10 Trabalho Escolar e Teorias Administrativas Versao 2010ava
10 Trabalho Escolar e Teorias Administrativas Versao 2010ava
10 Trabalho Escolar e Teorias Administrativas Versao 2010ava
indd 1
23/1/2009 10:14:03
Governo Federal
Ministrio da Educao
Secretaria de Educao Bsica
Diretoria de Polticas de Formao, Materiais Didticos e de Tecnologias para a Educao Bsica
Universidade de Braslia(UnB)
23/1/2009 10:14:07
23/1/2009 10:14:08
ISBN 85-86290-68-8
CDU: 371
23/1/2009 10:14:08
23/1/2009 10:14:08
Apresentao
Este o primeiro mdulo do Bloco III Formao Tcnica e, ao estud-lo, voc, funcionrio e funcionria de
escola pblica, tero a oportunidade de aprofundar conhecimentos, com ao objetivo de promover sua habilitao como
Tcnico em Gesto Escolar.
A preocupao bsica deste mdulo analisar diversas abordagens da
prtica administrativa nas organizaes, focalizando em particular aquelas desenvolvidas na escola. verdade que a escola, como qualquer outra
organizao, precisa ser administrada, visando a cumprir, da melhor maneira
possvel, sua funo social. Todavia, tambm verdade que essa administrao no deve ocorrer de forma igual quela exercida em outras organizaes,
como, por exemplo, empresas e indstrias, devido natureza e finalidade mais
ampla do trabalho da escola, o qual consiste em contribuir para o processo formativo dos indivduos, sistematizando, produzindo e veiculando um conhecimento que tem origem nas relaes sociais mais amplas. Nesse sentido, preciso
reconhecer que a escola realiza aes que lhe confere grande especificidade!
Por outro lado, importante que a escola considere, no desenvolvimento de suas
atividades, elementos das diversas teorias administrativas, extraindo de cada uma
delas aspectos que possam ajud-la a melhorar a organizao do seu prprio trabalho. Veja que a anlise de questes como essa pode ampliar sua percepo a
respeito da funo social da escola, bem como da contribuio do trabalho que
voc realiza para a execuo dessa funo.
De maneira semelhante ao que voc j vem estudando, tambm so apresentadas,
ao longo da leitura do texto-base deste mdulo, fotos, gravuras, indicaes para
pesquisar na internet e sugestes para aprofundar os temas abordados. So, ainda, sugeridas atividades de estudo cujo objetivo lev-lo(a) a refletir e colocar em
prtica, em seu prprio ambiente de trabalho, determinados contedos tratados
em cada unidade. Particularmente, em relao a essas atividades destacamos a
importncia de voc realiz-las, sempre articulando os contedos discutidos com
suas experincias e vivncias no ambiente escolar.
Lembramos isso porque acreditamos que, sem dvida, seus conhecimentos prvios e sua experincia no trabalho da secretaria da escola sero muito teis e relevantes para acrescentar novos elementos ao dilogo que pretendemos construir
com voc em todas as unidades a seguir. Lembre-se: muito importante articular
teoria e prtica durante o estudo deste e dos demais mdulos do curso! Afinal,
nossa vida , simultaneamente, ao e reflexo!
23/1/2009 10:14:08
Esperamos, assim, poder ajudar na busca de novos caminhos para sua formao e atuao numa escola pblica, que seja tambm democrtica, participativa e preocupada, sobretudo, em construir uma educao com qualidade social
para todos. Com certeza, este o desejo daqueles que vm, ao longo de nossa
histria, lutando com o objetivo de conquistar uma escola para todos!
Objetivo
Apoiando-se na leitura do texto-base e na realizao das atividades propostas
em cada uma das unidades, voc ampliar seus conhecimentos com o propsito
de analisar a escola como organizao, considerando as contribuies das principais teorias administrativas e sua especificidade como organizao responsvel pela sistematizao do saber.
A partir desse objetivo mais amplo, esperamos que voc reconhea a importncia de a escola orientar o seu trabalho para a transformao social. Para tanto,
importante estabelecer uma relao crtica entre poltica, planejamento e legislao educacional, levando em conta as implicaes dessa relao no contexto da
escola, compreendida em sua totalidade.
Ementa
Concepes de educao e relao escola-sociedade. Grupo e organizao: conceito, tipologia e caractersticas. Principais teorias administrativas: fundamentos
conceituais e histricos da Administrao. Poltica, planejamento e legislao
educacional: conceitos, relaes e a questo dos meios e fins na educao. Planejamento escolar: diagnstico, execuo e avaliao. tica e transparncia no
servio pblico.
23/1/2009 10:14:08
Sumrio
23/1/2009 10:14:08
INTRODUO 12
UNIDADE 1 Concepes de educao: a relao
escola-sociedade como ponto de partida e de
chegada 13
unidade 2 As organizaes como caracterstica
fundamental da sociedade moderna
organizaes sociais? 27
UNIDADE 3 Teorias Administrativas: fundamentos
conceituais e histricos da administrao 43
unidade 4 Poltica, planejamento e legislao
educacional: conceitos e relaes 59
UNIDADE 5 Planejamento escolar: diagnstico,
programao e avaliao 75
UNIDADE 6 tica e transparncia no servio
pblico: compromisso de todos na construo
da cidadania 85
concluso 94
referncias bibliogrficas 95
23/1/2009 10:14:08
INTRODUO
Estamos iniciando o estudo do mdulo Trabalho escolar e teorias administrativas. Dando continuidade aos estudos j realizados no Bloco I
Formao Pedaggica, neste primeiro mdulo, voc ter a oportunidade
de aprofundar a discusso sobre diversos temas. Esse aprofundamento
temtico ocorrer visando a ampliar sua compreenso sobre o processo de administrao escolar situando, nesse processo, o seu trabalho,
como secretrio escolar. Porm, antes de comear a discutir os contedos nele propostos, gostaramos de retomar com voc algumas idias
que fizeram parte do seu percurso no curso at agora.
Certamente, ao longo dos vrios mdulos do referido bloco, voc teve a
oportunidade de refletir sobre diversos temas, todos eles relevantes para
uma melhor compreenso da funo social da escola. Nessa discusso,
um dos pontos enfatizados foi a importncia de sua atuao como profissionais de apoio escolar da educao bsica, educador e co-gestor do
trabalho escolar para o pleno alcance das finalidades da ao pedaggica, numa perspectiva democrtica, participativa e emancipatria.
Em alguns casos, essa reflexo apoiou-se no debate da condio do funcionrio da escola pblica, como cidado, educador profissional e cogestor dessa instituio; em outros, na discusso dos fundamentos da
prtica educativa, como, por exemplo, aqueles de natureza psicolgica,
antropolgica e histrica. Nesses dois casos, voc teve a oportunidade
de, na abordagem de temas relativos formao pedaggica dos trabalhadores da educao, discutir a gesto da educao e da escola, numa
viso democrtica.
De forma geral, foram analisadas questes importantes que devem
orientar sua formao e atuao visando a fortalecer a democracia e a
qualidade da escola pblica, bem como o estmulo ao desenvolvimento
de um trabalho autnomo, reflexivo e solidrio. Foram muitas leituras
que, apoiadas em sua experincia pessoal e profissional, contriburam
para ampliar sua formao e, ao mesmo tempo, melhorar a educao
pblica como um todo.
Com o propsito de ampliar essa formao, o Bloco III Formao Tcnica formado por dez mdulos, os quais, em seu conjunto, objetivam
contribuir para ajud-lo(a) a refletir sobre os diversos outros espaos de
atuao na escola, alm da docncia, da educao e da formao, propsito maior do curso que voc est realizando. Observe que a compreenso adequada desses variados espaos pode concorrer para ampliar o
entendimento sobre sua atuao como educador e co-gestor do trabalho
coletivo desenvolvido na escola.
