Caderno Tecnico de 420
Caderno Tecnico de 420
Caderno Tecnico de 420
Documentao de apoio
Caderno Tcnico
Classe 420
Lus Rocha
_________________________________________________________________________________
ndice
Introduo
2 A escolha do material
5
5
5
5
5
5
6
6
7
2.1 O casco
2.1.1 O peso
2.1.2 Juno do casco com o convs
2.1.3 Estado de conservao do casco
2.1.4 Rigidez geral
2.1.5 As ferragens
2.2 As velas e o mastro
2.3 O patilho, leme e cachola de leme
3 Aparelhar correctamente
3.1 O mastro
3.2 O patilho
3.3 O leme
3.4 O estai
3.5 A vela grande
3.5.1 O p de galo
3.5.2 O boom-jack
3.6 O pau de spi e o spi
5 As afinaes
5.1 As afinaes estticas
5.1.1 P de mastro
5.1.2 Vaus
5.1.3 Queda de mastro
5.1.4 Rgua superior
5.1.5 Altura do estai
5.2 As afinaes dinmicas
5.2.1 Tenso
5.2.1.1 A tenso utilizada pelos campees
5.2.2 Cunhas
5.2.3 Boom-jack
5.2.4 Escota e contra escota do estai
7
8
9
9
9
10
10
11
11
12
12
12
12
12
13
13
13
13
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16
16
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18
18
18
19
1
19
20
20
21
21
7 O dirio de bordo
22
8 Bibliografia
26
Agradecimentos
Gostaria de agradecer aos velejadores Hugo Rocha, Miguel Nunes, lvaro Marinho e Nuno Barreto o tempo
dispendido na anlise deste documento e nas indicaes e modificaes por eles sugeridas.
Actualizao
Este documento foi actualizado pelos tcnicos Diogo Pereira e Francisco Neto em 31/10/2002.
Introduo
O nmero de velejadores da classe 420 a participar em provas oficiais tm aumentado nos ltimos anos.
Esta tendncia deve-se essencialmente ao esforo da nova gerao de treinadores, dirigentes,
velejadores e ao investimento dos seus pais.
Em sintonia com esta nova realidade, procurmos criar um documento orientador para os treinadores e
velejadores que iniciam o contacto com a classe 420.
Temos como objectivo transmitir de uma forma genrica os princpios do funcionamento do 420, dar a
conhecer medidas mximas e mnimas das diversas afinaes e tambm mecanismos da vela em geral.
Porm, fundamental ter em conta que para consolidarmos elevadas prestaes, so necessrios
muitos anos de treino e centenas de competies para atingirmos maturidade na tctica de regata.
Assim, o segredo do sucesso resume-se a muito treino, muitas regatas, objectividade na sua anlise e
muita pacincia.
Se tivermos como objectivo a prtica da vela, apenas e s, pelo prazer que esta nos d, estes
apontamentos podem ajudar a retirar o mximo prazer em velejar num barco apaixonante a classe
420.
2- A escolha do material
Por diversas razes este um assunto muito delicado para quem pretende comear a navegar na classe
420.
Esta escolha vai influenciar directamente a motivao e nvel de prestao, para alm de envolver um
investimento financeiro considervel.
Assim, aconselhamos que antes da escolha do material, seja efectuada uma minuciosa leitura das regras
da classe, bem como, o esclarecimento de todas as dvidas com velejadores e treinadores mais
experientes e mesmo com a Associao Portuguesa da Classe 420.
Os pontos que se seguem so fundamentais para quem pretende comprar um barco em segunda mo.
2.1- O casco
Independentemente do construtor, h diversos aspectos que devemos verificar:
2.1.1- O peso
Devemos procurar um casco que esteja exactamente com o peso mnimo ou com 1 Kg a menos.
Devemo-nos certificar se o casco tem peso corrector. Se tiver, devemos retir-lo antes de pesar.
