Papers by Hugo Simões
Cadernos de Tradução, 2023
Este artigo aborda o projeto de tradução colaborativa de três obras dramáticas do escritor austrí... more Este artigo aborda o projeto de tradução colaborativa de três obras dramáticas do escritor austríaco Thomas Bernhard: O presidente, Uma festa para Boris e Immanuel Kant. O projeto foi realizado por um grupo de cinco estudantes da área de tradução e coordenado pela professora Ruth Bohunovsky. As obras decorrentes do trabalho começaram a ser publicadas em 2020. Além de comentários sobre o processo colaborativo e a tradução, discutem-se a escolha de traduzir as peças pensadas como livros, as dificuldades impostas pela linguagem dramatúrgica de Bernhard e os resultados do processo como um todo.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Cadernos de Tradução, 2020
Resumo: A ideia de memória de Alfred Gell, presente em seu "Arte e Agência", que atravessa a biog... more Resumo: A ideia de memória de Alfred Gell, presente em seu "Arte e Agência", que atravessa a biografia da pessoa (entendida não apenas en-quanto humana, mas também como o próprio objeto de arte) é posta em diálogo com estudos contemporâneos sobre memória cultural a fim de se debater o papel da tradução na perpetuação do que se quer lembrar. As ideias de media de memória de Aleida Assmann intermedeiam todo o trabalho, sendo a hipótese de que a tradução é um medium de memória o que traça um caminho entre todo o raciocínio aqui desenvolvido. No texto, a tradução é estudada em contato direto com a vida, bios, como parte da construção biográfica da pessoa e da obra de arte, ou, especificamente, literária, a fim de recolocá-la nos debates sobre memória cultural.
Palavras-chave: Objeto Distribuído; Memória Multidirecional; Biografia;
Tradução
Abstract: Alfred Gell's idea of memory presented in his "Art and Agency", which passes through the biography of the person (understood not only as human being, but also as the object of art itself), is put in dialogue with contemporary studies on cultural memory in order to debate the role of translation on the perpetuation of remembrance. Aleida Assmann's media and memory concepts mediate all this work, bringing up the hypothesis that translation is a medium of memory. The translation is here studied in direct contact with life, bios, as part of the biographical construction of the person and the work of art, or, specifically, of literature, in order to reallocate it in the debates about cultural memory.
Keywords: Distributed Object; Multidirectional Memory; Biography;
Translation
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Eutomia, 2019
Resumo: A escuta está intimamente relacionada ao fazer tradutório. Este artigo investiga essa rel... more Resumo: A escuta está intimamente relacionada ao fazer tradutório. Este artigo investiga essa relação, trilhando um caminho que vai da arqueoacústica até a ideia de performance proposta por Paul Zumthor, e tem como grandes interlocutores pensadores ameríndios e estudos etnográficos recentes. A ideia de forma aqui proposta se relaciona a intelectuais da então chamada "etnopoética", bem como de autores que refletiram sobre poesia após a Shoah, como Paul Celan. Quanto aos efeitos da escuta sobre a relação tradutória, faz-se uma retomada das ideias benjaminianas de magia e memória, além de uma releitura de seu Die Aufgabe des Übersetzers ("A tarefa do tradutor"). Poética, magia e performance são pensadas por meio da chave da escuta, a qual, ao final, aproxima a tradução à ideia de sotaque. Palavras-chave: arqueoacústica; performance; tradução; forma de escuta; sotaque.
Abstract: Listening is intrinsically related to translation. This paper investigates this relationship, drawing a path that goes from archeoacoustics to Paul Zumthor's idea of performance, and it dialogues with Amerindian thinkers and recent ethnographic studies. The idea of form/method proposed here relates to intellectuals from the once called "ethnopoetry", as well as to authors that reflected upon poetry after the Shoah, such as Paul Celan. In terms of listening effects on the translation relationship, Walter Benjamin's ideas on magic and memory are revisited and his Die Aufgabe des Übersetzers ("The task of the translator") is reread. Poetry, magic, and performance are conceived through the notion of listening, which, by the end of the paper, brings together the ideas of translation and "sotaque" ["accent"].
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Belas Infiéis , 2020
Resumo: O silêncio, fundamental à criação artística que vai do modernismo ao período contemporâne... more Resumo: O silêncio, fundamental à criação artística que vai do modernismo ao período contemporâneo, é investigado, neste artigo, fora de seu paradigma citadino, a fim de se repensar o que é e o que pode ser tradução. Para tanto, mobilizam-se ideias de Paul Celan, Davi Kopenawa, Walter Benjamin, Alexandre Nodari e Emanuele Coccia, dentre outros, tendo como objetivo cruzar ideias como memória, antropologia especulativa, biofonia, poética e xamanismo no delineamento do que seja uma translatio de mundos: a metamorfose. O silêncio ligado à ideia da biofonia se manifesta como vida, o que abre novas margens à "tarefa do tradutor", dentre as quais o contato com o foris, como a floresta. Nessa chave, um poema de Paul Celan é traduzido como decorrência de uma "arqueologia especulativa", ou seja, de uma nova perspectiva sobre a atenção dada ao poema e ao ambiente que o cercou e o cerca. Palavras-chave: Silêncio. Metamorfose. Arqueologia Especulativa. Paul Celan. Vida.
Abstract: Silence, fundamental to artistic movements from modernism to the contemporary period, is investigated outside of its urban paradigm in this article, in order to rethink what is and what can be translation. In order to do so, the ideas of Paul Celan, Davi Kopenawa, Walter Benjamin, Alexandre Nodari and Emanuele Coccia, among others, are mobilized. The objective is to cross ideas such as memory, speculative anthropology, biophony, poetry and shamanism in the design of a translatio of worlds: the metamorphosis. Silence bounded to the idea of biophony manifests itself as life, which opens new margins to the "task of the translator", among which the contact with the foris, such as the forest. In this way, a poem of Paul Celan is translated as a result of a "speculative archeology", that is, a new perspective on the attention given to the poem and the environment that surrounded it and surrounds it.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Revista Eletrônica do Instituto de Humanidades - UNIGRANRIO, 2019
RESUMO: Partindo da tradução da peça "Immanuel Kant", do escritor e dramaturgo austríaco Thomas B... more RESUMO: Partindo da tradução da peça "Immanuel Kant", do escritor e dramaturgo austríaco Thomas Bernhard (1931-1989), propõe-se uma reflexão crítica acerca da tradução de textos dramáticos. A pergunta fundamental que move este artigo é a seguinte: o que ocorre com uma peça quando traduzida em livro? O livro enquanto repositório de um texto performático é delineado aqui como possibilidade de diálogo entre dramaturgo, tradutor e companhias de teatro, uma vez que pode funcionar de forma não estática como aparato crítico para a variedade de montagens que uma peça guarda em seu devir.
