Apostila Contabilidade - 2010
Apostila Contabilidade - 2010
Apostila Contabilidade - 2010
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Departamento ECA
INTRODUÇÃO
CONTABILIDADE
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 3
1.1. ORIGEM........................................................................................................................................................ 3
1.2. A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NA ADMINISTRAÇAO DO ................................................ 4
1.3. A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE E PLANEJAMENTO......................... 4
1.4. PROCESSO CONTÁBIL .............................................................................................................................. 5
1.5. CONCEITO/ DEFINIÇÃO ............................................................................................................................ 6
1.6. OBJETO E FINALIDADE ............................................................................................................................ 6
1.7. USUÁRIOS DA CONTABILIDADE............................................................................................................ 7
1.8. FORMA DE ORGANIZAÇÃO ..................................................................................................................... 7
1.9. NOÇÕES DOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS................................................................................................. 9
1.10. RELATÓRIOS CONTÁBEIS................................................................................................................. 11
1.11. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS................................................................................................... 11
2. PATRIMÔNIO ................................................................................................................................................. 23
2.1. CONCEITO/DEFINIÇÃO ........................................................................................................................... 23
2.2. ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DO PATRIMÔNIO .............................................. 25
2.3. BALANÇO PATRIMONIAL ...................................................................................................................... 26
2.4. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA.................................................................................................................. 26
2.5. ATIVO-PASSIVO-PATRIMÔNIO LÍQUIDO............................................................................................ 27
2.6. FUNÇÃO ECONOMICA DA CONTABILIDADE – APURAR RESULTADO ....................................... 28
2.7. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS .......... 29
2.8. FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO E SUAS VARIAÇÕES....................................................... 31
2.9. SIGNIFICADO DO TERMO CAPITAL NA CONTABILIDADE............................................................. 32
2.9.1. Capital Nominal, Social, Inicial ou Subscrito: ........................................................................................ 32
2.9.2. Capital de Terceiros: ............................................................................................................................... 33
2.9.3. Capital Próprio: ....................................................................................................................................... 33
2.9.4. Capital Total:........................................................................................................................................... 33
3. ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................................... 34
3.1. ATOS ADMINISTRATIVOS...................................................................................................................... 34
3.2. FATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................... 34
3.2.1. FATOS PERMUTATIVOS..................................................................................................................... 34
3.2.2. FATOS MODIFICATIVOS.................................................................................................................... 35
3.2.3. FATOS MISTO....................................................................................................................................... 35
4. TEORIA DAS CONTAS .................................................................................................................................. 36
4.1. CONCEITO ................................................................................................................................................. 36
4.2. FUNÇÃO ..................................................................................................................................................... 36
4.3. CLASSIFICAÇÃO ...................................................................................................................................... 36
4.4. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA.................................................................................................................. 37
4.5. MECANISMO DÉBITO E CRÉDITO/MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS.................................. 38
4.6. BALANCETE.............................................................................................................................................. 39
4.7. BALANÇO PATRIMONIAL CLASSIFICADO......................................................................................... 40
4.7.1. CLASSIFICAÇÃO.................................................................................................................................. 40
4.7.2. CICLO OPERACIONAL E PRAZOS EM CONTABILIDADE............................................................ 42
4.7.3. VISAO SINTETICA DO BALANÇO .................................................................................................... 42
4.8. PLANO DE CONTAS ................................................................................................................................. 43
4.9. CONTAS PATRIMONIAIS ........................................................................................................................ 49
4.10. CONTAS RETIFICADORAS – AS PRINCIPAIS DEDUÇÕES DO ATIVO....................................... 50
5. APURAÇÃO DO RESULTADO ..................................................................................................................... 51
5.1. AS VARIAÇÕES LIQUIDAS PATRIMONIAIS........................................................................................ 51
5.2. REGIME DE APURAÇÃO – CAIXA x COMPETÊNCIA ........................................................................ 51
5.3. RECEITAS x DESPESAS – CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO................................................................ 51
5.4. APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ................................................................................... 52
5.5. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ...................................................................................................... 54
5.6. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)............................................................. 57
6. QUE FAZER COM O LUCRO? ...................................................................................................................... 59
6.1. TRANSFERÊNCIA LUCRO LÍQ P/ RESERVAS DE LUCROS (LEI 6.404/76)..................................... 59
6.2. DIVIDENDOS – TRANSFERÊNCIA DO LUCRO LÍQUIDO PARA DIVIDENDOS ............................. 60
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................ 61
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
1. INTRODUÇÃO
1.1. ORIGEM
A Contabilidade, entretanto, vai atingir a sua maturidade entre o Século XIII a XVI D.C.
(comercio com as Índias, burguesia, renascimento, mercantilismo, etc...), consolidando-se pelo
trabalho elaborado pelo frade franciscano, Frei Luca Paccioli, que publicou na Itália, em 1494,
um tratado sobre Contabilidade, Tratado de Veneza – Método das Partidas Dobradas,
instrumento de avaliação e controle patrimonial, que ainda hoje é de grande utilidade no meio
contábil.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
A CONTABILIDADE NO BRASIL
Segundo Sérgio de Iudícibus, em seu livro Teoria da Contabilidade, Cap. 2, define com
muita propriedade o momento atual da Contabilidade Brasileira: “Uma característica atual do
estágio de desenvolvimento da Contabilidade no Brasil é paradoxal: a qualidade de normas
contábeis a disposição ou editadas por órgãos governamentais (devido à inoperância de nossas
associações de contadores, o Governo teve de tomar a iniciativa) é claramente superior,
principalmente agora com a Lei 6.404/76 das Sociedades por Ações e sua alteração pela Lei
11.638/07, que torna obrigatória a escrita contábil e o governo a utiliza para cobrança de
impostos e a qualidade media atual dos profissionais que terão de implantar estas normas. Nossa
legislação, historicamente, adianta-se sempre em relação aos homens que irão utilizá-la, e isto é
mais sentido no campo contábil”.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
⇓
FATOS
(Apurar os fatos, mensurar valor)
• COMPRAS
• VENDAS GESTÃO
• PAGAMENTOS
• RECEBIMENTOS
⇓
ESCRITURAÇÃO
(Registro Através de Documentos Comprobatórios)
• DIÁRIO
• RAZÃO
• CAIXA
• CONTA CORRENTE
⇓
APURAÇÃO DO RESULTADO
(Sumarizar)
• LUCRO
• PREJUÍZO
⇓
FIM
⇓
DEMONSTRAÇÕES
(Relatórios)
• Balanço Patrimonial
• Demonstração do Resultado do Exercício - DRE
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA
• Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC
• Demonstração do Valor Adicionado – DVA
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
A “Contabilidade” é hoje um instrumento que deve ser conhecido por todos que se
interessam pela produtividade das organizações, com a finalidade social ou de lucro.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Ágil – os trabalhos devem ser elaborados em tempo hábil para serem usufruídos, porque senão
perde-se o sentido da informação, principalmente em países com economia instável.
