Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

0% acharam este documento útil (0 voto)
59 visualizações96 páginas

For I Have Sinned - Dakota Rebel

Enviado por

dieniferarmy
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
59 visualizações96 páginas

For I Have Sinned - Dakota Rebel

Enviado por

dieniferarmy
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 96

6

For I Have Sinned


Dakota Rebel

Perdoe me padre…

Na verdade, nunca fui muito a favor de igreja, religião ou fé de qualquer tipo.


Portanto, nunca esperei me tornar amigo de um padre.

E eu certamente não esperava me apaixonar por um.

Passei a maior parte da minha vida fingindo ser um bom filho, um bom irmão,
um bom homem, na tentativa de ganhar a aprovação dos meus pais. E agora estou
cansado de fingir.

Porque quanto mais perto o Padre Luke Stone e eu ficamos um do outro, mais
difícil se torna negar a atração entre nós. Não tenho certeza se ele também está
lutando contra isso ou se honestamente não sente isso.

Ele diz que quer salvar minha alma. Mas não posso deixar de me perguntar…

Vale a pena salvar?


AVISO

• Prestigie o autor comprando a obra original ou deixando resenhas


positivas nos locais apropriados para tal.

• ADL adverte que; a tradução desta obra é feita de forma amadora,


sem fins lucrativos com o mero intuito de entretenimento, sendo está sujeita a
erros, como em qualquer outro GT, enfim, não somos uma editora e não temos os
meios ou equipe necessária para garantir uma tradução, revisão, diagramação e
todos os meandros necessários pra compartilhar um trabalho impecável e
exigidos para os padrões de profissionais – o que não o somos-. O
compartilhamento desta obra é tolerável desde que;

• 1: as pessoas que o compartilhem tenham consciência que não


podem e não devem obter ganhos monetários pelas mesmas, e pensem
atentamente antes de compartilhar em certo locais da rede.

• 2: divulgações e resenhas em meios aos quais o autor tenha acesso


devem ser feitas em inglês e lembrando; citando que leu a obra original, NÃO A
TRADUÇÃO DE GT.

• 3: Em casos da compra de direitos, o livro deve ser removido de


circulação pelo próprio ADL e ademais –ou seja - GDs parceiros.

• 4: Preserve o grupo, mantendo os livros para vocês, ajude o autor e a


si mesmos agradecendo-os nos locais adequados, não cobrem traduções,
continuações e afins, com o bom senso de saber que, como vocês temos um
mundo fora das telas de PC e celular e assim como vocês também somos leitores.
Capítulo um

— Aquele padre é quente —, eu sussurrei, meu olhar fixo no homem que


estava no púlpito, vomitando suas besteiras religiosas para o público cativado na
igreja.

— Eu sei, certo —, minha irmã, Annie, sussurrou de volta, apoiando a


cabeça no meu ombro. — Que desperdício.

Eu estava sentado em uma igreja, esperando ver minha sobrinha fazer a


primeira comunhão. Eu tentei me recusar a comparecer, mas Annie insistiu que
Ruth queria que eu estivesse lá.

Então lá estava eu. Na primeira fila, observando o homem mais sexy que eu
já vi, lendo passagens da Bíblia, desejando desesperadamente que ele chegasse à
parte em que Ruth tinha que comer um biscoito da sua mão, para que eu pudesse
dar o fora dali.

Finalmente, o padre chamou Ruth, que se levantou e entrou no corredor.


Depois seu pai, John, levantou-se e seguiu-a. Então Annie pôs-se de pé, seus
dedos envolvendo meu bíceps e me puxando para junto dela.

— O que você está fazendo? — Rosnei em seu ouvido enquanto a seguia


para me alinhar atrás de sua família.

— Todos nós comungamos —, respondeu Annie.


— Não sou católico —, lembrei-lhe.

— Cale-se e coma —, ela sibilou.

Ruth deu um passo à frente e o padre se abaixou, colocando uma hóstia em


sua boca. Atrás de nós, um suspiro coletivo soou, ecoando pela igreja silenciosa.

Foi assustador pra caramba.

John deu um passo à frente e aceitou sua comunhão. Então Annie. E eu não
tive escolha a não ser seguir.

Ajoelhando-me no degrau, como os pais de Ruth fizeram antes de mim, abri


a boca e o padre colocou o que parecia ser um pedaço fino de isopor na minha
língua. Fechei os lábios, mas aparentemente fiz isso um pouco rápido demais,
porque prendi a ponta do dedo do padre entre eles.

Seus olhos se arregalaram de surpresa e ele me deu um pequeno sorriso


enquanto o calor subia pelo meu pescoço e se espalhava pelo meu rosto. Fiquei de
pé e corri para sentar ao lado de Annie enquanto a coisa nojenta em minha boca
se transformava em gosma e me forcei a engoli-la.

— Você está bem? — Annie perguntou, olhando para mim.

— Sinto-me humilhado —, eu disse a ela. — Quanto tempo mais essa coisa


vai durar?

Ela se virou para olhar a fila de pessoas esperando para receber sua própria
comunhão, depois voltou a encolher os ombros para mim.

— Vai ter bebida na festa depois, certo? — Eu perguntei a ela.


— Teddy, somos católicos —, ela me lembrou. — Claro que haverá bebida.

Agradeça a Deus pelos pequenos favores.

Demorou quase uma hora para que todos pegassem sua hóstia e se
sentassem novamente. Mas, por fim, a cerimônia terminou e as pessoas
começaram a dirigir-se para o corredor para irem embora. Não conseguia
entender por que as pessoas demoravam tanto para sair pela porta, mas, à medida
que nos aproximamos, percebi que todos estavam parando para apertar a mão do
padre que eu acabara de violar.

Fantástico.

— Padre Stone —, disse Annie alegremente quando chegamos até ele. Ela
pegou a mão dele e sorriu. — Muito obrigada. A cerimônia foi linda.

— De nada —, ele assegurou a ela. — Obrigado por me permitir


compartilhar o dia especial de Ruth.

— Não teríamos desejado mais ninguém —, insistiu Annie. — E você vem


para a festa, certo?

— Eu não perderia —, disse ele, seu olhar passando por cima do ombro
dela para encontrar o meu.

— Oh! Este é meu irmão Teddy —, disse Annie rapidamente, agarrando


minha mão e me puxando para frente.

— Mamãe —, Ruth choramingou. — Eu tenho que ir ao banheiro.


— Com licença —, disse Annie, sorrindo para o padre Stone e depois para
mim. — Vejo vocês dois em casa.

E então fiquei sozinho com o padre.

— Prazer em conhecê-lo —, disse Padre Stone, estendendo a mão para


apertar minha mão.

— O prazer é meu. Escute, sinto muito por... isso. — Fiz um gesto em


direção à frente da igreja. — É minha primeira comunhão também, eu acho.

— Bem, fico sempre feliz por doutrinar outro Bartlett —, ele brincou. —
Mas não se preocupe, isso acontece o tempo todo. — Ele enfiou a mão no bolso e
tirou um lenço umedecido. — De Verdade.