Palavras-chave: Tradução; Literatura Dramática; Thomas Bernhard
ABSTRACT: This critical reflection on the translation of dramatic literature stems from the translation of the play "Immanuel Kant" by the Austrian writer and playwright Thomas Bernhard (1931-1989). The main question that moves this article is what happens to a play when it is translated into a book. The book seen as a repository of a performative text is outlined here as a possibility of dialogue between playwright, translator and theater companies, since it can work non-statically as a critical apparatus for the variety of set ups that a play holds in its becoming.
Keywords: Translation; Dramatic Literature; Thomas Bernhard
Bookmarks Related papers MentionsView impact
RevLet – Revista Virtual de Letras, 2019
RESUMO: Tadeusz Różewicz (1921-2014) é um nome central para se pensar a poesia polonesa escrita n... more RESUMO: Tadeusz Różewicz (1921-2014) é um nome central para se pensar a poesia polonesa escrita no pós-guerra, bem como para se refletir sobre uma ideia mais geral de "poesia de testemunho". Ainda que pouco conhecido e traduzido no Brasil, a sua obra dialoga com personagens históricos a nós bastante conhecidos, como Paul Celan e Martin Heidegger. Em um poema de tradução inédita, intitulado Der Tod ist ein Meister aus Deutschland, Różewicz utiliza da técnica musical da fuga para cruzar a sua voz com as de Celan, Heidegger e Hölderlin, em busca de respostas a uma famosa pergunta hölderliniana-heideggeriana: "para quê poetas em tempos indigentes/ruins?" Neste artigo leio e investigo o poema de Różewicz a partir das ideias de lembrança e testemunho, tendo Giorgio Agamben e sua ideia de "resto" como um interlocutor central. Em uma poesia escrita décadas após Auschwitz, nos anos 1990, ainda vemos cicatrizes de um passado que não cessa de fazer morrer; uma poesia escrita em um passado recente, mas que ainda ecoa em um mundo que (se) esquece. Palavras-chave: Różewicz. Celan. Heidegger. Hölderlin. Auschwitz.
ABSTRACT: Tadeusz Różewicz (1921-2014) is not only a central author when one thinks about Polish poetry written after World War II, but he is also an important name in the general field of "poetry of testimony". Although almost unknown and little translated in Brazil, his oeuvre dialogues with historical figures well-known to us, as Paul Celan and Martin Heidegger. In a poem yet unpublished in Portuguese entitled "Der Tod ist ein Meister aus Deutschla", Różewicz makes use of the musical technique of the Fugue to bring his voice together with those of Celan, Heidegger and Friedrich Hölderlin, in order to answer a famous hölderlinian-heideggerian question: "What use are poets in destitute / bad times?". In this article, we attentively read and investigate Różewicz's poem using the idea of remembrance and testimony. In order to do so we turn to Giorgio Agamben and his idea of "remnant" as a central interlocutor. In a poem written decades after Auschwitz, we still see scars from a past that does not stop imposing death; despite having been written in 1990s, Różewicz's poem is still an echo of a world that forgets (itself).
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Resumo: Tradução entre genocídios: um desdobramento das reflexões do " após Auschwitz " (Adorno, ... more Resumo: Tradução entre genocídios: um desdobramento das reflexões do " após Auschwitz " (Adorno, 1967) no Campo dos Estudos da Tradução. Como traduzir poesia após e entre genocídios? A partir das ideias de ausência, memória, silêncio e escuta, uma outra tradução de Paul Celan é aqui pensada para o português brasileiro. Uma tradução que reflita uma ausência constituinte da nossa literatura: a ausência dos povos ameríndios e da sua lembrança. A ausência do debate sobre o genocídio ameríndio em territórios brasileiros. Tradução entre genocídios, um mergulho no não-esquecimento da poética celaniana a fim de refletir nossos próprios esquecimentos.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Comunicação apresentada no 2º Congresso da ABEG, em que traduzo e debato um poema de Paul Celan a... more Comunicação apresentada no 2º Congresso da ABEG, em que traduzo e debato um poema de Paul Celan a partir da ideia de Shibboleth
Bookmarks Related papers MentionsView impact
O presente artigo se debruça sobre a questão da representação do judaísmo de Leopold Bloom na obr... more O presente artigo se debruça sobre a questão da representação do judaísmo de Leopold Bloom na obra Ulysses, de James Joyce, a partir de um pequeno excerto genealógico encontrado em seu décimo quinto episódio: Circe. Nesse pequeno trecho, Bloom é apresentado enquanto um Messias, figura mítica central às tradições judaicas e cristãs – um referente complexo que pode abarcar, inclusive, a insuperável morte de seu filho, Rudy Bloom. A genealogia enquanto lembrança de uma perda seria, todavia, ambivalente: o filho e o judaísmo se entrecruzam nas ausências do messianismo de Poldy. Assim, através da mística judaica talvez se encontre uma interessante chave de leitura para Ulysses joyceano. Para tanto, utilizamos tanto estudos do monumental Ulysses, quanto da obra de teólogos e filósofos como Gerschom Scholem e Mircea Eliade.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Resumo: O presente artigo analisa criticamente o poema A tarde de um fauno (1876), de Stéphane Ma... more Resumo: O presente artigo analisa criticamente o poema A tarde de um fauno (1876), de Stéphane Mallarmé (Paris, 1842 – Valvinis, 1898), a partir da teoria da influência poética de Harold Bloom (2002). Por intermédio de poemas de Victor Hugo e Charles Baudelaire, bem como de alguns estudos sobre mitologias, procuramos estudar o fauno mallarmaico através da chave da " morte de deus " , tema recorrente no século XIX e que é usualmente associado ao filósofo alemão Friedrich Nietzsche. Palavras-chave: Mallarmé. Fauno. Bloom. Influência. Modernidade.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
O presente artigo analisa criticamente o projeto de Acordo Coletivo Especial, proposto por um dos... more O presente artigo analisa criticamente o projeto de Acordo Coletivo Especial, proposto por um dos sindicatos mais fortes do país, para a regulação das negociações coletivas. Para tanto, apresenta-se breve panorama sobre a precarização do trabalho e a gramática do colaboracionismo de classe. A seguir, sumariza-se a especificidade do direito coletivo do trabalho, no interior das funções do chamado direito capitalista do trabalho. Por fim, analisa-se a expansão conservadora do Direito Coletivo do Trabalho, por meio do referido projeto de lei, contextualizando-o no seio das negociações, acordos e convenções coletivas.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Master Thesis by Hugo Simões
Dissertação de mestrado
Bookmarks Related papers MentionsView impact
PhD Dissertation by Hugo Simões
Tese de Doutorado. PhD Dissertation.