Se o barco apresentar at 2 Kg a mais, no dramtico, pois a influncia no rendimento desprezvel,
principalmente para quem se est a iniciar na classe.
A pesagem deve ser efectuada em conformidade com as normas estipuladas pelas regras da classe.
2.1.5- As ferragens
Com a excepo das ferragens de arreigada e do leme, um velejador experiente deve, ele prprio,
colocar as ferragens no seu barco. Desta forma pode fazer-se uma escolha de qualidade e colocar todas
as peas em posies ergonomicamente mais eficazes.
No entanto, esta iniciativa tomada por um velejador pouco experiente ou com a percepo errada de
que experiente, pode acabar em furos sem fim num barco que num dia vai envelhecer 5 anos.
H procedimentos que devemos efectuar quando recebemos um barco j montado. Assim, devemos
verificar se o barco est completamente estanque
(no mete gua) nas zonas de contacto das ferragens com o barco e nas tampas das caixas de ar.
Este procedimento efectua-se da seguinte forma:
1- coloca-se uma bomba de encher os botes na pequena tampa situada na caixa de ar lateral, junto ao
painel de popa.
2- Pea a pea, coloca-se gua com sabo e bombeia-se ar para dentro da caixa de ar.
3- Onde se formarem borbulhas implica uma fuga de ar, logo, infiltrao de gua.
4- Retirar as peas em causa e voltar a coloc-las com bastante silicone.
Ponto de
medio
enora
ferragem
dos vaus
ponto de fixao
dos brandais
5 kg
Figura 1
Protocolo da medio:
1- fixar o mastro na enora, ferragem dos vaus e ponto de fixao dos brandais.
2- Cerca de 10cm atrs da banda negra efectuar uma marca (ponto de medio).
3- Efectuar a medio dessa marca at ao cho, onde tambm colocamos uma marca. Esta medio
denomina-se medida zero (0).
4- Colocamos o peso sobre a banda negra e efectuamos uma nova medio entre as marcas efectuadas
no mastro e no cho. Esta medio denomina-se medida um (1).
5- Efectuamos a subtraco da medida (1) medida (0) e obtemos um valor que corresponde
flexibilidade do mastro.
6- As medies podem ser efectuadas lateralmente para bombordo e estibordo e, longitudinalmente
apenas com a calha para baixo, isto , para trs.
Nota: Para haver comparao entre mastros diferentes, as medies tm que ser efectuadas sempre
com o mesmo peso e o mastro fixado sempre da mesma maneira.
No entanto na escolha de um mastro fundamental ter em conta os seguintes aspectos:
- rectitude da seco
- amolgadelas
- compresso na zona dos vaus
- danos no alumnio e consequente corroso
A retranca deve ter como critrios de escolha:
- ser leve
- ser rgida
3- Aparelhar correctamente
Os aspectos da montagem de uma embarcao so muitas vezes relegados para um papel secundrio, o
que se vai traduzir num deficiente funcionamento dos sistemas, condicionando a nossa prestao em
regata.
3.1- O mastro
Relativamente ao mastro, importante:
a) Colocar os vaus com o mesmo comprimento.
Colocamos a fita mtrica a tocar no mastro por cima de um vau e efectuamos a leitura no brandal.
Efectuamos a mesma operao no outro vau.
b) Verificar se o comprimento dos brandais igual.
Colocamos um parafuso ou fazemos passar um cabo
no furo dos esticadores, que utilizado para
prender os brandais arreigada. Esticamos alinhandoos pela calha do mastro e verificamos se ambos tm a
mesma tenso. Se assim for, os dois brandais tm o
mesmo comprimento (fig. 2).
Figura 2
c) Assegurar uma
angulao simtrica relativamente ao brandal.
Colocamos o mastro e damos tenso. O vau deve ser a bissectriz do
ngulo formado pelo
brandal (fig.3). O vau
vai ficar ligeiramente
inclinado para cima e
para que se mantenha
sempre nesta posio
devemos fix-lo com
fio de falcaa ou um nicopress (fig.4).