— Bem, isso não me faz sentir melhor, mas obrigado, eu acho. — Eu ri. — E
obrigado por terem organizado uma cerimônia tão bonita para a minha sobrinha.
Minha irmã tem andado estressada com isso há meses.

— Ela esconde bem. — Ele sorriu e eu quase caí de joelhos. Como diabos ele
era tão sexy? Sério? Ninguém era assim tão sexy. Não na vida real. — Então, vejo
você na festa?

— Eu estarei lá —, eu disse.

Virei-me e fui para o meu carro, sentando-me ao volante por um minuto


com o ar condicionado ligado, embora não estivesse tão quente lá fora.
— Maldição, Teddy —, murmurei para mim mesmo enquanto engatava a
marcha e saía do estacionamento. — Você não vai se apaixonar pela porra de um
padre.
Capítulo dois

— Eu estava um pouco preocupado que Teddy aqui fosse pegar fogo


quando você lhe desse a comunhão —, disse John enquanto caminhava até mim
com o Padre Stone na festa.

O padre vestiu roupas normais, apenas calças cáqui e uma camisa pólo azul
clara, mas de alguma forma ele conseguiu parecer ainda mais atraente do que em
seu traje todo preto e branco na igreja.

Fiquei atordoado e silencioso por um momento, mas então percebi que os


dois estavam olhando para mim, esperando que eu respondesse.

— John —, eu disse, acenando para meu cunhado idiota. — Padre.

— Sr. Bartlett —, disse Padre Stone, com um sorriso malicioso nos lábios. —
Prazer em ver você de novo.

— Vou tirar água do joelho —, disse John, dando um tapinha nas costas do
padre antes de sair cambaleando.

— Encantador como sempre, — murmurei, revirando os olhos. — Você


quer sentar?

— Obrigado. — Padre Stone afundou na cadeira à minha frente e sorriu. —


Perdoe-me pela minha franqueza, mas como é que nunca vi você na minha igreja
antes de hoje?
— Ah, você quer dizer porque o resto da minha família é católica pra
caralho? — Perguntei.

— Honestamente... sim, — ele concordou, rindo baixinho.

— Bem, acho que simplesmente pulou... eu. — Inclinei a cabeça e estudei


seu rosto. — Você não está aqui para tentar me converter, está?

— Converter você do que exatamente?

— Eu nem sei —, admiti. — Mas eu não estou acreditando.

A verdade é que meus pais nunca me forçaram a ir à igreja com eles,


porque tinham vergonha de mim e provavelmente tinham medo de que todos os
outros vissem o que viam em mim. Foi mais fácil simplesmente me esconder
daquele mundo do que aceitar a vergonha de ter um filho gay.

E isso foi bom para mim. Eu não estava nem remotamente interessado em
uma religião que não me aceitaria de qualquer maneira.

— É justo —, concordou o padre Stone. — Como está sua mãe?

— Não está bem —, admiti com um encolher de ombros. — O câncer se


espalhou por quase todos os lugares agora. Os médicos acham que serão apenas
mais alguns dias. Mas ela não sente mais dor, então acho que devemos nos
consolar com isso. Ela está no hospitale m Saint Mary's.

— Lamento muito ouvir isso —, disse ele. — Provavelmente não foi a


mudança de assunto mais suave.
— Está tudo bem. — Esvaziei o resto da minha bebida e estremeci. Annie
havia deixado o marido encarregado da bebida, e o pão-duro obviamente havia
escolhido uma porcaria de uma prateleira inferior.

— Há um bar a um quarteirão daqui que guarda para mim um lindo e


envelhecido bourbon — disse o Padre Stone suavemente. — Suponho que você
não gostaria de se juntar a mim para uma bebida de verdade?

— Não há literalmente nada que eu prefira fazer —, prometi a ele.

Não sei se me senti tão relaxado com ele tão rapidamente porque ele era
padre e não havia pressão para impressionar ou atuar, ou se eu já estava bêbado
com o álcool de cereais da festa dos sete anos. Mas fosse o que fosse, era bom
poder fugir com um homem e não ter ninguém julgando ou presumindo nada
sobre nós.

— Então, seu cunhado é uma pessoa complicada —, disse o padre Stone no


momento em que nos sentamos no bar.

— Sim, acho que Annie só se casou com ele para não ter que mudar os
monogramas em suas toalhas. — Revirei os olhos. — Quero dizer, eles tiraram
Ruth do acordo, então não é de todo ruim. Mas nunca gostei do cara.

Honestamente, isso foi um eufemismo enorme. Mas eles não precisavam


que eu dissesse ao padre que eu o odiava e queria matá-lo e enterrá-lo em uma
cova rasa em algum lugar.

Quando Annie começou a namorar John Buchanan, nossos pais ficaram


emocionados. O que, claro, significava que ele era a escolha de homem
absolutamente errado para ela. Mas, como sempre fizera, sacrificou a própria
felicidade para fazer o que se esperavam dela. Agora eles estavam casados e
infelizes há oito anos. Não que ela fosse admitir isso em voz alta. Mas ela era
minha irmã... eu poderia dizer.

— Bem, Teddy, o que você faz? — Padre Stone perguntou assim que nossas
bebidas foram servidas.

— Nada. — Tomei um longo gole de bourbon e gemi em agradecimento.


Droga, isso é muito bom.

— Você não faz nada? — Ele levantou uma sobrancelha para mim antes de
tomar sua própria bebida.

— Sim. Depois que nosso pai morreu, minha mãe vendeu o negócio, então
estou muito bem financeiramente. — Dei de ombros. — É uma escolha de estilo
de vida. E você?

— Bem... eu sou um padre —, disse ele com uma risada profunda.

— Certo. Então isso é uma coisa de tempo integral?

— É uma escolha de estilo de vida, sim. — Ele me deu uma pequena


piscadela e eu quase derreti na porra do meu banco.

Annie estava certa... que desperdício.

— Você deveria ir à igreja no domingo —, disse ele de repente.

— Oh, acho que estabelecemos que não sou de religião. Sem ofensa, padre.
— Esvaziei o resto da minha bebida e coloquei o copo de volta no bar.
— Nada levado —, ele me assegurou. — E por favor, me chame de Luke.
Mas ainda assim... você deveria vir.

— Vou pensar sobre isso —, respondi, levantando-me e deixando cair um


maço de dinheiro no bar. — É melhor eu voltar para a festa.

— Não, deixe-me pegar a minha, pelo menos —, argumentou ele, pegando


sua carteira.

— Você pode conseguir na próxima vez —, eu ofereci. Percebi, no


momento em que disse isso, que parecia que eu estava convidando um padre para
sair ou algo assim.

Ele inclinou a cabeça e estudou meu rosto por um momento, depois sorriu e
assentiu.

— Vejo você no domingo —, disse ele antes de se virar e sair.

Porra.

Sim... ele faria.