Resumo: O sotaque é uma marca de vida na língua, análoga a ... more Tese de Doutorado. PhD Dissertation.
Resumo: O sotaque é uma marca de vida na língua, análoga a uma ruga que aparece, com o tempo e com a ação humana, sobre a pele. Marca, nesse sentido, a relação entre o corpo de um indivíduo e o ambiente que o cerca, o qual é, simultaneamente, paisagem e memória. O sotaque pode ser tanto um detalhe, que corrobora uma narrativa e uma ambiência rítmica, quanto um "acidente soberano" (Didi-Huberman), um elemento perturbador que expõe a poesia latente à linguagem. A ideia de sotaque, reimaginada neste trabalho, difere das categorias das ciências linguísticas que abordam a variação linguística, na medida em que o objeto último de estudo desta tese é outro, a tradução de poesia (esta, em sentido zumthoriano), mais especificamente: como se traduz poesia feita em e a partir de sotaque - "tradução de sotaque". Dois grandes "eixos teóricos", ou dimensões, orientam este trabalho: a dimensão do corpo individual afetado pela poesia e a dimensão da memória como parte do silêncio/ambiente/coletivo que subjaz ao poético, a biofonia do entorno que se manifesta no fundo da grafia. A fim de encontrar relações menos evidentes entre essas duas dimensões no âmbito do sotaque, recorre-se a um (quase-)método próprio de aproximação aos textos: a arqueologia especulativa. As poéticas de dois autores aparentemente distantes, Paul Celan e Tamara Kamenszain, são a "matéria-prima" do eixo pragmático da pesquisa, a tradução. A construção quase conceitual da ideia de sotaque é realizada a partir da tradução de textos desses poetas, que são postos em diálogo, a fim de se especular sobre a "obscuridade do poético" (Paul Celan) e sobre a "dialética do sotaque" (Tamara Kamenszain). Ao mesmo tempo, os seus esforços teóricos atravessam todo o trabalho, resultando em uma espécie de tradução daqueles pensamentos, em nova ambiência. Não se pretende realizar traduções estigmatizadas, uma vez que o sotaque aparece como excesso ("saída para fora") na poética de ambos os autores, sendo uma percepção devida à "atenção" (Zuwendung) que se dá ao poema. Assim, a tradução de sotaque é também um excesso que pode aparecer no texto traduzido, caso haja escuta atenta. A reflexão crítica e as traduções levam, ao final do trabalho, a uma antologia de poemas de Celan e Kamenszain, cujos temas orientadores são a vida e a língua (em sua polissemia, abrangendo física e metafísica), bem como a relação dessas duas categorias em meio a e no medium do "objeto distribuído" (Alfred Gell) da obra de arte.
Abstract: The sotaque ["accent"] is a mark of life inside the language, analogous to a wrinkle that appears, over time and human action, on the skin. In this sense, it marks the relationship between an individual's body and its surrounding environment, which is simultaneously landscape and memory. The sotaque can be either a detail, which corroborates a narrative and a rhythmic ambience, or a "sovereign accident" (Didi- Huberman), a disturbing element that exposes latent poetry to language. The idea of sotaque, reimagined in this work, differs from the categories of linguistic sciences that deal with linguistic variation, insofar as the ultimate object of study of this thesis is another, namely the translation of poetry (this one, in the Zumthorian sense). More specifically, we seek to cast light on how to translate poetry made within and from sotaque - "sotaque translation". Two major "theoretical axes", or dimensions, guide this work: the dimension of the individual body affected by poetry, and the dimension of memory as part of the silence/environment/collective that underlies the poetic, i. e. the biophony of the surroundings that manifests itself in the background of the spelling. In order to find less evident relationships between these two dimensions in the context of the sotaque, we resort to a (quasi-)method of approaching texts: speculative archaeology. The poetics of two apparently distant authors, Paul Celan and Tamara Kamenszain, are the "raw material" of the pragmatic axis of the research, the translation. The quasiconceptual construction of the idea of sotaque is carried out from the translation of texts by these poets, which are brought into dialogue, in order to speculate on the "obscurity of the poetic" (Paul Celan) and on the "dialectic of the dialect" (Tamara Kamenszain). At the same time, these poets' theoretical efforts permeate this work, resulting in a kind of translation of their thoughts into a new ambience. It is not intended to make translations stigmatized, since the sotaque appears as excess (an exit) in the poetics of both authors, which is a perception derived from the "attention" (Zuwendung) that is given to the poem. Thus, the sotaque translation is also an excess that may appear in the translated text, if one listens attentively. The critical reflection and the translations ultimately lead to an anthology of poems by Celan and Kamenszain, whose guiding themes are life and language (encompassing its physics, the tonguebody, and metaphysics), as well as the relationship of these two categories in the midst of and in the medium of the "distributed object" (Alfred Gell) of the work of art.