Elucidativa – cada usuário da informação tem um grau de conhecimento; identificá-lo é
primordial para que os trabalhos sejam esclarecedores.
Fonte para a tomada de decisão – o que está em jogo é o patrimônio da empresa; dessa forma,
quem controla isto deve gerar o alicerce para as decisões a serem tomadas.
Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p. 43), dão o seguinte conceito aos usuários da
contabilidade como “toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na avaliação da situação e
do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades não
lucrativas, ou mesmo patrimônio familiar”. Dentro deste aspecto, podemos afirmar que os
usuários da contabilidade é toda pessoa que constitui personalidade física ou jurídica, de forma
interna ou externa, com ou sem finalidade lucrativa, cujo interesse é apropriar-se das
informações inerentes as entidades, a fim de avaliá-las.
Entidade – indivíduo distinto, ser, pessoas físicas ou jurídicas que podem ter alguma relação
comercial;
Pessoa Física – pessoa natural, todo o indivíduo, o homem ou a mulher, desde a sua concepção
ao mundo até a sua morte;
Pessoa Jurídica - entidade abstrata com existência e responsabilidade jurídicas com ou sem
finalidade lucrativa representada por pessoa ou pessoas naturais, ou até por pessoa ou pessoas da
mesma personalidade jurídica;
Usuários Internos – são os usuários que trabalham diretamente com as informações contábeis
ou tem acesso a essas informações dentro do ambiente da entidade;
Usuários Externos – são todos os usuários que não tem acesso às informações de forma direta,
mas que por algum motivo estão interessados na situação social, econômica ou financeira da
entidade.
Diversos são os usuários das informações contábeis, cada um, com uma necessidade
informacional diferenciada. Evidentemente, o processo decisório decorrente das informações
apuradas pela Contabilidade não se restringe apenas aos limites da empresa - usuários internos,
tais como, Administradores, Gerentes, etc. Assim como interessa aos usuários externos, tais
como, Investidores, Fornecedores, Clientes, Instituições Financeiras, Governos Federal,
Estadual, Municipal, Sindicatos etc.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Pessoa Jurídica – Todo ser capaz de direitos e obrigações, (uma ou mais pessoas que se unem
com fins econômicos ou sociais).
Empresas - Pessoas que se unem para formar de acordo com a lei, uma nova pessoa distinta de
seus membros (unidade de produção que combina fatores produtivos – natureza, capital e
trabalho).
São entidades criadas ou organizadas para atingirem um determinado fim.
De acordo com a sua finalidade é que definimos a atividade da empresa (remunerar os
investimentos de quem as criou).
Formas Jurídicas
Os aspectos jurídicos não são meras formalidades legais, uma vez que têm implicações
para o empresário e para o negócio.
b- Sociedade – É a união de duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas com finalidade econômica
ou não.
b.1- Simples – Prestadoras de serviços com finalidade lucrativa sem estrutura empresarial –
Registro no Cartório Privativo de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. De estrutura simples
longe de haver complexidade empresarial.
Os sócios respondem limitadamente ao montante de suas quotas. Entretanto, se o capital não
estiver totalmente integralizado os sócios passam a responder solidariamente pela totalidade do
capital social.
Ex.: Intelectuais, artísticos, cientifico
b.2- Empresarial – Com ou sem atividade comercial, determinada pela sua estrutura - Registro
na Junta Comercial de seu respectivo Estado.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
a- CAPITAL ABERTO – Onde suas ações são colocadas para negociação no mercado de
capitais. Necessita de registro do CVM e CMN e suas ações/lastro serão por estes órgãos
regulamentadas
b- CAPITAL FECHADO – Quando mediante uma assembléia constituída pêlos sócios que
subscreve o capital. Não necessita de registro no CVM ficando a empresa impedida de
comercializar suas ações em balcões.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
É através dos relatórios contábeis que os fornecedores avaliam os seus clientes para
estabelecer o crédito, que fundamenta análise dos Bancos e das Instituições que financiam as
empresas; é por esses demonstrativos que os investidores tomam suas decisões e fazem suas
avaliações – Estes relatórios são as peças básicas no planejamento e controle do
desempenho dos administradores.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
A Sociedade Anônima, deverá seguir o que determina a legislação Lei. n.º 6.404/76,
publicar as Demonstrações Financeiras no Diário Oficial e em outro jornal de grande circulação
editado na localidade onde situa a empresa.
O Parecer dos Auditores escrito por profissionais idôneos e sem vínculo com a
empresa, onde atestam que foram examinadas as demonstrações financeiras da empresa e que
elas estão de acordo com os Princípios Contábeis Geralmente Aceitos (normas internacionais da
contabilidade). Isso dá ao usuário maior segurança, pois foi atestada que são reais os dados nelas
contidas.
O Exercício Social é o espaço de tempo, findo o qual as pessoas jurídicas apuram os seus
resultados; ele pode coincidir ou não, com o ano calendário, de acordo com o que dispuser o
estatuto ou o contrato social.
Poderá ter duração de mensal, trimestral, semestral ou anual, não havendo necessidade de
coincidir com o ano civil (01/01 a 31/12), embora, na maioria das vezes isso aconteça.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa Fornecedores
Bancos conta Movimento Impostos a Recolher
Duplicatas a Receber Salários a Pagar
(-) Duplicatas Vencidas e não Liquidadas Encargos Sociais e Recolher
(-) Duplicatas Descontadas Empréstimos a Pagar
Estoques Contas a Pagar
Despesas do Exercício Seguinte
Ativo Não-Circulante Passivo Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
Empréstimos a Empresas Coligadas Financiamentos
Empréstimos a Diretores
Contas a Receber Longo prazo Patrimônio Líquido
Investimentos Capital Social
Aplicações em Cias. Coligadas Reserva de Capital
Imóveis para Renda Ajustes de avaliação Patrimonial
Imobilizado Reservas de Lucros
Imóveis em Uso Ações em Tesouraria
(-) Depreciação Acumulada de Imóveis em Prejuízos Acumulados
Uso
Móveis e Utensílios
(-) Depreciação Acumulada de Moveis e
Utens.
Equipamentos
(-) Depreciação Acumulada de
Equipamentos
Intangível
Fundo de Comércio
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Essa demonstração deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá
ser incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, se elaborada e publicada
pela companhia.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Reversões de Reservas
Lucro líquido exerc.
DESTINAÇÃO DO LUCRO:
Transf.p/Reservas
Reservas Legal
Reservas Estatutárias
Outras Reservas
Dividendos
Saldo em 31.12. atual
Pela legislação do IR, as Sociedades Limitada, deverão seguir parte dos dispositivos das
S/As. Embora não seja necessária a publicação das Demonstrações Financeiras por parte das
limitadas, estas deverão estruturar suas demonstrações nos moldes da lei das S/As.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
1 – Método Direto – apresenta as entradas e saídas de caixa das atividades das atividades
operacionais por seus valores brutos, seguindo uma ordem direta. Parte-se dos componentes da
D.R.E., ajustadas pelas variações nas contas circulantes do balanço, vinculadas às operações da
entidade.
