Patrimônio em prática. Vol2. Diálogos e participação social, 2024
O que se propõe aqui neste breve artigo é contribuir para o tema da participação social na preser... more O que se propõe aqui neste breve artigo é contribuir para o tema da participação social na preservação do patrimônio cultural apresentando um caminho de discussão sintetizado em quatro modos de pensar a participação social nas políticas de preservação do patrimônio cultural.
Uma característica marcante da atual produção e reprodução do espaço nas cidades brasileiras tem ... more Uma característica marcante da atual produção e reprodução do espaço nas cidades brasileiras tem sido o verdadeiro “bota-abaixo”, ou seja, des- truição do ambiente construído do passado sob o comando do mercado imobiliário e sua constante busca do lucro e da valorização do capital. Vive-se, assim, uma dinâmica urbana tensionada pelo poder econômico que impõe a lógica da urbanização como negócio. Isso tem resultado na eliminação de testemunhos e marcas fundamentais da história e do cotidiano das classes trabalhadoras das cidades, pois não há uma política pública que se ocupe da preservação dos bens materiais ligados ao universo da cultura popular. O objetivo do presente artigo é, assim, problematizar o tema a partir do caso do Parque do Povo, em São Paulo, mostrando como se deu a sua destruição, que foi resultado de ações do poder público voltadas ao atendimento de interesses da valorização imobiliária na nova centralidade dos negócios da metrópole paulistana.
Este livro foi organizado em torno da vivência e do repertório construído pelo Coletivo Arouchian... more Este livro foi organizado em torno da vivência e do repertório construído pelo Coletivo Arouchianos LGBTHQIAPD+ com os conhecimentos e técnicas da Rede Paulista de Educação Patrimonial (REPEP), que desenvolveram em parceria o projeto intitulado Patrimônio Histórico e Cultural LGBTHQIAPD+: Inventário Participativo da Região do Largo do Arouche (São Paulo/SP), entre os anos de 2021 e 2022. A obra busca dar visibilidade às narrativas da população que se encontra no Largo do Arouche e região por meio de um inventário participativo das referências culturais do território, bem como procura reconhecer sua ocupação histórica. Assim, permite lançar outro olhar, rompendo com preconceitos e formas de discriminação à comunidade preta, pobre e LGBTQIA+. A proposta se enquadra nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU - Organização das Nações Unidas: (4) Educação de qualidade; (5) Igualdade de Gênero; (10) Redução das Desigualdades; (11) Cidades e Comunidades Susten...
O objetivo do presente artigo é confrontar dois projetos de política pública de patrimônio cultur... more O objetivo do presente artigo é confrontar dois projetos de política pública de patrimônio cultural que se apresentam na trajetória da preservação no Brasil, mostrando que eles expressam duas diferentes formas de pensar o país e a sociedade brasileira. Neste confronto estão o projeto modernista, mais antigo e em pleno vigor ainda hoje, e novas formas de conceber e agir em relação ao patrimônio cultural, o que se pode chamar de projeto de(s)colonial/contracolonial. A pergunta central que orienta a exposição do confronto dos projetos é, afinal, o que o patrimônio tem protegido ao longo do tempo e como tem se dado essa proteção? A questão proposta é fundamental para realizar uma reflexão crítica e problematizadora das políticas públicas de patrimônio, necessária na atualidade, no contexto de uma política em reconstrução, após seis anos de desestruturação e desmonte (2016-2022). Busca-se demonstrar nos argumentos que o projeto moderno nos delegou a constituição de um patrimônio extremamente desigual, cujos fundamentos explicativos passam pela sua compreensão como ato autorizado, ou seja, aquele que, dotado de autoridade simbólica, se impõe com legitimidade ordenando e regulando o mundo social. Em contraposição, está em curso levado adiante pelos sujeitos subalternos o projeto de(s)colonial/contracolonial. Ele expressa a constituição de novos fazeres que colocam em tensão e desafiam o projeto modernista do patrimônio desigual.
Breve artigo tratando sobre a Vila Maria Zélia, localizada no bairro do Belenzinho, em São Paulo,... more Breve artigo tratando sobre a Vila Maria Zélia, localizada no bairro do Belenzinho, em São Paulo, capital como um lugar de memória da classe trabalhadora, a partir do qual é possível pensar na vida cotidiana e nas formas de exploração do trabalho nas primeiras décadas do século XX.
