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Grécia e Roma Antiga

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Poltica

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A Grcia antiga: formao

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Trecho de manuscrito, do incio do sculo VI, da epopeia Ilada.
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A Grcia um pas europeu formado por uma regio continental (a pennsula
Balcnica) e outra insular, composta por mais de 2 mil ilhas espalhadas pelos
mares Jnio, Egeu e Mediterrneo.
Nessa regio, cerca de 4 mil anos atrs, desenvolveu-se a civilizao local uma das
mais influentes no mundo ocidental.
Entre 2000 a.C. e 1000 a.C., diferentes povos se instalaram na regio: aqueus, drios,
jnios e elios. A miscigenao entre esses povos, ocorrida ao longo dos sculos, deu
origem civilizao grega, que chegou ao seu apogeu no sculo V a.C.
Foram dominados pelos romanos no sculo II a.C. No entanto, seu legado ainda
permanece vivo em nossa sociedade.
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A formao da Grcia antiga (3000 a.C. a 800 a.C.)
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As razes da Grcia
Os aqueus foram os fundadores da cidade de Micenas, erguida h cerca de 3,5 mil
anos. Foram os primeiros a se estabelecerem na pennsula Balcnica.
Micenas foi a mais importante e influente cidade fundada pelos
aqueus; por isso, os historiadores costumam chamar a sociedade aqueia
de civilizao micnica.
Alm de Micenas, os aqueus tambm fundaram cidades como Pilo e
Tirinto, cada uma governada por um rei, escolhido entre os grandes proprietrios de
terras.
Chegaram regio por volta de 1600 a.C. e a dominaram at aproximadamente 1100
a.C. Nesse perodo, os jnios e os elios tambm se instalaram na regio, integrando a
sociedade aqueia.
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Vestgios indicam que as cidades micnicas eram cercadas por grandes
muralhas de proteo.
Representao da planta da cidade de Micenas.
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Afresco pintado entre os sculos XIV a.C. e
XII a.C. no Palcio de Tirinto, na Grcia.
A cidade de Tirinto foi fundada pelos aqueus.
No interior das muralhas, os
aqueus costumavam
construir os palcios reais,
amplas edificaes com
diversos cmodos e afrescos
pintados nas paredes.
Entre os principais cmodos
da residncia real estava
a sala do trono,
especialmente decorada.
As casas dos nobres das cidades tambm eram construdas no interior das muralhas, ao
contrrio das moradias da camada mais baixa da populao, que ficavam do lado de
fora.
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O enriquecimento das cidades
O comrcio dos produtos feitos pelos
aqueus os colocou em contato com
diferentes povos, enriquecendo sua
cultura, que pde assimilar muitos
costumes aprendidos por meio dos
contatos comerciais.
Os aqueus tinham muita habilidade em
confeccionar produtos de materiais como
ouro e prata, com os quais produziam
todo tipo de adornos.
Utilizando o bronze, tambm produziam
objetos como lanas, adagas e espadas
para seus exrcitos, alm de trabalharem
com outros materiais, como marfim, barro
e vidro.
Mscara morturia, atribuda ao
rei micnico Agamenon, feita de
ouro por volta de 1500 a.C.
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A influncia de Creta
No decorrer do sculo XV a.C., os
aqueus invadiram e dominaram
diversas colnias cretenses no
mar Egeu.
Tablete de argila com escrita Linear B do
povo aqueu. As inscries so,
provavelmente, do sculo XIII a.C.
Os cretenses foram um dos povos que mais influenciaram a civilizao micnica,
especialmente por meio da pintura de afrescos e a inspirao para desenvolverem
um sistema de escrita em tabletes de barro, a chamada escrita Linear B.
Perto de 1400 a.C., os micnicos
conquistaram Cnossos, a principal
cidade de Creta, tornando a ilha uma de
suas bases martimas militares e
comerciais.
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Ilada e Odisseia
Orientando-se pela Ilada, o arquelogo Henrich Schliemann encontrou em 1870, na
Turquia, os vestgios da cidade de Troia.
Ilada e Odisseia so duas epopeias que contam histrias que se desenrolam na poca
em que os aqueus dominavam a pennsula Balcnica e duas das obras mais antigas da
literatura mundial.
Ilada conta a histria do heri grego Aquiles, considerado o melhor guerreiro entre os
aqueus em sua atuao na Guerra de Troia, liderada pelo rei de Micenas, Agamenon.
Tinha como objetivo resgatar Helena, sua cunhada, que havia fugido para Troia
apaixonada pelo prncipe troiano Pris.