E talvez John realizasse seu desejo e desta vez eu pegaria fogo. Porque eu
tinha certeza de que cobiçar um padre era um daqueles grandes pecados. Do tipo
que coloca você em um dos círculos do inferno, e não apenas na população em
geral.
Capítulo três

Entrei na igreja no domingo de manhã, muito nervoso e sem saber o que


realmente estava fazendo ali. O sermão já havia começado e fiquei desapontado
ao ver que nem mesmo era o Padre Stone no púlpito. Era apenas um padre
aleatório, não gostoso.

Por um minuto pensei em ir embora, mas ele me pediu para ir, então talvez
estivesse por aí em algum lugar. Não que eu estivesse tentando impressioná-lo
com minha mente aberta ou algo assim.

Deslizei para um banco de trás e tentei me forçar a ouvir enquanto o padre


tagarelava sobre leões e cordeiros ou algo assim, mas em poucos minutos eu
estava completamente entediado.

Puxando meu telefone, me afundei em meu assento e abri um jogo de


quebra-cabeça, na esperança de pelo menos sobreviver até o início da comunhão
para que eu pudesse escapar sem que ninguém percebesse.

— Isso é desrespeitoso —, um homem sussurrou em meu ouvido. Dei um


pulo e me virei para ver o Padre Stone sorrindo para mim atrás do banco. —
Venha comigo.

Deslizei para fora do assento e o segui até o vestíbulo, depois por um


corredor até um escritório. Ele fez sinal para que eu me sentasse em uma mesinha
colocada no canto da sala ao lado de uma escrivaninha, enquanto ele foi até uma
mini geladeira e voltou com duas cervejas na mão.
— Eu esperava que se você viesse hoje pudesse aprender alguma coisa —,
ele brincou, tirando a tampa de uma das garrafas e deslizando-a para mim.

— Eu vim —, eu assegurei a ele. — Aprendi que se você pegar gemas da


mesma cor e colocá-las em um padrão quadrado, você obterá uma pequena
chave alada. — Peguei a cerveja e tomei um longo gole. — Também aprendi que
os padres gostam de beber durante o dia.

— Nem todos eles —, ele insistiu. — Só os legais.

— Ah, então você é um padre legal nesse cenário que está acontecendo?

Eu estava flertando com ele? Oh meu Deus... ele estava flertando comigo?

Não. Não, isso foi definitivamente minha imaginação. Porque ele parecia tão
fofo com a roupa de padre. Então minha mente estava se unindo à minha libido
para me pregar peças. Foi só isso.

— Ainda estou curioso para saber como você conseguiu escapar do


catolicismo —, disse o Padre Stone, seu olhar fixo no meu. — Os Bartletts
frequentam esta igreja desde 1800. Seus pais eram seguidores devotos e até sua
irmã e a família dela frequentam todos os domingos. Mas você...

— Eu tenho minhas razões, padre —, respondi com um encolher de


ombros. — A maior parte se resume a não apoiar uma religião que não me apoia.

Deixei isso pairar no ar entre nós, me perguntando se era muito sutil para
ele entender, mas então ele assentiu, rolando o lábio inferior entre os dentes
enquanto seu olhar se estreitava. Ele se inclinou para frente e cobriu minha mão
com a dele.
— Teddy, se esse é o seu único motivo...

— Não é —, eu interrompi, libertando minha mão e pegando minha cerveja


para tomar outro gole. — Mas é uma grande parte disso. Só não entendo como
você pode entregar sua vida a uma religião que acredita que bebida, drogas e
jogos de azar são ótimos, mas se apaixonar por alguém vai mandar você para o
inferno.

— Em primeiro lugar, a maioria de nós não acredita que ser gay seja
pecado —, ele retrucou. — Então não coloque seus problemas com Deus em cima
de mim.

— Uau, eu não tenho necessariamente problemas com Deus, Padre. Meus


problemas são com religião.

— Então o seu problema é comigo? — ele perguntou, seus olhos brilhando


e seu tom de repente cheio de diversão.

— Não você especificamente —, eu insisti. — Apenas tudo o que você


defende e acredita.

— Oh, bem, muito melhor. Obrigado por esclarecer. — Ele riu, balançando
a cabeça antes de tomar outro gole de sua garrafa. — A maioria das pessoas vem
aqui em busca de consolo. É um conforto saber que há alguém lá em cima
cuidando de você.

— Tudo bem —, eu disse. — Talvez eu também tenha alguns problemas


com Deus. As coisas aqui ficam bem complicadas. É difícil querer confiar em um
Deus que permite genocídios acontecerem e permite que crianças morram de
fome e... eu não sei, cara.

— Talvez você estivesse certo, — Luke disse finalmente, soltando um


suspiro. — Talvez a igreja não seja para você.

— Você está bem? — Eu perguntei a ele. — Deve ter doído ter que dizer
isso em voz alta para alguém. Eles vão tirar aquele colarinho branco, você acha?

— Foda-se —, disse ele, revirando os olhos. — Acredite em mim quando


digo que sua incapacidade de sentar-se em uma igreja diz mais sobre você do que
sobre minha habilidade como padre. — Ele estendeu a mão até a mesa atrás dele
e tirou um cartão de visita de cima. — Aqui está meu número. Se você mudar de
ideia, ou se precisar conversar... quer saber, é só me ligar. A qualquer hora.

Ok, isso foi um flerte? Ele estava me dando seu número ou estava apenas...
me dando seu número? Oh Deus, o que diabos eu estava fazendo comigo mesmo?
Eu não podia me permitir ficar enrolado em cada coisinha que ele me dizia.

— Obrigado —, eu disse, pegando o cartão e colocando-o no bolso de trás.


— Eu vou.

Esvaziei o resto da minha cerveja e me levantei, estendendo a mão para ele.

Ele também se levantou e apertamos as mãos, ambos demorando alguns


segundos a mais do que provavelmente o necessário. Ou talvez eu apenas tenha
imaginado essa parte também.

— Tenha um bom dia, padre —, eu disse, forçando-me a afastar minha


mão da dele.
— Me chame de Luke —, ele insistiu. — Cuide-se, Teddy.

Eu balancei a cabeça, em seguida, me virei e saí, segurando o suspiro


pesado até fechar a porta atrás de mim.

Que porra é essa?

Eu não poderia... absolutamente não poderia me apaixonar pela porra de


um padre.
Capítulo quatro

— Você estava fazendo alguma coisa importante? — Annie perguntou, seu


tom carregado de lágrimas, embora elas tivessem parado de cair horas atrás.

Estávamos sentados ao lado da cama da minha mãe, esperando que ela


morresse. Realmente não parecia o momento certo para admitir que estive
sentado em casa nos últimos três dias, bebendo e tentando desesperadamente não
pensar em um padre sexy em particular.

— Não —, eu assegurei a ela. — E mesmo que estivesse, nunca estaria


ocupado demais para você.

— Eu sei que você não quer estar aqui —, disse ela. —Mas eu simplesmente
não conseguia ficar sentada aqui sozinha.

