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O Pensamento Europeu Durante A Idade Moderna
O Pensamento Europeu Durante A Idade Moderna
O Pensamento Europeu Durante A Idade Moderna
Ren Descartes
John Locke
Adam Smith
Charles de Montesquieu
O Pensamento Europeu
Durante a Idade Moderna
Consideraes iniciais
Embora no haja concordncia entre os
historiadores, o incio da Idade Moderna
assinalado pela tomada de Constantinopla
pelo Imprio Turco Otomano, em 1453, sob
o comando de Maom II, da Dinastia
Otomana. O momento do trmino da Idade
Moderna e incio da Idade Contempornea
referenciado pela Revoluo Francesa, em
1789.
As grandes transformaes ocorridas
entre os sculos XV e XVIII seriam
consideradas absurdas e impossveis pelos
homens cultos do sculo XV. A insacivel
curiosidade intelectual e a eterna busca por
novos
universos
de
conhecimento
conseguiram despertar a curiosidade
intelectual das pessoas para a descoberta do
inusitado, o que dificilmente se poderia
imaginar no final da Idade Mdia.
O ciclo de mudanas ocorrido nas reas
geogrficas que integravam a Civilizao
Ocidental, principalmente na Europa, foi
surpreendente e gerador de um novo tempo
de desenvolvimento do conhecimento
humano, no perodo de apenas trs sculos,
conhecido como Idade Moderna, que
precedeu a Idade Contempornea.
Grandes
transformaes
polticas,
econmicas e sociais, ocorreram nos sculos
XV e XVIII, envolvendo o Renascimento
Cultural, as descobertas cientficas, o
desenvolvimento de doutrinas filosficas, a
literatura e as artes.
Na Idade Moderna, fatos histricos
muito importante tiveram grande influncia
na evoluo da humanidade. A Instituio
do Estado Nacional, e as revolues inglesas
do sculo XVII, a Revoluo Francesa e a
Revoluo Americana no sculo XVIII, o
estabelecimento de imprios coloniais e as
decorrentes disputas entre os estados
Nacionais europeus pela hegemonia
mundial, a inveno da mquina a vapor e
do tear mecnico, a primeira revoluo
O pensamento medieval:
Santo Agostinho e
Santo Toms de Aquino
Durante a Idade Mdia, o pensamento
filosfico da Civilizao Ocidental teve em
Santo Agostinho (354 430) e Santo Toms
de Aquino (1225 1274) seus maiores
escritores.
Renascimento Cultural
O Renascimento teve incio no final
da Baixa Idade Mdia, no sculo XV e
significou o incio de um novo tempo para a
Civilizao Ocidental.
O desenvolvimento cultural, tpico
da poca, dependia da demorada publicao
de livros; registros histricos afirmam que
cinco copistas, trabalhando durante dois
anos, produziam apenas duzentos volumes.
A inveno do tipo mvel da
imprensa, por Gutenberg em 1450, ampliou
assombrosamente a produo de livros;
entre 1450 e 1550 foram produzidos, na
Europa, 10 milhes de livros que abordavam
40 mil ttulos, editorados por centenas de
impressoras, que publicaram milhares de
exemplares.
As publicaes da poca tinham
contedo literrio, artstico religioso e
cientfico. Defendiam ideias renascentistas.
Graas difuso de livros impressos, o
humanismo,
o
individualismo,
o
neoplatonismo, o empirismo, o nacionalismo
e o hedonismo fundamentaram, no final da
Idade Mdia e na Idade Moderna, o
Idealismo, o Liberalismo, o Iluminismo, o
Racionalismo, o Socialismo, os direitos
polticos e as liberdades econmicas.
Neoplatonismo:
corrente
de
pensamento iniciada no sculo III, baseada
nos ensinamentos do filosofo grego Plato
(428/427 348/347).
Isaac Newton
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Plato
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As principais doutrinas
filosficas
O Idealismo
uma doutrina filosfica que faz a
realidade depender do conhecimento e
considera a ideia e o pensamento a essncia
da realidade.
Ideia: do grego ideia. Representao
mental de uma coisa concreta ou abstrata.
Muitos estudiosos afirmam que as
primeiras manifestaes do idealismo
surgiram na Grcia, com Plato (428 / 427
a.C. 348 / 347 a.C.).
Na Idade Moderna, e aps o
Renascimento Cultural, surgiu o Idealismo
com Ren Descartes (1596 1650) que foi
sucedido pelos filsofos nascidos em
territrio da atual Alemanha como
Emannuel Kant (1724 1804) e George
Wilhelm Friedrich Hegel (1770 1831).
A concepo de Kant fundamental.
Ele traz o ideal a esta discusso: o
pensamento imaginado do perfeito, portanto
uma ideia abstrata, inalcanvel, mas
impulsionadora.
O Racionalismo
Ren Descartes
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O
racionalismo
decorreu,
principalmente, da fuso do pensamento de
Ren Descartes, do Humanismo do
Renascimento e do pensamento filosfico de
John Locke.
Surgiu no incio da Idade Moderna,
com Ren Descartes (1596 1650), Bento
de Espinoza (1632 1677) e Gottfrield
Leibniz (1646 1716). Os racionalistas
foram grandes matemticos e utilizaram a
razo o que decorre do raciocnio como
o fio condutor da realidade.
Os racionalistas defendiam a
prevalncia dos interesses coletivos evitando
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John Locke
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O Liberalismo
As primeiras ideias liberais surgiram
na Baixa Idade Mdia contrapondo-se ao
feudalismo e servido feudal, amplamente
difundidas na Europa durante a Alta Idade
Mdia.
Nos primeiros sculos da Idade
Moderna, a Reforma Religiosa agravou as
relaes polticas, entre os reinos europeus,
que envolveram questes polticas e tenses
Adam Smith
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O Iluminismo
O Iluminismo foi um movimento
amplo, abrangendo filosofia, poltica,
estudos sociais, economia e cultura. O
movimento teve na filosofia racionalista seu
principal esteio, ao defender o uso da razo
como o melhor caminho para se alcanar a
liberdade, a autonomia e a emancipao. O
centro das idias e pensadores Iluministas
foi a cidade de Paris. Perdurou na Europa
entre o final do sculo XVII e o incio do
sculo XIX.
Em geral, pode-se afirmar que o
incio do Iluminismo foi marcado por
tentativas de incorporao do modelo de
estudo dos fenmenos fsicos, para a
compreenso dos fenmenos humanos e
culturais.
Uma caracterstica do Iluminismo era
o Racionalismo. A f, muito valorizada
durante a Alta Idade Mdia, foi perdendo
sua importncia e, o uso da razo, trao
caracterstico do racionalismo e do
iluminismo, ocupou os espaos cedidos pela
f.
O movimento iluminista, a exemplo
do movimento renascentista, tambm
baseado no racionalismo, buscava valer-se
da experincia vivida, para provar os
conceitos ligados, at ento, f. Tudo
passou a ser questionado e buscou-se uma
explicao na Natureza, para os fatos que
sensibilizavam o conhecimento humano.
Durante o sculo XVIII, conhecido
como o sculo das luzes,o Iluminismo
defendia ideias como tolerncia e liberdade
religiosa; separao da Igreja do Estado;
aplicao dos conceitos iluministas s
formas de governo, a negao do trono do
10
Leitura Complementar
O Iluminismo e a Inconfidncia Mineira
O Marqus de Pombal, no final do
sculo XVIII, afastou das escolas do Reino
de Portugal a Ordem dos Jesutas, o que
possibilitou a divulgao do Iluminismo em
Portugal e, at mesmo, no Brasil.
Na Inglaterra, o pensamento liberal
de John Locke, e na Frana, as ideias de
Montesquieu, Voltaire, Rousseau e Diderot
solaparam as bases filosficas do Antigo
Regime. Porm, na exata medida em que o
condenavam, tambm desmantelavam as
estruturas do colonialismo, inclusive as que
vigoravam no Brasil, na poca, a mais
prspera colnia de Portugal.
Em meados do sculo XVIII, era
hbito das famlias ricas, na regio
mineradora, completar a educao dos filhos
em Coimbra. Na histrica universidade
portuguesa, o Iluminismo exerceu forte
influncia sobre o pensamento desses
jovens, impulsionando-os a seu iderio,
quando participantes da Conjurao
Mineira.