2 – Método Indireto – apresenta o fluxo de caixa líquido, oriundo da movimentação líquida das
contas que influenciam as atividades operacionais, de investimentos e de financiamentos. As
atividades de investimentos e financiamentos devem ser ajustadas pelas movimentações dos
itens que não geram caixa, tais como: depreciação, amortização, exaustão, baixas de itens do
ativo permanente dentre outras.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Atividades Operacionais
Recebimento de Clientes 29.500
Recebimentos de Juros 300
Duplicatas Descontadas 5.000
Pagamentos
a Fornecedores de Mercadorias (10.000)
de Impostos (2.000)
de Salários (21.000)
de Juros (1.000)
Despesas Pagas Antecipadamente (2.600)
Caixa Líquido Consumido nas Atividades Operacionais (1.800)
Atividades de Investimentos
Recebimento pela Venda de Imobilizado 15.000
Pagamento pela Compra de Imobilizado (20.000)
Caixa Líquido Consumido nas Atividades de Investimento (5.000)
Atividades de Financiamento
Aumento de Capital 10.000
Empréstimos de Curto Prazo 10.000
Distribuição de Dividendos (1.500)
Caixa Líquido Gerado nas Atividades de Financiamentos 18.500
Aumento Líquido nas Disponibilidades 11.700
Saldo de Caixa em X0 5.600
Saldo de Caixa em X1 17.300
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Atividades Operacionais
Atividades de Investimento
Recebimento pela venda de imobilizado 15.000
Pagamento pela compra de imobilizado (20.00
0)
Caixa Líquido Consumido nas Atividades de Investimentos (5.000)
Atividades de Financiamento
Aumento de Capital 10.000
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A DVA deverá indicar o valor da riqueza gerada pela entidade, a sua distribuição entre os
elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores,
acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída (Art. 188 da lei
11.638/07). É obrigatória para as companhias abertas, sendo aplicada aos exercícios encerrados a
partir de dezembro de 2008.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
As demonstrações financeiras podem ser apresentadas com a eliminação dos três últimos
dígitos (três casas decimais), principalmente em números grandes. Deve-se, nesse caso, colocar
no cabeçalho das demonstrações financeiras a expressão: “em $ milhares”. Tendo-se, por
exemplo, um valor igual a $495.628.745, elimina-se os três últimos dígitos (745), restando,
portanto $495.628. A eliminação de dígitos facilita bastante as publicações, principalmente pela
necessidade de publicar as demonstrações em duas colunas.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
2. PATRIMÔNIO
Uma entidade, seja ela pessoa jurídica, com ou sem fins lucrativos, ou pessoa física,
precisa satisfazer necessidades de ordem econômico-financeira, como compra a vista ou a prazo
de mercadorias para revenda, compra de máquinas, aplicações financeiras, investimentos
diversos, solicitação de empréstimos, venda de mercadorias, pagamento de salários, etc.
Equação 1.1
Aplicação de Recursos = Origens de Recursos
Equação 1.2
2.1. CONCEITO/DEFINIÇÃO
BENS - Entende-se por bens as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e
das empresas, suscetíveis de avaliação econômica. Tudo que a empresa possui, utiliza, consome
e troca.
Podemos classificar os bens em:
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Bens Intangíveis: Os bens incorpóreos, isto é, não constituídos de matéria, não possuem
existência física, representam uma aplicação de capital indispensável aos objetivos da empresa, e
cujo valor reside em direitos de propriedade que são legalmente conferidos aos seus possuidores.
Normalmente, as marcas que constituem um bem significativo para as empresas (Cica, Coca-
Cola) e as patentes de invenção (documento pelo qual o Estado garante a uma pessoa ou empresa
o direito exclusivo de explorar uma invenção) são exemplos de bens intangíveis.
Bens Imateriais- são os bens que não possuem, mas representam uma aplicação, uma
destinação de recursos essencial ao atendimento dos objetivos da empresa, como: ponto
comercial, fundo de comercio (goodwill), direitos sobre marca e patentes, direitos autorais,
software, etc.
DIREITOS - São valores a serem recebidos de terceiros por vendas a prazo (clientes da
empresa) ou valores de propriedade da empresa que se encontra em posse de terceiros, como:
duplicatas a receber, títulos a receber, alugueis a receber, aplicações financeiras, empréstimos a
empregado, empréstimos a diretores, etc.
Em relação à empresa, o direito a receber mais comum decorre das vendas a prazo, ou
seja, quando se vende mercadorias a outras empresas ou a pessoas físicas e o pagamento não é
efetuado no ato, mas no futuro: a empresa vendedora emite uma duplicata como um documento
comprobatório.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
ELEMENTOS EXPRESSÃO
Duplicatas a Receber
Promissórias a Receber
Aluguéis a Receber
OBRIGAÇÕES – São dívidas assumidas pelas entidades e que deverão ser pagas no futuro. Em
contabilidade, as obrigações representam valores líquidos e certos a serem desembolsados,
como: duplicatas a pagar (fornecedores), impostos a recolher (a pagar), debêntures a pagar,
contas a pagar, empréstimos a pagar, contribuições sociais a recolher (a pagar), salários a pagar,
etc. Tais dívidas são denominadas obrigações exigíveis, isto é, compromissos que serão
reclamados, exigidos pagamento na data do vencimento.
ELEMENTOS EXPRESSÃO
Duplicatas a Pagar
Promissórias a Pagar
Aluguéis a Pagar
Salários a Pagar
Impostos a Pagar
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Mas só isso também não basta, é preciso Quantificar, dar a esses Bens, Direitos e
Obrigações seus respectivos valores, assim poderemos conhecer o valor de nosso Patrimônio.
Assim:
Patrimônio =
Bens
• Dinheiro $ 5.000 Obrigações
• Veículos $ 25.000 Duplicatas a Pagar $ 8.000
• Máquinas $ 10.000 Impostos a Pagar $ 1.000
•
Direitos
• Duplicatas a Receber $ 4.000
• Aplic.Financeiras $ 15.000
Com essas informações, é possível fazer idéia do tamanho do Patrimônio da empresa,
pois agora conhecemos O que e Quanto a empresa possui de Bens, Direitos e Obrigações.
Os aspectos qualitativos e quantitativos levados em conta na representação das
demonstrações elaboradas a partir dos registros contábeis permitem a mensuração do patrimônio
bem como o conhecimento dos elementos que o compõem.
O Balanço Patrimonial tem por finalidade demonstrar o equilíbrio dos bens, direitos e
obrigações da empresa, em um determinado momento (encerramento do período-base), em um
único relatório, exprimindo com clareza a situação do patrimônio financeiro e econômico,
representando, portanto, uma posição estática do patrimônio.