Figura 3
Figura 4
Figura 4
d) Verificar se os vaus ficam mesma altura.
O mastro deve estar colocado e com tenso. Aps efectuarmos a operao c) para um vau, colocamos a
fita mtrica na sua parte inferior, junto ao brandal, e
efectuamos a leitura no convs do barco junto arreigada ou na parte superior da arreigada. Devemos
depois colocar o outro vau mesma altura.
e) Verificar se um vau no fica mais aberto do que o outro.
Como colocar os vaus com uma abertura simtrica ?
Este aspecto muitas vezes pouco cuidado, o que pode provocar deformaes no mastro e diferente
rendimento do barco em bordos opostos.
1- Aps efectuarmos as operaes a), b), c), e d) devemos colocar a fita mtrica na juno do vau com
o brandal e medir a distncia at ao meio da parte superior do painel de popa. Ao efectuar esta medio,
o barco dever estar direito.
2 - efectuar a mesma operao no outro vau.
Figura 5
3.2- O patilho
A primeira preocupao prende-se com a necessidade de retirar quaisquer folgas laterais. Este
procedimento deve ser efectuado com tenso no barco, caso contrrio, existe o risco de o patilho no
descer nem subir, aps darmos tenso.
Devem ser coladas fitas tipo lbios do patilho ou rguas (tantas quantas necessrias) no interior da
caixa de patilho no sentido longitudinal do barco. Estas fitas ou rguas devem ser coladas na parte
superior e inferior da caixa de patilho.
Quando o patilho est em baixo devemos verificar se este bate na parte da frente/inferior da caixa de
patilho. Se tal acontecer, devemos colocar uma pequena bola de silicone nesta zona da caixa de
patilho (e esperar 24 horas at secar), assim, evitamos danificar o bordo de ataque do patilho.
Outra soluo pode passar por colocar um ponto de bloqueio na parte superior do patilho, de forma a
garantir que o bordo de ataque no seja danificado.
3.3- O leme
Tal como no patilho, tambm no leme devemos anular as folgas laterais. Devemos colar fitas tipo
lbios do patilho no interior da cachola de leme at anular essas folgas.
3.4- O estai
Para que os pontos de referncia sejam fiveis, fundamental que se utilize sempre a mesma manilha
no punho da amura e na adria do estai. Assim garantimos sempre as mesmas afinaes nas marcas
estabelecidas.
importante realar que o estai vem com um cabo de ao inserido. Ao mudarmos de estai o cabo de
ao passa a ser outro pelo que temos de reformular as marca da tenso (desenvolvido no ponto 4.6).
tambm muito importante usar um sistema de escota fivel para assegurar a mesma afinao.
Devemos ter ateno qualidade do cabo e o ponto de fixao ao estai deve ser rigorosamente sempre
o mesmo.
3.5.1- O p de galo
Este elemento fundamental para tornar o 420 competitivo.
O p de galo permite colocar a retranca mais ao centro do barco, sem com isso fechar a valuma.
Figura 5
V2 > V1
Fig. 6 A figura ilustra a diferena entre navegar com p de galo e sem p de galo.
A fora vertical que faz fechar a valuma da vela grande superior em B.
importante ter em conta que a altura do p de galo deve ser ligeiramente encurtada com vento forte.
Se assim no for, os moites podem entrar em contacto e a valuma permanecer muito aberta.
Para que o p de galo esteja centrado temos como referncia a caixa de patilho.
O p de galo com vento forte tem que estar mais baixo para que a valuma no abra excessivamente. De
acordo com a regra da classe, o p de galo deve ter as extremidades fixas no barco, com um n no
parafuso da barra de escota, e com um mosqueto fixo tambm nesse parafuso (fig 7). O p de galo
deve ainda ter um lais de guia de modo a encurtar o mesmo quando preso no mosqueto (fig 8).
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3.5.2- O boom-jack
Recomendamos a utilizao de um sistema de
5 moites.
