Valéria Macedo
Antropóloga, é professora no Departamento de Ciências Sociais e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UNIFESP, onde leciona desde 2011. Concluiu o mestrado e o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da USP. É pesquisadora associada ao Centro de Estudos Ameríndios (CEstA) da USP e ao Centro de Pesquisas em Etnologia Indígena (CPEI) da Unicamp. Com experiência etnográfica entre populações guarani no estado de São Paulo e em instituições de saúde indígena, seu campo de pesquisa volta-se para práticas de conhecimento indígenas em contextos contemporâneos, que incluem políticas, projetos e eventos. Em conjunto com seus orientandos, também tem buscado conexões parciais com outros campos etnográficos, incluindo interlocutores indígenas de diferentes povos, comunidades tradicionais, pessoas e coletividades LGBT+ e feministas. O foco convergente é o corpo como espaço constituído por alteridades, materialidades, práticas de conhecimento e política. Ainda, como tais coletividades inserem diferença em premissas e dinâmicas institucionais implicadas em políticas públicas, projetos e eventos, multiplicando possibilidades reflexivas e agentivas.
Anthropologist and professor in the Department of Social Sciences at the Federal University of São Paulo (UNIFESP) since 2011. Associate researcher at the Center for Amerindian Studies at University of São Paulo (CEstA-USP) and at the Center for Researches in Indigenous Ethnology at University of Campinas (CPEI-Unicamp). With ethnographic experience among Guarani populations in the state of São Paulo and in Indigenous health institutions, her researches approach Indigenous knowledge practices in contemporary contexts, including policies, projects and events. Together with his advisees, she has also sought partial connections with other ethnographic fields, as interlocutors from different Indigenous peoples, traditional communities, LGBT+ and feminist people and collectives. The converging focus is the body as a space constituted by alterities, materialities, knowledge practices and politic. Still, how such collectives insert difference in premises and institutional dynamics implied in public policies, projects and events, multiplying reflexive and agentive possibilities.
Anthropologist and professor in the Department of Social Sciences at the Federal University of São Paulo (UNIFESP) since 2011. Associate researcher at the Center for Amerindian Studies at University of São Paulo (CEstA-USP) and at the Center for Researches in Indigenous Ethnology at University of Campinas (CPEI-Unicamp). With ethnographic experience among Guarani populations in the state of São Paulo and in Indigenous health institutions, her researches approach Indigenous knowledge practices in contemporary contexts, including policies, projects and events. Together with his advisees, she has also sought partial connections with other ethnographic fields, as interlocutors from different Indigenous peoples, traditional communities, LGBT+ and feminist people and collectives. The converging focus is the body as a space constituted by alterities, materialities, knowledge practices and politic. Still, how such collectives insert difference in premises and institutional dynamics implied in public policies, projects and events, multiplying reflexive and agentive possibilities.
less
InterestsView All (9)
Uploads
Papers by Valéria Macedo
São Paulo has two sets of Guarani villages, one at the extreme south of the city (Tenonde Porã Indigenous Land) and another in the northwestern region (Jaraguá Indigenous Land). This article is mainly based on my conversations with residents of the Tekoa Pyau village, at Jaraguá, whose space is meager and the environment densely occupied. The daily challenges to the management of connections and disconnections that individuate them as Guarani will be addressed through knowledge practices about food and commensality. An emphasis will be placed on how my interlocutors distinguish what they call “living food” and “dead food”. In the consumption of “living food”, it is necessary to manage relations with its spirits-owners. In the case of “dead food”, such as ultra- processed products, the relationships that constitute them are eclipsed, making their agentive potential uncertain (and dangerous). Departing from this distinction, I intend to point out Guarani reflections and inflections on alterity, vulnerability and the topic of commodities.
