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Introduction To Policing 3rd Edition Cox Test Bank

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Introduction to Policing 3rd Edition Cox

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Introduction to Policing 3rd Edition Cox Test Bank

Cox, Introduction to Policing 3rd Edition Instructor Resource

Chapter 2: A Brief History of Police in the United States


Test bank

1. Intelligence-led policing is a concept that originated in England.


*a. True
b. False
Learning objective number: 1
Cognitive domain: Comprehension
Question type: TF

2. Patrick Colquhon is frequently referred to as the founder of modern territorial policing.


a. True
*b. False
Learning objective number: 1
Cognitive domain: Knowledge
Question type: TF

3. The origin of American policing lies in England.


*a. True
b. False
Learning objective number: 1
Cognitive domain: Knowledge
Question type: TF

4. The nation’s first motor patrol began in Philadelphia.


a. True
*b. False
Learning objective number: 2
Cognitive domain: Knowledge
Question type: TF

5. By the 1850s, night watches had expanded to provide those living in rural areas 24-hour
protection.
a. True
*b. False
Learning objective number: 1
Cognitive domain: Comprehension
Question type: TF

6. The FBI currently has offices located in 60 American embassies.


*a. True
b. False
Learning objective number: 2
Cognitive domain: Application
Question type: TF

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Cox, Introduction to Policing 3rd Edition Instructor Resource

7. August Vollmer is considered to be the father of modern police systems.


*a. True
b. False
Learning objective number: 2
Cognitive domain: Knowledge
Question type: TF

8. Problem-oriented policing focuses on people who cause the most problems, while community-
oriented policing focuses on communities that cause problems.
a. True
*b. False
Learning objective number: 6
Cognitive domain: Comprehension
Question type: TF

9. The basic qualification for becoming a police officer was a political connection rather than any
ability to perform the basic functions of the job well into the 1900s.
*a. True
b. False
Learning objective number: 3
Cognitive domain: Comprehension
Question type: TF

10. The Reform Era was characterized by the incorporation of a strong centralized administrative
bureaucracy.
*a. True
b. False
Learning objective number: 4
Cognitive domain: Comprehension
Question type: TF

11. Day watch systems were established in the United States in the early to mid-1700s.
a. True
*b. False
Learning objective number: 2
Cognitive domain: Comprehension
Question type: TF

12. Terrorists frequently commit “normal” crimes such as robbery and fraud to fund their
activities.
*a. True
b. False
Learning objective number: 8
Cognitive domain: Comprehension
Question type: TF
Cox, Introduction to Policing 3rd Edition Instructor Resource

13. It was with the appointment of President Hoover that police became more service oriented.
a. True
*b. False
Learning objective number: 4
Cognitive domain: Comprehension
Question type: TF

14. Juvenile divisions were created during the Era of Social Upheaval as a result of influences of
the 1960s and 1970s.
a. True
*b. False
Learning objective number: 4, 5
Cognitive domain: Analysis
Question type: TF

15. The initial reaction of police to the failure to control crime and disorder in the political era
was to increase professionalism and militarization.
*a. True
b. False
Learning objective number: 4
Cognitive domain: Comprehension
Question type: TF

16. During the Reform Era, police officers most often represented the local political party in
power than the legal system.
a. True
*b. False
Learning objective number: 3, 4
Cognitive domain: Comprehension
Question type: TF

17. The intent of community policing was to counter the enhanced technology, specialization,
and paramilitary organization that had alienated the citizens they were sworn to serve and
protect.
*a. True
b. False
Learning objective number: 2, 6, 7
Cognitive domain: Analysis
Question type: TF

18. The most commonly performed police work generally falls outside the realm of the criminal
justice system.
*a. True
b. False
Learning objective number: 6, 7
Cognitive domain: Analysis
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—Juliana, se o sabes,
Não o queiras descubrir;
Porque o Conde é muito rico
De ouro te hade vestir.
«Não quero seus fatos d’oiro,
Já os tenho de damasco;
Inda meu pae não é morto,
Já me querem dar padrasto!
As pregas d’esta camisa
Eu não as chegue a fazer,
Quando meu pae vier da missa
Se eu lh’o não fôr dizer.
As pregas d’esta camisa
Não as chegue eu a acabar,
Em meu pae vindo da missa
Se lh’o eu não fôr contar.

