Apresentação Pontes Caixão
Apresentação Pontes Caixão
Apresentação Pontes Caixão
1. INTRODUÇÃO
2. ESTADO DA ARTE
3. ESTUDO DE CASO
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OBJECTIVOS
2.1. Objectivo Geral
• Analisar as deformações na sequência de aplicação do pré-esforço durante a construção de uma
ponte com viga em caixão pelo método dos avanços sucessivos.
Durante a fase construtiva das pontes em caixão pelo método dos avanços sucessivos, é imprescindível
estudar a evolução das tensões de tração nas fibras superiores das almas para que se possa aplicar uma
sequência correta do pré-esforço longitudinal, uma vez que este objectiva contrariar as grandes tensões
que surgem devido ao peso próprio das consolas e dos equipamentos de montagens. Esta medida evita
a ocorrência de fissuração na fase construtiva, limita as deformações a longo prazo e garante a
homogeneidade e solidarização das novas aduelas com as partes já construídas.
SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA
Da necessidade de vencer grandes vãos resultam consolas de grande comprimento que originam grandes
tensões de tracção nas fibras superiores das almas da secção, sobretudo na zona dos apoios. Estas
tensões podem gerar fissuração durante a fase construtiva e deformações a longo prazo conduzindo à
instabilidade da estrutura, podendo ainda, conduzir a um sobredimensionamento da secção dos pilares
para que possam resistir durante esta fase.
1. INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
As pontes sempre foram um indicativo para o desenvolvimento económico de uma localidade, pois para
que sejam bem concebidas é necessário satisfazer algumas exigências:
Uma das soluções bastante eficiente para pontes em betão armado com grandes vãos é a execução do
tabuleiro com viga em caixão de uma ou mais células. Está proporciona inúmeros benefícios como uma
grande rigidez, alta resistência tanto à flexão quanto à torção, boa durabilidade e facilidade para futuras
manutenções ou inspenções.
2. ESTADO DA ARTE
ASPECTOS CARACTERÍSTICOS DAS PONTES EM CAIXÃO
Para além do aspecto estético que as seções em caixão
proporcionam, estas caracterizam-se estruturalmente pela grande
rigidez longitudinal e torcional, aliados a economia de material.
Banzo inferior sobre os apoios constituído por uma laje que consegue absorver mais facilmente as
tensões de compressão.
Maior resistência à torção tornando-a adequada às pontes curvas.
Maior esbelteza (cerca de +20%) do que nas pontes de laje vigada.
Maiores excentricidades dos cabos de pré-esforço nas secções com momentos negativos.
Menores deformações por fluência, pois estão submetidas a menores tensões de compressão no
betão.
No entanto há que se levar em conta algumas de suas desvantagens (REIS, 2002):
Peso próprio mais elevado.
Execução mais complexa – cofragem, betonagem e armadura.
MÉTODOS OU SISTEMAS CONSTRUTIVOS
• Cimbre ou cavalete apoiado sobre o terreno: aplicado em pontes de pequenos ou médios vãos (até
a ordem dos 40 à 50m) com rasantes baixas (até 20m).
Fig. 3: Cimbre autolançável inferior – Viaduto de Vila Pouca de Aguiar Fig. 4: Cimbre autolançável com pré-esforço orgânico (OPS)
MÉTODOS OU SISTEMAS CONSTRUTIVOS
• Concepção do método: A sua aplicação em ponte compreende os vãos desde 50 a 200m, sendo
porém, frequentemente utilizado em vãos entre os 70 e 150m por constituir uma solução mais
satisfatória do ponto de vista técnico e económico.
Fig. 8: Construção por avanços sucessivos – Ponte Miguel Torga Fig. 9: Execução de balanço sucessivo com aduelas pré-moldadas
MÉTODO DOS AVANÇOS SUCESSIVOS
• Ciclos de trabalho: o arranque das consolas parte da aduela zero, onde é normalmente utilizado
cofragens tradicionais apoiadas em cimbres ao solo, ou no próprio pilar. A construção desta aduela é
bastante mais demorada do que as restantes, podendo levar ceca de 3 semanas.