A seguir apresentamos uma descrio bastante sinttica da discusso
proposta nesses mdulos, lembrando que um detalhamento maior a respeito voc encontrar no Caderno de orientaes gerais do curso. Esse
Bloco III formando, ento, por:
23/1/2009 10:14:08
Quatro mdulos que trataro de questes mais diretamente relacionadas administrao educacional e escolar, ressaltando seus pressupostos tericos e legais, bem como a relao que a escola mantm
com a sociedade e as demais instncias educacionais, como Gesto
Democrtica nos Sistemas e na Escola, Trabalho Escolar e Teorias Administrativas; Legislao Escolar e Administrao de Materiais;
Quatro mdulos que abordaro contedos mais relacionados s vrias atividades desempenhadas pela escola, como Informtica aplicada educao; Estatstica Aplicada Educao; Noes de Direito
Administrativo e do Trabalho; Contabilidade Pblica;
Dois outros mdulos que mantero uma proximidade entre si e, ao
mesmo tempo, com o trabalho que voc j vem desenvolvendo h
algum tempo na secretaria da escola, os quais so Produo Textual
na Educao Escolar, e Tcnicas de Redao e Arquivo;
possvel que, em funo de sua experincia profissional, algumas questes levantadas neste conjunto de textos j sejam de seu conhecimento.
Caso isso se confirme, aproveite para aprofundar a reflexo a respeito
dessas questes, relacionando-as sua prtica profissional. Afinal, teoria
slida, prtica eficaz! Todavia, acreditamos que, mesmo isso ocorrendo,
as discusses propostas podero ampliar o seu olhar sobre o trabalho da
escola como um todo e, conseqentemente, sobre a sua atuao como
secretrio(a) escolar.
De uns anos para c, a busca pela profissionalizao dentro das organizaes tem sido intensificada, de forma a torn-las mais articuladas com
as transformaes do mundo atual. No caso da escola, essa profissionalizao tem se feito notar na busca da melhoria da formao de todos
aqueles que participam do seu trabalho, como, por exemplo, voc.
Diante de tantas transformaes, a escola precisa refletir constantemente acerca de alguns conceitos, entre eles o de educao. Paralelamente,
deve repensar-se, como organizao, considerando o alcance do trabalho pedaggico que produz, o qual deve contar com a participao de
todos. Afinal, a escola tem o seu trabalho melhorado quando o sentido
deste compreendido e compartilhado por todos os membros que dela
fazem parte.
A propsito: voc j parou para refletir sobre o significado dos termos
educao e organizao? Ser da discusso desses conceitos que nos
ocuparemos nas prximas duas unidades, visando melhor situ-lo(a)
quanto relao existente entre as teorias administrativas e o trabalho
da escola como um todo. Comearemos refletindo sobre o conceito de
educao, em diferentes abordagens. Vamos iniciar esse debate?
23/1/2009 10:14:08
23/1/2009 10:14:11
23/1/2009 10:14:12
Partindo dessa idia, nesta primeira unidade, discutiremos diferentes concepes de educao que convivem tanto na sociedade quanto no interior da escola. A compreenso desse
tema importante, sobretudo, para um entendimento mais
amplo das vrias formas como a educao concebida como
prtica social e de sua relao com os conceitos de organizao e teorias administrativas, temas abordados nas Unidades
2 e 3, respectivamente.
14
Em sua experincia de
vida e profissional, voc j
parou para pensar como a
escola lida com diferentes
vises de mundo
presentes na realidade
social, embora uma ou
outra predomine sobre as
demais?
23/1/2009 10:14:16
15
23/1/2009 10:14:18
16
Um paradigma representa
uma estrutura de
pensamento para a
explicao e compreenso
de certos aspectos da
realidade. Em funo
disso, o surgimento de
um novo paradigma
resulta de um processo
evolutivo que envolve
uma anlise da realidade
presente e a busca de
novas alternativas para
os problemas existentes.
O paradigma representa,
assim, uma viso de
mundo ou um sistema de
idias construdo por um
certo grupo social.
Ao longo do tempo, a educao tem sido objeto de muita discusso, motivo pelo qual foram surgindo diversas teorias para
explic-la. Todavia, aqui o nosso interesse analisar apenas
algumas das principais concepes de educao, as quais, em
linhas gerais, esto vinculadas a dois grandes paradigmas: o
paradigma do consenso e o paradigma do conflito.
23/1/2009 10:14:19
IMPORTANTE
A partir dessa viso de sociedade e de homem, como o funcionalismo encara a educao? Podemos dizer que, nessa viso, a educao concebida como fator de equalizao social. Vinculada ao paradigma do consenso, essa concepo
ganhou fora nas primeiras dcadas do sculo XX, vendo a
educao escolar como salvadora de todos os problemas
da sociedade, sejam eles sociais, polticos ou econmicos.
17
Mostrando-se conservador, o funcionalismo percebe a sociedade como similar a um organismo vivo, composto de vrias
partes interdependentes que, desempenhando funes especficas, devem ajudar na manuteno do equilbrio social.
Nesse sentido, a sociedade preservada medida que a harmonia reina entre os indivduos, sendo as diferenas sociais
percebidas como decorrncias naturais das caractersticas
pessoais desses mesmos indivduos.
23/1/2009 10:14:22
18
Considerando o homem como resultado do coletivo, o referido autor defende que a educao deve se resumir ao que
as geraes mais velhas (adultas) exercem sobre as geraes
mais novas, visando incorporao, por parte destas, de determinados estados fsicos, intelectuais e morais necessrios
reproduo da prpria sociedade.
Tambm inserido na viso funcionalista encontra-se Karl Mannheim (1893-1947) que, defendendo a necessidade de tcnicas
sociais para o planejamento de uma sociedade democrtica,
v a educao como uma dessas principais tcnicas. Para ele,
a educao escolar elemento-chave para o progresso social,
devendo preparar o indivduo para viver numa sociedade que
seja o resultado de um planejamento democrtico e racional.
Para esse autor, a racionalidade humana deve ser usada para
assegurar a harmonia social. Todavia, a capacidade de utilizar
a racionalidade no estaria em todos os homens; apenas alguns teriam o conhecimento e a competncia para planejar a
sociedade democrtica.
Mas, com diz o poeta Cazuza, o tempo no pra, no verdade?
As transformaes polticas, econmicas e sociais pelas quais passou o mundo nas duas primeiras dcadas do sculo XX fizeram
com que a educao fosse pensada e vivida de forma diferente. As
novas perspectivas apresentadas, principalmente em funo da 1a
Grande Guerra Mundial (1914-1918), repercutiram intensamente
nos vrios setores da vida social. O contexto era de uma civilizao em mudana, um mundo de grandes mudanas sociais.
23/1/2009 10:14:23
IMPORTANTE
A participao um dos
elementos constitutivos da
democracia. Ento, a at
que ponto democrtica
uma sociedade planejada
apenas por alguns, para
ser vivida por todos?
19
23/1/2009 10:14:24
A diviso social do
trabalho corresponde
diferenciao e
distribuio de atividades
entre indivduos e/ou
grupos de indivduos da
mesma sociedade.
20
Todavia, nenhuma viso de mundo absoluta, nem existe sozinha em um momento da histria; sempre h outras que se
manifestam, de forma conflitiva. Por isso, importante perceber outras formas de perceber a educao na sociedade e
na escola, espao no qual voc desempenha o seu trabalho.
Vejamos, ento, outras possibilidades de se conceber o fenmeno educativo.
23/1/2009 10:14:25
IMPORTANTE
21
Essa forma de perceber a sociedade tem como base o marxismo e, adota o homem como o centro do mundo e como processo de suas aes. Considerando que os humanos participam de determinadas relaes sociais, defende que o mundo
social deve ser compreendido a partir de seus condicionantes
histrico-econmicos e da diviso e luta de classes. Este nvel
de percepo da realidade social influencia todas as concepes educacionais do paradigma do conflito. Abordaremos
aqui duas dessas grandes concepes.
