INGOLD Caminhando Com Dragões PDF
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E AMBIENTE
Dilogos com Tim Ingold
Carlos Alberto Steil
Isabel Cristina de Moura Carvalho
organizadores
S TERCEIRO NOME
Historicamente, essa reconciliao foi lenta e ocorreu a duras penas nos levantes
religiosos da Reforma e dos comeos turbulentos da cincia moderna em que
Bacon, junto com seu contemporneo Galileu, empenharam-se numa tarefa
essencial. Mas o processo histrico recapitulado atualmente na educao de
qualquer criana em idade escolar que ensinada, sob pena de fracassar nos
seus exames, a desconfiar dos sentidos, a confiar mais no intelecto do que na
intuio e a considerar a imaginao como uma fuga da vida real e no como
seu impulso. Quase que por definio, me parece, o imaginrio irreal: a
nossa palavra para aquilo que no existe.
Ns, adultos, somos convencidos de que os drages so criaturas da nossa
imaginao. Ainda assim, nenhum de ns teria dificuldade em descrever um
drago. J vimos drages em figuras de livros que lamos quando ramos crian
as e tambm naqueles que lemos para nossos filhos. Somos familiarizados
com a sua aparncia: corpos verdes e escamosos, rabos compridos e partidos,
narinas dilatadas e bocas flamejantes. Esses monstros habitam o terreno virtual
da literatura infantil junto com uma srie de outras criaturas de uma provncia
semelhante. Alguns deles, claro, tm alguns colegas zoolgicos. Enquanto o
cada vez mais popular Tyrannosaurus rex, talvez a coisa mais prxima de um
drago que j viveu, esteja convenientemente extinto, outros animais - de
cobras, crocodilos, ursos a lees - ainda esto nossa volta e ocasionalmente
comprometem vidas humanas. Encontrados ao vivo e em cores, bom que
tenhamos medo deles.
Os seus primos ficcionais, no entanto, no nos do nenhuma causa para alerta,
porque as nicas pessoas que eles podem comer so to imaginrias quanto eles
prprios. Junto com a matria de pesadelo, essas criaturas ficam sequestradas
em uma zona de vises e aparies que rigorosamente separada da vida real.
Ns acalmamos uma pessoa que acorda no terror, a ponto de ser consumida
por um monstro, com as palavras no se preocupe, foi s um sonho. Assim,
a fronteira entre o fato e a fantasmagoria, que tinha sido colocada em dvida
no momento de acordar, imediatamente restaurada. Ento como deveramos
entender a seguinte histria que vem de A vida de So Benedito de Nrsia,
composta por Gregrio, o Magno, no ano 594 a.C.? A histria fala sobre um
monge que encontrou um drago. Esse monge era incansvel: sua mente es-
tava divagando e ele estava louco para fugir do ambiente confinado da vida
monstica. So Benedito, por sua vez, j cansado da lamria do monge, orde
nou que ele partisse. Assim que ele pisou fora do recinto do monastrio, no
entanto, o monge ficou horrorizado porque encontrou seu caminho bloqueado
por um drago com a boca aberta. Convencido de que o drago iria devor-lo
e tremendo de medo, ele gritou e pediu ajuda aos seus irmos. Eles vieram
correndo. Nenhum deles, entretanto, podia ver nenhum drago. Apesar disso,
eles levaram o seu colega renegado - que ainda tremia com a experincia de volta ao monastrio e, a partir daquele dia, ele nunca mais se desviou ou
pensou nisso. Foi graas s oraes de So Benedito, conclui a histria, que o
monge viu no seu caminho o drago que anteriormente o havia seguido sem
que ele pudesse v-lo.
Talvez o monge dessa histria moralista estivesse meramente sofrendo de pesa
delos. Os medievais, no entanto, no estariam to prontamente tranquilizados
quanto seus colegas modernos com a percepo de que, nos seus encontros
com drages e outros monstros, o que eles de fato viam era apenas um sonho.
