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Simbolismo Português

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SIMBOLISMO

Século XIX - XX
origem

 Designou o período pós-romântico;


 Surgiu na França, em 1885;
 1857:Inauguração do Decadentismo/Simbolismo no
mundo: Flores do Mal, de Baudelaire
 1890: Inauguração do Simbolismo em Portugal:
“Osaristos” de Eugênio de Castro
Decadentismo
apenas na França

Romantismo Realismo Simbolismo


no início, ainda apresentava
traços do Realismo

“[...] nesse cruzamento estético e histórico, não (é) fácil separar o que é
simbolista do que não é, tal (foi) o embaralhamento operado nos fins do século
XIX [...]”
(MOISÉS, 2013, p.286)
decadentismo
 1882 – decadente: novo gênero de poesia: culto do
vago
 Decadência – poesia de Baudelaire: civilização
decadente, desgosto pela vida
 Decadentes – preconizavam a anarquia, o satanismo,
as perversões, as morbidezas, o pessimismo, a
histeria, o horror da realidade banal, cultuavam os
neologismos e os vocábulos preciosos, criavam
quimeras brilhantes; manifestações desconexas
 1886: Simbolismo substituiu Decadentismo
 Publicação do manifesto simbolista por Jean
Moréas
 “Inimiga do ensinamento, da declamação, da
falsa sensibilidade, da descrição objetiva, a
poesia simbolista procura vestir a ideia duma
forma sensível”.
Espírito decadentista português

 Crise da monarquia

 Ultimato inglês – 1890

 Crise econômica, financeira e política


 Grandes poetas: Eugênio de Castro, Antônio
Nobre e Camilo Pessanha.
 Camilo Pessanha: desligou-se de aderências
realistas e de retardatárias formas de
Romantismo sentimental
 Emparelhamento estético no final do século XIX
CARACTERÍSTICAS

Retorno ao egocentrismo e à
introspecção

Anticientificismo

Oposição ao Realismo
Antipositivismo

Antinaturalismo

Versos livres e sem rimas

Preocupava-se em expressar o
Decadentismo Realismo

pensamento coletivo

Morbidez
Pessimismo

Neologismos, figuras de linguagem e


“vocábulos preciosos”*

(MOISÉS, 2013)
“A fim de comunicar verbalmente o que não se diz, o
indescritível, só lhes restava, portanto, o caminho da
sugestão: daí defenderem que as palavras deveriam
evocar e não descrever, sugerir e não definir.”

(MOISÉS, 2013, p.283)


Simbolismo - características
 Uso de símbolos, que evocam e sugerem mais do que
descrevem;
 linguagem que foge da representação nítida;
 Linguagem vaga, fluida, imprecisa;
 Linguagem da sugestão e não da objetivação da
realidade;
 Musicalidade – as palavras são escolhidas
poeticamente pela sonoridade e pelo ritmo;
 Uso de símbolos;
 Presença constante de imagens, metáforas,
comparações, sinestesias;
Características
 Recursos sonoros como aliterações e assonâncias
 Antipositivista, antinaturalista, anticientificista
 “eu” volta a ser objeto: egocentrismo
 Subjetivismo e inconsciente
 hermetismo
 Meios de expressão adequados: sintaxe psicológica,
neologismos, arcaísmos, emprego de cores, inusitadas
combinações vocabulares, musicalidade
 Desejo de expressar o indizível, indescritível
 Sugestão: as palavras deveriam sugerir e não definir
 Tentativa de aproximação com as realidades inefáveis
 Baudelaire: o símbolo é a correspondência entre o
mundo material e o espiritual
 Símbolo: pretensão de assinalar a tentativa de
simbolizar, por meio de metáforas polivalentes, o
conteúdo difuso do mundo interior do escritor
 Esforço de apreensão do impalpável, o símbolo
funciona como múltiplo e sinal luminoso duma
complexa realidade mental
 Simbolistas procuraram o apoio da música para
expressar poeticamente o inefável
 Encontro entre o inconsciente individual e o coletivo:
o artista desvela uma inesperada identidade entre o
conteúdo de seu inconsciente e o conteúdo do
inconsciente do povo a que pertence
 Exploração de temas como o cotidiano burguês,
pacato e folclórico
 Predileção por assuntos medievais (cavalaria
andante) e místicos
 Cultivam o vago, o oculto, o mistério, a ilusão, a
solidão numa “torre de marfim”
 Recuperação da crença na Teologia e na
Metafísica
métrica