23/1/2009 10:14:27
Louis Althusser
(1918-1990)
22
Pierre Bourdieu
(1930-2002)
23/1/2009 10:14:27
IMPORTANTE
23
23/1/2009 10:14:30
Para aprofundar a
discusso sobre
a concepo de
educao como fator
de transformao social
acesse o site do Instituto
Paulo Freire: http://www.
paulofreire.org
24
Esperamos que a discusso realizada ao longo desta unidade, sobre a relao escola versus sociedade, tenha servido
para ajudar a perceber a escola como um espao educativo
no qual convivem diferentes concepes de educao. Essas
concepes so expressas pelos diversos atores que, como
voc, participam e contribuem para a realizao do trabalho
escolar.
Para encerrar esta unidade, reiteramos a idia de que tais concepes decorrem de certas vises de homem, mundo e sociedade. Portanto, devemos compreend-las considerando o momento histrico em que cada uma delas elaborada, difundida
e transformada dentro das organizaes sociais. Mas, o que
so as organizaes? Analisaremos esse conceito na prxima
unidade, partindo do elemento que o constitui: o grupo.
23/1/2009 10:14:31
IMPORTANTE
25
23/1/2009 10:14:31
23/1/2009 10:14:38
23/1/2009 10:14:39
Na unidade anterior, examinamos algumas das principais concepes de educao, partindo da idia de que elas tm origem nas vises de mundo, homem e sociedade. Vimos que
algumas delas enfatizam o carter conservador do ato educativo e outras, numa perspectiva contrria, seu carter transformador. Como voc pde constatar, embora tenham surgido
obedecendo a uma determinada cronologia de tempo, essas
concepes convivem simultaneamente na sociedade, de maneira geral, e na escola, em particular, ainda que uma delas
predomine sobre as outras, em determinados momentos da
histria.
Esperamos que essa discusso tenha ajudado voc a identificar, na escola onde atua, a concepo educacional que vem
se destacando em relao s demais. Afinal, como co-gestor
de uma organizao educativa, fundamental voc ter clareza
dessa questo para que, juntamente com os demais grupos
da escola, oriente o trabalho pedaggico para a mudana.
28
23/1/2009 10:14:39
IMPORTANTE
29
23/1/2009 10:14:39
30
23/1/2009 10:14:44
Etimologicamente, o
vocbulo Estado tem sua
origem no latim status,
que significa estar firme,
aparecendo pela primeira
vez na obra O Prncipe,
escrita em 1513, por
Maquiavel (1469-1513), um
dos primeiros pensadores
a se dedicar ao estudo
sistemtico do Estado.
As primeiras anlises a
respeito do Estado surgem,
de forma mais sistemtica,
ainda na Antigidade nos
escritos dos filsofos gregos
Plato, Aristteles e Ccero.
Porm, o Estado, com sua
organizao poltica, jurdica
e sua finalidade repressiva e
ideolgica, algo criado no
mundo moderno, visto que,
em momentos anteriores
da histria da humanidade,
a fragilidade nas relaes
polticas no permitia que tal
concepo fosse elaborada.
Nessa perspectiva, deve-se
considerar que somente no
final da Idade Mdia e incio
da Idade Moderna (1789 em
diante), ocorrem mudanas
nas condies histricas do
mundo europeu, as quais
passaram a exigir uma forma
de organizao poltica como
a do Estado.
31
Na Pr-Histria perodo compreendido entre o aparecimento do homem sobre a Terra h, aproximadamente, 2 milhes
de anos, e o da escrita, por volta do ano 4.000 a. C. surgiram comunidades humanas formadas por grupos que viviam
da coleta de alimentos e da caa. Como voc estudou no
Mdulo Informtica Bsica, a Pr-Histria pode ser dividida
em trs perodos: Paleoltico, Neoltico e Idade dos Metais.
Lembra-se disso?
IMPORTANTE
23/1/2009 10:14:46
A Revoluo Industrial
teve incio na segunda
metade do sculo XVIII,
na Inglaterra, com a
mecanizao dos sistemas
de produo. Antes da
industrializao, a tribo,
a Igreja, o Exrcito e o
Estado correspondiam
s organizaes bsicas
mais freqentemente
observadas na sociedade.
32
Porm, medida que a humanidade foi evoluindo, intensificaram-se as formulaes tericas sobre o Estado, cuja estruturao deu-se entre os sculos XIII e XVIII, na Europa. Particularmente, neste ltimo chamado sculo das luzes o
Estado caracterizou-se como poderoso, absoluto e soberano,
como voc estudou no Mdulo Educao, sociedade e trabalho: abordagem sociolgica da educao, Bloco I Formao
Pedaggica.
A complexidade das relaes entre os homens ocorre, de
forma bastante acentuada, nas primeiras dcadas do sculo
XVIII. Porm, antes da Revoluo Industrial, cujo incio se
deu na segunda metade do referido sculo, na Inglaterra, as
prticas administrativas nas organizaes possuam outras
caractersticas daquelas que assumem a partir do sculo
XIX.
Nessa poca, onde cresceu substancialmente o nmero de
organizaes industriais, a realidade mostrou aos proprietrios das fbricas, que cada vez mais eram criadas, que isolados eles no conseguiriam conduzir, nem controlar todo o
trabalho produtivo de seus prprios estabelecimentos. Na
verdade, essa dificuldade poderia comprometer inclusive o
prprio lucro. Todavia, mesmo enfrentando essa dificuldade, o mundo ainda no contava com teorias sistematizadas
sobre o ato de administrar.
importante ressaltar, caro(a) cursista, que, a partir do momento em que a sociedade se mostrou mais complexa, ela
foi sentindo necessidade de procurar outras formas de os
seus membros viverem. Nesse momento histrico, os homens j mostravam a necessidade de desenvolver processos visando administrao dos recursos e das relaes
criadas pelos grupos formados por eles.
Com o acelerado crescimento industrial no sculo XIX, o
mundo passou a sentir necessidade de conhecimentos mais
aprofundados sobre como administrar as empresas, indstrias e fbricas, que continuavam a surgir. Tempos depois,
so construdas as teorias que fortaleceram as principais
caractersticas das organizaes da sociedade industrial, as
quais sero discutidas na prxima unidade. Veja, ento, que
as organizaes surgem no contexto da Revoluo Industrial do sculo XIX quando as relaes econmicas, sociais
e culturais entre os indivduos mostraram-se acentuadamente complexas.
23/1/2009 10:14:47
IMPORTANTE
33
23/1/2009 10:14:51
Em linhas gerais,
as organizaes
correspondem a formaes
sociais articuladas com
um nmero necessrio de
membros. Elas possuem
funes internas definidas
e apresentam, de forma
consciente, fins e objetivos
especficos tambm
estabelecidos.
34
Aps a consulta solicitada, possvel que voc tenha encontrado um significado prximo a este: modo pelo qual as partes que compem um ser vivo esto dispostas para cumprir
certas funes (LAROUSSE, 1980, p. 606). De incio, o conceito apresentado chama nossa ateno para algumas idias,
como, por exemplo, partes, composio e cumprir certas
funes. Na realidade, dentro das organizaes, os homens
agem de forma estruturada para buscar alcanar a meta maior
da prpria organizao: sua sobrevivncia.
Considerando essa e outras idias, muitos autores tm refletido sobre o conceito de organizao, ampliando-o a partir do
sentido geral do que organizar, que acabamos de ver. Para
um desses autores, Etzioni (1989), as organizaes podem ser
entendidas como unidades sociais, orientadas para o alcance
de objetivos e metas.
23/1/2009 10:14:51
ORGANIZAES
econmicas, polticas,
religiosas, educacionais etc.
