Papers by Luciana Pasqualucci
Cadernos de Sociomuseologia, 2023
O Grupo de Estudos Sociomuseologia, Interculturalidade e Universidade (SiU), iniciou suas ativida... more O Grupo de Estudos Sociomuseologia, Interculturalidade e Universidade (SiU), iniciou suas atividades em 2021, aglutinando investigadoras/es de cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, e profissionais atuantes em diversas áreas do conhecimento (Museologia, Educação, Cultura, Sociologia, Antropologia Social, História, Arquitetura etc.) e em instituições museológicas e acadêmicas, nacionais e internacionais.
O coletivo nasceu no âmbito da Cátedra UNESCO “Educação, Cidadania e Diversidade Cultural”, ancorado nas atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelo Departamento de Museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), e contando com apoio do Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento (CeiED).
Sua motivação central está em compreender de que modo a parceria entre museu e universidade, sustentada pelos conceitos e práxis da Sociomuseologia e orientada pelos objetivos da Cátedra UNESCO, contribui para uma educação cidadã; para o desenvolvimento sustentável das sociedades e para a construção de uma cultura de paz e não violência que valoriza a diversidade cultural, a igualdade de gênero e os direitos humanos. Nesse contexto, as reflexões e debates promovidos buscam elucidar de que modo essa relação simbiótica entre os ateneus universitários e processos museológicos pode ‘desafiar’ as matrizes dominantes recorrentes em práticas curriculares e patrimoniais hegemônicas, que detém o controle da produção e difusão de conhecimento; de narrativas históricas; de memórias e identidades.
A Sociomuseologia (Moutinho, 2014) enquanto prática e teoria na qual se assenta uma museologia contemporânea insurgente e decolonial, que confronta e desconstrói as matrizes coloniais de poder e de saber, por meio de práticas reparadoras que envolvem território, língua, povos originários, valorização das tradições orais e protagonismo dos diferentes grupos sociais, relativiza as narrativas que buscam perpetuar as epistemologias dominantes (Pasqualucci, Schenider, Primo, Moutinho, 2022), rompendo com uma prática tradicional e normativa centrada nas coleções.
Ao mesmo tempo, a Sociomuseologia possibilita que estudos atuais considerem os espaços formais de educação como igualmente propícios ao exercício de uma postura humana questionadora e desobediente em confronto às práticas de ensino universitárias que refletem processos autoritários de representação e de repetição de “verdades oficiais” (Torres Santomé, 2013) por meio de seus currículos. Propostas para o despertar de uma consciência crítica colocam em evidência que ideias revolucionárias precisam de espaços não reacionários (Casali, Pasqualucci, 2020). Sendo assim, considera-se o Museu, em suas dimensões físicas, conceituais e institucionais, um espaço favorável para a produção e a difusão de conhecimento junto à Universidade (Pasqualucci, 2020).
Nesse quadro, a museologia, permeada pela teoria e prática da Sociomuseologia, produz conhecimentos que precedem a patrimonialização e intercorrem a experiência das pessoas no museu. A escola, a universidade, a rua e o ambiente digital, entre tantos outros, passam a ser reconhecidos como espaços de reflexão acerca do processo social de atribuição de relevâncias (a objetos, fenômenos, pessoas etc.), o que transcende a formação e gestão de coleções museológicas. A Sociomuseologia coloca em evidência a amplitude da pesquisa museológica e evidencia, com excelência, a museologia enquanto ciência.
Ao promover debates que confrontam padrões instituídos, o SiU objetiva igualmente evidenciar tensionamentos sobre as reais possibilidades de desterritorialização da Universidade (de modo que a produção de conhecimento conflua aos acontecimentos do mundo, extrapolando os limites da sala de aula) e do Museu (de maneira a desvelar sua potencialidade enquanto instância experimental e de pesquisa).