— Não me importo de estar aqui —, eu disse. — Mas não posso deixar de


notar que seu marido não está.

— Ele está em casa com Ruth —, ela respondeu, com tom duro.

— E a babá, — eu a lembrei. — É para isso que você paga a ela.

— Teddy, pelo amor de Deus, não faça isso, ok? Não posso... não vou fazer
isso com você agora.

— Fazendo o que? — Eu perguntei, surpreso com sua raiva. Eu criticar o


marido dela não era novidade.
— Cada vez que você está chateado, você só precisa começar uma briga —,
ela retrucou. — Como se a raiva fosse a única emoção que você pode sentir ou
algo assim.

— Hmm, me pergunto de onde tirei isso —, murmurei, olhando para a


cama da minha mãe.

— Eu sei —, disse Annie, segurando minha mão na dela. — Mas não posso
fazer isso esta noite.

— Tudo bem —, eu disse. — Eu irei parar.

— John estará aqui daqui a pouco —, acrescentou ela. — Ele queria colocar
Ruth na cama antes de subir.

Visto que eram quase onze horas da noite, parecia que ele já deveria estar
lá. Mas ela sabia disso, e não iria ajudá-la se eu apontasse isso. Ela queria que eu
desistisse, então eu desisti.

O médico entrou e começou a ler algo em um dos monitores ligados à


minha mãe. Ele acenou com a cabeça, em seguida, virou-se e nos deu um sorriso
triste.

— Receio que não demore muito mais —, disse ele. — Se você quiser que
um padre venha da capela para executar os últimos direitos, ficarei feliz em fazer
uma ligação.

— Não —, disse Annie com uma fungada. — Queremos um padre da nossa


igreja, se estiver tudo bem?
— Claro —, disse o médico. — Estarei de volta em breve. Por favor, me
avise se algum de vocês precisar de alguma coisa.

Ele saiu da sala novamente e Annie começou a vasculhar sua bolsa,


pegando o telefone e discando.

— Merda —, ela sibilou, olhando para o telefone com um olhar de nojo. —


Ninguém vai responder tão tarde.

— Vou ligar para Luke —, eu disse a ela, levantando-me para tirar o cartão
dele da minha carteira.

— Luke? — Ela levantou uma sobrancelha para mim e me deu um sorriso


irônico. — Oh Deus, Teddy. Você não é...

— Somos amigos —, eu a interrompi. — Ou algo assim. Cale a boca. Você


está bem aqui sozinha por um minuto?

Ela assentiu e eu saí para o corredor para discar o número do celular do


cartão de Luke.

— Padre Stone —, ele atendeu no segundo toque.

— Padre, é o Teddy Bartlett —, eu disse.

— Mudou de ideia tão rapidamente? — ele provocou. — Acontece que sou


um bom padre.

— Você é um ótimo padre —, assegurei-lhe. — Mas não é por isso que


estou ligando. Preciso de um favor. — Respirei fundo e soltei lentamente antes de
continuar. — Eu sei que é tarde, mas você poderia vir ao hospital de Saint
Mary’s? O médico disse que mamãe provavelmente não conseguirá passar dessa
noite, e Annie apreciaria se você viesse fazer o que quer que vocês fazem antes de
um católico morrer.

— Sinto muito —, disse ele rapidamente, e pude ouvi-lo farfalhando do


outro lado da linha. — Estarei aí em quinze minutos.

— Obrigado.

— Teddy —, ele disse em voz alta, como se pensasse que eu estava prestes a
desligar.

— Sim?

— Precisa de alguma coisa?

— Só você —, respondi honestamente, rezando para que ele não lesse o


subtexto daquela declaração.

O silêncio caiu como uma pedra no receptor e demorou quase um minuto


antes que ele falasse novamente.

— Dez minutos. — Então ele desligou.

Voltei para o quarto da minha mãe e me sentei na cadeira ao lado da minha


irmã, encostando a cabeça na parede e olhando para o teto.

— Você quer falar sobre isso? — ela perguntou suavemente, estendendo a


mão e segurando minha mão na dela.

— Sobre o que? — Sussurrei, fechando os olhos e soltando um suspiro


suave. — Que estamos prestes a ficar órfãos aos trinta? Que eu não sinto nada
sobre o fato de que mamãe vai morrer esta noite? Que seu marido é um idiota?
Que você é a única pessoa que vai me amar?

— Ruth ama você —, disse Annie, sem se preocupar em discutir nenhum


dos outros pontos que eu apresentei. Ela cresceu na mesma família que eu e sabia
o que eu tinha passado. Não havia como ela negar que não havia amor perdido
entre mim e nossos pais. E ela certamente não podia negar que o marido era um
idiota.

— Vou encontrar uma maneira de acabar com isso eventualmente —, eu


disse a ela. Rolei a cabeça e abri os olhos novamente para olhar para minha irmã.
— Como diabos chegamos aqui?

— Vida limpa1 —, ela sugeriu. Nós dois rimos e eu a puxei para um abraço,
dando um beijo no topo de sua cabeça. — Você quer falar sobre isso?

Eu sabia que ela estava procurando informações sobre Luke, mas


honestamente eu nem sabia o que dizer. Tivemos algumas conversas, a maior
parte das quais ele passou tentando me converter. Não havia mais nada para
contar.

Felizmente, fui poupado de ter que dizer qualquer coisa porque a porta se
abriu novamente e o homem em questão entrou.

— Falando no diabo —, murmurei, ficando de pé e estendendo a mão para


apertar sua mão.

1Clean living (vida limpa): no inglês é usado para descrever alguém que vive de

maneira saudável e moralmente aceitável.


— Não posso dizer que já fui chamado dessa forma —, ele brincou,
agarrando minha mão e apertando-a com força. — Sinto muito pela sua mãe.

— Padre Stone, obrigada por ter vindo tão rápido —, disse Annie,
levantando-se e caminhando em nossa direção.

Luke soltou minha mão e se aproximou para puxar Annie para um abraço.
Ele murmurou algo em seu ouvido, baixinho demais para que eu entendesse as
palavras, mas o que quer que ele tenha dito fez com que minha irmã começasse a
chorar novamente.

— Vou buscar um café —, eu disse, pegando minha jaqueta e saindo pela


porta.

Eu não tinha vontade de ficar ali e assistir a qualquer bobagem religiosa


que eles estavam prestes a participar. E embora me sentisse mal por Annie, tinha a
sensação de que Padre Stone seria um conforto maior para ela nesta situação do
que eu.

Eu só queria que isso acabasse.

Quando cheguei ao refeitório no corredor da ala do hospital, fui informado


de que eles estavam fechados, então fui até o saguão, esperando encontrar um
Starbucks ou algo assim lá embaixo.

— Onde diabos você esteve? — Perguntei a John enquanto ele entrava no


saguão e se dirigia para o elevador.

