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Glossário

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História A

Glossário
por Beatriz Costa

Mercado Nacional
Diz se da capacidade aquisitiva da procura interna que, no caso da Inglaterra, no século
XVIII, foi favorecido por: crescimento demográfico, abolição dos entraves à circulação dos
produtos, incremento dos transportes e crescimento urbano

Bolsa de valores
É a instituição financeira em que se transacionam bens mobiliários, como fundos do Estado,
ações e obrigações.

Revolução Industrial
Em sentido estrito, é um conjunto de transformações técnicas e econômicas que se iniciaram
na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e se alegraram a quase todos os países da
Europa e da América do Norte no decorrer do século XIX. Considera se, geralmente, que foi
a invenção da máquina a vapor e a sua subsequente aplicação aos transportes e à indústria a
vapor e sua subsequente aplicação aos transportes e à indústria que provocaram a rápida
mudança nos modos de produção (da manufatura passou se a maquinofatura). Em sentido lato
“Revolução Industrial” significa o conjunto de modificações estruturais profundas que se
estabeleceram na economia, na sociedade e na mentalidade do mundo ocidental, no período
atrás referido.

Bandeirante
Trata-se de um indivíduo participante numa bandeira, termo pelo qual ficaram conhecidas as
expedições armadas que percorriam o interior do Brasil em busca de ouro e escravos. As
bandeiras prolongaram-se do século XVI ao século XVIII, tendo como centro São Paulo, pelo
que os bandeirantes são também conhecidos por “paulistas” ou “gentes de São Paulo”. A
ação dos bandeirantes foi também da maior importância para o conhecimento do território e
para a fixação das fronteiras do Brasil.

Iluminismo
Corrente filosófica que se desenvolveu na Europa do século XVIII e que se caracterizou pela
crítica à autoridade política e religiosa, pela afirmação da liberdade e pela confiança na razão
e no progresso da ciência, como meios de atingir a felicidade humana. Originários da
Inglaterra (Enlightenment) e da Holanda, as “luzes” fizeram da França o seu principal centro,
e especialmente de Paris, irradiaram para a Europa e para o mundo. Na Alemanha, por
exemplo, o movimento é conhecido pelo nome de Aufklarung (esclarecimento) e na Espanha
por Ilustración (ilustração).
Soberania popular
Teoria política que defende que a suprema autoridade do Estado reside no povo, que a
confere aos governantes através de um “pacto” ou “contrato”, implícito ou explícito. É o
respeito por este pacto que torna legítimo o poder de quem governa. Defendida por
pensadores como Locke ou Rousseau, a soberania popular opõe-se à teoria da origem divina
do poder real, defendida pelo absolutismo régio, e mantém se um fundamento essencial das
democracias atuais.

Divisão de poderes
Princípio político que se esboça na Grécia Antiga e tem por finalidade evitar a concentração
dos poderes do Estado nas mãos de um só órgão ou governante. O princípio da divisão dos
poderes foi sistematizado , de forma muito clara, por Montesquieu, que considerou a
existência de três poderes distintos: o legislativo, o executivo e o judicial. Estes três poderes,
que se equilibram entre si e que em conjunto, correspondem a toda a autoridade do Estado,
devem ser exercidos por órgãos distintos e independentes, de forma que cada um desses
órgãos exerça um poder limitado.

Época Contemporânea
Período cronológico da história da humanidade, no mundo ocidental, que decorre desde os
finais do século XVIII ate aos nossos dias. A periodização tradicional inicia esta época em
1789, com a eclosão da Revolução Francesa.

Revoluções Liberais
Movimentos de contestação ao Antigo Regime que se espalharam pela Europa e as Américas,
entre as últimas décadas do século XVIII e o século XIX, resultando na eliminação do
absolutismo e da sociedade de ordens e na concretização dos ideais iluministas de soberania
de poderes.

