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Doutrina Santidade II - SLIDES
Doutrina Santidade II - SLIDES
Doutrina Santidade II - SLIDES
Emerson Freire
DOUTRINA DE
SANTIDADE II
Pr. Emerson Freire
DOUTRINA DE SANTIDADE II
UNIDADE – I: O SIGNIFICADO DO ESTUDO
HISTÓRICO
CONCEITUANDO - REVISÃO
O Dicionário da Bíblia de Almeida assim define a palavra
santidade:
1- Atributo de Deus ( Pai, Filho e Espírito) pelo qual ele é
moralmente puro e perfeito, separado e acima do que é mau e
imperfeito.(Ex.15:11, Hb.12:10).
2- Qualidade do membro do povo de Deus que o leva a se separar
dos pagãos, a não seguir os maus costumes do mundo, a pertencer
somente a Deus e a ser completamente fiel a Ele. (I Ts. 3:13)
3- No A.T., separação de coisas ou pessoas para Deus e para o
culto. Eram santos os sacerdotes (Lv. 21:6-8), os Nazireus (Nm. 6:5-
8) o Templo (Sl.11;4) Jerusalém (Is. 52:1) Os altares, o óleo e os
utensílios do culto (Ex. 30:25-29), Os sacrifícios (Ex. 28: 38).
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UNIDADE – I: O SIGNIFICADO DO ESTUDO
HISTÓRICO
CONCEITUANDO - REVISÃO
Na teologia Armínio-wesleyana, a santidade pode ser expressa
com 3 termos:
1. Santidade – Ponto de partida na regeneração. É derivada de
Deus que é santo e ministrada pelo Espírito Santo. É contínua.
2. Perfeição – Ponto de prosseguimento na vida cristã. È alvo.
(Mt.5:)
3. Amor perfeito – Ponto de maturidade na relação com Deus.
Este amor sem hesitação, opta por agradar a Deus e não a si
próprio. Este é um estágio de espiritualidade onde se venceu
todos os inimigos internos que combatem contra a perfeita
obediência. (Mc. 12:30) Este amor não é mero sentimento
humano, mas amor forjado no coração pelo Espírito.
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UNIDADE – I: O SIGNIFICADO DO ESTUDO
HISTÓRICO
CONCEITUANDO - REVISÃO
• Perfeição Cristã: Ressalta a inteireza do caráter cristão e a posse
dos dons espirituais.
• Inteira Santificação: Destaca a limpeza de todo o pecado,
incluindo a mente carnal ou o pecado inerente; que está unido à
estrutura da pessoa.
• Amor Perfeito: Ressalta o espírito e a têmpera da vida moral dos
inteiramente santificados. Implica libertação completa do
egoísmo, devoção total a Deus e amor desinteressado para com
todos os seres humanos.
• Batismo com o Espírito Santo: Ressalta os meios de graça pelos
quais o coração pode ser purificado e repleto do amor divino,
capacitando o crente a vencer o pecado.
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UNIDADE – I: O SIGNIFICADO DO ESTUDO
HISTÓRICO
Pais Apostólicos
• O título “Pai”, aplicado historicamente a alguns líderes cristãos,
surgiu devido à reverência que muitos nutriam pelos bispos dos
primeiros séculos. A estes chamavam carinhosamente de “Pais”
devido ao amor e zelo que tinham pela Igreja, mais tarde, porém,
este termo foi sacralizado pelos escritores eclesiásticos, por
volta de 1073 Gregório VII reivindica com exclusividade o termo
“PAPA”, ou seja, “Pai dos pais”.
• Ele tem sua originalidade na Igreja do Ocidente, do século II. Os
“Pais Apostólicos" foram homens que tiveram contato direto
com os apóstolos, ou que foi citado por alguns deles. Para três
indivíduos -Clemente de Roma, Inácio e Policarpo -esta titulação é
regularmente aplicada. Principalmente Policarpo, para o qual
existem evidências de contato direto com os apóstolos.
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia
• Era bispo de Antioquia da Síria (Turquia).
• Também conhecido como Teóforo, foi segundo Eusébio o terceiro
Bispo ou Patriarca de Antioquia, Aluno do Apóstolo João,
provavelmente foi ordenado pelo próprio Pedro.
• Ele foi preso aproximadamente no ano 110 e foi enviado para Roma
para ser julgado e martirizado, ele é o segundo depois de Clemente a
mencionar as epístolas de Paulo.
• Mesmo sendo de Antioquia, seu nome Ignacius, deriva-se do latim:
igne=fogo, e natus=nascido. Era um homem nascido do fogo, ardente,
apaixonado por Cristo. Segundo Eusébio, após a morte de Evódio, que
teria sido o primeiro bispo de Antioquia, Inácio fora nomeado o
segundo bispo desta influente cidade segundo Orígenes.
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia
ENSINAMENTOS:
1. Ele ensinou que [um conjunto de] igrejas [em uma
região geográfica] deveria ter [vários] anciãos e um [só]
bispo governante [sobre todos]; em outras palavras, ele
estava exaltando um bispo acima de outro (hierarquia).
2. Ele ensinava que todas as igrejas são parte de uma
igreja universal.
3. Ele afirmou que uma igreja não tem autoridade para
batizar ou conduzir a ceia do Senhor a menos que tenha
um bispo.
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia
• ESCREVEU SETE CARTAS:
• Foram preservadas como um exemplo da teologia dos primeiros cristãos.
• A Policarpo de Esmirna - Aos Efésios - Aos Filadélfios - Aos Magnésios - Aos
Romanos - Aos Tralianos - A Erminiotas.
• Estas cartas foram reunidas numa única coleção. Sua data é mais ou menos 110.
Suas citações são de memória. Mostra conhecer o N.T.em geral. Os evangelhos de
Mateus e João, parecem os que lhe eram familiares. Conhecia bem as epístolas
paulinas. Parece citar em alguns pontos um evangelho desconhecido ou de um
livro apócrifo. Inácio foi o primeiro a citar o termo "cristianismo" na epístola aos
filadelfos, paralelo a judaísmo.
• O conteúdo doutrinário das cartas opõe-se as heresias que ameaçavam a paz e a
unidade da Igreja. O gnosticismo e o docetismo, enfatizavam que Cristo era um ser
puramente espiritual e livre de qualquer contaminação de um corpo material, por
isso a realidade do corpo material de Cristo era negada, afirmando-se que o Cristo
que morreu na cruz era um puro espírito.
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia
• O objetivo da carta a Roma, era solicitar que os irmãos não impedissem seu martírio, pois estava
a caminho de Roma, durante o reinado de Trajano ( 98 -117 ). Também fala de ser cristão de fato,
ser trigo de Deus, imitar a paixão de Cristo, amor crucificado.
• Em carta a São Policarpo de Esmirna, Santo Inácio de Antioquia faz uma breve defesa da
castidade, pedindo ao jovem bispo que incentive os fiéis nessa luta, fala das viúvas, matrimonio,
cristão a serviço de Deus, submissão ao bispo.
• A carta aos Efésios, ele comenta sobre o amor para com estes, exortação a unidade, fugir da
heresia, dar exemplo de virtudes, procurar Cristo fonte de unidade e vida, fé e caridade como
critério do verdadeiro discípulo, não se deixar seduzir pela heresia.
• A carta aos Filadelfienses, elegia aos bispos que não tem seu ministério por parte dos homens,
unidade na eucaristia, fugir da heresia, fugir do judaísmo, que existem investidas contra a
unidade, originalidade do evangelho.
• A carta aos Magnesios, comenta do amor na unidade, respeito pelo bispo, cuidado com os
judaizantes, viver na fé e na unidade,
• A carta aos Tralianos : submissão ao bispo, fugir da heresia, fé em Cristo, permanecer na unidade,
• A carta aos de Erminiotas: humanidade de Cristo, fugir das heresias, respeito pelos diáconos e
bispos.
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia - ENSINOS
• UNIDADE DA IGREJA
• Enfatizava nas suas cartas para que se preserve a unidade da Igreja de Cristo: "Convém estardes
sempre de acordo com o modo de pensar do vosso Bispo. Por outro lado, já o estais, pois o vosso
presbitério, famoso justamente por isto e digno de Deus, sintoniza com o Bispo da mesma forma
que as cordas de uma harpa. Com vossos sentimentos unânimes, e na harmonia da caridade,
constituís um canto a Jesus Cristo. Mas também cada um deve formar juntamente com os outros,
um coro. A concórdia fará com que sejais uníssonos. A unidade vos fará tomar o dom de Deus, e
podereis cantar a uma só voz ao Pai por Jesus Cristo. Também ele, então, escutar-vos-ei
reconhecerá pelas obras que sois membros do seu Filho. Importante, por conseguinte, vivermos
numa irrepreensível unidade. Assim poderemos participar constantemente da união com Deus".
Pois assim, unidos numa mesma Fé tanto será mais forte a oração. A caridade esta diretamente
ligada a unidade da Igreja, por isso Inácio chama de orgulhoso aquele que não guarda a unidade
da Igreja junto com o Bispo: "Se a oração de duas pessoas juntas tem tal força, quanto mais a do
bispo e de toda a Igreja! Aquele que não participa da reunião é orgulhoso e já está por si mesmo
julgado, pois está escrito: "Deus resiste aos orgulhosos." Tenhamos cuidado, por tanto, para não
resistirmos ao Bispo, a fim de estarmos submetidos a Deus.". Com respeito à autoridade na Igreja,
Inácio declara que a hierarquia era do bispo monárquico ( um dentre os presbíteros, o mais
importante ), presbítero e diáconos. Inácio reconhecia a autoridade da igreja de Roma sobre as
demais igrejas. Para ele, Pedro e Paulo teriam pregado naquela cidade.
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia - ENSINOS
JESUS CRISTO
• Divindade de Cristo x Docetismo (Jesus nunca foi realmente um ser humano
físico)
• Inácio revela-se conhecedor das processões divinas em Deus, ao reconhecer no
Cristo a processão (Procedencia) intelectiva de Deus: "De fato, Jesus Cristo, nossa
vida inseparável, é o pensamento do Pai“, o que seria mais tarde explicado à luz
da filosofia por São Tomás de Aquino.
• É interessante constatar como as comunidades cristãs no século I tinham um
conhecimento aprofundado da natureza de Deus, Jesus Cristo é: "gerado e não
criado, Deus feito carne". Gerado e não criado (ingênito).
