Relatório Final - Psicologia Experimental
Relatório Final - Psicologia Experimental
Relatório Final - Psicologia Experimental
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ambiente fechado e através de ações, tais como, puxar um cordão, mover um trinco,
pressionar uma barra, etc. Seu objetivo era estudar a aprendizagem animal.
Para isso, utilizou uma caixa quebra- cabeças, na qual gatos privados de
alimento eram colocados, de forma que, se conseguissem sair através de uma das ações
citadas acima, receberiam um pouco de alimento.
Nesses experimentos, Thorndike observou que o animal, à princípio, ao ser
colocado na caixa apresentava respostas difusas de debater-se. Isso poderia ocasionar o
acionamento do mecanismo de fuga, permitindo a saída do animal. À medida que, o
animal fosse submetido repetidas vezes à essa situação, suas respostas mal- sucedidas
sofriam grande redução.
Thorndike, através disso, criou a “lei do efeito”, que seria a importância que
os comportamentos bem- sucedidos no passado teriam de modificar os padrões do
comportamento do animal. Essa lei baseia-se no princípio adaptativo que caracteriza o
processo de aprendizagem (Millenson, 1975).
Outra contribuição para a psicologia é encontrada nos estudos do fisiólogo
russo Ivan Pavlov com cães.
Ele, atentando para atividade digestiva desses animais, percebeu que
alimentos ou ácidos diluídos provocavam nos mesmos salivação – esta já era um reflexo
conhecido na época. Além disso, Pavlov notou que não era necessário o contato da
comida com a boca do animal para eliciar-lhe a salivação: o cão começava a salivar
diante da visão da comida ou da pessoa que o alimentava sempre.
A partir disso, Pavlov criou a hipótese de que a resposta de salivação que
ocorria antes do contato da comida com a boca do animal era resultado de experiências
semelhantes vivenciadas por cada indivíduo (Galvão, 1998, Funções de estímulos I).
Através do método experimental, Pavlov testou sua hipótese ao emparelhar
um estímulo neutro (som) com um estímulo incondicionado (comida). Isolou, então, um
cão numa sala, onde o contato com o experimentador foi reduzido ao mínimo,
controlando as variáveis estranhas para evitar interferências nos resultados.
Colocou, pois, o cão, sucessivas vezes, exposto ao emparelhamento dos dois
estímulos (som e comida) em intervalos fixos, por vários dias. Ao final desses,
apresentou o som (antes um estímulo neutro) ao animal sem associá-lo à comida, e
percebeu a salivação do sujeito.
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Pavlov chamou o som de estímulo condicionado, que é um estímulo neutro
que passa a eliciar a resposta reflexa do estímulo primário associado a ele repetidas
vezes. (Galvão, 1998, Funções de estímulos I)
Com Watson, a Psicologia é definida como ciência do comportamento. A
partir disso, excluiu- se desse ramo da psicologia (chamado Behaviorismo) o conceito
de mente. “Se a psicologia dever algum dia tornar-se uma ciência, precisará seguir o
exemplo das ciências naturais: tornar-se materialista, mecanicista, determinista e
objetiva. Pressupor o mental é abrir caminho para o místico (...).” (Heidbreder, Edna,
1981, pág.208)
Essa concepção favoreceu a aplicação dos métodos experimentais e o ponto
de vista da psicologia animal à humana.
O comportamentalismo watsoniano interessava-se exclusivamente pelo
comportamento (humano e não- humano) observável, com o objetivo muito prático de
prevê-lo e controlá-lo de maneira eficaz.
De acordo com a Psicologia comportamental, existem dois tipos de
comportamentos: reflexo incondicionado, primário ou respondente e condicionado ou
secundário.
O primeiro trata-se de reações imediatas (respostas incondicionadas) do
organismo diante de um estímulo (incondicionado), não havendo necessidade de uma
aprendizagem (condicionamento) por parte deste organismo. São exemplo de reflexo
incondicionado contração da pupila diante de uma luminosidade abrupta.
Já o segundo é também chamado de estímulo condicionado por necessitar de
uma associação com um estímulo primário para eliciar uma reação (resposta
condicionada). Exemplo: o experimento de Pavlov com os cães.
Em contraposição ao método de pesquisa behaviorista, Skinner sustentou
uma ciência do comportamento descritiva ou funcional, ou seja, poderia limitar-se a
descobertas de relações entre variáveis mensuráveis, com estudos sistemáticos.
(Millenson, 1975)
Nos seus experimentos, Skinner utilizou o rato branco e uma aparelhagem
que era constituída por uma caixa que continha uma pequena barra; esta, ao ser
pressionada pelo sujeito experimental, liberava uma porção de alimento.
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Esse animal, que estava privado de alimentação, ao entrar na caixa,
pressionava a barra com uma taxa constante até a sua saciação. Skinner criou um
registrador que desenhava um gráfico das respostas do rato de pressão à barra de forma
acumulada em função do tempo.