Resumen: El sotaque ["tonada"; "cantito"] es una marca de vida en la lengua, análoga a una arruga que aparece, con el tiempo y con la acción humana, sobre la piel. En este sentido, marca la relación entre el cuerpo de un individuo y el entorno que lo rodea, que es a la vez paisaje y memoria. El sotaque puede ser tanto un detalle, que corrobora una narrativa y un ambiente rítmico, como un "accidente soberano" (Didi- Huberman), un elemento perturbador que expone la poesía latente al lenguaje. La idea de sotaque, reimaginada en este trabajo, se diferencia de las categorías de las ciencias lingüísticas que abordan la variación lingüística, en tanto que el objeto último de estudio de esta tesis es otro, la traducción de poesía (ésta, en sentido zumthoriano), más concretamente: cómo traducir poesía hecha en y desde el sotaque - "traducción de sotaque". Dos grandes "ejes teóricos", o dimensiones, guían este trabajo: la dimensión del cuerpo individual afectado por la poesía y la dimensión de la memoria como parte del silencio/ambiente/colectivo que subyace a lo poético, la biofonía del entorno que se expresa en el fondo de la grafía. Con el fin de encontrar relaciones menos evidentes entre estas dos dimensiones en el contexto del sotaque, recurrimos a un (cuasi-)método de aproximación a los textos: la arqueología especulativa. Las poéticas de dos autores aparentemente distantes, Paul Celan y Tamara Kamenszain, son la "materia prima" del eje pragmático de la investigación, la traducción. La construcción cuasiconceptual de la idea de sotaque se realiza desde la traducción de textos de estos poetas, que son puestos en diálogo, con la intención de especular sobre la "oscuridad de lo poético" (Paul Celan) y sobre la " dialéctica del dialecto" (Tamara Kamenszain). Al mismo tiempo, los esfuerzos teóricos de esos poetas impregnan toda la tesis, lo que resulta en una especie de traducción de sus pensamientos a un nuevo ambiente. No se pretende realizar traducciones estigmatizadas, ya que el acento aparece como exceso ("salir afuera") en la poética de los dos autores, es decir, una percepción que se debe a la "atención" (Zuwendung) que se le da al poema. Así, la traducción de sotaque es también un exceso que puede aparecer en el texto traducido, si se escucha con atención. La reflexión crítica y las traducciones conducen, al final de esa tesis, a una antología de poemas de Celan y Kamenszain, cuyos ejes temáticos son la vida y la lengua (en su polisemia, abarcando la física y la metafísica), así como la relación de estas dos categorías en medio y en el medium del "objeto distribuido" (Alfred Gell) de la obra de arte.
Zusammenfassung: Sotaque ["Akzent"] ist ein Lebenszeichen innerhalb der Sprache, analog zu einer Falte, die im Laufe der Zeit und durch das menschliche Handeln auf der Haut erscheint. In diesem Sinne markiert es die Beziehung zwischen dem Körper einer Person und der Umwelt, die sie umgibt und die gleichzeitig Landschaft und Erinnerung ist. Der Sotaque kann entweder ein Detail sein, das eine Erzählung untermauert und ihr rhythmisches Ambiente bildet, oder ein "souveräner Zufall" (Didi-Huberman), ein störendes Element, das die latente Poesie der Sprache aussetzt. Die in dieser Doktorarbeit neu gedachte Idee von Sotaque unterscheidet sich von den entsprechenden Kategorien der Sprachwissenschaften, die sich mit sprachlicher Variation befassen, insofern, als das erstrangige Untersuchungsobjekt dieser Dissertation ein anderes ist, nämlich die Übersetzung von Poesie (diese, im Zumthorianischen Sinne), genauer gesagt: wie man Gedichte übersetzt, die innerhalb und vom Sotaque aus entstanden sind - "Sotaque-Übersetzung". Zwei große "theoretische Achsen" oder Dimensionen leiten diese Doktorarbeit: die Dimension des individuellen Körpers, der von der Poesie beeinflusst wird, und die Dimension der Erinnerung als Teil der Stille/der Umwelt/des Kollektivs, die der Dichtkunst zugrund liegen; d. h. die Biophonie der Umgebung, die sich im Hintergrund der Schreibweise offenbart. Um weniger offensichtliche Beziehungen zwischen diesen beiden Dimensionen im Kontext von Sotaque zu finden, greifen wir auf eine (Quasi-)Methode der Annäherung an Texte zurück: die spekulative Archäologie. Die Poetik zweier scheinbar voneinander entfernter Autoren, Paul Celan und Tamara Kamenszain, ist der "Rohstoff" der pragmatischen Forschungsachse, der Übersetzung. Die quasikonzeptionelle Konstruktion der Idee von Sotaque erfolgt aus der Übersetzung von Texten dieser Dichter, die in einen Dialog gestellt werden, um über die "Dunkelheit des Dichterischen" (Paul Celan) und die "Dialektik des Dialekts" (Tamara Kamenszain) nachzudenken. Gleichzeitig durchziehen die theoretischen Bemühungen dieser Dichter die gesamte Arbeit, was zu einer Art Übersetzung ihrer Gedan...
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Non-Academic Texts by Hugo Simões
Revista Tinteiro, 2019
Apresentação do projeto "Literatura de Refúgio" e tradução de um poema do poeta Carlile Max Domin... more Apresentação do projeto "Literatura de Refúgio" e tradução de um poema do poeta Carlile Max Dominique Cérilia.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Books by Hugo Simões
Uma festa para Boris, 2022
Nota dos Tradutores da peça "Uma festa para Boris" (Ein Fest für Boris), de Thomas Bernhard, da c... more Nota dos Tradutores da peça "Uma festa para Boris" (Ein Fest für Boris), de Thomas Bernhard, da coleção "Dramas & Poéticas" da Editora UFPR.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
Papers by Hugo Simões
Palavras-chave: Objeto Distribuído; Memória Multidirecional; Biografia;
Tradução
Abstract: Alfred Gell's idea of memory presented in his "Art and Agency", which passes through the biography of the person (understood not only as human being, but also as the object of art itself), is put in dialogue with contemporary studies on cultural memory in order to debate the role of translation on the perpetuation of remembrance. Aleida Assmann's media and memory concepts mediate all this work, bringing up the hypothesis that translation is a medium of memory. The translation is here studied in direct contact with life, bios, as part of the biographical construction of the person and the work of art, or, specifically, of literature, in order to reallocate it in the debates about cultural memory.
Keywords: Distributed Object; Multidirectional Memory; Biography;
Translation
Abstract: Listening is intrinsically related to translation. This paper investigates this relationship, drawing a path that goes from archeoacoustics to Paul Zumthor's idea of performance, and it dialogues with Amerindian thinkers and recent ethnographic studies. The idea of form/method proposed here relates to intellectuals from the once called "ethnopoetry", as well as to authors that reflected upon poetry after the Shoah, such as Paul Celan. In terms of listening effects on the translation relationship, Walter Benjamin's ideas on magic and memory are revisited and his Die Aufgabe des Übersetzers ("The task of the translator") is reread. Poetry, magic, and performance are conceived through the notion of listening, which, by the end of the paper, brings together the ideas of translation and "sotaque" ["accent"].