E claro que eles no seriam to ingnuos de acreditar que os drages existem,
no sentido especfico de existncia invocado pelos modernos quando eles
afirmam, ao contrrio, que os drages no existem. No como se o monge da
nossa histria estivesse cara a cara com alguma criatura que, com o benefcio
do retrospecto cientfico, ns modernos pudssemos reconhecer como uma
espcie de rptil. Lembrem que os irmos que vieram correndo no viram
nenhum drago. Eles no viram absolutamente nada. O que eles viram, entre
tanto, como o relato de Gregrio testemunha repetidamente, que o monge
estava tremendo. Com certeza, eles viram o olhar de terror marcado em sua
face. E assim, quando o monge gritou para ser socorrido da boca do drago,
seus irmos compreenderam que ele estava em apuros. Eles no reagiram ao
seu surto - como psiquiatras modernos reagiriam aos delrios de um luntico
que estivesse fugindo de um hospcio - como idiossincrasia, possveis aluci
naes induzidas por drogas, de uma mente febril e inquieta. Em vez disso,
eles imediatamente reconheceram a viso do drago na forma inarticulada do
monge. O monge chegou ao ponto de ser consumido pelo medo e j sentia os
sintomas que acompanham a desintegrao pessoal. O drago no era causa
objetiva do medo, ele era a prpria forma do medo.
Para os irmos das comunidades monsticas, essa forma seria absolutamente
convencional e conhecida por todos os submetidos a uma disciplina rigorosa
da mente e do corpo. Neste treinamento, as histrias e figuras de drages e
de outros monstros igualmente horrorizantes eram usadas no como hoje para
criar uma zona de conforto e de segurana, considerando tudo que poderia
ser assustador como parte do domnio da imaginao, mas sim para instaurar
o medo nos novios, para que eles pudessem reverenciar esse medo, reconhe
cer as suas manifestaes e - por meio de um regime de exerccios mental
e corporal - super-lo. Como forma manifesta de um sentimento humano
fundamental, o drago a configurao palpvel do que significa conhecer
o medo. Assim, na ontologia medieval, o drago existe, assim como o medo
existe. No como um elemento do mundo natural, mas como um fenmeno
da experincia. Como tal, ele to real quanto a expresso facial de quem
sofre e quanto a urgncia da voz do monge, mas, diferentemente da voz, ele
no pode ser ouvido nem visto, exceto por aquele que acometido pelo medo.
Por isso, quem foi buscar o monge no viu nenhum drago. Provavelmente, eles
estavam motivados pelo sentimento de compaixo, que, para eles, na expresso
da poca, chamou sua mente a imagem de uma figura santa que irradiava luz.
Tanto santos como drages, na imaginao monstica, eram construdos a partir
de fragmentos de textos e de figuras, mostradas aos novios ao longo de sua
instruo. E, nesse sentido, para adotar um termo apto da historiadora Mary
Carruthers, eles eram figment, isto , inventados ou ficcionais. Mas essas
fices da imaginao no ficavam num domnio separado da vida real e sim,
para os pensadores medievais, eram formas externas da experincia humana
incorporadas e vividas no espao da ruptura entre o Cu e o Inferno.
Para o povo Ojibwa, entretanto, seria diferente. Para eles, a verdade das coisas
seria encontrada e testada pela experincia pessoal. E por isso que a observao
do menino pde ser corroborada pelo sonho desse homem mais velho. Na busca
pelo conhecimento e pela experincia, os poderosos seres mais-que-humanos
que habitam o cosmos Ojibwa, como o Pssaro-Trovo, no so recursos ana
lgicos, mas interlocutores vitais. Esse cosmos poliglota, um hbrido de vozes
pelas quais diversos seres, em suas lnguas diferentes, enunciam sua presena,
so sentidos e fazem seu efeito. Para levar a vida como um Ojibwa, voc tem
que se sintonizar com essas vozes, ouvir e reagir ao que eles lhe dizem. Outra
histria de Pssaro-Trovo de Hallowell, contada por uma testemunha, como
ele diz, ilustra perfeitamente a questo. A testemunha de Hallowell estava
sentada em uma barraca com um senhor e sua esposa numa tarde em que havia
muitas trovoadas. Em um momento, o homem virou para sua esposa. Voc
ouviu o que disse o trovo?, perguntou. No, no peguei bem , foi a resposta.