Ancorado nesse quadro teórico, desde sua criação, o SiU realizou 5 (cinco) eventos públicos (#MusaFóruns) entre novembro de 2021 e outubro de 2022, sempre conduzidos por docentes, pesquisadoras/es e profissionais convidadas/os, quais sejam: Museu, Língua e Identidades; Cátedras Paulo Freire: práxis curricular crítica para propostas de ensino, pesquisa e extensão; Desafios no Ensino Superior na Atualidade; Cátedra Kaapora: conectando a universidade e os conhecedores e os conhecimentos não-hegemônicos; e Sociomuseologia, Coleções, Museus Universitários e a Nova Definição do ICOM.
Apostamos que Universidade e Museu podem, em conjunto, ser uma alternativa factível à padronização hegemônica das formas de organizar e desenvolver propostas para a produção de conhecimento, o que não significa substituir um tipo de conhecimento por outro, uma cultura por outra, ou subvalorizar os conhecimentos sistematizados (Pasqualucci, 2020).
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Cadernos de Sociomuseologia
Critical interculturality and sociomuseology break with power hierarchies and the dominant hegemo... more Critical interculturality and sociomuseology break with power hierarchies and the dominant hegemonic status quo that operates in formal and non-formal educational institutions, based on the recognition of the epistemologies of popular cultures that are made invisible and denied, as a consequence of the coloniality of power, structure of domination that triggers domination. In view of this, this article proposes to discuss critical interculturality and sociomuseology and their intersections with Freire's praxis. This is a literature review, anchored in research and discussions by Walsh (2009, 2019), Tubino (2016), Moutinho (1993, 2007, 2014), Primo (1999), Freire (1987, 1999, 2005), among others. Both reverberate as decolonizing practices of the hegemonic Eurocentric model, which recognizes a universal epistemology to the detriment of the epistemes of Other cultures, constitute new identity projects of differentiation and have as their horizon the production of other ways of life...
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Cadernos de Sociomuseologia, 2023
A interculturalidade crítica e a sociomuseologia rompem com as hierarquias de poder e o status qu... more A interculturalidade crítica e a sociomuseologia rompem com as hierarquias de poder e o status quo hegemônico dominador que opera nas instituições educativas formais e não formais, a partir do reconhecimento das epistemologias das culturas populares invisibilizadas e negadas, como consequência da colonialidade do poder, estrutura de dominação que desencadeia a dominação. Diante do exposto, este artigo tem como proposta discorrer acerca da interculturalidade crítica e da sociomuseologia e suas intersecções na práxis freireana. Trata-se de uma revisão de literatura ancorada nas pesquisas e discussões de Walsh (2009, 2019), Tubino (2016), Moutinho (1993, 2007, 2014), Primo (1999), Freire (1987, 1999, 2005), entre outros. Ambas se reverberam como práticas descolonizadoras do modelo eurocêntrico hegemônico, que reconhecem uma epistemologia universal em detrimento das epistemes das culturas Outras, constituem-se em novos projetos identitários de diferenciação e têm como horizonte a produção de outros modos de vida e de saber.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Edições Universitárias Lusófonas, 2020
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Revista e-Curriculum
