Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

0% acharam este documento útil (0 voto)
9 visualizações3 páginas

FUNGOS

Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOC, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
9 visualizações3 páginas

FUNGOS

Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOC, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 3

FUNGOS

Os fungos são seres eucariontes (possuem membranas formando compartimentos), possuem


forma de crescimento multicelular, filamentosa ou alongada (as leveduras são unicelulares). Os fungos
não têm células móveis em qualquer fase de seus ciclos de vida e nenhuma conexão evolutiva direta
com as plantas. Plantas e fungos foram derivados independentemente de grupos unicelulares
eucarióticos (núcleo envolto por membrana) diferentes.
Os fungos, juntamente com bactérias e outros poucos grupos de organismos heterotróficos, são
os decompositores da biosfera. Suas atividades são tão necessárias para a continuidade da existência
do mundo, como nós os conhecemos, quanto são aquelas dos produtores. A decomposição libera
dióxido de carbono na atmosfera e retorna compostos nitrogenados e outras substancias ao solo, onde
eles podem ser utilizados novamente – reciclados – pela plantas e eventualmente pelos animais.
Estima-se que, em média, os 20 cm superiores de solo fértil podem conter quase 5 toneladas de fungos
e bactérias por hectare. Umas 500 espécies de fungos conhecidas, representando grupos distintos, são
marinhas, degradando a matéria orgânica no mar, assim como o fazem as terrestres.
Como decompositores, os fungos freqüentemente entram em conflito com os interesses do
homem. Um fungo não distingue uma árvore apodrecida que caiu na floresta de um poste utilizado
como cerca, é provável que o fungo ataque tanto um como o outro. Equipados com um arsenal
enzimático poderoso que quebra as substâncias orgânicas, os fungos são, muitas vezes, incômodos e
altamente destrutivos. Os fungos atacam tecidos, tintas, papelão, couros, ceras, combustíveis,
petróleo, madeiras, papéis, isolamentos de cabos e fios, filmes fotográficos e mesmo lentes de
equipamentos ópticos – de fato, quase qualquer material concebível. Ainda que algumas espécies de
fungos possam ser altamente específicas a determinados substratos (material por ele degradado),
como um grupo eles podem atacar qualquer coisa. Por toda parte são considerados o “castigo” dos
produtores, distribuidores e vendedores de alimentos, por crescerem sobre pães, frutas frescas,
legumes, carnes e outros produtos. Os fungos reduzem o valor nutricional bem como a palatabilidade
de tais produtos alimentares. Também produzem toxinas, algumas das quais – as aflatoxinas – são
altamente carcinogênicas, mostrando seus efeitos em concentrações muito baixas, como poucas
partes por bilhão.
A importância dos fungos como pragas amplia-se, do ponto de vista comercial, pela habilidade
de crescer sob condições amplas. Assim, algumas linhagens de Cladosporium herbarum, que atacam
carnes estocadas, podem crescer a temperaturas tão baixas quanto -6ºC em contraste, uma espécie de
Chaetomium cresce numa temperatura ótima de 50ºC e sobrevive mesmo até a 60C.
As qualidades que fazem dos fungos importantes pragas podem torná-los também de alto valor
comercial. Certas leveduras são úteis porque produzem substâncias tais como etanol e dióxido de
carbono, os quais têm papel preponderante na panificação, fermentação e indústria do vinho. Outros
fungos proporcionam sabor a aroma distintos em diferentes tipos de queijos. O uso comercial dos
fungos na indústria está crescendo, e muitos antibióticos – incluindo a penicilina, a primeira de tais
substâncias a ser largamente utilizada – são produzidos por fungos. Dezenas de fungos são ingeridos
regularmente pelo homem, e alguns deles são cultivados comercialmente. A habilidade dos fungos em
degradar substâncias está levando à investigação desses organismos em programas de “limpeza do
meio ambiente”.
Um exemplo notável do valor de compostos derivados dos fungos é a ciclosporina, uma “droga
maravilhosa”, que se tornou disponível em 1979 e que foi isolada do fungo Tolypocladium inflatum,
habitante do solo. A ciclosporina reprime as reações imunológicas que causam rejeição de órgãos
transplantados, reduzindo assim a probabilidade de rejeição, com a vantagem de não apresentar os
efeitos colaterais indesejáveis de outras drogas usadas para esse fim. Somente com o advento dessa
droga extraordinária fez-se possível o retorno às atividades de transplante de órgãos, as quais haviam
sido praticamente abandonadas no início de 1980.
Os tipos de relações entre os fungos e outros organismos são extremamente diversos. Por
exemplo, 4/5 de todas as plantas vasculares, formam associações mutualistas benéficas (chamadas
micorrizas) entre suas raízes e os fungos, essas associações desempenham um papel crítico na
nutrição das plantas. Como outro exemplo, liquens são associações simbióticas entre fungos e células
de algas ou de cianobactérias, os liquens ocupam muitos habitats extemamente hostis. Muitos fungos
atacam organismos vivos, antes que eles morram, e muitas vezes o fazem de modo surpreendente.
Eles são os principais responsáveis pelas doenças das plantas, acima de 5.000 espécies de fungos
atacam culturas de alto valor econômico, bem como plantas ornamentais e outras não cultivadas.
