Historia de Jaragua Do Sul
Historia de Jaragua Do Sul
Historia de Jaragua Do Sul
1.
Histrico do Municpio
No sculo XVII, teve incio a colonizao do litoral de Santa Catarina. Somente no sculo XIX o
interior do estado comea a ser colonizado por imigrantes europeus. Uma colonizao voltada para
o povoamento e no para a explorao.
Em 1864 a princesa Isabel filha do imperador Pedro II e herdeira do trono casou-se
com o conde DEu. Como parte do dote constavam as terras que vieram a formar o municpio de
Jaragu do Sul, localizado na zona fisiogrfica do litoral de So Francisco do Sul, no vale do
Itapocu, no Nordeste do estado de Santa Catarina.
Ao engenheiro e coronel honorrio do Exrcito Brasileiro, Emlio Carlos Jourdan, amigo
do conde dEu e da princesa Isabel, coube tarefa da demarcao das terras, que se localizavam
entre a margem direita do rio Itapocu e a esquerda do rio Jaragu indo, ao Norte, at o rio Negro.
No incio eram 12 lguas quadradas, sendo aumentadas posteriormente para 25 lguas quadradas.
Mesmo antes da assinatura do contrato de medio, a 11 de janeiro de 1876, Jourdan j
celebrara um contrato com a princesa para colonizar parte do referido patrimnio. Pelo contrato,
ela arrenda para Jourdan, durante quinze anos, 430 hectares de terras no Jaragu sede, faz
promessa de venda de dois mil hectares e, caso a compra se efetivasse, no precisaria o mesmo
pagar o arrendamento recebendo, ainda, o direito de povoar e extrair erva-mate, madeira e
minrios.
Quase simultaneamente medio, Jourdan procurou estabelecer-se nas terras do
Jaragu. Contratou ferreiros, marceneiros, carpinteiros, pedreiros e lavradores para a
construo do engenho e a plantao da lavoura de cana-de-acar.
Enfrentou, contudo, grandes dificuldades. Faltavam estradas, igrejas, escolas e hospital.
Granjeou adversrios polticos. Tudo isso fez com que tivesse
Em 1893 as terras devolutas passam jurisdio dos estados. Enquanto as antigas terras
dotais estavam abandonadas, as terras margem direita do rio Jaragu nas cabeceiras dos rios
Garibaldi, Jaraguazinho, Cerro e da Luz comearam a ser colonizadas pela Agncia de
Colonizao, rgo estadual sediado em Blumenau, j a partir de 1890. Para a regio dos dois
primeiros rios vieram imigrantes hngaros e, do terceiro os italianos e do quarto os alemes.
A participao de Jourdan na Revolta da Armada, em 1893, ao lado do marechal Floriano
Peixoto, deu-lhe o respaldo poltico necessrio para retornar ao Jaragu, fato este que tambm
influiu na histria jaraguaense.
Em 20 de setembro de 1894 foi criado pelo governo do estado o Distrito de Polcia do
Jaragu, cujos limites viriam a ser os do futuro municpio, incluindo o territrio do atual municpio
de Corup.
Jourdan compra, ento, dez mil hectares de terras do Governo do Estado de Santa Catarina,
que faziam parte do antigo patrimnio dotal, e estabelece a Colnia Jaragu no incio de 1895.
Apesar do seu fortalecimento poltico, Jourdan ainda no havia vencido a disputa. O
governador Herclio Luz negocia com a Companhia Colonizadora Hamburguesa (futura
Sociedade Colonizadora Hansetica) um contrato que obriga o governo a vender sociedade
os terrenos do ex-patrimnio dos Srs. Conde e Condessa DEu no Vale do Itapocu, exceto o expatrimnio hoje ocupado por colonos com ttulos legtimos.
Afora a disputa com a Hamburguesa, Jourdan enfrentou tambm entraves burocrticos o que
implicou em dificuldades financeiras. Assim, vende a concesso a Pecher & Cia. em 1 de julho de
1898, e retira-se para o Rio de Janeiro.
Durante sua histria, Jaragu pertenceu a So Francisco do Sul, Paraty (atual Araquari) e
a Joinville.
Somente no sculo atual, pelo Decreto n565 de 26.3.1934, Jaragu foi desmembrado de
Joinville, tornando-se municpio.
2.
aspectos geogrficos, a populao, a acessibilidade (representada pelas pontes, ferrovia e malha viri), e
por fim o crescimento industrial.
2.1
Aspectos Geogrficos
O municpio, em 1895 quando Jourdan iniciou a venda dos lotes de terras, caracterizava-se por um
vale coberto de matas nativas, cortado por rios e cercado por morros e serras.
2.2
A Populao
o portugus, 1.000 pessoas falavam o italiano, 4.500 pessoas falavam o alemo e 500 pessoas
falavam o polaco. Percebe-se, claramente, a decisiva influncia alem na comunidade, sendo
naqueles tempos todos os editais e anncios de qualquer natureza impressos em duas lnguas.
O quadro apresentado comprova o peso do imigrante europeu no povoamento do ento distrito de
Jaragu. A qualidade do imigrante europeu, em sua maioria de origem urbana com formao
artesanal, operria, comercial, industrial e intelectual, que entraram em Santa Catarina na
segunda metade do sculo XIX, influiu decisivamente nos destinos econmicos da regio. At
mesmo o agricultor provinha de uma agricultura mais sofisticada, que tendia para a
comercializao.
