Coaching para pais - volume 2: estratégias e ferramentas para promover a harmonia familiar
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Sobre este e-book
Em Coaching para pais - volume 2, especialistas no assuntos discutem alguns tópicos importantes como a inteligência emocional, as relações entre as crianças, como se posicionar e falar sobre os sentimentos; a interação com a natureza como forma de exploração de novos ambientes, superação de desafios, desenvolvimento da resiliência e autossuficiência.
Além disso, alguns artigos são focados nos pais, uma vez que eles são uma forma de espelho para os filhos. Muitas vezes, é possível entender o comportamento das crianças quando uma autoanálise é feita, pois a razão de determinado posicionamento pode ser uma representação do que é visto pelos pequenos.
Outro diferencial da obra é que os autores trazem exercícios e atividades lúdicas práticas que podem ser feitas com as crianças. Essa é uma das melhores formas de começar a educar e estimular assuntos como os sentimentos e situações de crise, o que, para eles, pode ser a briga com um colega por causa de um brinquedo.
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Coaching para pais - volume 2 - Lorraine Thomas
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Apresentação
Educar os filhos é uma tarefa árdua, mas muito compensadora. É importante lembrar que a educação é tema sempre em evolução e requer constante atualização por parte dos pais e daqueles que estudam o tema. Nesta obra, reunimos profissionais capacitados para falar sobre o assunto de forma profissional, mas também amorosa, afinal, estamos tratando da educação de filhos e qualidade do vínculo familiar.
Aproveito o espaço para a agradecer a parceria com a incrível Iara Mastine, que novamente encarou o desafio de coordenar uma obra de tanta importância social. No segundo volume do livro Coaching para pais, trazemos novos olhares e perspectivas para os pais que buscam aprimorar e saber novas formas de educar e se conectar com seus filhos. Cabe lembrar que a educação não precisa ser um processo rígido e traumático para a criança, mas um momento de autodescobrimento sobre os próprios sentimentos e como se portar em relação às outras pessoas, aprendendo sobre respeito e limites.
A educação emocional, por exemplo, se mostra cada vez mais necessária para o relacionamento interpessoal, seja no trabalho, com a família ou amigos. Essa habilidade pode ser estimulada e trabalhada desde quando a criança é pequena. Para que o processo educacional seja prazeroso a ambos os lados, os autores trazem atividades lúdicas, jogos, que transformam o momento de forma divertida e natural. É um livro prático e, ao mesmo tempo, repleto de reflexões.
É um prazer fazer parte de um projeto tão especial e que pode ajudar tantos lares a educar os cidadãos do futuro. Aproveitem a leitura!
Com carinho,
Mauricio Sita
O estresse que nos protege e, ao mesmo tempo, nos abala nas situações mais desafiadoras
Por Iara Mastine
Sentir-se mais estressada depois de se tornar mãe ou pai é natural.
(Lorraine Thomas)
O estresse é algo natural e existe para nos proteger. É só pensarmos na situação de dirigir em uma estrada com sono. Quando bate aquele cansaço, começamos a piscar
- até podemos dizer que o farol está baixo
em referência à expressão de nossos olhos.
Realmente fica difícil prestar atenção quando o corpo pede descanso, e pode acontecer do carro avançar pelo acostamento. Pronto, esse tranquinho
já é suficiente para deixar nossos corações acelerados, pupilas dilatadas, pressão arterial aumentada, pelos arrepiados... E, dependendo do organismo da pessoa, outras reações nada agradáveis.
Tudo isso nos coloca em estado de alerta. Nosso corpo está assim para nos proteger, nos deixar conscientes e com maior atenção para a situação de perigo. O grande problema é entrar nessa situação diversas vezes ao dia e demorar para voltar ao estado original de tranquilidade.
Resolvi trazer essa reflexão para este livro porque, de acordo com uma pesquisa realizada pela The Parent Coaching Academy:
• Nove entre dez mães dizem sentir alto nível de estresse.
• Nove em cada dez mães afirmam que seu estresse tem um impacto negativo em seus filhos.
• E oito delas relatam não conseguir lidar tão bem com o estresse após formarem uma família.
Até certo ponto, seu nível de estresse pode ser natural. Afinal, ter filhos aumenta (e muito) a responsabilidade dos pais. Nessa situação nem você, nem seu companheiro(a) são mais responsáveis apenas por cada um de vocês.
Ambos possuem um filho que dependerão sempre de vocês, e aqui não falo somente da parte financeira, mas sim da educação, dos valores que levarão para a vida, do exemplo que estão seguindo por meio das atitudes e comportamentos que observam e vivenciam. Essa responsabilidade pode gerar uma expectativa muito alta, a de querer fazer tudo certo
.