Neste artigo, reflete-se sobre o cenário dos museus e das instituições de memória e suas interfac... more Neste artigo, reflete-se sobre o cenário dos museus e das instituições de memória e suas interfaces com o currículo do curso de Especialização em Museologia, Cultura e Educação, fundamentado na Sociomuseologia, oferecido pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), no âmbito da Educação Continuada. Tem-se como objetivo compreender algumas das habilidades e competências requeridas ao profissional da área de museus na contemporaneidade, a fim de evidenciar o alargamento das funções e das práticas museológicas e enfatizar o museu contemporâneo enquanto lócus de ensino, pesquisa e extensão que possibilita a apropriação de fenômenos culturais, sociais e políticos. A discussão é permeada por pesquisas que aliam as experiências de trabalhos do cotidiano dos museus, seus impactos na relação com a aprendizagem, o exercício da docência em diferentes níveis e as práticas museológicas educativas e interdisciplinares.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Revista e-Curriculum
Assumindo que, nas economias de mercado, a cultura tende a ser submetida ao regime do capital, es... more Assumindo que, nas economias de mercado, a cultura tende a ser submetida ao regime do capital, este artigo afirma a indissociabilidade entre cultura e educação e submete a um crivo crítico: as práticas dos Museus que se reduzem a arquivos de objetos reificados; as práticas das Universidades que limitam seu currículo à formação profissional como preparação para o mercado de trabalho; e a redução dos seus respectivos públicos à condição de consumidores culturais. O artigo fundamenta-se no campo da Museologia Crítica, principalmente em Waldisa Rússio (1984) e em Theodor Adorno (1996), especialmente em seu conceito de formação cultural em contraponto à indústria cultural e à semiformação. Conclusivamente, propõe-se uma prática interativa entre Museus e Universidades em prol da formação cultural crítica de seus públicos.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Revista CPC
O artigo apresenta o Projeto PUC Museus, que consiste em uma práxis museológica desenvolvida na P... more O artigo apresenta o Projeto PUC Museus, que consiste em uma práxis museológica desenvolvida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), por meio de sua Assessoria de Relações Internacionais e Institucionais, a partir de 2017. Os fundamentos teóricos da reflexão têm como base a articulação entre educação e cultura e, por conseguinte, universidade e museu. Abordando a formação cultural pela perspectiva da teoria crítica de Theodor Adorno, bem como a prática museológica como exercício do fato museal sob inspiração da definição de Museologia de Waldisa Rússio, a argumentação identifica claramente a relação entre currículo do ensino superior e cultura como possibilidade de desterritorialização da sala de aula e dos espaços da universidade e do museu. Igualmente, ao compreender a formação como apropriação subjetiva da cultura, conforme a teoria de Adorno, o estudo propõe a integração interdisciplinar e institucional entre universidade e museu como alternativa de inovação e...
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Esta pesquisa busca ampliar a compreensao de como o espaco museologico pode colaborar para uma co... more Esta pesquisa busca ampliar a compreensao de como o espaco museologico pode colaborar para uma construcao interdisciplinar do conhecimento. Partindo da descricao de alguns dos trabalhos realizados em uma instituicao cultural da cidade de Sao Paulo SP, o trabalho objetiva evidenciar de que modo a interdisciplinaridade pode ser exercitada, bem como se pode justificar atualmente a construcao de uma atitude interdisciplinar frente ao conhecimento. As nocoes da Fenomenologia e da Arte Contemporânea fundamentam a pesquisa. A interdisciplinaridade, ao enfatizar a importância da intersubjetividade e das parcerias, alem de evidenciar seus cinco conceitos norteadores (humildade, respeito, coerencia, espera e desapego), torna-se uma atitude que pode viabilizar as intencionalidades educativas e institucionais do museu, na tentativa de compartilhar seu patrimonio cultural e artistico junto ao publico. A interdisciplinaridade, na condicao de categoria de acao, pode concretizar, no espaco museolog...