— Onde diabos você está indo? — ele atirou de volta. — Sua mãe já
faleceu?
— Não, ainda não. E minha irmã precisa de você. Só Deus sabe por quê,
mas ela precisa. Eu balancei minha cabeça. — Tente não perturbá-la mais do que
ela já está.

— Diz o cara que a está deixando sozinha para ver sua mãe morrer, —
John disse friamente.

— Ela não está sozinha —, eu disse. — Ela está com seu padre lá em cima. A
última vez que os vi, eles estavam abraçados com muita força.

— Ótimo —, disse John, revirando os olhos antes de voltar para o elevador.


— Ele pode ficar com ela.

Eu me aproximei e o girei, agarrando-o pela camisa e jogando-o contra a


parede.

— Cuidado com a porra da sua boca sobre a minha irmã, — eu rosnei. —


Você não a merece. Você nunca fez isso, porra.

As portas do elevador se abriram e Luke ficou ali olhando para nós com os
olhos arregalados, antes de sair correndo e me tirar de cima de John.

— Pare com isso —, ele retrucou. — Vocês dois.

— Ele começou, porra...

— Eu não me importo com quem começou isso, — Luke gritou apesar do


protesto de John. — Eu estou acabando com isso. Sua esposa está lá em cima. Ela
está muito chateada e está perguntando por você. Eu sugiro que você vá confortá-
la.
Luke apertou o botão para abrir as portas do elevador novamente e
praticamente empurrou John para dentro antes de se virar contra mim.

— Eu sei que você também está chateado, — ele disse, seu tom mais suave.
— Mas brigar no saguão de um hospital como um troglodita? Realmente?

— Não estou chateado —, assegurei a ele. — Eu simplesmente odeio esse


cara.

— Bem, eu não culpo você. — Luke soltou um suspiro. — Você encontrou


café?

— Não, tudo aqui está fechado. — Olhei em direção ao elevador. — Devo


voltar para lá?

— Ela não quer você lá, — ele disse, seu tom de desculpas.

— Perfeito —, eu disse. — Eu não quero estar lá. Então isso funciona.

— Teddy, há alguma coisa...

— Sabe de uma coisa, padre, você não é realmente meu padre. Então…
guarde a sua preocupação, ou a sua curiosidade, para os seus paroquianos, ok? —
Fechei os olhos e soltei um suspiro. — Desculpe. Eu realmente lamento. Você não
merecia isso.

— Vamos —, disse ele, apoiando a mão no meu ombro. — Vamos tomar um


café e conversar.
Capítulo Cinco

Tínhamos acabado de pedir nossos cafés no restaurante aberto 24 horas na


esquina do hospital quando meu alerta de mensagem disparou com uma
mensagem de Annie.

Ela se foi

Quando olhei para Luke, ele estava olhando para mim com olhos tristes, a
boca aberta como se estivesse prestes a oferecer condolências ou algo assim.

— Não faça isso, — eu disse, balançando a cabeça. — Estou bem.


Realmente. Não é como se não esperássemos isso há meses. Sério. Sem
banalidades. Ou orações.

— Você realmente não pode ditar por quem eu oro, Teddy —, ele brincou.

— Não, não posso —, concordei. — Mas posso fazer solicitações, certo?

— Claro que você pode —, disse ele. — Estou aqui para o que você precisar.

— Fique com minha irmã —, eu disse a ele, ignorando seu comentário


sobre o que eu precisava, já que tinha certeza de que ele não poderia realmente
oferecer o que eu precisava. — Acho que ela precisa de toda a ajuda que puder
conseguir agora.

— Eu vou —, ele prometeu.


Nossos cafés chegaram e mesmo que queimasse minha boca, tomei um
grande gole, deixando o calor se espalhar por mim.

— Você não tem muita paciência, não é? — Luke perguntou, me dando um


sorriso irônico.

— Suponho que não —, concordei. — Essa é provavelmente uma qualidade


da qual você precisa muito. Imagino que ser padre seria terrivelmente frustrante.

— Tem seus momentos. — Ele estendeu a mão e puxou o colarinho branco,


deixando-o cair sobre a mesa antes de desabotoar o botão superior da camisa.

Meu olhar se fixou na cavidade de sua garganta, que de repente ficou


exposta para mim, e minha boca ficou completamente seca. Como era possível
que um pedaço de pele tão inócuo pudesse ser tão excitante?

— Você está bem? — Luke perguntou, a preocupação em sua voz me


fazendo olhar para cima para encontrar seu olhar.

— Por quê você está aqui? — Perguntei a ele, percebendo de repente que,
pela segunda vez, ele havia se oferecido para me levar embora de um evento
familiar do qual ele claramente reconheceu que eu não queria fazer parte.

— Você me ligou —, disse ele, estreitando o olhar em óbvia confusão.

— Não, quero dizer, por que você está aqui? Já passa da meia-noite e você
está saindo comigo em algum restaurante qualquer.

— Sua mãe acabou de falecer —, disse ele, como se isso fosse uma resposta.
— Sim, e se você estivesse no hospital consolando Annie, isso faria sentido.
Mas você está sentado aqui tomando café comigo. — Eu balancei minha cabeça.
— Eu simplesmente não entendo.

— Achei que éramos amigos —, disse ele lentamente.

— Nós somos?

— Eu gostaria de ser.

— Você poderia?

— Teddy, sério, você está bem? — Ele estendeu a mão por cima da mesa e
cobriu minha mão com a dele.

— Veja, — eu disse, olhando para nossas mãos entrelaçadas. — Às vezes


você faz coisas assim. E isso me faz pensar que talvez você…

Ele lentamente puxou a mão e a deixou cair em seu colo, seu lábio inferior
desaparecendo entre os dentes enquanto ele desviava o olhar do meu.

— Não acho que seria apropriado que você terminasse essa declaração —,
disse ele suavemente. — Estou aqui como amigo. E se você não consegue lidar
com isso, então talvez eu deva ir.

— Pelo amor de Deus, — eu sibilei. — Isso não é... Luke, olhe para mim.

Ele ergueu o olhar para encontrar o meu novamente e por um momento


ficamos paralisados, olhando um para o outro, o que parecia ser um milhão de
coisas não ditas pairando no ar ao nosso redor.
Eu sabia que tinha que dizer alguma coisa. Eu tinha que quebrar essa
tensão, ou ele iria embora e eu nunca mais o veria. E não era isso que eu queria.

— Posso jogar uma carta de mãe morta aqui ou algo assim? — Perguntei.
— Eu não quis insinuar... quero ser seu amigo.

— Você entende que isso é tudo que poderei lhe oferecer? — ele sussurrou.

E embora me custasse dizê-lo, me apetecesse ranger os dentes e discutir e


brigar com ele sobre isso, disse o que ele precisava que eu dissesse.

— Isso é tudo que eu sempre precisei.

Não era o que eu queria, mas pelo menos agora tinha uma resposta. Mesmo
que ele gostasse de mim, em algum lugar profundo e reprimido de sua pequena
mente sacerdotal, ele nunca, jamais, faria algo para o concretizar.