Abstract: Silence, fundamental to artistic movements from modernism to the contemporary period, is investigated outside of its urban paradigm in this article, in order to rethink what is and what can be translation. In order to do so, the ideas of Paul Celan, Davi Kopenawa, Walter Benjamin, Alexandre Nodari and Emanuele Coccia, among others, are mobilized. The objective is to cross ideas such as memory, speculative anthropology, biophony, poetry and shamanism in the design of a translatio of worlds: the metamorphosis. Silence bounded to the idea of biophony manifests itself as life, which opens new margins to the "task of the translator", among which the contact with the foris, such as the forest. In this way, a poem of Paul Celan is translated as a result of a "speculative archeology", that is, a new perspective on the attention given to the poem and the environment that surrounded it and surrounds it.
Palavras-chave: Tradução; Literatura Dramática; Thomas Bernhard
ABSTRACT: This critical reflection on the translation of dramatic literature stems from the translation of the play "Immanuel Kant" by the Austrian writer and playwright Thomas Bernhard (1931-1989). The main question that moves this article is what happens to a play when it is translated into a book. The book seen as a repository of a performative text is outlined here as a possibility of dialogue between playwright, translator and theater companies, since it can work non-statically as a critical apparatus for the variety of set ups that a play holds in its becoming.
Keywords: Translation; Dramatic Literature; Thomas Bernhard
ABSTRACT: Tadeusz Różewicz (1921-2014) is not only a central author when one thinks about Polish poetry written after World War II, but he is also an important name in the general field of "poetry of testimony". Although almost unknown and little translated in Brazil, his oeuvre dialogues with historical figures well-known to us, as Paul Celan and Martin Heidegger. In a poem yet unpublished in Portuguese entitled "Der Tod ist ein Meister aus Deutschla", Różewicz makes use of the musical technique of the Fugue to bring his voice together with those of Celan, Heidegger and Friedrich Hölderlin, in order to answer a famous hölderlinian-heideggerian question: "What use are poets in destitute / bad times?". In this article, we attentively read and investigate Różewicz's poem using the idea of remembrance and testimony. In order to do so we turn to Giorgio Agamben and his idea of "remnant" as a central interlocutor. In a poem written decades after Auschwitz, we still see scars from a past that does not stop imposing death; despite having been written in 1990s, Różewicz's poem is still an echo of a world that forgets (itself).
Master Thesis by Hugo Simões
PhD Dissertation by Hugo Simões
Resumo: O sotaque é uma marca de vida na língua, análoga a uma ruga que aparece, com o tempo e com a ação humana, sobre a pele. Marca, nesse sentido, a relação entre o corpo de um indivíduo e o ambiente que o cerca, o qual é, simultaneamente, paisagem e memória. O sotaque pode ser tanto um detalhe, que corrobora uma narrativa e uma ambiência rítmica, quanto um "acidente soberano" (Didi-Huberman), um elemento perturbador que expõe a poesia latente à linguagem. A ideia de sotaque, reimaginada neste trabalho, difere das categorias das ciências linguísticas que abordam a variação linguística, na medida em que o objeto último de estudo desta tese é outro, a tradução de poesia (esta, em sentido zumthoriano), mais especificamente: como se traduz poesia feita em e a partir de sotaque - "tradução de sotaque". Dois grandes "eixos teóricos", ou dimensões, orientam este trabalho: a dimensão do corpo individual afetado pela poesia e a dimensão da memória como parte do silêncio/ambiente/coletivo que subjaz ao poético, a biofonia do entorno que se manifesta no fundo da grafia. A fim de encontrar relações menos evidentes entre essas duas dimensões no âmbito do sotaque, recorre-se a um (quase-)método próprio de aproximação aos textos: a arqueologia especulativa. As poéticas de dois autores aparentemente distantes, Paul Celan e Tamara Kamenszain, são a "matéria-prima" do eixo pragmático da pesquisa, a tradução. A construção quase conceitual da ideia de sotaque é realizada a partir da tradução de textos desses poetas, que são postos em diálogo, a fim de se especular sobre a "obscuridade do poético" (Paul Celan) e sobre a "dialética do sotaque" (Tamara Kamenszain). Ao mesmo tempo, os seus esforços teóricos atravessam todo o trabalho, resultando em uma espécie de tradução daqueles pensamentos, em nova ambiência. Não se pretende realizar traduções estigmatizadas, uma vez que o sotaque aparece como excesso ("saída para fora") na poética de ambos os autores, sendo uma percepção devida à "atenção" (Zuwendung) que se dá ao poema. Assim, a tradução de sotaque é também um excesso que pode aparecer no texto traduzido, caso haja escuta atenta. A reflexão crítica e as traduções levam, ao final do trabalho, a uma antologia de poemas de Celan e Kamenszain, cujos temas orientadores são a vida e a língua (em sua polissemia, abrangendo física e metafísica), bem como a relação dessas duas categorias em meio a e no medium do "objeto distribuído" (Alfred Gell) da obra de arte.
Abstract: The sotaque ["accent"] is a mark of life inside the language, analogous to a wrinkle that appears, over time and human action, on the skin. In this sense, it marks the relationship between an individual's body and its surrounding environment, which is simultaneously landscape and memory. The sotaque can be either a detail, which corroborates a narrative and a rhythmic ambience, or a "sovereign accident" (Didi- Huberman), a disturbing element that exposes latent poetry to language. The idea of sotaque, reimagined in this work, differs from the categories of linguistic sciences that deal with linguistic variation, insofar as the ultimate object of study of this thesis is another, namely the translation of poetry (this one, in the Zumthorian sense). More specifically, we seek to cast light on how to translate poetry made within and from sotaque - "sotaque translation". Two major "theoretical axes", or dimensions, guide this work: the dimension of the individual body affected by poetry, and the dimension of memory as part of the silence/environment/collective that underlies the poetic, i. e. the biophony of the surroundings that manifests itself in the background of the spelling. In order to find less evident relationships between these two dimensions in the context of the sotaque, we resort to a (quasi-)method of approaching texts: speculative archaeology. The poetics of two apparently distant authors, Paul Celan and Tamara Kamenszain, are the "raw material" of the pragmatic axis of the research, the translation. The quasiconceptual construction of the idea of sotaque is carried out from the translation of texts by these poets, which are brought into dialogue, in order to speculate on the "obscurity of the poetic" (Paul Celan) and on the "dialectic of the dialect" (Tamara Kamenszain). At the same time, these poets' theoretical efforts permeate this work, resulting in a kind of translation of their thoughts into a new ambience. It is not intended to make translations stigmatized, since the sotaque appears as excess (an exit) in the poetics of both authors, which is a perception derived from the "attention" (Zuwendung) that is given to the poem. Thus, the sotaque translation is also an excess that may appear in the translated text, if one listens attentively. The critical reflection and the translations ultimately lead to an anthology of poems by Celan and Kamenszain, whose guiding themes are life and language (encompassing its physics, the tonguebody, and metaphysics), as well as the relationship of these two categories in the midst of and in the medium of the "distributed object" (Alfred Gell) of the work of art.