Tem por objetivo expressar os elementos financeiros e patrimoniais de uma entidade,
através da apresentação ordenada de suas Aplicações de recursos (Ativos) e das Origens desses
recursos (Passivo).
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
O lado esquerdo chamado lado positivo, consiste efetivamente no que ela tem de Bens e
o que ela tem a receber, os Direitos.
Os elementos positivos são denominados, ainda, componentes Ativos e o conjunto
forma o Ativo.
O lado direito chamado de lado negativo, consiste nas obrigações da empresa, o que ela
tem efetivamente que pagar.
Os elementos negativos são denominados componentes Passivos, por isso encontram-se
no Passivo, então:
PATRIMÔNIO
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Caixa (Dinheiro) Duplicatas a Pagar
Estoque de mercadoria Aluguéis a Pagar
Móveis e Utensílios Impostos a Pagar
Direitos
Duplicatas a Receber
Promissórias a Receber
ATIVO
PASSIVO
Como Passivo classificamos todas as obrigações que a entidade assumiu com terceiros,
ou seja, é o que ela deve e tem que pagar (é o capital de terceiros que esta investido na empresa
), devendo constar sempre do lado direito do Balanço. Como exemplos citamos:
Empréstimos e Financiamentos Bancários
Salários a Pagar
Pró-Labore a Pagar (remuneração mensal dos sócios)
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
PATRIMÔNIO LIQUIDO
Patrimônio Líquido é o quarto grupo de elementos patrimoniais que junto com os Bens,
os direitos e as Obrigações, completará o Balanço Patrimonial.
Receitas- São todos os valores recebidos, bem como aqueles que a empresa ainda tem direito a
receber, frutos de suas atividades operacionais e não operacionais. Qualquer entrada de valores
na empresa só será considerada receita se provocar aumento no ativo ou uma redução no passivo
exigível e, ao mesmo tempo, se aumentar o patrimônio líquido. Em resumo, deve-se estar atento
para ao seguinte fato:houve venda, haverá receita sendo reconhecida. A obtenção de uma
receita resultará sempre no aumento do PL.
Resultado- diferença entre o valor da receita e o valor das despesas. Os resultados podem ser:
Positivo ou Lucro – ocorre quando o valor das Receitas é superior ao valor das
Despesas;
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Negativo ou Prejuízo – ocorre quando o valor das Receitas é inferior ao valor das
Despesas;
Nulo – ocorre quando o valor das Receitas é igual ao valor das Despesas.
O total do Bens mais o Total dos Direitos menos o total das Obrigações denomina-se
Situação Líquida Patrimonial.
Logo:
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Como no exemplo acima, a soma de bens e direitos é maior do que valores a pagar a
terceiros, indicando que há uma “sobra” para os proprietários.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Situação Líquida Superavitária - por ser uma situação positiva. Porque o valor
Positivo superou o Negativo.
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Indica que há mais obrigações que bens e direitos, sendo assim, os proprietários estão
tendo prejuízo.
Neste caso, o Ativo é inteiramente absorvido pelas Obrigações, e a Situação Líquida é Nula,
inexistente.
Se pretendesesmos liquidar essa empresa neste momento, tudo que se apuraria com a
venda dos Bens e o recebimento dos direitos seria necessário para cobrir as Obrigações, restando
nada para o proprietário.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
LUCROS/PREJUÍZOS ACUMULADOS
De acordo com a Instrução Normativa da CVM 469/2008, em seu artigo 5º. - Lucros
Acumulados – a conta de Lucros e Prejuízos Acumulados não deverá apresentar saldo.
O saldo existente deverá ser destinado para reserva de lucros ou distribuído como
dividendo.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
BALANÇO PATRIMONIAL
⇓ ⇓
Aplicação dos Recursos Como a empresa consegue os recursos
que possui:
⇓
1 – Passivo = Capital de Terceiros
(Onde a empresa aplicou os recursos 2 – Pat. Líquido = Capital Próprio
originados pelo passivo)
⇓ ⇑
2.1 – Capital Inicial
+
2.2 Lucros e Reservas= Variação do Capital
EXEMPLO:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Caixa 1000 Tit. a Pagar 1000
Est. Mercadorias 1700 Fornecedores 500
Títulos a Receber 500 1500
Patrimônio Líquido
Capital 1200
Lucro Acumulado 500
1700
Total 3200 Total 3200
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
De acordo com a lei, caso capital não esteja totalmente realizado é necessário que
demonstre essa parcela.
Exemplos:
Observação:
A comparação do Capital Próprio com o Capital de Terceiros, revela o grau de
endividamento da empresa. Quanto maior as dívidas exigidas em relação às obrigações
não exigíveis, maior será o endividamento da empresa.
O equilíbrio seria o ideal, mas hoje, há à tendência das empresas em buscarem recursos
financeiros, portanto maior será o grau de endividamento (GE).
GE = Capital de Terceiros
Capital Próprio
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Exemplos:
PAT. LIQUIDO
Capital Subscrito R$ 20.000
(-) Capital a Realizar/Integralizar R$ 20.000
Balanço Patrimonial
ATIVO PAT. LIQUIDO
Caixa 10.000 Capital Subscrito 20.000
Capital a Realizar 10.000
São acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não
alterar o Patrimônio Líquido. Esses fatos devem ser contabilizados através de Contas
Patrimoniais e das Contas de Resultados. Podem ser classificados em três grupos:
- Fatos Permutativos
- Fatos Modificativos: aumentativos e diminutivos
- Fatos Mistos: aumentativos e diminutivos
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
recebeu a importância de $500. Esse fato aumentará a Conta Caixa em $500 (ambas
registradas no Ativo Circulante), e diminuirá a conta Duplicatas a Receber em $500
pelo recebimento provocando assim aumento e diminuição de valores de Ativo, sem
alterar em nada o valor do Patrimônio Líquido.
b) Permutação entre elementos Passivos (+P e –P): Suponhamos que na conta de
Salários a Pagar, conta registrada no Passivo Circulante da empresa, pelo valor de
$800, estivesse incluído o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte a Recolher no
valor de $60 (também registrada no Passivo Circulante), quando houver a
transferência do IRRF para conta própria diminuindo assim o saldo de Salários a
Pagar, sem alterar o valor do Patrimônio Líquido.
c) Permutação entre elementos do Ativo e Passivo: Nesse caso o fato ocorrido poderá
acarretar aumento ou diminuição na Situação Patrimonial.
35
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
4.1. CONCEITO
Conta é nome técnico (título) dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos
Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos elementos de resultado (Despesas e Receitas).
Registra sob um único título elementos da mesma espécie (reúne fatos contábeis da
mesma natureza) e com o qual registramos as transações ocorridas nas empresas.