Figura 11
11
10 de inclinao frente
bordo de ataque vertical (a 90 com o fundo
do barco)
15 de inclinao atrs
30 de inclinao atrs
45 de inclinao atrs
4.5- A esteira
Antes da banda negra que limita a passagem do punho de escota, devemos colocar trs marcas para nos
orientarem quando caamos a esteira com vento forte, mdio ou fraco e quando a folgamos para a
popa.
Para garantir a fiabilidade destas marcas, temos que nos certificar que o punho da amura colocado
sempre mesma distncia do mastro.
5- As afinaes
O desenvolvimento deste ponto, tem como objectivo, dar uma ideia geral do funcionamento do 420
fornecendo medidas mximas e mnimas das diversas afinaes.
Consideramos que as receitas so bastante limitativas para a evoluo do conhecimento dos
mecanismos que interagem num barco vela. Assim, compete ao treinador e velejadores a criao de
instrumentos (fichas de anlise) que permitam a aquisio de um conhecimento sistemtico e
organizado das afinaes do 420.
importante realar que o 420 conduzido por dois velejadores com caractersticas nicas. Esta
interaco, velejadores/barco, resulta numa realidade que se traduz por escolhas de material e afinaes
igualmente nicas.
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5.1.1- P de mastro
O primeiro ponto a ter em conta a posio do p de mastro. Este deve situar-se entre 45 e 49 cm (d),
desde o parafuso do patilho ao meio do p de mastro (fig. 15).
A posio varia em funo da intensidade do vento, assim:
- com ventos fortes o barco tem maior tendncia
para orar, pelo que, podemos corrigir esta
excessiva tendncia avanando o p de mastro e
consequentemente deslocando o centro vlico
para a proa.
- Com vento fraco, se sentirmos pouca presso no
leme (leme neutro ou com tendncia para
arribar), devemos deslocar o p de mastro r,
deslocando o centro vlico popa. Assim, o
barco adquire tendncia para orar.
Este efeito tambm pode ser atingido colocando
o patilho ligeiramente para a proa.
5.1.2- Vaus
14
16
5.2.1- Tenso
Este aspecto da afinao do 420 devido s alteraes das regras passou de uma afinao esttica para
uma afinao dinmica. Antes das alteraes nas regras, a tenso no podia ser modificada em regata,
no entanto, com as alteraes produzidas foi permitido montar um sistema que possibilita modificarmos
a todo o momento a tenso e consequentemente a queda de mastro.
Entendemos por tenso, os kg que so exercidos nos brandais.
A tenso produzida pela fora que exercermos ao caar o sistema de tenso da adria do estai.
Assim a tenso vai ficar no cabo de ao do estai e nos brandais laterais.
A tenso pode ser medida no brandal lateral e no cabo de ao do estai. A tenso, para ser fivel deve ser
medida sempre no mesmo lugar, por exemplo, dois
palmos acima do convs.
O aparelho para medir a tenso denomina-se
Tensimetro.
Este deve ser utilizado da seguinte maneira:
1- colocar o tensimetro no brandal (dois palmos
acima do convs)
2- puxar o pequeno cabo at fixar a pea de plstico ao
brandal (fig. 21)
3- ler o valor que coincide com a seta do mesmo (fig.
22)
Figura 21
ATENO: todos os tensimetros so diferentes, assim
como os brandais podem variar de dimetro. Os valores
que vamos apresentar so verdadeiros para um
tensimetro que no o que vamos usar no nosso barco.
Os valores que vamos apresentar devem ser entendidos,
acima de tudo, enquanto lgica de funcionamento.
Devemos ter o nosso prprio tensimetro e as nossas
prprias tenses!
Figura 22 tenso 24
Tenso muito fraca (menos de 20) = a testa do estai assume um comportamento elstico, criando
grandes dificuldades na conduo do barco. Quando navegamos bolina vamos sentir muitas
dificuldades em orar uma vez que a testa do estai vai adoptar uma forma em arco.
