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Trovadorismo

Literatura medieval (de 1189/1198 a 1434)

INÍCIO: “Cantiga da Ribeirinha” - Paio Soares de Taveirós

TÉRMINO: Fernão Lopes é eleito cronista-mor da Torre do Tombo

PAINEL DE ÉPOCA:

• Cristianismo
• Cruzadas rumo ao Oriente
• Luta contra os mouros
• Teocentrismo:
poder espiritual e cultural da
Igreja
• Feudalismo
• Consolidação de Portugal
Aos monges
A escola medieval copistas cabia a
Iluminura mostrando ensino medieval tarefa de cópia dos
mulheres medievais a estava estreitamente manuscritos. Nos
fiar. O cenário ligada à Igreja. Os mosteiros
doméstico era frequente mosteiros medievais funcionavam
em alguns tipos de desempenhavam um também escolas,
cantigas de amigo. importante papel contribuindo para a
cultural. difusão da cultura
medieval.
D. Dinis, rei de Portugal a partir de

1279, foi o impulsionador da

primeira universidade portuguesa.

Foi um dos poetas da escola

galego-portuguesa, sendo autor de

algumas cantigas célebres,

conservadas nos cancioneiros

medievais.
Características gerais da
Poesia Medieval Portuguesa:

1.SUBJETIVIDADE: predomina a função emotiva da linguagem, com


palavras na 1ª pessoa (verbos, pronomes), interjeições, exclamações;

2. TEOCENTRISMO: religiosidade extrema (palavra Deus - sempre


presente)

3.CONVENCIONALISMO: pronomes e verbos na 2ª pessoa do plural e


pronomes de tratamento : senhor, senhora, dom, dona, amigo, etc.

4.SUPERIORIDADE FEMININA NO AMOR: o homem finge-se inferior,


submisso à mulher (VASSALAGEM): ela é cultuada divina, ao contrário do
que acontece na realidade;

5.PATRIARCALISMO: marcado no desabafo que o eu-lírico feminino faz


nas cantigas de amigo a outra mulher, à natureza ou a Deus.
PRODUÇÃO LITERÁRIA
I - Cantigas líricas

Amor (Sentimento masculino: eu-lírico masculino)


• amor do trovador pela mulher amada
• mulher idealizada, inacessível
• contemplação platônica
• uso de “meu senhor”
• sofrimento por amor (coita)
• amor cortês: vassalagem amorosa
• ambiente palaciano
• estribrilho ou refrão
• origem provençal

Amigo (Sentimento feminino:eu-lírico feminino)


• o trovador põe-se no lugar da mulher que sofre pelo amado
• uso do termo “amigo” = namorado, amante, marido
• mulher concreta, real = amor físico
• diálogos: conversa com a natureza, mãe, amigas
• ambiente popular - mulher camponesa
• paralelismo e refrão
• origem portuguesa
C A N T I G A DE AMOR

A dona que eu am’e tenho por senhor


Amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh’eu por lume destes olhos meus
e por que choram sempre amostrade-me-a Deus
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fizestes melhor parecer
de quantas sei, ai Deus, fazede-me-a ver,
se non dade-me-a morte
Ai Deus, que me-a fizestes mais ca mim amar,
mostrade-me-a u possa com ela falar,
se non dade-me-a morte.*

(Bernal de Bonaval)
E quando eu vir, senhora, que o pesar
CANTIGA DE AMOR que me causais me vai levar à morte,
direi, chorando minha triste sorte:
"Senhor, porque me vão assim matar?"
E, vendo-me tão triste e sem prazer,
todos, senhora, irão compreender
que só de vós me vem este pesar.
Senhora minha, desde que vos vi,
lutei para ocultar esta paixão Já que assim é, eu venho-vos rogar
que me tomou inteiro o coração; que queirais pelo menos consentir
mas não o posso mais e decidi que passe a minha vida a vos servir,
que saibam todos o meu grande amor, e que possa dizer em meu cantar
a tristeza que tenho, a imensa dor que esta mulher, que em seu poder me tem,
que sofro desde o dia em que vos vi. sois vós, senhora minha, vós, meu bem;
graça maior não ousarei rogar
Quando souberem que por vós sofri
Tamanha pena, pesa-me, senhora,
que diga alguém, vendo-me triste agora,
que por vossa crueza padeci,
eu, que sempre vos quis mais que ninguém,
e nunca me quiseste fazer bem,
nem ao menos saber o que eu sofri.
Cantiga de amigo