Fig. 10: Aduela zero – Ponte Miguel Torga Fig. 11: Ciclo de execução de aduela concretada no local
MÉTODO DOS AVANÇOS SUCESSIVOS
• Pré-esforço exterior: os cabos dispõem-se fora Fig. 13: Cabos de consola horizontais
• Descrição da obra e distribuíção dos vãos: O modelo de estudo foi materializado com base numa
ponte real e o mesmo será constituído por uma viga em caixão unicelular de concreto protendido
com altura variável, em formato parabólico, apresentando 5 vãos contínuos com dimensões: 40 – 55
– 85 – 55 – 40 metros, totalizando assim 275m de extensão.
Fig. 22: Representação das dimensões de uma secção em caixão Tabela 2: Dimensões mínimas de secções em caixão
PRÉ-DIMENSIONAMENTO
𝐿 85 𝐿 85
𝐿
h= à
𝐿
50 30
→ 50 50
𝐿 85
{
= =1,70 𝑚
¿
¿ = =2,83 𝑚
30 30
→h=2,50 𝑚 ≈
𝐿
34 ( ) 𝐿
h= à
𝐿
20 17
→
¿
20
{= =4,25 𝑚
¿
20
𝐿 85
= =5,0 𝑚
17 17
→ h=4,70 𝑚 ≈
𝐿
15 ( )
Aduela
0 4,79 0,18 0,25 0,45 0,45 0,75 1,00 2,74 7,00 3,70 1,20 6,10 4,91 0,55 0,123
1 4,79 0,18 0,25 0,45 0,45 0,75 1,00 2,74 7,00 3,70 1,20 6,10 4,91 0,55 0,123
2 4,35 0,18 0,25 0,45 0,45 0,69 0,94 2,74 7,00 3,70 1,20 6,10 4,85 0,55 0,123
3 3,91 0,18 0,25 0,45 0,45 0,63 0,88 2,74 7,00 3,70 1,20 6,10 5,13 0,55 0,123
4 3,68 0,18 0,25 0,45 0,45 0,57 0,82 2,74 7,00 3,70 1,20 6,10 5,18 0,55 0,123
5 3,41 0,18 0,25 0,45 0,45 0,51 0,76 2,74 7,00 3,70 1,20 6,10 5,24 0,55 0,123
6 3,10 0,18 0,25 0,45 0,45 0,44 0,69 2,74 7,00 3,70 1,20 6,10 5,32 0,55 0,123
7 2,90 0,18 0,25 0,45 0,45 0,38 0,63 2,74 7,00 3,70 1,20 6,10 5,37 0,55 0,123
8 2,70 0,18 0,25 0,45 0,45 0,32 0,57 2,74 7,00 3,70 1,20 6,10 5,42 0,55 0,123
9 2,59 0,18 0,25 0,45 0,45 0,26 0,51 2,74 7,00 3,70 1,20 6,10 5,44 0,55 0,123
F 2,59 0,18 0,25 0,45 0,45 0,20 0,45 2,74 7,00 3,70 1,20 6,10 5,44 0,55 0,123
Elemento
Asfalto 23 0,6802 15,64
Lanciis 25 0,255 6,38
Passeios 12 0,7916 9,50
Vigas de bordaduras 25 0,2932 7,33
Guarda - Corpos 25 0,1924 4,81
43,66
1
1 Normais
Normais (ELU)
(ELU) 1,35
1,35 1,35
1,35 1,2
1,2 0,6
0,6 0,6
0,6 0,6
0,6 1,5
1,5 0,9
0,9
2 Normais (ELU) 1,35 1,35 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 1,5
2 Normais (ELU) 1,35 1,35 1,2 0,6 0,6 0,6 0,6 1,5
3 Normais (ELU) 1,35 1,35 1,2 1,5 0,6 0,6 0,6 0,9
3
4 Normais
Quase P. (ELU)
(ELS) ------ 1,35
1,0 1,35
1,0 1,2
1,0 1,5
0,0 0,6
0,0 0,6
0,0 0,6
0,2 0,9
0,2
5
4 Freq. P.(ELS)
Quase (ELS) ------ 1,0 1,0 1,0 0,2
0,0 0,0 0,0 0,2 0,2
6
5 Freq. (ELS) 1,0 1,0 1,0 0,0
0,2 0,0 0,0 0,2 0,4
0,2
6 Freq. (ELS) 1,0 1,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,2 0,4
A família de cabos de pré-esforço para a solidarização das aduelas é composta por cabos interiores
e aderentes ao betão, com traçados rectos. Para os cabos de continuídade das consolas utilizou-se
também uma família de cabos interiores e aderentes ao betão, porém com traçados parabólicos.