Certos fungos atacam árvores vivas, causando enormes perdas na produção de madeiras. Outros
fungos causam sérias doenças no homem e em animais domésticos.
Cerca de 77.000 espécies de fungos (incluindo liquens) foram descritas e muitas outras espécies
espera-se ainda serem descobertas. Acredita-se que existam tantas espécies de fungos quanto são as
espécies de plantas, embora poucos fungos tenham sido descritos.
A BIOLOGIA DOS FUNGOS
Os fungos são essencialmente terrestres. Embora muitos fungos sejam unicelulares, a maioria é
filamentosa, e estruturas tais como as dos cogumelos consistem em muitos filamentos densamente
unidos. Os filamentos dos fungos são conhecidos como hifas, e uma massa de hifas é chamada micélio.
O crescimento das hifas ocorre pela região apical, embora as proteínas sejam sintetizadas em todo o
micélio. As hifas crescem rapidamente e um fungo pode produzir mais de 1 Km de micélio em 24 horas.
A parede celular nos fungos é constituída por um polissacarídeo denominado quitina, que é a
mesma substância encontrada nos revestimentos, ou exoesqueletos dos artrópodos, tais como insetos,
aracnídeos e crustáceos. A quitina é mais resistente à degradação microbiana que a celulose
(componente da parede celular de plantas).
Com seu rápido crescimento e forma filamentosa, os fungos têm uma relação com o seu
ambiente muito diferente de qualquer outro grupo de organismos. A relação superfície/volume é muito
alta, e assim eles estão em íntimo contato com o ambiente, como as bactérias. Comumente nenhuma
parte de um fungo está mais do que alguns poucos micrômetros do ambiente externo, estando
separado somente pela fina parede e a membrana plasmática. Com seu micélio extenso, um fungo
pode acarretar um efeito acentuado ao seu redor - por exemplo, na agregação de partículas de solo.
Hifas da mesma espécie freqüentemente se fundem, mesmo quando tiverem origem de esporos
diferentes, aumentando, assim, a intrincada rede de filamentos fúngicos.
Um aspecto dessa relação íntima entre os fungos e o ambiente acontece porque todas as suas
partes são metabolicamente ativas; camadas mortas de tecidos, tais como o cerne, não apresentam
fungos. As enzimas e outras substâncias secretadas pelos fungos têm um efeito imediato ao redor e
soa importantes para a manutenção dos próprios fungos. Os fungos absorvem o alimento
principalmente pelo ápice da hifa e/ou nas proximidades dessa região.
Todos os fungos são heterotróficos (não produz seu alimento). Para obtenção de seu alimento
eles agem como sapróbios (vivendo sobre matéria orgânica proveniente de organismos mortos).
Alguns fungos, principalmente leveduras, podem liberar energia pela fermentação, tal como acontece
na produção de álcool etílico a partir da glicose. Glicogênio é o principal polissacarídeo de reserva de
muitos fungos, bem como em animais e em bactérias; os lipídios têm importante papel como reserva
em outros membros do grupo.
Hifas especializadas, conhecidas como rizóides, ancoram aos substratos alguns tipos de fungos.
Fungos parasitas, freqüentemente têm hifas especializadas similares, chamadas haustórios, as quais
absorvem alimentos diretamente das células de outros organismos.
Todos os fungos têm parede celular e produzem esporos. Os fungos não são móveis e não
produzem células com cílios ou flagelos durante seus ciclos de vida. Muitos esporos são dispersos pelo
vento ou pela água, enquanto outros são transportados por insetos ou outros artrópodos.
REPRODUÇÃO NOS FUNGOS
As estruturas reprodutivas dos fungos são separadas das hifas por septos. Essas estruturas são
chamadas gametângios se estiverem diretamente envolvidas na produção de gametas, e esporângios
(zigomicetos) ou células conidiogênicas (ascomicetos e alguns basidiomicetos) se estiverem
diretamente envolvida na produção de esporos assexuados. A meiose típica se segue à formação do
zigoto em todos os fungos; em outras palavras, a meiose nos fungos é zigótica.
Esporos imóveis são característicos na reprodução dos fungos. Alguns desses esporos são secos
e muito pequenos; eles podem permanecer em suspensão no ar por longos períodos, sendo assim
carregados a grandes altitudes e distâncias. Essa propriedade ajuda a explicar a ampla distribuição de
muitas espécies. Outros esporos são mucilaginosos e aderem aos corpos dos insetos e outros
artrópodos que se encarregam de espalhá-los de um lugar para outro. Os esporos da maioria dos
fungos são ejetados balisticamente para o ambiente. As cores vivas e texturas pulverulentas
freqüentemente vistas nos fungos são produzidas pelos esporos.
OS GRANDES GRUPOS DE FUNGOS
- FILO ZYGOMYCOTA
A maioria dos zigomicetos vive no solo, sobre matéria orgânica em decomposição. Alguns são
parasitas de plantas, insetos ou pequenos animais do solo e poucos causam doenças graves no homem
e nos animais domésticos. Há aproximadamente 765 espécies descritas de zigomicetos. É
característica universal dos zigomicetos a reprodução assexuada por intermédio de esporos produzidos
em esporângios mais ou menos especializados. Um membro muito conhecido dessa divisão é o
Rhizopus stolonifer, o bolor preto que forma massas cotonosas na superfície de alimentos úmidos e
ricos em carboidratos (açúcares) e que ficam expostos ao ar, sendo um sério destruidor de frutas e
vegetais estocados. Outros exemplos são os fungos da ordem Entomophthorales, que são parasitas de
insetos e o gênero Glomus, importante na formação de micorrizas com raízes de plantas.