 Poema em prosa
 Verso livre
 Metros sonoros, coloridos evocativos
 Sinestesias:
“Há perfumes frescos como carnes de
crianças/Doces como oboés, verdes como os
campos”
 Ritmo, musicalidade do verso
 O Simbolismo não constituiu um movimento
nem uniforme, nem estático, nem dirigido, como
foi o Realismo: à mercê do individualismo mais
diverso e das oscilações estéticas e filosóficas do
tempo, foi vário e múltiplo em qualquer estágio
de sua evolução
POESIA SIMBOLISTA

 Recebeu influência do formalismo parnasiano


 Impregnou-se de motivos da poesia decadente
francesa
 Apegou-se ao tradicionalismo de base historicista
e folclórica
 Permanente estado de contradição: fruto dos
caminhos abertos em várias direções
Clepsidra – Camilo Pessanha
 O título Clepsidra – relógio de água usado na antiguidade – é
bem sugestivo e nos remete a algo que flui devagar, à passagem
do tempo e, consequentemente, à passagem da vida com a
inevitável aproximação da morte.
FONÓGRAFO (trecho) CLEPS-IDRA

Vai declamando um cómico defunto. • Hidra: relacionado a


Uma plateia ri, perdidamente, água
Do bom jarreta... E há um odor no ambiente
A cripta e a pó — do anacrónico assunto. •Hidra: monstro
Quanto ao título da obra

mitológico
[...]
•Hércules
A hidra torpe!... Que a estrangulo... Esmago-a
De encontro à rocha onde a cabeça te há-de, •Cabeça principal da
Com os cabelos escorrendo água, Hidra

Ir inclinar-se, desmaiar de amor,


Sob o fervor da minha virgindade
E o meu pulso de jovem gladiador.
[...]

(PESSANHA, 1989, p.6-7)


Clepsidra

Temática:
 Fugacidade da vida
 Desencanto diante do mundo
 Fragilidade humana
Poemas:
 Viola Chinesa
 Estátua
 Soneto (Foi um dia de intensas agonias.)
 Poema Final
Viola chinesa
Vai adormecendo a parlenda
Sem que amadornado eu atenda
A lengalenga fastidiosa.
Sem que o meu coração se prenda,
Enquanto, nasal, minuciosa,
Ao longo da viola morosa,
Vai adormecendo a parlenda.
Mas que cicatriz melindrosa
Há nele, que essa viola ofenda
E faz que as asitas distenda
Numa agitação dolorosa?
Ao longo da viola, morosa...

Ao longo da viola morosa


Estátua
Cansei-me de tentar o teu segredo:
o teu olhar sem cor, - frio escalpelo,
O meu olhar quebrei, a debatê-lo,
Como a onda na crista dum rochedo.

Segredo dessa alma e meu degredo


E minha obsessão! Para bebê-lo
Fui teu lábio oscular, num pesadelo,
Por noites de pavor, cheio de medo.

E o meu ósculo ardente, alucinado,


Esfriou sobre mármore correcto
Desse entreaberto lábio gelado:

Desse lábio de mármore, discreto,


Severo como um túmulo fechado,
Sereno como um pélago quieto.
POEMA FINAL
Ó cores virtuais que jazeis subterrâneas,
‑ Fulgurações azuis, vermelhos de hemoptise,
Represados clarões, cromáticas vesânias ‑,
No limbo onde esperais a luz que vos batize,

As pálpebras cerrai, ansiosas não veleis.

Abortos que pendeis as frontes cor de cidra,


Tão graves de cismar, nos bocais dos museus,
E escutando o correr da água na clepsidra,
Vagamente sorris, resignados e ateus,

Cessai de cogitar, o abismo não sondeis.

Gemebundo arrulhar dos sonhos não sonhados,


Que toda a noite errais, doces almas penando,
E as asas lacerais na aresta dos telhados,
E no vento expirais em um queixume brando,

Adormecei. Não suspireis. Não respireis.


REFERÊNCIAS

 GERMANO, R.; SOUZA, Ronaldo. Simbolismo em Portugal:


uma leitura de Camilo Pessanha. Crátilo: Revista de Estudos
Linguísticos e Literários, UNIPAM, 5(1):64‐76, 2012.
 MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix,
2013.
 TUFANO, Douglas. Estudos de Literatura Portuguesa. São
Paulo: Moderna, 1981.

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