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Silva 06 - Planejamento de Carreira

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LIVRO:

ADMINISTRAÇÃO DA CARREIRA PROFISSIONAL


ANIELSON BARBOSA DA SILVA

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QUARTO MOMENTO:
Elaborando um Plano de Carreira profissional

POR QUE APRENDER


Neste momento, vamos apresentar um plano para o desenvolvimento da carreira
profissional. O momento é fundamental na consecução dos objetivos da disciplina e
o ajudará a compreender que a sua trajetória profissional pode ser traçada de forma
planejada. É importante destacar que você exerce um papel importante na definição
de seu futuro profissional e planejar adequadamente esse futuro pode levá-lo(a) a
obter sucesso em sua vida profissional e pessoal.

Após algumas reflexões sobre o planejamento da carreira profissional, chegou o


momento de abordar alguns pontos que irão ajudar você a elaborar o seu plano de
carreira. Isso indica que este momento é um dos mais importantes do curso, uma
vez que irá estabelecer os passos necessários para definir os rumos de sua carreira.
É importante destacar que o foco do plano é individual e existem outras abordagens
que compatibilizam planos de carreira individual com o da organização. No próximo
momento vamos tratar da gestão da carreira nas organizações e essa questão
(papel da organização no desenvolvimento da carreira profissional) será objeto de
análise. Sendo assim, este momento objetiva definir as etapas e apresentar um
modelo de plano de carreira profissional.

O QUE APRENDER

Xavier (2006, p. 53) ressalta que

um plano de carreira sensato contempla uma análise adequada tanto


das condições que o mundo oferece quanto das características e dos
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recursos pessoais que poderão atuar positiva ou negativamente em


relação ao que almejamos.

Isso indica que planejar a carreira implica em avaliar cuidadosamente as condições


do mercado para identificar oportunidades e ameaças, assim como uma autoanálise
pessoal para identificar as suas características que são potenciais e aquelas que
merecem mais atenção, além da delimitação de atributos que precisam ser
desenvolvidos ou aprimorados. A partir dessa avaliação, é possível definir a
trajetória a ser seguida, isto é, os objetivos profissionais, assim como as estratégias
que devem ser adotadas para alcançá-los.

Lucena (1995) destaca que o plano de carreira envolve o estabelecimento de


objetivos individuais, que deve ser praticado e estimulado. Nesse processo,
“compete ao profissional planejar a sua carreira e investir em seu
autodesenvolvimento, a partir de uma visão crítica de suas condições próprias”.

Muitas pessoas não tem o hábito de planejar as suas carreiras. Por que isso
acontece?
Você já definiu um plano para sua carreira profissional?
Qual o papel da Universidade em sua carreira profissional?

Por que as pessoas resistem em planejar suas carreiras?

Para responder essa pergunta torna-se necessário indicar o que provoca essa
resistência. Em primeiro lugar, não existe uma cultura de planejamento pessoal e
profissional.

Como afirma Dutra (2002, p. 113),

a resistência ao planejamento individual da carreira é ainda muito


grande no Brasil. As pessoas tendem a guiar suas carreiras mais por
apelos externos, como: remuneração, status, prestígio etc., do que
por preferências pessoais.
3

O que adianta escolher a profissão de advogado, engenheiro, administrador,


levando em consideração as perspectivas salariais, de status e de prestígio social se
a pessoa não gosta de ler, de efetuar cálculos numéricos ou lidar com pessoas. A
escolha deve ocorrer também em função das aptidões pessoais para que o
crescimento na carreira seja compatível com as habilidades e atitudes que a
profissão escolhida requer.

Dutra (2002, p. 113) considera que esse quadro será modificado nos próximos anos
em função do perfil profissional desejado pelas empresas e também pelas pressões
sociais e econômicas que incidirão sobre as pessoas.

Qual o atributo mais importante na escolha de uma carreira profissional?

O aumento da competição no mercado indica que não basta apenas ter um diploma
de nível superior para ocupar um lugar no mercado. O conhecimento técnico
inerente a uma profissão não é mais o fator determinante para o sucesso
profissional. Ele só é determinante se for aliado às habilidades e às atitudes,
fatores-chave quando se pensa em carreira profissional.

Esse pode ser considerado um dos fatores que justificam a oferta da disciplina
envolvendo a carreira profissional em um curso em nível de terceiro grau, como por
exemplo o de Administração, cujo objetivo principal deve ser levar as pessoas a
refletir sobre questões importantes para sua carreira, demonstrando o interesse da
Universidade em ajudar os acadêmicos a planejarem o seu futuro.

