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Aula 02 - Outros Conceitos e Farmacobotânica

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FARMACOBOTÂNICA

E OUTROS CONCEITOS EM FARMACOGNOSIA

MSc. Renan Diniz Ferreira

Doutorando em Bioengenharia pela Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ


Mestre em Ciências Morfofuncionais pela Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ
Especialista em Qualidade de Vida nas Organizações pelo Instituto Federal do Sudeste de Minas - IF sudeste
Especialista em Farmácia Hospitalar pelas Faculdades Metropolitanas de São Paulo - FAMEESP
Bacharel em Farmácia pela Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC
INTRODUÇÃO

Antes de utilizarmos qualquer droga no preparo de medicamentos,
seja na farmácia de manipulação e/ou na indústria para o preparo de
fitomedicamentos, ou também, muitas vezes, para consumo próprio,
em casa, devemos ter certeza de que a droga vegetal selecionada se
trata exatamente da planta que desejamos, para evitar riscos de
toxicidade.


Devido à variedade de espécies presentes na fauna do nosso país, a
maioria de origem silvestre, é necessário utilizar de conhecimentos
prévios e metodologias analíticas para confirmar a autenticidade da
droga vegetal.
IDENTIDADE BOTÂNICA
• É importante saber qual planta está sendo utilizada.
• Problemas de identidade:
– Adulteração;
– Falsificação;
– Ignorância;
– Substituição.

Partes estranhas: presença de partes não interessante no vegetal como


insetos, terra, etc.
O analista deve sempre
ter em mente que a
adulteração e a falsificação
constituem procedimentos
triviais daqueles que, sem
pensar no bem público,
buscam aumentar o lucro.
Desde épocas imemoriais,
esses tipos anômalos de
procedimento têm
preocupado aqueles que
assumem como função
preservar a saúde pública.
TAXONOMIA VEGETAL


A imensa diversidade de organismos vivos causa dificuldades em
reconhecê-los.

Alguns procedimentos precisam ser utilizados para facilitar a
identificação de um organismo vivo e sua inclusão em um sistema de
classificação.

A classificação coloca ou agrupa um determinado organismo vivo em
uma categoria específica dentro de uma hierarquia, sendo feita
apenas uma vez para cada ser vivo – ou poucas vezes, quando
evidências posteriores obrigam sua realocação em outra categoria
taxonômica (BORDIGNON; MENTZ, 2017).

A identificação de um organismo, na maioria das vezes, é realizada
até a espécie e consiste na comparação com uma espécie já descrita,
devendo ser feita cada vez que se deseja conhecer o nome científico
de um organismo coletado ou encontrado na natureza.


Portanto, todos os organismos vivos conhecidos possuem nomes
científicos, aceitos internacionalmente por pesquisadores, estudiosos
e pessoas interessadas no assunto (BORDIGNON; MENTZ, 2017).


Para realizar a classificação taxonômica dos vegetais, seguimos os
princípios de Lineu (1700-1778), um personagem bastante conhecido
no âmbito da taxonomia, que propôs uma sistemática totalmente
embasada em observação de características anatômicas dos seres e
em uma língua comum, o latim.
HIERARQUIA DOS GRUPOS
TAXONÔMICOS DE LINEU

O reino é a maior unidade usada em
classificação biológica. Entretanto, entre
o nível do reino e do gênero, Lineu e
taxonomistas posteriores adicionaram
diversas categorias (ou taxa).


Temos, então, os gêneros agrupados em
famílias, estas em ordens, as quais são
divididas em classes e, por fim, estas em
filos (ou divisão, para os botânicos),
seguindo um padrão hierárquico.


