CBIE-LACLO 2015
Anais dos Workshops do IV Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE 2015)
ATID - Authoring Tool for Instructional Design
Caio de Albuquerque Lucena Medeiros1, William Balbino Cunha Barbosa1,
Anderson Felinto2, Douglas Afonso Tenório de Menezes2, Isabel Dillmann Nunes1,
Ulrich Schiel2
1
Faculdades de Ciências Sociais Aplicadas - FACISA
Campina Grande – PB – Brasil
2
Universidade Federal de Campina Grande - UFCG
Campina Grande - PB - Brasil
{caiolucenamdr, anderson.fbarbosa, dougglas2002,
beldillnunes}@gmail.com, williambalbino14@ hotmail.com,
ulrich@computação.ufcg.edu.br
Resumo. Este artigo apresenta a ferramenta ATID - Authoring Tool for
Instructional Design. A ATID permite que um professor ou designer
instrucional consiga modelar o sequenciamento das atividades de uma
disciplina ou curso, considerando as condições para a transição entre elas. A
notação utilizada pela ferramenta é a Rede de Atividades de Alto Nível, a qual
permite modelar atividades simples, sub redes, transições e repositórios. A
notação está baseada em Redes de Petri, o que permite a verificação do
modelo construído, identificando atividades que foram propostas mas que não
necessitam ser finalizadas ou situações de deadlock, em que o aluno não
consegue finalizar o curso.
1. Cenário de Uso
A construção de um ambiente de Educação On-line é composta pelas seguintes fases
[Fetaji e Fetaji 2010]: planejamento, design instrucional, implementação, avaliação e
análise. A fase de design instrucional - DI, por ser determinante na aplicação do
conhecimento e por considerar as abordagens pedagógicas existentes, é importante no
processo do ambiente de aprendizagem.
O planejamento do DI deve ser refletido, especialmente para a Educação On-line
e em seus Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA, em que há o uso de
tecnologias, hipertextos e redes de comunicação interativa, sem limite de tempo ou lugar
[Filatro 2010].
Os AVAs são responsáveis por disponibilizar conteúdos, meios de interação e
atividades às pessoas que estão geograficamente distantes ou com indisponibilidade de
horário comum. Porém, a maioria dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem não
proporcionam mecanismos de apoio ao Design Instrucional, sendo o processo de
planejamento, construção e acompanhamento realizados de forma separados. Por isso,
padrões como SCORM1 e IMS-LD2 são utilizados na tentativa de minimizar os
problemas de DI [Vahldick et al. 2007; Filatro et al. 2006; Vantroys and Peter 2003].
1
Sharable Content Object Reference Model
DOI: 10.5753/cbie.wcbie.2015.383
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Tais padrões possuem a vantagem de permitir um reuso dos materiais
construídos. O sequenciamento das atividades deve ser planejado antecipadamente e
pode sofrer alterações durante a execução de um curso, porém os padrões não possuem
uma forma de manter a integridade do sequenciamento no momento de uma alteração.
Algumas questões devem ser realizadas durante o curso e não somente ao final, em sua
avaliação. Questões como: Será que a alteração realizada mantém o objetivo do curso?
Será que não “quebra” o sequenciamento criando situações em que atividades que eram
essenciais tornam-se obsoletas? E o acompanhamento realizado no AVA, separa o
ambiente de planejamento do ambiente de execução?
A utilização de Sistemas de Workflow aplicados a Educação trouxe um
melhoramento em relação a tais questões. Possibilitando que tanto o planejamento como
o acompanhamento sejam realizados de forma interativa. Porém, como mostra o
trabalho de Spoelstra et al. (2008) é necessário criar mecanismos de flexibilidade, como
ações atômicas que são pontos de mudanças permitidas.
Redes de Petri de Alto Nível podem ser utilizadas para suprir essa necessidade.