Resumen: El sotaque ["tonada"; "cantito"] es una marca de vida en la lengua, análoga a una arruga que aparece, con el tiempo y con la acción humana, sobre la piel. En este sentido, marca la relación entre el cuerpo de un individuo y el entorno que lo rodea, que es a la vez paisaje y memoria. El sotaque puede ser tanto un detalle, que corrobora una narrativa y un ambiente rítmico, como un "accidente soberano" (Didi- Huberman), un elemento perturbador que expone la poesía latente al lenguaje. La idea de sotaque, reimaginada en este trabajo, se diferencia de las categorías de las ciencias lingüísticas que abordan la variación lingüística, en tanto que el objeto último de estudio de esta tesis es otro, la traducción de poesía (ésta, en sentido zumthoriano), más concretamente: cómo traducir poesía hecha en y desde el sotaque - "traducción de sotaque". Dos grandes "ejes teóricos", o dimensiones, guían este trabajo: la dimensión del cuerpo individual afectado por la poesía y la dimensión de la memoria como parte del silencio/ambiente/colectivo que subyace a lo poético, la biofonía del entorno que se expresa en el fondo de la grafía. Con el fin de encontrar relaciones menos evidentes entre estas dos dimensiones en el contexto del sotaque, recurrimos a un (cuasi-)método de aproximación a los textos: la arqueología especulativa. Las poéticas de dos autores aparentemente distantes, Paul Celan y Tamara Kamenszain, son la "materia prima" del eje pragmático de la investigación, la traducción. La construcción cuasiconceptual de la idea de sotaque se realiza desde la traducción de textos de estos poetas, que son puestos en diálogo, con la intención de especular sobre la "oscuridad de lo poético" (Paul Celan) y sobre la " dialéctica del dialecto" (Tamara Kamenszain). Al mismo tiempo, los esfuerzos teóricos de esos poetas impregnan toda la tesis, lo que resulta en una especie de traducción de sus pensamientos a un nuevo ambiente. No se pretende realizar traducciones estigmatizadas, ya que el acento aparece como exceso ("salir afuera") en la poética de los dos autores, es decir, una percepción que se debe a la "atención" (Zuwendung) que se le da al poema. Así, la traducción de sotaque es también un exceso que puede aparecer en el texto traducido, si se escucha con atención. La reflexión crítica y las traducciones conducen, al final de esa tesis, a una antología de poemas de Celan y Kamenszain, cuyos ejes temáticos son la vida y la lengua (en su polisemia, abarcando la física y la metafísica), así como la relación de estas dos categorías en medio y en el medium del "objeto distribuido" (Alfred Gell) de la obra de arte.
Zusammenfassung: Sotaque ["Akzent"] ist ein Lebenszeichen innerhalb der Sprache, analog zu einer Falte, die im Laufe der Zeit und durch das menschliche Handeln auf der Haut erscheint. In diesem Sinne markiert es die Beziehung zwischen dem Körper einer Person und der Umwelt, die sie umgibt und die gleichzeitig Landschaft und Erinnerung ist. Der Sotaque kann entweder ein Detail sein, das eine Erzählung untermauert und ihr rhythmisches Ambiente bildet, oder ein "souveräner Zufall" (Didi-Huberman), ein störendes Element, das die latente Poesie der Sprache aussetzt. Die in dieser Doktorarbeit neu gedachte Idee von Sotaque unterscheidet sich von den entsprechenden Kategorien der Sprachwissenschaften, die sich mit sprachlicher Variation befassen, insofern, als das erstrangige Untersuchungsobjekt dieser Dissertation ein anderes ist, nämlich die Übersetzung von Poesie (diese, im Zumthorianischen Sinne), genauer gesagt: wie man Gedichte übersetzt, die innerhalb und vom Sotaque aus entstanden sind - "Sotaque-Übersetzung". Zwei große "theoretische Achsen" oder Dimensionen leiten diese Doktorarbeit: die Dimension des individuellen Körpers, der von der Poesie beeinflusst wird, und die Dimension der Erinnerung als Teil der Stille/der Umwelt/des Kollektivs, die der Dichtkunst zugrund liegen; d. h. die Biophonie der Umgebung, die sich im Hintergrund der Schreibweise offenbart. Um weniger offensichtliche Beziehungen zwischen diesen beiden Dimensionen im Kontext von Sotaque zu finden, greifen wir auf eine (Quasi-)Methode der Annäherung an Texte zurück: die spekulative Archäologie. Die Poetik zweier scheinbar voneinander entfernter Autoren, Paul Celan und Tamara Kamenszain, ist der "Rohstoff" der pragmatischen Forschungsachse, der Übersetzung. Die quasikonzeptionelle Konstruktion der Idee von Sotaque erfolgt aus der Übersetzung von Texten dieser Dichter, die in einen Dialog gestellt werden, um über die "Dunkelheit des Dichterischen" (Paul Celan) und die "Dialektik des Dialekts" (Tamara Kamenszain) nachzudenken. Gleichzeitig durchziehen die theoretischen Bemühungen dieser Dichter die gesamte Arbeit, was zu einer Art Übersetzung ihrer Gedan...
Non-Academic Texts by Hugo Simões
Books by Hugo Simões
Palavras-chave: Objeto Distribuído; Memória Multidirecional; Biografia;
Tradução
Abstract: Alfred Gell's idea of memory presented in his "Art and Agency", which passes through the biography of the person (understood not only as human being, but also as the object of art itself), is put in dialogue with contemporary studies on cultural memory in order to debate the role of translation on the perpetuation of remembrance. Aleida Assmann's media and memory concepts mediate all this work, bringing up the hypothesis that translation is a medium of memory. The translation is here studied in direct contact with life, bios, as part of the biographical construction of the person and the work of art, or, specifically, of literature, in order to reallocate it in the debates about cultural memory.
