Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Saltar para o conteúdo

Pirenéus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Pireneus)
Pirenéus
Pirenéus
Os Pirenéus vistos do espaço (imagem da NASA)
Localização
Coordenadas 42° 40' N 1° E
País(es)  Andorra
Espanha
 França
Sopé 600-1500 m
Características
Altitude máxima 3404 m m
Cumes mais altos Monte Aneto
Comprimento 430 km

Os Pirenéus (português europeu) ou Pireneus (português brasileiro) são uma cordilheira no sudoeste da Europa cujas montanhas formam uma fronteira natural entre a França e a Espanha. Separam a Península Ibérica da França, e estendem-se por aproximadamente 430 km, desde o golfo da Biscaia, no oceano Atlântico, até ao cabo de Creus (extremo oriental da Espanha continental), no mar Mediterrâneo.

Na sua maior parte, a crista principal dos Pirenéus forma a fronteira franco-espanhola, com o principado de Andorra incrustado entre seus dois grandes vizinhos. A principal exceção a esta regra é o vale de Aran, que pertence à Espanha mas se situa na face norte da cordilheira. Outras anomalias orográficas incluem a Cerdanha (único vale dos Pirenéus no sentido leste-oeste) e o enclave espanhol de Llívia (completamente cercado por território francês).

O gentílico de Pirenéus é "pireneu"; há, ainda, o adjetivo "pirenaico".[1]

Etimologia e grafia

[editar | editar código-fonte]

Segundo o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado, o topônimo português "Pirenéus" advém do grego antigo Pyrenaia (Πυρηναῖα), recebido através do latim Pyrenaeos. Embora haja outras etimologias propostas, o termo grego parece ter como origem o nome de uma personagem da mitologia grega, Pirene (Πυρήνη), amante de Hércules, filha de Bébrix: Hércules, após a morte de Pirene, teria erguido uma tumba à altura de seu amor, isto é, a cordilheira, onde repousa sua amada. O termo grego já aparece em Plutarco.

Em português, embora a etimologia tenha consagrado as grafias "Pireneus" (no Brasil[2]) e "Pirenéus" (em Portugal e demais países lusófonos[3]), também são correntes as formas incorretas "Pirineus", no Brasil, e "Pirinéus", em Portugal. Alguns entendem que essas formas seriam erradas; outros apontam para a sua coexistência com a forma "Pireneus", registrada nos principais dicionários da língua.[4] A Academia Brasileira das Letras não regista o topónimo com dois "ii", mas consagra o adjetivo "pirenaico" e não "pirinaico".

Ponte românica nos Pirenéus (vale de Bujaruelo), século IX

Os Pirenéus são subdivididos em: Pirenéus Ocidentais ou Atlânticos, Pirenéus Altos ou Centrais e Pirenéus Orientais. O alcance dos Pirenéus Centrais estende-se a oeste de Port de Canfranc até ao vale de Aran a leste. O ponto culminante da cordilheira é o monte Aneto, no maciço da Maladeta, com 3404 m de altitude. Há por volta de duzentos picos acima de 3000 m na cordilheira. As montanhas mais altas estão constantemente cobertas de neve, apesar de ter sido observado, a partir da metade do século XIX, um acentuado degelo. A outrora impressionante geleira Ossoue, em Vignemale, perdeu muito de sua antiga espessura.

Mapa topográfico dos Pirenéus

Os Pirenéus constituem uma formação mais antiga do que os Alpes: seus sedimentos começaram a ser depositados em bacias costeiras durante as eras Paleozoica e Mesozoica. Entre 100 e 150 milhões de anos atrás, durante o Cretáceo Inferior, o golfo da Biscaia dilatou-se, de modo a empurrar o que é hoje a Espanha de encontro à França e a pressionar grandes camadas de sedimentos. A pressão intensa e o soerguimento da crosta terrestre afetaram de início a porção oriental e, posteriormente, toda a cordilheira, processo que atingiu o ápice no Eoceno.

A porção oriental desta cordilheira compõe-se principalmente de granito e gneisse, enquanto que na parte ocidental os picos de granito são acompanhados por camadas de calcário. A aparência maciça e conservada da cordilheira é devida à abundância de granito — que é particularmente resistente à erosão — e ao fraco desenvolvimento glacial.

Vale d'Ossau nos Pirenéus franceses

São os seguintes os picos acima dos 3200 metros de altitude (ordenados por cotas):

O pico mais alto da Península Ibérica não fica nos Pirenéus: é o pico Mulhacén com 3480 m, situado na Serra Nevada (Espanha).

Os animais que vivem na cordilheira são na sua maioria alpinos, porém, nas partes mais baixas, existem animais comuns das florestas temperadas.

São encontrados animais como o urso-europeu, a marmota, a raposa-vermelha, a camurça, o cervo, o ibex-dos-pirenéus ou o esquilo.

Estâncias de esqui

[editar | editar código-fonte]

Os Pirenéus são famosos pela variedade e qualidade das estâncias de esqui e outros desportos de inverno:

Referências
  1. Dicionários Houaiss e Aurélio.
  2. Dicionário Houaiss, verbetes "pirenaico", "pireneu" e outros; dicionário Aurélio, mesmos verbetes, entre outros.
  3. DOELP, de J. P. Machado.
  4. Ver Dicionário Houaiss, nos verbetes "cempso" e "sempervivo" e o Dicionário Aurélio, verbetes "andorrano", "basco" e "miquelete".
  5. «Pays Toy Ski Resort». Consultado em 1 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 31 de julho de 2013 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre os Pirenéus
Ícone de esboço Este artigo sobre geografia (genérico) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.