IMPORTANTE
pblicas e privadas;
pequenas, mdias e
grandes;
de participao obrigatria
ou voluntria;
de produo ou de servio;
de associaes de benefcio
mtuo e/ou empresas
comerciais etc.
As organizaes podem ser classificadas, de diversas formas,
conforme a proposta dos autores que as discutem. Etzioni
(1989), por exemplo, as classifica como coercitivas, utilitrias
ou voluntrias. Vejamos como pode ser compreendida esta
classificao.
35
23/1/2009 10:14:52
36
J as instituies utilitrias so aquelas que tm como principal forma de controle sobre os seus membros a recompensa,
a qual pode ser de naturezas diversas. Nesse grupo, temos
como exemplos: fbricas, bancos, reparties governamentais, empresas mdicas etc.
Tambm as caractersticas das organizaes mudam, conforme o autor consultado. Para Schein (1982), essas principais
caractersticas seriam:
constante interao com os ambientes;
mltiplas funes e objetivos;
presena de vrios subsistemas interdependentes em interao dinmica;
existncia dentro de um conjunto de meios ambientes dinmicos;
presena de vrios elos entre a organizao e seus ambientes;
ausncia de auto-suficincia e de independncia nas organizaes;
realidade construda.
23/1/2009 10:14:55
IMPORTANTE
37
DIRIGENTES
MEMBROS
Informao
Consulta Facultativa
Consulta Obrigatria
Elaborao/Recomendao
Co-gesto
Delegao
Auto-gesto
CONTROLE
23/1/2009 10:15:00
38
Ainda de acordo com o esquema apresentado, o nvel de participao da co-gesto mostra-se superior aos anteriormente
apresentados, medida que, nele, a administrao da organizao compartilhada por meio de mecanismos de co-deciso, o que acontece, geralmente, via colegiados nos quais
todos tm poder de voz e voto. No caso da escola, um desses
colegiados pode ser, por exemplo, o conselho escolar, que
deve contar com representante dos vrios segmentos da escola, ou ento, a associao de pais e mestres/APM.
Por sua vez, a delegao um grau de participao mais elevado, que permite aos subordinados um considervel nvel de
autonomia em relao a determinadas reas e/ou campos da
organizao da qual fazem parte.
Por ltimo, temos o grau mais alto de participao a autogesto em que o grupo estabelece os objetivos da organizao,
os meios que julga os mais adequados para alcan-los e os
mecanismos de controle pertinentes. Quando assegurado
esse grau de participao na organizao, tende a desaparecer as diferenas entre os dirigentes e os subordinados.
23/1/2009 10:15:00
IMPORTANTE
Pense na forma como vem se dando a participao dos vrios segmentos que formam a escola
nas tomadas de decises relativas ao trabalho na instituio onde voc atua. Aps analisar essa realidade,
faa um texto de, no mnimo, vinte linhas, discutindo
em que nvel do esquema apresentado se encontra a
participao em sua escola. Procure apresentar, no texto solicitado, os motivos e as conseqncias desse
nvel de participao.
39
23/1/2009 10:15:04
40
23/1/2009 10:15:05
IMPORTANTE
Ao finalizar esta unidade, vale uma ltima observao: os fatores apresentados anteriormente chamam a ateno para a
necessidade de a escola ser administrada de forma diferenciada de outras organizaes, ainda que o seu trabalho, como
qualquer outro produzido no interior das organizaes, precise ser planejado, executado e avaliado. Nas unidades seguintes trataremos, de forma mais detalhada, dessa questo.
41
23/1/2009 10:15:08
23/1/2009 10:15:16
23/1/2009 10:15:17
44
A administrao de
empresas desenvolve
teorias sobre a organizao
do trabalho das empresas
capitalistas, enquanto
a administrao escolar
formula proposies
tericas sobre a
organizao do trabalho
na escola e no sistema
escolar. Em funo
de terem sido criadas
para as empresas, as
teorias administrativas
apresentam alguns
conceitos que precisam
ser repensados, quando
tentamos aplic-los
realidade da escola, pois
esta uma instituio que
possui certa especificidade
em relao s demais
organizaes sociais.
As teorias administrativas
tambm podem ser
identificadas pelo nome
de estilo de administrao.
Sendo este o conjunto das
prticas de planejamento,
organizao, direo
e controle. Esse estilo
corresponde aos padres
comportamentais
habitualmente adotados
no trabalho pelas diversas
prticas administrativas.
23/1/2009 10:15:18
IMPORTANTE
Liste, pelo menos, quatro diferentes organizaes sociais das quais voc participa no diaa-dia, em sua vida pessoal. Em seguida, aponte outras
das quais voc depende para realizar bem as suas atividades profissionais. Por ltimo, registre as concluses
desta atividade em seu Memorial.
Por outro lado, se voc parar para pensar, ver que participa e
depende, ao mesmo tempo, de diversas organizaes econmicas, polticas, culturais, religiosas, educacionais etc. Por
isso, ao estud-las, importante ter em mente que elas possuem alguns princpios:
Embora as teorias
administrativas ou
organizacionais sejam
elaboradas em funo
das transformaes
decorrentes da Revoluo
Industrial como
vimos na Unidade 2
possvel identificar,
ao longo da histria,
importantes fatos na
evoluo da humanidade,
que tiveram como base
determinados princpios
defendidos e utilizados
at hoje por tericos da
administrao. Dentre
esses acontecimentos,
destaca-se o caso dos
egpcios, que planejaram
e executaram uma
diversidade de atividades
visando construo de
suas famosas pirmides.
45
23/1/2009 10:15:19
46
Fatores como os mencionados acima mostravam que as necessidades bsicas do trabalhador no eram consideradas, e
que o principal interesse dos patres eram lucro e acumulao
de capital. Esse cenrio desanimador despertou o interesse
taylorista para o estudo cientfico das prticas administrativas
visando a orientar o trabalho das organizaes.
23/1/2009 10:15:21
IMPORTANTE
compromete e dificulta a
articulao teoria e prtica nas atividades desenvolvidas pelos membros
de qualquer organizao,
como, por exemplo, a
escola. Essa rgida separao divide as pessoas
em dois grupos dentro
das organizaes: umas
poucas que pensam o
que ser feito e determinam as tarefas, bem como a forma de
realiz-las e outras que constituem a maioria, que se limitam a
obedecer as ordens que recebem.
47
Para saber mais sobre
essas e outras teorias
administrativas acesse
http://www. pt.wikipedia.
org.wiki/administra
verdade que a validade da Teoria cientfica da administrao tem sido bastante questionada nas ltimas dcadas, em
funo de suas limitaes para explicar a complexidade das
organizaes e a presena das pessoas dentro delas. Todavia,
apesar de seus entraves, essa teoria trouxe grandes contribuies organizao da produo, medida que mostrou
que o trabalho humano pode ser estudado sistematicamente.
Vamos analisar uma outra teoria?
23/1/2009 10:15:23
de universalidade. Para ele, o gerenciamento poderia ser ensinado, com base no pensamento administrativo mais geral.
Ao longo do tempo, muitas crticas foram sendo amadurecidas
tambm em relao Teoria Clssica da Administrao. Uma
delas refere-se ao fato de essa teoria ter sido concebida em um
momento da Histria em que o ambiente no qual as organizaes existiam mostrava-se relativamente estvel e previsvel.
Seus princpios revelam-se incompatveis com as organizaes
complexas de hoje em dia, quando os ambientes so muito
mais dinmicos, em funo das grandes transformaes sociais, polticas e econmicas das ltimas dcadas.