Essas categorias podem ser subdivididas
ou agregadas em várias outras, menos
importantes, como os subgêneros e as
superfamílias (ARAÚJO; BOSSOLAN,
2006).
OS CINCO REINOS
NOMES POPULARES
• Nomes populares, comuns, vulgares ou vernaculares são regionais e não recebem importância
nos trabalhos científicos
• Podem gerar confusão como por exemplo:

NOME
Casearia silvestris, Sw
CIENTÍFICO
• Porém, também é conehcida por Chá de bugre ou erva de bugre no Rio Grande do Sul.
• Guaçatonga ou língua de lagarto em outras regiões do Brasil.
• Usada pelos índios em casos de problemas de pele e também em picadas de cobra. Possui o
cariofileno, que anula os efeitos da histamina, além disso, é altamente cicatrizante. Pode ser
encontrada no Brasil, desde a Bahia até o Rio Grande do Sul.
• Observa-se ainda nomes populares para as indicações de certas plantas, como: novalgina,
melhoral, penicilina, etc.
ERVA DE SÃO JOÃO

Mesmo
nome
popular,
porém
vegetais
diferentes

Ageratum conyzoides Hypericum perforatum


REGRAS DA NOMENCLATURA CIENTÍFICA
1) O nome científico é sempre um binômio, escrito em latim, ou em
palavras ou nomes latinizados.

2) A primeira palavra corresponde ao gênero e escrito em letra inicial


maiúscula. A segunda palavra corresponde à espécie.

3) O nome científico pode ser acompanhado no nome do autor do mesmo.

4) O binômio científico deve ser destacado do texto por um grife ou em


itálico.

Gênero espécie, Autor


Ginkgo biloba, Lineu
Ginkgo biloba, Lineu
OUTROS EXEMPLOS
EXEMPLOS
BOLDO
MARACUJÁ
ERVA CIDREIRA
IDENTIFICAR PARA PESQUISAR OU PRODUZIR FITOTERÁPICOS

EXEMPLO
Identificação pelo Dr. Marcos
Eduardo Guerra Sobral e pela
Técnica Lívia Lara Alves da UFSJ.

Coleta do AC
FONTE: Acervo Pessoal.

Coleta

Exsicata do AC.
FONTE: disponível em: http://www.splink.org.br

Depósito da exsicata no DCNAT UFSJ, Campus Dom Bosco,


Sala C1.10, n° HUFSJ 10293 e em http://www.splink.org.br/ 15
NOVAS ESPÉCIES VEGETAIS SÃO DESCOBERTAS NO BRASIL
MORFOLOGIA VEGETAL: MORFOLOGIA BÁSICA DOS CAULES

A raiz é, geralmente, um órgão subterrâneo e tem como funções principais fixar o vegetal
ao substrato e absorver deste água e nutrientes minerais, além de realizar o
armazenamento de nutrientes (amido e sais) na forma suberosa (macaxeira, cenoura e
beterraba) (SILVA et al., 2014).


A maioria das raízes não possui clorofila e gema e apresenta geotropismo positivo, o que
faz com que seu crescimento se dê em direção ao solo.


Diferentemente do caule, a raiz não está dividida em nós e entrenós.


A raiz se desenvolve a partir da radícula do embrião e a primeira raiz a ser formada é
chamada de raiz primária.


A partir da raiz primária, são formadas as raízes secundárias e terciárias (CORTEZ;
SILVA; CHAVES, 2016).
RAÍZES SUBTERRÂNEAS

Axial ou pivotante: raiz principal bem desenvolvida em relação às
secundárias.


Ramificada: raiz principal que, logo, se divide em raízes secundárias, e
assim sucessivamente.

• Fasciculada: raiz principal que sofre atrofia, formando um feixe de


raízes, não sendo possível distinguir uma raiz principal.

• Tuberosa: raiz dilatada pelo acúmulo de reserva nutritiva, podendo ser


axial tuberosa (beterraba, nabo e rabanete) ou lateral (dália, batata-
doce).
RAIZ AXIAL
RAIZ RAIZ RAIZ
OU
FASICULADA RAMIFICADA TUBEROSA
PIVOTANTE
RAÍZES AÉREAS

Estranguladoras (cinturas): variação do
tipo de raiz escora, crescem envolvendo
o tronco do hospedeiro e formando uma
rede que se espessa, impedindo o
crescimento em espessura do caule da
planta hospedeira, podendo ou não,
matar a planta hospedeira.


Grampiformes (aderentes): surgem em
pequenos grupos nos nós e/ou nos
entrenós em caules rastejantes, nos
quais, ao encontrar um suporte, podem
escalá-lo.