Bookmarks Related papers MentionsView impact
O intuito do relato e compartilhar uma pratica desenvolvida no ano de 2006, em um museu da cidade... more O intuito do relato e compartilhar uma pratica desenvolvida no ano de 2006, em um museu da cidade de Sao Paulo, em um curso de formacao de professores. Nossa intencao foi abordar os conteudos da exposicao em cartaz, que exibia arte contemporânea da colecao do museu, relacionando-a aos conceitos da interdisciplinaridade.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
1 Sarah Fantin de O. Leite Galvão: Mestre em Educação: Currículo da Pontifícia Universidade Catól... more 1 Sarah Fantin de O. Leite Galvão: Mestre em Educação: Currículo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Especialista em Aprendizagem Docente no Ensino Superior pelas Faculdades Metropolitanas Unidas de São Paulo (2011) e Especialista em Administração Estratégica com Foco em Recursos Humanos pela Universidade de Mogi das Cruzes (2009). Graduada em Hotelaria pela Universidade Anhembi Morumbi de São Paulo (2005). Professora de Ensino Superior do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Integrante do GEPI (PUC/SP). E-mail: sarah_fantin@hotmail.com
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Este artigo reflete as percepcoes de pesquisadoras que dialogam no GEPI/PUC/SP sobre um processo ... more Este artigo reflete as percepcoes de pesquisadoras que dialogam no GEPI/PUC/SP sobre um processo de construcao em conjunto entre pos-graduandos iniciantes e veteranos. O foco do trabalho tratado aqui representa a parceria e investiga a forma de transformar o olhar sobre um tripe interdisciplinar na interatividade da arte-educacao, afetividade e da fenomenologia. A pesquisa parte do papel da arte na educacao, delineando algumas especificidades construidas na trajetoria escolar pela forca das praticas interdisciplinares e a abertura que elas proporcionam como possibilidades de aprendizagens significativas entre os saberes. Os encaminhamentos nos provocam a refletir, enquanto pesquisadoras, sobre a acao docente na ousadia de apreender o sentido da humanizacao da atividade artistica numa concepcao fenomenologica de homem. Os pressupostos metodologicos da interdisciplinaridade, tais como o dialogo e a parceria serviram de base para nos valermos das leituras dos textos, livros, dissertaco...
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Revista Museu, 2020
As narrativas criadas no museu e difundidas fora dele são, de certo modo, resultado de um process... more As narrativas criadas no museu e difundidas fora dele são, de certo modo, resultado de um processo de seleção baseado em apreciações particulares e epistemológicas. Entretanto, na relação entre o sujeito e a cultura no museu, quem decide sobre os sentidos que devem ser preservados e os novos sentidos que serão adotados?
O vínculo entre a cultura como manifestação dos sentidos de uma sociedade, em uma determinada época, e o trabalho de atualização desses sentidos enfatizam a necessidade da tomada de consciência da sociedade por si mesma por meio do contato daquilo que pertence a ela mesma. O museu pode ser o lugar dessa afirmação, onde sujeitos ou comunidades poderão reivindicar sentidos diferentes para determinados objetos.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Cadernos de Sociomuseologia, 2016
O presente texto busca ampliar a compreensão de como o espaço museológico pode colaborar para ... more O presente texto busca ampliar a compreensão de como o espaço museológico pode colaborar para uma construção interdisciplinar do conhecimento. O trabalho objetiva evidenciar de que modo a interdisciplinaridade pode ser exercitada, bem como se pode justificar atualmente a construção de uma atitude interdisciplinar frente ao conhecimento. As noções da Fenomenologia e da Arte Contemporânea fundamentam a pesquisa. A interdisciplinaridade, ao enfatizar a importância da intersubjetividade e das parcerias, além de evidenciar seus cinco conceitos norteadores (humildade, respeito, coerência, espera e desapego), torna-se uma atitude que pode viabilizar as intencionalidades educativas e institucionais do museu, na tentativa de compartilhar seu patrimônio cultural e artístico junto ao público. A interdisciplinaridade, na condição de categoria de ação, pode concretizar, no espaço museológico, demandas institucionais e projetos educativos calcados numa visão fenomenológica de homem, o que significa compreendê-lo como ser criador, coletivo e questionador.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Revista Museu, 2020