48
23/1/2009 10:15:24
IMPORTANTE
Elton Mayo
(1880-1949)
A Escola das Relaes
Humanas teve como
fato marcante, para sua
instalao, as experincias
feitas numa fbrica em
Hawthorne, realizadas
por Elton Mayo e seus
colaboradores. Essas
experincias foram
desenvolvidas entre 1927 e
1932 e visavam a analisar
os efeitos do cansao e da
monotonia no ambiente
de trabalho. Seus
resultados mostraram
que os fatores sociais e
psicolgicos relacionados
aos trabalhadores podem
estar mais ligados
produtividade que s
condies objetivas de
trabalho, como iluminao
ou o prprio salrio.
49
Na Escola de Relaes
Humanas, o papel dos
chefes associado
ao trabalho com as
necessidades das pessoas
como seres sociais,
visando ao alcance dos
objetivos da organizao.
Assim, defende o homo
social, por entender que
o trabalhador motivado,
principalmente, por
recompensas sociais e
simblicas, e no pela
necessidade de ganhar
mais dinheiro.
23/1/2009 10:15:25
50
idealizao de uma viso ingnua e romntica do trabalhador, como se este fosse feliz, produtivo e completamente
envolvido na organizao.
Para concluir a primeira parte desta unidade, apresentamos,
a seguir, um quadro-sntese com os principais aspectos das
teorias administrativas que estudamos at aqui.
Abordagens prescritivas e normativas
Aspectos principais
Administrao Clssica
nfase
Abordagem da
Administrao
Organizao formal
Organizao informal
Principais
representantes
Taylor e Fayol
Conceito de homem
homo economicus
homo social
Comportamento
organizacional do
indivduo
Sistema de incentivos
Incentivos materiais e
salariais
Incentivos sociais e
simblicos
Objetivos
organizacionais versus
objetivos individuais
Identidade de interesses,
no havendo conflito
perceptvel
Identidade de interesses,
devendo todo conflito ser
evitado
Resultados almejados
Mxima eficincia
Satisfao do trabalhador
A Teoria Comportamental
tambm camada de
Teoria Behaviorista da
Administrao, e est
baseada no comportamento
nas organizaes. Sua
origem encontra-se nas
cincias comportamentais,
mais especificamente, na
Psicologia Organizacional,
cuja preocupao
fundamental tratar
do comportamento
humano no ambiente
organizacional. O principal
eixo de preocupao
behaviorista o exame do
efeito das organizaes
sobre o indivduo e a
ao do indivduo sobre a
organizao.
23/1/2009 10:15:27
IMPORTANTE
estruturado considerando algumas idias da Escola das Relaes Humanas. Ela se inclui entre as teorias descritivas e
interpretativas, sobretudo por direcionar suas preocupaes
para a pessoa humana.
51
O grande expoente dessa teoria foi o economista norte-americano Simon de Alexander de Herbert (1916-2001), sobretudo,
por ter assegurado destaque aos limites
da racionalidade e ao processo de tomada de deciso. Simon mostrou-se descontente com a administrao formal, considerando-a como algo sustentado por meSimon de Alexander
de Herbert
ros discursos. Em funo disso, passou a
(1916-2001)
defender e acreditar em uma cincia que,
segundo seu entendimento, seria capaz de
compreender os lados social e racional do homem.
23/1/2009 10:15:28
Condicionamento operante
foi assim denominado
pelo psiclogo Burrhus
Frederic Skinner
(19041990). O adjetivo
operante refere-se a um
comportamento capaz de
produzir conseqncias.
Assim, entende-se que
todo comportamento
influenciado por seus
efeitos, ou seja, seus
resultados. Nessa lgica,
resultados bons fazem
com que o comportamento
se mantenha e resultados
ruins fazem com que ele
se torne menos freqente.
O condicionamento
operante composto
por um estmulo seguido
por um comportamento
que, por sua vez, dar um
resultado capaz de definir
a freqncia daquele
comportamento.
Max Weber
(1864-1920)
52
23/1/2009 10:15:30
IMPORTANTE
Sem dvida, nossa sociedade burocrtica. Todavia, preciso repensar, cada vez mais, os princpios dessa teoria, considerando-se as transformaes emergentes em nossa realidade. Leia a seguir a principais caractersticas da burocracia nas
organizaes.
De forma geral, a
burocracia um elemento
bastante presente na
sociedade contempornea,
inclusive nas organizaes
escolares. Assim, para
saber mais sobre a
Teoria da Burocracia
acesse http://www.
espacoacademico.com.br
53
23/1/2009 10:15:31
N.
54
Formalismo das comunicaes O formalismo na comunicao tornase indispensvel, visando a adequar a documentao, de forma que as
comunicaes sejam interpretadas univocamente.
10
23/1/2009 10:15:32
IMPORTANTE
c) Teoria da Contingncia
Como ressaltado anteriormente, o momento histrico atual
caracteriza-se por um perodo de aceleradas transformaes
em todas as reas da vida humana. No interior das organizaes, essas transformaes tm exigido novas formas de administrao e levado ao questionamento das prprias teorias
administrativas ou organizacionais.
Tambm importante considerar que, dentro das organizaes, cada situao vivida pelos seus membros nica da
mesma forma que cada escola nica , no havendo uma
forma definida de organizar um sistema. Essas e outras idias
semelhantes favoreceram o surgimento de uma outra abordagem das organizaes: a Teoria da Contingncia.
55
Veja que, sob esse enfoque, no h como defender a generalizao dos princpios administrativos para todas as organizaes, visto que estas passam por profundas mudanas em
tempos e nveis variados, especialmente quando concebidas
como sistemas abertos.
23/1/2009 10:15:34
O aparecimento dessa teoria mais recente. Ela o resultado de muitas pesquisas desenvolvidas, visando a encontrar
estruturas organizacionais mais eficazes em determinadas
circunstncias. Entre seus principais representantes esto Lawrence e Lorsch, cujos estudos, realizados na dcada de 1970,
objetivavam saber como deveriam se comportar as empresas,
agindo com eficincia e determinao, diante das questes
tecnolgicas e de mercado.
56
Um dos princpios nos quais se fundamenta a Teoria da contingncia a no existncia de uma maneira nica de as organizaes melhor funcionarem. Ao contrrio, as organizaes
precisam estar sistematicamente sendo ajustadas s condies ambientais, j que no h nada de absoluto na origem ou
princpios de organizao. Veja como essa idia a ausncia
de verdades absolutas importante para a educao, bem
como para a escola.
A partir dessa idia, a referida teoria procura avanar em relao quelas vistas anteriormente, defendendo que as condies do ambiente que causam transformaes no interior
das organizaes. Nesta linha de raciocnio, seus defensores
realizaram diversos estudos objetivando melhor entender a
natureza e o funcionamento das organizaes no mundo atual. Em linhas gerais, as principais concluses destes estudos
foram as seguintes:
as organizaes apresentam certa diferenciao (diviso da
organizao em subsistemas);
ao se relacionar com o ambiente externo, a organizao divide-se em unidades, sendo cada uma destas responsvel por
tratar com parte das condies externas fora da organizao;
na proporo que crescem os sistemas, estes se diferenciam em partes, onde o seu funcionamento deve ser integrado para que todo o sistema seja viabilizado.
23/1/2009 10:15:35
IMPORTANTE
Para concluir esta parte, e de forma semelhante ao que fizemos no item anterior, apresentamos a seguir um quadro-sntese com as principais caractersticas do grupo de teorias administrativas que acabamos de analisar.
Conceito de
organizao
Principais
representantes
Conceito de
homem
Comportamento
organizacional do
sujeito
Sistema de
incentivos
Objetivos
organizacionais
versus objetivos
individuais
Conflitos
possveis e
negociveis
No h conflito
perceptvel
Conflitos de
papis
Resultados
almejados
Eficincia
satisfatria
Mxima eficincia
Eficincia e
eficcia
57
nfase
23/1/2009 10:15:36
58
Em relao terceira
tendncia gerencial
a mesma autora esclarece que esta mais
recente, tendo surgido nos anos de 1990,
substituindo o eixo da
democratizao pelo
discurso administrativo-economicista. Em
linhas gerais, podemos dizer que essa tendncia busca no a
qualidade do ensino, mas, sobretudo, a qualidade do gerenciamento da escola, em suas diversas reas de atuao, alm
de enfatizar o controle dos processos escolares.