Vale ressaltar que a sociedade e o Estado também têm o seu papel na


institucionalização de valores e atitudes que levem as pessoas a se conscientizarem
da necessidade de planejar a sua vida profissional, sobretudo em um ambiente
social e empresarial marcado pela competição, pela flexibilidade e pela natureza
dinâmica das profissões.

Para Leocádio (1982, p. 110), da mesma forma que uma empresa elabora um plano
que provê suporte para o planejamento pessoal, os planos de desenvolvimento no
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nível macro, que envolvem políticas públicas, devem estabelecer prioridades para o
planejamento da mão-de-obra e das necessidades educacionais.

A conscientização sobre a importância do planejamento da carreira deve fazer parte


de uma política de inserção das pessoas no mercado de trabalho como uma forma
de minimizar a resistência e difundir uma cultura de planejamento.

Vale ressaltar um outro aspecto que pode influenciar o planejamento da carreira,


que envolve a atitude das pessoas diante do ambiente social e empresarial em que
estão inseridas. Essa atitude pode ser reativa ou proativa. Segundo Maximiano
(2000, p. 177-178), uma atitude proativa representa as “forças que desejam e
impulsionam mudanças nos objetivos e na mobilização de recursos”. Já a atitude
reativa envolve “forças que desejam e preservam a estabilidade, a manutenção e o
status quo “(estado atual).

O quadro a seguir ilustra algumas especificidades sobre a atitude das pessoas em


relação ao planejamento.

Quadro 1: atitudes diante do planejamento.


ATITUDE PROATIVA ATITUDE REATIVA
- Forças que impulsionam e - Forças que desejam e preservam a
desejam a mudança. estabilidade.
- Espírito renovador. - Apego às tradições.
- Capacidade de adaptação a - Espírito conservador.
novas situações.
- Antecipação de novas situações. - Incapacidade de adaptação a
novas situações.
Fonte: Maximiano, 2000, p. 177.

É importante destacar, tomando como referência as especificidades do quadro, que


existe um jogo de forças que impulsionam as pessoas para a mudança e para a
estabilidade. Nesse momento, as características de personalidade, os valores e
também as condições econômicas e sociais de cada um podem tornar essa disputa
difícil, uma vez que envolve decisões sobre o futuro, que é dinâmico e incerto.

O que as pessoas podem fazer para adotar uma atitude pró-ativa em relação ao
plano de carreira profissional?
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Todos nós resistimos à mudança, o que é natural, mas é necessário que cada
pessoa tenha consciência do que deseja para seu futuro profissional e procure
estabelecer um planejamento para sua carreira, capaz de ajudá-lo a equilibrar as
forças que impulsionam a mudança com a estabilidade necessária para concretizá-
las.

Podemos observar ainda que, em momentos de crise e escassez de emprego, as


pessoas tornam-se naturalmente mais preocupadas em planejar suas carreiras,
buscando conselhos, métodos e instrumentos que ajudem nesse processo.
(DUTRA, 2002, p. 113).

Vale lembrar que além da busca de informações na mídia, em livros, revistas ou na


Internet, a família, os amigos e os profissionais mais experientes podem ajudá-lo na
definição de sua carreira profissional. A predisposição em ouvir as pessoas neste
momento é fundamentação no processo de reflexão e de planejamento da carreira.

Como Fazer um plano de Carreira?

A elaboração do plano de carreira é uma atividade individual, mas pode sofrer a


influência de outras pessoas, que dão apoio e orientações para a definição das
etapas e ações necessárias para sua construção.

Apesar de existirem etapas e procedimentos para a elaboração de um plano, o


mesmo não pode ser rígido, mas capaz de ajustar-se a determinadas profissões e a
determinadas situações, além das características individuais de cada um. As
pessoas que gostam de formalizar no papel os seus planos vão preferir elaborar um
documento estruturado e organizado. Entretanto, algumas pessoas não costumam
formalizar os seus planos em um documento, mas seguem todas as etapas
necessárias para planejar a sua trajetória profissional.