Estando n’estas rasões


O pae á porta batia:
—«Oh que razões serão essas
Entre uma mãe e a filha?
«Com bem venha, senhor pae,
Com Deos seja a sua vinda;
Tenho para lhe contar
Um conto de maravilha:
Estando eu no meu tear,
Tecendo cambraia fina,
Veio o Conde de Allemanha...
—«Algum fio te quebraria?
Não te zangues, minha filha,
Nem me faças tu zangar,
Porque o Conde é divertido,
Talvez fosse por brincar.
«Mal o hajam os seus brincos,
Mais o seu negro brincar;
Que me pegou por um braço
E á cama me quiz levar.
—«Accommoda-te pois, filha,
Não me faças mais zangar,
Ámanhã por estas horas
Vae o Conde a degollar.
«Levante-se, minha mãe,
Venha vêr a bizarria!
E o Conde da Allemanha
Tambem vae na companhia,
Com a cabeça n’um prato,
E o sangue n’uma bacia.
—Mal o hajas tu, oh filha,
Fóra o leite que mammaste;
Sendo o Conde tão bonito
A morte que lhe causaste.
«Accommode-se minha, mãe,
Não me faça mais zangar,
A morte, que o Conde leva
Não lh’a faça eu levar.
—Bem hajas, oh minha filha,
Mais o leite que mammaste;
Menina de doze annos
Da morte que me livraste.
30
O Conde de Allemanha

(Variante de Trás-os-Montes)

Já o sol dava na côrte,


E já era o claro dia,
Inda o Conde de Allemanha
Com a rainha dormia.
Não no saberia el-rei,
Nem quantos na côrte havia,
Sabia-o a Dona Infanta
Filha da mesma rainha.
—«Infantinha, se o sabes,
Não me queiras descobrir,
Que o Conde é mui brioso,
De ouro te hade vestir.
«Não quero vestidos d’ouro,
Que os tenho de damasco,
Meu pae ainda é bem novo,
Já me querem dar padrasto.
As mangas d’esta camisa
Não as chegue eu a romper,
Se quando vier meu pae
Eu lh’o não fôra dizer.
Venha, venha, senhor, pae,
Santa seja a sua vinda,
Um conto quero contar,
Um conto á maravilha.
—Conta, conta, minha filha,
Que eu gósto do te ouvir!
«Estando eu na minha cella,
Dobando seda amarella,
Veio o Conde de Allemanha
Tres fios me tirou d’ella,
—Cala-te lá, oh filha,
Vamos p’r’a mesa jantar,
Que o Conde é rapaz novo,
É menino quer brincar.
«Mal hajam os seus brinquedos,
Mal haja do seu brincar,
Que pegou em mim nos braços,
Á cama me foi lançar.
—Dize pois, oh minha filha,
Que castigo lhe heide dar?
«Quero escadas dos seus ossos
Para o jardim passear.
—Cala-te lá, oh filha.
Vamos para a mesa jantar,
Que amanhã por estas horas
Vae o Conde a degollar.
—«Arrenego-te, Mariana,
Mais o leite que mammaste,
Oh que Conde tão bonito
E a morte que lhe causaste,
«Minha mãe, minha mãesinha,
Venha á janella do canto,
Venha ver o senhor Conde
Todo vestido de branco.
Venha vêr, oh minha mãe,
Á janellinha do poço,
Venha vêr o senhor Conde
Com uma corda ao pescoço.
Venha, venha, minha mãe,
Venha p’r’a sala do meio,
Vêr o Conde da Allemanha
Feito n’um cravo vermelho.
—«Mal o hajas tu, oh filha,
Fóra o leite que mammaste,
Sendo o Conde tão bonito
A morte que lhe causaste.
«Cale-se ahi, minha mãe,
Ninguem a ouça falar;
Que a morte que leva o conde
Não a vá você levar.

31
Romances de Dom Carlos de Montealbar

(Versão do Porto e Beira-Alta)

Estando Dona Silvana,


Mais Dom Carlos Montealbar,
Debaixo de uma roseira,
Debaixo de um rosal,
Passou por ali um pagico,
Que nunca elle passasse:
—Pagico, do que has visto
A el-rei não vás contar,
Que eu te dou a minha chave,
Quanto puderes levar;
E da parte da senhora
O que ella te quizer dar.
«Não quero ouro, nem prata,
Se ouro e prata me heis dar;
Quero guardar lealdade
A quem a devo guardar.