Ondas do mar de Vigo,


Se vistes meu amigo!
E ai Deus se verrá
cedo!

Ondas do mar levado,


Se vistes meu
amado!
E ai Deus se verrá
cedo!

Se vistes meu amigo,


O por que eu sospiro!
E ai Deus se verrá
cedo!

Se vistes meu amado,


(Matim Codax)
Por que ei gran cuidado!
E ai Deus se verrá
cedo!
II - Cantigas satíricas
Escárnio:

• referências indiretas.
• ironia.
• ambigüidade (vocabulário de duplo sentido).
• não se revela o nome da pessoa satirizada.

Maldizer:

• sátira direta.
• maledicência .
• uso de palavras obscenas ou de conteúdo erótico.
• citação nominal da pessoa satirizada.
“CANTIGA DE ESCÁRNIO”

Ai, dona fea, foste-vos queixar


porque vos nunca louv’-en meu trobar
mais ora quero fazer un cantar
en que vos loarei toda via,
e vedes como vos quero loar
dona fea, velha e sandia .
Ai dona fea! se Deus me perdon!
e pois havedes tan gran
coraçon que vos eu loe en esta
razon , vos quero já loar toda
via,
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
en meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já um bom cantar farei
en que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!

(João Garcia
de Guilhade)
Vocabulário da produção poética trovadoresca

Estribilho ou Refrão = verso repetido na íntegra


Paralelismo = verso repetido com alguma alteração de palavras(s) .
Cantigas de Mestria = sem repetição do estribilho
Cantigas de Refrão = com repetição do estribilho
Palavras = verso

Paralelismo = Princípio estrutural básico da lírica galego-portuguesa com


diversos processos estilísticos: repetição de palavras, de estruturas sintáticas
e rítmicas e de conceitos. No esquema típico, em dísticos (estrofe de dois
versos), o segundo verso do primeiro dístico é o primeiro verso do terceiro; o
segundo do segundo dístico será o primeiro do quarto, etc. r Obedecendo a
um princípio rítmico, os trovadores trabalham a variação, dentro dos
esquemas paralelísticos, diversamente (substituição da palavra rimante por
um sinônimo, por exemplo). Processo que documenta a ligação indissociável
entre a poesia e a música.

LEIXA-PREN ( deixa -prende ) = Técnica poética de encadeamento de


estrofes ( em cada estrofe, repetem-se, ou os versos da estrofe anterior com
ligeira variação das palavras finais (estrofes pares), ou um dos versos da
estrofe que precede a anterior (estrofes ímpares).
Esquematicamente:

• Paralelismo - pares de estrofes - reside numa ligeira diferença


entre o verso de uma estrofe e seu correspondente na outra.

Verso A
1ª estrofe Verso B
refrão

Verso A’ (variante de A)
2ª estrofe Verso B’ (variante de B)
refrão

• Paralelismo do leixa-pren (deixa-toma), a repetição de versos entre


grupos de estrofes pares e ímpares na seguinte disposição:

mmmmmmmmmm

mmmmmmmmmm
mmmmmmmmmm

mmmmmmmmmm
mmmmmmmmmm

mmmmmmmmmm
Autores importantes:

El-Rei D. Dinis ― o mais fecundo dos trovadores, autor de 138 composições


conhecidas, sendo 76 de amor, 52 de amigo e 10 de maldizer.