Keywords: Distributed Object; Multidirectional Memory; Biography;
Translation
Abstract: Listening is intrinsically related to translation. This paper investigates this relationship, drawing a path that goes from archeoacoustics to Paul Zumthor's idea of performance, and it dialogues with Amerindian thinkers and recent ethnographic studies. The idea of form/method proposed here relates to intellectuals from the once called "ethnopoetry", as well as to authors that reflected upon poetry after the Shoah, such as Paul Celan. In terms of listening effects on the translation relationship, Walter Benjamin's ideas on magic and memory are revisited and his Die Aufgabe des Übersetzers ("The task of the translator") is reread. Poetry, magic, and performance are conceived through the notion of listening, which, by the end of the paper, brings together the ideas of translation and "sotaque" ["accent"].
Abstract: Silence, fundamental to artistic movements from modernism to the contemporary period, is investigated outside of its urban paradigm in this article, in order to rethink what is and what can be translation. In order to do so, the ideas of Paul Celan, Davi Kopenawa, Walter Benjamin, Alexandre Nodari and Emanuele Coccia, among others, are mobilized. The objective is to cross ideas such as memory, speculative anthropology, biophony, poetry and shamanism in the design of a translatio of worlds: the metamorphosis. Silence bounded to the idea of biophony manifests itself as life, which opens new margins to the "task of the translator", among which the contact with the foris, such as the forest. In this way, a poem of Paul Celan is translated as a result of a "speculative archeology", that is, a new perspective on the attention given to the poem and the environment that surrounded it and surrounds it.
Palavras-chave: Tradução; Literatura Dramática; Thomas Bernhard
ABSTRACT: This critical reflection on the translation of dramatic literature stems from the translation of the play "Immanuel Kant" by the Austrian writer and playwright Thomas Bernhard (1931-1989). The main question that moves this article is what happens to a play when it is translated into a book. The book seen as a repository of a performative text is outlined here as a possibility of dialogue between playwright, translator and theater companies, since it can work non-statically as a critical apparatus for the variety of set ups that a play holds in its becoming.
Keywords: Translation; Dramatic Literature; Thomas Bernhard
ABSTRACT: Tadeusz Różewicz (1921-2014) is not only a central author when one thinks about Polish poetry written after World War II, but he is also an important name in the general field of "poetry of testimony". Although almost unknown and little translated in Brazil, his oeuvre dialogues with historical figures well-known to us, as Paul Celan and Martin Heidegger. In a poem yet unpublished in Portuguese entitled "Der Tod ist ein Meister aus Deutschla", Różewicz makes use of the musical technique of the Fugue to bring his voice together with those of Celan, Heidegger and Friedrich Hölderlin, in order to answer a famous hölderlinian-heideggerian question: "What use are poets in destitute / bad times?". In this article, we attentively read and investigate Różewicz's poem using the idea of remembrance and testimony. In order to do so we turn to Giorgio Agamben and his idea of "remnant" as a central interlocutor. In a poem written decades after Auschwitz, we still see scars from a past that does not stop imposing death; despite having been written in 1990s, Różewicz's poem is still an echo of a world that forgets (itself).
Resumo: O sotaque é uma marca de vida na língua, análoga a uma ruga que aparece, com o tempo e com a ação humana, sobre a pele. Marca, nesse sentido, a relação entre o corpo de um indivíduo e o ambiente que o cerca, o qual é, simultaneamente, paisagem e memória. O sotaque pode ser tanto um detalhe, que corrobora uma narrativa e uma ambiência rítmica, quanto um "acidente soberano" (Didi-Huberman), um elemento perturbador que expõe a poesia latente à linguagem. A ideia de sotaque, reimaginada neste trabalho, difere das categorias das ciências linguísticas que abordam a variação linguística, na medida em que o objeto último de estudo desta tese é outro, a tradução de poesia (esta, em sentido zumthoriano), mais especificamente: como se traduz poesia feita em e a partir de sotaque - "tradução de sotaque". Dois grandes "eixos teóricos", ou dimensões, orientam este trabalho: a dimensão do corpo individual afetado pela poesia e a dimensão da memória como parte do silêncio/ambiente/coletivo que subjaz ao poético, a biofonia do entorno que se manifesta no fundo da grafia. A fim de encontrar relações menos evidentes entre essas duas dimensões no âmbito do sotaque, recorre-se a um (quase-)método próprio de aproximação aos textos: a arqueologia especulativa. As poéticas de dois autores aparentemente distantes, Paul Celan e Tamara Kamenszain, são a "matéria-prima" do eixo pragmático da pesquisa, a tradução. A construção quase conceitual da ideia de sotaque é realizada a partir da tradução de textos desses poetas, que são postos em diálogo, a fim de se especular sobre a "obscuridade do poético" (Paul Celan) e sobre a "dialética do sotaque" (Tamara Kamenszain). Ao mesmo tempo, os seus esforços teóricos atravessam todo o trabalho, resultando em uma espécie de tradução daqueles pensamentos, em nova ambiência. Não se pretende realizar traduções estigmatizadas, uma vez que o sotaque aparece como excesso ("saída para fora") na poética de ambos os autores, sendo uma percepção devida à "atenção" (Zuwendung) que se dá ao poema. Assim, a tradução de sotaque é também um excesso que pode aparecer no texto traduzido, caso haja escuta atenta. A reflexão crítica e as traduções levam, ao final do trabalho, a uma antologia de poemas de Celan e Kamenszain, cujos temas orientadores são a vida e a língua (em sua polissemia, abrangendo física e metafísica), bem como a relação dessas duas categorias em meio a e no medium do "objeto distribuído" (Alfred Gell) da obra de arte.