Pagem, como ignorante,


A el-rei o foi contar,
Á casa dos estudantes
Onde estava a estudar,

«Deos vos salve, senhor rei,


E a vossa corôa real;
Lá deixei o conde Carlos
Com a princesa a folgar,
«—Se á puridade o dissesses
Tença te havia de dar;
Mas pois tam alto falaste,
Alto hasde ir a enforcar.
—«Ganhas-te, mexeriqueiro,
Com o teu mexericar.
«Ganhei a morte, senhora,
E a vida me podeis dar.
—«Se ella está na minha mão,
A vida não te heide dar;
Para outra não fazeres
Já irás a degollar,
E ao rabo do meu cavallo
Te mandarei arrastar.

Aos sette para outo mezes


Seu pae que a estava a mirar;
-«Que me mira, senhor pae,
Que tanto me está a mirar?
«—Eu miro-te, minha filha,
Que me pareces pejada.
—«Calle-se d’ahi, meu pae,
Que é das saias mal talhadas.

Mandou chamar dois obreiros


A quem elle mais amava,
Olharam um para o outro:
»Estas saias não tem nada!

«—Call’-te, call’-te, minha filha,


Ámanhã serás queimada!
—«Não se me dá que me queimem,
Que me tornem a queimar;
Da-se-me d’este meu ventre
Que é de sangue real.
Ai quem me dera um pagico
Que me fôra bem mandado,
Que me levara uma carta
A Dom Carlos Montealbar.
«Escreva, minha senhora,
Em quanto eu vou jantar.
—«Se elle estiver a dormir
Façam-no logo acordar,
Se elle estiver a comer
Não o deixem acabar.
«Aqui lhe trago, senhor,
Novas de grande pesar,
Que a sua bella menina
Ámanhã vae a queimar.
Jornada de trinta leguas
Temol-a nós para andar.
Era meia noite em ponto
Dom Carlos a repousar;
Chamou um dos seus criados
O que lhe era mais leal,
Lhe aparelhasse um cavallo
Dos que tem melhor andar;
Doze campainhas d’ouro
Lhe puzesse ao peitoral.
Onde vás tu, oh Dom Carlos,
Sósinho por esse andar?
Vestiu-se em trajos de frade
Ao caminho foi esperar.

—Cesse, cesse, senhor conde,


Cesse se hade cessar,
Que a menina que aí vae
Inda está por confessar.
«—Confesse-a, senhor padre,
Em quanto eu vou jantar.
—Diga-me, minha menina,
Verdade me hade falar:
Se algum dia teve amor
A leigo, crelgo, ou a frade?
—«Nunca tive amor a crelgo,
Nem a leigo, nem a padre;
Tive amores com Dom Carlos,
Por isso vou a queimar.
No primeiro mandamento
O padre nada lhe disse;
No meio da confissão
Um beijinho lhe pediu.
—«Cesse, cesse, senhor padre,
Cesse se hade cessar,
Onde Dom Carlos beijou
Ninguem mais hade beijar.
—Esse sou, minha senhora,
Que a venho aqui buscar.
Tomou-a logo nos braços,
Puzeram-se a caminhar;
Correm d’alem os criados
E puzeram-se a gritar:

«Senhor padre, deixe a moça,


Que a manda seu pae queimar!
—Pois vão dizer a seu pae,
Que a venha d’aqui tirar.

32
Dona Lisarda

(Variante da Beira-Baixa)

—Oh Lisarda, oh Lisarda,


Oh Lisarda meus amores,
Quem dormira uma só noite
Comvosco n’esses alvores.
«Dormirieis uma ou duas
Se não vos fôsses gabar.
—Tenho feito juramento
Na folhinha do Missal,
Menina com quem dormir
De eu a não ir diffamar.

Ainda não era manhã


Ao jogo se foi gabar:
—Dormi esta noite com uma....
Não ha na corte uma egual!
Puzeram-se uns para os outros:
Quem seria? quem será?
Aonde estava um irmão
Á mãe o veio contar;
A mãe assim que o soube
Logo a mandou fechar.
O pae perdeu confiança,
Lenha lhe mandou cortar.