• Com este testemunho, Inácio trouxe para a construção do Dogma, pedras sólidas
que ajudaram o Concílio de Nicéia (325 d.C.) a fixar no Credo o
genitumnonfactum, isto é, gerado e não criado. Embora Inácio ainda não tivesse
esta precisão, Atanásio que colaborou na elaboração do vocábulo, reconheceu a
perfeita ortodoxia no texto desta carta.
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia - ENSINOS
MARIA NO CRISTIANISMO
• Inácio além de afirmar a Divindade de Cristo também afirma a
virgindade de Maria e sua descendência do rei Davi:
• "E permaneceram ocultos ao príncipe desse mundo a
virgindade de Maria e seu parto, bem como a morte do
Senhor: três mistérios de clamor, realizados no silêncio de
Deus"
• "A verdade é que o nosso Deus, Jesus, o Ungido, foi
concebido de Maria segundo a economia divina; nasceu da
estirpe de Daví, mas também do Espírito Santo"
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia - ENSINOS
O DIA EM QUE OS CRISTÃOS SE REUNIAM
• Inácio também declara que os cristãos herdeiros da Nova
Aliança não guardam mais o sábado, mas se reúnem no
dia do Senhor (o domingo):
• "Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à
nova esperança, e não observam mais o sábado, mas o dia
do Senhor, em que a nossa vida se levantou por meio dele e
da sua morte. Alguns negam isso, mas é por meio desse
mistério que recebemos a fé e no qual perseveramos para
ser discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre".
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia - ENSINOS
O CULTO DOS CRISTÃOS
• Os cristãos se vêm confrontados com uma corrente de pensamento chamada docetismo, que vai
negar que "o Verbo Se fez carne", ou seja, vão negar que Jesus Cristo tenha assumido a natureza
humana. Uma das consequências de tal doutrina é que vão considerar impossível de que no culto
que Cristo instituiu na Santa Ceia, e pediu, ordenou que fizesse em Sua memória o Pão seja o Corpo
de Cristo e o Vinho seja o Sangue de Cristo:
• "Ficam longe da Eucaristia e da oração, porque não querem reconhecer que a Eucaristia é a Carne do
nosso Salvador, Jesus Cristo, a qual padeceu pelos nossos pecados e a qual o Pai, na Sua bondade,
ressuscitou. Estes, que negam o dom de Deus, encontram a morte na mesma contestação deles. Seria
melhor para eles que praticassem a caridade, para depois ressuscitar."
• E o mesmo Inácio, na epístola aos Filadelfos, diz:
• "Assegurem, portanto, que se observe uma Eucaristia comum; pois há apenas um Corpo de Nosso
Senhor, e apenas um cálice de união com Seu Sangue, e apenas um altar de sacrifício -assim como há
um bispo, um clérigo, e meus caros servidores, os diáconos. Isto irá assegurar que todo o seu proceder
está de acordo com a vontade de Deus."
• Assim essa corrente de pensamento motivou testemunhos preciosos das comunidades cristãs a
respeito de sua Fé na presença real (Corpo, Sangue, Alma e Divindade) de Cristo na Eucaristia.
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia - ENSINOS
PRIMAZIA DA SÉ DE ROMA
• Os discípulos de Jesus eram chamados de nazarenos vistos como uma seita dentro do
judaísmo, posteriormente como vimos acima os discípulos de Jesus então são conhecidos
como cristãos, como registrado nos Atos dos Apóstolos. Isso é um fato muito significativo, pois
os discípulos de Jesus Cristo não são reduzidos a serem meramente mais uma seita do
judaísmo, mas são os discípulos do Messias prometido a humanidade, e, portanto, a obra da
salvação atinge sua plenitude em Cristo tornando-se universal, daí dos cristãos serem
chamados de católicos, pois pertencem a Igreja Católica (Universal):
• "Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica.".
• "Segui ao Bispo, vós todos, como Jesus Cristo ao Pai. Segui ao presbítero como aos Apóstolos.
Respeitai os diáconos como ao preceito de Deus. Ninguém ouse fazer sem o Bispo coisa alguma
concernente à Igreja. Como válida só se tenha a Eucaristia celebrada sob a presidência do bispo
ou de um delegado seu. A comunidade se reúne onde estiver o Bispo e onde está Jesus Cristo
está a Igreja católica. Sem a união do Bispo não é lícito Batizar nem celebrar a Eucaristia; só o
que tiver a sua aprovação será do agrado de Deus e assim será firme e seguro o que fizerdes".
• Inácio também afirma em sua carta à igreja de Roma que ela "preside à irmandade de amor"
(Carta aos Romanos [Prólogo])
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia - ENSINOS
• SANTÍSSIMA TRINDADE
• "Procurai manter-vos firmes nos ensinamentos do Senhor
e dos apóstolos, para que prospere tudo o que fizerdes na
carne e no espírito, na fé e no amor, no Filho, no Pai e no
Espírito, no princípio e no fim, unidos ao vosso digníssimo
bispo e à preciosa coroa espiritual formada pelos vossos
presbíteros e diáconos segundo Deus. Sejam submissos
ao bispo e também uns aos outros, assim como Jesus
Cristo se submeteu, na carne, ao Pai, e os apóstolos se
submeteram a Cristo, ao Pai e ao Espírito, a fim de que
haja união, tanto física como espiritual".
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Inácio de Antioquia
LEGADO
•Hierarquia da liderança eclesiástica
•Conceito sacramental da salvação
•Cristologia da encarnação: (Jesus como
verdadeiramente Deus e humano)
•Preparou o caminho para conceito da Trindade
•Contribuiu para união dos cristãos para luta
contra as heresias
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Irineu de Lyon
• Irineu (125 - 202 DC) era um grego bispo conhecido por seu papel na
orientação e expansão cristãos comunidades nas regiões do sul de presente-
dia França e, mais amplamente, para o desenvolvimento da teologia cristã ,
combatendo a heresia e definindo a ortodoxia . Originário de Esmirna na Ásia
Menor , hoje Izmir , Turquia, ele tinha visto e ouvido a pregação de
Policarpo, que por sua vez disse ter ouvido João Evangelista, e, portanto, foi a
última ligação viva conhecida com os apóstolos.
• Durante a perseguição de Marco Aurélio , o imperador romano de 161 a 180,
Irineu era um sacerdote da Igreja de Lyon. O clero daquela cidade, muitos dos
quais sofriam prisão por causa da fé, o enviou em 177 a Roma com uma carta
ao Papa Eleutério sobre a heresia do Montanismo, e aquela ocasião deu
testemunho enfático de seus méritos. Enquanto Irineu estava em Roma,
ocorreu uma perseguição em Lyon. Retornando à Gália, Irineu sucedeu ao
mártir São Potino e se tornou o segundo bispo de Lyon.
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Irineu de Lyon
Pais Apostólicos
• Durante a paz religiosa que se seguiu à perseguição de Marco
Aurélio, o novo bispo dividiu suas atividades entre as funções de
pastor e de missionário. Quase todos os seus escritos foram
dirigidos contra o gnosticismo. O mais famoso desses escritos
é Adversus haereses (Contra Heresias).
• O objetivo de "Contra as heresias" era refutar os ensinamentos
de vários grupos gnósticos; aparentemente, vários mercadores
gregos haviam iniciado uma campanha oratória no bispado de
Irineu, ensinando que o mundo material era a criação acidental
de um deus mau, do qual devemos escapar perseguindo
a gnose . Irineu argumentou que a verdadeira gnose é de fato o
conhecimento de Cristo, que redime em vez de escapar da
existência corporal.
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Pais Apostólicos
Irineu de Lyon
• O ponto central da teologia de Irineu é a unidade e a
bondade de Deus , em oposição à teoria de Deus dos
gnósticos; uma série de emanações divinas (Aeons).
• Irineu usa a teologia do Logos que herdou de Justin
Martyr . Irineu foi aluno de Policarpo , que dizem ter
sido ensinado por João, o Apóstolo. (João usou a
terminologia do Logos no Evangelho de João e na carta
de 1 João) Irineu frequentemente falava do Filho e do
Espírito como as "mãos de Deus", embora também
falasse do Filho como o "Logos".
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Pais Apostólicos
Irineu de Lyon
LEGADO
•Apologeta (Contra Gnósticos)
•Unidade da Igreja
•Pacificador da Igreja (Teve papel
fundamental na pacificação de cisões
dentro da igreja)
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Pais Apostólicos
Clemente de Alexandria
• Clemente de Alexandria ou Tito Flávio
Clemente (Atenas 150 - Palestina, 215) foi um
escritor, teólogo, apologista e mitógrafo
cristão grego nascido em Atenas.
• Pesquisou as lendas menos compatíveis com os
valores cristãos. Sua abertura a fontes familiares
aos não cristãos ajudou a tornar o cristianismo
mais aceitável para muitos deles.
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Clemente de Alexandria
• Clemente foi um erudito numa época em que os
cristãos eram geralmente pouco letrados e
abertamente hostis a intelectuais. Não obstante, foi
capaz de construir argumentos lógicos convincentes,
baseados nas escrituras e na filosofia, a favor do
cristianismo e contra os gnósticos de Valentim, que,
baseados em Alexandria - o mais importante centro de
atividade intelectual da época - estavam em plena
expansão.
• Defendeu a fraternidade e a repartição das riquezas
entre os homens, observado livre-arbítrio:
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Clemente de Alexandria
• “Deus criou o gênero humano para a comunicação e a comunhão
de uns com os outros, como ele, que começou a repartir do seu e a
todos os homens proveu seu Logos comum, e tudo fez por todos.
Logo tudo é comum, e não pretendam os ricos ter mais que os
outros. Da homilia Quis dives salvetur? ("Que rico se salvará?"),
baseada em Marcos 10:17-31.
• "De sorte que não é rico aquele que possui e guarda mas aquele que
dá; e este dar, não o possuir, faz o homem feliz. Portanto, o fruto da
alma é essa prontidão em dar. Logo na alma está o ser
rico." (Pedagogo 3, 6).
• O historiador Eusébio de Cesárea considerava Clemente um
incomparável mestre da filosofia e, para São Jerônimo, Clemente foi
o mais erudito dos Padres da Igreja.
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Clemente de Alexandria - VIDA
• Nascido de pais pagãos, foi instruído profundamente na filosofia
neoplatônica.