Com isso, nota-se a preocupação de Skinner com obtenção de uma variável
e dados experimentais exatos, criando também um vocabulário preciso em que os
termos foram definidos devido às suas observações medidas e manipuladas.
A partir de suas pesquisas, Skinner propôs a ampliação da proposição de
Pavlov: segundo aquele, o comportamento reflexo ou respondente dizia respeito a uma
parte muito pequena das ações de homens e animais, cujo repertório comportamental é
composto, na sua quase totalidade, de ações que ele denominou de operantes.
Esses, por sua vez, têm como principal característica “operar no ambiente”,
ou seja, “a freqüência dessas ações seria determinada pelas conseqüências que elas
produziam no ambiente, e os estímulos antecedentes apenas marcavam a ocasião em
que essas ações (resposta), se emitidas pelo sujeito, seriam reforçadas. Aos eventos
ambientais conseqüentes que aumentavam a freqüência das ações, Skinner chamou de
estímulos reforçadores, ou simplesmente reforços.” (Galvão, 1998, Funções de
estímulos II)
O que Skinner chamou de estímulos reforçadores ou reforços são
fundamentais para a aquisição, manutenção e fortalecimento do comportamento
operante, pois se o sujeito emitir uma resposta numa determinada situação e obtiver um
reforço para esta resposta, a probabilidade desta vir a ocorrer no futuro, numa situação
similar, é maior. Quando, porém, esse reforço é retirado, a resposta tende a diminuir sua
freqüência. Exemplo: Fred prefere pedir dinheiro ao seu pai, pois sabe que será
reforçado, diferentemente do que se pedisse a sua mãe, que passou a não ceder às
respostas de Fred, enfraquecendo-as.
Baseado nos trabalhos de Skinner, o presente relatório trata de experimentos
realizados com o objetivo de demonstrar na prática a Teoria do Reforço; sendo
perceptível que através destes, foi possível manipular o comportamento do sujeito
experimental de acordo com conceitos como “Condicionamento Operante”,
“Reforçamento Diferencial”, “Encadeamento de Respostas” e “Discriminação de
Estímulos”.
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MÉTODO
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PROCEDIMENTO GERAL
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NÍVEL OPERANTE
Objetivo
Procedimento Específico
Resultados e Discussão
Como se pode notar através do gráfico (Fig. 1 – Anexo III), a resposta mais
emitida pelo sujeito foi a de ‘farejar’ (134). ‘Erguer-se’ vem em segundo (56).
Posteriormente, vem ‘andar’ (40) seguido da resposta ‘ficar parado’ (36). No geral, a
resposta de pressão à barra (RPB) apresentou uma boa freqüência (22), sendo quinta
resposta mais emitida pelo sujeito entre as nove totais.
A resposta ‘coçar’ foi a de menor freqüência, o sujeito a emitiu apenas uma
vez.
Diante disso, percebe-se uma grande variabilidade comportamental, em que
a RPB, mesmo em nível operante, se faz significativamente presente.
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TREINO DE BEBEDOURO
Objetivo
Procedimento Específico
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Esse terceiro critério foi adotado durante a sessão, pois antes desta ser
iniciada, seriam utilizados apenas os dois primeiros citados acima.
Foi encerrada a sessão após o sujeito ter apresentado um TR (tempo de
reação) satisfatório (de 1 a 3 segundos).
Resultado e Discussão
Após a sessão ter sido iniciada, o sujeito encontrou a gota deixada pelas
experimentadoras na câmara experimental aos 22 segundos.
Nesse momento, o bebedouro foi acionado, sendo esta primeira tentativa.
Nela, o sujeito apresentou um Tempo de Reação (TR) de 17 s. Na 5º tentativa, o TR do
sujeito era de 2 s; e, na 10º de 1s. Nessa última, o critério foi modificado.
Ocorrido esse fato, o TR do sujeito aumentou: 6 s na 11º tentativa, 4 s na
12º, 12 s na 13º e 8 s na 14º. Na 15º tentativa, o TR do sujeito era de 5 s; já na 20º, o
sujeito apresentava um TR de 2 s.
Na 24º tentativa, após o critério ter sido novamente alterado, o TR do
sujeito voltou a subir para 4 s. E na 25º, o TR do sujeito estava em 2 s.
Dentre as 32 tentativas totais do exercício, nas cinco últimas, o TR do
sujeito foi de 1s.
Como é possível perceber através dos dados fornecidos pela Figura 1 do
Anexo II, os TR’s maiores foram da 1º (17 s) e da 13º (12 s). Sendo os menores, os
TR’s da 2º, 4º, da 6º a 10º, a 19º, 21º, 23º, da 28ºa 32º tentativas (1 s).
É interessante notar que ao haver mudança de critério, o sujeito
apresentava um TR alto, vindo a estabilizá-lo, aproximadamente, na quinta tentativa
após a modificação.