Odisseia narra as aventuras de Ulisses, que, segundo a histria, levou dez anos para
retornar do mesmo conflito.
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A chegada dos drios
Com a chegada dos drios, muitas
cidades micnicas foram saqueadas e
destrudas, o que provocou mudanas
significativas na sociedade.
Por volta de 1100 a.C., a civilizao micnica entrou em decadncia por causa das
secas que desencadearam grandes migraes dentro e fora da regio da Grcia.
Os gregos passaram a viver da agricultura de
subsistncia e da criao de gado,
abandonando suas tcnicas artesanais, a
escrita e o comrcio.
Vaso do sculo V encontrado na regio de Atenas.
A pintura representa a dana das Bacantes.
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Invaso drica
sociedades se organizam em pequenos
grupos os genoi que produzem
para toda a comunidade e repartem os
excedentes com outros genoi
o crescimento da populao e a
falta de boas reas para a
agricultura acarretam disputas
entre os genos, acentuando as
diferenas entre eles
parentes mais prximos dos
lderes dos genos se apoderaram
das melhores terras e ocuparam
os lugares de mais destaque na
sociedade; foram chamados de
euptridas (bem-nascidos) e
controlaram o poder na regio
cada genos (genoi ) tem um lder
responsvel pelas funes de
sacerdote, juiz e chefe militar,
em um regime patriarcal
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Poltica
Alguns euptridas migram para outras regies, como a
pennsula Itlica e a ilha da Siclia, fundando nesses
lugares cidades com caractersticas gregas.
As cidades-Estados que se formaram passaram a resgatar as
artes gregas.
Enquanto umas retratavam figuras de animais, como panteras,
lees e cabras, outras retratavam cenas da mitologia grega.
Espelho de bronze da
segunda metade do
sculo VI a.C. A jovem
pode representar a
deusa rtemis.
Vaso de terracota,
sculo VII a.C.
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O surgimento da plis
A plis:
contava com uma rea urbana e outra rural, encarregada da produo agrcola;
caracterizava-se pela total independncia e autonomia de governo. A Grcia
antiga era um conjunto de pequenos Estados independentes, um conjunto de
plis;
cada plis era governada por um rei, ou basileu, escolhido entre os grandes
proprietrios de terras das cidades, a aristocracia;
entre os sculos VIII e VI a.C., os gregos fundaram muitas plis;
apesar das diferenas e da autonomia, essas cidades-Estados tinham a mesma
lngua, a mesma cultura e as mesmas crenas religiosas.
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As cidades gregas entre os sculos VIII a.C. e VI a.C.
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A religio grega
Na imagem do sculo II a.C. vemos uma
representao de Zeus, principal deus do
panteo grego.
Os gregos eram politestas, ou seja, cultuavam
muitos deuses, cada um com seus atributos
especiais.
As histrias dos deuses e heris
gregos foram contadas em diversas
obras literrias.
Alm dos deuses, havia os semideuses, fruto
dos relacionamentos entre deuses e mortais.
Em sua crena, apesar de imortais, os deuses
tinham forma e reaes humanas.
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De acordo com a mitologia grega, havia doze deuses principais, que
viviam no monte Olimpo, o mais alto da Grcia.
Deus Atributo
Zeus
Deus do trovo e mais
importante do Olimpo
Hera
Esposa de Zeus, deusa
do casamento e protetora
das muheres
Posidon
Irmo de Zeus e deus
dos mares
Hefesto Deus do fogo
Apolo Deus da msica
Atena Deusa da sabedoria
Deus Atributo
Hermes Deus mensageiro
Hstia Deusa dos lares
Demter Deusa da fertilidade
Afrodite Deusa do amor
Ares Deus da guerra
rtemis Deusa caadora
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As plis gregas
cidados
no cidados
mulheres
escravos
ex-escravos
estrangeiros
maior de 30 anos
Esparta
Atenas
maior de 18 anos
e filho de cidado
Na plis, os cidados participavam das decises a serem tomadas nas cidades,
discutindo questes tanto de carter poltico quanto social, militar e econmico.
O mundo das plis
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sty
khra
residncias dos agricultores,
pastores e escravos
residncias dos artesos,
comerciantes e proprietrios
de terras
Plis
edifcios pblicos, ginsios,
teatros, oficinas e gora
A gora era uma
praa onde se
reuniam os
cidados; as
mercadorias eram
vendidas; os
julgamentos
aconteciam; e eram
realizados os
festivais culturais.
produo agropastoril que
garantia a subsistncia da
populao da plis
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Na parte mais alta da gora existia a acrpole, o centro religioso da plis.