Um certo dia, ao me referir a importância do planejamento pessoal em uma aula,


uma aluna relatou que faz um ritual no último dia de cada ano. Ela define todos os
objetivos e ações na página do dia 31 de dezembro de forma objetiva e recorta a
mesma da agenda. Ela coloca essa folha na agenda do ano seguinte e passa o ano
inteiro avaliando os objetivos estabelecidos, definindo estratégias e analisando
evidentemente o ambiente profissional (empresa e mercado). Quando um objetivo
era alcançado o mesmo era grifado. Segundo a aluna, grande parte dos seus
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objetivos era alcançada porque ela não os perdia de vista, pois estavam sempre ali
bem próximos em sua agenda. Apesar desse procedimento mais informal de
planejamento pessoal, que envolve o planejamento da carreira, a aluna tinha um
plano anual bem definido e estruturado da sua maneira e no seu caso bastante
eficaz.

Neste momento da disciplina, vamos definir uma estrutura de planejamento da


carreira profissional seguindo as orientações de Xavier (2006). Esse autor foi
escolhido pela estrutura apresentada, que envolve análise do mercado de trabalho e
uma autoanálise do potencial individual, que possibilitará um diagnóstico profissional
e a partir dele ajudará a estabelecer objetivos e estratégias para a carreira
profissional. Entretanto, também vamos inserir algumas observações apontadas por
Dutra (2002) e acrescentar o plano de ação e o acompanhamento do plano como
uma etapa do Plano da carreira profissional.

A figura a seguir apresenta a estrutura do plano de carreira profissional.

Análise do Ambiente
- Oportunidades
- Ameaças
Objetivos Estratégias
- Alvos - Ações para atingir
Missão concretos para os objetivos
um período
Análise do Potencial do
Profissional
(autoconhecimento)
Acompanhamento do Plano Plano de Ação
- Forças
- Fraquezas

Figura: Roteiro do Plano de Carreira


Fonte: Xavier (2006, p. 54) com adaptações.

Na análise do ambiente, procure identificar ameaças e oportunidades. As “ameaças


são eventos externos sobre os quais não temos controle e que afetam nossos
objetivos de maneira negativa. Oportunidades, por sua vez, são eventos externos,
sobre os quais também não temos controle, mas que afetam nossos objetivos de
maneira positiva” (XAVIER, 2006, p. 56).
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Dutra (2002) destaca que o conhecimento do mercado, sobretudo das opções,


tendências, limitações e alternativas de desenvolvimento profissional, é uma etapa
importante, pois as pessoas não devem pensar a carreira a partir do organograma
da empresa ou do plano de cargos e salários. “Isso é um equívoco, pois o
organograma e os cargos refletem o passado ou o presente, jamais o futuro e,
quando pensamos em nossas carreiras, nossa cabeça deve estar no amanhã, e não
no ontem” (DUTRA, 2002, p. 117).

Durante a trajetória da carreira, surgem vários eventos que influenciam as escolhas


profissionais e também delimitam as ações ligadas ao desenvolvimento profissional.
No quadro a seguir são apresentados alguns exemplos de oportunidades e ameaças
extraídos de Xavier (2006, p. 56):

Eventos Ameaças Oportunidades


Uma pressão de redução de preços O crescimento econômico de uma
acaba resultando em achatamento região cria novos postos de trabalho. O
dos salários. O profissional com profissional que almeja encontrar uma
Econômico salário considerado elevado pode oportunidade de subir um patamar na
ficar vulnerável. escala gerencial pode ver aí sua grande
chance.
Com o crescimento demográfico A sociedade passa a valorizar a ação
acelerado em uma região, o responsável e ética das empresas. O
profissional antes conhecido e professor de administração que tem
Social reconhecido poderá cair no formação em filosofia de repente pode
anonimato e ter suas atividades vir a ser mais requisitado.
afetadas.
O governo regulamenta determinada O partido no poder tem um plano que
atividade e isso traz dificuldades contempla a inclusão social e isso vai
Político adicionais a um profissional trazer novas perspectivas de trabalho
autônomo que atuava na área. para um profissional que trabalha numa
ONG com essa missão.
A Internet provoca uma forte redução A internet rompe as barreiras
em um tipo de trabalho e os geográficas e um profissional
Tecnológico profissionais da área passam a ter especializado em uma área passa a
dificuldade de colocação. fazer atendimento em nível nacional.
As grandes empresas passam a As empresas passam a enxugar
adotar um processo de juniorização quadros e a terceirizar atividades. O
Empresarial de seus quadros. O executivo de profissional capaz e com algum recurso
meia-idade fica vulnerável. para estabelecer-se como autônomo
encontra oportunidade aí.
Tabela X: Exemplos de Ameaças e Oportunidades.
Fonte: Xavier, 2006, p. 56.