Desindustrialização e refuncionalização do patrimônio industrial: debate sobre experiências locais e internacionais, 2023
O artigo tem como ponto de partida a problemática da memória operária que se encontra ameaçada em... more O artigo tem como ponto de partida a problemática da memória operária que se encontra ameaçada em função da produção política do silenciamento sobre o passado da classe trabalhadora. A ameaça está ligada à supressão dessa memória como processo programado pelo Estado, na medida em que não há política pública efetiva de preservação que dê conta deste objeto. O texto divide-se em 3 partes: em primeiro lugar busca-se mostrar o contexto explicativo desse silenciamento sobre o passado das lutas operárias; em segundo lugar, procura-se evidenciar como o mundo do patrimônio rejeita o tema do patrimônio operário; em terceiro lugar busca mostrar uma possibilidade de resistir a esse silenciamento a partir de um inventário dos Lugares da Memória Operária na Metrópole Paulista, pesquisa que foi feita no âmbito da tese de livre docência intitulada Patrimônio desigual: cidade, memória e classe trabalhadora, defendida em 2022.
O artigo busca mostrar a relação entre a lógica de produção do espaço urbano e o problema da mobi... more O artigo busca mostrar a relação entre a lógica de produção do espaço urbano e o problema da mobilidade.
Gestão do Patrimonio Cultural: caminhos e fronteiras, 2022
Neste artigo busca-se mostrar como o inventário participativo inverteu os termos e os sentidos da... more Neste artigo busca-se mostrar como o inventário participativo inverteu os termos e os sentidos dados àquela educação patrimonial mais tradicional. Isso significa produzir uma crítica ao caráter essencialmente conteudista e bancário das práticas tradicionais no campo da educação patrimonial.
Patrimônio cultural na contemporaneidade. Práticas, 2023
Objetivo é refletir sobre as práticas e políticas públicas de patrimônio cultural a partir de alg... more Objetivo é refletir sobre as práticas e políticas públicas de patrimônio cultural a partir de algumas experiências orientadas pelo princípio constitucional da participação social na identificação e proteção desses bens.
Este artigo trata da relevância de processos educativos participativos para superar os paradigmas... more Este artigo trata da relevância de processos educativos participativos para superar os paradigmas eurocêntricos que guiam as políticas brasileiras de Patrimônio Cultural desde a década de 1930, cuja superação havia sido iniciada a partir dos anos 2000, mas que vem sendo retomada frente a nova desestruturação da área cultural em nível federal (2016-2021). Além de abordar a crise atual, entendida como projeto, a discussão proposta entende a superação dessa crise por meio da reafirmação de políticas e práticas baseadas na ampla escuta dos grupos formadores da sociedade brasileira, destacando o papel da Educação Patrimonial, da Interpretação do patrimônio e dos Inventários Participativos como espaços em que devem ressoar múltiplas narrativa e promover o interconhecimento entre agentes do poder público e os diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Nesse sentido, são abordadas três experiências de Inventário Participativo: Minhocão contra Gentrificação, no centro de São Paulo-SP; Museu Indígena Kanindé, no Ceará; e Engenhos de Farinha de Santa Catarina. Tais exemplos perpassam comunidades de diversas composições, de artistas e moradores de rua, passando por comunidades indígenas e comunidades tradicionais agrícolas. Neles, o inventário participativo foi utilizado como elemento catalizador para a mobilização social em defesa do território e dos modos de vida. Ao final, são propostas três saídas possíveis para essa crise: a discussão teórico-conceitual sobre a própria noção de patrimônio; o fortalecimento das ações políticas da sociedade; e a renovação das práticas institucionais e a adoção de práticas progressistas e participativas.
Cadernos do patrimOnio Cultural, vol 2 Memóriasgestão e sustentabilidade, 2015
Partindo da discussão dos modelos de inserção e valorização do patrimônio cultural em uma grande... more Partindo da discussão dos modelos de inserção e valorização do patrimônio cultural em uma grande metrópole brasileira como São Paulo, busca-se refletir sobre as possibilidades de colocar a expertise desenvolvida nesse campo de atuação em defesa da permanência dos mais pobres nos centros das cidades, a paertir do uso do inventário participativo.