Então agora, poderíamos simplesmente seguir em frente.

— Você quer falar sobre o funeral? — Eu perguntei a ele.

— Jesus. — Ele riu, o som alto e rico no restaurante vazio e seus olhos
brilharam com lágrimas enquanto ele balançava a cabeça. — Então, vamos ficar
bem?

— Estou muito bem —, assegurei a ele. — Você, por outro lado... vai
precisar de um chapéu pontiagudo para o serviço religioso. Minha mãe gostava
de fazer uma cena. Você vai precisar ser um Papa completo para isso.

— Isso não vai acontecer —, disse ele com firmeza.

— Ok, bem, vou pedir para Annie ligar para você e chorar.
— Você é um homem muito mau, Teddy Bartlett. — Luke soltou um suspiro
suave. — Mas um filho muito bom.

— Eu era um filho de merda —, argumentei. — Basta perguntar aos meus


pais. — Porra! Na verdade, eu não queria dizer isso em voz alta. — Cartas de mãe
morta, sem perguntas.

— Não acredito que você tenha um número infinito dessas cartas para
jogar —, Luke me avisou.

— Sim, na noite em que ela morreu —, insisti. — Olha, esqueça que eu


disse alguma coisa. Na verdade, esqueça metade das merdas que eu disse esta
noite. Por favor.

— Esquecido —, ele sussurrou.

— Você é um bom amigo, padre Stone —, eu disse a ele. — E estou feliz que
você esteja aqui esta noite.

— Eu também —, disse ele. — Infelizmente, preciso ir.

— Sim, — eu concordei, olhando para o meu telefone para ver que já


passava de uma da manhã. — Vou acompanhá-lo até o seu carro?

Luke insistiu em pagar o café e depois voltamos juntos para o


estacionamento do hospital, pegando o elevador até o quarto andar onde ele
estava estacionado.

— Este é o meu —, disse ele, parando em uma grande caminhonete branca.


— Obrigado por tudo —, eu disse a ele, balançando sobre os calcanhares.
— Annie e eu agradecemos por você estar aqui esta noite.

— De nada.

E então ele me puxou para um abraço, seus braços fortes em volta do meu
corpo, seu rosto pressionado em meu ombro.

Eu o abracei de volta, sentindo o cheiro forte de sua colônia enquanto


enterrei meu nariz na gola de sua camisa.

A situação durou muito tempo, mas nenhum de nós parecia incomodado


com isso, e quando finalmente nos separamos, ele apenas sorriu suavemente para
mim e entrou em sua caminhonete, ligando o motor e acenando para mim
enquanto dava ré e se afastava.

Apenas amigos, minha bunda. Posso não ter absolutamente nenhuma


experiência com homens, e provavelmente ele também não, mas aquilo não foi
um abraço de amigo. Isso foi... eu não tinha certeza do que era exatamente. Mas
eu sabia o que não era.

Luke Stone pode ser casado com seu sacerdócio, mas ele sentia algo por
mim.

Como diabos eu deveria ignorar isso?


Capítulo Seis

— Foi uma bela cerimônia.

Annie e eu assentimos e murmuramos um agradecimento ao centésimo


estranho que nos disse essas palavras na última hora.

O funeral foi bom. As pessoas choravam e mamãe parecia ela mesma no


caixão. Mais parecida com ela própria do que nos últimos meses no hospital.

E Luke fez um trabalho maravilhoso com seu sermão. Até eu conseguia


reconhecer isso, embora não me importasse muito com o que alguém tinha a
dizer sobre Dina Bartlett. Ela se foi e pronto.

— Quanto tempo ainda temos que ficar aqui? — Reclamei com Annie
enquanto me balançava. — Sinto como se tivéssemos apertado a mão de metade
da maldita cidade.

— Talvez só mais um pouco —, disse ela, batendo o cotovelo em mim


enquanto acenava em direção à porta. — Padre Stone, é muita gentileza sua ter
vindo.

Annie e Luke se abraçaram rapidamente, então ele se virou para apertar


minha mão.

— Eu não sabia que você estava passando por aqui —, admiti. — Eu teria
trazido uma bebida melhor.
— Tenho quase certeza de que ainda há uma garrafa de Glenlivet no
escritório do papai —, disse Annie. — Tenho certeza que você precisa de uma
pausa de tudo isso.

— Sim, mas isso é seu agora. Ou de John, eu acho.

— O que? — Annie inclinou a cabeça, olhando para mim com a testa


franzida em confusão.

— A bebida —, eu disse. — Inferno, a casa. Presumi que vocês iriam se


mudar.

— Teddy, mamãe deixou a casa para você —, disse Annie, estendendo a


mão e apoiando-a no meu braço. — Eu pensei que você soubesse disso.

— Bem, eu não quero isso, — eu rebati. Soltei um suspiro e passei meu


braço em volta de seu ombro. — Desculpe.

— Eu sei. — Ela encostou a cabeça no meu peito. — Eu também sinto


muito.

As desculpas pairavam no ar, apenas declarações gerais cobrindo décadas


de dor, sofrimento e perda que aconteceram entre nós e ao nosso redor.

Acho que fui ingênuo ao pensar que a dor iria passar só porque mamãe se
foi. Provavelmente nunca iria desaparecer. E eu certamente não iria escapar das
lembranças com a casa dela pairando sobre mim pelo resto da minha vida.
— Bem, padre, — eu disse, soltando minha irmã e me virando em direção
às escadas. — Acho que sou o orgulhoso proprietário de uma garrafa de uísque
muito velha. Você gostaria de vir comigo e beber?

— Eu ficaria feliz, — ele concordou, dando um pequeno sorriso para minha


irmã antes de me seguir escada acima.

Levei-o pela sala do segundo andar até a escada dos fundos que levava
diretamente ao antigo escritório do meu pai. Na verdade, eu nunca tive permissão
para entrar lá quando era mais jovem e não tive motivos para entrar lá depois
que o homem morreu, então, quando entrei na sala, não houve nenhum
sentimento de nostalgia nem nada para mim.

— É uma casa linda —, disse Luke.

— Eu também acho. — Olhei ao redor da sala e encolhi os ombros


enquanto procurava por qualquer armário que pudesse esconder o estoque do
meu pai. — Você quer?

— O que? — Ele soltou uma risada baixa e profunda. — Você não quer?

— Não quero nada com este lugar —, admiti, caminhando até um grande
globo no canto e puxando-o. Abriu, revelando garrafas e copos. — Que idiota.

Peguei o whisky e alguns copos e coloquei mais do que uma medida


saudável em cada copo antes de entregar um a Luke e fazer sinal para que ele se
sentasse no sofá.
— Não tenho ideia de por que mamãe deixou este lugar para mim —,
continuei, sentando-me ao lado dele e tomando um grande gole do meu copo. —
Não sei se tenho uma única lembrança feliz daqui.