Como identificar oportunidades e ameaças? A resposta dessa questão envolve estar


atualizado sobre o que acontece na economia, na política, na sociedade assim como
as tendências do mercado de trabalho. É importante acompanhar o que acontece no
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contexto econômico, social e empresarial e isso pode ser realizado através da leitura
de revistas, jornais e programas de TV que discutem questões ligadas ao mercado
de trabalho.

A universidade é um espaço importante na identificação de oportunidades e


ameaças, uma vez que os professores e alunos discutem temas que ajudam a
compreender as relações dinâmicas, flexíveis e incertas do mercado e prospectar
ações futuras visando minimizar a influência das ameaças e potencializar as
oportunidades.

Faça uma reflexão e identifique as oportunidades e ameaças vinculadas à sua


carreira profissional?

Por outro lado, além de se conscientizar e se manter atualizado sobre o ambiente


externo, é importante avaliar o seu potencial para planejar a sua carreira, que
consiste de um processo de autoconhecimento para delimitar suas forças e
fraquezas. Dutra (2002) considera essa etapa uma das mais importantes e difíceis
do plano e requer uma auto-reflexão sobre a análise de realizações, de valores
pessoais e de personalidade.

Vale ressaltar ainda que as forças envolvem as competências que você domina e
servem de base para prospectar e impulsionar a sua trajetória profissional, isto é,
sua carreira. Já as fraquezas envolvem a falta ou um baixo nível de domínio em
relação às competências. As forças e fraquezas podem ser analisadas a partir do
perfil emocional, do currículo profissional e do histórico pessoal e profissional.

Para Xavier (2006, p. 56),

entre as principais variáveis pessoais que operam na evolução da carreira,


podemos citar: perfil de competência geral e específica para a área e a tarefa,
perfil emocional, capacidade de trabalho e energia, história de vida (realizações,
experiências documentada), currículo, formação, etc.

Tomando como referência Xavier (2006, p. 57), apresento a seguir uma tabela com
exemplos de forças e fraquezas. Vale ressaltar que nessa tabela não aparecem
aspectos referente ao perfil de competências profissionais. Entretanto, no nono
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momento faremos uma avaliação sobre as competências profissionais para os


administradores no ambiente empresarial atual.

Características Forças Fraquezas


O profissional tem grande capacidade O profissional está mal resolvido em
de enfrentar situações adversas. relação a seus valores. Assim, vai
Perfil Emocional Torna-se particularmente elegível ocupar um cargo de nível elevado, mas
para a empresa que está trabalhando não consegue adotar políticas que,
em mercado muito difícil. embora necessárias, desagradam.
O profissional, um executivo de O profissional ocupa um cargo elevado
finanças, fala japonês. Isso o torna e não tem curso superior. Isso o torna
Currículo particularmente elegível para vulnerável em processos seletivos e de
empresas japonesas que interagem promoção.
muito com suas matrizes.
O profissional já morou no exterior. O profissional, embora com excelente
Isso passa a ser interessante para a formação, nunca atuou em função
Histórico empresa que está começando a atuar executiva. Torna-se menos elegível
no comércio exterior. para um cargo que vai ficar vago na
empresa.
Tabela X: Exemplos de Ameaças e Oportunidades.
Fonte: Xavier, 2006, p. 57.

Vale ressaltar que outras características podem ser incluídas envolvendo aspectos
ligados aos valores pessoais ou, se preferir, a estrutura envolvendo conhecimentos,
habilidades e valores e atitudes.

Faça uma reflexão e identifique as forças e fraquezas vinculadas à sua carreira


profissional?

A partir da delimitação de oportunidades e ameaças e das forças e fraquezas,


chegou o momento de definir a sua missão. Essa missão envolve a determinação do
que você deseja para sua carreira profissional. Ela vai ajudar você a delimitar sua
visão de futuro, materializada nos objetivos de curto, médio e longo prazo. Os
objetivos profissionais podem ser definidos como alvos a serem atingidos. Para
alcançá-los é importante definir as estratégias ou ações.

Para Dutra (2002) os objetivos não devem se concentrar apenas na dimensão


profissional, mas em todas as dimensões relevantes, tais como: familiar, social,
pessoal, econômico/financeira etc. Essas dimensões são importantes, uma vez que
o foco na dimensão profissional pode influenciar as outras dimensões, afetando a
qualidade de vida, como veremos no sexto momento.
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Qual a sua missão, sua visão de futuro e seus objetivos pessoais e profissionais?