Nessa cidadela fortificada eram erguidos templos para a divindade protetora da
cidade.
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1. Templo de Atena Nike
2. Santurio de Pandroso
3. Altar de Atena
4. Santurio de Zeus
5. Santurio de Pandion
6. Templo de Augusto
7. Partenon
8. Via-Sacra percorrida
durante festejos
9. Esttua de Atena
10. Calcoteca depsito de
objetos sagrados
11. Recinto sagrado de Atena
Ergan (a Artes)
12. Santurio de rtemis
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Os Jogos Olmpicos
Os Jogos Olmpicos reuniam atletas de toda a
Grcia.
Somente atletas do sexo masculino podiam participar. As
mulheres estavam excludas das competies e eram
proibidas de ficar na plateia.
Esttua de mrmore de um atleta
se preparando para lanar um
disco, c. 450 a.C.
A partir de 776 a.C., a cada quatro anos, acontecia na
cidade de Olmpia os Jogos Olmpicos em homenagem ao
deus Zeus.
Eles aconteciam durante sete dias no vero, mas por trs
meses todos os conflitos entre as plis eram suspensos,
incluindo as guerras, para que os atletas pudessem se
preparar.
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nfora representanto a corrida, uma das
modalidades do pentatlo, c. 530 a.C.
Uma das modalidades mais famosas das
Olimpadas era o pentatlo, que envolvia salto,
corrida, lanamento de disco, arremesso de
dardo e luta.
Algumas modalidades eram utilizadas como
treinamento de guerra, como o lanamento
de dardo, que preparava para o uso da lana,
e a corrida armada, em que os atletas
usavam trajes pesados de guerra.
A vitria nos Jogos Olmpicos era motivo de glria e
orgulho tanto para o atleta quanto para toda a plis a
que ele pertencesse.
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Dois exemplos de plis
Esparta Atenas
A populao masculina vivia
sob rgida disciplina militar e a
cidade foi mantida isolada de outras
plis.
Fundada pelos drios do
Peloponeso no sculo IX a.C.
A populao praticava a pesca e o
comrcio, o que contribuiu para que
a cidade se tornasse um importante
centro comercial da Grcia antiga.
Fundada pelos jnios no sculo IX
a.C., localizada na tica.
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Link para
ambiente online
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Esparta
Espartatas
ou
espartanos
Elite da sociedade.
Descendentes diretos dos drios e proprietrios de terras.
Considerados verdadeiros cidados de Esparta.
Representavam cerca de 10% da populao.
Eram proibidos de realizar trabalhos manuais, viviam da renda de suas
terras e exerciam o poder poltico local.
Eram tambm criados para serem soldados.
Periecos
Antigos habitantes das regies conquistadas pelos drios.
Viviam na periferia da cidade, eram obrigados a servir ao exrcito e
no tinham direito a cidadania.
Dedicavam-se ao comrcio e manufatura.
Hilotas
Eram os escravos de guerra.
Trabalhavam nas terras dos espartatas e eram obrigados a dar a eles
metade de tudo que produzissem.
A sociedade espartana era dividida em trs grupos sociais:
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A misso do soldado espartata era garantir a liberdade de Esparta. Para isso,
tornavam-se guerreiros e viviam em rgida disciplina:
Aos 7 anos eram afastados da famlia e
levados para um quartel. L praticavam
esportes e aprendiam valores, como bravura,
fora, disciplina e solidariedade.
Aos 30 anos eram liberados do servio militar e
adquiriam a cidadania.
Os soldados mais ricos e poderosos combatiam
a cavalo, os demais (chamados hoplitas)
marchavam a p.
Dos 20 aos 30 anos permaneciam no quartel
espera de um combate.
A partir dos 18 anos enfrentavam o
treinamento militar.
Escultura do sculo VI a.C. retratando um
hoplita.
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A plis espartana tinha trs instituies de governo (pela, Gersia e Eforato)
e era governada por dois reis. Um rei cuidava da vida religiosa, o outro
comandava a vida militar da cidade.
Rei Rei
Eforato
(5 membros)
Gersia
(28 ancies)
pela
(assembleia popular formada
por todos os espartadas do
sexo masculino)
elege
elege
fiscaliza
fiscaliza
preside
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Atenas
Cidados
Minoria da populao.
Desfrutavam de direitos civis, polticos, militares e religiosos.
Para ser cidado era necessrio que o pai tambm fosse.
Cuidavam da vida religiosa e participavam ativamente da
vida poltica.
Metecos
Eram os ex-escravos e estrangeiros.
No podiam ser donos de terras e no tinham direitos
polticos e civis.
Tornavam-se cidados se executassem um servio