- FILO ASCOMYCOTA
A estrutura produtora dos esporos sexuados chamada ascocarpo é em forma de saco.
Com mais de 30000 espécies, este filo inclui numerosos fungos de importância econômica, como as
trufas, numerosos bolores verdes, amarelos e vermelhos. O gênero Neurospora foi fundamental para
estudos de genética. Pertencem também a este filo, as leveduras.
- FILO BASIDIOMYCOTA
São incluídos neste filo mais de 16.000 espécies, sendo eles os cogumelos, as ferrugens e os carvões,
importantes parasitas de plantas. São muito importante na decomposição de substratos vegetais,
atingem para decompor 2/3 da biomassa não animal dos solos. A estrutura produtora de esporos
sexuados é o basidiocarpo, vulgarmente conhecido por cogumelo.
- FILO DEUTEROMYCOTA
Este filo inclui todos os fungos que não são conhecidos, ou que por algum motivo não tenha sido
classificado, como no caso do gênero Penicillium, que tem sua fase sexuada conhecida, mas não e
considerada na sua classificação devido à sua elevada semelhança com outros fungos deste filo.
Apresenta mais de 17.000 espécies, a maioria das quais parece ser de ascomicetos.
A estrutura produtora de esporos sexuados, o basidiocarpo, é vulgarmente conhecido por
cogumelo. Este resulta da fusão de dois micélios diferentes e irá produzir basídios, células em forma de
clava e separadas do restante do micélio por septos. Deles, formam-se os basidiósporos, em grupo de
4 e presos por pequenos pedúnculos.