Ao comentar a conversa, Hallowell observou que o senhor estava reagindo
ao som do trovo da mesma forma que a um ser humano cujas palavras ele
no tinha entendido. Isso, entretanto, no foi como uma falha de traduo.
No foi como se o Pssaro-Trovo tivesse uma mensagem para o senhor, a qual
ele no entendeu por ter um fraco domnio do idioma do pssaro. Hallowell
observa que "os Ojibwa no esto sintonizados o tempo todo para receber as
mensagens cada vez que uma trovoada ocorre.
Esse homem especificamente havia conhecido o Pssaro-Trovo durante os
seus sonhos na puberdade e desenvolveu uma relao prxima de tutelagem
com o pinsi. No contexto dessa relao, ouvir e responder ao trovo no so
uma questo de traduo, mas de empatia, de se estabelecer uma relao de
comunho e afeto. Resumindo, em abrir-se para o ser de outro. E, acima de
tudo, durante os sonhos, em que os limites entre a vida e o ser so apagados, que
ocorre a abertura. Tal exposio, entretanto, no algo com que um cientista
sbrio como Kekul poderia imaginar. Para ele, o caminho para o verdadeiro
conhecimento no estava na abertura de um dilogo com seres do mundo
continuamente, o cientista resolve mapear uma terra incgnita que j est pronta
- isto , descobrir por meio de algum processo de decodificao o que existe de
fato. Trata-se da obteno do conhecimento, no pela leitura em voz alta [reading
out), mas pela leitura a partir das palavras (reading off). E, a partir do momento
que a leitura em voz alta deu lugar a leituras das palavras, o mundo cessou de
oferecer conselhos ou avisos e tornou-se um repositrio de dados que, por si s,
no prestam nenhuma orientao do que deveria ser feito com eles. Dessa forma,
a sabedoria assumiu um lugar secundrio diante da informao.
O terceiro corolrio nos traz a ideia de que os animais e outros seres do mundo
mais-que-humano eram conhecidos, na poca medieval, por suas tradies,
como um emaranhado de histrias, descries e observaes. Rastrear um ani
mal no livro da natureza era como seguir uma linha de texto. Mas a partir da
introduo da diviso do texto em palavras - no livro da natureza - as criaturas
tambm comearam a aparecer como entidades discretas e no como linhas
de transformao. A natureza, ento, tornou-se passvel para o projeto no de
rastreamento, mas de classificao. As linhas foram quebradas, mas os objetos
resultantes podiam ser organizados e dispostos com base nas suas semelhanas
ou diferenas, nos compartimentos de uma taxonomia. Podia-se falar, pela
primeira vez, nos blocos de construo da natureza em vez de sua tessitura e
arquitetura. A natureza, resumindo, foi percebida como construda a partir de
elementos e no tecida a partir de linhas. E as criaturas desse mundo natural no
eram mais conhecidas como tradies, mas como espcies. Entretanto, aquelas
criaturas que eram conhecidas apenas pelas suas tradies, e para as quais no
havia nenhuma evidncia que poderia ser encontrada nos fatos da natureza,
foram desconsideradas. No h drages ou Pssaros-Trovo nas taxonomias
cientficas. A questo no s que elas no existem no novo livro da natureza,
mas que no podem existir, uma vez que sua constituio histrica ficcional no
se encaixa nesse projeto de classificao. Os drages, junto com outros seres
que surgem, ou cuja presena sentida no nosso mundo, podem ser contados,
mas no categorizados. E claro que tambm no podem ser localizados de
forma precisa, como num mapa cartogrfico. Assim como caram nos vos da
taxonomia, eles tambm foram empurrados para as periferias, como colocou
Michel de Certeau, de uma cartografia cientfica que no tem lugar para os
movimentos e itinerrios da vida. O mesmo, claro, vale para a experincia do
medo e para os sons do trovo. Eles tambm no podem ser classificados ou
mapeados, mas isso no os torna nem um pouco menos reais para uma pessoa
que sente o medo ou que entra no olho de uma tempestade.