O artigo busca apresentar e debater os resultados de um processo participativo de identificação e... more O artigo busca apresentar e debater os resultados de um processo participativo de identificação e mapeamento do patrimônio cultural da periferia do município de São Paulo. Realizado a partir da metodologia dos Inventários Participativos e em parceria com organizações do movimento social, universidade pública e coletivos culturais, o levantamento mostra a diversidade e riqueza de um patrimônio cultural cujos fundamentos se encontram na história da luta e resistência das classes trabalhadoras da periferia. Considerando que as políticas de preservação historicamente programaram a ausência da classe trabalhadora e da periferia no conjunto da memória nacional a ser valorizada, o presente trabalho caminha em sentido contrário, buscando subverter a forma hegemônica de pensar e fazer o patrimônio cultural.
Antigas vilas operárias, conjuntos habitacionais, espaços de luta do trabalhador na cidade, edifi... more Antigas vilas operárias, conjuntos habitacionais, espaços de luta do trabalhador na cidade, edificações fabris carregadas de um significado simbólico ligado ao cotidiano e às condições de vida do operariado; são exemplos do que pode ser interpretado como lugares da memória operária na metrópole. Estes emergem em um contexto em que a fábrica, o trabalho e o próprio trabalhador se transformam mundialmente. Constituem-se na passagem entre duas lógicas orientadoras da produção espacial: a de uma urbanização centrada na indústria e a da reestruturação da metrópole, a partir da dispersão espacial e de uma economia fundada em novos setores de atividade. O objetivo do trabalho é refletir sobre a constituição dos lugares de memória operária para pensar o sentido político de sua permanência na metrópole.Older workers’ villages, housing estates, spaces of struggle of the worker in the city, factory buildings with symbolic meaning connected to everyday life and living conditions of the workers;...
Sim one Scifoni* A em e rg ê n cia da te m á tica am b ie n tal tem a c re s ce n ta d o ao m e r... more Sim one Scifoni* A em e rg ê n cia da te m á tica am b ie n tal tem a c re s ce n ta d o ao m e rca d o e d ito rial, an u alm e n te , várias ob ras das m ais distin tas áreas do c o n h e cim en to, da B io lo g ia, G eo g rafia e G e o lo g ia à E co n o m ia , So c io lo g ia , A rq u itetu ra e Filosofia. Na Geografia, especificam ente, as discus sões têm-se concen trado na área da Geografia Física, o que pode ser considerado, aparente mente, natural. No entanto, a discussão que a Geografia Hum ana tem produzido sobre o assunto não é m enos significativa e a recente publicação da tese de doutorado de W agner Costa Ribeiro é um e x e m p lo d isso. O livro vem a c re s c e n ta r
This paper aims to reexamine the relationship between knowledge and preservation of cultural... more This paper aims to reexamine the relationship between knowledge and preservation of cultural heritage, going beyond the clichés that have been repeated uncritically over time, whether in public cultural institutions or in schools. The purpose is to problematize the issue by warning readers about the risks of a naive point of view and of depoliticizing the discussion on heritage education. The essential question is: after all, who should be the target of education and awareness efforts on preservation? This becomes a key question in a contemporary context in which social groups are increasingly mobilizing to protect their cultural heritage, while the State has refused to recognize the socially constructed values of certain assets, thus allowing demolitions to take place. It must be acknowledged that the debate on education is no longer strictly a matter of social ignorance, since social groups are increasingly engaged in heritage...
Os textos aqui organizados sintetizam as pesquisas e reflexões que, nos mais de dez anos de traje... more Os textos aqui organizados sintetizam as pesquisas e reflexões que, nos mais de dez anos de trajetória acadêmica como docente da Universidade de São Paulo, conformam um caminho partindo do olhar da geografia urbana em direção aos temas da memória e do patrimônio cultural. Eles não têm a intenção de afirmar uma tese, apesar de gravitarem em torno de uma ideia central proposta: a do patrimônio desigual. Nesse sentido, eles estão organizados para explicitar as evidências, compreender as razões e os fundamentos e problematizar as consequências dessa desigualdade.
On November 11, 2018, 100 years have passed since Poland regained its independence. This period, ... more On November 11, 2018, 100 years have passed since Poland regained its independence. This period, however, was not entirely the period of the peaceful development of a fully independent state, but a relatively short period of freedom (1918-1939) was interrupted by German occupation during World War II, and then by limited sovereignty and subjection to the Soviet Union in the years 1944-1989. It was not until 1989 that Poland entered again the path of political change that led to the democratization of social and political life and to the adoption in 1997 of the democratic Constitution that is still in force today. This difficult time is in line with the equally difficult history of the Polish judiciary, with the changing constitutional foundations of its organization and sometimes dramatic practice of its functioning. The aim of this study is to synthetically outline these issues, including the basic Polish constitutional norms of 1918-2018 regarding the judiciary and a brief description of their impact on the functioning of Polish judicial authorities.