Esse tudo certo
coloca qualquer ser humano em estado de alerta diário. Acabamos passando por provas e julgamentos, que muitas vezes são impostos por nós mesmos... E esse é um cuidado que devemos ter.
Pais de verdade são melhores que superpais
O que é ser Super para você? Já parou para pensar? Quando procurei o significado de Super, me deparei com: Prefixo que indica acima ou excesso; que ocupa uma posição superior; que demonstra proeminência, superioridade: super-humano
.
Já ouvi dizer inúmeras vezes que o excesso nunca é bom, em tudo na vida! E, então, por que queremos ser pai e mãe em excesso?
Permita ser você, olhar para você, cuidar de você! Isso não significa fechar os olhos para a família ou outras questões importantes para você. Mas serve de reflexão quando nos deparamos com muitas mães que são excelentes em cuidar dos outros e não tão boas em cuidar de si mesmas. E isso também ocorre com alguns pais, que proveem tanto para a família e não observam os seus desejos.
Então, vamos refletir, aponte seus desejos atuais em uma folha de papel.
Agora, pense: quantos desses desejos são exclusivamente seus (referentes a você)? Além de anular seus desejos, muitos pais e mães também demonstram dificuldades em apontar o que eles (como seres únicos) gostariam de realizar.
Agora escolha um dos desejos pessoais que acabou de citar para colocar em prática, respondendo às seguintes questões:
• Por que esse desejo é tão importante para mim?
• Até quando quero realizar?
• De quais recursos eu preciso?
• Como saberei que realizei esse desejo?
Permita-se sonhar! Afinal, nós somos os motoristas
de nossa vida.
O estresse sempre estará presente; e tudo bem. Já a forma como vocês, pais, enfrentam esse estresse diário, provocado pelos desafios da vida, terá um impacto direto na formação de seus filhos, assim como na maneira que ele aprenderá a lidar com os próprios problemas.
Sim, somos o exemplo número 01 para nossos filhos. Exemplos não do que falamos, mas do que fazemos. O impacto de nossos atos é sentido pelos filhos, desde pequenos. Sendo assim, vamos avançar para uma segunda reflexão.
É importante ter sinceridade consigo mesmo(a) sendo bem específico(a) nas respostas a estas perguntas:
• Qual exemplo eu quero ser para meu(s) filho(s)?
• E o que eu estou fazendo para ser esse exemplo?
Sua vida pode oferecer muitos desafios que estão afetando suas vontades, seu planejamento, seu nível de estresse. E é bem possível que você tenha chegado até aqui identificando que vários desses desafios estejam fora de seu controle. Mas eu quero que saiba que você ainda tem as rédeas da sua vida em suas mãos. Ou seja, pode controlar a maneira como interpreta e responde a essas situações desafiadoras.
Sendo assim, venho propor mais este desafio. Vamos refletir sobre nossas atitudes perante uma situação estressante. Muitas das coisas que fazemos nos ajudam a lidar com os desafios da vida. É importante reconhecer o que já fazemos bem. Quando identificamos essas ações, conseguimos incentivar nossos filhos a realizarem o mesmo também.
Então, marque Sim
ou Não
para as seguintes afirmações, começando por Sou capaz de...
Ao contar um ponto para todas as respostas positivas (Sim
) assinaladas, qual foi sua pontuação?
Se o resultado superou significativamente o número de respostas negativas (Não
), significa que você enfrenta desafios e possivelmente possui baixo nível de estresse. Possui confiança e acredita em si mesmo(a).
Entretanto, se o resultado apontou o maior número de Não
, sinaliza uma tendência a escapar dos desafios, evitando assim a resolução de problemas, o que eleva seu nível de estresse. A mensagem que sua pontuação está passando é que você ainda não desenvolveu sua capacidade de lidar bem com o estresse.
A boa notícia é que você pode mudar isso. A propósito, somente você pode mudar isso.
Concentre-se nas coisas que você faz bem
Costumamos ser os maiores críticos de nós mesmos. Por causa disso, mal conseguimos identificar o que fizemos de melhor. Ao elaborar um planejamento, por exemplo, podemos não conseguir terminar uma única tarefa. No término do dia, ficamos felizes por termos alcançado 80% dos objetivos traçados? Ou tristes por causa dos 20% faltantes?
Reconhecer o que fizemos pode gerar uma sensação de alívio e auxiliar na administração do estresse diário.