Paio de Soares Taveirós ― autor de Cantiga da Ribeirinha, ou Cantiga


Guarvaia
(o mais antigo texto do Trovadorismo português).

Nuno Fernando Torneol ― autor de cantigas de amigo, marcadas pela


naturalidade.

João Zorro ― autor das barcarolas (cantigas de amigo que falam da vida de
pescadores e marinheiros e de suas desconsoladas mulheres).

Martim Codax ― autor de sete cantigas de amigo conhecidas, das quais seis são
as únicas cantigas trovadorescas que chegaram até nós.

D. Afonso X, o Sábio - Rei de Leão e Castela ― autor de Cantigas de Santa


Maria (composições musicadas sobre a Virgem Santíssima).
Do meu amor e do voss’en ment’avian;
Vós lhi tolhestes os ramos em q sitian:
Cantiga de amigo Leda m’and’eu.

Do meu amor e do voss’i enment avan;


Vós lhi tolhestes os ramos em que pousavan:
Leda m’and’eu.

Vós lhi tolhestes os ramos em que sitian


E lhis secastes as fontes en que bevian:
Leda m’and’eu.

Vós lhi tolhestes os ramos em que posavan


Levad’amigo, que dormide’las manhãas frias: E lhis secastes as fontes u se banhavan:
Tôdalas aves do mundo d’amor dizian:
Leda m’and’eu.
Leda m’and’eu.

Levad’amigo, que dormide’las frias manhãas: Nuno Fernandez Torneol


Tôdalas aves do mundo d’amor cantavan:
Leda m’and’eu.

Tôdalas aves do mundo d’amor dizian,


Do meu amor e do voss’en ment’avian:
Leda m’and’eu.

Tôdalas aves do mundo d’amor cantavan;


Do meu amor e do voss’i enmentavan:
Leda m’and’eu.
Trovador : pertencia à nobreza ou ao clero
era poeta, cantor e compositor cuja qualidade
CATEGORIAS cultural requeria seleto público.

Segrel : Origem mais baixa (fidalgo em


decadência), talvez um escudeiro que seguia a
cavalaria.

Jogral : Cantor de origem popular, parca


cultura, raramente compunha, limitando-se a
executar as composições dos trovadores.
Normalmente acompanhado por uma
soldadeira, mulher que dançava e cantava
durante as apresentações, por isso, de má
reputação.

Menestrel : também de origem popular ,


limitava-se a apresentar composições alheias
nos castelos ou feudos em que trabalhava

.
III - A PROSA DO TROVADORISMO (produção menos importante)

• Hagiografia: relatos bibliográficos, em latim, de figuras canonizadas.

• Cronicões: relatam, de forma romanceada, os episódios histórico-sociais do


século XIV

• Livros de linhagem: apresenta a genealogia das famílias nobres

• Novelas de Cavalaria: poemas que celebram acontecimentos históricos,


trazidos principalmente da França e Inglaterra:

a) Ciclo Bretão ou Arturiniano: Rei Artur e Cavaleiros


da Távola Redonda.

b) Carolíngio: Carlos Magno

c) Clássico: Antigüidade Greco Romana.


Cancioneiros (coletâneas de cantigas com
participação de muitos autores).

Os mais importantes são:

Cancioneiro da Ajuda: o mais antigo, talvez


compilado no séc. XIII,

Cancioneiro da Vaticana,

Cancioneiro da Biblioteca Nacional


Influências trovadorescas em produções contemporâneas

Letra Para Uma Valsa Romântica A tarde agoniza


A tarde agoniza
Ao santo acalanto
Da noturna brisa.
E eu, que também morro,
Morro sem consolo,
Se não vens, Elisa!

Ai nem te humaniza
O pranto que tanto
Nas faces desliza
Do amante que pede
Suplicantemente
Teu amor, Elisa!

Ri, desdenha, pisa!


Meu canto, no entanto,
Mais te diviniza,
Mulher diferente,
Tão indiferente,
Desumana Elisa! Manuel Bandeira

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