• Já adulto, decidiu voltar-se ao cristianismo. Depois de convertido, viajou,
buscando instruir-se, ligando-se a diversos mestres - na Ionia, Magna
Grécia, Síria, Egito, Assíria e na Palestina. Finalmente, por volta de 175 - 180,
na Escola de teologia de Alexandria (Didaskaleion), encontrou o
filósofo patrístico Panteno (século II) e nos seus ensinamentos, "encontrou a
paz", sucedendo-o por volta de 189, como líder espiritual da comunidade
cristã de Alexandria. Ali permaneceu durante vinte anos, tornando-se um dos
mais ilustrados padres primitivos.
• No período pré-nicênico de formação da patrística, combateu
os hereges gnósticos. Estabeleceu o programa educativo da escola
catequética alexandrina, o qual, séculos mais tarde, serviria de base
ao trivium e ao quadrivium, grupos de disciplinas que constituíam as artes
liberais na Idade Média.
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Clemente de Alexandria - OBRA
• Entre suas obras de ética, teologia e comentários bíblicos destaca-se a trilogia
formada por Exortação, Pedagogo e Miscelâneas.
• Clemente defendeu a teoria da causa justa para a rebelião contra o
governante que escravizasse seu povo. Em O Discurso escreveu sobre a
salvação dos ricos e sobre temas como o bem-estar, a felicidade e
a caridade cristã.
• Clemente de Alexandria teve um papel importantíssimo na história
da hermenêutica entre os judeus e os cristãos no período patrístico.
• Em Alexandria, no período helenístico, a religião judaica e a filosofia grega se
encontraram e se influenciaram mutuamente, ali surgindo a escola que,
influenciada pela filosofia platônica, encontrou um método natural de
harmonizar religião e filosofia na interpretação alegórica da Bíblia. Clemente
de Alexandria foi o primeiro a aplicar essa abordagem à interpretação
do Antigo Testamento, em substituição à interpretação literal.
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Clemente de Alexandria - VIDA
• Datam também da época helenística as primeiras
aproximações do budismo com o mundo ocidental.
Mercadores indianos que viviam em Alexandria propagaram
sua fé budista pela região. Clemente de Alexandria foi o
primeiro autor ocidental a citar em suas obras o nome
de Buda.
• Durante a perseguição aos cristãos (201-202), pelo
imperador romano Sétimo Severo, Clemente transferiu seu
cargo na escola catequética ao discípulo Orígenes e
refugiou-se na Palestina, junto a um antigo aluno,
Alexandre, bispo de Jerusalém, lá permanecendo até sua
morte.
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Pais Apostólicos
Clemente de Alexandria
LEGADO
• Apologista
• Uniu pensamento filosófico e teológico
(Filosofia criada por Deus)
• Funda a escola de Alexandria
• Traduziu o evangelho aos pagãos em uma
linguagem que lhe era familiar (culta)
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Orígenes
• Graças a Eusébio de Cesaréia, em sua obra “História
Eclesiástica”, Orígenes é o personagem da Igreja primitiva que
mais legou escritos e dados biográficos à posteridade. Foi
conhecido, à sua época, pelo apelido de Adamâncio (“o
homem de aço”), o que, a título de curiosidade ou infeliz
coincidência, nos remete ao “adamantium”, liga metálica
fictícia que impregna as garras do popular Wolverine, da não
menos popular série X-Men de nossos dias. Coincidência ou
não, o fato é que Orígenes desempenhou, à sua maneira, o
papel de uma espécie de super-herói da sua época, tais foram,
por um lado a sua produção literária abundante, e, por outro,
inúmeras viagens e algumas atitudes radicais.
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PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Orígenes
• Tudo indica que Orígenes tenha nascido em uma
família cristã em Alexandria, por volta do ano 185,
tendo recebido sólida formação religiosa (sob
Clemente) e também secular, completada na escola
do filósofo Amônio Sacas, pai do neoplatonismo, o
que lhe permitiu ter uma erudição filosófica
incomparável entre os Pais da Igreja. No ano 202,
seu pai Leônidas foi martirizado durante a
perseguição do imperador Sétimo Severo, e os bens
da família foram confiscados.
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Orígenes
• O jovem Orígenes incentivou seu pai a ser fiel até a morte e diz-se que
sua mãe teve que esconder suas roupas para que ele não saísse de casa
e fosse preso. Para poder manter a mãe e seis irmãos menores,
Orígenes abriu uma escola de gramática (literatura) e, pouco depois,
diante da ausência de quadros qualificados, já que muitos haviam
fugido ou sido mortos pela perseguição, o bispo Demétrio de
Alexandria incumbe a Orígenes, então com 18 anos de idade, a dirigir a
escola de catecúmenos, enquanto procurava enfrentar a forte
perseguição aos cristãos. Por algum tempo, seguiu com as duas
escolas, mas quando a família teve condições de se sustentar por si
própria, dedicou-se exclusivamente à catequese e, nesse particular,
opera-se um verdadeiro milagre para a época: sua reputação entre os
alexandrinos era tão alta que muitos pagãos e gnósticos passaram a
frequentar a escola de catecúmenos para aprender diretamente do
jovem mestre.
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Orígenes
• Orígenes levava uma vida austera, rigorosa, a ponto de
ser quase certo que, interpretando ao pé da
letra Mateus 19:12, castra-se a si mesmo e faz-se
eunuco para Deus, atitude extrema que o impediu de
ser ordenado sacerdote por Demétrio. O historiador
Paul Johnson (“História do Cristianismo”, Ed. Imago,
2001, pág. 75), qualificando-o de “fanático religioso”,
relata que Orígenes “abriu mão de seu emprego e
vendeu seus livros para concentrar-se na religião.
Dormia no chão, não comia carne, não bebia vinho,
tinha apenas um casaco e não possuía sapatos”.
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos
Orígenes
• Já próximo dos 30 anos de idade, deixa a direção da escola com
Héraclas e, seguido de alguns discípulos que ele próprio
escolheu, aprofunda-se nos estudos bíblicos e filosóficos,
passando a escrever sua vasta obra, incentivado por Ambrósio,
um homem rico de Alexandria que, pela pregação de Orígenes,
havia abandonado a heresia valentiniana convertendo-se à
ortodoxia da Igreja. Ambrósio tinha uma profunda sede
intelectual e, vendo em Orígenes as qualidades do pensamento
que tanto prezava, passa a financiá-lo para que suas idéias sejam
conhecidas de todos. Nesse período, Orígenes também viaja
muito, visitando Roma, Cesaréia, Jordânia, chegando a ser levado
com escolta militar a Antioquia, onde a mãe do imperador
Alexandre Severo, Júlia Maméia, desejava conhecer melhor o
cristianismo.
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Orígenes
• Orígenes adquire, então, o status de uma espécie de “celebridade
mundial” da época, segundo relata Hans von Campenhausen (“Os Pais
da Igreja”, Ed. CPAD, 2005, pág. 51): “o governador da Arábia solicitou
ao seu colega egípcio e também escreveu ao bispo Demétrio uma carta
amável pedindo que fosse permitido que Orígenes desse algumas
palestras em sua presença”. Por volta do ano 231, é convidado pelos
bispos gregos a ir a Atenas discutir com os grupos de heréticos. De
passagem, visita Cesaréia da Palestina, onde os bispos Teoctisto e
Alexandre o ordenam sacerdote. De volta a Alexandria, Demétrio se
irrita profundamente com esse fato e, reunindo um pequeno concílio, o
exila do Egito e, pouco depois, o suspende da ordem sacerdotal.
Orígenes vai, então, a Cesaréia, onde é bem recebido pelos amigos
palestinos, que, a exemplo de outras igrejas do Oriente, não dão
importância alguma à sentença de Demétrio.
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Orígenes
• Moderno a seu tempo, Orígenes dirige um tipo de escola para
“simpatizantes” do cristianismo, ou seja, jovens pagãos que queriam
entender melhor o que a nova religião pregava, e que Orígenes
apresentava-lhes a visão cristã dos grandes problemas filosóficos. Entre
suas muitas viagens, uma feita à Jordânia reconduz o bispo Berilo de
Bostra à ortodoxia, e aproveita para discutir com um grupo de cristãos que
afirmavam que a alma morre com o corpo e ressuscita com ele.
Entretanto, nova perseguição irrompe sob o comando do imperador
Décio, em 250, e Orígenes é preso e torturado, não com o fim de matá-lo,
mas para que renegasse a sua fé, visto que uma eventual apostasia sua
produziria efeitos notáveis nos demais fiéis, já que, dos seus
contemporâneos, era a figura mais relevante do cristianismo. Pouco
tempo depois, Décio morre e Orígenes é liberto, morrendo pouco depois,
aos 69 anos de idade, provavelmente em 254. No século XIII, o seu túmulo
era ainda visível em Tiro, na igreja chamada do Santo Sepulcro.
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Orígenes
• Orígenes deixou uma obra gigantesca, sendo que o catálogo compilado
por Eusébio dá conta de 2.000 escritos, enquanto Epifânio diz que
Orígenes escreveu impressionantes 6.000 obras. O historiador Paul
Johnson (ob. cit.) diz que “parece que trabalhava o dia inteiro e a maior
parte da noite e era um escritor compulsivo. Até o intrépido Jerônimo,
mais tarde, reclamaria: ‘alguém já leu tudo que foi escrito por
Orígenes?’. Seus comentários às escrituras eram tão vastos que
nenhum foi transmitido na íntegra. Alguns foram perdidos, outros
sobrevivem como paráfrases drásticas”. Eusébio justifica essa alta
produtividade com o fato de que “sete estenógrafos que se revezavam
em intervalos definidos, e outros tantos escreventes de livros e
mulheres calígrafas” (“Histórica Eclesiástica”, VI, 23, 2), provavelmente
patrocinados por Ambrósio. De qualquer maneira, 800 desses escritos
chegaram até nossos dias.
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Orígenes
• Poucos, entretanto, trazem os textos originais, já que a maioria foi
expurgada pelas controvérsias origenistas posteriores, e outra parte
sobreviveu apenas por meio de traduções sofríveis. Dentre essas
obras, alguma se destacam. A Hexapla é a primeira tentativa cristã
de estabelecer o cânon da Escritura de uma maneira minimamente
científica (dentro do que se podia considerar ciência à época). A
maior parte dela foi perdida, e consistia numa exposição paralela,
em seis colunas, do texto hebraico do Antigo Testamento, da sua
transliteração em letras gregas, e as quatro versões gregas que
circulavam naquela época: a de Áquila, a de Símaco, a Septuaginta e
a tradução de Teódoto. Em alguns trechos, como em alguns Salmos,
diante de outras versões, Orígenes expandia a Hexapla para nove
colunas. A Hexapla tomou a maior parte da vida de Orígenes, que
sempre acrescentava, corrigia ou revia algumas posições.