Igualmente,
o
Iluminismo
influenciara o pensamento independentista
nas colnias inglesas da Amrica do Norte, e
obtida a Independncia dos Estados Unidos
este fato despertou o sentimento de
admirao e de exemplo a ser seguido pelas
colnias
de
Portugal
e
Espanha,
incentivando-as busca de suas autonomias.
Por ocasio da Conjurao Mineira, a
conjuntura
europia
favorecia
os
movimentos contrrios ao Colonialismo. Em
Paris, um representante dos inconfidentes
fez tratativas com Thomas Jefferson, que
representava o governo americano na
Frana. Todavia, os conjurados de Minas
Gerais no receberam o apoio esperado.
11
O Socialismo
Consideraes iniciais
O liberalismo econmico e a
industrializao, fenmenos tpicos do incio
do sculo XIX na Europa, concorreram para
o deslocamento de grandes contingentes
populacionais, de suas origens agrcolas para
centros urbanos. poca, as cidades
estavam despreparadas para acolherem
populaes numerosas, constitudas por
camponeses desqualificados para o trabalho
urbano, principalmente, em fbricas.
A Inglaterra foi o pas que, como
bero da Revoluo Industrial, mais
enfrentou as profundas mudanas que
ocorreram durante o sculo XIX, quando a
conscincia poltica e econmica de
multides de trabalhadores fora da
participao nos benefcios econmicos,
sociais e polticos decorrentes da
industrializao e do que se poderia esperar
do acmulo de capitais, caracterstico do
capitalismo industrial.
No entanto, o capitalismo industrial
no apresentou, de imediato, solues para
as desigualdades sociais e econmicas
criadas pelo crescimento da economia
mundial e pela urbanizao, decorrentes da
Revoluo Industrial e do capitalismo.
Surgiram filosofias e novas teorias
econmicas algumas com solues
radicais - que apontavam aos trabalhadores a
possibilidade de terem participao mais
justa no crescimento econmico promovido
pelo capitalismo.
Assim, surgiu o socialismo, que pode
ser entendido como conjunto de doutrinas
que visava uma reforma radical na
organizao das sociedades, por meio da
coletivizao dos meios de produo e do
livre intercmbio comercial.
A expresso socialismo se referia,
tambm, a teorias de organizao
econmica que tem em comum a
propriedade coletiva dos recursos e dos
meios destinados a produo e distribuio
dos bens de consumo. O socialismo
Socialismo Utpico
O Socialismo Utpico se caracteriza
pela busca de solues para as carncias
sociais por meio de caminhos que beiravam
a fantasia e a irrealidade, e que, dificilmente
poderiam ser alcanados.
A idia de um socialismo utpico
teve bases que provinham da Grcia Antiga,
desde quando Plato (428/427 a.C.
348/347 a.C.) estudou as relaes entre o
indivduo e o Estado. Segundo alguns
pesquisadores, foi um dos primeiros
pensadores da Antiguidade Clssica a
preocupar-se com as relaes entre as
pessoas e os governantes
Nos tempos modernos, outros
pensadores aprofundaram essas relaes,
com preocupaes sociais. Entre esses,
Thomas More (1478 1535), Saint-Simon
(1760 1825), Robert Owen (1771 1837),
Franois Charles Marie Fourier (1772
1837), Pierre-Joseph Proudhon (1809
1865) e Louis Blanc (1811 1882),
filsofos coletivistas (pensadores com
preocupaes sobre os problemas da
coletividade), so citados como os primeiros
socialistas utpicos.
12
Cadeiras
disputadas
15
50
78
56
361
414
427
514
...
Cadeiras
obtidas
2
29
40
42
57
142
191
151
...
Votos
alcanados
62.698
323.195
505.609
370.802
2.244.945
4.236.733
4.348.379
5.487.620
11.632.891
Socialismo Cientfico
O emprego da violncia e da
revoluo, tendo como elemento motivador
a luta de classes e como objetivo, a tomada
do poder, corporificou o socialismo
cientfico que surgiu como reao
sociedade capitalista do sculo XIX. Os
socialistas pretendiam modificar a sociedade
por meio de violentas mudanas, visando
transferncia dos bens de produo,
pertencentes burguesia, para os
trabalhadores.
Ao socialismo utpico foram
integrados fundamentos filosficos e
econmicos do pensamento dos alemes
13
14
O sindicalismo na Frana
Antecedentes Histricos
Na Europa, durante a Baixa Idade
Mdia, antes, portanto, do Renascimento,
ocorreram fatos econmicos inovadores,
como a utilizao, em 1323, do primeiro alto
forno destinado a fabricao de ferro. Os
monges cistercenses conheciam tcnicas
industriais e agrcolas e seus mosteiros
possuam usinas cujas dimenses, muitas
vezes, superavam a rea construda do
templo. Em Champagne, desde 1250, foram
grandes produtores de ferro. Ainda no
sculo XII, em territrio da atual Alemanha
a cidade de Freiburg possua 30.000,
habitantes e sua fonte de prosperidade era a
extrao e fundio do ferro.
Monges cistercenses: congregao
religiosa catlica, originria da Ordem dos
Beneditos, fundada em 1115 por So
Bernardo de Clairvaux. Observam a regra de
So Bento de Nrsia, com maior
15
16
Eram
numerosos
os
estados
autnomos, reinos e principados que
separados pelas tradicionais rivalidades,
desconheciam o sentimento de unidade
nacional. O nacionalismo alemo despontou
com a unificao e vicejou com o vigor das
sementes hibernadas.
O Socialismo Cristo
impossvel a um governo
socialista planejar racionalmente uma
economia complexa;
sem uma economia de mercado
no poder haver um sistema de preos
baseado na oferta e na demanda;
apenas o livre mercado informa
sociedade sobre a aplicao racional dos
recursos e uso mais produtivo dos bens de
capital.
A Social Democracia
As experincias socialistas, do
sculo XX, nos governos totalitrios de
Joseph Stalin, na Rssia, de Mao Tse-Tung,
17
O Cartismo
Apesar do desenvolvimento de
atividades industriais, em particular, a
produo de ferro, durante a Idade Mdia, a
Primeira
Revoluo
Industrial
,
historicamente, a ocorrida na Inglaterra, no
final do sculo XVIII, aps a descoberta da
mquina a vapor e desenvolvimento da
fabricao de tecidos.
O Cartismo, movimento social
ocorrido na Inglaterra, no incio da dcada
de 1830, teve como propsito obter direitos
polticos para a classe operria, como:
sufrgio universal, voto secreto e
participao dos operrios no Parlamento.
Os propsitos cartistas foram
acolhidos pelos europeus e, em Portugal,
adeptos do cartismo exerceram forte
influncia na Revoluo Liberal do Porto e
no Brasil. A Primeira Constituio
Brasileira, a Carta Outorgada de 1824,
estabelecia para o Brasil inmeras propostas
do Movimento Cartista como a:
adoo de uma monarquia
parlamentarista;
existncia de duas cmaras no
Parlamento, constitudas no Brasil pela
Cmara dos Deputados (eleita) e o Senado
(por indicao do Imperador).
O cartismo na Inglaterra
Cartismo ingls sofreu forte rejeio
na Inglaterra. Ainda assim, as Cmaras
inglesas aprovaram a Lei de Proteo ao
Trabalho Infantil, em 1833; a Lei de
Imprensa, em 1836; a Reforma do Cdigo
Penal, em 1837; a Regulamentao do
Trabalho Feminino e Infantil e a Lei de
Jornada de Trabalho de 10 horas.
O Evolucionismo e o Transformismo
O Evolucionismo uma teoria que
procura demonstrar que organismos vivos se
modificam por um processo dinmico
natural, que se desenvolve atuando sobre as
caractersticas biolgicas dos seres vivos.
Aplicvel Cincia Poltica,
Social, Econmica, a teoria tem como
comum esta caracterstica da ser a evolo
em fato natural.
Ao mesmo tempo, ele levantou a
idia de que os organismos vivos esto em
constante concorrncia e, a partir dela,
somente os seres melhores preparados s
condies ambientais impostas poderiam
sobreviver. Modificao gradual das
caractersticas dos seres vivos na formao
de novas raas e espcies.