Constituição
Diploma elaborado pelos deputados da Nação que define as regras da vida política,
consagrando: os direitos e as liberdades dos cidadãos; a soberania nacional; a forma de
governo e a distribuição dos poderes. A instituição de uma Constituição, lei máxima do
Estado, deve se ao Liberalismo, que assim legitimava o poder político, pondo cobro à
arbitrariedade do Absolutismo.

Monarquia Constitucional
Regime político cujo representante máximo do poder executivo é um rei, que tem a sua
autoridade regulamentada e limitada por uma Constituição.
Soberania nacional
Princípio decorrente da Filosofia das Luzes, segundo o qual a fonte de poder político reside
na nação. Esta poderá exercê-lo de forma direta ou por delegação nos governantes (elegendo
os, por exemplo), considerando seus representantes.

Sufrágio censitário
Modalidade de voto restrito em que só pode ser exercido pelos cidadãos que pagam ao Estado
uma determinada quantia em dinheiro relativa a contribuições diretas (impostos) - o chamado
censo.

Sistema representativo
Processo em que a tomada das decisões políticas cabe a um corpo especializado de cidadãos
(os políticos), mandatados pela nação, por exemplo através de eleições.

Estado laico
Estado que se assume não confessional, libertando-se da influência religiosa. Retira à(s)
Igreja(s) todo e qualquer poder sobre o ensino, a assistência e a legislação civil. Em casos
extremos, o laicismo do Estado conduz ao anticlericalismo e ao ateísmo.

Vintismo
Tendência do liberalismo portugues, instituída na sequência da Revolução de 1820 e
consagrada na Constituição de 1822. Caracteriza se pelo radicalismo das suas posições, ao
proclamar o princípio da soberania popular, ao limitar as prerrogativas reais e ao não
reconhecer qualquer situação de privilégio à nobreza e ao clero.

Carta Constitucional
Documento regulador da vida política de um Estado, cuja iniciativa pertence aos governantes,
que a outorgam à noção.

Cartismo
Projeto político do liberalismo moderado defensor da legalidade da Carta Constitucional,
outorgado por D. Pedro IV em 1826. Ao contrário do projeto radical vintista, valorizava
alguns privilégios à nobreza e ao clero.

Setembrismo
Facção radical do liberalismo portugues, defensora do vintismo, como o da soberania
nacional ser a fonte de toda a autoridade. Opositor da Carta Constitucional, o setembrismo
vigorou de 1836 a 1842.
Cabralismo
Período de vigência do liberalismo português (1849-1851) que se identifica com a
governação de Costa Cabral. Caracterizado por um exercício autoritário do poder, repôs a
Carta Constitucional, fomentou as obras públicas e reformou o aparelho administrativo e
fiscal.

Liberalismo econômico
Doutrina económica, baseada no individualismo, na liberdade absoluta de cada membro da
sociedade e na ideia da ordem natural, segundo a qual a iniciativa privada deve atuar
livremente para que os desejos e os interesses de todos sejam satisfeitos da melhor maneira
possível. Consequentemente, o Liberalismo é contra qualquer intervenção do Estado em
matéria econômica; não lhe reconhece outra atribuição que não seja garantir a liberdade total
da iniciativa privada na produção e na comercialização de bens.

Romantismo
Movimento cultural do século XIX que exalta o instinto e privilegia as emoções contra a
razão. Para além de um movimento cultural, com manifestações na literatura, na pintura e na
música, o Romantismo foi um estado de espírito que fez bandeira na liberdade e do
individualismo, pelo que se converteu na ideologia dos revolucionários liberais..

Capitalismo industrial
Tipo de capitalismo que se desenvolveu na segunda metade do século XIX e que se
caracteriza por um investimento maciço na indústria, pela formação de grandes concentrações
empresariais e novas formas de organização do trabalho. O capitalismo industrial assenta
numa clara divisão entre os detentores do capital (edifícios, fábricas, maquinaria, matéria -
prima, etc) e o trabalho, representado pela mão de obra assalariada.