Exemplos:
Movimentação do dinheiro - Caixa
Abrir uma conta no Banco (o valor depositado vai ser registrado num título para
demonstrar as transações ocorridas com o Banco) - Banco conta Movimento
Registrar os valores que a empresa tem a receber, cuja origem foi venda a prazo
(Cliente)
4.2. FUNÇÃO
Reunir fatos contábeis de uma mesma natureza; registrar as operações que ocorrem com
o Patrimônio;
É através do registro dos valores nas contas que a Contabilidade acompanha toda
modificação ocorrida (+ e -) no patrimônio da empresa, mediante documentos comprobatórios
(gestão financeira);
Cada conta terá sua função específica de acordo com sua posição na composição
patrimonial, sua natureza.
4.3. CLASSIFICAÇÃO
As contas podem ser classificadas de acordo com vários critérios. As contas serão
classificadas segundo a Teoria Patrimonialista, (que tem como objetivo o patrimônio das
entidades –controlar o patrimônio, apurar resultados e prestar informações), a qual separa as
contas que representam a situação estática (patrimônio ou A= P+PL) das contas que representam
a dinâmica da situação (receitas e despesas), quais sejam:
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
RAZÃO
Representação gráfica exigida obrigatoriamente para registrar os fatos contábeis (livros,
folhas e sistema de processamento de dados).
Registra as contas separadamente, para cada conta um razão distinto.
NOME DA CONTA
D
DATAS HISTÓRICO D C C SALDO
(relata o fato) (dívida) (haver) diferença
entre
D e C
+ e -
RAZONETE
NOME DA CONTA
Valores escriturados a débito Valores escriturados a crédito
coluna dos coluna dos
+ e - + e -
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Existem várias teorias para tentar explicar o débito e o crédito em contabilidade. Apesar
disso preferimos entender o mecanismo como uma forma de aumentar ou diminuir o valor de
uma conta.
CONTA
D C
esquerdo + ou - + ou - Direito
Como toda operação realizada na empresa tem seu reflexo imediato na Contabilidade,
portanto as operações serão registradas e classificadas (+ ou - ), segundo sua natureza (A, P e
PL) e respectivo valor.
A diferença entre o total dos débitos e o total dos créditos em um certo período é
chamado de saldo.
38
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
4.6. BALANCETE
É uma relação de contas extraídas do livro Razão (ou dos Razonetes) com seus saldos
devedores e credores. O principal objetivo do Balancete de Verificação é o de verificar se o
método das partidas dobradas foi respeitado.
Os Balancetes podem diferir uns dos outros com relação ao número de colunas utilizadas:
uns poderão conter apenas duas colunas, sendo uma destinada aos saldos devedores e outra aos
saldos credores; outros poderão conter colunas destinadas ao movimento (total do débito e do
crédito de cada conta) ou até mesmo para se lançar valores dos lançamentos de ajustes, conforme
o interesse do contabilista.
Veja o que dispõe a Norma Brasileira de Contabilidade, NBC T.2.7- do Balancete:
1- O Balancete de verificação do Razão é a relação de contas, com os seus respectivos saldos,
extraídos do Razão em determinada data.
2- O grau de detalhamento do Balancete deverá ser consentâneo com sua finalidade.
3- Os elementos mínimos que devem constar do Balancete são:
- identificação da Entidade;
- data a que se refere;
- abrangência;
- identificação das contas e respectivos grupos;
- saldos das contas, indicando se devedores ou credores;
- soma dos saldos devedores e credores.
4- O Balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter o nome e assinatura
do contabilista responsável, sua categoria profissional número de registro no CRC.
5- O Balancete deve ser levantado, no mínimo, mensalmente.
A soma da coluna do saldo devedor tem de ser igual à soma da coluna do saldo credor,
porque os fatos contábeis são registrados no livro Diário pelo método das partidas dobradas, cujo
princípio fundamental estabelece que, na escrituração, a cada débito deve corresponder um
crédito de igual valor. Assim, ao relacionarmos em um Balancete todas as contas utilizadas pela
Contabilidade de uma empresa, com seus respectivos saldos devedores e credores, a soma da
coluna do débito terá de ser igual à soma da coluna do crédito.
Modelo de Balancete:
Balancete de Verificação da empresa:
Data:
Contas Movimento Saldo
Débito Crédito Devedor Credor
Totais
39
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
4.7.1. CLASSIFICAÇÃO
A classificação é de acordo com a Lei n° 6.404/76 e suas alterações (Lei 11.638/07 e Lei
11.941/09).
No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que
registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da
companhia.
3- Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão
classificados separadamente.
No Balanço Patrimonial, essas Contas aparecerão como redutoras das respectivas Contas
sobre as quais foram criadas. Por exemplo:
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Imobilizado:
.
Móveis e Utensílios 100.000
(-) Depreciação Acumulada (10.000)
90.000
As Contas Retificadoras do Passivo que aparecem com mais freqüência são:
No Balanço, será subtraído da Conta Capital o valor correspondente ao Capital ainda não
Integralizado, que, de acordo com a forma jurídica da empresa, poderá estar representado por
Acionista Conta Capital a Integralizar, Quotistas Conta Capital a Integralizar ou outra.
O balanço portanto é uma demonstração simples e fácil de ser entendida, pois visa
mostrar a situação econômico-financeira da empresa aos usuários que não precisam
necessariamente ser especialistas.
41
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Entende-se como Ciclo Operacional o período de tempo que uma industria, por exemplo,
leva para produzir seu estoque, vende-lo e receber as duplicatas geradas na venda, entrando no
caixa. Em outras palavras, é o tempo que a empresa demora para produzir, vender e receber o
produto que ela fabrica.
Esse tempo é bastante relativo em função da operação da empresa, isto é, varia se uma
empresa é um supermercado ou uma metalúrgica (onde é preciso industrializar), por exemplo.
Ativo Passivo
Circulante Circulante
São contas que estão constantemente em São obrigações exigíveis que serão liquidadas
Giro, sendo que a conversão em dinheiro no próximo exercício social: nos próximos 365
será, no máximo, no próximo exercício. São dias após o levantamento do Balanço. São
classificadas em ordem crescente de classificados em ordem de prioridade de
liquidez: pagamento.
- Disponível
- Realizável a Curto Prazo
- Estoques
- Despesas do Exercício Seguinte
* Embora o conceito de Curto e Longo Prazo seja normalmente com base em 365 dias, poderia
ser diferente se o Ciclo Operacional da empresa ultrapassasse um ano. Neste caso, o Curto e
Longo Prazo seriam baseados no Ciclo Operacional.
42
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Plano de Contas é o agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas pela
contabilidade dentro de determinada empresa. Portanto, o elenco de contas considerado é
indispensável para os registros de todos os fatos contábeis.