Tambm este conceito evolucionista
aplicvel evoluo dos Estados, das
Sociedades, da Economia e de outros
organismos vivos da Sociedade, como
Empresas e demais instituies.
Os evolucionistas tambm se
basearam em pensamentos da Grcia Antiga.
Empdocles (490 a.C. 430 a.C.), filsofo
grego pr-socrtico, precedeu os pensadores
evolucionistas dos tempos modernos com
sua teoria sobre os quatro elementos da
Natureza: gua, terra, ar e fogo, que vigorou
at a poca da qumica moderna.
Entre os pensadores romanos
destaca-se Titus Lucretius Carus (97 a.C.
54 a.C.), escreveu De rerum natura
(Natureza das Coisas) poema didtico
reconhecido como principal fonte da
filosofia naturalista da Antiguidade.
18
O Positivismo
Charles Robert Darwin
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19
Auguste Comte
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Segundo
seu
idealizador,
o
Positivismo
seria
a
Religio
da
Humanidade, em substituio a Deus e teria
como lema: o Amor por princpio, a Ordem
por base e o Progresso por fim, e mais,
viver s claras e viver para outrem.
O Positivismo incorporou alguns
fundamentos Iluministas e props respostas
para as graves questes sociais e econmicas
decorrentes
da
Primeira
Revoluo
Industrial. Acolheu o lema que simbolizou a
Revoluo Francesa: Liberdade, Igualdade
e Fraternidade.
O Positivismo, no Brasil, foi adotado
por importantes vultos que, em nossa
Histria, tiveram ativa participao na
Proclamao da Repblica. Entre eles, cabe
destacar:
o Coronel (depois General e 1.
Ministro da Guerra da Repblica) Benjamim
Constant Botelho de Magalhes, o escritor
Euclides da Cunha, o Marechal Cndido
Mariano da Silva Rondon, Edgard Roquete
Pinto, o filsofo Miguel Lemos, o filsofo e
matemtico Raimundo Teixeira Mendes, e
inmeros outros. Na Bandeira Nacional,
criada para simbolizar a Repblica
Brasileira foi inserido o lema positivista
Ordem e Progresso.
Os fundamentos e propostas
apresentadas pelo Positivismo (negar
Cincia mtodos investigativos da causa dos
fenmenos naturais e sociais, emprestandolhes muito pouco carter de utilidade e
credibilidade
s
crenas
religiosas),
reduziram de forma sensvel, o nmero de
adeptos dessa doutrina.
O anarquismo
O anarquismo rejeita a autoridade em
todas suas formas e defende a completa
liberdade do indivduo e de grupos
associados fraternidade.
William Godwin (1756 1836)
nascido na Inglaterra, foi um dos
precursores moderno do pensamento
anarquista. Uma de suas principais obras,
Inqurito acerca da Justia Poltica, ataca
as instituies polticas da poca.
William Godwin
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20
21
As cincias
A Cincia moderna surgiu como
decorrncia do Renascimento e da
Revoluo Intelectual ocorrida na transio
da Idade Mdia para a Idade Moderna.
Trs livros assinalaram o incio da
publicao de obras cientficas:
da autoria de Nicolau Coprnico,
Revolues dos Copos Celestes;
da autoria de Andr Veslio,
Estrutura do Corpo Humano; e
da autoria de Girolamo Cardano, A
Grande Arte sobre as Regras da lgebra.
O apogeu das Cincias ocorreu no
sculo XVIII e, em parte, se deve obra
cientfica de Isaac Newton (1643 - 1727).
Cabe destacar, no campo do conhecimento
cientfico do sculo XVIII, o incio do
estudo sistemtico da Eletricidade, da
Qumica, da Medicina, das Cincias
Biolgicas e o despertar das Cincias
Sociais.
As artes
As Cincias e as Artes
Durante os sculos XVI, XVII e
XVIII, as Cincias e as Artes enfim, o
desenvolvimento intelectual no foi
23
Bill of Rights
Tomada da Bastilha
24
25
Revoluo Inglesa
Consideraes Iniciais
A partir do sculo XVI, a Europa foi
sacudida pela ecloso de movimentos de
carter econmico, poltico-social e
ideolgico, que tornavam evidentes as
tenses decorrentes da transio da
economia feudal para o mercantilismo, fase
inicial do Capitalismo.
Os primeiros sinais concretos desse
momento crtico da era moderna, surgiram
na Inglaterra, no sculo XVII. Motivada por
fatores de ordem poltica, econmica e
religiosa, foi o nico pas europeu em que a
luta contra o absolutismo consumou-se antes
da Revoluo Francesa.
Um perodo de transformaes
profundas, conhecido por Revoluo
Inglesa, marcou o enfraquecimento do poder
absoluto dos reis, cujas prerrogativas, em
sua maior parcela, tiveram que ser
transferidas ao Parlamento, dando origem ao
regime parlamentarista de governo, vigente
at os nossos dias.
Constituindo-se em um nico
processo revolucionrio, o movimento
ingls teve incio com a Revoluo Puritana
de 1640 e culminou com a Revoluo
Gloriosa de 1688.
Antecedentes Histricos
A Britnia era habitada pelos povos
celtas desde o sculo V a.C, at ser invadida
pelos romanos e anexada ao Imprio, em 43
d.C.
26
Egberto de Wessex
Resultantes da fuso dos povos
invasores, os anglo-saxes se estabeleceram
no centro-sul da ilha, na regio que
corresponde, hoje, Inglaterra, formando
diversos reinos independentes. Sobrepondose aos demais, Egberto de Wessex, tornou-se
o primeiro suserano sobre toda a Inglaterra.
A dominao normanda
Guilherme I e os seus sucessores
preferiram viver na Normandia e nos feudos
franceses, muito mais rendosos. Para
consolidar o seu poder na Inglaterra, os reis
normandos construram inmeras catedrais e
castelos e estabeleceram um mtodo eficaz
de cobrana.
Com objetivos fiscais, Guilherme I
determinou a elaborao do Domesday
Book, um levantamento da populao do
reino. Nesse perodo, apesar do interesse da
coroa na integrao da elite normanda com
os anglo-saxes, estes eram discriminados
na atribuio de ttulos e cargos
governativos.
As duas etnias mantiveram-se
separadas, inclusive pela lngua, j que os
normandos permaneceram fiis ao francs,
que se tornou uma lngua oficial da
Inglaterra.
Os celtas-bretes sobreviventes
refugiaram-se no oeste (Gales), ao norte
(Esccia) e na atual Bretanha Francesa.
Os invasores no demonstraram
qualquer interesse pela cultura local. Isso
pode ser constatado pelo fato de que quase
nenhum trao da lngua celta pode ser
percebido na lngua inglesa, que foi
27
A Dinastia Plantageneta
Em 1154, a dinastia normanda
chegou ao seu fim, com Henrique II,
primeiro
governante
da
dinastia
Plantageneta, assumindo o trono ingls.
Dentre
as
medidas
mais
significativas de Henrique II destacam-se a
promulgao do primeiro livro de leis e a
adoo do julgamento pelo tribunal do jri.
Seus filhos Ricardo Corao de Leo e Joo
Sem Terra, tornaram-se reis da Inglaterra.
Incio da Formao do
Estado Nacional Ingls
O Parlamento Origem
A Carta Magna
Vem dos brbaros que dominaram o
norte da Europa e dos germnicos invasores
do Imprio Romano, a tradio de se
estabelecer uma assemblia popular
representativa, visando a limitar o poder dos
governantes e a garantir a preservao e a
defesa das liberdades gerais.
Na Inglaterra, essa tradio foi
enfatizada
por
duas
peculiaridades
especficas: a instituio de uma assemblia,
composta de membros eleitos dentre os
Cavaleiros do Condado (Knights of the
Shire) e burgueses oriundos das cidades e a
existncia de um documento que garantia
direitos elementares e universais.
O documento em questo era uma
declarao, que foi arrancada ao rei Joo
(1199-1216), irmo e sucessor de Ricardo
Corao de Leo (1189-99), depois da
revolta dos bares em 1215.