Refletir sobre a reconstrução de memórias e a projeção de futuros possíveis a partir da pandemia ... more Refletir sobre a reconstrução de memórias e a projeção de futuros possíveis a partir da pandemia que alterou as nossas vidas e a vida das instituições nos faz pensar que, dificilmente, haverá museus que dialoguem efetivamente com seus públicos sem considerar sua dimensão social e sua potência criativa. O contexto atual inaugura uma nova cultura de relações sociais, culturais, poéticas e políticas, e os museus serão espaços institucionais, virtuais e conceituais na reconstrução dessas relações. Teremos, com isso, de certa forma, uma nova configuração museográfica.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Revista Museu, 2021
O livro “Pistas falsas: uma ficção antropológica”, escrito pelo antropólogo argentino Néstor Garc... more O livro “Pistas falsas: uma ficção antropológica”, escrito pelo antropólogo argentino Néstor Garcia Canclini (2020), propõe um exercício imaginário do futuro. O livro nos dá algumas pistas, talvez falsas, sobre o futuro das instituições. A desinstitucionalização da cultura é uma delas. Essa desinstitucionalização representa um processo de enfraquecimento de instituições tradicionais como museus, centros culturais, teatros, cinemas e decorre, principalmente, da ausência de políticas que valorizem a cultura e cumpram o orçamento no repasse de seus recursos. Atualmente, no caso do Brasil, seus efeitos são visíveis. Há cada vez menos apoio e financiamento público para a cultura e para a educação. Há mais concorrência e menos articulação, mais discursos e menos garantias, mais polarização e menos coletividade.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Tese, 2018
Não há, no Brasil, uma política que promova a integração do currículo universitário com os... more Não há, no Brasil, uma política que promova a integração do currículo universitário com os museus. A ausência de estímulos para o estabelecimento de vínculos entre os cursos de Graduação e cultura aponta para um problema do ponto de vista do currículo e da formação cultural: não há orientações ou referências para que os jovens universitários se aproximem desse campo. A premissa é que educação e cultura são reciprocamente indissociáveis. Observa-se um baixo aproveitamento das oportunidades de formação cultural passíveis de exploração por meio da relação entre museus e universidades, tendo em vista uma formação profissional de qualidade para alunos do Ensino Superior e a formação de público qualificado para os museus. A identificação desse problema levou à definição do objeto de pesquisa como sendo a articulação entre universidade e museu. O objetivo foi examinar os fundamentos teóricos e as possibilidades práticas da relação entre universidade e museu. Empregou-se a abordagem metodológica qualitativa e, como procedimentos, recorreu-se à análise documental, observação participante, entrevistas e questionários junto a jovens estudantes de Ensino Superior visitantes de museus, a professores universitários e a gestores de museus. Buscou-se fundamentação na Teoria Crítica de Adorno, especificamente em seu conceito de formação cultural e seu contraponto de semiformação. Os resultados da presente tese evidenciam possibilidades de articulação entre universidade e museu, para cumprir-se o papel de formação cultural no interior da formação profissional em nível superior. Considerando a formação cultural como sendo decisiva para a formação e a aprendizagem do sujeito contemporâneo, faz-se imperiosa a aproximação entre essa educação formal e os museus para garantir parte importante dessa formação.
Palavras-chave: Currículo. Formação Cultural. Universidade. Museu. Theodor Adorno.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Cadernos de Sociomuseologia, 2020
Analisa-se, neste artigo, as possibilidades da apropriação do espaço do museu pela universidad... more Analisa-se, neste artigo, as possibilidades da apropriação do espaço do museu pela universidade como território curricular e, para tanto, consideraram-se as contribuições da Nova Museologia para a prática dessa articulação.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Revista Museologia & Interdisciplinaridade, 2020
O objetivo deste texto é compreender, a par- tir da percepção dos sujeitos de pesquisa, o modo... more O objetivo deste texto é compreender, a par- tir da percepção dos sujeitos de pesquisa, o modo como se articula (ou não) a relação en- tre museu e universidade para a aproximação entre cultura e currículo do Ensino Superior. Foram entrevistados 37 alunos de diversos cursos e universidades da cidade de São Paulo, dois professores da Pontifícia Universidade de São Paulo – PUC-SP, uma professora associada sênior ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC USP, três gestores de museus da cidade de São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM- -SP, MAC USP e Pinacoteca do Estado, uma educadora do MAM-SP, um educador do MAC USP e a coordenadora de pesquisa do Proje- to Tainacan. Os depoimentos revelam a perti- nência da parceria entre museu e universidade para a necessária articulação entre currículo do Ensino Superior e cultura.