Sugadoras (haustórios): estruturas de contato, apressórios, no interior dos quais
surgem as raízes finas, haustórios, órgãos que absorvem alimentos, parasitando a
planta hospedeira.
- o Hemiparasita: água e sais minerais (seiva bruta).
- o Holoparasita: produtos metabolizados na fotossíntese (seiva elaborada).


Suportes (escoras ou fúlcreas): partem do caule em direção ao solo e auxiliam na
sustentação do caule, seja pela planta crescer em solo pantanoso ou por possuir
uma base pequena em relação à sua altura.

Respiratórias: esponjosas, ricas em
aerênquima (parênquima com grandes
espaços intercelulares cheios de ar).
São responsáveis por fornecer oxigênio
às regiões submersas da planta.
Características de plantas do mangue.


Pneumatóforos: podem ser
considerados um tipo de raiz
respiratória, mas diferem
estruturalmente por serem raízes
lenhosas que crescem verticalmente
para fora do solo encharcado em que
vive a planta. Ocorrem em espécies dos
manguezais e de pântanos.

As raízes aquáticas ocorrem nas plantas que se desenvolvem na água, como
vitória-régia – Victoria amazonica (Poepp.) e J.C. Sowerby (Nymphaeaceae) – e
aguapé – Eichhornia azurea (Sw.) Kunth (Pontederiaceae).
MORFOLOGIA VEGETAL: MORFOLOGIA BÁSICA DAS RAÍZES

O caule é, geralmente, um órgão aéreo e tem como funções principais sustentar
as folhas e ligá-las à raiz.


O caule possui gemas apicais e axilares e está subdividido em nós e entrenós.
Apresenta fototropismo positivo, o que faz com que seu crescimento se dê em
direção à luz, e pode ter clorofila, auxiliando no processo fotossintético (CORTEZ;
SILVA; CHAVES, 2016).


As gemas podem formar apenas folhas, quando são vegetativas, ou formar flores
e inflorescências, quando são reprodutivas (CORTEZ; SILVA; CHAVES, 2016).


Assim como as raízes, os caules podem ser: aéreos, subterrâneos (terrestres) e
aquáticos, e classificados em vários subtipos.
CAULES SUBTERRÂNEOS

Rizoma: geralmente horizontal e formado por
gemas que emitem, de espaço em espaço,
brotos aéreos foliosos e floríferos. É constituído
ainda por nós, entrenós, gemas e escamas
(folhas), podendo emitir raízes.


Tubérculo: dotado de gemas nas axilas de
escamas ou de suas cicatrizes, serve de reserva
nutritiva.


Bulbo: formado de prato (caule), gema e raízes
adventícias, envolto por escamas que geralmente
acumulam reservas. Pode ser do tipo bulbo
sólido, bulbo escamoso, bulbo tunicado e bulbo
composto.
CAULES AÉREOS - ERETOS

o tronco: lenhoso, ocorre em árvores e arbustos;


o haste: herbáceo, presente em ervas e
subarbustos; tronco
haste

o estipe: lenhoso, mas não ramificado; folhas
surgem no ápice.


o colmo: cilíndrico, com nós e entrenós bem
evidentes; ocorre em gramíneas, podendo ser estipe
colmo
oco, fistuloso;


o escapo: não se ramifica e não apresenta escapo
folhas.
CAULES AÉREOS – OUTROS TIPOS

Rastejantes: paralelos ao solo, com presença
ou não de raízes, com um único ponto de
fixação. Geralmente, ao encontrar um
suporte, sobe por ele, enrola-se ou forma
gavinhas.


Trepadores: necessitam de suporte e se fixam
através de estruturas como raízes
adventícias (raízes grampiformes) ou
gavinhas; quando não possuem essas
estruturas fixadoras, são chamados de
trepadores volúveis, que se enrolam em um
suporte.
MORFOLOGIA VEGETAL: MORFOLOGIA BÁSICA DAS FOLHAS

A folha é o órgão especializado na realização da fotossíntese.


Assim, os tecidos estão organizados de forma a tornarem mais eficiente a
aquisição de luz e sua transformação em energia química.


Apresentam formas bem variadas.


Morfologicamente, uma folha completa é formada por limbo (lâmina),
pecíolo e bainha e estípulas.