Aduela Zero Aduela Nova
Força de Pré-esforço
Fase
Nº Cabos Área (cm2) Nº Cabos Área (cm2) (KN)
Nível de deformação do tabuleiro nas fases representativas (inicial, intermédia e final – antes e após o fecho).
Fig. 27: Fase após aduela 1 – máx.= 0,3363mm ; min.= -0,3374mm Fig. 29: Fase após aduela 1 – máx.= 3,0mm ; min.= -3,0mm
8 -2,000 2,000 -2,000 2,000 -0,314 0,314 -0,310 0,310 -2,000 6,000 -4,000 6,000
9 -2,000 2,000 -2,000 2,000 -0,310 0,310 -0,306 0,306 -4,000 6,000 -6,000 5,000
F -2,000 2,000 -3,000 3,000 -0,341 0,341 -0,342 0,342 -6,000 5,000 -0,230 18,000
Fig. 31: Sequência 1 de aplicação dos cabos de pré-esforço Fig. 32: Sequência 2 de aplicação dos cabos de pré-esforço
EVOLUÇÃO DOS ESFORÇOS NA FASE CONSTRUTIVA
600.00
300.00
de construção das aduelas.
200.00
100.00
0.10
0.00
0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00 45.00
Fig. 16: Valores máximos dos esforços internos na fase de exploração da ponte
ESFORÇOS INTERNOS NA FASE DE EXPLORAÇÃO
Ux Uy Uz R1 R2 R3
Caso Situação
Em comparação com os valores obtidos na fase mm mm mm Radians Radians Radians
máx. 15,000 5,459 38,000
COMB1 -0,000176 0,005338 0,000934
min. -4,176 -17,000 -52,420
construtiva após redistribuição dos esforços, máx. 15,000 2,000 38,000
COMB2 -0,000634 0,009886 0,002902
min. -5,650 -17,260 -28,200
decorrente do fecho das aduelas, observa-se que COMB3
máx. 17,000 3,400 21,000
0,0002711 0,002994 0,003118
min. -41,760 -5,459 -52,420
máx. 41,800 1,366 38,000
os maiores esforços surgem durante a COMB4
min. -12,000 -28,000 -16,710
0,0001084 0,009543 -0,007804
• Com o fecho dos pares de consola das duas torres de trabalho, verificou-se uma redistribuição dos
esforços. Relativamente ao momento flector houve uma redução de 36,2% e para o esforço
transverso uma redução de 23,6%. Essa redistribuição deve-se a mundança do sistema estrutural.
• O acréscimo da força de aplicação do pré-esforço na aduela 9 relativamente à aduela zero foi de 90%,
tendo-se em conta que as perdas de protensão ao longo dos cabos tendem a ocorrer com maior
efeito nos cabos finais, devido o maior comprimento dos mesmos.
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
• Dadas restrições do modelo de cálculo, conforme o esperado, os valores do esforço transverso não
foram elevados o suficiente para exigir um pré-esforço transversal, verificando-se assim que com a
curvatura definida para o banzo inferior, conseguiu-se aliviar o seu efeito devido a contribuição da
componente vertical da tensão do betão.
Para os futuros trabalhos relacionados ao assunto tratado neste trabalho, sugere-se que:
• Se faça uma análise minuciosa sobre o encaminhamento dos esforços internos durante a aplicação do
pré-esforço.
• Se faça um estudo sobre como o processo construtivo influi no comportamento estrutural à nível da
infraestrutura e mesoestrutura.
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