Research > Literature">
Artigo Cientifico de Psicopedagogia
Artigo Cientifico de Psicopedagogia
Artigo Cientifico de Psicopedagogia
RESUMO
O presente estudo objetivou apresentar a importância do psicopedagogo no desenvolvimento do
educando, a partir das possibilidades de intervenção do Psicopedagogo diante das dificuldades
específicas que os alunos apresentam. Assim, com o estudo feito, pode-se concluir que o
Psicopedagogo pode fazer muita diferença no desenvolvimento do educando, com uma escuta e um
olhar mais sensível quanto às demandas de professores, alunos e famílias. Assim, a Psicopedagogia tem
um importante papel na vida da criança que apresenta necessidades e demanda cuidados, pois,
enquanto aprende na escola, compreendendo que o desenvolvimento cognitivo de uma criança é uma
longa fileira de transformações, de transgressões de uma atividade dominante para outra, é um diálogo
que ela estabelece com o seu futuro, com o caminho que vai trilhar e com os recursos e possibilidades
que o meio lhe oferece.
1- Graduada em Pedagogia pela Universidade São Francisco, e em Letras pela Faculdade ASMEC, pós graduada em
Espanhol pela FINOM., é aluna do curso de pós-graduação Lato sensu em
Psicopedagogia Institucional da FINOM, atua como professora da rede estadual de São Paulo em Águas de Lindóia.
1 INTRODUÇÃO
2 OS PRESSUPOSTOS DA PSICOPEDAGOGIA
Todo diagnóstico psicopedagógico é uma investigação, uma pesquisa sobre o que não vai bem
com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Visto que a idéia básica de aprendizagem é a de um
processo de construção que se dá na interação permanente do sujeito com o meio que o cerca (família –
escola – sociedade), o não-aprender, o aprender com dificuldade ou lentamente, o não-revelar o que
aprendeu, o fugir de possíveis situações de aprendizagem são analisados, segundo Weiss (1997)
buscando uma compreensão global da sua forma de aprender e os desvios que estão ocorrendo nesse
processo. Quando essa compreensão é buscada recorrendo-se a conhecimentos teóricos e práticos,
dentro de uma determinada perspectiva metateórica, o diagnóstico psicopedagógico subordina-se ao
método clinico, ao estudo de cada caso em particular. Nesse sentido, busca a unidade, a coerência, a
integração que evitariam transformar a investigação diagnóstica numa ‘colcha de retalhos’ com a
simples justaposição de dados ou com mera soma de resultados de testes e provas.
No primeiro nível, o psicopedagogo atua nos processos educativos com o objetivo de diminuir a
‘freqüência dos problemas de aprendizagem’. Seu trabalho incide nas questões didático-
metodológicas, bem como na formação e orientação de professores, além de fazer
aconselhamento aos pais. No segundo nível, o objetivo é diminuir e tratar dos problemas de
aprendizagens já instalados. Para tanto, cria-se um plano diagnóstico da realidade institucional e
elaboram-se planos e intervenção baseados nesse diagnóstico, a partir do qual procura-se avaliar
os currículos com os professores, para que não se repitam tais transtornos. No terceiro nível, o
objetivo é eliminar os transtornos já instalados, num procedimento clínico com todas as suas
implicações. O caráter preventivo permanece aí, uma vez que, ao eliminarmos um transtorno,
estamos prevenindo o aparecimento de outros.
A psicopedagogia tem um profundo compromisso com o caráter preventivo, podendo não
somente sanar os problemas de aprendizagens como também melhorar o desempenho das crianças.
O trabalho em sala de aula deve oferecer à criança oportunidades e situações que a levem a
vivenciar ativamente essa importante fase do desenvolvimento da personalidade e a aprender com o
outro.
Tanto na família como na escola, a criança é considerada como parte do social como um todo,
mas também apresenta a característica de sujeito da relação social. O ambiente social somente se
transforma em estímulo ao desenvolvimento psíquico da criança quando ela interioriza suas vivências a
partir da troca de emoções e afetos que deve se dar, a princípio, entre a mãe e a criança e, mais tarde,
entre o professor e o aluno.
O comportamento das crianças com DA’s pode ser marcado pelo isolamento, a inibição e a
inquietação. As queixas referentes às dificuldades de aprendizagens estão ligadas a conflitos
emocionais que são manifestados internamente, através de fugas e inibições.
O não-saber, muitas vezes, está implicado a aspectos dolorosos que marcaram, em algum
momento, a vida da criança. As dificuldades mais comuns são concernentes às atividades intelectuais,
pois a criança apresenta problemas em lidar tanto com suas vivências quanto com suas ansiedades.
Nesse sentido, as escolas têm deficiências em saber as causas das dificuldades de aprendizagens
apresentadas pelas crianças, pois a falta de preparação dos professores frente a essas dificuldades leva-
os a encarar tais questões apenas como não-aprendizagens.