Após a definição da missão, dos objetivos e das estratégias, chegou o momento de


definir o plano de ação. “O plano de ação deve conter metas de curto prazo,
indicadores de sucesso, fatores críticos para o sucesso, e uma avaliação dos
recursos de tempo, dinheiro” (DUTRA, 2002, p. 118) e qualificação necessária.
Finalmente, é preciso realizar um acompanhamento do processo, que consiste de
uma avaliação contínua dos resultados do que foi estabelecido no plano.

Proposta de um modelo de Plano de Carreira

A proposta do plano de carreira apresentada a seguir foi extraída de Xavier (2006)


por considerar a abrangência do plano e a especificidade de cada etapa de
desenvolvimento. Vale ressaltar que a função do plano de carreira é ajudar a
delimitar uma trajetória profissional e por isso não deve ser encarado de forma
rígida, mas como um guia e um orientador das ações profissionais visando alcançar
os objetivos profissionais ligados à carreira. Xavier (2006) destaca que o modelo não
é estanque e pode sofrer alterações de acordo com as necessidades do profissional
que vai elaborá-lo. Ele destaca que um bom planejamento da carreira deve seguir
alguns elementos fundamentais:

a) uma seqüência de questões para análise – a análise é condição essencial para a tomada
de decisões.
b) uma seqüência de decisões críticas – aquelas que são fundamentais em relação à
carreira.
c) formulários que facilitem as análises e decisões e que sirvam como instrumentos
heurísticos (isto é, de criação de idéias).
d) documentos de compromisso, que se usam como instrumento de controle.
e) um processo – rotinas mais formais ou menos formais de fazer as análises e tomar as
decisões.
f) um calendário – isto é, um dimensionamento de suas análises e decisões no tempo
(XAVIER, 2006, p. 58).

Esses elementos determinantes do planejamento da carreira profissional envolvem


um processo de reflexão que vai delimitar uma situação atual que requer um
processo de tomada de decisão, que leva em consideração a análise do contexto
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econômico, político, social e também o mercado de trabalho. A partir dessa


avaliação, deve-se partir para formalizar essas questões em um documento.

Existem algumas considerações para a elaboração de um bom planejamento da


carreira profissional. Essas considerações, segundo Xavier (2006, p. 59), envolvem
as seguintes recomendações:

a) o mais importante no planejamento não é o caráter formal do exercício, mas a


consciência e o zelo colocados na atividade – seriedade e decisões de
compromisso com o que se estabelece.
b) um bom plano demanda boas informações. Elas podem ser obtidas com um
adequado acompanhamento das questões relevantes para a carreira, o que requer
leitura, participação em eventos, conversas com pessoas mais qualificadas, etc.
c) o planejamento só funciona se for um processo contínuo. Ações entusiásticas e
esporádicas não levam nada a sério. O processo é mais importante que o próprio
plano. Este pode mudar, mas, havendo um bom processo de planejamento, tudo
se recompõe de modo mais harmonioso e eficaz.
d) outras pessoas podem dar boas colaborações na elaboração dos planos de
carreira de um profissional. Pedir sugestões é sempre bom.
e) diferenças profissionais desenvolveram diferentes mecanismos de afastamento
para reflexão e planejamento. Alguns fazem isso em situações de férias, outros
vão para lugares específicos ou usam datas específicas; outros usam o retiro e
isolamento como caminho, outros ainda fazem seminários de autoconhecimento
com o fim de planejar.

Não importa o caminho a ser seguido, mas o resultado. A definição de um plano de


carreira profissional pode ser determinante para obter o sucesso profissional, mas é
importante não esquecer que as pessoas possuem várias dimensões em sua vida e
buscar o equilíbrio nessa relação tem sido uma preocupação dos profissionais que
lutam para ocupar um espaço no mercado de trabalho e trilhar uma carreira.

No sexto momento, vamos discutir a relação entre carreira, sucesso e qualidade de


vida.

Vale ressaltar que a formalização do plano não torna o processo estanque, uma vez
que o acompanhamento dos resultados alcançados ajudar a redirecionar o plano de
ação, dando um caráter dinâmico ao plano.