Essa
declarao ficou conhecida como Carta
Magna (Magna Charta).
A Carta Magna impedia que o Rei
governasse sobre a propriedade pessoal e
sobre a liberdade de qualquer cidado,
exceto em caso de autorizao concedida
pelos demais cidados de sua classe. Uma
de suas disposies mais importantes,
vetava ao Rei exigir contribuies
financeiras dos sditos sem o seu
consentimento prvio. Essa permisso
resultaria de uma assemblia especial
convocada com esse objetivo.
28
29
das propriedades
territrio francs.
feudais
inglesas
em
Rosa Vermelha
dos Lancaster
Rosa Branca
Rosa Tudor
dos York criada no trmino
da guerra civil
Consolidao do Estado
Nacional na Inglaterra
Sob a gide dos Tudors, a Inglaterra
vivenciou
expressivo
crescimento
econmico.
A monarquia absolutista unificou o
pas, dominou a nobreza e, rebelou-se contra
a autoridade papal, criando o anglicanismo,
igreja nacional inglesa. Sob esse aspecto,
cabe lembrar que a importncia de que o
protestantismo desfrutou na Inglaterra, no
perodo compreendido entre os anos 1520 e
1530, deveu-se mais satisfao dos
interesses pessoais de Henrique VIII (15091547), que no incio de seu reinado era
catlico, do que fora das ideias que
motivaram a reforma religiosa.
Henrique VIII
Revoluo Inglesa:
A origem do movimento
Elizabeth I
Jaime I
31
Reinado de Carlos I
O reinado de Jaime I
Carlos I
32
Igreja.
Procedeu-se, tambm, a reorganizao da
hierarquia do clero e o estabelecimento de
um ritual solene para as cerimnias e demais
cultos
religiosos.
Isso
desagradou
profundamente os puritanos.
Novamente tentou-se impor o
anglicanismo aos ingleses, escoceses e
irlandeses, mas os puritanos e presbiterianos
reagiram, tornando-se alvos de novas
perseguies.
Com uma poltica externa de aliana
com a Espanha, de no envolvimento na
guerra dos Trinta Anos, ao lado dos
protestantes, de aproximao com o Papado
(sua esposa francesa era catlica),
escandalizou a Nao que passou a
consider-lo cada vez mais ligado ao Papa.
Por outro lado, sua poltica de
colonizao da Irlanda, ia de encontro aos
interesses da burguesia de Londres, porque o
Rei pretendia implantar naquela ilha um
regime autoritrio e feudal e organizar um
exrcito poderoso.
Reaberto em 1640, por fora da
necessidade, uma vez que Carlos I
encontrava-se sem dinheiro e sem poder
contar com tropas em que pudesse confiar, o
Parlamento imps condies para aprovar
recursos propostos pelo Rei. Nova ameaa
de dissoluo deu origem a uma guerra civil,
que durou sete anos.
O processo revolucionrio comeou
com a Revoluo Puritana de 1642 e
terminou com a Revoluo Gloriosa de
1688. As duas fazem parte de um mesmo
processo revolucionrio, da a denominao
de Revoluo Inglesa do sculo XVII.
A Revoluo Puritana
A revolta de parlamentares puritanos
e presbiterianos contra o absolutismo, foi o
estopim para a deflagrao do conflito.
Na
guerra
civil
deflagrada,
confrontavam-se dois partidos polticomilitares.
De um lado, os cavaleiros, que
permaneceram solidrios com o Rei Carlos
I, apoiados pelo clero, pela aristocracia do
norte e do oeste do Pas e pelos grupos
favorecidos pelos monoplios reais.
De outro, os Cabeas Redondas
(assim chamados por no usarem perucas)
que apoiavam o Parlamento, destacando-se a
burguesia mercantil e o empresariado rural,
na sua maioria puritanos e presbiterianos,
liderados por Oliver Cromwell.
Apesar dos reveses sofridos, os
revoltosos venceram as tropas da
monarquia. O rei Carlos I foi preso, julgado
e decapitado em 30 de janeiro de 1649, a
Cmara dos Lordes foi abolida e Cromwell
proclamou a Repblica, em 19 de maio
daquele mesmo ano.
Cromwell e a Repblica
Os primeiros anos de Repblica
foram conturbados. Cromwell invadiu a
Irlanda e reprimiu uma rebelio contra seu
governo e depois venceu o Exrcito Escocs
que invadira a Inglaterra. Unificou, ento, a
33
A Restaurao
Carlos II, filho de Carlos I, ao tornarse rei em 1660, deu incio Restaurao.
Carlos II
Cromwell
A Revoluo Gloriosa
A morte de Carlos II, em 1685, fez
subir ao trono seu irmo Jaime II.
O novo soberano buscou restaurar o
absolutismo e o catolicismo, punindo os
revoltosos (whigs), aos quais negava o
habeas-corpus, e indicando catlicos para
funes importantes.
Em 1688, aps o Rei ter batizado seu
filho recm-nascido como catlico, o
Parlamento convocou Maria Stuart, filha
mais velha de Jaime II e seu marido,
Guilherme de Orange, governador da
Holanda, para ocupar o trono. Foi um
movimento pacfico. Enquanto Guilherme
de Orange ocupava Londres com seu
exrcito, Jaime II refugiava-se na Frana.
Declarado o Trono vago, o Parlamento
proclamou Guilherme e Maria, Rei e Rainha
da Inglaterra.
Jaime II
35
Consequncias da
Revoluo Inglesa
A Revoluo Inglesa do sculo XVII
representou a primeira manifestao de crise
do sistema da poca moderna, identificado
com o Absolutismo.
Abolida a monarquia absolutista na
Inglaterra, aps a Revoluo Gloriosa,
instituiu-se em definitivo, naquele Pas, o
sistema parlamentarista de governo.
A partir de 1688, o poder poltico na
Inglaterra deixou de ser influenciado pelo
catolicismo, muito embora, a Igreja
Anglicana tenha guardado traos de
organizao e doutrinrios semelhantes aos
da Igreja Catlica.
Livre do controle imposto pela Igreja
Catlica, a nova sociedade inglesa se
afigurava como um ambiente cada vez mais
propcio difuso e fortalecimento dos
princpios liberais defendidos por filsofos
como John Locke (1632-1704) no sculo
XVII e, no sculo XVIII, por Adam Smith
(1723-1790).
A Revoluo Inglesa criou condies
favorveis Revoluo Industrial do sculo
XVIII, abrindo o caminho para o avano do
capitalismo.
Precursor da Revoluo Francesa, o
movimento ingls pode ser considerado a
primeira revoluo burguesa da histria da
Europa.
Leitura Complementar
A bandeira do Reino Unido, como a
conhecemos nos dias de hoje, foi formada
pela superposio de trs estandartes.
Inicialmente, o ingls representado por uma
bandeira branca contendo a cruz vermelha
de So Jorge, padroeiro do pas, e o escocs,
com a cruz branca de Santo Andr sobre
fundo azul, se mesclaram em um nico
estandarte, com a unio dos dois reinos, em
1606. Posteriormente, em 1801, a ele foi
anexada a cruz vermelha de So Patrcio,
correspondente Irlanda do Norte.
O quarto componente do Reino
Unido, o Pas de Gales, manteve a sua
prpria bandeira, com o drago vermelho
sobre fundo branco e verde.
Adaptado do Almanaque das Bandeiras, de Marcelo
Duarte, So Paulo: Editora Moderna Ltda, 2001.
36
A Revoluo Industrial
As bases da Revoluo
Industrial
Consideraes Iniciais
A Revoluo Agrcola
A Revoluo Industrial consistiu em
um conjunto de mudanas tecnolgicas que
resultaram em profundas transformaes no
processo produtivo da Europa do sculo
XVIII, tanto no campo econmico quanto no
social.
A Revoluo Industrial implicou na
utilizao da mquina a vapor e do carvo;
teve como consequncias o aumento da
produo, a expanso da atividade comercial
e a substituio da produo artesanal pela
produo fabril. O capitalismo comercial
tpico do mercantilismo foi substitudo pelo
capitalismo industrial.
Quando o capital procedia das
atividades comerciais, a maior parte do lucro
cabia aos comerciantes e lucrava mais quem
comercializava a mercadoria e no quem a
produzia.
