legi-
timidade de nossa disciplina, para alm de seu valor intrnseco. Ao menos no Bra-
sil, entendo que esta legitimidade precisa ser conquistada por meio da participa-
o em discusses temticas com outras disciplinas da histria e com outras cin-
cias humanas. Esses debates so raros e dependem da prpria rea promov-los
em torno de seus problemas, mtodos e conceitos. Para tanto, temos de enfrentar
questes que entravam este trnsito. Algumas delas so bastante amplas e dizem
respeito forma como est construda a memria histrica sobre o perodo e que
constitui uma influncia marcante no senso comum e nos meios universitrios no
medievalsticos. Assim, a idia de uma Idade Mdia caracterizada pela violncia
endmica - na melhor das hipteses um modelo negativo das sociedades providas
de Estado, segundo sua concepo moderna acaba por manter o estudo deste pe-
rodo excludo do debate de fundo sociolgico e poltico.
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IV. Concluso
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maneira proveitosa para ambos os lados de modo que no seja uma histria que
ignore a importncia dos estudos portugueses, mas que tambm no procure lhe
ser idntica, que seja parceira de um dilogo complementar, descobrindo juntas os
caminhos desse passado vivido sem matizes nacionais. essa mesma ausncia que
recomenda que estejamos muito perto de toda a histria medieval da Pennsula
Ibrica e, dos colegas de lngua espanhola, a fim de entendermos nosso passado
medieval a partir de seus sentidos prprios, imanentes de realidades regionais que
aguardam para ser conhecidas.
A histria medieval comeou o sculo XXI caracterizada pelo retorno mo-
derado: como uma histria poltico-social que aprendeu os caminhos apontados
pela cultura, pelo volta ao documento, pela experimentao comedida e pela valo-
rizao extrema da historiografia. De sua posio externa aos compromissos eu-
ropeus, mas no histria europia, o Brasil e outros pases no-europeus podem
vir a desenvolver um lugar prprio nesse domnio.
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