Patrimônio em prática. Vol2. Diálogos e participação social, 2024
O que se propõe aqui neste breve artigo é contribuir para o tema da participação social na preser... more O que se propõe aqui neste breve artigo é contribuir para o tema da participação social na preservação do patrimônio cultural apresentando um caminho de discussão sintetizado em quatro modos de pensar a participação social nas políticas de preservação do patrimônio cultural.
Uma característica marcante da atual produção e reprodução do espaço nas cidades brasileiras tem ... more Uma característica marcante da atual produção e reprodução do espaço nas cidades brasileiras tem sido o verdadeiro “bota-abaixo”, ou seja, des- truição do ambiente construído do passado sob o comando do mercado imobiliário e sua constante busca do lucro e da valorização do capital. Vive-se, assim, uma dinâmica urbana tensionada pelo poder econômico que impõe a lógica da urbanização como negócio. Isso tem resultado na eliminação de testemunhos e marcas fundamentais da história e do cotidiano das classes trabalhadoras das cidades, pois não há uma política pública que se ocupe da preservação dos bens materiais ligados ao universo da cultura popular. O objetivo do presente artigo é, assim, problematizar o tema a partir do caso do Parque do Povo, em São Paulo, mostrando como se deu a sua destruição, que foi resultado de ações do poder público voltadas ao atendimento de interesses da valorização imobiliária na nova centralidade dos negócios da metrópole paulistana.
Este livro foi organizado em torno da vivência e do repertório construído pelo Coletivo Arouchian... more Este livro foi organizado em torno da vivência e do repertório construído pelo Coletivo Arouchianos LGBTHQIAPD+ com os conhecimentos e técnicas da Rede Paulista de Educação Patrimonial (REPEP), que desenvolveram em parceria o projeto intitulado Patrimônio Histórico e Cultural LGBTHQIAPD+: Inventário Participativo da Região do Largo do Arouche (São Paulo/SP), entre os anos de 2021 e 2022. A obra busca dar visibilidade às narrativas da população que se encontra no Largo do Arouche e região por meio de um inventário participativo das referências culturais do território, bem como procura reconhecer sua ocupação histórica. Assim, permite lançar outro olhar, rompendo com preconceitos e formas de discriminação à comunidade preta, pobre e LGBTQIA+. A proposta se enquadra nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU - Organização das Nações Unidas: (4) Educação de qualidade; (5) Igualdade de Gênero; (10) Redução das Desigualdades; (11) Cidades e Comunidades Susten...
O objetivo do presente artigo é confrontar dois projetos de política pública de patrimônio cultur... more O objetivo do presente artigo é confrontar dois projetos de política pública de patrimônio cultural que se apresentam na trajetória da preservação no Brasil, mostrando que eles expressam duas diferentes formas de pensar o país e a sociedade brasileira. Neste confronto estão o projeto modernista, mais antigo e em pleno vigor ainda hoje, e novas formas de conceber e agir em relação ao patrimônio cultural, o que se pode chamar de projeto de(s)colonial/contracolonial. A pergunta central que orienta a exposição do confronto dos projetos é, afinal, o que o patrimônio tem protegido ao longo do tempo e como tem se dado essa proteção? A questão proposta é fundamental para realizar uma reflexão crítica e problematizadora das políticas públicas de patrimônio, necessária na atualidade, no contexto de uma política em reconstrução, após seis anos de desestruturação e desmonte (2016-2022). Busca-se demonstrar nos argumentos que o projeto moderno nos delegou a constituição de um patrimônio extremamente desigual, cujos fundamentos explicativos passam pela sua compreensão como ato autorizado, ou seja, aquele que, dotado de autoridade simbólica, se impõe com legitimidade ordenando e regulando o mundo social. Em contraposição, está em curso levado adiante pelos sujeitos subalternos o projeto de(s)colonial/contracolonial. Ele expressa a constituição de novos fazeres que colocam em tensão e desafiam o projeto modernista do patrimônio desigual.
