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2014, Quaderni di Thule, Perugia
O poema O Guesa, do brasileiro Sousândrade (1832-1902), narra uma peregrinação alegórica baseada em uma tradição dos índios muíscas da atual Colômbia, estendendo-a no tempo e no espaço: seu protagonista viaja por toda a América e vai também à Europa e à África, passando por episódios da história americana desde os tempos pré-colombianos até o presente da enunciação. Visando colaborar para a integração do poema ao corpus internacional da poesia americana do seu tempo, este trabalho procura discutir relações inexploradas com textos hispano-americanos – de González Prada, Martí, Chocano e outros –, em busca de elementos para uma compreensão histórico-estilística do americanismo poético inscrito em sua peculiar dicção e forma narrativa.
Este estudo propõe pensar o herói-anti-herói Sousândrade-Guesa, de ―O Inferno de Wall Street‖ (o emblemático fragmento do poema épico O Guesa, de Joaquim de Sousa Andrade - Sousândrade), como um símbolo do excluído, do miserável, do deslocado, do vencido de ontem e de hoje. A pesquisa parte de uma investigação sobre a violência da linguagem, enquanto órgão de classificação, divisão, racionalização, nacionalização e sentido. Um sentido que é também a condição de verdade para a produção do discurso histórico, esse discurso que conta sempre uma mesma e única história: a dos vencedores. O multidiomático, as invenções-inversões, o hibridismo, o caos, os fragmentos e as dissonâncias do texto sousandradino se apresentam, portanto, como um combate com a língua dentro da própria língua, um périplo de atravessamento, um deserto onde a representação não é mais possível, uma espécie de literatura menor, de devir-menor, de desvio, de ruptura com esse discurso, essa história, essa ordem, uma quebra com toda idéia de completude e naturalidade da língua, dos idiomas, da lei, do mercado, de questionamento em relação a nossas construções binaristas, eternas e hierarquizadas, enfim, de potência de desarticulação do sistema. Nesses desvios, Sousândrade-Guesa se apresenta um Outro, um singular, conseqüentemente, um homo sacer, alguém que deve ser excluído, um messias que se abre ao fracasso, ao abandono de si, mas que, por isso mesmo, é capaz de profanar o improfanável capitalismo, de resistir e tentar uma nova comunidade.
Anuário de Literatura, 2007
This essay intends to read in O Guesa, of Joaquim de Sousândrade, a sort of exile-poem. A desert where the poet is an eternal errant, a stranger in his own language, where the representation is not possible anymore and what remains is multi-idiomatic fragmentation, roars, babbles, cacophonies, cries, screams and inversions. A between-place of discords, rupture and deflection, of combat language inside the language.
Considerando que o Romantismo europeu foi um movimento de crítica social, isto é, tendo por eixo a ideia de que o mesmo foi uma ampla reação dos intelectuais às vicissitudes da sociedade capitalista moderna, refletimos acerca das características desse movimento e da sua “transplantação” para o Brasil. Assim, considerando o contexto do Romantismo francês, o qual influenciou o Romantismo nacional, discutimos nesse artigo as peculiaridades do “caso brasileiro”, dando relevo ao poeta maranhense Sousândrade. Este, no poema O Guesa, enquanto trata de temas caros ao nosso Romantismo, como a exaltação do indígena, mostra-se moderno por apresentar uma visão crítica dos mesmos e por estar em sintonia com o espírito romântico europeu de contestação ao capitalismo. Vale ressaltar que essa última característica sousandradina não estava inclusa na dimensão do Romantismo no Brasil, marcado, sobretudo, pelo empenho dos escritores em construir a identidade nacional.
A transição da Monarquia para a República no Brasil foi cercada de conturbados eventos no plano interno, em razão do "vazio de poder" decorrente das instituições decaídas, e no plano externo, eleito como ponto de referência e de legitimidade para a boa condução do país. Partindo do pressuposto de que havia porosidade entre a política interna e a política externa, a diplomacia exerceu alta influência nos acontecimentos domésticos nacionais, referendando principalmente o relacionamento com os Estados Unidos como o ponto de apoio à instável política interna. O maior representante dessa linha de atuação foi Salvador de Mendonça, diplomata do Brasil nos Estados Unidos. Americanista convicto, ele diplomata trabalhou pela aproximação - leia-se americanização - do Brasil, intervindo em três ocasiões: na Conferência Americana de 1889-1890 em Washington, na assinatura do Tratado de Reciprocidade Comercial de 1891 e durante a Revolta da Armada no Rio de Janeiro em 1893-1894. Fundamentando a pesquisa em sua na correspondência diplomática, o autor desta obra mostra a importância da atuação de Salvador de Mendonça na aproximação com os Estados Unidos, processo que ao longo de quase uma década tornou sinônimas as idéias de republicanização e americanização da esfera política brasileira.
Nosso texto fará uma ponte entre dois autores e duas obras aparentemente distantes no tempo e no espaço, nos referimos a O Guesa do romântico Joaquim de Sousa Andrade (Sousândrade) e El pez de oro do vanguardista peruano Arturo Peralta (Gamaliel Churata). O eixo de comparação será o mito que movimenta os elementos estéticos de ambos e que, além de estruturar os textos, propõe uma perspectiva de fazer política na América Latina. Neste sentido, falaremos sobre a validez do mito (especificamente no nosso continente) como forma de pensamento com capacidade epistêmica para participar nas estruturas de poder a partir da via do sentir (estética) de outro modo o mundo e sua heterogeneidade. A pergunta que guiará nossa apresentação será: tem o mito um tipo de política que ainda não foi ouvida? Para respondê-la, tentaremos uma leitura ameríndia destes autores segundo as propostas antropológicas do Eduardo Viveiros de Castro e o pensamento de desterritorialização e rizoma de Deleuze e Guattari. O texto pode ser lido a partir da página 251 do documento. Também pode se confrontar no seguinte link:
Analisando a história do pensamento latino-americano é possível reconhecer a existência de uma linhagem de atores políticos que, ao longo de suas trajetórias, defenderam a existência de um sentido nacional para a América Latina. Tal trajetória pode ser entendida como uma espécie de tradição e será por nós chamada de latino-americanismo. Dentre os vários nomes que se apresentam como representantes desta tradição latino-americanista destacamos a figura do importante intelectual peruano Luis Alberto Sánchez (1900-1994). Sánchez fez parte de uma geração que lutou por ideais latino-americanistas e formulou uma linha de atuação política norteada pela mesma. Ao analisarmos o pensamento de Luis Alberto Sánchez pretendemos aprofundar nossa compreensão a respeito do latino-americanismo e estudar algumas características fundamentais desta tradição, ao mesmo tempo em que poderemos delimitar como Sánchez se encaixa na mesma.
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