Um Plano de Contas, portanto, deve registrar as contas que serão movimentadas pela
contabilidade de decorrência das operações da empresa ou, ainda, contas que, embora não
movimentadas no presente, poderão ser utilizadas no futuro. O ideal é cada empresa implantar,
dentro dos moldes estabelecidos pela legislação e tradição contábil brasileiras, o seu próprio
Plano de Contas, mesmo que, no decorrer do tempo, sejam feitas algumas alterações com o
objetivo de aperfeiçoá-lo.
O Plano de Contas com um único título para cada conta, ou um único título de conta para
determinada operação evita que diversas pessoas ligadas ao setor contábil (lançadores) registrem
um mesmo fato contábil ou uma mesma operação com nomenclaturas diferentes. Dessa forma,
com a padronização dos registros contábeis, mesmo que haja rotação de profissionais contábeis,
não ocorrerá perigo de falta de uniformidade das nomenclaturas.
O Plano tem por finalidade principal estabelecer normas de conduta para o registro das
operações da organização e, na sua montagem, devem ser levados em conta três objetivos
fundamentais:
atender às necessidades de informação da administração da empresa;
observar formato compatível com os princípios de contabilidade e com a norma legal
que regula a elaboração do balanço patrimonial e das demonstrações contábeis (ou
seja, a Lei nº 6.404/76 e suas alterações);
adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos `a empresa
(fornecedores, Bancos, Fisco, auditoria externa) e, particularmente, às regras da
legislação do Imposto de Renda. Na prática essa adaptação é feita quase que
automaticamente, adotando-se um Plano de Contas que, embora atenda as exigências
internas da empresa, não seja excessivamente “diferente” dos modelos usualmente
utilizados.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
PLANO DE CONTAS
A – CONTAS PATRIMONIAIS
I – ATIVO
10 – ATIVO CIRCULANTE
100 – DISPONÍVEL
100.1 CAIXA
100.2 BANCO CONTA MOVIMENTO
100.3 NUMERÁRIOS EM TRANSITO
100.4 APLICAÇÃO DE LIQUIDEZ IMEDIATA
101 – CONTAS A RECEBER (curto prazo)
101.1 CLIENTES
101.2 DUPLICATAS A RECEBER
101.3 PROMISSÓRIAS A RECEBER
101.4 (-) DUPLICATAS DESCONTADAS
101.5 (-) DUPLICATAS VENCIDAS E NÃO LIQUIDADAS *
101.6 ADIANTAMENTOS A EMPREGADOS
101.7 CHEQUES EM COBRANÇA
101.8 BANCOS CONTA ESPECIAL
101.9 DIVIDENDOS A RECEBER
102 – IMPOSTOS A RECUPERAR/COMPENSAR
102.1 ICMS A RECUPERAR
102.2 IPI A RECUPERAR
102.3 IRRF A RECUPERAR
102.4 OUTROS IMPOSTOS A RECUPERAR
103 – INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS A CURTO PRAZO
103.1 AÇÕES DE OUTRAS EMPRESAS
103.2 APLICAÇÕES FINANCEIRAS
103.3 FUNDOS DE INVESTIMENTOS
103.4 DIREITOS DE USO DE TELEFONE
103.5 DEPÓSITOS A PRAZO FIXO
104 – ESTOQUES
104.1 ESTOQUE DE MERCADORIA
104.2 ESTOQUE DE MATERIAIS DE EMBALAGEM
104.3 ESTOQUE DE MATERIAIS DE EXPEDIENTE
104.4 (-) PROVISÃO PARA PERDAS DE ESTOQUES
105 – DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
105.1 ALUGUÉIS PASSIVOS A APROPRIAR (OU A VENCER)
105.2 DESPESAS FINANCEIRAS A APROPRIAR (OU A VENCER)
105.3 JUROS PASSIVOS A APROPRIAR (OU A VENCER)
105.4 PRÊMIOS DE SEGURO A APROPRIAR (OU A VENCER)
105.5 OUTRAS DESPESAS PAGAS ANTECIPADAMENTE
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
II – PASSIVO
20 – PASSIVO CIRCULANTE
200 – OBRIGAÇÕES A FORNECEDORES (curto prazo)
200.1 DUPLICATAS A PAGAR
200.2 FORNECEDORES
201 – OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS
201.1 BANCOS CONTA CAUÇÃO
201.2 BANCOS CONTA EMPRÉSTIMO
201.3 DEBÊNTURES
201.4 FINANCIAMENTO A PAGAR
201.5 PROMISSÓRIAS A PAGAR
202 – OBRIGAÇÕES FISCAIS
202.1 CONFINS A RECOLHER
202.2 ICMS A RECOLHER
202.3 IPI A RECOLHER
202.4 PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
202.5 PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA
202.6 ISS A RECOLHER
202.7 PIS SOBRE FATURAMENTO A RECOLHER
203 – OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS
203.1 INSS
203.2 DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO A PAGAR
203.3 FÉRIAS A PAGAR
203.4 FGTS A RECOLHER
203.5 SALÁRIOS A PAGAR
204 – OUTRAS OBRIGAÇÕES
204.1 CLUBE SOCIAL A PAGAR
204.2 CONTRIBUIÇÃO SINDICATO DA CLASSE A RECOLHER
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
23 – PATRIMÔNIO LIQUIDO
230 – CAPITAL SOCIAL
230.1 CAPITAL SUBSCRITO
230.2 (-) CAPITAL A REALIZAR (TITULAR, ACIONISTAS ETC.)