importante para a plis.
Escravos
Compunham a maioria da populao ateniense.
Eram prisioneiros de guerra.
A sociedade ateniense era dividida em trs grupos sociais:
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Poltica
O nascimento da democracia
No sculo VI a.C. foram aprovadas leis
que fortaleciam as camadas mdias da
populao:
A administrao ateniense variou no decorrer dos sculos.
Relevo representando a democracia coroando o
povo de Atenas, c. 337 a.C.
fim da escravido por dvidas;
participaao dos cidados na escolha de
seus dirigentes, na elaborao das leis e
na aplicao da justia.
estabelecimento do nmero mximo de terras
que uma pessoa poderia ter;
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Clstenes (565 a.C.- 492 a.C.) promoveu mudanas nas quais os cidados
passaram a participar ativamente da vida poltica de Atenas, debatendo e
votando todas as questes relacionadas vida pblica da plis.
Democracia
cracia = governo
demo = povo
governo do
povo
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A plis ateniense tinha trs instituies de governo: Eclsia, Bul e Heleia.
Eclsia
(Assembleia do povo)
Bul
(Conselho dos
Quinhentos)
Heleia
Local em que os cidados
se reuniam a cada 20 dias
para debater os
problemas da plis.
Todo cidado podia pedir
a palavra e expor seus
argumentos.
L tambm eram votadas
e aprovadas leis e
escolhidos os
representantes pela sua
execuo: os
magistrados.
Formada por quinhentos
cidados maiores de 30
anos escolhidos por
sorteio anual.
Propunha leis e as
encaminhava para
votao, cuidava dos
cultos religiosos e das
questes relativas
ordem da plis.
Tribunal encarregado de
executar a justia.
Formado por 6 mil
cidados escolhidos por
sorteio anual.
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Poltica
O esplendor de Atenas
No governo de Pricles (sculo V a.C.), Atenas se consolidou como potncia econmica
e militar e experimentou um perodo de esplendor cultural. Foram construdos
templos, tribunais, mercados; e feitas muitas esculturas e obras de artes plsticas.
Runas do Teatro de Dioniso, sculo V a.C.
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Os macednios
A partir de 359 a.C., o rei macednio Filipe II, aproveitando-se do enfraquecimento
das plis em razo dos conflitos internos, iniciou a invaso para conquistar a Grcia.
Todas as cidades, com exceo de Esparta, renderam-se aos macednios.
O Imprio Greco-Macednio
Alexandre, filho de Filipe II, assumiu o trono com 20 anos de idade. Continuou as
conquistas territoriais alcanando a Prsia, o Egito e territrios asiticos que iam at
a fronteira com a ndia.
Em 323 a.C., Alexandre morreu na Babilnia. Ficou conhecido na posteridade como
Alexandre, o Grande, por causa do prestgio que obteve por suas conquistas.
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O Imprio Greco-Macednio
Adaptado de: GRAND Atlas Historique. Paris: Larousse, 2006.
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O helenismo
Ao alcanar o Oriente, a cultura grega se misturou com as culturas locais. Com
isso surgiu uma nova cultura: o helenismo.
Embora fosse macednio de nascena, Alexandre era um grande admirador da cultura
grega; por isso procurou dissemin-la pelos territrios que conquistou.
Com a morte de Alexandre e sem a existncia de herdeiros, o grande imprio
conquistado por suas tropas dividiu-se em trs reinos.
Moeda grega cunhada entre 305 a.C. e 281 a.C.
mostrando Alexandre com um chifre de carneiro. O
chifre de carneiro associado aos deuses Zeus
(Grcia) e Amon-R (Egito).
Em 148 a.C., a regio da Macednia foi
dominada pelos romanos.
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Roma: de pequena aldeia a corao de um imprio
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Escultura de bronze, do sculo XIII, representa a loba que teria amamentado os gmeos Rmulo e
Remo aps retir-los das guas do rio Tibre. Segundo a lenda, Rmulo teria fundado Roma em
753 a.C. depois de matar seu irmo.
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Gato, gato, cat, chat, gatto.
Em portugus, espanhol, ingls, francs e italiano, a palavra gato, assim
como outras, tem semelhanas. O motivo disso est na origem da palavra, ela
vem do latim, idioma falado em Roma h mais de 2 mil anos.
A partir do sculo II a.C., Roma conquistou territrios na Europa, na frica
e na sia, misturando seu idioma com as lnguas locais e dando origem s
chamadas lnguas modernas.
Observe nessa fotografia tirada em Madri, na Espanha, como possvel entender o
que est escrito na placa.
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As origens de Roma