RELAÇÕES SIMBIÓTICAS COM FUNGOS

Líquens
Os liquens são associações simbióticas entre um componente fúngico (micobionte) e uma
população de algas unicelulares ou filamentosas ou de cianobactérias (fotobionte). O tipo de simbiose
permanece controverso: alguns pesquisadores atuais apontam evidências de que o micobionte,
“domina” o fotobionte, controlando, inclusive, sua divisão celular; por outro lado, muitos defendem a
relação como uma simbiose mutualista, visto que o fungo recebe da alga carboidratos e compostos
nitrogenados, mas repassa a ela nutrientes minerais por ele absorvidos, do ar ou da chuva, além de
proporcionar um ambiente físico adequado à sua sobrevivência. Além disso, tais autores afirmam que
nenhum dos parceiros poderia viver sozinho no nicho em que ocupam como líquens.
A grande maioria dos líquens (cerca de 98%) tem, como componente fúngico, um Ascomycota.
Os liquens são bons indicadores da ação antrópica, por serem muito sensíveis à poluição.
Podem ser pioneiros em ambientes rochosos, onde causam erosão através dos ácidos liquênicos. O talo
dos líquens pode ser:
·folhoso - estratificado, com alguns rizóides fixando o talo em pontos definidos;
·gelatinoso - variação do folhoso, com consistência gelatinosa; não estratificado;
·crostoso - assemelha-se ao folhoso, mas não apresenta córtex inferior nem rizóides, aderindo-se
fortemente ao substrato.
·fruticoso - com aspecto arborescente; tem muitas camadas distintas.

Micorrizas
Associações mutualistas com as plantas: potencializam a absorção de minerais. Ocorrem na
maioria das plantas vasculares. Os fungos proporcionam um incremento na absorção de água e
elementos essenciais, especialmente fósforo e também protegem as raízes contra o ataque de outros
fungos patogênicos ou de nematóides. Em troca, recebem carboidratos e vitaminas.
Acredita-se que as micorrizas muito colaboraram para o desenvolvimento das plantas
vasculares, ao longo da evolução, especialmente para a conquista do ambiente terrestre, devido à
existência de solos ainda muito pobres em épocas remotas. Tal inferência é possível, quando
observamos plantas atuais, que vivem sobre solos pobres, como áreas de mineração: as plantas com
micorrizas possuem maiores chances de sobrevivência. Atualmente acredita-se que os primeiros a
conquistarem o ambiente terrestre devem ter sido, na verdade, uma associação, como algo comparado
aos líquens.
Há dois tipos básicos: as endomicorrizas, que penetram nas células da raiz e as ectomicorrizas,
que as circundam.
Endomicorrizas: representam o maior número (cerca 80%). Os fungos participantes da simbiose são
zigomicetos (cerca. de 200 espécies da ordem Glomales).
Ectomicorrizas: em certos grupos de arbustos e árvores de zonas temperadas, como os carvalhos, os
salgueiros e os pinheiros. Os fungos participantes desse tipo de micorriza são basidiomicetos e alguns
ascomicetos.

Você também pode gostar