Parece ento que, medida que as pginas perderam sua voz com o comeo
da era moderna, o livro da natureza foi tambm influenciado. Ele no mais nos
fala ou nos conta coisas. E, ainda assim, essa natureza supostamente silenciosa
pode ser - e geralmente - um lugar to barulhento que chega a ser ensurde
cedor. O filsofo Steven Vogel observa que o mundo da natureza abundante
de movimentos e de gestos, e muitos desses movimentos se manifestam como
sons: pense numa trovoada, no sopro do vento, no gelo se quebrando, ou numa
queda d'gua, numa rvore com suas folhas se movendo ou no canto dos pssa
ros. Podemos admitir que, em um nvel, a conversa humana pode ser entendida
como um gesto vocal, sendo que a voz manifesta a presena humana no mundo,
da mesma forma que o canto representa a presena do pssaro e a trovoada
manifesta a presena do trovo. Nesse nvel, a voz, o canto e a trovoada so
ontologicamente equivalentes: a voz o ser humano em sua manifestao so
nora, o canto o pssaro e a trovoada o trovo. Ainda assim, nenhuma dessas
coisas, sustenta Vogel, garante a concluso de que as entidades naturais de fato
conversam com os seres humanos e muito menos entre si. Isso por duas razes
principais. Primeiramente, a conversao exige que os participantes falem e
respondam um de cada vez. Os humanos, de fato, falam e respondem aos sons
da natureza: eles ouvem o canto dos pssaros e tm sentimentos, inclusive de
horror, pelo trovo. Mas a natureza, pergunta Vogel, responde a ns? As enti
dades com quem falamos e a quem respondemos na natureza, elas nos do a
sua ateno total, elas se envolvem conosco, respondem aos nossos chamados?
A resposta, ele est convencido, no. Os sons da natureza, ele sugere, so
mais como comandos do monarca que surdo para seus sditos, mas que exige
obedincia deles. Em segundo lugar, uma conversa, necessariamente, tem que
ser sobre alguma coisa. Ela permite que seus participantes comparem as suas
percepes do mundo, numa tarefa comum de descoberta de como o mundo
de fato. Os interlocutores humanos fazem isso, mas os pssaros, as rvores,
os rios, o trovo e o vento no o fazem. No que eles sejam interlocutores
irresponsveis; na verdade, eles no so interlocutores.
Para Vogel, o silncio da natureza significa que, no importa quanto barulho
ela faa, ela no se envolve nas conversas que ns estabelecemos. E como se a
natureza estivesse falando, mas ainda assim uma iluso. Eu j escutei com
cuidado, escreve Vogel, e eu no ouo nada. Lembrem-se do senhor Ojibwa
e do Pssaro-Trovo. Ele achou que o trovo estava falando com ele, mas no
pde compreender o que o trovo dizia. Isso foi uma falha de traduo, como
Hallowell parece sugerir? Eu argumentei que, na verdade, foi uma falha de
empatia. Para Vogel, entretanto, se o senhor tivesse compreendido a fala do
trovo, ele no teria sucesso na traduo, nem na empatia com ele. Ele teria
realizado um ato de ventriloquia. Enquanto o tradutor fala por outro no seu
prprio idioma, o ventrloquo projeta suas prprias palavras em um objeto
mudo, ao mesmo tempo que cria a iluso de que um objeto que est falando
para ele. Essa acusao de ventriloquia, claro, a fundao para a repulsa cien
tfica do antropomorfismo entre aqueles que clamam a empatia com criaturas
no humanas ou sabem o que eles esto sentindo; so acusados de meramente
projetar seus prprios pensamentos e sentimentos sobre seus sujeitos mudos.
E uma acusao, contudo, que passou muito tempo sem ser desafiada. Em um
debate importante conduzido nas pginas da revista cientfica Environmental
Values, Nicole Klenk entrou pela porta do lado. Ela defende que os no hu
manos podem e, sim, respondem voz, gestos e presena humanas, de forma
que faz sentido para eles e para ns.
objetificadas, viraram suas costas para ns, apresentando apenas suas super
fcies externas e opacas para nossa vistoria. Como cientistas, devemos ser
produtores de conhecimento e, nesse empreendimento, o mundo fornece
nossos materiais. Ns pesquisamos como exploradores e colhemos os frutos.