Breve artigo tratando sobre a Vila Maria Zélia, localizada no bairro do Belenzinho, em São Paulo,... more Breve artigo tratando sobre a Vila Maria Zélia, localizada no bairro do Belenzinho, em São Paulo, capital como um lugar de memória da classe trabalhadora, a partir do qual é possível pensar na vida cotidiana e nas formas de exploração do trabalho nas primeiras décadas do século XX.
Desindustrialização e refuncionalização do patrimônio industrial: debate sobre experiências locais e internacionais, 2023
O artigo tem como ponto de partida a problemática da memória operária que se encontra ameaçada em... more O artigo tem como ponto de partida a problemática da memória operária que se encontra ameaçada em função da produção política do silenciamento sobre o passado da classe trabalhadora. A ameaça está ligada à supressão dessa memória como processo programado pelo Estado, na medida em que não há política pública efetiva de preservação que dê conta deste objeto. O texto divide-se em 3 partes: em primeiro lugar busca-se mostrar o contexto explicativo desse silenciamento sobre o passado das lutas operárias; em segundo lugar, procura-se evidenciar como o mundo do patrimônio rejeita o tema do patrimônio operário; em terceiro lugar busca mostrar uma possibilidade de resistir a esse silenciamento a partir de um inventário dos Lugares da Memória Operária na Metrópole Paulista, pesquisa que foi feita no âmbito da tese de livre docência intitulada Patrimônio desigual: cidade, memória e classe trabalhadora, defendida em 2022.
O artigo busca mostrar a relação entre a lógica de produção do espaço urbano e o problema da mobi... more O artigo busca mostrar a relação entre a lógica de produção do espaço urbano e o problema da mobilidade.
Gestão do Patrimonio Cultural: caminhos e fronteiras, 2022
Neste artigo busca-se mostrar como o inventário participativo inverteu os termos e os sentidos da... more Neste artigo busca-se mostrar como o inventário participativo inverteu os termos e os sentidos dados àquela educação patrimonial mais tradicional. Isso significa produzir uma crítica ao caráter essencialmente conteudista e bancário das práticas tradicionais no campo da educação patrimonial.
Patrimônio cultural na contemporaneidade. Práticas, 2023
Objetivo é refletir sobre as práticas e políticas públicas de patrimônio cultural a partir de alg... more Objetivo é refletir sobre as práticas e políticas públicas de patrimônio cultural a partir de algumas experiências orientadas pelo princípio constitucional da participação social na identificação e proteção desses bens.
Este artigo trata da relevância de processos educativos participativos para superar os paradigmas... more Este artigo trata da relevância de processos educativos participativos para superar os paradigmas eurocêntricos que guiam as políticas brasileiras de Patrimônio Cultural desde a década de 1930, cuja superação havia sido iniciada a partir dos anos 2000, mas que vem sendo retomada frente a nova desestruturação da área cultural em nível federal (2016-2021). Além de abordar a crise atual, entendida como projeto, a discussão proposta entende a superação dessa crise por meio da reafirmação de políticas e práticas baseadas na ampla escuta dos grupos formadores da sociedade brasileira, destacando o papel da Educação Patrimonial, da Interpretação do patrimônio e dos Inventários Participativos como espaços em que devem ressoar múltiplas narrativa e promover o interconhecimento entre agentes do poder público e os diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Nesse sentido, são abordadas três experiências de Inventário Participativo: Minhocão contra Gentrificação, no centro de São Paulo-SP; Museu Indígena Kanindé, no Ceará; e Engenhos de Farinha de Santa Catarina. Tais exemplos perpassam comunidades de diversas composições, de artistas e moradores de rua, passando por comunidades indígenas e comunidades tradicionais agrícolas. Neles, o inventário participativo foi utilizado como elemento catalizador para a mobilização social em defesa do território e dos modos de vida. Ao final, são propostas três saídas possíveis para essa crise: a discussão teórico-conceitual sobre a própria noção de patrimônio; o fortalecimento das ações políticas da sociedade; e a renovação das práticas institucionais e a adoção de práticas progressistas e participativas.
Cadernos do patrimOnio Cultural, vol 2 Memóriasgestão e sustentabilidade, 2015
Partindo da discussão dos modelos de inserção e valorização do patrimônio cultural em uma grande... more Partindo da discussão dos modelos de inserção e valorização do patrimônio cultural em uma grande metrópole brasileira como São Paulo, busca-se refletir sobre as possibilidades de colocar a expertise desenvolvida nesse campo de atuação em defesa da permanência dos mais pobres nos centros das cidades, a paertir do uso do inventário participativo.