Na fase do capitalismo industrial, o
capital passou a ser gerado pela
transformao de matrias primas em
produtos manufaturados. Os artesos
deixaram de ser os produtores e foram
absorvidos pelo trabalho assalariado,
administrado pelos detentores dos bens de
produo.
Estimuladas pelos bons ventos
soprados pela Revoluo Gloriosa, na
Inglaterra, ainda nos anos setecentos, essas
transformaes se concretizaram, na Europa,
por uma combinao de vrios fatores,
dentre os quais destacamos: uma atuante
classe de comerciantes, favorecida por um
bem sucedido comrcio ultramarino e um
aumento populacional que garantia mercado
e uma reserva de trabalhadores, para atender
demanda das fbricas em crescente
desenvolvimento, apesar das pssimas
condies de trabalho.
O Desenvolvimento Tecnolgico na
Idade Mdia
A palavra energia deriva do grego
ergos, que significa trabalho. Na histria da
Humanidade,
o
desenvolvimento
tecnolgico sempre dependeu da energia,
considerada como a capacidade de realizar
trabalho, visando a gerar movimento,
fundamental, desde a Antiguidade, vida
das sociedades humanas, que, avanando a
cada sculo, desenvolveram processos de
transformao, transporte e armazenamento
de energia. No entanto, por muitos sculos,
a energia para o trabalho proveio da fora
fsica dos escravos normalmente, os
37
Adam Smith
O Pioneirismo da Inglaterra
As bases da Revoluo Industrial
foram lanadas na Inglaterra do sculo
XVIII, uma vez que sua economia havia
crescido mais do que a de qualquer outro
pas da Europa, no perodo e era rico em
carvo mineral e ferro, matrias-primas
38
A evoluo tecnolgica
Para que as fbricas pudessem
desenvolver seu trabalho de produo em
larga escala, tornou-se indispensvel o
emprego de crescente uso de mquinas. No
final do sculo XVII (1698), o ingls
Thomas Newcomen consegue escoar gua
de uma mina de carvo, valendo-se de um
motor a vapor.
Primeiro setor a progredir com o
desenvolvimento tecnolgico, a indstria
txtil inglesa teve um impulso notvel
quando, em 1765, a mquina a vapor
deThomas Newcomen, foi aperfeioada pelo
escocs James Watt, passando a transformar
energia trmica em trabalho mecnico.
Somando-se a isso, a inveno de
mquinas de fiar e teares, tornou possvel
melhorar a produtividade no processamento
do algodo.
39
Locomotiva a vapor
A Industrializao na Europa
Oficina de laminao
A Expanso Industrial
pelo Mundo
Aps 1830, a produo industrial se
descentralizou da Inglaterra e se expandiu
pelo mundo.
A
unificao
da
Alemanha
decorrente da vitria da Prssia sobre a
Frana na Guerra Franco-Prussiana, em
1870, provocou, naquele pas, um surto de
desenvolvimento industrial, particularmente
no que se refere a produo de ferro
fundido. Tambm, em 1870, a unificao
poltica da Itlia, efetivada nos mesmos
moldes da ocorrida na Alemanha, favoreceu
a industrializao no norte do Pas.
Na Rssia, a industrializao se deu,
somente, no final do sculo XIX.
Embora j estivessem utilizando
mquinas a vapor desde o final do sculo
XVIII, os Estados Unidos a Amrica s viria
a ser reconhecido como pas industrializado,
aps a Guerra da Secesso (1861-1865),
com ntida distino entre os estados do
Norte e os do Sul. Por serem escravistas e
A Segunda Revoluo
Industrial
A partir de 1870, o mundo passou a
vivenciar um perodo que ficou conhecido
como Segunda Revoluo Industrial.
Caracterizada por uma srie de progressos
na produo industrial, em que novos
inventos possibilitaram o aperfeioamento
das tecnologias empregadas inicialmente.
Esse perodo marca a ascenso da
Alemanha e dos Estados Unidos ao patamar
das potncias industriais. Nos pases
industrializados, a populao urbana
tornara-se, a cada dia, maior do que a rural,
valorizando a importncia das cidades.
No setor txtil, os teares foram
aperfeioados. O crescente emprego das
estradas de ferro e dos navios a vapor, no
provimento de transporte rpido, fizeram do
ao uma matria-prima de elevado valor na
atividade industrial. Por essa razo, foram
sendo desenvolvidas, progressivamente,
tcnicas que permitiram a produo de ao
de excelente qualidade, a custos cada vez
mais baixos.
Ainda sobre a metalurgia, j no
sculo XX, a indstria blica obteve ganho
significativo, com a descoberta acidental de
cientistas da siderrgica alem Krupp, a
respeito da fabricao de ao inoxidvel.
41
A Classe Operria
Na Baixa Idade Mdia, no incio da
atividade comercial urbana, o artesanato
representava a nica forma de produo
industrial praticada. O arteso era
proprietrio da oficina e das ferramentas.
Em alguns casos, os artesos se
organizavam em grupos e dividiam etapas
do trabalho. Normalmente, entretanto, um
mesmo arteso desenvolvia todas as etapas
do processo produtivo, desde a obteno da
matria-prima at comercializao do
produto acabado. Essas atividades eram
42
O Movimento Operrio
O quadro inicial de dissociao entre
dois
grupos,
cujas
relaes
se
caracterizavam
por
comando
e
subordinao, rapidamente evoluiu para
antagonismo, motivando o surgimento de
novas ideias, inspiradoras de doutrinas
sociais e econmicas que priorizavam a
valorizao do trabalho e do indivduo, em
confronto com a realidade capitalista.
No eram idias novas, pois os
pensadores do Iluminismo e os principais
enciclopedistas delas j tratavam desde antes
da Revoluo Francesa. Assim surgira o
Socialismo, propondo uma sociedade
igualitria, em que todos deveriam ter os
mesmos direitos sobre a riqueza. O
socialismo construa-se como fonte de
inspirao da classe operria, na organizao
de um movimento para a defesa de seus
interesses e satisfao de suas reivindicaes
profissionais.
Sua essncia traduz uma reao
contra o individualismo, preconiza a
subordinao do indivduo ao interesse e s
necessidades do grupo social. Tem como
tnica a crtica do liberalismo individualista,
que permite ao detentor da propriedade
privada dos meios de produo, exercer
domnio sobre os trabalhadores.
Orientado por lideranas intelectuais
socialistas, operariado era despertado para o
conflito
social,
manifestando
sua
insatisfao de diferentes formas.
As Trade Unions
Com o passar do tempo, na
Inglaterra, os trabalhadores foram se
conscientizando de que, na verdade, sem
uma legislao que lhes desse amparo na
reivindicao de suas necessidades, na luta
pela igualdade jurdica, suas necessidades
teriam que ser satisfeitas por tentativas
violentas. .
A organizao em associaes
sindicais foi a soluo. Denominadas Trade
Unions, s obtiveram o reconhecimento de
pleno direito em 1875, com a aprovao da
chamada Lei do Patro e do Operrio.
Mas no foi to pacfica sua insero
na vida jurdica da Inglaterra. Apesar da Lei
de 1875, os sindicatos tiveram que se
engajar em algumas disputas, na conquista
da plenitude dos direitos. Para tanto,
organizaram-se politicamente, mas s nos
anos 90 do sculo XIX, foi fundado um
Partido Trabalhista, que conseguiria eleger
candidatos, nas eleies de 1906.
43
A Revoluo Francesa
Antecedentes Histricos
Consideraes Iniciais
A Glia
44
Os Francos
O Idioma Francs
45
O Renascimento Carolngio
Carlos Magno, filho de Pepino, o
Breve, destacou-se como um grande lder da
cristandade ocidental e pelo valor cultural
inestimvel de sua obra, o renascimento
carolngio, como ficou registrado na
Histria.
Batismo de Clvis
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46
Feudalismo na
Europa Ocidental
Origens
A lealdade ao monarca reinante e a
concesso de terras era uma combinao
comum na Glia merovngia, em face do
hbito dos governantes distriburem
propriedades aos sditos leais. Mas foi no
decorrer do sculo VIII, sob a dinastia
carolngia, que a vassalagem (homenagem
pessoal) e o benefcio (concesso de terras),
foram se fundindo. Associadas ideia de
honra, a partir do sculo IX, as doaes
tornaram-se arrendamentos condicionados
prestao de servios juramentados.