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Orígenes
• “Scholia” é a obra em que Orígenes expõe alguns comentários
breves sobre determinados textos em que a interpretação
parecia difícil ou interessante. Apenas um ou outro fragmento
dessa obra chegou até nós. Em suas Homilias, escritas depois do
rompimento com Demétrio, encontra-se a natureza da pregação
de Orígenes, que se revela mais como uma exortação moral, sem
fazer profundas exegeses do texto bíblico. Boa parte das Homilias
se perdeu, lamentavelmente, mas restaram muitos dos seus
Comentários (Evangelho de São Mateus, de São João, sobre a
Epístola aos Romanos, sobre o Cântico dos Cânticos, etc.), que
são as principais fontes pelas quais é possível conhecer o método
exegético de Orígenes, que, por sua vez, é uma chave importante
para a compreensão do restante de sua teologia.
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Orígenes
• No campo apologético, Orígenes escreveu “Contra
Celsum”. Celso era um filósofo pagão, que havia escrito
uma obra anti-cristã chamada “O Verdadeiro Verbo”,
que tinha alcançado significativa repercussão,
sobretudo por ter sido bem escrito e fundamentado. Foi
Ambrósio que pediu a Orígenes que refutasse Celso. A
princípio, ele não teve muito interesse, mas finalmente
decidiu aceitar os apelos insistentes de Ambrósio e
refutou um por um os argumentos de Celso, fazendo
dessa obra um testemunho interessante de como foi
travado o combate entre cristãos e pagãos no começo
da Igreja.
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Orígenes
• Por fim, a sua ora mais importante é “De principis” (“Sobre os
primeiros princípios”), em que Orígenes faz uma exposição
sistemática de sua teologia, cuja maior parte sobreviveu por
meio de uma tradução para o latim feita por Rufino, que, como
era relativamente comum àquela época, tomou a infeliz
liberdade de “corrigir” algumas opiniões de Orígenes. Quanto a
essas traduções, há uma certa controvérsia: alguns dizem que
Rufino alterou o pensamento de Orígenes para esconder suas
idéias, que ele considerava por demais audaciosas para a
ocasião, enquanto outros dizem que Rufino fez isso para
favorecer o movimento origenista a partir do séc. IV, que
distorceu e usou a seu bel prazer as profundas especulações
teológicas de Orígenes.
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Orígenes
• Apesar de ter se castrado em obediência a uma
interpretação literal da Bíblia, o fato é que Orígenes
estava muito longe de ser literalista em sua
interpretação do texto sagrado, sendo que ele
acreditava firmemente na inspiração literal de cada
palavra da Escritura. Para ele, não havia nela nenhuma
palavra ou letra gratuita, que não contivesse em si um
mistério. Essa é a principal razão que levou Orígenes a
dedicar tanto tempo à Hexapla, ou seja, a restaurar o
texto bíblico original.
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Orígenes
• Entretanto, o verdadeiro sentido da Bíblia nem sempre
era aquele que resultava de uma interpretação literal.
Para ele, havia uma necessidade premente de se
interpretar a Bíblia ‘espiritualmente’, pelo que Orígenes
desenvolveu a doutrina (que havia recebido ainda
incipiente de Clemente) de que um texto bíblico tem –
ou pode ter – três sentidos diferentes, mas
complementares: um sentido literal ou físico, um
sentido moral ou psíquico, e um sentido intelectual ou
espiritual.
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Orígenes
• Esses princípios exegéticos são apresentados em “De principiis”
IV 2,4-5: “de três maneiras devemos gravar na alma os sentidos
das Santas Escrituras: o simples deve edificar-se com a carne da
Escritura – assim chamamos a concepção imediata�–, o que
progrediu um pouco edifica-se mais com sua alma, e o perfeito...
se edifica com a lei espiritual, que contém a sombra dos bens
futuros (Cl 2:17; Hb 10:1). Pois como o homem se compõe de
corpo, alma e espírito, assim também a Escritura... Mas como
existem certos textos da Escrituras que... não contêm de maneira
alguma o corporal, em muitas passagens devemos buscar
unicamente a alma e o espírito da Escritura” (citado por
Hubertus R. Drobner no “Manual de Patrologia”, Ed. Vozes, 2003,
pág. 147).
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Orígenes
• Todavia, nem sempre Orígenes seguia essa tri-partição,
já que se preocupava muito mais com as interpretações
alegóricas. Se ele interpretava um milagre relatado no
Novo Testamento, por exemplo, primeiro fazia questão
de ressaltar a efetiva existência literal daquele milagre
para, somente depois, tirar do relato as possíveis
alegorias. Por isso, deu tanta importância à tipologia do
Velho Testamento, fazendo do sacrifício de Isaque, por
exemplo, um ‘tipo’ ou ‘figura’ da paixão de Cristo, bem
como da circuncisão como um tipo de batismo.
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Orígenes
• A respeito da tipologia origenista, Drobner (ob. cit.) afirma:
“como, em virtude da inspiração verbal pelo Espírito Santo,
toda palavra do texto bíblico deve ter um sentido digno e
adequado a Deus, este deve ser buscado nos planos mais
elevados. O sentido moral tira da Bíblia, além dos
mandamentos e prescrições verbais nela contidos, as
orientações de ação para a vida cristã, como é esperado
pela comunidade sobretudo na pregação. O sentido místico,
enfim, cumpre três funções: abre tipologicamente o Antigo
Testamento como profecia para Cristo; interpreta as
declarações de fé da história da salvação; e explica a
esperança escatológica dos cristãos”.
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Orígenes
• Para Orígenes, o texto bíblico estava impregnado
de profundos mistérios em cada palavra, que
deviam ser extraído através das alegorias,
criando um verdadeiro dicionário de
interpretações alegóricas, como “cavalo” na
Bíblia significando “voz”; “hoje” significando “o
tempo presente”; “fermento” significando
“ensino”; “nuvens” significando “santos”, e por
aí vai. Exemplos de sua interpretação bíblica:
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Orígenes
• Moisés recebeu a ordem de tocar o mar com seu
bastão, para que ele se dividisse e se retirasse,
dando passagem ao povo de Deus, e que esse
elemento das águas, que, para ele, era objeto de
temor, obedecesse à vontade divina, formando
“à direita e à esquerda” uma “muralha” que não
fosse um perigo, mas uma proteção. As vagas
refluíram copiosamente, e a água recuada sobre
si mesma se encurvou: tornou-se sólida, e o
fundo do mar era só areia.
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Orígenes
• Compreendei aqui qual é a bondade do Deus criador. Se
obedeceis à sua vontade, se seguis a sua lei, ele obriga
até os elementos a agir contra a sua própria natureza
para vos servir. Ouvi os antigos dizerem que, nessa
passagem do mar, as águas se dividiram em tantas
frações quantas são as tribos dos filhos de Israel, e que
cada tribo teve seu caminho aberto no mar; a prova
estaria nestas palavras do salmo: “Aquele que dividiu o
mar Vermelho em frações”... Acreditei que é piedoso
não omitir essa observação dos antigos sobre as divinas
Escrituras.
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Orígenes
• Qual é o ensinamento que nos é dado aqui? Já
dissemos acima a interpretação do Apóstolo. Ele chama
a isso “um batismo, realizado em Moisés, na nuvem e
no mar” a fim de que vós, que fostes batizados em
Cristo, na água e no Espírito Santo, saibais que os
egípcios seguem vossas pegadas e querem re conduzir-
vos à vossa antiga servidão, isto é, para junto dos
“príncipes deste mundo” e dos “espíritos maus”, de
quem fostes escravos. Eles procuram alcançar-vos, mas
vós desceis à água e saís dela sãos es salvos; tendo
lavado as sujeiras dos pecados, subis como “homem
novo”, prontos para cantar o “cântico novo”...
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Orígenes
• Porque extermina o egípcio aquele que não faz “as obras das
trevas”; extermina o egípcio aquele que não vive segundo a
carne, mas segundo o Espírito; extermina o egípcio aquele que
expulsa de seu coração os pensamentos manchados e impuros
ou não os recebe de modo algum em seu coração, segundo a
palavra do Apóstolo: “Tomando o escudo da fé para extinguir
todos os dados inflamados do Maligno”. É assim que ainda hoje
podemos ver “os cadáveres dos egípcios estendidos na margem”,
seus carros e seus cavalos submersos. Podemos ver submerso o
faraó em pessoa se vivemos com bastante fé, para que “Deus
abata prontamente Satã aos nossos pés” por Jesus, nosso Senhor.
"“Homilias sobre o Êxodo”, V, 5 tradução J. Fortier (“Para Ler os Padres da Igreja”,
Adalbert G-Hamman, Ed. Paulus, 1995, pág. 65)"
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Orígenes
• Entretanto, Orígenes ajudou a formular boa parte da
doutrina ortodoxa cristã. Como lembra Justo L. González
(“Uma História do Pensamento Cristão”, Ed. Cultura Cristã,
2004, vol. I, págs. 210/1), Orígenes sempre fez questão de
frisar que Deus não pode ser compreendido por qualquer
inteligência humana, porque “Deus é invisível, não apenas
no sentido físico, mas também no sentido intelectual, pois
não há mente que seja capaz de contemplar a essência
divina. Não importa quão perfeito seja nosso conhecimento
sobre Deus, devemos constantemente nos lembrarmos que
Deus é muito mais elevado do que qualquer coisa que nossa
inteligência possa conceber (De principiis, 1.1.5).
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Orígenes
• Deus é a natureza absoluta e intelectual, além de toda definição de
essência (Contra Celso 7.38). A linguagem antropomórfica que a Escritura
aplica a Deus deve ser entendida alegoricamente, como uma tentativa de
nos mostrar alguma faceta da maneira pela qual Deus se relaciona com a
criação e com a humanidade. Por outro lado, se há uma coisa que
podemos dizer sobre Deus em um sentido quase literal, é que Deus é Um
(De principiis 1.1.6). Unidade absoluta, aquela unidade que é
diametralmente oposta à multiplicidade do mundo transitório – e que era
um dos temas característicos do platonismo contemporâneo – é o
principal atributo do ser de Deus. Contudo, este Um inefável também é o
Deus triúno da regra de fé da Igreja. Orígenes não apenas conhecia e
freqüentemente usava o termo “trindade”, como também contribuiu para
o desenvolvimento da doutrina trinitariana, uma vez que sua teologia é
uma das principais fontes dos debates trinitarianos que sacudiriam a igreja
quase um século mais tarde”.