E nessa colheita - que subsequentemente processada e, como costumamos
dizer, analisada - est a produo do conhecimento. Assim, o conhecimento
criado como um tipo de sobreposio sobre a parte externa do ser. Tendo
silenciado o mundo, encontramos o conhecimento no silncio do livro. De
fato, o prprio conceito do humano, na sua encarnao moderna, expressa o
dilema de uma criatura que s pode conhecer o mundo do qual ele faz parte
existencialmente deixando esse mundo. Tambm na nossa experincia como
habitantes que se deslocam pelo mundo e no vagam por sua superfcie ex
terna nosso conhecimento no construdo como um acrscimo externo, mas
cresce e se desenrola a partir de dentro de nosso ser terreno. Ns crescemos
no mundo medida que o mundo cresce em ns.
Talvez esse aterramento do saber no ser resida no cerne de uma sensibilidade
que podemos chamar de religiosa. No foi tambm em nome da religio que
os lderes da Reforma insistiram na transformao da relao entre o saber e
o ser no seu contrrio? No seu destaque da verdade literal das palavras e dos
trabalhos, a religio dos reformistas foi ultrapassada pela prpria cincia que
eles afrouxaram. Porque na concorrncia com os fatos a cincia certamente
ganha e a religio perde, deixando o mistrio de por que as pessoas - incluindo
muitos cientistas, isso deve ser dito - aderem tenazmente s representaes
de realidade que so demonstravelmente falsas. Ainda assim, questes sobre o
que pode melhor representar o mundo (se a religio ou se a cincia) esto mal
colocadas, porque a real concorrncia est em outro lugar. Trata-se da questo
de se as nossas formas de saber e imaginar esto reverenciadas em um com
promisso existencial com o mundo em que nos encontramos. Compararmos
religio e cincia nos termos de suas respectivas parcelas de uma realidade da
qual estamos totalmente desligados. Mas se elas no estiverem - se, como o
antroplogo Stuart McLean argumenta, houvesse uma continuidade essencial
entre os atos humanos de imaginao e os processos de formao e transfor
mao do universo material - ento precisamos nos perguntar, em vez disso:
qual a natureza desses compromissos? Como podem o saber e a imaginao nos
deixar ser, assim como as criaturas em torno de ns simplesmente serem?
No existe nenhum drago. Esse o ttulo de um dos grandes clssicos da lite
ratura infantil, de autoria de Jack Kent. Ele conta a histria de um menino, Billy
Bixbee, que acorda numa manh e encontra um drago em seu quarto. Trata-se
de um drago bem pequeno, que sacode o rabinho de forma muito amigvel.
Billy desce com o drago para o caf da manh e apresenta-o a sua me. Drago
no existe, declara ela firmemente, e continua preparando suas panquecas.
Billy senta-se mesa de caf da manh; o drago senta sobre ela. Sentar sobre
a mesa no algo permitido na casa de Bixbee, mas no havia nada a ser feito,
uma vez que, se o drago no existe, no h como pedir-lhe para descer da
mesa. O drago est com fome e come a maior parte das panquecas, mas Billy
no se importa. Sua me continua a ignorar a nova chegada e o drago comea
a crescer. Ele cresce e cresce. Em breve, ele ocupa a maior parte do corredor e
a me de Billy tem dificuldade para limpar a casa, j que ela s pode passar de
um quarto ao outro pelas janelas. Todas as portas esto bloqueadas. O drago
cresce e cresce - agora ele tem o tamanho da casa. Ento a casa suspensa de
seus alicerces e carregada pelas ruas nas costas do drago. O pai de Billy, ao
chegar do trabalho, fica surpreso ao ver que sua casa sumiu. Um vizinho aponta
a direo por onde a casa foi. No final da histria, a famlia reunida mais uma
vez e, nesse momento, a me de Billy relutantemente reconhece que talvez os
drages existam. Imediatamente, o drago comea a encolher at que, mais uma
vez, ele assume um tamanho gerencivel. Tudo bem, eu no tenho problemas
com drages desse tamanho, admite a Sra. Bixbee, enquanto senta em uma
poltrona confortvel e acaricia a cabea do drago.