231 – RESERVAS DE CAPITAL
232 – RESERVAS DE LUCROS
232.1 RESERVA LEGAL (p/aumento de Capital 5% do Lucro Liquido)
232.2 RESERVAS ESTATUTÁRIAS
232.3 RESERVAS PARA CONTINGÊNCIAS (compensar prejuízos ou perdas futuras)
232.4 RESERVAS PARA INVESTIMENTOS (prevista em contrato ou estatuto)
232.5 RESERVAS DE LUCRO A RECOLHER (saldo credor dos ajustes da C.M.)
233 – PREJUÍZOS ACUMULADOS
233.1 (-) PREJUÍZOS ACUMULADOS
235 - (-)AÇÕES EM TESOURARIA
B – CONTAS DE RESULTADO
30 – DESPESAS OPERACIONAIS
300 –DESPESAS COM VENDAS
PESSOAL
300.1 ASSISTÊNCIA MÉDICA E SOCIAL
300.2 COMISSÕES SOBRE VENDAS
300.3 CONDUÇÃO E TRANSPORTE
300.4 CONTRIBUIÇÕES PARA O FGTS
300.5 CONTRIBUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA
300.6 DÉCIMO TERCEIRO DE PREVIDÊNCIA
300.7 ENCARGOS SOCIAIS
300.8 FÉRIAS
300.9 GRATIFICAÇÕES
300.10 INDENIZAÇÕES
300.11 LANCHES E REFEIÇÕES
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
300.12 SALÁRIOS
300.13 SEGUROS DE ACIDENTE DE TRABALHO
300.14 VIAGENS E ESTADIAS
300.15 OUTRAS DESPESAS COM PESSOAL
OUTRAS
300.16 BRINDES E PRESENTES
300.17 COMBUSTÍVEIS
300.18 PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITO
300.19 FRETES E CARRETOS
300.20 MATERIAL DE EMBALAGEM
300.21 PERDAS COM CLIENTES
300.22 PROPAGANDA E PUBLICIDADE
300.23 SERVIÇOS DE TERCEIROS
300.24 DESPESAS EVENTUAIS
301 – DESPESAS FINANCEIRAS
301.1 DESCONTOS CREDITADOS
301.2 DESPESAS BANCÁRIAS
301.3 IOF
301.4 JUROS PASSIVOS
301.5 CPMF
302 – DESPESAS ADMINISTRATIVAS
PESSOAL
302.1 ASSISTÊNCIA MÉDICA
302.2 CONDUÇÃO E TRANSPORTE
302.3 CONTRIBUIÇÕES PARA O FGTS
302.4 CONTRIBUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA
302.5 DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO
302.6 ENCARGOS SOCIAIS
302.7 FÉRIAS
302.8 HONORÁRIOS DA DIRETORIA
302.9 INDENIZAÇÕES
302.10 LANCHES E REFEIÇÕES
302.11 PRÓ-LABORE
302.12 SALÁRIOS
302.13 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
302.14 VIAGENS E ESTADIAS
302.15 OUTRAS DESPESAS COM PESSOAL
GERAIS
302.16 ÁGUA E ESGOTO
302.17 ALUGUÉIS PASSIVOS
302.18 AMORTIZAÇÃO
302.19 COMBUSTÍVEIS
302.20 CORREIOS E TELÉGRAFOS
302.21 DEPRECIAÇÃO
302.22 ENERGIA ELÉTRICA
302.23 FRETES E CARRETOS
302.24 JORNAIS E REVISTAS
302.25 MATERIAL DE EXPEDIENTE
302.26 MATERIAL DE LIMPEZA
302.27 PRÊMIOS DE SEGURO
302.28 TELEFONE
302.29 DESPESAS EVENTUAIS
TRIBUNAIS
302.30 IMPOSTOS E TAXAS
OUTRAS
302.31 SERVIÇOS DE TERCEIROS
302.32 DESPESAS EVENTUAIS
303 – OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS
303.1 MULTAS FISCAIS
303.2 PERDAS NA REALIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS
303.3 VARIAÇÕES MONETÁRIAS PASSIVAS
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
31 – CUSTOS OPERACIONAIS
32 – DESPESAS OPERACIONAIS
320.1 PERDAS EM TRANSAÇÕES DO ATIVO PERMANENTE
IV – RECEITAS
40 – RECEITAS OPERACIONAIS
V – APURAÇÃO DE RESULTADO
50 – RESULTADO BRUTO
500.1 CUSTO DE MERCADORIAS VENDIDAS (CMV)
500.2 CUSTO DE SERVIÇOS PRESTADOS
500.3 RESULTADO DA CONTA MERCADORIA (RCM)
500.4 LUCRO SOBRE VENDAS
500.5 (-) PREJUÍZO SOBRE VENDAS
52 – RESULTADO LIQUIDO
520.1 RESULTADO DA CORREÇÃO MONETÁRIA
520.2 RESULTADO DO EXERCÍCIO
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Ativo Circulante
Realizável a Longo Prazo – Direitos que a empresa tem a receber após e termino do
exercício seguinte, serão realizados em dinheiro a longo prazo.(após 12 meses do
encerramento do Balanço).
Passivo Não Circulante– Obrigações para com terceiros, com vencimento após o
termino do exercício seguinte.
49
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
PATRIMÔNIO LIQUIDO
Capital Social
Subscrito – compromisso assumido
A Realizar – parcela ainda não (-) integralizada
Imobilizado – os bens com o passar do tempo, pelo uso, vão sofrendo deterioração
física e tecnológica e vão perdendo a capacidade produtiva. Dessa forma, os bens vão
perdendo a sua eficiência funcional. Esta perda vai sendo acumulada, de forma
aproximada, na conta (-) “Depreciação Acumulada”, que subtrairá o imobilizado.
Ex.: Valor Líquido do Bem = Valor Bruto – Depreciação Acumulada (dessa forma
teremos a aproximação dos valores dos ativos imobilizados em termos de potencial
futuro para a empresa).
A legislação do I.R. fixa a taxa de depreciação anual, a saber:
Ex.: Imóveis – 4% a.a.;
Veículos – 20% a. a;
Maq. e Equipamentos – 10% a.a.
50
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
5. APURAÇÃO DO RESULTADO
As contas de resultados são periódicas, isto é, somente deverão conter saldos, registros,
por um período (mês) de acordo com a duração do exercício contábil: o que significa que cada
conta terá saldo zero no inicio de um novo período. Nas contas de Resultado estão contidas as
transações que influenciam a Situação Líquida do Patrimônio .
Para que isso ocorra fazemos a transferência dos saldos das Despesas e Receitas para a
conta transitória, “Apuração do Resultado do Exercício”.
51
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Receitas não Operacionais – Advém das atividades estranhas às empresas: ganho com
venda do permanente, correção monetária, investimentos em outras empresas.
Para que isso ocorra deve-se transferir os saldos dessas contas para a conta Apuração do
Resultado do Exercício para apurarmos o Lucro/Prejuízo:
Exemplo:
D = RECEITAS DE
C = APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (ARE)
OBS.: Não se transfere o saldo das contas Despesas Antecipadas nem Receitas
Recebidas Antecipadamente (Resultado do Exercício Futuro).
52
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
• Provisões
Com base no saldo ajustado chamado de Resultado do Exercício antes do I.R. serão
calculados à alíquota determinada pela legislação do I.R. as seguintes provisões:
Provisão para Contribuição Social e Provisão para I.R. sobre Lucro Real (apurado no
LALUR)., a contabilização dessas duas deduções é feita da seguinte maneira:
• Participações
1- Aumento de Capital;
2- Compensação de Prejuízos anteriores;
3- Criação de Reservas de Lucros - (5%);
4- Distribuição aos sócios em forma de dividendos – (25%)
5- Permanência na própria conta apara futuras destinações.
Obs.: As Reservas extraídas dos Lucros são constituídas com base no que estabelecem os
estatutos ou por propostas da administração, aprovadas pela Assembléia Geral da Cia. (nas
sociedades por ações). Essas destinações obedecem a Lei das Sociedades anônimas – Lei nº
6.404/76. Nas demais sociedades são regidas pelas cláusulas contratuais.
53
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Razão. Todas as contas de Resultado deverão estar com os saldos zerados, este Balancete será
composto apenas por contas Patrimoniais.