23/1/2009 10:15:49
23/1/2009 10:15:51
60
23/1/2009 10:15:51
IMPORTANTE
Os termos gesto da
educao e administrao
da educao so utilizados
na literatura educacional
ora como sinnimos, ora
como termos distintos.
Algumas vezes, gesto
apresentada como um
processo dentro da ao
administrativa, em outras,
seu uso denota a inteno
de politizar essa prtica.
De outro lado, muitos
dos educadores que tm
posies avanadas sobre
a educao parecem
utilizar o termo gesto
da educao como
uma reao forma
descomprometida,
neutra, tecnicista
e mantenedora da
realidade vigente com
que a administrao da
educao se desenvolveu
na dcada de 1970,
trazendo importantes
reflexos nas seguintes.
(GRACINDO & KENSKY,
2001, p. 46)
61
23/1/2009 10:15:52
Embora a discusso
em torno da gesto
democrtica merea ser
ampliada, este no
objetivo principal deste
mdulo. Lembre-se
que uma reflexo mais
detida desse conceito foi
feita no Mdulo Gesto
da Educao Bloco
I/Formao Pedaggica.
Alm disso, voc ter
a oportunidade de
aprofundar esse conceito
no Mdulo Gesto
Democrtica nos Sistemas
e na Escola. Assim, fizemos
a diferenciao entre esses
dois estilos de gesto
apenas para destacar a
importncia e necessidade
de o trabalho da escola
ser planejado, executado
e avaliado tendo como
referncia os princpios da
gesto democrtica.
62
Caro(a) cursista, a compreenso da relao entre poltica, planejamento e legislao educacional muito ajudar na anlise
que empreenderemos nesta e na prxima unidade. Certamente, em suas atividades profissionais, voc j deve ter percebido que h uma estreita relao entre esses trs conceitos.
Vamos examinar mais de perto essa relao?
Na discusso aqui proposta, o primeiro conceito a ser analisado o de poltica educacional. Entretanto, sua compreenso exige a discusso de dois outros a ele relacionados e dos
quais, de certa forma decorre. Trata-se dos conceitos de poltica pblica e poltica social. O esquema a seguir ser til
introduo de nossa reflexo.
Poltica pblica
No Brasil, no incio da
dcada de 1980, os
estudos sobre as polticas
pblicas passaram a
ganhar uma centralidade,
possibilitando a afirmao
de um campo investigativo
sobre esta temtica,
sobretudo no mbito da
Cincia Poltica, Sociologia
e Educao.
Poltica social
Poltica educacional
Como voc estudou no Mdulo Homem, pensamento e cultura: abordagem filosfica e antropolgica/Bloco I Formao
Pedaggica, o social no produto de indivduos isolados,
mas de sujeitos que procedem construo social da realidade. Este um dos motivos pelos quais os homens so capazes
23/1/2009 10:15:56
IMPORTANTE
Os movimentos sociais
correspondem a um
conjunto de aes
coletivas voltadas para a
reivindicao de melhores
condies de trabalho
e de vida, por meio de
aes empreendidas
coletivamente. Essas aes
procuram transformar as
condies econmicas,
sociais e polticas
nas quais se baseia a
sociedade capitalista atual.
63
23/1/2009 10:15:58
64
As polticas pblicas
podem ser entendidas
como diretrizes
governamentais revestidas
do poder e dos valores
estabelecidos pelo
Estado em sua relao
com a sociedade. J as
polticas educacionais
correspondem a diretrizes,
tambm governamentais,
que tm como objetivo
melhor orientar as aes
na rea de educao.
No caso da educao, quando os planejamentos decorrentes das polticas sociais so desenvolvidos, temos a poltica
educacional que, em geral, reflete os anseios, os interesses
e as contradies presentes em uma determinada sociedade.
Resultando da conjugao de diversos fatores, como os culturais, sociais, econmicos, polticos etc., ela expressa valores
tanto do poder poltico dominante como das foras dos movimentos sociais nele representados.
A poltica educacional definida, portanto, com o objetivo
de atender necessidades do povo e de solucionar problemas
educacionais diversos, inclusive alguns que esto presentes
em nossa realidade h muito tempo e que, apesar dos esforos governamentais, ainda representam grande desafio para
o poder pblico resolver. Um desses problemas o analfabetismo.
23/1/2009 10:16:01
IMPORTANTE
Antes de discutirmos o prximo conceito planejamento educacional veja alguns exemplos de aes definidas pela recente poltica educacional brasileira:
65
23/1/2009 10:16:02
66
Assim, o planejamento pode ser entendido como um processo no qual so envolvidas uma ou mais pessoas, com o propsito de pensar sobre os melhores meios de se realizar uma
determinada tarefa. Lembra-se do conceito de administrao
de Paro (1997)?
23/1/2009 10:16:02
Caractersticas
IMPORTANTE
Plano
Projeto
Programa
Escolha uma grande ao da poltica educacional brasileira atual e mostre, por meio de um
esquema, como essa ao desdobrada no planejamento elaborado pela Secretaria Municipal de Educao e pela escola onde voc atua. Registre a atividade
sem seu memorial e discuta os seus resultados com o
tutor e os seus colegas de curso.
67
23/1/2009 10:16:03
68
23/1/2009 10:16:03
Segunda Grande
Guerra Mundial.
Planejamento
Educacional visando
formao de
mo-de-obra para a
reconstruo social
e econmica de
alguns pases.
Seminrios
realizados pela
UNESCO nos
Estados Unidos
com o objetivo
de desenvolver o
ensino, a pesquisa
e a cooperao
tcnica, no mbito
do planejamento
educacional.
Declarao Mundial
de Educao
para Todos (1990)
e o Relatrio
da Comisso
Internacional
sobre a Educao
para o sculo XXI,
para a UNESCO,
priorizando a
Educao Bsica
(1996).
IMPORTANTE
40-50
60-70
Planejamentos
estabelecidos nos
limites da legislao
educacional da
poca.
Euforia da
ideologia do
desenvolvimento;
educao
concebida como
um instrumento
econmico
indispensvel ao
desenvolvimento,
ao progresso.
O planejamento
passa a ser visto
como necessrio
e indispensvel ao
desenvolvimento
social.
Primeiro Plano de
Educao no Brasil
(1962).
O planejamento
visto como
instrumento que
visa promover o
desenvolvimento
econmico e
social do pas e a
segurana nacional.
Reformas sociais
comeam, a partir
de ento, a ser
pautadas nas
agendas dos pases
da Amrica Latina.
S a partir desta
dcada no Brasil
possvel falar
em planejamento
educacional
propriamente dito,
com a 1a LDB (Lei
4.024/1961).
80-90
Em 1988, a
promulgao da
Constituio Federal
traz a idia de um
plano nacional a
longo prazo.
Dcada da Educao
(Anos 90).
Plano Decenal de
Educao (19932003). Esse Plano
foi concebido com
a finalidade de
dar seqncia aos
compromissos
internacionais,
dos quais o Brasil
foi signatrio,
por ocasio da
Conferncia de
Educao para
Todos, realizada em
maro de 1990, em
Jomtien/Tailndia.
Lei de Diretrizes e
Bases da Educao
Nacional LDBEN
(Lei 9.394/1996)
Plano Nacional
de Educao para 10
anos (2001).
69
23/1/2009 10:16:04
70
Clareza. A linguagem utilizada na elaborao do planejamento dever ser simples e clara, com indicaes precisas
para no possibilitar dupla interpretao.