Antes dos romanos, a pennsula Itlica era habitada por agricultores divididos
em sete tribos: sabinos, quos, oscos, mbrios, volscos, samnitas e latinos.

A partir do milnio I a.C., os etrustos, povo originrio da sia Menor, se
estabeleceram na regio central da pennsula.

Temendo uma invaso, os latinos construram uma fortaleza prxima ao rio
Tibre e l fundaram aldeias que prosperaram com o comrcio.

Por volta do sculo VII a.C., os etruscos conquistaram os latinos, invadiram a
regio do Lcio e unificaram as aldeias.

Assim teve origem a cidade-Estado de Roma.
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Roma passou por diferentes formas de organizao poltica, por isso sua
histria na Antiguidade dividida entre os perodos da Monarquia, da
Repblica e do Imprio.
A evoluo poltica de Roma
Monarquia
Origem: quando os etruscos
unificaram as aldeias foi
escolhido um rei
para governar Roma.
O Poder era exercido por
grandes proprietrios de terra
que comandavam a cidade e o
exrcito, conduziam a religio e
eram os juzes.
O Rei era auxiliado por um conselho de
ancios, chamado de Senado.
A monarquia no era hereditria. Quando um
rei morria, outro era escolhido pelo Senado.
A indicao do rei deveria ser aprovada pela
Assembleia Curiata, formada por membros
das famlias livres de Roma.
39
Poltica
Em 509 a.C., com a expulso do rei Tarqunio II, foi escolhido um novo regime
poltico: a repblica. As caractersticas principais desse regime eram a escolha
do governante por meio de eleies e o cargo no ser vitalcio.
Repblica
Magistratura
Cuidava das questes administrativas,
do comando do exrcito, da segurana
e da realizao dos censos.
Conselho dos plebeus
Cnsul
Senado
Dirigia a poltica interna e externa,
propunha leis s assembleias e
controlava as finanas pblicas.
Assembleias
Censor
Questor
Edis
Tribal
Comcios Centuriatus
40
Poltica
49 a.C.
nova guerra civil
Jlio Csar, poltico
e militar romano,
marcha com seus
exrcitos contra
Roma, dando incio
a uma guerra civil.
Aps derrotar os
inimigos, Jlio
Csar assume o
poder sozinho.
46 a.C.
Jlio Csar
assassinado
pelo Senado.
44 a.C.
Otvio, sobrinho e filho
adotivo de Csar,
assume o poder como
primeiro imperador.
27 a.C.
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Poltica
As conquistas territoriais iniciadas na Repblica atingiram o pice durante
o Imprio.
O Imprio Romano
O Imprio Romano em 114
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Poltica
A inteno de Teodsio era dividir o imprio para fortalecer as fronteiras.

Durante o sculo V, o Imprio Romano do Ocidente foi invadido por diversos
povos e, consequentemente, desagregado.

O Imprio Romano do Oriente perdurou at o sculo XV.
Em 395 d.C., o imperador Teodsio dividiu o imprio em dois:
Imprio Romano do Ocidente, com capital em Milo.

Imprio Romano do Oriente, com capital em Constantinopla.
43
Poltica
A sociedade romana era dividida entre escravos e pessoas livres.
Entre os livres, havia trs grupos sociais:
Patrcios
Grandes proprietrios de terras.
Detinham o maior poder.
Plebeus
Compunham a maior parte da populao: eram artesos, pastores,
pequenos agricultores e comerciantes.
No tinham direitos polticos e no podiam casar-se com patrcios.
Clientes
Ex-escravos ou filhos de escravos nascidos livres.
Tinham ligaes com os patrcios, de quem recebiam proteo e
terras para cultivar. Em troca, deveriam respeitar os patrcios e
substitu-los nos campos de batalha.
Os escravos eram pessoas capturadas durante as guerras e plebeus que no
conseguiam saldar suas dvidas. Eles no tinham direitos e seus donos tinham
poder sobre a vida e a morte deles.
A sociedade romana
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Poltica
Roma reconstruda
Vista geral da reconstruo digital de Roma: Palatino esquerda, Coliseu
direita e, frente, os aquedutos que abasteciam os palcios do Palatino.
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Poltica
Os banhos pblicos, ou termas,
eram locais de socializao,
frequentados por pessoas de
todas as classes sociais.
Os ricos banhavam-se entre as 2
e 4 horas da tarde, depois era a
vez dos trabalhadores.
Runas das Termas de Caracalla, onde estavam os
banhos pblicos de Roma.
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No havia desperdcio de gua. A gua que no era utilizada nas fontes era destinada
aos banhos pblicos, para lavar as latrinas pblicas ou ia para o esgoto para receber os
dejetos e as guas pluviais.
Roma chegou a ter 11 aquedutos e 1300 fontes pblicas.
Para resolver os problemas de abastecimento de gua na cidade, os romanos
desenvolveram um complexo sistema de aquedutos e fontes pblicas.
46
Poltica
No sculo IV, havia em Roma cerca de 7 mil edificaes.

No centro das cidades, ficavam os edifcios pblicos importantes: frum
(centro comercial), baslica (reparties administrativas e judicirias),
templos, teatros, latrinas e termas.

Lojas, tavernas, padarias, aougues e mercearias estavam dispersos
pela cidade.

Na periferia ficavam os locais de treinamento fsico, os depsitos de lixo
e as hortas.