- Método da conta mista: utilizar uma única conta, que poderá ser chamada de
Mercadorias, ou Estoque de Mercadorias, ou outra semelhante, para registrar todas as operações
com mercadorias (estoque inicial e final, compras, vendas, devoluções de compras e devoluções
de vendas);
- Método da conta desdobrada: usar as três contas básicas: Estoque de Mercadorias (para
registrar os estoques inicial e final), Compras de Mercadorias e Vendas de Mercadorias. Podem,
ainda, ser utilizadas as contas Compras Anuladas (para registrar as devoluções de compras) e
Vendas Anuladas (para registrar as devoluções de vendas). A empresa poderá optar por um dos
dois métodos, mas não poderá utilizar ambos ao mesmo tempo, para não prejudicar a
uniformidade de seus registros contábeis.
A empresa pode ainda adotar um dos seguintes sistemas, independente de qual método
utilizar:
APURAÇÃO EXTRACONTÁBIL
CMV = EI + C - EF
Onde:
CMV = custo da mercadoria vendida
EI = estoque inicial de mercadorias
C = compras de mercadorias
EF = estoque final de mercadorias
RCM = V - CMV
Onde:
RCM = resultado com mercadorias
V= Vendas
CMV = custo da mercadoria vendida
54
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
- ICMS – que dizer Imposto sobre Operações Relativas a Circulação de Mercadorias e sobre
a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. Ele
é de competência estadual, incidindo sobre a circulação de mercadorias e sobre a prestação
de serviços de transportes, comunicações e fornecimento de energia elétrica.
Onde:
CMV = custo das mercadorias vendidas
EI = estoque inicial
C= compras de mercadorias
FC = frete e seguros sobre compras
CA = compras anuladas
DIO = descontos incondicionais obtidos
AC= abatimentos sobre compras
EF = estoque final
PEPS ou FIFO – primeiro a entrar, primeiro a sair ou na sigla inglesa (First IN, First
Out). Nesse critério a valorização do custo da mercadoria se dá pela ordem cronológica de
entrada no estoque.
55
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
UEPS ou LIFO – último a entrar, primeiro a sair ou na sigla inglesa (Lest in, First Out). Nesse
critério a valorização do custo se dá pela última ordem de entrada, ou seja, o último produto a
entrar, será o primeiro a sair do estoque, evidenciando o inverso do critério PEPS.
Média Ponderada – neste critério são considerados os valores médios do estoque, independente
da sua ordem de chegada. A valorização é realizada pela média da mercadoria em estoque.
56
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
Renda. Caso a entidade queira adotar tal critério, deverá elaborar paralelamente outro critério e
oferecer a diferença à tributação. Veja o gráfico de comparação a seguir:
• DEMONSTRAÇÃO DEDUTIVA
A DRE completa, exigida por lei, fornece maiores minúcias para a tomada de decisão:
grupos de despesas, vários tipos de lucros, destaque dos impostos etc.
• Está-se admitindo que sejam despesas, por isso, o sinal negativo. Todavia, se receita o sinal deverá ser
positivo.
57
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
5.5.1- RECEITA BRUTA – Total geral de vendas. É o total vendido no período, incluídos aí
os impostos sobre vendas (pertencem ao governo) e dela não foram extraídas as
devoluções (vendas canceladas) e os abatimentos (descontos) ocorridos no período.
Impostos e taxas sobre vendas – são aqueles gerados no momento da venda, variam
proporcionalmente as vendas, ou seja, quanto maior for o total das vendas, maior será o
imposto. Os mais comuns são:
• IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados (governo federal);
• ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (governo estadual).
Feitos os ajustes na receita bruta, acima descritos, chega-se a um valor mais indicativo
que é a Receita Líquida.
5.5.2 – LUCRO BRUTO – é diferença entre a venda de Mercadoria e o Custo dessa mercadoria
vendida, sem considerar despesas administrativas, de vendas e financeiras. Subtrai-se da receita
o custo da mercadoria ou de fabricação do produto ou do serviço colocado a disposição do
consumidor e o resultado é o Lucro Bruto.
5.5.7 – LUCRO LÍQUIDO – A sobra pertencente aos proprietários (ou à entidade). Após a
dedução do IR, faz-se as deduções das participações, previstas nos estatutos:
• de debêntures – As cias. Podem solicitar empréstimos públicos em geral pagando juros
periódicos e concedendo amortizações regulares. Para tanto emitirão títulos de longo
prazo com garantias: são as debêntures.
58
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
5.5.8 – LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO - Após deduzidas dos resultados as participações e
contribuições, o que remanescer é o Lucro Líquido. Dividindo-se o Lucro Líquido pelo número
de ações em que está dividido o capital da empresa, obtém-se o Lucro Líquido por Ação do
Capital Social.
Quando a contabilidade apura o lucro de uma empresa, surge a questão: qual o destino
que se vai dar para este lucro? – Normalmente, uma parcela do lucro é distribuída aos donos da
empresa (acionista ou sócio) em dinheiro, remunerando o capital investido. Esta remuneração é
conhecida como dividendos. Outra parcela visa a reaplicação na empresa, no sentido de
fortalecer o Capital Próprio. Esta parcela é conhecida como lucro retido (não distribuído) que
constituem Reservas de Lucros e, irá se incorporara ao Capital Social no Patrimônio Líquido,
de acordo com a lei das S.As. e aprovadas em reunião de acionistas Assembléia Geral Ordinária
(AGO).
• Reserva Legal - “Do Lucro Líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados,
antes de qualquer destinação, na constituição de Reservas Legal, que não excederá 20%
(vinte por cento) do Capital Social. A Reserva Legal tem por fim assegurar a Integridade
do Capital Social e somente poderá ser utilizada para compensar Prejuízos ou aumentar
Capital” (lei das S.As.).
• Reserva Estatutária – Previstas nos estatutos da empresa, e devem
o indicar, de modo preciso e completo, a sua finalidade;
o fixar os critérios para determinar a parcela anual dos Lucros Líquidos que serão
destinados a sua constituição; e
o estabelecer o limite máximo de Reservas (Lei das S.As.).
• Reserva para Contingência – Com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a
diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.
• Reserva Orçamentária – Retidas para expansão da empresa quando prevista em
orçamento de capital aprovado pela AGO.
59
APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
• Reserva de Lucros a Realizar – Pode haver parte do lucro que ainda não foi realizada
financeiramente, poderá, portanto, ser (é optativa) deduzida do Lucro Líquido do
Exercício – para cálculo do lucro que servirá de base para distribuição de dividendos,
sendo revertida (somada ao lucro) em exercícios futuros, em que houver realização
financeira.
É a parte do lucro que se destina aos acionistas da companhia. Na lei das S.As. observa-
se a introdução do Dividendo Mínimo Obrigatório, com o objetivo básico de proteger os
acionistas, sobretudo os minoritários. O estatuto poderá estabelecer o Dividendo com a
porcentagem do Lucro ou do Capital Social, ou fixar outros critérios para determiná-lo,
desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas
minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria.
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APOSTILA - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
BIBLIOGRAFIA
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