Faa um texto de, no mnimo, vinte linhas comentando como essas caractersticas vm se manifestando
no planejamento de sua escola.
23/1/2009 10:16:04
Em funo de sua experincia profissional, voc sabe da importncia de se conhecer a legislao educacional vigente no
Brasil, pois nela que esto definidas as diretrizes consideradas fundamentais para a educao do nosso povo. Entretanto, este mdulo no tem como objetivo discutir esta temtica,
mas apenas ressaltar a relao existente entre poltica, planejamento e legislao educacional. Assim, uma discusso mais
sistematizada a respeito do tema ser feita no Mdulo Legislao Educacional/Bloco II Formao Tcnica.
Para encerrar este item, lembramos que, em um Estado democrtico, as leis e polticas resultam (ou deveriam resultar)
de um processo de discusso na sociedade. Todavia, a prpria elaborao de uma lei palco de luta entre vrios grupos,
que possuem interesses diferentes.
As polticas educacionais
e o planejamento
educacional se traduzem
em aes concretas no
cotidiano da escola,
revelando que toda
escola deve buscar forma
de tornar concretas as
intencionalidades dessas
mesmas polticas. Por
isso, cada escola deve
propor aes concretas
para operacionalizar o
planejamento educacional.
Um dos instrumentos
que possibilita esta ao
da escola seu Projeto
Poltico-Pedaggico, o qual
ser discutido no Mdulo
Gesto Democrtica nos
Sistemas e na Escola,
deste Bloco de Formao
Tcnica, como j
ressaltamos.
71
IMPORTANTE
23/1/2009 10:16:04
72
23/1/2009 10:16:05
IMPORTANTE
Pedaggicos
Polticos
Administrativos
73
Tipos de processos
23/1/2009 10:16:05
23/1/2009 10:16:11
23/1/2009 10:16:12
76
Os princpios de uma
escola democrtica voc
teve a oportunidade de
estudar no Mdulo Gesto
da Educao / Bloco I
Formao Pedaggica e ir
aprofund-los no Mdulo
Gesto de Sistemas, neste
mesmo bloco, que rene
os contedos de Formao
Tcnica.
23/1/2009 10:16:13
IMPORTANTE
Retomadas essas idias, iniciaremos a discusso do planejamento do trabalho da escola. Para tanto, recorreremos a uma
lenda grega a lenda do Minotauro.
Essa lenda conta que Ariadne deixou um fio no caminho que
percorreu dentro de um labirinto, para que Teseu, seu amado,
encontrando-a a salvasse de um monstro, o Minotauro.
Quando o autor diz que a escola no uma categoria abstrata, ele est afirmando que a escola, ao planejar o seu trabalho, deve atuar levando em conta a sociedade da qual faz
parte; alm disso, a escola no , ela est sendo. Essa idia
refora a necessidade de a escola planejar o seu trabalho, de
forma a no trabalhar no espontanesmo ou na improvisao.
77
23/1/2009 10:16:15
Diz a lenda que o heri seguiu a linha deixada por sua amada e
que essa estratgia lhe permitiu derrotar o monstro. Essa linha
era o elemento que indicava o rumo e os movimentos do heri dentro do labirinto. Como voc sabe, em um labirinto nos
perdemos facilmente. Todavia, ao seguir o fio, Teseu tinha clareza de onde desejava chegar. Essa clareza existia porque ele
possua um objetivo que desejava atingir. Em outras palavras,
o heri procedeu a um diagnstico da situao que envolvia
a ele e sua amada.
78
Teseu venceu o Minoutaro. Mas ser que isso foi por acaso?
Certamente, no. O heri obteve sucesso em sua misso, em
funo basicamente de dois motivos fundamentais: ele refletiu
sobre as possibilidades de
aes que realizaria e na
tarefa propriamente dita.
Portanto, ele estabeleceu
uma relao entre reflexo e ao e isso lhe possibilitou o sucesso em livrar sua amada, de forma
que ambos saram sos e
salvos do labirinto. Nesse processo, certamente
o heri deve ter pensado
e avaliado diversas outras
possibilidades de ao,
alm de seguir a linha. Nesse sentido, ele fez uma programao
do que realizaria em sua misso.
Porm, infelizmente, Teseu e Ariadne no tiveram um final feliz.
Sabe por qu? Porque, ao partir para Creta, cidade onde ficava
o Minotauro, o heri despediu-se do pai Egeu e combinou
que se ele e seus homens retornassem com as velas do barco
23/1/2009 10:16:18
IMPORTANTE
79
unidade 5 Planejamento escolar: diagnstico, execuo e avaliao
23/1/2009 10:16:18
Fases
Diagnstico
Acompanhamento e
avaliao
Programao
80
unidade 5 Planejamento escolar: diagnstico, execuo e avaliao
1 fase: diagnstico
2 fase: programao
3 fase: acompanhamento
e avaliao
Como falamos anteriormente, as trs grandes fases do planejamento do trabalho da escola devem ser percebidas e realizadas de forma interligada. Esse cuidado fundamental, entre
outras razes, para evitar que esse trabalho se mostre fragmentado e desconhecido por parte de alguns grupos dentro
da escola.
23/1/2009 10:16:19
Na verdade, o diagnstico fundamental no processo de planejamento por vrios motivos. Entretanto, um desses motivos merece ateno especial: o fato de essa primeira fase do
planejamento ajudar as pessoas envolvidas a criarem as con-
81
unidade 5 Planejamento escolar: diagnstico, execuo e avaliao
IMPORTANTE
Nesta perspectiva, a primeira fase diagnstico corresponde anlise da realidade da escola que dever ser realizada
pelos vrios segmentos, de forma cuidadosa e abrangente. Agindo assim, a escola
conseguir focalizar, ao mesmo tempo, os
principais problemas do sistema educacional como um todo, da regio na qual
est inserida e aquelas dificuldades que
tm origem em seu
prprio cotidiano.
23/1/2009 10:16:21
No que se refere segunda fase programao importante que a escola concentre esforos coletivos visando, entre outros: formular diretrizes e estratgias de aes a serem
seguidas; estabelecer objetivos e metas; definir estratgias
de aes e responsabilidades; elaborar cronograma de implementao; registrar plano de ao etc.
82
23/1/2009 10:16:21
IMPORTANTE
No planejamento do
trabalho da escola, a
avaliao corresponde a um
conjunto de mecanismos,
instrumentos, mtodos e
tcnicas utilizados para
acompanhar, analisar e
julgar a execuo de planos,
programas e projetos,
considerando o diagnstico
realizado e as aes
programadas.
83
unidade 5 Planejamento escolar: diagnstico, execuo e avaliao
O acompanhamento tem como objetivo coletar dados e produzir informaes que contribuam para a escola tomar decises visando a corrigir, reforar ou mudar a direo das aes
programadas na fase anterior. Veja que essas decises tomadas pela escola tm como objetivo mais amplo assegurar o alcance dos resultados desejados pelo coletivo da escola, considerando o planejamento definido.
23/1/2009 10:16:23
84
Enquanto o planejamento
um processo em que se
envolvem uma ou mais
pessoas para pensar os
melhores meios de realizar
uma determinada tarefa,
o plano produto, o
resultado concreto do
planejamento, como por
exemplo, um plano de
trabalho para a escola,
plano de curso, plano de
aula, etc.
23/1/2009 10:16:34
23/1/2009 10:16:35
86
23/1/2009 10:16:36
IMPORTANTE
H dois ramos
principais de fazer
tica: tica descritiva
e tica normativa. A
tica descritiva, como
o prprio nome diz,
preocupa-se em descrever
as caractersticas
predominantes em vrias
sociedades, investigando,
sem julgar certo ou
errado, o que constatou.
A tica normativa procura
mostrar as aes que
so certas e aquelas
que so eticamente
aceitveis, tomando uma
determinada sociedade
como referncia. Nesse
sentido, no busca o que
, mas o que deve ser.