Beneficiados diretamente por Carlos
Magno, uma classe de vassi dominici,
vassalos do Imperador, era constituda por
proprietrios de terra local, que forneciam o
ncleo do exrcito carolngio. O sistema
apresentava variaes, como a dos vassalos
beneficirios de prncipes, que por sua vez
prestavam vassalagem ao soberano.
47
A Instituio do Feudalismo
As
imunidades
legais
que,
inicialmente, eram privilgios exclusivos da
Igreja, passaram a ser concedidas aos
guerreiros servidores do trono. Os vassalos
possuidores de imunidades ficavam
protegidos contra a interveno da corte
sobre sua propriedade. Surgia da a
instituio do feudo, como uma terra
delegada, investida de poderes jurdicos e
polticos, em troca da prestao de servio
militar.
Por ocasio da morte de Carlos
Magno, as bases do sistema feudal j haviam
sido lanadas e a unidade do imprio no
demorou a ruir, merc dos conflitos
sucessrios e da regionalizao da
aristocracia, que outrora dera sustentao
estrutura poltica centralizada do reino dos
francos.
No final do sculo IX, os senhores
rurais da Europa ocidental e da Frana, em
particular, no dispunham de uma fora
armada permanente e contavam apenas com
uma lenta capacidade de mobilizao. Erigir
castelos e fortificaes foi a nica
alternativa que lhes restou no intuito de
resistir a uma nova onda de ataques de
brbaros e consolidar o seu poder local.
Cidade Medieval
Sistema Feudal
A Formao da Monarquia
Absolutista Francesa
A Centralizao do Estado
Depois da partilha do imprio de
Carlos Magno, em 843, a dinastia carolngia
permaneceu no trono por pouco mais de um
sculo. A autoridade real, contudo, ao final
do sculo X, era simblica. Reduzira-se na
medida em que se fortalecera o poder dos
senhores regionais.
Com a morte do ltimo rei
carolngio, no havendo descendentes, Hugo
Capeto, importante senhor feudal, foi eleito
rei. Na eleio do sistema feudal, a vitria
recaa sobre o Senhor de maior prestgio. A
dinastia
capetngia
conseguiu,
aps
sucessivas
eleies,
estabelecer
a
hereditariedade da coroa, mas somente no
sculo XII, o processo de centralizao do
Estado foi iniciado pelo rei Filipe II.
Valendo-se da cobrana de impostos
conseguiu organizar um poderoso exrcito.
A vitria contra os ingleses, pelo controle do
norte da Frana, possibilitou a ampliao da
autoridade real diante dos senhores feudais.
Foram sendo criadas, progressivamente, instituies jurdicas sob o
controle de leis nacionais e a economia
comercial foi beneficiada com a instituio
de uma nica moeda nacional.
48
O Absolutismo Monrquico
A
supremacia
da
autoridade
monrquica francesa, ao longo do sculo
XIV, ainda sentiu-se ameaada em face de
disputas fiscais e territoriais com a
Inglaterra, que resultaram na Guerra dos
Cem Anos (1337-1453). Ao final do
conflito, contudo, as vitrias sobre os
ingleses fortaleceram politicamente Carlos
VII, que foi coroado rei da Frana.
O Estado Absolutista francs
consolidou-se no reinado de Lus XIII
(1610-1643). O cardeal Richelieu, nas
funes de Primeiro Ministro, empenhou-se
em reduzir a autonomia dos nobres e tornar
ilimitada a autoridade do rei. No campo
econmico, visando fazer da Frana a maior
potncia europia, incrementou as prticas
mercantilistas.
Lus XIV
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O Movimento Revolucionrio
Causas da Revoluo
Cardeal Richelieu
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49
As disparidades sociais
Voltaire
Rousseau
50
Leitura Complementar
A revoluo cujo objetivo real era
abolir, por toda parte, as instituies da
Idade Mdia, no explodiu nos pases onde
estas instituies, melhor conservadas,
faziam sentir ao povo com mais fora seu
rigor e sua opresso. Ao contrrio, naqueles
onde menos se fazia sentir, seu jugo pareceu
mais insuportvel.
No final do sculo XVIII, a servido
ainda no tinha sido completamente abolida
em quase nenhuma parte da Alemanha e o
povo continuava positivamente preso
gleba como na Idade Mdia. Quase todos os
soldados compondo os exrcitos de
Frederico II e de Maria Teresa, eram
verdadeiros servos.
Havia muito tempo que nada
semelhante existia na Frana. O campons ia
e vinha onde queria, comprava, vendia,
negociava como queria. Vestgios de
servido no existiam mais na Normandia
desde o sculo XIII.
Na Frana houve ainda uma outra
revoluo, esta referente condio do
povo: o campons no tinha to somente
deixado de ser servo: tornou-se proprietrio
rural, escapara por completo ao governo do
seu senhor.
Se o campons no tivesse a posse
da terra, teria ficado insensvel a diversos
encargos que o sistema feudal impunha
propriedade rural.
Da a razo dos direitos feudais
terem se tornado mais odiosos ao povo da
Frana que o de qualquer outro lugar.
Adaptado do livro O Antigo Regime e a Revoluo,
de Alxis de Tocqueville, So Paulo: Editora
HUCITEC, 1989.
A Revoluo Burguesa
A Assemblia dos Estados Gerais
Lus XVI
51
A Tomada da Bastilha
52
Bandeira da Frana
A Monarquia Constitucional
Em 03 de setembro de 1791, a
Assemblia Nacional votou a primeira
Constituio do Estado, assumindo a
condio de Assemblia Legislativa.
Institua-se,
assim,
a
Monarquia
Constitucional, em que o rei deixava de ser
o senhor do Estado, para ser o seu primeiro
servidor, devendo submeter-se Nao e s
leis.
Apesar da limitao do poder real
diante dos poderes Legislativo e Judicirio,
a pessoa do rei continuava sendo
considerada inviolvel, sagrada e com
direito a veto sobre as deliberaes da
Assemblia.
53
A Proclamao da Repblica
A Constituio de 1791 garantia a
liberdade comercial, o direito propriedade
privada mas, tambm, dividiu a sociedade
por nvel de renda. Os cidados ativos, eram
os eleitores mais abonados, que podiam
votar e ser votados; os passivos, eram como
a maioria da populao, pobres e sem direito
a voto.
Os pobres, portanto, no tinham
muito o que comemorar, porque haviam sido
mantidos margem do processo eleitoral e
sujeitos s agruras da fome. Demonstraram
sua insatisfao por meio de motins e
revoltas de toda ordem, tornando-se, com a
represso governamental, vtimas de
verdadeiros massacres.
Aps uma mal sucedida tentativa de
fuga da famlia real, em 1791, ustria e
Prssia, lanaram a Declarao de Pillnitz,
manifestando apoio restaurao da
monarquia
francesa.
A
Assemblia
considerou esta ao como uma intromisso
direta nos assuntos internos da Frana e
declarou guerra aos dois pases, em abril de
1792.
Diante da invaso do territrio
francs, em agosto de 1792, pelas foras
estrangeiras, o povo foi chamado a defender
a revoluo. Os inimigos internos foram
responsabilizados pela situao e, entre 2 e 6
de setembro, suspeitos de atividades contrarevolucionrias
foram
violentamente
massacrados, num episdio que ficou
conhecido como o Massacre de Setembro.
Verdun, ltima defesa de Paris, foi
sitiada pelos prussianos. Sob o comando de
Danton, Robespierre e Marat, o povo em
armas passou a integrar a Comuna
Insurrecional de Paris, a fim de opor-se ao
invasor, ao mesmo tempo em que uma
A Primeira Repblica
A Repblica recm criada, passou a
ser conduzida pela Conveno, cuja
organizao foi realizada por intermdio do
voto, com partidrios de correntes distintas.