O artigo busca apresentar e debater os resultados de um processo participativo de identificação e... more O artigo busca apresentar e debater os resultados de um processo participativo de identificação e mapeamento do patrimônio cultural da periferia do município de São Paulo. Realizado a partir da metodologia dos Inventários Participativos e em parceria com organizações do movimento social, universidade pública e coletivos culturais, o levantamento mostra a diversidade e riqueza de um patrimônio cultural cujos fundamentos se encontram na história da luta e resistência das classes trabalhadoras da periferia. Considerando que as políticas de preservação historicamente programaram a ausência da classe trabalhadora e da periferia no conjunto da memória nacional a ser valorizada, o presente trabalho caminha em sentido contrário, buscando subverter a forma hegemônica de pensar e fazer o patrimônio cultural.
Antigas vilas operárias, conjuntos habitacionais, espaços de luta do trabalhador na cidade, edifi... more Antigas vilas operárias, conjuntos habitacionais, espaços de luta do trabalhador na cidade, edificações fabris carregadas de um significado simbólico ligado ao cotidiano e às condições de vida do operariado; são exemplos do que pode ser interpretado como lugares da memória operária na metrópole. Estes emergem em um contexto em que a fábrica, o trabalho e o próprio trabalhador se transformam mundialmente. Constituem-se na passagem entre duas lógicas orientadoras da produção espacial: a de uma urbanização centrada na indústria e a da reestruturação da metrópole, a partir da dispersão espacial e de uma economia fundada em novos setores de atividade. O objetivo do trabalho é refletir sobre a constituição dos lugares de memória operária para pensar o sentido político de sua permanência na metrópole.Older workers’ villages, housing estates, spaces of struggle of the worker in the city, factory buildings with symbolic meaning connected to everyday life and living conditions of the workers;...
Sim one Scifoni* A em e rg ê n cia da te m á tica am b ie n tal tem a c re s ce n ta d o ao m e r... more Sim one Scifoni* A em e rg ê n cia da te m á tica am b ie n tal tem a c re s ce n ta d o ao m e rca d o e d ito rial, an u alm e n te , várias ob ras das m ais distin tas áreas do c o n h e cim en to, da B io lo g ia, G eo g rafia e G e o lo g ia à E co n o m ia , So c io lo g ia , A rq u itetu ra e Filosofia. Na Geografia, especificam ente, as discus sões têm-se concen trado na área da Geografia Física, o que pode ser considerado, aparente mente, natural. No entanto, a discussão que a Geografia Hum ana tem produzido sobre o assunto não é m enos significativa e a recente publicação da tese de doutorado de W agner Costa Ribeiro é um e x e m p lo d isso. O livro vem a c re s c e n ta r
This paper aims to reexamine the relationship between knowledge and preservation of cultural... more This paper aims to reexamine the relationship between knowledge and preservation of cultural heritage, going beyond the clichés that have been repeated uncritically over time, whether in public cultural institutions or in schools. The purpose is to problematize the issue by warning readers about the risks of a naive point of view and of depoliticizing the discussion on heritage education. The essential question is: after all, who should be the target of education and awareness efforts on preservation? This becomes a key question in a contemporary context in which social groups are increasingly mobilizing to protect their cultural heritage, while the State has refused to recognize the socially constructed values of certain assets, thus allowing demolitions to take place. It must be acknowledged that the debate on education is no longer strictly a matter of social ignorance, since social groups are increasingly engaged in heritage...
Os textos aqui organizados sintetizam as pesquisas e reflexões que, nos mais de dez anos de traje... more Os textos aqui organizados sintetizam as pesquisas e reflexões que, nos mais de dez anos de trajetória acadêmica como docente da Universidade de São Paulo, conformam um caminho partindo do olhar da geografia urbana em direção aos temas da memória e do patrimônio cultural. Eles não têm a intenção de afirmar uma tese, apesar de gravitarem em torno de uma ideia central proposta: a do patrimônio desigual. Nesse sentido, eles estão organizados para explicitar as evidências, compreender as razões e os fundamentos e problematizar as consequências dessa desigualdade.