87
23/1/2009 10:16:37
88
Para alguns autores, em certo sentido, podemos aceitar as palavras tica e moral como sinnimos, partindo da idia de
que a diferena entre ambas resume-se ao fato de uma ter
origem no grego e outra no latim.
Assista a uma reunio na Cmara Municipal ou no Conselho Municipal de Educao, que
trate de questes polmicas em relao educao
e identifique que princpios de tica orientam as discusses travadas nessa reunio. Registre os resultados
dessa atividade em seu Relatrio Final, no se esquecendo de debat-los com seu tutor.
23/1/2009 10:16:38
IMPORTANTE
6.2 Que princpios orientam a tica no servio pblico, como por exemplo na escola?
Prezado(a) cursista, quando ressaltamos a tica no servio pblico, estamos falando de uma conduta no mbito dessa atividade que permita avaliar a atuao dos servidores a partir de
determinados parmetros que devam orientar o seu trabalho.
Esses parmetros precisam contribuir para garantir a todo cidado, que procura qualquer esfera da administrao pblica
(federal, estadual ou municipal), ser bem atendido em suas
expectativas e necessidades.
Para tanto, essa tica deve estar associada a padres bem definidos de conduta e de conhecimento tanto dos servidores
quanto do cidado comum que utiliza os servios das organizaes, como por exemplo, da escola onde voc atua.
A Constituio Federal de
1988 chamada tambm
de Constituio Cidad.
Saiba que este ttulo
relaciona-se idia de
que essa Constituio
definiu alguns mecanismos
importantes para a
participao direta da
sociedade visando o
planejamento e tomada de
decises, antes centrados
apenas no mbito do
Estado. Essa mesma
Constituio apresentou,
tambm, importantes
valores para orientar a
Administrao Pblica.
89
Todavia, tais padres no so definidos a partir de critrios individuais. No caso do Brasil, exatamente na Constituio Federal
de 1988, chamada Constituio
Cidad, que os princpios que
regem o servio pblico esto
fixados. Veja ao lado em que
termos isso definido:
23/1/2009 10:16:41
90
c) Moralidade. Garante a idia de que conduta tica dos servidores pblicos no pode ser contrria ao padro tico definido de forma mais geral pela sociedade, em sua totalidade.
Quando no levada em considerao, ocorre a violao dos
direitos do cidado, bem como o comprometimento dos valores e bons costumes em uma determinada sociedade.
d) Publicidade. Este valor est estreitamente relacionado ao
aspecto pblico da administrao pblica e a ele associam-se
importantes idias, como por exemplo, a de transparncia e a
da necessidade de prestar contas diante do pblico.
Observe que os princpios (ou valores fundamentais ao servio pblico) apresentados no existem de forma isolada. Na
verdade, cada um deles s pode ser compreendido luz dos
demais. So eles que asseguram ao cidado no haver espao para abuso da autoridade, embora este seja um perigo que
ronda constantemente o servio pblico, em nveis variados.
Assim, quando esses valores so vividos no setor pblico redimensiona-se a cidadania.
Como voc pode ver, a discusso desses princpios pode contribuir para a democratizao das organizaes, como, por
exemplo, a escola. Por isso, o conhecimento dos mesmos
princpios pela populao pode ampliar a participao do cidado em decises que, mesmo externas escola, podem
influenciar o trabalho que ela desenvolve e do qual voc, por
exemplo, participa.
23/1/2009 10:16:43
IMPORTANTE
91
23/1/2009 10:16:47
Veja como o texto ao lado, de autoria annima, nos ajuda a refletir sobre a relao entre esses trs conceitos: responsvel,
responsabilizao e responsabilizado.
Com base no texto lido e em sua experincia profissional, responda: a situao relatada
no texto j ocorreu em seu ambiente de trabalho, ao
se discutir a responsabilidade de cada um na prestao dos servios da escola pblica? Em caso afirmativo,
como isso aconteceu? Registre esta atividade em seu
Memorial e discuta os resultados dela com os seus
colegas de curso e com seu tutor.
A exigncia de que o servio pblico seja tico obriga-o a responder por suas aes, decises e escolhas diante de uma instncia
determinada a prpria cidadania. Ento, falar sobre tica no servio pblico extremamente importante e se relaciona idia de
termos uma conduta profissional, cuja base um padro definido
a partir dos princpios analisados anteriormente. Por isso, deve-se
combater a falta de tica na Administrao Publica.
92
23/1/2009 10:16:47
IMPORTANTE
93
Essa prtica um instrumento de participao popular nas decises de oramento e execuo de obras e programas destinados a atenderem as necessidades gerais da populao. Por
meio dele, o Estado divide com os cidados as decises a
serem tomadas com o objetivo de melhor atender as necessidades do povo. Trata-se, portanto, de uma prtica de democracia participativa, mostrando que os indivduos podem e
devem participar das aes e decises que lhes dizem respeito na vida cotidiana como cidados. No Brasil, j existem experincias de oramento participativo desenvolvidas em nvel
municipal e estadual, como, por exemplo, em Belo Horizonte/
MG, Distrito Federal (1995-1998) e no estado do Rio Grande do
Sul, no perodo entre 1999 e 2002.
23/1/2009 10:16:48
Concluso
Ao longo do estudo deste mdulo, enfatizamos que a escola no realiza o seu trabalho no vazio, mas baseando-se em
diretrizes e fundamentos do contexto social no qual sua atuao ganha e constri significados. Particularmente, nesta ltima unidade, ressaltamos que, ao desenvolver suas atividades
cotidianas, a escola deve buscar assegurar um padro tico
dos servios que presta, por ser uma organizao de carter
pblico.
Tambm gostaramos de lembrar que, embora cada coletividade possua ideais diferentes, o que faz com que diversas formas de pensar e agir co-existam no interior da sociedade, no
mundo contemporneo a escola possui um projeto claro: a
formao para a cidadania, a democracia e a incluso social.
De uns anos para c, a busca pela profissionalizao das organizaes tem sido intensificada, diante da necessidade de tornar essas organizaes mais sintonizadas com as transformaes do mundo moderno. Essa profissionalizao tem se feito
notar na necessidade de melhorar a formao de todos os que
participam da vida da organizao, como, por exemplo, voc,
que atua nas Secretarias das Escolas Pblicas.
94
CONCLUSO
23/1/2009 10:16:48
IMPORTANTE
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
95
DONNELLY, James; GIBSON, James; IVANCEVICH, John. Administrao: princpios de gesto empresarial. 10. ed. Lisboa:
McGraw-Hill, 2000.
DOURADO, Luiz e PARO, Vtor Henrique (orgs.). Polticas pblicas & educao bsica. So Paulo: Xam, 2001.
ENRIQUEZ, ugne. A organizao em anlise. Petrpolis/RJ:
Vozes, 1997.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
DELGADO, Jos Algusto. O princpio da moralidade administrativa e a Constituio Federal de 1988. Revista dos Tribunais, n.
680/34, 1992.
23/1/2009 10:16:48
96
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
OLIVEIRA, Dalila Andrade (org.). Gesto democrtica da educao. 3. ed. Petrpolis/RJ: Vozes, 2001. (Desafios contemporneos).
23/1/2009 10:16:48
IMPORTANTE
97
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
23/1/2009 10:16:49
alves de. (orgs.). Escola: espao do projeto poltico-pedaggico. 4. ed. Campinas: Papirus, 2001.
WITTIMANN, Lauro Carlos e GRACINDO, Regina Vinhaes (coord.). O Estado da Arte e Gesto da Educao no Brasil: 1991 a
1997. Braslia: ANPAE, Campinas: Autores Associados, 2001.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
98
23/1/2009 10:16:49
23/1/2009 10:16:49
23/1/2009 10:16:49