O desenvolvimento acelerado e o gigantismo das unidades produtivas tornaram a regio
atrativa sob o ponto de vista da gerao de fora de trabalho e oportunidades econmicas,
influindo nos aspectos migratrios.
A populao situada na rea urbana cresceu e grande nmero de pessoas ocupada na
indstria. Ocorre desta forma um predomnio da populao urbana sobre a rural.
2.3
As Pontes
Estabelecer a ligao entre um ncleo de colonizao aos centros maiores, para que possa
vender os produtos locais e abastecer-se de produtos manufaturados e implementos agrcolas
era algo imprescindvel para o seu desenvolvimento. Assim que chegou a Jaragu, Emlio Carlos
Jourdan sabia que precisava abrir estradas que substitussem as estreitas picadas existentes e
tornar o rio Itapocu o mais navegvel possvel, permitindo dessa maneira uma ligao mais
rpida com Joinville e o porto de So Francisco.
Tornar navegvel o rio Itapocu foi primeira tarefa a que Jourdan se props. Mas,
para alcanar o porto de So Francisco com facilidade, duas obras eram necessrias. A
primeira, era a construo de um canal para contornar o Salto do Guamiranga e retificar alguns
trechos curvos do rio. A segunda, mais complicada, seria a construo de um canal ligando o
Itapocu Baa da Babitonga, utilizando o leito do rio Pirequ. Com isso, barcos a vapor poderiam
ir e voltar de Jaragu at So Francisco, levando mercadorias e produtos artesanais e agrcolas.
Isso, de modo algum interessava s autoridades de Joinville, que desejavam a
posse e o controle das terras de Jaragu. A oposio foi forte. E ao retificar as curvas
do lado esquerdo do Itapocu, Jourdan violava os limites das terras do Prncipe de
Joinville, por este motivo esta obra no pode ser concluda.
Tirando o rio, o que sobrava em termos de vias de comunicao eram as estreitas e
lamacentas picadas. As pontes sobre os inmeros cursos dgua tambm eram inexistentes,
no permitiam a passagem de carroas e todo o transporte tinha que ser feito no lombo de
burros e cavalos. Mas aos poucos, as estradas comearam a serem melhoradas. Algumas
pontes sobre os menores cursos dgua foram construdas. E para atravessar o rio Itapocu,
no Jaragu, era utilizada uma pequena balsa, que ficava localizada em frente venda Jorge
Czerniewicz. Por este motivo, o local ficou sendo conhecido como Porto Czerniewicz.
A primeira ponte sobre o rio Itapocu foi construda em 1909. Era de madeira e baixa, apenas
um metro acima do leito normal do rio, e por esses motivos no durou muito, sendo arrastada pela
enchente de 1911.
Figura 4: Primeira ponte erguida sobre o rio Itapocu
2.4
Linha Frrea
A Companhia Estrada de Ferro So Paulo Rio Grande do Sul, que foi constituda em 1889,
conseguiu a concesso para a construo de um ramal que ligasse Rio Negro a So Francisco do
Sul, em 1901. No traado original as cidades de Joinville e So Bento do Sul no estavam
includas, mas, mediante alguma presso poltica por parte das autoridades locais, ambas
passaram a ser servidas pelo ramal. Em Jaragu do Sul, a linha do trem passaria pelo centro
do povoado.
Os trabalhadores de construo da linha comearam em janeiro de 1905, no sentido So
Francisco Rio Negro. Os trilhos s atingiram Jaragu em 1907, mas o trecho HansaHumboldt (Corup) So Francisco s entrou em operao em 1910, totalizando 97
quilmetros de ferrovia. A cidade de Rio Negro, no Paran, s foi atingida em 1913.
Hoje, a ferrovia pouco representa, economicamente, para o municpio de Jaragu do Sul.
Mas nem sempre foi assim. A ferrovia foi decisiva para o crescimento econmico e o
desenvolvimento jaraguaense, uma vez que, desde a sua concluso, transportou milhares e
milhares de cidados do municpio, com conforto (relativo) e segurana at os grandes centros
urbanos. Toda a produo agropastoril e, mais tarde, a produo industrial da regio, at a dcada
de 60, era escoada atravs do ramal ferrovirio que cruza o centro da cidade. A rede ferroviria
permitiu o desenvolvimento dos municpios que no estavam no litoral catarinense.
Verifica-se que a ferrovia foi construda para atender a uma demanda regional de transportes
e no o transporte urbano de passageiros.
O trem de passageiros (o chamado Expresso) levava com bastante comodidade os
catarinenses at os grandes centros como Curitiba, So Paulo e Rio de Janeiro. Quem se dirigia a
Blumenau e ao sul do Estado tinha o seu ponto de embarque e desembarque em Jaragu. Isso
motivou o desenvolvimento de uma forte rede hoteleira na cidade, ao ponto de Jaragu
concentrar o maior nmero de leitos do Estado. Os que ficavam prximos da estao ferroviria
eram o Hotel Brasil, o Hotel Becker e o Hotel Central.
O ramal ferrovirio de Jaragu tambm tinha importncia estratgica. Durante a
Revoluo de 1930, as tropas que seguiram para o centro do pas ficaram estacionadas em
Jaragu durante um bom perodo.
acessibilidade e renda do terreno. Alm disso, em virtude de a procura ser quase sempre maior
que a oferta, os preos so variveis e sempre orientados alta.
O sistema virio um fator que influencia no preo do terreno, junta- mente com a
topografia, rea, acessibilidade e equipamentos ou melhora- mentos urbanos.
2.6
Crescimento Industrial