«—Oh Lizarda, oh Lizarda,


O pae te manda queimar.
«Não se me dá que me queime,
Nem que me mande queimar;
Dá-se-me d’este meu ventre
Que leva sangue real.

Chegou a uma janella


Mui triste do coração:

«Haverá por’hi um pagem


O qual queira do meu pão,
Que esse levasse uma carta
Ao conde de Montalvão?

Appareceu-lhe um menino
De sete annos e mais não:

—«Eu lh’a levarei, senhora,


Escripta no coração.
«Se o achares a dormir
Deixa-o primeiro acordar;
Se o achares á janella,
Cartas lhe vás entregar.

Foi fortuna do menino


Á janella o ir achar:
—«Cartas lhe trago, senhor,
Cartas de muito pesar;
Menina com quem dormistes
Ámanhã a vão queimar.
Não se lhe dá que a queimem,
Nem que a levem a queimar;
Dá-se-lhe só do seu ventre
Que leva sangue real.
—Ala, ala, meus criados,
Cavallos ide ferrar,
Com ferraduras de bronze
Que não se hajam de gastar.
Jornada de outo dias
Esta noite se hade andar.

Vestiu-se em trajos de frade


Começou a caminhar;
Quando chegou ao pé d’ella
Então já a iam queimar.

—Quéde, quéde essa justiça,


Se não a farei quedar,
A menina que aí levam
Ainda vae por confessar.
—Confessae-a, senhor padre,
Emquanto vamos jantar;
A confissão é de um anno,
Ella hade-se demorar.
—Venha cá, minha menina,
Faça confissão geral,
No meio da confissão
Um beijinho me hade dar.
«Tenho feito juramento
Na folhinha do Missal,
Bocca que beijou o conde
Frade não hade beijar.
—Venha cá, minha menina,
Que a quero confessar;
No meio da confissão
Um abraço me hade dar.
«Não permitta Deos do céo
Nem os santos do altar,
Braços que o conde abraçaram
Frades não hão de abraçar.

Começa-se elle a sorrir


No meio da confissão:

«Pelo rir estás parecendo


O Conde de Montalvão!
—Esse sou, minha senhora,
Criado para a salvar.

Montou-a no seu cavallo,


Foi á pressa a caminhar,
Quando veio a justiça
Não a puderam alcançar.

—Digam agora a seus manos ’


Que a venham cá accusar;
Digam agora a sua mãe
Que a venha cá fechar;
Digam também a seu pae
Que a mande agora queimar!
Vae na minha companhia
Para com ella casar.

33
Dona Areria

(Variante de Coimbra)

A cidade de Coimbra
Tem uma fonte de agua clara;
As moças que bebem n’ella
Logo se vêem pejadas.
Dona Areria bebeu n’ella
Logo se viu occupada
Estando com seu pae á mesa
Seu pae que muito a mirava:

—Dona Areria, Dona Areria,


Parece que estás pejada?
«A culpa é dos alfaiates,
Que talharam mal a saia.

Chamaram-se os alfaiates
Á sua salla fechada,
Olharam uns para os outros:
—Esta saia não tem nada.
Ao cabo de nove mezes
Ella será abaixada.

Arrecolheu-se ao seu quarto


Muito triste, desmaiada.

—Dona Areria, Dona Areria,


Ámanhã serás queimada.
«Não se me dá que me queimem,
Que me tornem a queimar;
Dá-se-me d’este meu ventre
Que é de mui nobre linhagem.
Oh quem me dera um criado
Que me comêra o meu pão;
Que me levara uma carta
Ao conde de Montalvão.
—Escreva, menina, escreva,
Escreva do coração,
Que eu lhe levarei a carta
Ao conde de Montalvão.
—Aqui tem, oh senhor conde,
Carta de muito pesar;
Menina com quem dormiu
Ella aí vem a queimar.
—«Se tu me dizes devéras,
Cavallos mando apromptar;
A jornada de oito dias
Ainda hoje se hade andar.
—Lá ao fim de nove legoas
Liteiras se hão de encontrar.