Fora do permetro urbano, perto das vias de acesso s cidades, ficavam
os cemitrios. Por acreditar em vida aps a morte, os romanos
construam necrpoles (cidades dos mortos), sepulturas grandes e
adequadas para que a alma encontrasse paz.
As construes romanas
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Link para
ambiente online
Poltica
trio de casa do sculo I,
em Herculano.
Havia diferentes tipos de moradias:
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O trreo da nsula era ocupado por lojas e
oficinas cujos donos moravam nos fundos ou no
andar de cima.
Os pobres moravam em nsulas, prdios que
chegavam a ter cinco andares. Cada nsula tinha
vrios apartamentos que se abriam para um
corredor interno ou para a rua.
Eles tambm tinham suas prprias termas e
eram beneficiados com sistema de esgoto.
Os ricos viviam em casas trreas, amplas e
luxuosas, com vrios cmodos. As pessoas
entravam pelo trio, um ptio que dava acesso a
outros cmodos, que s vezes continham jardins
e fontes.
48
Poltica
A vida nas cidades romanas era agitada:
Pintura representando a preparao de
refeies em uma cozinha romana, c. 50 d.C.
ao meio-dia todos os
estabelecimentos fechavam para o
almoo, que era base de pes,
queijos, nozes, figos secos e azeitonas.
Quem no podia comer em casa
levava uma marmita e almoava na
rua ou no anfiteatro.
O cotidiano da populao
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no perodo da manh as crianas se dedicavam aos estudos: as crianas pobres iam
para a escola, as ricas tinham professores particulares;
s 8 horas da manh eram abertas todas as lojas e estabelecimentos pblicos;
o desjejum era base de carnes e pes;
as pessoas se levantavam com os primeiros raios de sol;
49
Poltica
no vero as pessoas faziam a sesta, ou seja, dormiam aps o almoo;
Afresco mostrando homens
participando de um banquete, sc. I.
ao final da tarde todos faziam a
ceia, a principal refeio do dia. Os
mais pobres se alimentavam de
vegetais, po e vinho.
Os mais ricos promoviam
banquetes que duravam horas e
continham variadas carnes, frutas
frescas, queijos e doces.
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terminada a sesta, as pessoas
voltavam ao trabalho, onde ficavam
at o meio da tarde;
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Poltica
Os romanos eram politestas.

Sua devoo aos ancestrais e aos deuses se dava por
meio de oferendas depositadas nos templos e nos
altares domsticos, cerimnias e rituais religiosos.

Quando Roma iniciou sua expanso, entrou em contato
com diversas religies e culturas, chegando a
incorporar caractersticas de algumas delas.

Dos gregos eles foram influenciados na arquitetura, na
filosofia e tambm na religio.


Esttua de mrmore do deus
Apolo, semelhante ao grego.
A religio
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Poltica
Principais deuses greco-romanos
Nome grego Nome romano Atributos
Zeus Jpiter Rei dos deuses, deus do cu.
Hera Juno Esposa de Jpiter e rainha dos deuses; protetora das esposas e mes.
Afrodite Vnus Deusa do amor.
Ares Marte Deus da guerra.
Demter Ceres Deusa da fertilidade da terra, da vegetao e da colheita.
Apolo Apolo Protetor das artes, deus da luz.
Atena Minerva Deusa da sabedoria.
Hermes Mercrio
Protetor dos comerciantes, dos ladres e dos viajantes; deus das
estradas e mensageiro dos deuses.
rtemis Diana Deusa da caa.
Hefesto Vulcano Deus do fogo; protetor dos ferreiros.
Hstia Vesta Deusa protetora da famlia, das cidades e do fogo domstico.
Posidon Netuno Deus dos mares.
Dioniso Baco Deus do vinho.
52
Poltica
Nos primeiros sculos da Era Crist havia tambm um culto aos imperadores,
que foi gradualmente extinto com a expanso do cristianismo.
Catacumbas de So Paulo em Rabat, ilha de
Malta, onde os primeiros cristos sepultavam
os mortos.
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Em 392 d.C., o imperador
Teodsio declarou o
cristianismo a religio oficial
do Imprio Romano.
Os cristos foram perseguidos pelos romanos desde a origem da religio,
at que, em 313 d.C., o imperador Constantino concedeu a liberdade de celebrao
pblica das cerimnias crists.
53
Poltica
Nesses locais, os governantes patrocinavam violentas lutas e corridas.
Relevo do sculo I representando uma luta
entre gladiadores e duas feras .
Os jogos prediletos eram os
combates de arena entre
gladiadores.
O circo romano
A principal diverso dos romanos eram os espetculos promovidos em
circos e anfiteatros.
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Esses combates eram to
violentos que costumavam
terminar somente com a morte
de um dos lutadores.
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Poltica
Outra construo importante foi o Circo Mximo. Com capacidade de 250 mil
espectadores, ele foi utilizado para festivais, jogos e corridas de bigas do
sculo II a.C. at 549 d.C.
O anfiteatro era uma construo especial para esse tipo de torneio. O mais famoso o
Coliseu, construdo em Roma em 80 d.C., com capacidade para mais de 50 mil
espectadores.
Detalhe de Roma reconstruda mostrando o Coliseu.
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Poltica
A grande expanso