— Realmente? — A boca de Luke se transformou em um pequeno sorriso


enquanto ele girava o whisky em seu copo. — Eu acho que um pequeno Teddy
correndo pelos corredores deste lugar, brincando e rindo seria uma visão
adorável de se ver.

Esvaziei minha bebida e coloquei o copo sobre a mesa, soltando um suspiro


enquanto lutava para lembrar-se de apenas um momento feliz nesta prisão em
que cresci. Mas não havia nada.

— Não houve muitas risadas por aqui —, admiti, olhando para o chão para
que ele não visse as lágrimas se acumulando em meus olhos. — Meus pais... meus
pais não gostavam muito de mim, padre. Quando eu era jovem, eu realmente não
entendia isso. Eu lutava e lutava e lutava pelo carinho deles. Então, quando fui
ficando mais velho, percebi que nunca conseguiria. Passaram-se anos antes de eu
descobrir por que eles me odiavam. Por que meu pai me batia sempre que podia.
Por que minha mãe mal falava comigo, e quando ela o fazia, era... apenas para me
degradar por coisas que eu não tinha controle.

Na verdade, eu nunca havia admitido essas coisas para ninguém antes. Nem
mesmo Annie sabia de tudo o que havia acontecido, mas tenho certeza de que ela
já tinha adivinhado muitas coisas. Mas agora que mamãe e papai se foram,
percebi que não havia mais sentido em esconder isso.
Além disso, eu estava muito bêbado. Comecei em casa antes do funeral e
parecia que não tinha parado de beber o dia todo.

— Teddy, sinto muito —, Luke sussurrou.

— Bem, acabou agora. — Funguei suavemente e limpei a garganta. —


Papai se foi há anos e agora mamãe o seguiu. E se você acredita, eles estão em um
lugar melhor, então...

Luke colocou a mão na minha coxa e eu olhei para ele, surpreso com a
intimidade do toque. Ele estava olhando para mim, e eu não tinha ideia de quais
emoções haviam tomado conta de sua expressão, mas quando nossos olhares se
encontraram, senti como se ele estivesse olhando diretamente para minha alma.

Pisquei e senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Antes que eu pudesse
alcançá-la, Luke se inclinou para frente e pressionou os lábios suavemente contra
a umidade, beijando-a.

Quando ele se afastou, seus olhos estavam arregalados, como se ele também
não pudesse acreditar que tinha acabado de fazer isso.

Eu me senti inclinando-me em direção a ele, meu coração martelando no


peito enquanto meu desespero para sentir seus lábios contra os meus arranhava
minha alma. Quando Luke não se afastou de mim, tive um breve momento em
que acreditei que isso realmente iria acontecer. Ele ia me beijar. Ele sentiu algo
entre nós. Eu não tinha inventado tudo.

— Teddy!
Luke e eu nos levantamos ao ouvir a voz da minha irmã no corredor. Nós
nos encaramos por um momento, e então ele se afastou, abrindo a porta e saindo
para junto de mim.

— Você ainda está aqui —, disse Annie ao entrar na sala. Seu olhar
percorreu meu rosto e sua expressão suavizou-se para uma que parecia
suspeitamente de pena. — Jesus, você está bem?

— Não —, admiti, deixando escapar um suspiro trêmulo. — Não realmente.

Annie correu e me abraçou com força. Eu me agarrei a ela, enterrando meu


rosto em seu ombro enquanto as lágrimas começaram a vir sem parar e eu nem
me preocupei em tentar impedi-las. Sempre foi bom ser abraçado por alguém
enquanto você desabava, mas não era nos braços da minha irmã que eu queria
estar.

Ela não me perguntou por que eu estava chorando e não dei nenhuma
explicação. Porque o que eu diria a ela? Que eu estava chorando no funeral da
minha mãe porque o padre dela não quis me beijar?

Deus, eu estava tão, tão fodido.


Capítulo Sete

— Oh meu Deus, — eu choraminguei quando abri a porta para ver Annie


parada ali. — Você pode, por favor, me deixar em paz?

— Não. — Ela passou por mim e entrou, parando para olhar a carnificina
da minha sala de estar. — Deus, cheira a bar clandestino aqui.

— Eu não bebi tanto assim —, menti. — Além disso, essas garrafas não são
todas de hoje.

Embora, para ser justo, algumas delas eram. Foram alguns dias estranhos
para mim.

— Cristo, o que está acontecendo com você? — ela perguntou enquanto


entrava na cozinha e pegava um copo no armário, voltando e servindo alguns
dedos de whisky nele antes de se sentar no sofá.

— Nada —, insisti, pegando meu próprio copo enquanto me recostava na


cadeira.

— Você é um mentiroso —, ela disse, revirando os olhos para mim. — Você


não desabou mais cedo por causa da mamãe. O que aconteceu lá com Padre
Stone?

— Nada aconteceu. — O que era principalmente verdade. Eu nem tinha


certeza do que estava prestes a acontecer. Provavelmente nada. Porque ele era
padre, éramos amigos e isso era tudo. — O que esta acontecendo com você? Você
parece particularmente assombrada ultimamente, e sei que isso também não tem
nada a ver com a mamãe.

— John está tendo um caso, — ela admitiu, erguendo os ombros com um


pequeno encolher de ombros.

— Deus, Annie, sinto muito. Por quanto tempo?

— Tipo três anos, — ela respondeu, seu tom neutro como se isso nem
importasse para ela.

— Que porra é essa? — Eu olhei para ela sem acreditar. — Quando você
descobriu?

— Tipo... há três anos —, disse ela. — Teddy, está tudo bem. Realmente.
Concordamos que íamos continuar casados pelo bem de Ruth. Quando ela for
mais velha, provavelmente nos divorciaremos. Mas está tudo bem.

— Não está bem, — eu rebati.

— Oh meu Deus, — ela gemeu. — Eu não vim aqui para brigar com você
sobre meu casamento. Eu só queria ter certeza de que você estava bem.

— Estou bem —, prometi a ela.

— Bem, ótimo. Porque eu preciso ir. John vai sair hoje à noite e eu quero
estar em casa com Ruth.

— Espere, então ele te diz quando vai transar com outras mulheres e você
simplesmente... permite? — Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo.
Isso foi... nojento. Como se eu já não odiasse o suficiente o marido bastardo dela.
Agora eu tinha que saber disso? — Isso parece horrível.

— Bem, é melhor do que ficar sozinha —, ela retrucou. Seus olhos se


arregalaram e instantaneamente se encheram de lágrimas. — Deus, Teddy. Eu
não quis dizer...

— Esqueça —, eu disse, balançando a cabeça. — Talvez você esteja certa.


Não tenho espaço para falar sobre relacionamentos, pois nunca estive em um.

Sem mencionar o fato de que eu atualmente desejava me envolver com um


padre. Fale sobre jogar tijolos em casas de vidro.

— Você está apaixonado por ele, não está? — Annie sussurrou.

— Quem? — Eu perguntei, momentaneamente confuso com sua mudança


imediata de assunto.

—Padre Stone —, ela disse. — Você está apaixonado por ele.