Este dossiê reuni etnografias que mobilizam o chamado campo da saúde indígena buscando desestabilizar premissas e ampliar possibilidades reflexivas por meio de conceituações e atuações indígenas. Fragilidades e potencialidades do subsistema de saúde podem vir à cena com maior complexidade quando buscamos nos aproximar de perspectivas indígenas sobre questões epidemiológicas, serviços e o aparato administrativo-burocrático das instituições nas aldeias e em centros urbanos, conflitos ontológicos e alianças pragmáticas envolvendo práticas de conhecimento de matriz biomédica e xamânica, entre inúmeros aspectos que podem emergir em experiências etnográficas junto a essas populações. A ideia é adensar o conhecimento sobre agenciamentos indígenas e não-indígenas em diferentes conjunturas associadas ao que nosso universo conceitual delineia como campo da saúde. Mas, sobretudo, é também buscar deslocamentos, torções e outros efeitos criativos que as elaborações e experiências indígenas possam promover nessa área de conhecimento, contribuindo para que o horizonte normativo da atenção diferenciada seja aproximado, multiplicado e cada vez mais protagonizado pelos indígenas.
São Paulo has two sets of Guarani villages, one at the extreme south of the city (Tenonde Porã Indigenous Land) and another in the northwestern region (Jaraguá Indigenous Land). This article is mainly based on my conversations with residents of the Tekoa Pyau village, at Jaraguá, whose space is meager and the environment densely occupied. The daily challenges to the management of connections and disconnections that individuate them as Guarani will be addressed through knowledge practices about food and commensality. An emphasis will be placed on how my interlocutors distinguish what they call “living food” and “dead food”. In the consumption of “living food”, it is necessary to manage relations with its spirits-owners. In the case of “dead food”, such as ultra- processed products, the relationships that constitute them are eclipsed, making their agentive potential uncertain (and dangerous). Departing from this distinction, I intend to point out Guarani reflections and inflections on alterity, vulnerability and the topic of commodities.
Este dossiê reuni etnografias que mobilizam o chamado campo da saúde indígena buscando desestabilizar premissas e ampliar possibilidades reflexivas por meio de conceituações e atuações indígenas. Fragilidades e potencialidades do subsistema de saúde podem vir à cena com maior complexidade quando buscamos nos aproximar de perspectivas indígenas sobre questões epidemiológicas, serviços e o aparato administrativo-burocrático das instituições nas aldeias e em centros urbanos, conflitos ontológicos e alianças pragmáticas envolvendo práticas de conhecimento de matriz biomédica e xamânica, entre inúmeros aspectos que podem emergir em experiências etnográficas junto a essas populações. A ideia é adensar o conhecimento sobre agenciamentos indígenas e não-indígenas em diferentes conjunturas associadas ao que nosso universo conceitual delineia como campo da saúde. Mas, sobretudo, é também buscar deslocamentos, torções e outros efeitos criativos que as elaborações e experiências indígenas possam promover nessa área de conhecimento, contribuindo para que o horizonte normativo da atenção diferenciada seja aproximado, multiplicado e cada vez mais protagonizado pelos indígenas.
Esta nota busca reunir nossos aprendizados com Pará Yry, ou, para os jurua (não indígenas), Lurdes Benites Carlota. Pará compartilhou experiências de seu nascimento e de seus filhos, cuidados e conhecimentos das xejaryi [as avós, ou mais velhas conhecedoras], além de uma ponderação sobre a COVID-19.
Reunimos aqui as palavras de Para Mirim, cujo apelido jurua é Jaciara, que é assistente social da Unidade Básica de Saúde (UBS) e moradora da TI Guarani do Jaraguá. Ela conta sobre os desafios trazidos pela alta incidência da COVID-19 em sua comunidade, e as ações de prevenção e controle da pandemia protagonizados pelos Guarani.
Here are the words of Para Mirim, whose nickname Jurua is Jaciara, who is a social worker at the Basic Health Unit (UBS) and resident of TI Guarani do Jaraguá. She tells about the challenges brought by the high incidence of COVID-19 in her community, and the actions of prevention and fight the pandemic carried out by the Guarani.