Estas redes possuem uma base matemática e formal que permite o desenvolvimento e a
simulação de sistemas [Padua et al. 2002]. Mais precisamente, Redes de Petri de Alto
Nível, como as Redes de Petri Coloridas [Jensen 1997], permitem que atividades sejam
modeladas, restrições de caminhos sejam especificadas e que as marcas sejam
individualizadas, criando um ambiente propício para o planejamento (anterior ao curso)
e acompanhamento de atividades realizadas por alunos (em tempo de execução) em
ambientes virtuais de aprendizagem.
A Rede de Atividades de Alto Nível - RAAN é uma notação que traz as
características necessárias para atender aos requisitos do planejamento de Design
Instrucional e seu acompanhamento em tempo de execução. A RAAN utiliza como base
formal a Rede de Projeto de Alto Nível - RPr, uma classe especial de Redes de Petri
Colorida [Nunes e Schiel 2011]. A RPr garante as necessidades e características da
RAAN e assim torna-se específica para o tipo de processo a ser modelado. Uma Rede de
Projeto permite determinar a qualidade estrutural de uma Rede de Atividades. A
qualidade estrutural é determinada pela análise do Grafo de Alcançabilidade
correspondente [Nunes e Schiel 2013].
A definição da notação de Rede de Atividades de Alto Nível tem também o
objetivo de tornar mais fácil e acessível aos usuários leigos o desenvolvimento e
acompanhamento de Rede de Projetos de cursos. A RAAN permite especificar
atividades e o estado de indivíduos e grupos em relação a essas atividades. Tais
características são fundamentais em um processo de Design Instrucional. A partir da
integração com um AVA, o modelo também pode acompanhar as atividades dos alunos
em tempo de execução de um curso, permitindo assim identificar alunos em risco e
pontos do DI mal planejados.
Foi especificada então uma ferramenta que implementa o processo proposto,
denominada ATID – Authoring Tool for Instructional Design, a qual pode ser integrada
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Instructional Management System - Learning Design
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a um Ambiente Virtual de Aprendizagem que fornece informações dos alunos durante a
execução do curso.
A ATID destina-se à professores e designers instrucionais pois tem o objetivo de
permitir a construção do sequenciamento de atividades. Tal sequenciamento, utilizando
como base uma matriz instrucional e suas características, deve ser aplicado de forma a
ajudar no aprendizado.
2. Desenvolvimento
A ATID está sendo implementada utilizando a metodologia SCRUM e algumas práticas
de XP, como a programação em pares. A Figura 3 mostra o Diagrama de Casos de Uso
com as principais funcionalidades da ferramenta.
Figura 1. Diagrama de Casos de Uso da ATID
A ATID permite criar a estrutura do Design Instrucional de um determinado
curso, definir ordens de prioridades, regras de validação para cada transição e definir
prazos. Os DI´s criados são armazenados afim de serem usados na execução do curso e,
posteriormente, recuperados para reutilização ou como base para um novo modelo.
As condições de continuidade das atividades são definidas através das Condições
de Guarda atribuídas às transições da Rede de Atividades. Tais condições ainda não
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foram implementadas pois é necessário o desenvolvimento de um analisador léxico e
um analisador sintático para a gramática das condições descritas.
Um Design Instrucional criado deve ser analisado para que corresponda a uma
Rede de Atividades bem formada. A ATID realiza essa verificação utilizando o Grafo
de Alcançabilidade correspondente da RA. O Grafo de Alcançabilidade utilizado para
verificação não é visualizado pelo usuário, sendo um recurso utilizado para identificar
pontos de deadlock e evitar que seja possível chegar ao final da rede sem ter executado
todas as atividades previstas para o processo.
A ferramenta está sendo desenvolvida em JAVA, utilizando seus recursos como
Swing e Graphics4. A ferramenta ainda está em fase de implementação e por isso ainda
não foi possível realizar a sua validação.
3
3. Apresentação do Software
A ATID possui uma interface gráfica adequada para sua aplicação, em que o menu possui
as opções de File e Edit como também específicas para construção da Rede de Atividades
(Draw e Subnet) e para a verificação da rede em Algorithms, como mostra a Figura 2.