On November 11, 2018, 100 years have passed since Poland regained its independence. This period, ... more On November 11, 2018, 100 years have passed since Poland regained its independence. This period, however, was not entirely the period of the peaceful development of a fully independent state, but a relatively short period of freedom (1918-1939) was interrupted by German occupation during World War II, and then by limited sovereignty and subjection to the Soviet Union in the years 1944-1989. It was not until 1989 that Poland entered again the path of political change that led to the democratization of social and political life and to the adoption in 1997 of the democratic Constitution that is still in force today. This difficult time is in line with the equally difficult history of the Polish judiciary, with the changing constitutional foundations of its organization and sometimes dramatic practice of its functioning. The aim of this study is to synthetically outline these issues, including the basic Polish constitutional norms of 1918-2018 regarding the judiciary and a brief description of their impact on the functioning of Polish judicial authorities.
Processos territoriais contemporâneos. Argentina e Brasil: Ideias em circulação . Rio de Janeiro, Consequência. ISBN: 978-85-69437-57-4., 2018
El objetivo de este artículo es identificar y discutir un conjunto de conceptos mediadores que no... more El objetivo de este artículo es identificar y discutir un conjunto de conceptos mediadores que nos han sido útiles a la hora de indagar los procesos de patrimonialización que han tenido lugar en Argentina y Brasil. Estos conceptos han orientado el análisis de políticas patrimoniales, a la vez que han puesto en diálogo y en tensión procesos globales con dinámicas locales. A partir de este trabajo buscamos comprender la significatividad –y las implicaciones- de dos nociones: las políticas de escala y los ajustes del patrimonio. Por un lado, la idea de políticas de escala nos permite comprender las redes de negociación que se van tejiendo entre actores situados a niveles globales, nacionales o locales y que van otorgando forma y legitimidad a los procesos de producción del patrimonio. Por el otro, la de ajuste del patrimonio nos posibilita captar el conjunto de mecanismos que se desenvuelven dentro del Estado y fuera de él orientados a resignificar y/o eliminar el patrimonio que, a partir de intereses económicos de sectores con poder, se presenta como un “obstáculo” hacia un supuesto desarrollo y revitalización urbano. Estos mecanismos operan como constructores de legalidad donde antes no era posible y con ello garantizan la valorización del suelo y la generación de rentas diferenciales. De esta forma, los conceptos señalados colaboran al análisis de procesos de mercantilización del patrimonio y su incorporación en las prácticas turísticas y/o del capital inmobiliario. En este marco, los objetos seleccionados adquieren nuevos contenidos, y con ellos, ciertas versiones de la historia y la geografía del pasado son visibilizadas en detrimento de aquellas que representan a sectores sociales –históricamente- excluidos tanto material como simbólicamente de las dinámicas del capital, como los indígenas, los afrodescendientes o la población obrera.
Material educativo interdisciplinar produzido para escolas do distrito de Campo Limpo, com ênfase... more Material educativo interdisciplinar produzido para escolas do distrito de Campo Limpo, com ênfase no estudo do bairro
Inventário participativo do Arouche LGBTQIA+, 2023
Este dossiê apresenta os resultados do projeto Inventário Participativo do território do Largo do... more Este dossiê apresenta os resultados do projeto Inventário Participativo do território do Largo do Arouche (SP), que foi financiado com recursos do Edital de Inclusão e Diversidade da Pro-reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo
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Papers by Simone Scifoni
A partir de este trabajo buscamos comprender la significatividad –y las implicaciones- de dos nociones: las políticas de escala y los ajustes del patrimonio. Por un lado, la idea de políticas de escala nos permite comprender las redes de negociación que se van tejiendo entre actores situados a niveles globales, nacionales o locales y que van otorgando forma y legitimidad a los procesos de producción del patrimonio. Por el otro, la de ajuste del patrimonio nos posibilita captar el conjunto de mecanismos que se desenvuelven dentro del Estado y fuera de él orientados a resignificar y/o eliminar el patrimonio que, a partir de intereses económicos de sectores con poder, se presenta como un “obstáculo” hacia un supuesto desarrollo y revitalización urbano. Estos mecanismos operan como constructores de legalidad donde antes no era posible y con ello garantizan la valorización del suelo y la generación de rentas diferenciales.
De esta forma, los conceptos señalados colaboran al análisis de procesos de mercantilización del patrimonio y su incorporación en las prácticas turísticas y/o del capital inmobiliario. En este marco, los objetos seleccionados adquieren nuevos contenidos, y con ellos, ciertas versiones de la historia y la geografía del pasado son visibilizadas en detrimento de aquellas que representan a sectores sociales –históricamente- excluidos tanto material como simbólicamente de las dinámicas del capital, como los indígenas, los afrodescendientes o la población obrera.