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Orígenes
• E não só sobre a Trindade pronunciou-se Orígenes. Justo L.
González (ob. cit., pág. 217) mostra o seu cuidado em explicar
a doutrina da encarnação:
• “Em sua encarnação, o Verbo de Deus se uniu a um intelecto
não caído, e por meio dele a um corpo que em nada era
diferente do restante dos corpos humanos, embora fosse de
origem diferente (De principiis, 2.6.3-4). Ao afirmar que o
Verbo se uniu não apenas a um corpo humano, mas também a
um intelecto criado – que, embora não caído, é em sua
essência semelhante às almas humanas – Orígenes teve o
discernimento da necessidade de pressupor em Cristo, não
apenas um corpo humano, mas também um intelecto
humano.
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• A divindade e a humanidade estão unidas de tal modo em Cristo
que podemos atribuir à primeira, ações e condições que
correspondem propriamente à última, e vice-versa. Essa é a
doutrina da ‘communicatio idiomatum’, ou “comunicação de
propriedades”, que mais tarde se tornaria um dos principais
dogmas da cristologia Alexandrina. Orígenes insiste que não
podemos entender Cristo simplesmente em termos de sua
humanidade ou de sua divindade. “Se ele [o intelecto humano] o
considera como Deus, vê um mortal; se o considera como
homem, ele o vê retornando da sepultura, depois de derrotar o
império da morte” (De principiis 2.6.3). A natureza divina e
humana existem em um único ser, embora seja impossível
explicar como isso pode acontecer. Esse é o maior mistério da fé.
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• Mas de todos os atos maravilhosos e poderosos
relatados sobre Ele, este contudo sobrepuja a
admiração humana e está além do poder da fragilidade
mortal de entender ou sentir: como esse poderoso
poder da majestade divina, o próprio Verbo do Pai, a
própria Sabedoria de Deus, por meio da qual foram
criadas todas as coisas, visíveis e invisíveis, pode ter
existido dentro dos limites deste homem que apareceu
na Judéia; como é possível crer nisso? Mais ainda, que a
Sabedoria de Deus pode ter entrado no ventre de uma
mulher, e ter nascido um infante, e ter proferido choros
como o choro das crianças pequenas.”
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• Não por acaso, Orígenes foi considerado o maior
teólogo da antiga escola de Alexandria. Seu
pensamento, ou melhor, suas especulações
extremamente audaciosas para a época,
granjearam-lhe um número imenso de discípulos,
mas, talvez em proporção muito maior, uma
quantidade enorme de inimigos.
Consequentemente, muitas posições suas foram
condenadas em vários sínodos de diferentes
épocas.
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• Mesmo tendo admiradores do porte de Gregório do
Ponto, Eusébio de Cesaréia, Dionísio, o Grande, Atanásio,
dos Pais Capadócios (Basílio, o Grande, Gregório de
Nazianzo e Gregório de Nissa), além de Ambrósio de
Milão e Hilário de Poitiers, nenhum deles se animou a
defender as suas idéias mais avançadas para a época,
sendo que a série de condenações culminou com o
concílio convocado por Justiniano em Constantinopla, no
ano de 553. Ato contínuo, a polícia imperial confiscou e
destruiu boa parte dos escritos de Orígenes, razão pela
qual muito do seu pensamento original (com o perdão da
redundância) se perdeu.
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Orígenes
• Entretanto, algo importante sobre Orígenes foi
(convenientemente ou não) sublimado e esquecido com todas as
controvérsias teológicas que se lhe seguiram, ou seja, o fato de
que Orígenes, dada a sua genialidade, trabalhava com hipóteses,
exercendo aquilo que melhor sabia fazer: especular. Muitas de
suas idéias eram apenas idéias, especulações, indagações que
seu espírito investigativo requeria de seu alto nível intelectual.
Suas idéias eram expostas de boa fé, mas talvez fossem
avançadas demais para a sua época, e tenha lhe faltado o senso
de oportunidade e a prudência para perceber que essas mesmas
idéias poderiam ser-lhe atribuídas como dogmas, por pessoas
que se valeriam de seu nome para justificar posições com as
quais Orígenes sequer havia pensado.
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• O próprio Orígenes fazia questão de
distinguir entre as suas proposições de fé,
aquelas que eram aceitas e defendidas pela
ortodoxia da Igreja, e aquelas que eram
meramente hipotéticas, como sugestões
para que seus discípulos e leitores nelas
trabalhassem, a fim de se chegar a um
consenso.
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Orígenes
• Um exemplo disso é a sua posição sobre as almas, que
alguns seguidores, dizendo-se “origenistas”, passaram a
interpretar como uma prova da reencarnação. Entretanto,
Orígenes era contra a doutrina da reencarnação. Nos seus
Comentários à Epístola aos Romanos, ele chegou a
considerar a teoria do filósofo Basílides, o qual queria
basear a reencarnação nas palavras de São Paulo: *Vivi
outrora sem lei...* (Rm 7,9). Observa então Orígenes:
“Basílides não percebeu que a palavra *outrora* não se
refere a uma vida anterior de S. Paulo, mas apenas a um
período anterior da existência terrestre que o Apóstolo
estava vivendo”.
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Orígenes
• Desta forma, concluía Origenes, “Basílides
rebaixou a doutrina do Apóstolo ao plano das
fábulas ineptas e ímpias”. Entretanto, muitos
pretensos discípulos de Orígenes professaram
como verdade de fé não somente a preexistência
das almas (delicadamente insinuada por
Orígenes), mas também a reencarnação (que o
mestre não chegou de modo algum a propor,
nem como hipótese).
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Orígenes
LEGADO
• Apologista
• Desenvolvimento de estudos sistemáticos de doutrinas
importantes (Trindade)
• Mais de 2 mil obras, entre elas traduções da Bíblia e
comentários de quase todos os livros.
• Heresias (Interpretação alegórica das escrituras, Negava
ressurreição física de Cristo, Universalismo – foi expulso
da igreja por isso)
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• É surpreendente que Macário seja tão pouco
conhecido, embora suas homilias tenham
produzido tanta influência na história da perfeição
Cristã.
• Macário ensinou que, na sua perfeição original, o
homem estava vestido com a glória de Deus como
se fosse uma túnica. O pecado o havia feito perder
esta glória, mas agora ela era restaurada aos
santos.
(GREATHOUSE,William M.Dos Apóstolos a Wesley.CNP.2000.p.54 )
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• Depois, como seu irmão e sua irmã, entregou-se
totalmente à vida ascética. Mais tarde, foi eleito
bispo de Nissa, convertendo-se em pastor zeloso,
conquistando a estima da comunidade.
• Acusado de má administração econômicas por seus
adversários hereges, teve de abandonar
brevemente sua sede episcopal, mas depois
regressou triunfantemente e continuou
comprometendo-se na luta por defender a
autêntica fé.
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• Após a morte de Basílio, recolhendo sua herança espiritual,
cooperou, sobretudo, no triunfo da ortodoxia. Participou
de vários sínodos; procurou dirimir os enfrentamentos
entre as Igrejas; participou na reorganização eclesiástica e,
como «coluna da ortodoxia», foi um dos protagonistas do
Concílio de Constantinopla do ano 381, que definiu a
divindade do Espírito Santo.
• Teve vários encargos oficiais por parte do imperador
Teodósio, pronunciou importantes homilias e discursos
fúnebres, compôs várias obras teológicas. No ano 394
voltou a participar de um sínodo que se celebrou em
Constantinopla. Desconhece-se a data de sua morte.
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• Escreveu entre outros, dois tratados intitulados: "O Que
Significa que Alguém se Chame Cristão”, e “Sobre a
Perfeição”. Sendo o tema de Gregórios o da imitação de
Cristo, ele expõe com rigor o compromisso do crente de
participar da vida de Cristo, imitá-lo e reproduzi-lo. Numa
época de mudanças, onde o cristianismo passou de religião
não lícita para religião Oficial do Império, Gregório
reclamava: “Antes os cristãos entregavam sua vida pela
verdade; agora lutam entre si para garantir privilégios.”
• “Os postos principais são obtidos pela prática do mal, não
pela virtude; e a posição de Bispo não pertence ao mais
digno, mas ao mais poderoso.”
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• Ali se converteu ao cristianismo pelas orações e
lágrimas, de sua mãe Mônica e pelas pregações de S.
Ambrósio, bispo de Milão. Foi batizado por esse bispo
em 387. Voltou para a África em veste de penitência
onde foi ordenado sacerdote e depois bispo de Hipona
aos 42 anos de idade. Foi um dos homens mais
importantes para a Igreja.
• Combateu com grande capacidade as heresias do seu
tempo, principalmente o Maniqueísmo, o Donatismo
e o Pelagianismo, que desprezava a graça de Deus.
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• Escreveu 173 cartas e 96 sermões, além de 113
obras. Seu entendimento sobre a graça é tão
profundo que chegou a ser chamado de “Doutor
da Graça” e é considerado um dos pais da Reforma
Protestante por sua contribuição literária em temas
sobre a graça e a salvação.
• Participou ativamente na elaboração dogmática
sobre o grave problema tratado no Concílio de
Calcedônia, a condenação da heresia chamada
monofisismo.
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• Maniqueismo - Religião de Maniqueu, baseada
num gnosticismo dualista. Qualquer doutrina
baseada, como a de Maniqueu, na coexistência
dos dois princípios opostos o do bem e o do
mal.)
• Donatismo - Heresia de Donato (séc. IV),
segundo a qual o Pai era superior ao Filho, e o
Filho superior ao Espírito Santo.) Perseguiam
bispos que não suportaram a perseguição.
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UNIDADE – II: INTEIRA SANTIFICAÇÃO NOS
PRIMEIROS CINCO SÉCULOS CRISTÃOS.
Pais Apostólicos – Agostinho Legado Teológico
• Pelagianismo - Seita herética cristã defendida pelo
monge Pelágio (360-425) que, essencialmente,
consistia em uma posição antiagostiniana com relação
à teoria da graça e da predestinação. (Considerando
que a tese de Santo Agostinho sobre essas matérias se
avizinhava por demais do maniqueísmo, sustentou que
a graça está difusa na natureza e é um dos atributos do
homem, que nasce sem pecado, embora os cometa no
decorrer da sua existência. Foi condenada no Concílio
de Éfeso em 431 d.C.)
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• Monofisismo - Doutrina cristológica do séc.
V, pregada por Eutíquio (morto c. 454) e que
reconhecia em Jesus Cristo apenas uma
natureza: a divina. (É professada ainda hoje
por três igrejas independentes: a Igreja
armênia; a Igreja jacobita, da Síria; e a Igreja
copta, do Egito e da Etiópia.)