Vestiu-se em trajos de frade


Ao caminho a foi esperar;
Em chegando ao pé d’ella
Aos criados foi falar:
—«Pára, pára, oh da liteira,
Que eu te farei parar,
A menina que vem dentro
Ella vem por confessar:
—«Diga-me, minha menina,
Verdade me hade falar,
Se teve amores com clerigos
Ou com frades, mal pesar?
«Não tive amores com clerigos,
Nem frades de mal pesar;
Tive amores com Dom Carlos,
Por isso vou a queimar.
—«Lá no meio da confissão
Um beijinho me hade dar.
«Onde o conde pôz a bocca
Padre algum lhe hade tocar.
—«Pois Dom Carlos sou eu mesmo
E comtigo heide casar.

34
Romance do Passo de Roncesval (Versão de Trás-os-Montes)

—Quêdos, quêdos cavalleiros,


Que el-rei os manda contar!
Contaram e recontaram,
Só um lhe vinha a faltar;
Era esse Dom Beltrão,
Tão forte no batalhar;
Nunca o acharam de menos
Senão n’aquelle contar,
Senão ao passar do rio,
Nos portos de mal passar.
Deitam sortes á ventura
A qual o ha de ir buscar.
Que ao partir fizeram todos
Preito, homenagem no altar,
O que na guerra morresse
Dentro em França se enterrar.
Sete vezes deitam sortes
A quem no hade ir buscar;
Todas sete lhe cahiram
Ao bom velho de seu pae.
Volta redeas ao cavallo,
Sem mais dizer, nem falar...
Que lh’a sorte não cahira,
Nunca elle havia ficar.
Triste e só se vae andando
Não cessava de chorar;
De dia vae pelas montes.
De noite vae pelo val;
Aos pastores perguntando
Se viram ali passar
Cavalleiro de armas brancas,
Seu cavallo tremedal?

«Cavalleiro de armas brancas,


Seu cavallo tremedal,
Por esta ribeira fóra
Ninguem não no viu passar.
Vae andando, vae andando
Sem nunca desanimar,
Chega áquella mortandade
D’onde fôra Roncesval:
Os braços já tem cansados
De tanto morto virar;
Viu a todos os francezes,
Dom Beltrão não pôde achar.
Volta atrás o velho triste,
Volta por um areal,
Viu estar um perro mouro
Em um adarve a velar:
—Por Deos te peço, bom mouro,
Me digas sem me enganar,
Cavalleiro de armas brancas
Se o viste por’qui passar?
Hontem á noite seria,
Horas do gallo cantar,
Se entre vós está cativo
A oiro o heide pezar.
«Esse cavalleiro, amigo,
Diz’-me tu que signaes traz?
—Brancas são as suas armas,
O cavallo tremedal,
Na ponta da sua lança
Levava um branco sendal,
Que lh’o bordou sua dama
Bordado a ponto real.
«Esse cavalleiro, amigo,
Morto está n’esse pragal,
Com as pernas dentro d’agua,
O corpo no areal.
Sete feridas no peito
A qual será mais mortal:
Por uma lhe entra o sol,
Por outra lhe entra o luar,
Pela mais pequena d’ellas
Um gavião a voar.
—Não tórno a culpa a meu filho,
Nem aos mouros de o matar:
Tórno a culpa a seu cavallo
De o não saber retirar.
Milagre! quem tal diria,
Quem tal poderá contar!
O cavallo meio morto
Ali se pôz a falar:
—«Não me tornes essa culpa,
Que m’a não podes tornar;
Tres vezes o retirei,
Tres vezes para o salvar;
Tres me deu de espora e rédea,
Co’a senha de pelejar.
Tres vezes me apertou silhas,
Me alargou o peitoral...
Á terceira fui a terra
D’esta ferida mortal.
VERGEL DE ROMANCES
MOURISCOS, CONTOS DE
CAPTIVOS, LENDAS PIEDOSAS
E XACARAS

IV—ROMANCES MOURISCOS E CONTOS


DE CAPTIVOS
35
Fragmento de um Romance do Cid

(Versão de Gil Vicente)

Ai Valença, guai Valença,


De fogo sejas queimada,
Primeiro foste de Mouros
Que de Christianos tomada.
Alfaleme na cabeça
En la mano uma azagaya,
Guai Valença, guai Valença,
Como estás bem assentada;
Antes que sejam tres dias
De Moiros serás cercada.
........................
........................

36
Romances de Dom Gayfeiros

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