Uma das formas pelas quais o Psicopedagogo atua diante das dificuldades de aprendizagem é
através da avaliação psicopedagógica, sobre a qual manifestam Dalmau et al, apud Monero et al (2000,
p. 72):
Avaliação psicopedagógica é um processo de apoio às decisões tomadas a respeito da situação
escolar dos alunos. É um processo contínuo, que tem a função de melhorar a atenção educativa
de cada aluno, norteando as decisões a serem tomadas no processo ensino-aprendizagem e
complementa a avaliação escolar. Ao mesmo tempo em que ajuda a tomar decisões pedagógicas
promove a adequação da ação educativa, utilizando informações que vão surgindo no decorrer
do processo e introduzindo progressivamente as mudanças necessárias.
Existem seis fases bastante definidas no processo, as quais podem ser assim definidas, de
acordo com Ferreira (2002):
- Na Educação Infantil, são pontuados os hábitos, atitudes (em relação aos familiares mais
próximos, às outras crianças, aos adultos, animais, objetos, etc.), normas (dependência e independência
nas relações, atitudes diante da frustração, aceitação e resolução de conflitos, etc.) e pautas educativas
familiares, capacidades relativas à comunicação, expressão e compreensão da linguagem,
desenvolvimento motor, memória, atenção, dentre outros.
- No Ensino Médio, além das informações acima, são consideradas informações expontâneas
sobre a família e a vida escolar, amigos, interesses, problemas, etc.; atitudes em casa, pedido de ajuda,
aceitação e cumprimento de normas familiares, autonomia, reação de pais e familiares em caso de
conflitos, responsabilidades pessoais relativas ao trabalho escolar, solicitação de ajuda para
entendimento ou controle, acompanhamento da agenda, acompanhamento e entrevistas por professores,
reações familiares ao desempenho escolar, tempo dedicado à leitura de livros não escolares, familiares
que se encontram em casa ao término da jornada escolar.
2ª - Análise do trabalho dos alunos: Possibilita conhecer com detalhes a dinâmica que foi
observada, o tipo de material utilizado, as normas de trabalho (obediência às normas estabelecidas), o
nível de elaboração do trabalho e a qualidade da escrita, a freqüência de determinados tipos de
atividade, os erros mais habituais, a avaliação do professor (correções, anotações, comentários
escritos). Numa análise comparativa entre os alunos e o professor, é acompanhada a evolução da
aprendizagem ao longo do curso, para introduzir mudanças que sejam necessárias.
4 Devolução da informação aos professores, iniciando com uma avaliação positiva do aluno,
salientando suas capacidades. Através dessa primeira postura, projeta-se e planeja-se as ações
educativas necessárias, enfatizando a explicação da situação do aluno no contexto escolar.
É apresentado um resumo escrito da avaliação e são realizadas orientações sobre o trabalho que
deve iniciar, bem como a função de cada um dos envolvidos nessas ações. Devem ser programadas
reuniões de acompanhamento posterior.
A expressão do conhecimento construído pelo aluno não pode ser observada através de
instrumentos de avaliação classificatórios e critérios padronizados e quantificáveis que não consideram
a visão de conjunto.
Para que se possa compreender os conflitos e as hipóteses que a criança vivencia nas distintas
etapas da aprendizagem, os quais representam os meios através dos quais organiza a sua própria
aprendizagem, necessariamente deve ser invocada a questão de como são vistos os erros pelos
educadores, bem como estes estão sendo trabalhados em sala de aula.
Mariante (1999), voltando-se para a alfabetização, enfatiza que as dificuldades passam por
diversos níveis. O erro torna-se construtivo quando a criança está fazendo tentativas e, auxiliada pelo
educador, busca a superação desses erros, sentindo-se estimulada, e não excluída, através desse auxílio
que lhe é dispensado.
A respeito dos erros no aprendizado, Morais (2001) esclarece que aprender é um processo
complexo, cujo resultado depende de vários fatores, muitos deles que extrapolam o universo escolar.
As oportunidades de convívio com a escrita impressa (no lar e na escola) influem fortemente sobre o
rendimento ortográfico dos indivíduos de diferentes grupos sociais, porque as características das
correspondências que cada criança faz entre letra e som e a freqüência do uso das palavras influenciam
seu rendimento na escola.
Somente quando admite a consciência prévia que a criança traz de suas próprias experiências no
meio em que vive, aceitando-a, a escola é capaz de proporcionar uma verdadeira aprendizagem –
porque parte da construção do conhecimento pela criança e não através de métodos quase sempre
ultrapassados ou que negam a importância e a qualidade do ensino.
CONCLUSAO
Lidar com o insucesso escolar é uma tarefa complexa e desafiadora para a qual não se tem uma
resposta acabada e pronta, o que aponta para a necessidade de buscar alternativas que possam
minimizar tal situação, mas temos no Psicopedagogo um profissional do conhecimento
trans/inter/multidisciplinar, que aplica conhecimentos considerando as realidades tanto internas como
externas da aprendizagem.
MORAIS, Arthur Gomes de. Ortografia: ensinar e aprender. 4 ed. São Paulo: Ática, 2000.