Para mudar esse mindset, proponho que escreva no espaço abaixo algumas de suas realizações que mais o(a) deixou:
• Contente:
• Orgulhoso(a):
• Aliviado(a):
• Motivado(a):
• Ou com outro sentimento positivo (pode descrever o que sentiu também):
Agora, reflita sobre alguma atitude que você tomou e que, mesmo considerando fácil ou comum, gerou um alto impacto positivo a outra pessoa. De posse dessa lembrança, vamos fazer aqui um exercício de visualização:
Passo 1: Repita a si mesmo(a) qual foi essa realização.
Passo 2: Tente imaginar o efeito nessa outra pessoa (quais sentimentos ela provavelmente sentiu, o que pensou, como reagiu...)
Passo 3: E como você está se sentindo? O que passou pela sua cabeça? Qual atitude realizou? Gostaria de fazer algo que não fez?
Permita-se conhecer e reconhecer: seus sentimentos e o bem que causou na outra pessoa; identificar o que tem de bom, o que é capaz de fazer para promover o bem.
Aliás, você já parou para identificar as habilidades que possui?
Abaixo temos um círculo com 8 divisões:
Para cada número, atribua uma habilidade sua:
Agora, voltando ao círculo, perceba que cada linha divisória possui uma graduação que vai de 1 a 10. Com o auxílio de um lápis de cor (giz de cera ou caneta – o que preferir) assinale o quanto essa habilidade é satisfatória para você, sendo que a marcação 1 (mais ao centro) significa que não possui tanto assim, e a marcação 10 (beirando a borda externa) significa que essa habilidade está completamente desenvolvida em você.
Olhar para nossas habilidades nos motiva a querer fazer sempre melhor. Eu gosto muito da frase de Jane Nelsen, autoridade no tema Disciplina Positiva:
De onde tiramos a absurda ideia de que, para levar uma criança a agir melhor, precisamos fazê-la se sentir pior?
Isso cabe a nós também: como vamos nos motivar se apenas olhamos para as frustrações? Precisamos reagir e reconhecer o que temos de melhor, assim como nossos esforços e potencialidades.
Se ainda acredita ser difícil para você realizar essa autoavaliação das habilidades, tudo bem. Podemos tentar dividir as tarefas grandes em partes menores. Dessa maneira, estaremos vivenciando nossos avanços.
Podemos priorizar algumas tarefas que precisam ser realizadas. Diante da conclusão das mesmas, muito provavelmente nos sentiremos vitoriosos. Podemos ainda inserir pequenas celebrações no dia a dia, por que não?
Acredite, reconhecer o seu avanço faz toda a diferença para conseguir alcançar um novo patamar, sendo o pai ou a mãe que deseja ser. Aliás, já tenho provas suficientes de que você é uma mãe ou um pai que deseja ser. Primeiro, porque está lendo este livro; e, segundo, por estar se dando a oportunidade de viver em harmonia.
Seu bem-estar reflete diretamente no bem-estar de sua família.
Os anos passam muito rapidamente, e a vida dinâmica que levamos intensifica a sensação de que o tempo acelera a cada ano. Isso também contribui para o estresse gerado.
Sabemos que nossos filhos crescerão, mas queremos acreditar que faltam anos e anos... Até que, de repente, os vemos já concluindo o ensino médio e se preparando para entrar na faculdade. Eu sei bem o que é isso! Enquanto termino de revisar os capítulos deste livro, minha filha está curtindo sua viagem de formatura.
Também não é sobre correr
Contra o tempo para ter sempre mais
Por que quanto menos se espera
A vida já ficou para trás
Trecho da música Trem Bala, de Ana Vilela
Por tudo isso, aproveite o agora! Concentre-se em como deseja ajudar cada filho. Pense nas muitas lições que aprendeu durante a sua vida – quando criança, na adolescência, como adulto(a) e também no papel de pai ou mãe.
Qual é a única lição de vida que você realmente gostaria que ele aprendesse com você e que poderá levar ao longo da própria jornada? (Aproveite este espaço em branco para desenhar um coração e escrever sua resposta nele. Desenhar pode ser uma ótima fonte de inspiração, já que essa arte resgata vivências, momentos de nostalgia e de emoção!)
Um outro exercício para focar no caminho positivo e usufruir do que você tem de melhor a oferecer a seu filho é criar uma caixa de memórias:
1. Pense que você possui um compromisso vitalício com seu filho. Permita-se fechar os olhos e se concentrar no futuro.
2. Imagine que você está sentado(a) conversando com seu filho, que agora cresceu e tem a própria família.
3. Quais serão as lembranças da infância dele?
4. Permita-se imaginar quantas lembranças desejar, e escreva algumas.
Agora, escolha três memórias que você gostaria de criar para seu filho valorizá-la para sempre.