Tenso muito forte (mais de 28) = os brandais e o mastro vo transmitir toda a energia do vento
para o barco. Neste caso, se o vento for forte, o barco adoptar um comportamento muito
nervoso e ser a tripulao (atravs das aces de prancha, trapzio e trabalho de escotas) a
absorver a sobre potncia da embarcao. A conduo da embarcao torna-se muito difcil,
exigindo-se uma elevada tcnica e capacidade de concentrao por parte da tripulao.
Um aspecto muito negativo associado a elevadas tenses prende-se com a menor durabilidade das
embarcaes.
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Estado de mar
Queda de mastro
com ondas
sem ondas
com ondas
sem ondas
com ondas
sem ondas
com ondas
sem ondas
6m 06cm
6m 02cm
6m 02cm
6m 00cm
6m 00cm
5m 98cm
5m 98cm
5m 98cm
26
24
24
23
23
22
22
22
5.2.2- Cunhas
As cunhas so peas em madeira ou nylon que se colocam entre o mastro e a parte da frente da enora.
As cunhas permitem controlar a curvatura do mastro e obter uma forma de V.G. adequada s condies
de navegao.
Com ventos fracos e mar cho devemos navegar sem cunhas. Desta forma provocamos um ataque mais
fino na V.G., isto , vela plana junto ao mastro, e no fechamos a valuma.
Com ventos mdios e fortes, colocamos cunhas para que, ao caar o boom-jack, a vela grande no
parta, isto , no crie rugas desde a zona dos vaus ao punho da escota.
Com ventos muito fortes, para diminuir a potncia da V.G., podemos retirar algumas cunhas para abrir a
valuma.
5.2.3- Boom-jack
Ao navegarmos com p de galo, o boom-jack adquire mxima importncia, pois o meio para
podermos controlar a valuma da V.G.. medida que o vento sobe temos de caar o boom-jack de forma
a evitar que a valuma da V.G. no abra excessivamente.
Com vento fraco bolina o boom-jack deve ir completamente folgado e deve ser a fora aplicada na
escota da V.G. a controlar a abertura da valuma.
Quando entramos para a popa devemos folgar o boom-jack o suficiente para que a valuma fique aberta,
mas controlada. Com mais vento caar um pouco caso o barco esteja muito instvel.
18
bolina:
- mais potncia mas, menor capacidade de orar.
- risco de travar o barco porque a valuma no 1/3 inferior pode fechar demasiado.
popa:
- mais potncia.
- Risco de retirar rea projectada.
bolina:
- menos potncia mas, maior capacidade de orar.
- com mareta podemos sentir dificuldade em manter o barco com potncia.
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5.2.7- Cunningham
Vela grande
Com vento fraco o cunningham deve ir completamente folgado. No importa que fiquem rugas
horizontais, pois s dessa forma podemos provocar um ataque fino e consequente capacidade para
orar.
Nesta situao, fundamental no levarmos cunhas para ajudar a aplanar a vela junto ao mastro e
corrigir a tendncia que haveria da valuma ficar muito fechada.
Pela mesma razo tambm fundamental que o p de galo no esteja demasiado baixo, para que a
componente vertical da fora seja reduzida.
medida que aumenta a intensidade do vento, devemos caar progressivamente o cunningham. Desta
forma, a traco que exercida na testa da vela faz com que o ponto com maior profundidade se
desloque para a frente, aplanando o tero posterior da vela e abrindo a valuma.
Cunningham folgado
Cunningham caado
Estai
Com vento fraco e mar cho o cunningham do estai deve ir folgado at aparecerem pequenas rugas
horizontais. Se houver mareta podemos lev-lo mais caado.
Quando o vento aumenta devemos caar o cunningham do estai para que o saco se desloque para a
frente.