Arco de Constantino (312-315), Roma.
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Uma das consequncias da expanso
romana foi a fundao de cidades fora da
pennsula Itlica, como Lisboa, Barcelona,
Monique e Londres.
Outra, foi a difuso da cultura e smbolos,
como o Arco de Constantino, tambm
chamado de Arco do Triunfo, presente em
diversos pases atuais, mas que outrora
pertenceram ao Imprio Romano.
56
Poltica
Os povos germnicos e a desagregao do Imprio Romano
Representao da
converso do rei
anglo-saxo Etelberto I ao
cristianismo, c. 580-590.
Gravura de metal do
sculo XVII, feita por
Matthus Merian.
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Poltica
A arqueologia a servio da Histria
Em 2003, foram
encontrados na Inglaterra
vestgios de um antigo
cemitrio que passou a
ser estudado por
profissionais do Museu de
Arqueologia de Londres.
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Nele havia uma grande
cmara morturia de 4
metros quadrados.
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Poltica
Na cmara havia vestgios de um saxo enterrado no sculo VII.
Denominados de germanos,
devido a lngua comum que
partilhavam, esses povos
ocuparam inicialmente a
regio da Escandinvia,
seguindo depois para a
Alemanha, alcanaram a
Europa central e, em
seguida, se aproximaram
do Imprio Romano.
Os saxes, juntamente com os visigodos, ostrogodos, burgndios, alanos, lombardos,
francos e outros povos participaram de diversas migraes que ocorreram na Europa
no incio da Era Crist.
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Taa de ouro encontrada na tumba de Prittlewell.
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Poltica
Povos germnicos e outros povos vizinhos ao Imprio Romano em 114 d.C.
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Poltica
O que a cmara morturia revela
Soterrados, os objetos se
mantiveram no mesmo
local em que foram
colocados inicialmente.
Conservao devido ao fato de estar coberta de areia por muitos sculos.
Era uma pessoa poderosa,
talvez um rei saxo, devido
riqueza dos objetos
encontrados.
A pessoa era um homem
(fivela e sapatos masculinos).
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Fivela encontrada na tumba de Prittlewell.
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Poltica
As tribos germnicas
Prisioneiros de guerra eram escravizados, mas essa era uma prtica pouco comum.
Por um interesse comum, tribos podiam se unir e formar uma federao, com um rei
eleito para exercer as funes militares.
No havia um Estado centralizado. Quando cerca de 100 famlias se reuniam, era
formada uma aldeia ou tribo. As decises que envolviam o coletivo eram tomadas por
meio de aclamao das pessoas livres ou em uma assembleia.
As sociedades germnicas tinham por base a famlia e a tribo.
62
Poltica
Na famlia, o pai exercia autoridade sobre a esposa e os filhos.
Broche ostrogodo do sculo VI, de ouro e esmalte,
representando uma guia.
Viviam da agricultura e criao de animais, eram
extremamente militarizados, saqueavam e guerreavam
com outros grupos e povos vizinhos como forma de
sobrevivncia.
Os povos germnicos desconheciam a escrita. Cabia s
mulheres fazer a transmisso oral dos costumes.
A mulher cuidava da organizao da casa e da educao
dos filhos. Tinha o conhecimento de medicina e das foras
religiosas.
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Poltica
Os povos germnicos e a religio
Instrumento musical semelhante ao encontrado na tumba.
As oferendas, instrumentos musicais e armas encontradas na urna
funerria demonstram a crena na vida aps a morte entre os germnicos.
Acreditavam na existncia de uma vida aps a morte.
Praticavam sacrifcios diante de uma rvore considerada sagrada, na tentativa de
ter seus pedidos atendidos.
Acreditavam na existncia de deuses associados a fenmenos da natureza, como
Thor, o deus da tempestade.
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- para alguns grupos, a alma sobreviveria ao lado do
corpo
- outros acreditavam que as almas viveriam em uma
residncia subterrnea em que se divertiriam
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Poltica
O contato entre romanos e germanos
Preconceituosamente, os romanos
acreditavam que os germanos tinham uma
cultura inferior deles.
Relevo em mrmore do sculo II representando a rendio de um
germano a uma tropa romana.
Para os romanos, os povos germnicos - estrangeiros em geral - eram considerados
brbaros, ou seja, pessoas que tinham um modo de vida diferente dos romanos, por
isso no despertavam interesse.
Quando os romanos venciam, escravizavam os
germanos. Com isso, muitos germanos
passaram a integrar a sociedade romana.
Romanos e germanos entraram em combate
diversas vezes, um povo tentando conter a
expanso do outro.
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Poltica
Com o tempo, a integrao entre as duas culturas chegou at as relaes
afetivas e, embora proibido por lei, a unio entre romanos e germanos
tornou-se comum.
Os germanos ingressaram na sociedade romana como escravos para servios
domsticos e agrcolas. Como forma de conquistar o direito de cidadania, muitos
ingressaram no exrcito romano, chegando a alcanar altas patentes.
A convivncia entre esses povos na paz ou na guerra provocou diversas trocas
culturais, por isso chamada de germanizao dos romanos ou romanizao dos
germanos.
Nas fronteiras, muitos grupos de romanos e germanos deixaram as diferenas de lado
e comearam a estabelecer comrcio entre si.
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Poltica
Outros exemplos de assimilao entre
as culturas:
Os povos germnicos passaram a
adotar o cristianismo como religio.