Palavras-chave
Museu. Universidade. Ensino Superior. Cultura. Interdisciplinaridade.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Revista e-Curriculum, 2020
Ao pressupor que, nas economias de mercado, a cultura tende a ser submetida ao regime do capital,... more Ao pressupor que, nas economias de mercado, a cultura tende a ser submetida ao regime do capital, este artigo afirma a indissociabilidade entre cultura e educação e submete a um crivo crítico: as práticas dos Museus reduzidas a arquivos de objetos reificados; as práticas das Universidades que limitam suas práticas ao currículo tradicional e a formação profissional à preparação para o mercado de trabalho; a redução dos seus públicos à condição de consumidores culturais. O artigo fundamenta-se no campo da Museologia Crítica, principalmente em Waldisa Rússio (1984), e em Theodor Adorno (1996), especialmente em seu conceito de formação cultural em contraponto à indústria cultural e à semiformação. Conclusivamente, propõe-se uma prática interativa entre Museus e Universidades em prol da formação cultural crítica de seus públicos.
PALAVRAS-CHAVE: Museu; Universidade; Theodor Adorno; Semiformação; Formação cultural.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Cadernos de Sociomuseologia
The purpose of this text is to reflect on the need for institutional articulation between museum ... more The purpose of this text is to reflect on the need for institutional articulation between museum and university. It seeks to emphasize the pertinence of the approximation between culture, social phenomena and curriculum of Higher Education, having as assumptions the concepts of Social Museology, the critical and contemporary perspective of curriculum and reflections on the university, shared, above all, by the Brazilian philosopher Álvaro Vieira Pinto and the Spanish philosopher José Ortega y Gasset. The university, just as the museum, formulates and communicates meanings through speeches. Both institutions are then producers and generators of meanings. By promoting discussions and conceptual arrangements that reveal reality and reflections on different areas of knowledge, the museum can re-signify the discourse built at the university and the public participating in this process (students, faculty, museum audience), in addition to redefining the discourse in a creative way, since i...
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
Papers by Luciana Pasqualucci
O coletivo nasceu no âmbito da Cátedra UNESCO “Educação, Cidadania e Diversidade Cultural”, ancorado nas atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelo Departamento de Museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), e contando com apoio do Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento (CeiED).
Sua motivação central está em compreender de que modo a parceria entre museu e universidade, sustentada pelos conceitos e práxis da Sociomuseologia e orientada pelos objetivos da Cátedra UNESCO, contribui para uma educação cidadã; para o desenvolvimento sustentável das sociedades e para a construção de uma cultura de paz e não violência que valoriza a diversidade cultural, a igualdade de gênero e os direitos humanos. Nesse contexto, as reflexões e debates promovidos buscam elucidar de que modo essa relação simbiótica entre os ateneus universitários e processos museológicos pode ‘desafiar’ as matrizes dominantes recorrentes em práticas curriculares e patrimoniais hegemônicas, que detém o controle da produção e difusão de conhecimento; de narrativas históricas; de memórias e identidades.
A Sociomuseologia (Moutinho, 2014) enquanto prática e teoria na qual se assenta uma museologia contemporânea insurgente e decolonial, que confronta e desconstrói as matrizes coloniais de poder e de saber, por meio de práticas reparadoras que envolvem território, língua, povos originários, valorização das tradições orais e protagonismo dos diferentes grupos sociais, relativiza as narrativas que buscam perpetuar as epistemologias dominantes (Pasqualucci, Schenider, Primo, Moutinho, 2022), rompendo com uma prática tradicional e normativa centrada nas coleções.
Ao mesmo tempo, a Sociomuseologia possibilita que estudos atuais considerem os espaços formais de educação como igualmente propícios ao exercício de uma postura humana questionadora e desobediente em confronto às práticas de ensino universitárias que refletem processos autoritários de representação e de repetição de “verdades oficiais” (Torres Santomé, 2013) por meio de seus currículos. Propostas para o despertar de uma consciência crítica colocam em evidência que ideias revolucionárias precisam de espaços não reacionários (Casali, Pasqualucci, 2020). Sendo assim, considera-se o Museu, em suas dimensões físicas, conceituais e institucionais, um espaço favorável para a produção e a difusão de conhecimento junto à Universidade (Pasqualucci, 2020).