Lembre-se de que seu filho será o protagonista da própria vida. Pode ser que o desejo de suas lembranças faça todo o sentido para você, mas nem tanto assim para esse ser único.
O importante é você se reconhecer como a mãe ou o pai que escreve seu próprio roteiro de vida. Se essas são as lembranças que você deseja que seu filho possua, significa que são muito importantes para você. Então, por que não começar a realizá-las hoje?
O seu afeto e dedicação proporcionarão uma diferença positiva no futuro de cada filho. Seguro(a) disso, conduza a vida familiar dando um passo de cada vez, sem tropeços – e aproveite as aventuras no caminho e todo o amor presente nos momentos mais simples e tão significativos!
Referências
THOMAS, L. A mamãe coach. São Paulo: Literare Books & Scrittore, 2018.
Övén, Mikaela. Educar com mindfulness: guia de parentalidade consciente para pais e educadores. Portugal: Porto editora, 2015.
NELSEN, Jane. Disciplina positiva. 3 ed. Barueri, SP: Manole, 2015.
SIEGEL, Daniel J.; BRYSON, Tina Payne. O cérebro da criança. 1 ed. São Paulo: nVersos, 2015.
Iara Mastine
Mãe, Psicóloga, Coach, Mentora e Educadora Parental. Formada pela UNESP e pela Sociedade Brasileira de Coaching, possui diversos cursos na área. Tornou-se a Primeira Facilitadora em Parentalidade Consciente no Brasil pela Academia de Parentalidade Consciente (Portugal), assim como a Primeira Facilitadora em Mindfulness para crianças pela Still Quiet Place (USA), treinada presencialmente pela Americana Amy Saltzman M.D. (médica e pioneira na técnica). É também certificada em Mindfulness pela Mindeduca; Kids Coaching pela Rio Coaching e ICIJ – Instituto de Coaching Infantojuvenil e educadora Parental pelo Positive Discipline Association (USA). Possui especializações na área da Psicologia, como em Recursos Humanos, Psicologia da Saúde, Neuropsicologia. Certificada pela The Parent Coaching Academy (UK) e representante no Brasil, coordenando cursos, publicações de livros e workshops. Apaixonada pelo desenvolvimento infantil e pelo desafio de proporcionar harmonia e maior conexão entre as famílias.
Contatos
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Birras: de que você se lembra quando lê essa palavra?
Por Lorraine Thomas & Graziela Fernanda Mercurio
É importante ter cuidado com o conceito de birra infantil. Normalmente, o resultado dessa situação é um extremo cansaço entre pais e filhos. Muitas vezes, os pais mimetizam o comportamento dos pequenos e, quando se conscientizam do ocorrido, sempre pensam: Ah, se eu tivesse mais calmo, isso não teria acontecido!
Neste capítulo, vamos utilizar algumas ferramentas de coaching para aprendermos a lidar com esse momento.
Planejamento real
Pegue um papel e uma caneta em um momento calmo. Liste todos os cômodos de sua residência onde costumam ocorrer as birras. Foque em um de cada vez e caminhe até esse cômodo. Em seguida, pense sobre os tipos de birra ocorridas naquele local e anote-os sem minimizar o ocorrido. Repita o mesmo processo para cada cômodo listado de sua residência. Agora, anote na frente de cada birra o sentimento que aquela situação lhe provoca. Reorganize os cômodos conforme o nível de desconforto que você sentiu com as birras listadas. Imagine e anote, para cada cômodo, uma alternativa divertida que poderia evitar cada birra. Essas alternativas serão incorporadas em sua rotina. Essa atividade ajudará a evitar associações negativas entre lugares, horas, situações e as birras. Também contribuirá para diminuir a ansiedade presente em cada momento.
Atenção!
Outra ferramenta importante é aprender a se acalmar. Afinal, a resposta de como se acalmar está em você, não em seus filhos. Forçá-los a se comportar de uma maneira específica não ajudará no processo de diminuição de birras. Em compensação, uma mudança no seu comportamento frente às birras será fundamental.
Comprometa-se com a sua calma
Você pode pensar que é seu filho que tira você do sério e faz com que perca as estribeiras. Lembre-se de quem é o adulto do relacionamento. Os seus filhos estão aprendendo sobre a vida com você. Se estiver calmo e sob controle ao lidar com as situações desafiadoras, seus filhos também estarão. Portanto, você não pode forçar seu filho a se comportar, mas, pode alterar a maneira como responde às birras - e isso trará mudanças.