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Batismo
• O batismo é um dos dois sacramentos cristãos. Há disparidades quanto à
forma e aplicação dessa ordenança no meio evangélico. Existem
denominações que realizam batismo apenas por imersão, entendendo
ser esta a única maneira correta. Outros grupos não enxergam problema
quanto à forma e batizam seus catecúmenos por outras maneiras
(efusão e aspersão). Outras preferem o batismo por imersão e aceitam
os demais métodos em circunstâncias particulares (idade, estado de
saúde, etc).
• Outra dissemelhança acontece no tocante à aplicação do mesmo. Alguns
entendem não ser aplicável a crianças e outros não veem problemas no
pedobatismo (batismo infantil). As denominações cuja linha teológica se
identifica com o Aliancismo encaixam-se nesta última categoria.
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Batismo
• Agostinho defendia a ideia do pedobatismo. Baseado na
doutrina do pecado original, ele entendia que era necessário
batizar as crianças, pois dessa maneira elas seriam libertas da
culpa herdada do pecado. Além disso, Agostinho concordava
com outros teólogos do século IV/V (Cirilo de Alexandria,
Pseudo-Dídimo e Ambrósio) que a crisma era um sacramento
distinto do batismo. Uma vez que o batismo era o
sacramento que libertava do pecado original, a crisma era o
sacramento que outorgava, com ou sem a imposição de
mãos, o Espírito Santo.
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Cristologia
• Agostinho concordava com a posição de Atanásio e com
a formulação geral dos primeiros credos de que Jesus
possuía dupla natureza: “Cristo é uma só pessoa de
dupla substância, sendo tanto Deus quanto homem”,
“Ele reúne ambas as naturezas em unicidade de pessoa”
e “existem duas substâncias, mas uma só pessoa”.
Comentando sobre a impecabilidade de Cristo, ele disse
que o fato de ter nascido de uma virgem o havia
preservado do pecado original.
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Cristologia
• Agostinho enxergava a encarnação de Cristo como um
autoesvaziamento, embora isso não diminuísse Sua
onipotência. Para explicar melhor esse conceito, ele
dizia que as naturezas divina e humana coexistem
sem mistura nem confusão. Cada natureza retém suas
propriedades inatas de maneira que, a forma divina
não acaba com a forma humana de servo e vice-versa.
Cada natureza operava seus princípios distintamente,
embora estivessem em harmonia.
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A Igreja
• Para Agostinho, a Igreja é o domínio de Cristo, Seu
corpo Místico e a mãe dos cristãos. Ele
identificava a Igreja com a igreja católica de seus
dias e sendo assim, declarava que fora dela não
há salvação. Por mais que alguém tenha saído da
mesma e tenha mantido os sacramentos e até
mesmo sua fé, não tiraria proveito deles, pois o
Espírito Santo é outorgado mediante a Igreja.
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A Igreja
• Não devemos “crucificar” Agostinho nesse infeliz
comentário de que “fora da igreja não há
salvação”. É preciso entender o que se passava em
seus dias. Os primeiros séculos foram marcados
por inúmeras controvérsias (veremos mais
adiante algumas). Além disso, a igreja era ligada
ao Estado e o catolicismo era a religião oficial de
seus dias.
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A Igreja
• Não havia facilidade e nem liberdade para se
começar novas religiões e denominações
dissidentes como hoje. Portanto, quando uma
heresia ocorria levava à excomunhão do herege
caso ele não se retratasse. A expressão “fora da
igreja” se refere mais às pessoas que deixaram a
fé do que à idolatria denominacional que vemos
atualmente.
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A Igreja
• É possível que Agostinho não dissesse tais palavras se
vivesse em nossos dias ou no tempo em que aconteceu
a Reforma. Reafirmamos os princípios protestantes no
tocante à salvação. Somente pela Graça (sola gratia)
somos salvos, mediante a fé (sola fide) em Cristo (solus
Christus). Somente as Escrituras (sola scriptura)
fundamentam a nossa fé e sendo assim, devolvemos a
Glória que pertence somente a Deus e a nenhuma
instituição terrena (soli Deo gloria).
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Vida eterna
• Agostinho via dificuldades para oferecer uma
descrição precisa e significativa do céu (ele não está
sozinho nessa), afinal, tais informações
transcendem toda experiência que possa ser
percebida pelos sentidos.
• Apesar das dificuldades, ele cria que os salvos verão
a Deus no estado eterno. Cristo será “o objetivo de
nossos desejos, será contemplado sem cessar,
amado sem reservas e louvado sem fadiga”.
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Vida eterna
• Ele cria, ainda, que no estado eterno, os salvos
serão recompensados (galardoados) com base em
seus méritos, ou seja, suas obras. Apesar disso, não
haverá ciúmes.
• Não obstante, no estado glorificado gozaremos de
liberdade mais autêntica, pois estaremos livres do
prazer de pecar. Para os remidos a vida eterna será
um sábado perpétuo, onde nos aquietaremos e
saberemos que o Senhor é Deus.
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Juízo final
• Segundo o pensamento agostiniano, Deus tem um dia
preestabelecido em que Sua sabedoria e justiça serão
confirmadas à vista de todos. Ele parecia pender para
um pensamento semelhante ao amilenismo, pois
alegorizava a volta de Cristo e entendia que Seu reinado
consiste no avanço da igreja, muito embora aguardasse
um advento triunfal no final dos tempos. Nesse
advento, tanto justos quanto pecadores estarão sujeitos
ao julgamento de Cristo.
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Juízo final
• Ele rejeitava a ideia de que algumas classes de pessoas ficariam
imunes ao castigo eterno, mas cria que a severidade do sofrimento
seria proporcional à culpa do pecador e que as crianças que
morreram sem batismo teriam o castigo mais brando de todos. A
morte eterna dos perdidos seria uma alienação da vida de Deus
com castigo sem fim.
• Apesar de tudo isso, Agostinho admitia a ideia de um purgatório
baseado nas passagens bíblicas de 1 Co 3.13-15 e Mt 12.32.
Segundo a sua concepção, certos pecadores – embora cristãos em
seu íntimo e que permaneceram presos às atrações deste mundo –
deveriam ser submetidas ao fogo purificador do purgatório.
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Juízo final
• No juízo, o Senhor abrirá o livro da vida, através do qual a
todos segundo as suas obras (Ap 20.12). O teólogo
africano entendia que tal livro é a consciência de cada
indivíduo, cujos pensamentos virão à tona em suas
lembranças.
• A igreja visível, apesar de comunidade mista (homens
bons e maus) é formada por perfeição absoluta e pureza
imaculada e terá esses dois grupos separados na
consumação do plano divino.
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Concepção agostiniana acerca de Maria
• Maria sem sombra de dúvidas foi uma santa mulher.
Deus a escolheu para um propósito inigualável, dar
à luz ao Redentor da humanidade. Maria é um
paradoxo teológico. Foi bendita entre as mulheres (
Lc 1.42) e com toda certeza bem-aventurada (Lc
1.48), entretanto, o maior ser humano nascido de
mulher é o homem que preparou o caminho do
Senhor (Lc 7.28), homem este que o menor do reino
de Deus é maior do que ele.
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Concepção agostiniana acerca de Maria
• O protestantismo nunca negou a importância de Maria, apenas nunca permitiu
que ela usufruísse uma posição exclusiva do Messias. Aliás, nem mesmo ela
esforçou-se para receber tais homenagens ou ostentar títulos que se lhe não
cabiam.
• Com as primeiras controvérsias cristológicas, muitas confusões sobre a natureza
de Cristo foram feitas. Alguns entendiam que Jesus fosse apenas humano
(ebionitas). Outros que Ele fosse apenas divino e que Seu sofrimento tinha sido
apenas simbólico (docetismo), ou que Ele fosse a maior das criações de Deus
(arianismo). Havia, ainda, os que diziam ter Cristo assumido a forma divina
somente após o batismo (monarquianismo dinâmico ou adocianismo). Outros
ensinavam uma natureza amalgamada (monofisismo). Havia os que diziam ser
Cristo o segundo modo das três sucessivas manifestações de Deus (modalismo
ou monarquianismo modalista). Uma variante desta, ensinava que o próprio Pai
havia morrido na cruz (patripassianismo).
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Concepção agostiniana acerca de Maria
• As controvérsias foram tantas que uma das estratégias adotadas para
defender a dupla natureza de Cristo, foi afirmar Maria como mãe de Deus
(theotokos). A princípio, o termo não tinha a conotação hodierna, que exalta
Maria a uma posição divinal, mas visava evidenciar o lado divino do Verbo que
se fez carne.
• Essa expressão foi utilizada pela primeira vez provavelmente por Orígenes em
meados do século III e foi ganhando corpo negativo com o passar dos anos.
Nos dias de Agostinho, por exemplo, Maria passou a ser mistificada como uma
virgem perpétua. O próprio Agostinho defendia essa posição baseado numa
fraca argumentação de que se o Cristo ressurreto podia atravessar paredes,
não havia razão que o impedisse de sair do ventre de Maria sem violá-lo. Não
há dúvidas de que Maria manteve-se virgem (no sentido de se relacionar
sexualmente) até o nascimento de Jesus (Mt 1.18-25).
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Queda e pecado original
• Talvez as principais contribuições de Agostinho para a
teologia estejam nos tópicos a seguir. O sistema agostiniano
desenvolvido sobre a queda do homem, a natureza caída, o
pecado original, o livre-arbítrio, a graça divina e o plano de
redenção, possuem valor inexoráveis.
• Para falarmos do estado caído e corrupto do homem
segundo o Bispo de Hipona, é preciso falar antes de outra
pessoa, cuja posição teológica esvaiu absurdamente da
ortodoxia. Pelágio foi um austero monge e popular professor
em Roma. Sua austeridade era puramente moralista. Ele não
conseguia conceber a ideia de que o homem não podia
deixar de pecar.
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Queda e pecado original
• Contrapondo a teologia agostiniana, Pelágio passou a ensinar
uma doutrina exageradamente focada no livre-arbítrio. Ele
ensinava que, ao criar o homem, Deus não o sujeitou como fizera
com as outras criaturas, mas “deu-lhe o privilégio singular de ser
capaz de cumprir a vontade divina por sua própria escolha”.