As características morfológicas das folhas são importantes para a
identificação botânica, já que, no campo, nem sempre as plantas se
encontram em estágio reprodutivo (flores e frutos).
Ápice cuspidado Ápice retuso Ápice agudo

Base oblíqua Base cordada Base obtusa


FORMA DAS FOLHAS

Oblonga Cordada

Ovalada Obovada
Arredondado Obovada Ovado

Acicular Alongada Lança


Lisa: Margem lisa, sem estriamento;
Ciliada: Com cílios nas margens;
Dentada: Margem com cortes finos e pontudos;
Crenada: Margem com cortes ondulados;
Lobada: Dividida em lobos;
Fendida: Com fendas, podendo chegar até a nervura central. Nesse caso, são chamadas de sectas;
DISPOSIÇÃO DAS FOLHAS AO LONGO DO
CAULE

OPOSTAS OPOSTAS
ALTERNADAS VERTICILADAS
CRUZADAS DÍSTICAS
ADAPTAÇÕES FOLIARES
Brácteas Carnívoras Espinhos

Folhas modificadas, podendo brotar do


Folhas coloridas, às vezes caule ou de algumas folhas. Possuem
confundidas com as pétalas das função de defesa ou auxiliar na fixação
As plantas carnívoras de trepadeiras em outras plantas. Os
flores apresentam folhas modificadas cactos, modificaram suas folhas para
e sensíveis que possuem a diminuir a perda de água, e essas folhas
função de auxiliar na acabaram se originando em espinhos.
alimentação do vegetal.
MORFOLOGIA VEGETAL: MORFOLOGIA BÁSICA DAS FLORES


A função primordial das flores é a
produção de sementes para a formação
de novas plantas, garantindo a
sobrevivência das espécies.


Assim, a flor é responsável pela
reprodução das plantas.


Para isso, elas são formadas por folhas
modificadas, geralmente de cores
atrativas e formatos diferenciados para
atrair os seus polinizadores.
Uma flor completa apresenta as seguintes estruturas:


Estame: estrutura masculina da flor onde
localizam-se o filete e a antera.


Carpelo: estrutura feminina da flor,
formada pelo estigma, estilete e ovário.


Pétalas: folhas modificadas e coloridas
com a função de atrair os polinizadores.
O conjunto de pétalas é chamado de
corola.
Toda essa estrutura é sustentada pelo pedúnculo,

Sépalas: localizadas abaixo das pétalas, haste responsável por ligar a flor à planta.
geralmente, de coloração verde. O O pedúnculo apresenta uma porção dilatada ligada
conjunto de sépalas é chamado de cálice. à flor denominada de receptáculo floral, onde estão
inseridos os elementos florais.
Gineceu e Androceu


De acordo com a estrutura da flor, ela pode ser feminina ou masculina. Essa
definição depende da presença do gineceu e do androceu.
Gineceu

O conjunto de carpelos é denominado de gineceu,
a parte feminina da flor.


O gineceu é formado por carpelos, pistilo,
estigma, estilete e ovário. Dentro do ovário estão
os gametas femininos da planta.


O estigma é a porção que recebe o grão de pólen
e através do estilete liga-se ao ovário. Já o ovário
é a parte que vai se transformar em fruto.


O fruto é resultado do desenvolvimento do ovário,
enquanto a semente representa o
desenvolvimento do óvulo depois da fecundação.
Androceu


O conjunto de estames é denominado
de androceu, a parte masculina da flor.


O androceu é formado pelos estames,
antera e filete.


Os estames são formados pela antera e
filete.


O filete corresponde a uma haste longa
e fina, onde em sua extremidade
encontra-se a antera, responsável pela
produção do pólen.
MORFOLOGIA VEGETAL: MORFOLOGIA BÁSICA DOS FRUTOS


Os frutos, de maneira simplificada, podem ser
definidos como o ovário desenvolvido.


Algumas vezes, o ovário maduro possui
associado a ele um tecido acessório, de
origem não carpelar, que se une ao ovário
durante o desenvolvimento.


O fruto que apresenta tecido acessório
associado é chamado de fruto acessório ou
pseudofruto. Esse é o caso da maçã, que
apresenta como parte carnosa uma estrutura
derivada do receptáculo da flor.

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