Atividade: faça acontecer
Sair de casa e dar uma volta pode ser um recurso. Comprometa-se com uma forma mais saudável de lidar com as birras, assim, terá condições de focar em tudo que pode fazer para ajudar a acalmar seu filho. Portanto, quando ele estiver entrando num estado emocional mais desafiador, você fará com que aconteça algo novo. Lá vai mais uma dica...
O que fazer? Antes de explodir com uma birra, escreva os sinais de perigo em uma folha à parte. Respire fundo enquanto conta até dez. Sinta-se mais calmo, enquanto foca em cada respiração. Antecipe-se, tente identificar o que pode causar um comportamento de birra. Suas experiências até então são relevantes para já construir um plano de ação eficaz. Elas são importantíssimas para identificar padrões de comportamentos, assim como ações que resultam em harmonia familiar. Anote suas opções de plano de ação em uma folha à parte.
O que não fazer? É importante não assumir como pessoal aquilo que seus filhos disserem ou fizerem durante a birra. Esse é um momento de aprendizado das crianças. A maturidade delas está sendo formada por meio de suas vivências. Outro ponto importante é não identificar a criança como sendo deliberadamente difícil. Lembre-se de que é um processo de aprendizado. Devido à maturação cerebral, você é a pessoa que pode orientar e auxiliar nos caminhos para melhores soluções. Assuma seu papel de orientador e educador. Sua atitude é importantíssima para o desenvolvimento pleno das crianças.
A luta por atenção
Seu filho anseia pela sua atenção, logo o comportamento dele tem a função de que você o note. Ele gostaria que essa atenção fosse grande e, de preferência, positiva. Se isso não for possível... qualquer atenção será melhor do que nenhuma. Mesmo quando você repreende seu filho, está dando atenção a ele – e reforçando o comportamento que você quer que seja eliminado. Vale refletir: por que dar atenção somente nesse momento nada prazeroso? Antecipe-se. Reconheça mais o bom comportamento como forma de reduzir o mau comportamento. Limites precisam ser claros e positivos. Consistência é essencial, ou você acaba dando diretrizes sem sentido a seus filhos.
Para checar o seu progresso
Complete o questionário abaixo para saber se você está agindo da melhor forma e no que precisa melhorar. Pense sobre o que fez essa semana e circule Sim
ou Não
. Marque 1 ponto para cada Sim
.
Some quantas vezes respondeu Sim
:______
Agora avalie o significado da sua pontuação:
De 0 a 4 pontos: Você está no caminho certo!
De 5 a 7 pontos: quando está se sentindo bem, você realiza boas atividades. Seja mais consistente.
De 8 a 10 pontos: retome o controle de sua vida, pois está dificultando-a para si mesmo.
Birras fora de casa
A birra dentro de casa já é uma situação nada agradável, que dirá em público?!? Geralmente, a externa costuma estressar ainda mais. Possivelmente se sentirá triste com todo mundo olhando para você e julgando-o. Você não está sozinho. Pais que testemunham manhas públicas costumam ser mais empáticos e muito provavelmente não lhe julgarão. Simplesmente porque já viveram isso, então sabem que acontece nas melhores famílias... O melhor a fazer é procurar não se descontrolar diante da possibilidade de julgamento alheio. Mantenha a calma e encontrará a melhor forma para lidar com essa situação. Abaixo, saiba como podemos nos preparar para momentos assim:
Atividade 1: identifique os locais das birras
Leia a seguir uma lista de potenciais lugares para birras, com dicas essenciais para você utilizar em cada um.
Atividade 2: monte o quadro das estrelinhas
E que tal utilizarmos quadros para consolidar comportamentos ou ensinar a rotina de forma mais lúdica? Importante: queremos apenas identificar, encorajar e consolidar comportamentos, e não transformar em moeda de troca. O quadro das estrelinhas é utilizado para reforçar o bom comportamento em todas as idades. Um quadro pode ser usado com a família toda, e nada melhor do que ser exemplo para seu filho!
Essa ferramenta é uma boa maneira de encorajar e identificar as ações necessárias para a harmonia familiar. O dono do quadro receberá uma estrela, por exemplo, por ter arrumado os brinquedos. É como marcar um X
em nossa lista de afazeres. Vale ressaltar que a ação precisa estar no sentido positivo. Ou seja, troque não bater por ser gentil com os amigos
; e assim por diante. Nunca é tarde para começar essa atividade.
Regras de ouro para ter sucesso com o quadro de estrelinhas:
1. Faça-o simples e específico;
2. Seja consistente;
3. Coloque-o em um lugar visível;
4. Seja