Livre-cambismo Sistema que liberaliza as trocas internacionais. No sistema


livre-cambismo, o Estado deve abster se de interferir nas correntes de comércio, pelo que os
direitos alfandegários, a fixação de contingentes (de importação ou exportação) e as
proibições de entrada ou saída devem ser abolidas ou, pelo menos, reduzir se ao mínimo.

Crise cíclica
Estado periódico de agudo mal-estar e de mau funcionamento da economia. Enquanto nas
economias pré- industriais as crises eram, sobretudo, de penúria e de escassez, nas economias
industriais as crises são provocadas por fenômenos de superprodução. As crises do
capitalismo caracterizam-se pela rápida descida dos preços, da produção e dos rendimentos.
Ocasionam numerosas falências, a subida do desemprego e a queda das cotações bolsistas.
Explosão demográfica
Aceleração do crescimento do crescimento da população mundial que, no século XIX, quase
duplicou os seus efetivos. O fenômeno, particularmente forte na Europa, ficou a dever-se à
redução drástica e irreversível da mortalidade e ao aumento da esperança de vida. Quanto à
natalidade, manteve-se alta até cerca de 1870, altura em que se inicia, também, o seu
irreversível declínio.

Sociedade de classes
Tipo de sociedade que se generaliza no mundo ocidental desde o século XIX. Caracteriza- a a
unidade do corpo social, na medida em que os indivíduos, nascidos livres e iguais em
direitos, dispõem do mesmo estatuto jurídico. A diversidade social baseia se, essencialmente,
no estatuto económico, gerador de diferentes classes sociais.

Profissões liberais
Profissões exercidas por conta própria, cujos membros dependem de uma Ordem, isto é, de
um organismo profissional que lhes impõe regras. Ex: médicos, advogados, engenheiros,
contabilistas, farmacêuticos.

Consciência de classe
Perceção explícita de pertença a uma classe social específica, por parte de indivíduos ou
grupos. Implica a solidariedade para com os elementos da mesma classe e o distanciamento
relativamente às outras classes sociais.

Proletariado
Segundo a terminologia marxista , significa a classe operária que, sem meios de produção (a
não ser os seus filhos, a sua prole), vende a sua força de trabalho (manual) em troca de um
salário. O termo proletário remonta à Roma Antiga, abrangendo os cidadãos de inferior
categoria, isentos de impostos, cuja única função social era gerar filhos.

Movimento operário
Conjunto de ações levadas a cabo pelos trabalhadores assalariados, para a concretização das
suas reivindicações. Na ótica marxista, é a expressão da luta de classes. Associações de
socorros mútuos, cooperativas, sindicatos, greves, manifestações, eis como se traduziu o
movimento operário, empenhado não só na melhoria das condições econômicas e sociais
(aumento do salário, diminuição do horário de trabalho, assistência na doença, velhice,
desemprego) mas também na obtenção de direitos políticos propriamente ditos.

Sindicalismo
Vertente do movimento laboral que se organiza através dos sindicatos, associações de
trabalhadores que exercem a mesma profissão.
Socialismo
Teoria que defende a supressão das diferenças entre as classes sociais, mediante a apropriação
pública dos meios de produção e a sua distribuição mais equitativa. As teorias socialistas
remontam à Antiguidade e encontraram eco no Renascimento, em Thomas More e
Campanella. No século XIX, o socialismo ressurgiu quando vários pensadores denunciaram
as deficiências do capitalismo , criticaram as injustiças sociais e apresentaram soluções de
alternativa.

Marxismo
Termo derivado do nome do filósofo, historiador e economista alemão Karl Marx, que se
aplica à doutrina filosófica, política, econômica e social por ele elaborada juntamente com
Friedrich Engels. A perspetiva marxista concebe a História como uma sucessão de modos de
produção (esclavagismo, feudalismo, capitalismo), sucessão essa devida à luta de classes. A
luta de classes entre proletários e burgueses conduziria à destruição do capitalismo, à
implantação da ditadura do proletariado e, finalmente, à construção do comunismo - a
verdadeira sociedade socialista, sem classes e sem Estado.