De acordo com os dados e com o que pudemos observar durante este
exercício, o sujeito conseguiu cumprir a meta do mesmo: associar o som do bebedouro
(clic) ao estímulo reforçador (água).
Durante o exercício, o sujeito pressionou a barra duas vezes: na 14º
tentativa, aos 4 minutos e 46 segundos de sessão; e na 25º, aos 8 minutos e 44 segundos.
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MODELAGEM
Objetivo
Procedimento Específico
Resultado e Discussão
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Durante o exercício, foi reforçado o contato e a pressão à barra mesmo
quando emitidos alternadamente.
Após quatro minutos de sessão, esta foi dada por encerrada, quando o
sujeito já estava pressionando a barra.
Assim, a modelagem da RPB aconteceu em quatro minutos, tendo sido
reforçadas as respostas de contato com a barra e a própria RPB.
Este exercício de modelagem alcançou seu objetivo final na medida em que
o sujeito emitiu o comportamento de pressionar a barra recebendo reforço sem a
intervenção do experimentador, embora apenas um comportamento intermediário à
RPB tenha sido reforçado.
Essa rápida aquisição da RPB se deveu ao fato de que o processo ocorrido
neste exercício consistiu mais de um fortalecimento inicial da RPB do que de sua
modelagem propriamente dita, já que esta resposta já havia aparecido na sessão de Nível
Operante, e com uma freqüência de 22.
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REFORÇAMENTO CONTÍNUO
Objetivo
Procedimento Específico
Resultado e Discussão
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privação, quando do seu início, resultando que este, aos 12 minutos, já mostrava uma
possível saciação ao iniciar um período de dez minutos consecutivos sem pressionar a
barra, bem como foi a que totalizou menor freqüência de RPB (Fig. 4 – Anexo III).
Difere-se, portanto, da 2ª e 3ª sessão, nas quais o sujeito
encontrava-se em total privação, cumprindo, desta forma, os quarenta minutos totais de
sessão, apenas diminuindo ao longo desta sua freqüência de RPB.
Ao compararem as três sessões, as experimentadoras concluíram,
através dos gráficos, que a RPB tornou-se mais freqüente nos primeiros dez minutos,
considerando o repertório do sujeito, sendo a taxa inicial da terceira sessão superior à
taxa das sessões subseqüentes.
A variabilidade comportamental do sujeito, em geral, foi maior na
terceira sessão (Fig. 6 – Anexo III), com exceção do comportamento ‘morder a barra’ e
‘contato com a barra’ que mostraram sensível queda desde a primeira até esta última
sessão. Isso pode ser atribuído ao fato do sujeito ter discriminado gradualmente qual era
a sua resposta que se emitida liberava o reforço (RPB).
Esses dados ratificam que o reforçamento (no caso deste
exercício, com um reforçador primário – água) de uma resposta (RPB) aumenta a
freqüência de ocorrência desta no repertório comportamental do sujeito. Isso explica a
razão pela qual a taxa bruta de RPB cresceu substancialmente do exercício de Nível
Operante- com uma taxa foi 0,7- para os exercícios de CRF- onde o sujeito apresentou
taxa de 8,5 na primeira sessão, 8,3 na segunda e 7,5 na terceira.
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EXTINÇÃO
Objetivo
Procedimento Específico
Resultado e Discussão
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Na primeira sessão, as RPB, as RCB e as respostas emocionais
apresentaram índices bem maiores do que nas outras, tendo a RPB apresentado uma
taxa de 6,4 R/min, a RCB de 1,35 R/min e as respostas emocionais 2,35 R/min.
Já na segunda sessão, a taxa de RPB caiu para 2,9, a de RCB para
a 0,7 e as respostas emocionais para 1,57.
A terceira sessão apresentou uma taxa de RPB de 1,5, de RCB de
0,9 (maior que na sessão anterior) e de respostas emocionais de 0,65.
Também no gráfico de taxa de RPB por intervalos de tempo (Fig.
10 – Anexo III), é possível notar a alta taxa de RPB nos dez primeiros minutos na
primeira sessão, caindo gradualmente nas sessões posteriores, mostrando, por parte do
sujeito, pouca resistência à extinção.
De uma maneira geral, a primeira sessão apresentou uma
variabilidade comportamental menor, tendo, entretanto, as respostas emocionais mais
freqüentes. No decorrer das três sessões, notou-se o aumento gradual da variabilidade
comportamental e diminuição das respostas emocionais, caracterizando uma adaptação
do comportamento do sujeito às novas contingências, fazendo com que seu repertório
comportamental na última sessão do exercício extinção se assemelhasse ao seu
repertório na sessão do exercício de nível operante.
Dessa forma, foi possível perceber a influência de um estímulo
reforçador (H²O) no aumento da freqüência de um comportamento (RPB). Retirado esse
reforço, o comportamento diminuiu sua ocorrência.
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DISCUSSÃO GERAL
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BIBLIOGRAFIA
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