• No entendimento pelagiano, o homem não possui uma
tendência intrínseca para o mal e tampouco herda essa
propensão de Adão, podendo caso queira, observar os
mandamentos divinos sem pecar. Ele achava injusto da parte de
Deus que a humanidade herdasse a culpa de outrem e desta
forma negava a doutrina do pecado original.
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Queda e pecado original
• Como Pelágio baseava suas teorias em uma abordagem moralista,
entendia que a desobediência do homem vinha do exemplo e dos
costumes observados ao redor. Em contrapartida, o homem pela
própria força, poderia alcançar a perfeição mediante grande esforço
de sua vontade.
• Apesar de falarmos inicialmente de Pelágio, Agostinho já tinha
elaborado seu pensamento sobre a doutrina do homem antes das
controvérsias supracitadas. Ele sustentava que Adão fora criado em
um estado original de retidão e perfeição. O primeiro homem estaria
isento de males físicos, seria dotado de alta intelectualidade, se
encontraria num estado de justificação, iluminação e bem
aventurança inigualáveis e teria a inclinação de sua vontade para a
virtude.
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Queda e pecado original
• A gravidade do pecado de Adão foi tal, que a
consequência foi uma tragédia para a
humanidade, a qual se tornou uma massa de
pecado (massa damnata), isto é, um antro
pecaminoso e propagador de pecadores. As bases
agostinianas para a doutrina do pecado original se
encontravam em passagens como Sl 51; Ef 2.3;
Rm 5.12 e Jo 3.3-5.
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Graça e livre-arbítrio
• Uma vez que o homem havia cedido ao pecado, a
natureza humana foi afetada obscuramente pelas
consequências do mesmo, tornando-se desordenada e
propensa para o mal. Sendo assim, sem “a ajuda de
Deus é impossível, pelo livre-arbítrio, vencer as
tentações desta vida”.[27] Essa ajuda divina para
escolher o certo, ou retornar para Deus, era Sua graça, a
qual Agostinho define como “um poder interno e
secreto, maravilhoso e inefável”[28] operado por Deus
nos corações dos homens.
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Graça e livre-arbítrio
• Agostinho entendia a graça de Deus em alguns aspectos.
Ele falava sobre a 1) graça preveniente, 2) a graça
cooperante, 3) a graça suficiente e a 4) graça eficiente. O
primeiro aspecto da graça subentende um despertamento
prévio em nossas almas. O segundo diz respeito à
cooperação de Deus com a nossa vontade tão logo esta é
despertada por Ele. A terceira é a capacitação para a
prática da vontade de Deus bem como a perseverança em
Sua vontade. Finalmente, a quarta é a capacitação divina
para os predestinados cumprirem com as expectativas do
Senhor.
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Graça e livre-arbítrio
• Para Agostinho, a graça divina antevê e provoca cada
impulso na vontade do homem. Essa graça é expressão
da soberania de Deus, não podendo ser resistida. Para
explicar o antagonismo da irresistibilidade frente ao
livre-arbítrio, o Bispo de Hipona diz que a liberdade do
homem é baseada nas motivações. Sendo as decisões do
homem, portanto, um fruto do meio, o homem não
regenerado que vive em uma atmosfera de
concupiscência escolherá o mal. A graça divina, porém,
cura o homem e restaura seu livre-arbítrio, substituindo
seu sistema de escolhas.
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Predestinação
• Como é possível perceber, o sistema agostiniano é
estritamente semelhante ao entendimento sobre a graça
do reformador João Calvino, o qual foi fortemente
influenciado pelo Bispo de Hipona.
• O homem está caído e inábil para escolher o bem;
somente a graça de Deus pode restaurar sua posição
original do livre-arbítrio; essa graça acaba por ser
irresistível; essa mesma graça é suficiente e eficiente
para a perseverança dos eleitos; cabe, portanto, a Deus
decidir (predestinar) quem receberá e quem não
receberá tal graça.
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Predestinação
• Agostinho cria que Deus já havia predestinado os eleitos desde
a eternidade. Sua explicação para a aparente injustiça divina
em uma dupla predestinação é a mesma que muitos calvinistas
usam hoje: todos estão justamente condenados, afinal, todos
pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Rm 3.23). A
decisão de Deus decidir salvar alguns em detrimento de outros
é na verdade, um ato de compaixão indizível.
• O pensamento estranho de Agostinho a esse respeito é sua
tese de que os eleitos estão enumerados rigorosamente desde
a eternidade conforme a quantidade dos anjos caídos, os quais
serão substituídos pelos salvos.
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Redenção
• A Bíblia emprega uma metáfora para se referir a um dos aspectos
da obra salvífica de Cristo: a redenção. Jesus é tanto o Redentor
quanto a Redenção em si mesma (cf Mt 20.28). O alcance da
obra redentora é discutido entre os cristãos. De um lado há os
que sustentam a expiação limitada, isto é, apenas para os eleitos
e do outro, os que entendem a expiação para toda a
humanidade, embora eficaz somente para os que recebem a
Cristo como Salvador.
• Ainda sobre a redenção, o entendimento teológico diverge nas
teorias sobre a expiação. Dentre as menos difundidas estão a
teoria moral, a teoria do resgate e a teoria da satisfação. As mais
usadas são a Teoria Governamental e a da Substituição Penal.
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Redenção
• Agostinho, por sua vez, enfatizava a função de Cristo como
mediador. Ele entendia que Jesus era o único que podia nos
reconciliar com Deus, pois sua dupla natureza identificava-
se com as partes cabíveis. A natureza humana de Cristo
(embora sem pecado) era a identificação necessária para a
raça humana, ao passo que a Palavra (natureza divina)
conhecia os requisitos divinos de justiça e graça. Cristo sabia
das limitações humanas (fraqueza, fome, sede, choro,
agonia, solidão, etc) e ao mesmo tempo sabia que deveria
ser justo com os que, impiedosamente calcarem o Seu
precioso sangue.
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Redenção
• Somente o Deus-homem preenchia o requisito para ser o mediador
perfeito. Sobre isso disse Agostinho: “Ele é o único que nos reconcilia
com Deus pelo sacrifício da paz, permanecendo um só com Aquele a
quem fez a oferta, unindo em si mesmo aqueles por quem ofereceu o
sacrifício, sendo Ele mesmo um só como ofertante e sacrifício ofertado”.
• A teoria de um resgate pago a satanás não tinha lugar na teologia
agostiniana. Ele entendia que, nossa libertação é consequência de nossa
reconciliação. O diabo é vencido justamente porque Deus recebeu
compensação e outorgou perdão. “Mediante Sua morte, o mais
verdadeiro sacrifício oferecido em nosso favor, Ele expurgou, eliminou e
destruiu qualquer culpa que tínhamos”. É nítido que a visão agostiniana
estava mais em harmonia com a teoria da substituição penal.
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Agostinho de Hipona (354-430)
• Bispo e Doutor da Igreja -
Nasceu em Tagaste, Tunísia,
filho de Patrício e S. Mônica.
Grande teólogo, filósofo,
moralista e apologista.
Aprendeu a retórica em Cartago,
onde ensinou gramática até os
29 anos de idade, partindo para
Roma e Milão onde foi professor
de Retórica na corte do
Imperador.
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Trindade
• Embora Agostinho tenha contribuído enormemente com
outras áreas da teologia, finalizaremos esse artigo
mostrando sua grande colaboração para a doutrina da
Trindade.
• Atualmente é fácil para qualquer estudioso trinitariano
encontrar nas Escrituras referências sobre as três pessoas
que, unidas formam o único Deus. Devemos muito do
nosso entendimento aos primeiros pais que formularam tal
pensamento e desenvolveram respostas às heresias que
surgiram nos primeiros séculos sobre as questões
cristológicas e a respeito da pessoa do Espírito Santo.
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Trindade
• Normalmente as seitas unicistas e arianas questionam a crença
na Trindade partindo do pressuposto que os primeiros cristãos
não criam em tal doutrina. Segundo esses sectários, o ensino
trinitariano seria oriundo do catolicismo pós-niceno, ou seja, da
época em que a igreja institucionalizou-se ao Estado romano sob
o domínio de Constantino.
• É mister notar que, cada etapa do cristianismo foi marcado por
focos diferentes. O primeiro século foi caracterizado pela
exortação e edificação da igreja pelos pais apostólicos, o segundo
pela defesa do Evangelho aos líderes e governantes romanos
pelos pais apologistas e o terceiro século pela luta contra as falsas
doutrinas pelos pais polemistas.
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Trindade
• Os principais teólogos responsáveis pela formulação ortodoxa do
trinitarianismo foram Basílio, o Grande, Gregório de Nazianzo e
Gregório de Nissa no oriente. No ocidente, além de Tertuliano, o
principal contribuinte foi o nosso alvo de estudo: Agostinho de
Hipona.
• Agostinho entendia que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram três
pessoas distintas entre si e de mesma substância. Entretanto,
essas três pessoas não estão separadas como acontece com três
indivíduos humanos. Embora a Trindade seja constituída de três
pessoas, não é correto dizer que Deus é tríplice, pois não são três
deuses, mas um único em que, cada uma das pessoas habita nas
outras ou é inerente às outras.
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Trindade
• Cada uma das pessoas é não-criada, infinita, onipotente e eterna. A
Trindade age de forma única, indivisível e com vontade una e
inseparável. Explicando essa ação em unidade, Agostinho disse que
“onde não existe nenhuma diferença de naturezas, também não existe
distinção alguma de vontades”.
• Em relação à distinção de cada pessoa da Trindade, Agostinho dizia que
o Pai distingue-se do Filho porque este é gerado pelo Pai. O Espírito
Santo distingue-se do Pai e do Filho porque é outorgado por ambos. Em
sua explicação sobre o Espírito Santo, Agostinho disse: “O Filho vem do
Pai, o Espírito também vem do Pai. Mas o primeiro é gerado, o último
procede. De sorte que o primeiro é Filho do Pai, de quem é gerado, mas
o último é o Espírito de ambos, visto que procede de ambos”.
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Trindade
• Agostinho não aceitava nenhuma ideia subordinacionista em relação à
Trindade: “não só o Pai não é maior do que o Filho com respeito à
divindade, mas também Pai e Filho juntos não são maiores do que o
próprio Espírito Santo, e nenhuma pessoa isolada dentre os três é
menor do que a própria Trindade”.
• Apesar de suas longas meditações sobre a doutrina trinitariana,
Agostinho era humilde ao ponto de reconhecer a limitação humana na
compreensão da totalidade da Trindade. Ele esboçou várias analogias, a
fim de facilitar a compreensão, mas ele sabia que em parte
conhecemos, pois vemos obscuramente em um espelho, uma vez a
mente humana, caída e corrompida, é remota e imperfeita. Mesmo
assim, seus escritos trouxeram a expressão madura ao trinitarianimo
ortodoxo.