Nesse quadro, a museologia, permeada pela teoria e prática da Sociomuseologia, produz conhecimentos que precedem a patrimonialização e intercorrem a experiência das pessoas no museu. A escola, a universidade, a rua e o ambiente digital, entre tantos outros, passam a ser reconhecidos como espaços de reflexão acerca do processo social de atribuição de relevâncias (a objetos, fenômenos, pessoas etc.), o que transcende a formação e gestão de coleções museológicas. A Sociomuseologia coloca em evidência a amplitude da pesquisa museológica e evidencia, com excelência, a museologia enquanto ciência.
Ao promover debates que confrontam padrões instituídos, o SiU objetiva igualmente evidenciar tensionamentos sobre as reais possibilidades de desterritorialização da Universidade (de modo que a produção de conhecimento conflua aos acontecimentos do mundo, extrapolando os limites da sala de aula) e do Museu (de maneira a desvelar sua potencialidade enquanto instância experimental e de pesquisa).
Ancorado nesse quadro teórico, desde sua criação, o SiU realizou 5 (cinco) eventos públicos (#MusaFóruns) entre novembro de 2021 e outubro de 2022, sempre conduzidos por docentes, pesquisadoras/es e profissionais convidadas/os, quais sejam: Museu, Língua e Identidades; Cátedras Paulo Freire: práxis curricular crítica para propostas de ensino, pesquisa e extensão; Desafios no Ensino Superior na Atualidade; Cátedra Kaapora: conectando a universidade e os conhecedores e os conhecimentos não-hegemônicos; e Sociomuseologia, Coleções, Museus Universitários e a Nova Definição do ICOM.
Apostamos que Universidade e Museu podem, em conjunto, ser uma alternativa factível à padronização hegemônica das formas de organizar e desenvolver propostas para a produção de conhecimento, o que não significa substituir um tipo de conhecimento por outro, uma cultura por outra, ou subvalorizar os conhecimentos sistematizados (Pasqualucci, 2020).
O vínculo entre a cultura como manifestação dos sentidos de uma sociedade, em uma determinada época, e o trabalho de atualização desses sentidos enfatizam a necessidade da tomada de consciência da sociedade por si mesma por meio do contato daquilo que pertence a ela mesma. O museu pode ser o lugar dessa afirmação, onde sujeitos ou comunidades poderão reivindicar sentidos diferentes para determinados objetos.
Palavras-chave: Currículo. Formação Cultural. Universidade. Museu. Theodor Adorno.
Palavras-chave
Museu. Universidade. Ensino Superior. Cultura. Interdisciplinaridade.
PALAVRAS-CHAVE: Museu; Universidade; Theodor Adorno; Semiformação; Formação cultural.
O coletivo nasceu no âmbito da Cátedra UNESCO “Educação, Cidadania e Diversidade Cultural”, ancorado nas atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelo Departamento de Museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), e contando com apoio do Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento (CeiED).
Sua motivação central está em compreender de que modo a parceria entre museu e universidade, sustentada pelos conceitos e práxis da Sociomuseologia e orientada pelos objetivos da Cátedra UNESCO, contribui para uma educação cidadã; para o desenvolvimento sustentável das sociedades e para a construção de uma cultura de paz e não violência que valoriza a diversidade cultural, a igualdade de gênero e os direitos humanos. Nesse contexto, as reflexões e debates promovidos buscam elucidar de que modo essa relação simbiótica entre os ateneus universitários e processos museológicos pode ‘desafiar’ as matrizes dominantes recorrentes em práticas curriculares e patrimoniais hegemônicas, que detém o controle da produção e difusão de conhecimento; de narrativas históricas; de memórias e identidades.
