Excluída da “civilização do ouro” de Minas Gerais, Cataguases teve sua colonização do começo do século XIX ligada à agropecuária e à cafeicultura. No início do século XX recebeu algumas indústrias, destacando-se no ramo têxtil e...
moreExcluída da “civilização do ouro” de Minas Gerais, Cataguases teve sua colonização do começo do século XIX ligada à agropecuária e à cafeicultura. No início do século XX recebeu algumas indústrias, destacando-se no ramo têxtil e metalúrgico, favorecendo seu desenvolvimento, explica-se daí uma série de monumentos recentes assinados por alguns dos mais importantes artistas do modernismo, o que permite aos moradores de Cataguases falarem de um “movimento modernista” da cidade, contudo, seu espaço urbano apresenta uma riqueza de tipologias arquitetônicas com bens neocoloniais, ecléticos e art déco. Apesar disso, apenas o modernismo é exaltado como de relevância, tanto pelas instituições locais, como pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que tombou a cidade em 1994. Assim, pretende-se nesse texto problematizar questões referentes ao processo de seleção do conjunto urbano de Cataguases como patrimônio cultural nacional, com destaque para a delimitação do perímetro de tombamento que se deu, sobretudo, pela valoração arquitetônica em detrimento da salvaguarda da memória dos grupos sociais que habitam a cidade, em particular a memória operária.