No próximo momento, a discussão sobre a carreira profissional deixa de ser


abordada numa perspectiva individual, e passar a ser tratada no contexto das
organizações.
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RELEMBRANDO

Principais pontos abordados:


• Resistências das pessoas em planejar sua carreira
• Atitudes das pessoas diante do planejamento da carreira
• Estrutura de um plano de carreira
• Modelo de um plano de carreira

O QUE FAZER

Tomando como referência o modelo de plano de carreira apresentado no Apêndice,


elabore um plano para a sua carreira profissional. Além de todos os formulários
apresentados no modelo proposto, o plano deve conter um breve sumário executivo,
que consiste numa descrição sintética do plano.

PARA SABER MAIS

Consulte o site:
www.catho.com.br
No site você encontrará informações sobre o mercado de trabalho e oportunidade
de emprego, artigos e cursos à distância envolvendo temas ligados à carreira
profissional.

ONDE ENCONTRAR

DUTRA, J. S. Gestão de Pessoas: modelo, processos, tendências e perspectivas.


São Paulo: Atlas, 2002.
LUCENA, M.D.S. Planejamento de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1995.
MAXIMIANO, A.A.M. Introdução à Administração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
XAVIER, R.A.P. Sua Carreira: planejamento e gestão. São Paulo: Prentice Hall,
2006.
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APÊNDICE – MODELO DE PLANO DE CARREIRA

Os formulários apresentados a seguir foram extraídos de Xavier (2006, p. 60-67) e


estabelecem, de forma sistemática, um plano de carreira profissional. Vale ressaltar
que o formulário da proposta de plano de ação foi desenvolvido especialmente para
a disciplina e não consta em nenhum dos livros utilizados neste momento.

Plano de Carreira – Análise de ameaças e oportunidades


Estude e registre abaixo os eventos que deverão afetar sua carreira e seus objetivos nos próximos anos, como
ameaças e oportunidades, e elabore uma resposta para cada um.

AMEAÇAS Respostas
Eventos externos que poderão afetar O que fazer para neutralizar ou reduzir os efeitos
negativamente sua carreira ou seus objetivos danosos das ameaças?
nos próximos anos.

OPORTUNIDADES Respostas
Eventos externos que poderão afetar O que fazer para tirar o melhor proveito das
positivamente sua carreira ou seus objetivos nos oportunidades?
próximos anos.
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Plano de Carreira – Análise de Fraquezas e Forças

Estude e registre abaixo as características e condições pessoais que poderão afetar sua carreira e seus
objetivos nos próximos anos, como fraquezas e forças, e elabore uma resposta para cada um.

FRAQUEZAS Respostas
Características e condições pessoais que O que fazer para neutralizar ou reduzir os efeitos
poderão afetar negativamente sua carreira ou danosos das ameaças?
seus objetivos nos próximos anos.

FORÇAS Respostas
Características e condições pessoais que O que fazer para tirar o melhor proveito das
poderão afetar positivamente sua carreira ou oportunidades?
seus objetivos nos próximos anos.

Plano de Carreira – Minha Missão


Reflita sobre sua missão, a razão de ser de seus esforços e do emprego de seus talentos e recursos. Registre-os
abaixo.
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Plano de Carreira – Meus Objetivos

Quais são os seus objetivos para o próximo ano, para daqui a cinco e dez anos? Reflita para isso, com base nas
análises realizadas anteriormente e na missão que você definiu. Registre tudo a seguir:
a) Objetivos para o próximo ano:

b) Objetivos para daqui a cinco anos:

c) Objetivos para daqui a dez anos:

Plano de Carreira – Minhas Estratégias

Que ações você pretende fazer para atingir seus objetivos e realizar a sua missão? São as suas estratégias.
Registre-as abaixo.

Objetivos (já definidos anteriormente) Estratégias


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Plano de Carreira – Plano de Ação

Tomando como referência os objetivos e estratégias, preencha o quadro a seguir.

Fator Crítico
Objetivo Estratégia Prazo Recursos
de sucesso
Indique os objetivos Para cada objetivo, Delimite um Determine os fatores Indique os recursos
de curto, médio e destaque as ações cronograma com os que você considera necessários para o
longo prazo necessárias para prazos previstos para essenciais para o alcance dos objetivos.
alcança-los. alcançar o objetivo alcance dos objetivos. Podem ser recursos
Podem estar ligados a financeiros, materiais ,
qualificação, o de tempo e
autoconhecimento, a tecnológicos.
rede de
relacionamentos,
entre outros aspectos.

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