Figura 2. Interface gráfica da ATID
A construção da Rede de Atividades é realizada a partir da inserção dos seus
elementos, conforme a necessidade do curso ou disciplina. A Figura 3 mostra uma rede de
atividades formada com atividades simples (dois círculos) e composta (três círculos),
transições (retângulo) e repositórios (círculo). Os repositórios são elementos que indicam o
armazenamento de documentos, tanto para serem consumidos pelos alunos ou produzidos
por eles em alguma atividade. O DI começa com a atividade begin e atividade end, tais
atividades não possuem atributos (a não ser o próprio nome) e representam o início e
fim do DI respectivamente.
A correta associação entre os elementos também é tratada na ATID. A Figura 4
mostra a tentativa de associar uma atividade em outra, o que não é permitido devido ao
conceito de Redes de Petri utilizado, e a inibição por parte da ferramenta.
3
http://docs.oracle.com/javase/6/docs/technotes/guides/swing/
4
http://docs.oracle.com/javase/7/docs/api/java/awt/Graphics.html
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Figura 3. Rede de Atividades na ATID
Figura 4. Erro ao ligar dois elementos iguais (atividades simples).
A fase de análise da Rede de Atividades para identificar se a rede está bem
formada, por meio do Grafo de Alcançabilidade, deve ser inicializada pela definição de
uma marca na atividade inicial e a execução das transições que estão disponíveis para
serem disparadas. Caso a rede tenha um deadlock ou que permita uma atividade não ser
finalizada para o encerramento do curso, a ATID indicará, respectivamente, com apenas
transições em vermelho (Figura 5) e com uma marca na atividade que não necessitou ser
finalizada e outra na atividade end (Figura 6).
O código fonte da ATID ainda não está disponível devido ao estágio inicial de
desenvolvimento da ferramenta. Releases serão disponibilizadas assim que estiverem
funcionais, sob a licença GNU GPL.
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Figura 5. Rede de Atividades com deadlock.
Figura 6. Rede de Atividades com atividades não finalizadas.
4. Considerações Finais
A ferramenta ATID permite a construção de Designs Instrucionais por meio da notação
de Rede de Atividades de Alto Nível.
Atualmente, outras funcionalidades estão sendo implementadas:
Novo elemento chamado Evento, o qual permite que eventos externos tais como
a utilização de recursos sejam considerados;
Condições para as transições, fazendo com que o professor possa modelar
caminhos alternativos para os alunos conforme sua frequência, notas ou
performance.
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A partir da ferramenta finalizada será possível intregá-la aos diversos AVAs
existentes. A proposta inicial é implantar a sua integração com o Moodle, para que a
ferarmenta seja, não somente um editor, mas também uma interface gráfica para o
acompanhamento das atividades realizadas no ambiente virtual.
A ATID possui a característica de ser independente de AVA, assim, para sua
integração é necessário que aplicações de integração sejam implementadas sem que
tenha que alterar a própria ferramenta ou o ambiente virtual de aprendizagem. Essa
característica de diversidade torna-se relevante para considerá-la uma aplicação
comerciável, pois pode atender a diferentes AVAs.
Referências
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Planning Developing and Evaluating E-Learning Software Solutions. In: E-Learning,
experiences and future. Edited by Safeeullah Soomro and published by In-Teh. Pag
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Filatro, A.; Boaretto, R.; Nunes, C. (2006) Learning Activities Editor Tool. TDIA – III
Workshop. Pág. 152-154.
Filatro, A. (2010) Design Instrucional Contextualizado – educação e tecnologia. 3ª
edição. Editora Senac – São Paulo. 215 páginas.
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Desafie! (CSBC).
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Vantroys, T. and Peter, Y. (2003) COW, a Flexible Plataform for the Enactment of
Learning Scenarios. Lecture Notes in Computer Science.
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