Internacional operária
Organismo onde estão representadas associações de trabalhadores de vários países, tendo em
vista a coordenação das suas atividades.

Nacionalismo
Sentimento de pertença de um povo a uma comunidade dotada de língua, religião, tradições
culturais e passado histórico comuns. Identificado com o patriotismo, o nacionalismo tanto
justifica o direito dos povos à auto governação como pode fundamentar uma política belicista
de conquistas territoriais e de racismo para com as minorias.

Imperialismo
Domínio que um Estado exerce sobre outros Estados ou outras nações, alargando o seu poder
e influência. Este domínio pode revestir se de um cariz político, econômico ou cultural. A
forma mais completa de imperialismo é o colonialismo.

Colonialismo
Domínio que um Estado exerce sobre os outros territórios, geralmente longínquos (as
colónias), que se veem privadas de autonomia. é uma forma de imperialismo completa, já que
se exerce a nível político (territórios não independentes), econômico (exploração dos recursos
das colônias a sua subordinação aos interesses dos pais colonizador) e culturais (valorização
da cultura do colonizador).

Regeneração
Período da vida política portuguesa que decorreu entre 1851 e os finais do século XIX. Esta
nova etapa do liberalismo portugues caracterizou-se pela concórdia política e social que
permitiu o desenvolvimento económico das infraestruturas dos país.
Positivismo
Corrente filosófica e científica sistematizada, no século XIX, por Auguste Comte. O
Positivismo, como corrente de pensamento, exclui toda a teorização metafísica,
confinando-se ao positivo conhecimento dos factos através do método científico.

Cientismo
Crença no poder absoluto da ciência em todos os aspectos da vida. O cientismo parte de um
estrito racionalismo que considera explicáveis todos os fenômenos, não pondo, por isso,
limites às possibilidades do conhecimento humano. Segundo esta corrente de pensamento, a
ciência constituiria a chave do progresso e da felicidade humana.

Realismo
Movimento cultural que se segue e se opõe ao Romantismo. Cronologicamente, o Realismo
afirma se cerca de 1850 e prolonga se sob várias formas, até à viragem do século.
Influenciado pela corrente positivista, o Realismo rejeita toda a subjetividade, opondo à
elevação moral o simples culto de factos. Estendendo- se, embora, a vários domínios, este
movimento foi particularmente expressivo na pintura e na literatura.

Impressionismo
Corrente pictórica que se esboça na década de 60 e persiste, pela mão de pintores como
Claude Monet, até ao início do século XX. Os impressionistas procuraram captar a realidade
visível tal como, de imediato, a percebemos, transfigurada pelas diferentes intensidades de
luz. Caracteriza-se por uma técnica pictórica rápida, de contornos diluídos, que privilegia as
cores fortes e claras.

Simbolismo
Corrente artística da segunda metade do século XIX que atingiu a sua expressão mais forte
cerca de 1880-90. O Simbolismo toma como tema o mundo dos pensamentos e dos sonhos, o
sobrenatural e o invisível, adquirindo um caráter hermético e isotérico. Tal como o Realismo,
ao qual se opôs, esta corrente afirma-se, sobretudo, ao nível pictórico e literário.

Arte Nova
Estilo que marca, na Europa, a viragem do século (c.1890-1914) e se afirma pela oposição
aos estilos antigos que continuavam a inspirar a arte acadêmica. Embora se desdobre em
múltiplas vertentes nacionais (Modern Style, em Inglaterra: Art Nouveau, em França;
Sezession, na Áustria; Jugendstil, na Alemanha; Modernismo, Espanha…), a Arte Nova
define se pela preocupação decorativista, pelo predomínio da linha ondulada e pelo recurso
aos motivos florais femininos.

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