Cruz de ouro encontrada na tumba
de Prittlewell.
Em aldeias germnicas dentro do
Imprio foram construdas escolas
especiais para transmitir a cultura
romana s crianas, especialmente
o latim;
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Poltica
Crise do Imprio Romano do Ocidente (sculos III e IV):

Elevada carga de impostos;

Corrupo entre os governantes;

Disputas de poder entre polticos e militares;

Crise de abastecimento militar;

Constantes assassinatos de imperadores;

Migrao cada vez maior de germanos;

Diviso do imprio em dois, o que gerou uma nova situao social e
poltica.
A desintegrao do Imprio Romano do Ocidente
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Poltica
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Invases germnicas
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Poltica
O Imprio Romano do Oriente
Teve seu apogeu no governo do
imperador Justiniano (527-565), com
conquistas em territrios africanos e
criao do Cdigo Justiniano, que
reunia leis romanas.
Parte oriental do Imprio Romano aps sua diviso em 395.
A capital - Constantinopla - foi estabelecida na antiga cidade grega de Bizncio, no
cruzamento de rotas comerciais que ligavam o Oriente e o Ocidente.
O Imprio Bizantino chegou ao fim em
1453, quando Constantinopla foi
conquistada pelos turcos otomanos.
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Mosaico bizantino do sculo XI, mostrando o
imperador Constantino IX e a imperatriz Zoe ao lado de
Jesus Cristo.
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Poltica
Germanos, romanos e a formao da nova sociedade
surgiram diversos pequenos reinos;

instituies tradicionais foram substitudas por novas formas de
organizao nem romanas nem germnicas;

a mistura de culturas deu origem Europa feudal.
Com a desagregao do Imprio Romano do Ocidente:
71
Poltica
As origens da Europa feudal
os nobres que tinham terras eram
incorporados s tropas do rei e passavam a
sair em campanhas para conquistar novas
terras.
os pobres ficaram encarregados do trabalho
no campo (agricultura e criao de gado) e de
sustentar a si e famlia
do rei;
muitas pessoas procuraram refgio no campo,
especialmente nos novos reinos;
Com os conflitos entre romanos e germanos,
muitas cidades do Imprio foram saqueadas e
destrudas;
Representao da cidade de Roma sendo saqueada
por vndalos em 455. Gravura criada por Heinrich
Leutmann em 1865.
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Poltica
O Reino Franco
Em 496, o rei Clvis converteu-se ao
cristianismo e uniu-se Igreja catlica.
Juntos iniciaram um projeto de expanso
territorial (Reino Franco) e espiritual, com
a difuso do cristianismo no continente.
Originrios da Glia (atual Frana), os
francos, aps expulsar os romanos em
481, uniram suas tribos em um nico
reino.
Iluminura do sculo XIV representando a converso
do rei franco Clvis ao cristianismo, em 496.
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Com o apoio dos francos, a Igreja catlica conseguiu consolidar o
cristianismo em diversas regies do continente europeu.
Magno promoveu diversas guerras e anexou vrios territrios ao seu reino, que
passou a se chamar Imprio Carolngio.
Aps a morte de Clvis, em 511, o Reino Franco passou por diversas crises, somente
consolidando-se novamente em 800, com a ascenso ao poder do rei Carlos Magno.
O apoio da Igreja, por sua vez, legitimava o poder dos francos, convencendo a
populao de que aquele era um rei perante os homens e tambm perante a Deus.
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Poltica
O Imprio Carolngio
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Poltica
O governo de Carlos Magno foi responsvel por:
Iluminura do sculo XIII
representando monges
copistas trabalhando em
manuscritos.
padronizar o sistema de cunhagem de moedas;
restaurar o poder dos tribunais;
fazer uso de documentos escritos;
criar escolas e transcrever textos antigos dos gregos e romanos.
Aps a morte de
Carlos Magno (814), o
imprio entrou
em crise.
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Poltica
No mapa abaixo podemos observar como no final do sculo VI a Europa j
era bem diferente do que tnhamos antes das migraes germnicas.
Os reinos germnicos e o imprio Bizantino
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