Essas correntes ficaram assim representadas:
Girondinos Pertenciam burguesia
comercial e manufatureira. Defendiam o
sistema republicano apoiado no liberalismo
e na propriedade privada. Seus membros
sentavam-se direita do presidente da mesa
da Assemblia e, por isso mesmo, foram
considerados do partido da direita.
54
Jacobinos ou Montanheses
Republicanos favorveis ao sufrgio
universal, eram representantes da pequena
burguesia, dos profissionais liberais e das
camadas populares. Ocupavam as posies
do alto e esquerda do presidente. Eram do
Partido da Esquerda. Os Cordeliers, apesar
de terem os mesmos objetivos dos
Jacobinos, eram mais moderados e optavam
por uma repblica centralizada;
Montanheses,
como
eram
tambm
chamados, compunham a esquerda radical,
representada pela pequena burguesia
apoiada pelos sans-culottes, as massas
populares de Paris.
Os da Plancie ou do Pntano
Corrente integrada pelas alta e mdia
burguesia. Seus membros no tinham
corrente poltica definida e votavam
conforme a ocasio.
Ocupavam as posies centrais na
Assemblia.
A Conveno
A Conveno, dirigida inicialmente
pelos Girondinos, revelou-se politicamente
contraditria, porque ao mesmo tempo em
que combatia o absolutismo, mostrava-se
conservadora ao procurar acordos com a
nobreza, ao ser benevolente com o rei e ao
posicionar-se contra os revolucionrios mais
radicais.
A descoberta de documentos
comprometedores, contra o rei, estimulou os
Jacobinos a exigir a execuo de Lus XVI,
que foi consumada, na guilhotina, em
janeiro de 1793. Os Jacobinos ou
O Terror
Durante esse perodo, que durou
cerca de um ano, entre 1793 e 1794, o
governo revolucionrio controlado pelos
Jacobinos, suspendeu as garantias civis e,
valendo-se do Comit de Salvao Pblica,
perseguiu e assassinou seus adversrios. A
Conveno tratou, tambm, de reorganizar a
estrutura administrativa do Estado e
substituir o culto a Deus pelo culto Razo
55
O Diretrio
Em 1795, a Conveno elaborou
uma nova Constituio que estabelecia que o
Poder Executivo seria exercido por um
Diretrio, composto de cinco membros, o
poder Legislativo funcionaria com um
Conselho dos Quinhentos, encarregado da
elaborao das leis e, com um Conselho dos
Ancios, com autoridade para vetar ou
aprovar tais leis. Alm disso, determinava a
substituio do sufrgio universal pelo voto
censitrio, fazendo com que parcela
significativa da populao continuasse
marginalizada.
No
governo
do
Diretrio,
sobressaam os homens de negcios,
financistas,
camponeses
proprietrios,
fornecedores do Exrcito. Esse grupo de
pessoas que, de alguma forma, haviam se
beneficiado com a Revoluo, revelou-se
corrupto e financeiramente incompetente.
A crise econmica e a anulao de
medidas sociais favorveis ao povo, que
haviam sido adotadas pelos Jacobinos,
suscitou a ecloso de revoltas e
conspiraes, originadas tanto direita
(monarquistas ou realistas) quanto
esquerda (Jacobinos).
Uma vez que os desejos da
populao e da burguesia eram divergentes,
os sans-culottes, liderados por Graco
Babeuf, tentaram organizar, em 1796, a
Conjurao dos Iguais. Seus seguidores
defendiam a igualdade de direitos e
melhores condies de vida para o povo.
Para eles, a igualdade s seria alcanada por
meio da abolio da propriedade privada. A
insurreio foi desarticulada e seus lderes
foram condenados guilhotina.
Visando
conter
manifestaes
internas de oposio ao governo, bem como
enfrentar o inimigo externo, materializado,
particularmente em 1799, pela Segunda
Coligao, unindo Inglaterra, ustria e
Rssia, a fora armada foi amplamente
empregada. Nesse segmento destacou-se a
figura de Napoleo Bonaparte, que
acumulou vitrias ao liderar o Exrcito
A Era Napolenica
No consulado, de acordo com a
Constituio posta em vigor a contar de
janeiro de 1800, o Poder Executivo deveria
ser exercido por trs cnsules. Na prtica,
contudo, quem detinha o poder era o prprio
Napoleo, que fora eleito primeiro-cnsul da
Repblica.
Revelando-se
um
grande
administrador,
Napoleo
tratou
de
reorganizar as finanas do Estado e
restabelecer as relaes com os pases
vizinhos, tanto pela diplomacia quanto pela
fora das armas. Conseguiu, com isso,
atravs de um plebiscito, tornar-se Cnsul
vitalcio, com o direito de designar seu
sucessor.
Napoleo Bonaparte
57
industria,
desenvolveu o sistema educacional e
fortaleceu a economia do pas.
Apesar de no ser a religio oficial,
aps entendimentos com a Igreja, o
Catolicismo voltou a ser aceito na Frana,
tendo na pessoa do Papa, o lder espiritual
dos sacerdotes e devotos.
Tratado de Fontainebleau
O Imprio
Ainda em 1804, por intermdio de
um plebiscito, valendo-se do prestgio de
que desfrutava junto populao, Napoleo
foi coroado Imperador dos Franceses.
Waterloo
O Congresso de Viena
Coroao de Napoleo
58
Congresso de Viena
Consequncias da
Revoluo Francesa
- A Revoluo Francesa semeou uma
nova ideologia na Europa. Foi a primeira
revoluo social da Histria a sedimentar a
ideia de democracia e reformular o conceito
de cidadania, forjando um novo modelo de
governo e de sociedade. Seus princpios
ultrapassaram os limites do territrio
francs, inspirando a ecloso de outros
movimentos, inclusive os que resultaram na
emancipao das colnias ibricas no
continente americano;
O feudalismo e o Estado absolutista
tornaram-se coisas do passado. A autoridade
ilimitada dos monarcas, os privilgios da
nobreza e do clero, bem como as
corporaes deixaram de existir.
A extino da propriedade feudal e
do sistema corporativo abriram espao para
o progresso dos pequenos e mdios
produtores, possibilitando o surgimento de
novas classes sociais, a polarizao entre
capital e trabalho assalariado, criando
condies para o progresso do Capitalismo
na economia mundial;
Camponeses e mulheres passaram a
desfrutar de igualdade perante a lei; o
divrcio definitivo entre a Igreja e o Estado
tornou-se uma realidade;
Com a derrota napolenica, o
Congresso de Viena reorganizou o mapa
59
A Independncia dos
estados Unidos da
Amrica
Consideraes Iniciais
O espao fsico correspondente ao
territrio dos Estados Unidos da Amrica na
atualidade foi, durante milhares de anos,
habitado por tribos nativas.
Essas tribos pertenciam a uma
grande variedade de grupos culturais que,
segundo alguns estudiosos, teriam ali
chegado provenientes da sia, valendo-se de
uma ponte glacial no Estreito de Behring,
situado entre a Rssia e o atual estado do
Alasca.
As estimativas sobre o contingente
populacional da regio, nos anos que
precederam chegada dos europeus, variam
de um a mais de quinze milhes de nativos.
A descoberta das Amricas foi
bastante estimulante ao esprito mercantilista
que agitava a Europa do sculo XV. Era um
novo mundo se abria para novas
oportunidades de poder, riqueza e aventuras.
Alm do mais, a travessia do Oceano
Atlntico se constitua em excelente rota de
fuga para perseguidos pelo absolutismo
europeu.
At tornar-se um Estado soberano, o
territrio colonial ingls na Amrica do
Norte foi constitudo por treze colnias que
foram usadas e controladas, pela metrpole,
para a explorao de recursos minerais e
agrcolas no disponveis na Europa.
Alm disso, merc de sua poltica
mercantilista regulada pelas Leis do
Comrcio e Navegao, a Inglaterra
conseguia obter lucros expressivos com a
cobrana de impostos e taxas sobre o
transporte e a comercializao das
mercadorias produzidas pelos colonos.
Antecedentes Histricos
A Colonizao
Os ingleses iniciaram o seu
deslocamento em direo Amrica do
Norte, no final do sculo XVI, poca da
expanso martima, mas as primeiras
tentativas de colonizao do continente
norte-americano falharam.