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Considerações finais
• Agostinho teve uma mente brilhante e inegavelmente iluminada
pelo Espírito Santo. Foi um teólogo que batalhou pela fé que uma
vez nos foi dada (Jd 6) e que estava preparado para responder
sobre a razão de nossa esperança (1 Pe 3.15).
• O Bispo de Hipona deve servir de inspiração para os amantes da
Palavra de Deus, pois era um homem estudioso e sedento da
verdade que nos santifica (Jo 17.17). Suas grandes contribuições
teológicas ecoam ainda hoje e continuarão a embasar e
influenciar a teologia enquanto o plano divino não se consumar
por completo, “porque, em parte conhecemos, e em parte
profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é
em parte será aniquilado” (1 Co 13.9,10).
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UNIDADE – III: A DOUTRINA DA INTEIRA
SANTIFICAÇÃO NA IGREJA OCIDENTAL MEDIEVAL.
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Calvino Lutero
DOUTRINA DE SANTIDADE II
UNIDADE – IV: A DOUTRINA DA INTEIRA
SANTIFICAÇÃO NO INÍCIO DO PROTESTANTISMO
A DOUTRINA DA INTEIRA SANTIFICAÇÃO NO INÍCIO DO
PROTESTANTISMO
Entre os Reformadores
Martinho Lutero
• Martinho Lutero (em alemão: Martin Luther; Eisleben, 10 de
novembro de 1483 — Eisleben, 18 de fevereiro de 1546) foi um
monge católico agostiniano e professor de teologia germânico que foi
figura central da Reforma Protestante. Que ficando contra os conceitos da
Igreja Católica veementemente contestando a alegação de que a liberdade
da punição de Deus sobre o pecado poderia ser comprada, confrontou o
vendedor de indulgências Johann Tetzel com suas 95 Teses em 1517. Sua
recusa em retirar seus escritos a pedido do Papa Leão X em 1520 e do
Imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521 resultou em
sua excomunhão pelo Papa e a condenação como um fora-da-lei pelo
imperador do Sacro Império Romano Antigo
DOUTRINA DE SANTIDADE II
UNIDADE – IV: A DOUTRINA DA INTEIRA
SANTIFICAÇÃO NO INÍCIO DO PROTESTANTISMO
A DOUTRINA DA INTEIRA SANTIFICAÇÃO NO INÍCIO DO
PROTESTANTISMO
Martinho Lutero
• Lutero ensinava que a salvação não se consegue com boas ações,
mas é um livre presente de Deus, recebida apenas pela graça,
através da fé em Jesus como único redentor do pecador. Apesar
disso, em suas teses não negava a necessidade da confissão,
considerando-a necessária para o perdão da falta Sua teologia
desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele
ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento
divinamente revelada e opôs-se ao sacerdotalismo, por considerar
todos os cristãos batizados como um sacerdócio santo. Aqueles
que se identificavam com os ensinamentos de Lutero eram
chamados luteranos.
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PROTESTANTISMO
Principais doutrinas defendidas por Martinho
Lutero
• Justificação pela fé: Segundo Lutero, a salvação é
um processo individual onde o crente, por meio de sua
fé em Jesus Cristo, tem acesso ao paraíso. Essa crença
contrariava a pregação católica, pois para esses, a
salvação era um processo mediado pela Igreja, para
chegar ao paraíso, o crente deveria cumprir com uma
série de sacramentos e boas obras;
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Principais doutrinas defendidas por Martinho
Lutero
• Sacerdócio Universal: Lutero defendia que todos
os cristãos eram sacerdotes e, portanto, não
necessitavam de intermediários para ter contato
com Deus. Novamente a Igreja Católica era
atingida, pois para os católicos somente os
membros do clero eram sacerdotes;
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Principais doutrinas defendidas por Martinho
Lutero
• Bíblia como única fonte segura para a fé: Para
o reformador, a Bíblia era a única fonte
confiável de informações sobre a fé. Por isso,
deveria ser lida por todos. Para Lutero, o papel
da Igreja era o de apontar o caminho até Deus
e não o papel de ser o caminho.
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Martinho Lutero
• Em seus últimos anos, Lutero tornou-
se antissemita, chegando a escrever que as
casas judaicas deveriam ser destruídas, e
suas sinagogas queimadas, dinheiro confiscado
e liberdade cerceada. Essas afirmações fizeram
de Lutero uma figura controversa entre muitos
historiadores e estudiosos.
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PROTESTANTISMO
João Calvino
• João Calvino (Noyon, 10 de julho de 1509 — Genebra, 27 de
maio de 1564) foi um teólogo cristão francês. Calvino teve uma
influência muito grande durante a Reforma Protestante, uma
influência que continua até hoje. Portanto, a forma
de Protestantismo que ele ensinou e viveu é conhecida por
alguns pelo nome Calvinismo, embora o próprio Calvino tivesse
repudiado contundentemente este apelido. Esta variante do
Protestantismo viria a ser bem sucedida em países como
a Suíça (país de origem),Países Baixos, África do Sul (entre
os africânderes), Inglaterra, Escócia e Estados Unidos.
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João Calvino
• Nascido na Picardia, ao norte da França, foi batizado com o nome de Jean
Cauvin. A tradução do apelido de família "Cauvin" para o latim Calvinus deu
a origem ao nome "Calvin", pelo qual se tornou conhecido.
• Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote.
Depois do seu afastamento da Igreja católica, este intelectual começou a
ser visto, gradualmente, como a voz do movimento protestante, pregando
em igrejas e acabando por ser reconhecido por muitos como "padre".
Vítima das perseguições aos protestantes na França, fugiu para Genebra em
1536, onde faleceu em 1564. Genebra tornou-se definitivamente num
centro do protestantismo Europeu e João Calvino permanece até hoje uma
figura central da história da cidade e da Suíça.
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João Calvino
• Martinho Lutero escreveu as suas 95 teses em 1517, quando Calvino
tinha oito anos de idade. Para muitos, Calvino terá sido para a língua
francesa aquilo que Lutero foi para a língua alemã - uma figura quase
paternal. Lutero era dotado de uma retórica mais direta, por vezes
grosseira, enquanto que Calvino tinha um estilo de pensamento mais
refinado e geométrico, quase de filigrana. Citando Bernard Cottret,
biógrafo (francês) de Calvino: "Quando se observa estes dois homens
podia-se dizer que cada um deles se insere já num imaginário nacional:
Lutero o defensor das liberdades germânicas, o qual se dirige com
palavras arrojadas aos senhores feudais da nação alemã; Calvino, o
filósofo pré- cartesiano, precursor da língua francesa, de uma
severidade clássica, que se identifica pela clareza do estilo".
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Principais doutrinas defendidas por Calvino
Depravação total
Também chamada de "depravação radical", "corrupção total" e
"incapacidade total". Indica que toda criatura humana desde a queda
de Adão, é caracterizada pelo pecado, que a corrompe e contamina,
incluindo a mente. Por isso, afirma-se que ninguém é capaz de
realizar o que é verdadeiramente bom aos olhos de Deus. Em
contrapartida, o ser humano é escravo do pecado, por natureza hostil
e rebelde para com Deus, espiritualmente cego para a verdade,
incapaz de salvar a si mesmo ou até mesmo de se preparar para a
salvação. Só a intervenção direta de Deus pode mudar esta situação.
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Principais doutrinas defendidas por Calvino
Eleição incondicional
Eleição significa "escolha". É a escolha feita por Deus desde toda a
eternidade, daqueles a quem ele concedeu a graça da salvação.
Esta escolha não se baseia em nenhum mérito moral ou individual,
ou mesmo na fé das pessoas que Ele escolhe; mas sim em Sua
decisão soberana, incondicional, irrevogável e insondável. Isso não
significa que a mesma salvação final é incondicional, mas que a
condição em que assenta (fé) é concedida também pela graça de
Deus, como seu presente para aqueles a quem Ele escolheu
incondicionalmente.
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Principais doutrinas defendidas por Calvino
Expiação limitada
Também chamada de "expiação particular", "redenção particular" ou
"redenção definida", significa a doutrina segundo a qual a obra redentora
de Cristo foi apenas visando a salvação daqueles que têm sido alvo da graça
da salvação. A eficácia salvífica do Cristo redentor, então, não é "universal"
ou "potencialmente eficaz" para quem iria recebê-lo, mas especificamente
designada para consolidar a salvação daqueles a quem Deus Pai escolheu
desde antes da fundação do mundo. Os calvinistas não acreditam que a
expiação é limitada em seu valor ou poder (se Deus o Pai quisesse, teria
salvo todos os seres humanos sem exceção), mas sim que a expiação é
limitada na medida em que foi destinada para alguns e não para todos.
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Principais doutrinas defendidas por Calvino
Graça irresistível
Também conhecida como "graça eficaz" e "vocação
eficaz", esta doutrina ensina que a influência salvífica do
Espírito Santo de Deus é irresistível, superando toda e
qualquer resistência. Quando então, Deus
soberanamente visa salvar alguém, o indivíduo não tem
como resistir a essa graça da vida eterna com o próprio
Deus.
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Principais doutrinas defendidas por Calvino
Perseverança dos santos
Também conhecida como "preservação dos santos" ou "segurança eterna", este quinto
ponto sugere que aqueles a quem Deus chamou para a salvação, e depois, à comunhão
eterna com Ele (" santos ", segundo a Bíblia) não podem cair em desgraça e perder sua
salvação. Mesmo que, em suas vidas, o pecado os leve a renunciar à sua profissão de fé, eles
(como autênticos eleitos), mais cedo ou mais tarde, retornarão à comunhão com Deus. Essa
doutrina é baseada na doutrina de que a salvação é obra de Deus do começo ao fim, que
Deus é fiel às suas promessas, e que nada nem ninguém pode impedir Seus propósitos
soberanos. Este conceito é bem diferente do conceito usado em algumas igrejas
evangélicas, de "uma vez salvos - salvos para sempre", apesar da apostasia, a falta de
arrependimento ou a permanência no pecado, desde que eles tenham realmente aceito
Cristo no passado. No ensino tradicional calvinista, se uma pessoa cai em apostasia ou não
mostra mais sinais de arrependimento genuíno, isso é uma prova cabal de que essa pessoa
nunca foi realmente salvo, e, em decorrência disso, que não faz parte do número dos
eleitos.