Abstract: The sotaque ["accent"] is a mark of life inside the language, analogous to a wrinkle that appears, over time and human action, on the skin. In this sense, it marks the relationship between an individual's body and its surrounding environment, which is simultaneously landscape and memory. The sotaque can be either a detail, which corroborates a narrative and a rhythmic ambience, or a "sovereign accident" (Didi- Huberman), a disturbing element that exposes latent poetry to language. The idea of sotaque, reimagined in this work, differs from the categories of linguistic sciences that deal with linguistic variation, insofar as the ultimate object of study of this thesis is another, namely the translation of poetry (this one, in the Zumthorian sense). More specifically, we seek to cast light on how to translate poetry made within and from sotaque - "sotaque translation". Two major "theoretical axes", or dimensions, guide this work: the dimension of the individual body affected by poetry, and the dimension of memory as part of the silence/environment/collective that underlies the poetic, i. e. the biophony of the surroundings that manifests itself in the background of the spelling. In order to find less evident relationships between these two dimensions in the context of the sotaque, we resort to a (quasi-)method of approaching texts: speculative archaeology. The poetics of two apparently distant authors, Paul Celan and Tamara Kamenszain, are the "raw material" of the pragmatic axis of the research, the translation. The quasiconceptual construction of the idea of sotaque is carried out from the translation of texts by these poets, which are brought into dialogue, in order to speculate on the "obscurity of the poetic" (Paul Celan) and on the "dialectic of the dialect" (Tamara Kamenszain). At the same time, these poets' theoretical efforts permeate this work, resulting in a kind of translation of their thoughts into a new ambience. It is not intended to make translations stigmatized, since the sotaque appears as excess (an exit) in the poetics of both authors, which is a perception derived from the "attention" (Zuwendung) that is given to the poem. Thus, the sotaque translation is also an excess that may appear in the translated text, if one listens attentively. The critical reflection and the translations ultimately lead to an anthology of poems by Celan and Kamenszain, whose guiding themes are life and language (encompassing its physics, the tonguebody, and metaphysics), as well as the relationship of these two categories in the midst of and in the medium of the "distributed object" (Alfred Gell) of the work of art.
Resumen: El sotaque ["tonada"; "cantito"] es una marca de vida en la lengua, análoga a una arruga que aparece, con el tiempo y con la acción humana, sobre la piel. En este sentido, marca la relación entre el cuerpo de un individuo y el entorno que lo rodea, que es a la vez paisaje y memoria. El sotaque puede ser tanto un detalle, que corrobora una narrativa y un ambiente rítmico, como un "accidente soberano" (Didi- Huberman), un elemento perturbador que expone la poesía latente al lenguaje. La idea de sotaque, reimaginada en este trabajo, se diferencia de las categorías de las ciencias lingüísticas que abordan la variación lingüística, en tanto que el objeto último de estudio de esta tesis es otro, la traducción de poesía (ésta, en sentido zumthoriano), más concretamente: cómo traducir poesía hecha en y desde el sotaque - "traducción de sotaque". Dos grandes "ejes teóricos", o dimensiones, guían este trabajo: la dimensión del cuerpo individual afectado por la poesía y la dimensión de la memoria como parte del silencio/ambiente/colectivo que subyace a lo poético, la biofonía del entorno que se expresa en el fondo de la grafía. Con el fin de encontrar relaciones menos evidentes entre estas dos dimensiones en el contexto del sotaque, recurrimos a un (cuasi-)método de aproximación a los textos: la arqueología especulativa. Las poéticas de dos autores aparentemente distantes, Paul Celan y Tamara Kamenszain, son la "materia prima" del eje pragmático de la investigación, la traducción. La construcción cuasiconceptual de la idea de sotaque se realiza desde la traducción de textos de estos poetas, que son puestos en diálogo, con la intención de especular sobre la "oscuridad de lo poético" (Paul Celan) y sobre la " dialéctica del dialecto" (Tamara Kamenszain). Al mismo tiempo, los esfuerzos teóricos de esos poetas impregnan toda la tesis, lo que resulta en una especie de traducción de sus pensamientos a un nuevo ambiente. No se pretende realizar traducciones estigmatizadas, ya que el acento aparece como exceso ("salir afuera") en la poética de los dos autores, es decir, una percepción que se debe a la "atención" (Zuwendung) que se le da al poema. Así, la traducción de sotaque es también un exceso que puede aparecer en el texto traducido, si se escucha con atención. La reflexión crítica y las traducciones conducen, al final de esa tesis, a una antología de poemas de Celan y Kamenszain, cuyos ejes temáticos son la vida y la lengua (en su polisemia, abarcando la física y la metafísica), así como la relación de estas dos categorías en medio y en el medium del "objeto distribuido" (Alfred Gell) de la obra de arte.
Zusammenfassung: Sotaque ["Akzent"] ist ein Lebenszeichen innerhalb der Sprache, analog zu einer Falte, die im Laufe der Zeit und durch das menschliche Handeln auf der Haut erscheint. In diesem Sinne markiert es die Beziehung zwischen dem Körper einer Person und der Umwelt, die sie umgibt und die gleichzeitig Landschaft und Erinnerung ist. Der Sotaque kann entweder ein Detail sein, das eine Erzählung untermauert und ihr rhythmisches Ambiente bildet, oder ein "souveräner Zufall" (Didi-Huberman), ein störendes Element, das die latente Poesie der Sprache aussetzt. Die in dieser Doktorarbeit neu gedachte Idee von Sotaque unterscheidet sich von den entsprechenden Kategorien der Sprachwissenschaften, die sich mit sprachlicher Variation befassen, insofern, als das erstrangige Untersuchungsobjekt dieser Dissertation ein anderes ist, nämlich die Übersetzung von Poesie (diese, im Zumthorianischen Sinne), genauer gesagt: wie man Gedichte übersetzt, die innerhalb und vom Sotaque aus entstanden sind - "Sotaque-Übersetzung". Zwei große "theoretische Achsen" oder Dimensionen leiten diese Doktorarbeit: die Dimension des individuellen Körpers, der von der Poesie beeinflusst wird, und die Dimension der Erinnerung als Teil der Stille/der Umwelt/des Kollektivs, die der Dichtkunst zugrund liegen; d. h. die Biophonie der Umgebung, die sich im Hintergrund der Schreibweise offenbart. Um weniger offensichtliche Beziehungen zwischen diesen beiden Dimensionen im Kontext von Sotaque zu finden, greifen wir auf eine (Quasi-)Methode der Annäherung an Texte zurück: die spekulative Archäologie. Die Poetik zweier scheinbar voneinander entfernter Autoren, Paul Celan und Tamara Kamenszain, ist der "Rohstoff" der pragmatischen Forschungsachse, der Übersetzung. Die quasikonzeptionelle Konstruktion der Idee von Sotaque erfolgt aus der Übersetzung von Texten dieser Dichter, die in einen Dialog gestellt werden, um über die "Dunkelheit des Dichterischen" (Paul Celan) und die "Dialektik des Dialekts" (Tamara Kamenszain) nachzudenken. Gleichzeitig durchziehen die theoretischen Bemühungen dieser Dichter die gesamte Arbeit, was zu einer Art Übersetzung ihrer Gedan...