A rainha Elizabeth I (1558-1603),
que adotara uma poltica econmica
essencialmente mercantilista, empenhou-se
em expandir a atividade comercial
privilegiando as Companhias de Comrcio.
Prestigiada pelo xito conquistado contra
Felipe II, da Espanha, por mais de uma vez,
tentou organizar colnias em terras
americanas.
O sucesso veio com Sir Walter
Raleigh, que realizou duas expedies ao
litoral norte-americano, entre 1585 e 1589.
Em homenagem rainha Elizabeth, a
Virgem, fundou a Virgnia, que foi
abandonada pouco tempo depois.
Colnias de Explorao
As colnias ditas de explorao,
estavam voltadas para o enriquecimento da
metrpole, que usava a produo local para
alimentar o mercado internacional.
Com base na grande propriedade
rural e na lavoura extensiva, esse modelo de
organizao social empregava a mo-deobra escrava na produo agrcola de
exportao. As colnias do sul dependiam
essencialmente de suas relaes econmicas
com a metrpole, para onde exportavam
seus produtos tropicais, como algodo e
tabaco
e,
de
quem
compravam,
obrigatoriamente, manufaturados e outros
produtos.
O primeiro assentamento ingls
permanente na Amrica, foi Jamestown, um
entreposto comercial, fundado em1607, em
terras cedidas Companhia de Londres, na
antiga regio da Virgnia, que viria a tornarse importante ncleo urbano de explorao.
Colnia da Virgnia
Colnias de Povoamento
A colonizao do norte foi iniciada
por um grupo de refugiados puritanos,
ingleses na sua maioria. Em 1620,
fundearam na Baa de Plymouth, a bordo do
navio Mayflower, e se estabeleceram em
uma regio que ficou conhecida como Nova
Inglaterra.
Desembarcaram na Amrica do
Norte em busca de um bom lugar para se
estabelecer e viver com suas famlias, livres
da perseguio poltico-religiosa que
tiveram que enfrentar na Europa.
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As Relaes
Colnia Metrpole
A Guerra dos Sete Anos e
seus efeitos
A Guerra dos Sete anos foi um
conflito que envolveu diversas monarquias
europias na luta pelo controle de territrios
destinados explorao colonial.
Uma das frentes dessa guerra diz
respeito disputa entre a Inglaterra e a
Frana com o apoio da ustria, pelo
controle comercial e martimo das colnias
das ndias e da Amrica do Norte.
Envolveu,tambm, a disputa por territrios
situados na frica, sia e Amrica do
Norte. Por sua abrangncia, foi o primeiro
conflito a apresentar dimenses mundiais.
Durante o sculo XVII, era comum
as restries impostas pela metrpole serem
burladas. Os colonos realizavam livremente
o comrcio, no s na costa leste americana,
quanto no exterior. Essa liberdade foi a
grande responsvel pelo fortalecimento de
um esprito autnomo e pela consolidao
das formas diferenciadas de explorao do
territrio norte-americano.
Os problemas tiveram incio com a
vitria dos ingleses e suas colnias norteamericanas contra a Frana e seus aliados
algonquinos (nativos que habitavam o
nordeste da Amrica do Norte), na Guerra
dos sete Anos (1756 - 1763).
Ao final da guerra, os domnios
ingleses na Amrica tornaram-se muito
maiores.
Ao assumir o Canad, cedido
pela Frana, a Inglaterra viu-se diante do
problema de ter que controlar, alm das
colnias pr-existentes, grandes plancies
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A Lei do Selo
Em 1765, foi criada a Lei do Selo,
que taxava todos os documentos jurdicos.
Essa medida foi revogada, no ano seguinte,
aps intensos protestos.
A Lei do Ch
Em 1773, com a finalidade de
impedir o contrabando e comercializao de
ch holands, responsvel pela reduo a
quase dois teros das vendas do produto pela
Companhia Inglesa das ndias Orientais, o
ministro Townshend conseguiu a aprovao
para a Lei do Ch. Por intermdio dessa lei,
o governo britnico concedeu, quela
companhia de comrcio, o monoplio da
distribuio de ch para as colnias.
As Companhias das ndias Orientais
foram trs organizaes distintas, de origens
francesa, holandesa e inglesa com objetivos
comerciais no sudeste da sia.
A Reao Colonial
Sentindo-se prejudicados pela Lei do
Ch, um grupo de colonos reagiu com
violncia. Na noite de 16 de dezembro de
1773, vestidos como ndios, lanaram ao
mar todo o carregamento de ch de trs
navios da companhia que estavam ancorados
em Boston. O episdio ficou conhecido
como Festa do Ch em Boston.
Inconformados com tais desmandos
e inspirados no pensamento de John Locke e
A Represlia Britnica
A Festa do Ch foi considerada um
caso de traio, por tratar-se de ato de guerra
contra patrimnio da Coroa.
Em represlia, o Parlamento
Britnico com o apoio de Jorge III, no ano
seguinte
(1774),
aprovou
medidas
coercitivas contra Massachussetts, que os
colonos consideraram Atos Intolerveis.
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O Processo de Independncia
O Primeiro Congresso Continental
O Primeiro Congresso Continental,
realizado em setembro de 1774, na
Filadelfia, contou com 56 membros,
representantes de todas as colnias, exceto a
Georgia. Este congresso no tinha, ainda,
carter
separatista.
Seus
membros
consideravam todos os atos do Parlamento
relativos s colnias, desde 1773,
Com
acentuadas
caractersticas
iluministas, a Constituio americana
garantia o direito propriedade privada,
defendia os direitos individuais do cidado,
mas no acabava com a escravido, que s
foi abolida, nos Estados Unidos, em 1863.
Somente em 1870, foi aprovada a Emenda
XIV da Constituio norte-americana, com a
seguinte disposio:
1. Todas as pessoas nascidas e
naturalizadas nos Estados Unidos, e sujeitas
a sua jurisdio, so cidados dos Estados
Unidos e dos estados em que residem.
Nenhum Estado poder fazer ou criar
qualquer lei que crie privilgios e
imunidades para cidados dos Estados
Unidos; nenhum estado poder privar
qualquer pessoa da vida, liberdade e
propriedade sem o devido processo legal;
nem negar para quaisquer pessoas em sua
jurisdio a igual proteo das leis.
Consequncias da Revoluo
Americana
A Revoluo Americana marcou o
incio de uma srie de revoltas coloniais.
Pela primeira vez na histria da expanso
europia, uma colnia conquistava sua
independncia por intermdio de um
movimento revolucionrio.
Proclamao da Constituio 1791
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A criao de uma
federao de estados
A Revoluo Americana tornou
possvel a criao de uma federao de
estados dotados de uma grande autonomia,
mas regidos por uma nica constituio que
estabelecia os direitos individuais dos
cidados, definia os limites dos poderes dos
diversos estados e do governo federal, e
estabelecia um sistema de equilbrio entre os
poderes Executivo, Legislativo e Judicirio,
de modo a impedir a supremacia de qualquer
deles, alm de outras disposies
inovadoras.
O novo Estado era uma democracia
por princpio, explicitado nas palavras
iniciais da Constituio: Ns, o Povo.
Essa democracia foi acompanhada por um
grau inigualvel de liberdade poltica e
prtica, que viria a ser exaltado na obra do
filsofo francs Alexis de Tocqueville, A
Democracia na Amrica.
A tolerncia religiosa
Com
a
tolerncia
religiosa
consignada na Constituio, a repblica
americana foi o primeiro pas a no ter uma
Igreja estabelecida pelo Governo.
A guerra fez com que os governos
britnicos olhassem os territrios coloniais
sob um novo enfoque, levando-os a passar
grande parte do sculo XIX, empenhando-se
em proporcionar s colnias o mximo de
liberdade possvel, de modo a no onerar os
cofres ingleses e se manterem livres da
ameaa de uma repetio da guerra
americana.
Os americanos, por sua vez,
apressaram-se em consolidar a nova
repblica e expandir o seu territrio.
Inspirado
nos
pensamentos
iluministas, o sucesso norte-americano teve
influncia significativa na Revoluo
Francesa (1789) e nas que vieram a eclodir
posteriormente, tanto na Europa quanto na
Amrica do Sul.
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