A Sociomuseologia (Moutinho, 2014) enquanto prática e teoria na qual se assenta uma museologia contemporânea insurgente e decolonial, que confronta e desconstrói as matrizes coloniais de poder e de saber, por meio de práticas reparadoras que envolvem território, língua, povos originários, valorização das tradições orais e protagonismo dos diferentes grupos sociais, relativiza as narrativas que buscam perpetuar as epistemologias dominantes (Pasqualucci, Schenider, Primo, Moutinho, 2022), rompendo com uma prática tradicional e normativa centrada nas coleções.
Ao mesmo tempo, a Sociomuseologia possibilita que estudos atuais considerem os espaços formais de educação como igualmente propícios ao exercício de uma postura humana questionadora e desobediente em confronto às práticas de ensino universitárias que refletem processos autoritários de representação e de repetição de “verdades oficiais” (Torres Santomé, 2013) por meio de seus currículos. Propostas para o despertar de uma consciência crítica colocam em evidência que ideias revolucionárias precisam de espaços não reacionários (Casali, Pasqualucci, 2020). Sendo assim, considera-se o Museu, em suas dimensões físicas, conceituais e institucionais, um espaço favorável para a produção e a difusão de conhecimento junto à Universidade (Pasqualucci, 2020).
Nesse quadro, a museologia, permeada pela teoria e prática da Sociomuseologia, produz conhecimentos que precedem a patrimonialização e intercorrem a experiência das pessoas no museu. A escola, a universidade, a rua e o ambiente digital, entre tantos outros, passam a ser reconhecidos como espaços de reflexão acerca do processo social de atribuição de relevâncias (a objetos, fenômenos, pessoas etc.), o que transcende a formação e gestão de coleções museológicas. A Sociomuseologia coloca em evidência a amplitude da pesquisa museológica e evidencia, com excelência, a museologia enquanto ciência.
Ao promover debates que confrontam padrões instituídos, o SiU objetiva igualmente evidenciar tensionamentos sobre as reais possibilidades de desterritorialização da Universidade (de modo que a produção de conhecimento conflua aos acontecimentos do mundo, extrapolando os limites da sala de aula) e do Museu (de maneira a desvelar sua potencialidade enquanto instância experimental e de pesquisa).
Ancorado nesse quadro teórico, desde sua criação, o SiU realizou 5 (cinco) eventos públicos (#MusaFóruns) entre novembro de 2021 e outubro de 2022, sempre conduzidos por docentes, pesquisadoras/es e profissionais convidadas/os, quais sejam: Museu, Língua e Identidades; Cátedras Paulo Freire: práxis curricular crítica para propostas de ensino, pesquisa e extensão; Desafios no Ensino Superior na Atualidade; Cátedra Kaapora: conectando a universidade e os conhecedores e os conhecimentos não-hegemônicos; e Sociomuseologia, Coleções, Museus Universitários e a Nova Definição do ICOM.
Apostamos que Universidade e Museu podem, em conjunto, ser uma alternativa factível à padronização hegemônica das formas de organizar e desenvolver propostas para a produção de conhecimento, o que não significa substituir um tipo de conhecimento por outro, uma cultura por outra, ou subvalorizar os conhecimentos sistematizados (Pasqualucci, 2020).
O vínculo entre a cultura como manifestação dos sentidos de uma sociedade, em uma determinada época, e o trabalho de atualização desses sentidos enfatizam a necessidade da tomada de consciência da sociedade por si mesma por meio do contato daquilo que pertence a ela mesma. O museu pode ser o lugar dessa afirmação, onde sujeitos ou comunidades poderão reivindicar sentidos diferentes para determinados objetos.
Palavras-chave: Currículo. Formação Cultural. Universidade. Museu. Theodor Adorno.
Palavras-chave
Museu. Universidade. Ensino Superior. Cultura. Interdisciplinaridade.
PALAVRAS-CHAVE: Museu; Universidade; Theodor Adorno; Semiformação; Formação cultural.