Ao largo, podemos comparar os efeitos provocados pela altura do pau de spi na forma do spi, com
os efeitos que o cunningham provoca na vela.
pau de spi numa posio alta: spi plano no bordo de ataque e o saco mais atrs.
pau de spi numa posio baixa: spi mais redondo no bordo de ataque e o saco desloca-se frente.
popa, devemos modificar a altura do pau de spi (punho da amura) em funo da altura do punho
de escota (punho oposto ao do pau de spi). Assim, devemos modificar a altura do pau de spi at
que o punho da amura fique mesma altura que o punho da escota, que varia em funo da fora
do vento.
21
7- O dirio de bordo
O que comemos ao jantar um ms atrs?
J no nos lembramos pois no?
A nossa memria tem realmente muitas limitaes. portanto necessrio utilizarmos estratagemas que
nos possam auxiliar.
Para podermos evoluir no conhecimento que temos da nossa modalidade e do barco que velejamos,
fundamental anotarmos tudo ou quase tudo o que se passa dentro de gua e no s.
Devemos ter um caderno para anotar:
- as afinaes que levamos para dentro de gua
- as condies de mar e vento
- a velocidade e ora do barco
- as alteraes que fazemos e o seu efeito
- a qualidade das nossas manobras
- as opes tcticas em regata e o seu efeito
- a nossa condio fsica
- o estado de conservao do material
- os protestos que tivemos
- etc
As trs folhas que se seguem no so mais do que um exemplo do que acabmos de falar. Podemos
utiliz-las tal como esto, ou retirar ideias para que cada um elabore a sua prpria folha de uma forma
personalizada.
Bons ventos!
Lus Rocha
Lisboa, 28 de Novembro de 1998
22
TRIPULAO:
DATA:
Queda de
Mastro
Tenso
Lateral
Tenso do
Estai
Comprimento
dos Vaus
Abertura
dos Vaus
Pr curvatura
mc
mr
vc
vl
mc
mr
vc
vl
mc
mr
vc
vl
mc
mr
vc
vl
mc
mr
vc
vl
mc
mr
vc
vl
mc
mr
vc
vl
Legenda:
mc - mar cho
mr - mareta
vc - vaga curta
vl - vaga larga
23
TRIPULAO:
PROVA:
TREINO (Local):
REGATA N
ATENO:
CLASSIFICAO:
GRUPO:
DATA:
Efectuar a classificao de 1 a 10
Relatar os itens cuja pontuao seja inferior a 8 valores
1 - VELOCIDADE / ORA
2 - MANOBRAS
LARGADA
BOLINA
LARGO fech
LARGO ab.
POPA
VIRAGENS
CAMBAR L / P
CAMBAR P / P
IAR SPI
ARREAR SPI
RONDAGENS
LARGADAS
1 BOLINA
1
Aproximao
LARGOS
POPAS
CHEGADA
1 BOLINA
LARGOS
2 BOLINA
POPA
3 BOLINA
3 - OPES TCTICAS
4 - CONDIO FISICA
Timoneiro
Proa
5 - SITUAES ADVERSAS
VIRANO
MATERIAL
DESCLASS.
OUTRAS
24
RELAO DO MATERIAL
NUMERAO DO
MATERIAL
QUANTIDADE
TRIPULAO:
MARCA
ANO
MS
ESTADO DE CONSERVAO
CASCOS
MASTROS
RETRANCAS
PAUS DE SPI
LEMES
PATILHES
VELAS GRANDES
ESTAIS
SPIS
25
8 Bibliografia
METIVIER, Hlne. Aerodynamisme et Voilerie. cole National de Voile beg-Rohu, Avril 1989.
MARCHAJ, C.A. Aero-Hidrodynemics of sailing, Second Editions. Great Britain, 1988.
GOUARD, Fhilippe. Voile: Nouvelles Techniques pour Gagner. Editions Chiron, Paris, 1988.
BERNARD, Didier; HOTTOT, Jean-Luc. Pratique Sportive du 420, Memento Technique. Federation Franaise de
Voile, 1988.
CLASSE INTERNACIONAL 420. Regras da classe 420 em vigor desde 1 de Maro de 1998.
26