— O que você está falando? Eu o conheço há duas semanas. E ele é um


maldito padre. Não, eu não estou apaixonado por ele. — Desviei meu olhar dela,
não querendo ver a descrença que eu sabia que estaria clara em seu rosto. Eu
nunca consegui mentir para minha irmã.

— Está tudo bem —, disse ela, deslizando para frente e apoiando a mão no
meu joelho. — Eu nunca julguei você. E eu nunca faria isso. É só que... você é
diferente com ele. Mais suave. Mais aberto. Quero dizer, eu nunca vi você com
outros caras antes, mas mesmo quando estamos todos juntos em uma sala... há
uma luz em você. É legal.
— Você nunca me viu com outros caras porque nunca estive com ninguém
—, admiti. — E pela maneira como nossos pais me trataram, você pode me
culpar? Sem namorados. Sem primeiro beijo. Não, primeiro nada. Apenas esta
pequena bola de vergonha incandescente em meu peito por trinta e um anos.

— Eu os odeio pelo que fizeram com você —, ela sussurrou.

— Não, — eu implorei, deslizando de joelhos aos seus pés enquanto eu


agarrava sua mão e a forçava a segurar meu olhar. — Não deixe o que eles
fizeram comigo arruinar o que eles foram para você. Eu não quero isso.

Houve uma batida na porta e soltei um suspiro quando me levantei e fui


atender. Eu não poderia imaginar quem seria... a menos que fosse o marido da
minha irmã para reclamar com ela por não cuidar de sua filha para que ele
pudesse foder outras mulheres.

— Padre Stone —, reprimi um sorriso enquanto olhava para o belo padre


parado na minha varanda. Ele estava vestindo jeans e uma camiseta do Rolling
Stone, parecendo deliciosamente normal. Que idiota. — O que você está fazendo
aqui?

— Verificando você —, ele admitiu. — Eu estava preocupado que você


pudesse estar sentado aqui, ficando bêbado sozinho.

— Não estou sozinho —, assegurei-lhe. — Então você não precisa se


preocupar comigo.

O olhar abatido em seu rosto me fez sentir um pouco melhor. Eu ainda não
tinha ideia de onde estava com o homem, mas quando o levei a acreditar que
poderia ter um homem em casa, ele definitivamente não gostou. Isso foi alguma
coisa.

— Teddy! — Annie ligou da sala. — Pare de ser uma vadia e deixe o


homem entrar.

— Viu, — eu disse, recuando e abrindo a porta para permitir que Luke


entrasse. — Minha irmã está aqui.

— Você é um pirralho, — Luke rosnou enquanto passava por mim e


entrava na casa.

Eu o segui até a sala e recostei-me na cadeira. Servi outra bebida no meu


copo e entreguei-a ao padre que se sentou ao lado de Annie no sofá.

— Obrigado —, disse ele, tomando um gole e colocando o copo na mesinha


de centro. — Como vocês dois estão?

— Fantásticos, padre —, eu disse a ele com um sorriso.

— Não se preocupe com Teddy —, insistiu Annie. — Ele está bebendo desde
o meio-dia.

— Você é tão gentil em mentir por mim? — eu disse, pegando o copo que
Luke havia colocado na mesa e bebendo-o de um só gole. Peguei a garrafa para
enchê-lo mais uma vez, mas Luke tirou-a da minha mão e a entregou a Annie.

— Você se importaria se eu falasse a sós com Teddy? — Ele perguntou a


ela.
— De jeito nenhum —, disse ela. — De qualquer maneira, preciso voltar
para casa. Prometi a John que voltaria.

— Oh, foda-se ele —, eu rebati. — Eu deveria ir até lá com você e dar uma
surra nele. — Apontei para Luke e estreitei o olhar. — Você deveria ter me
deixado dar um soco nele no hospital outra noite.

— Tem certeza que quer lidar com isso? — Annie perguntou a Luke,
levantando uma sobrancelha para ele.

— Nós ficaremos bem —, ele prometeu a ela.

Ela colocou a garrafa de whisky de volta na mesa, depois se inclinou na


direção de Luke e sussurrou em seu ouvido. Ela descansou a palma da mão na
bochecha dele por um momento antes de dar um beijo na minha testa.

— Fique bem, — ela sibilou antes de se endireitar novamente e sair da sala,


o som da porta da frente se fechando ecoando através do silêncio que havia caído.

— O que ela disse para você? — perguntei, estendendo a mão e pegando o


whisky de onde Annie o havia deixado. Tirei a tampa e tomei um grande gole
direto da garrafa, sem tirar o olhar do rosto de Luke.

— Ela me pediu para não machucar você —, ele admitiu.

— Oh, padre, eu não me preocuparia com isso —, sussurrei.

— Não faça isso —, ele retrucou, seus olhos brilhando de raiva.

— Fazer o que? — Senti meus olhos se arregalarem de surpresa com a


nitidez de seu tom. Eu não tinha feito nada.
— Não me chame de padre e finja que não é algum tipo de apelido
fetichizado para você.

— Sinto muito —, eu disse, soltando uma risada. — Juro que não é isso que
estou fazendo. Mas se isso faz você se sentir melhor, vou te chamar de Luke.

— Porra, isso é pior. — Ele esfregou a mão no rosto.

Ele estava obviamente lutando com alguma coisa e, embora eu não soubesse
exatamente por que ele estava na minha casa, tinha uma forte sensação de que
tinha algo a ver com o que havia acontecido antes.

— Luke, — eu disse, deslizando para frente em meu assento e apoiando os


cotovelos nos joelhos enquanto olhava para ele. — Eu te disse que entendo que
somos apenas amigos. Nada aconteceu esta tarde com o qual você deveria se
preocupar. Eu não interpretei nada mal. Era apenas um amigo confortando um
amigo.

Só que não foi nada disso. Eu sabia disso e ele sabia que eu sabia. Mas eu
queria que ele ficasse, então eu o deixaria contar todas as mentiras que ele
precisasse contar e que o mantivessem ali. Eu só queria ele na minha vida.

Eu poderia mentir para ele, poderia mentir para Annie. Mas eu sabia que
não poderia continuar mentindo para mim mesmo.

Eu estava me apaixonando por Luke Stone.

— Essa é a pior parte de tudo isso, você sabe —, ele disse suavemente. —
Você não está fazendo nada de errado. Não posso nem sentar aqui e culpar você
por isso.
— Culpar-me por quê? — Eu perguntei, a raiva vazando em meu tom
enquanto me levantava e olhava para ele. Eu senti como se ele estivesse tendo
uma conversa comigo e se esqueceu de me incluir. E era ele quem estava
lançando estranhos sinais confusos para mim.

— Por me fazer querer você! — ele gritou enquanto se levantava também.

Suas palavras pareciam suspensas no ar entre nós. Como uma bolha de


sabão implorando para ser estourada por um dedo curioso.

— Porque eu quero você, — ele disse, seu tom de repente suave... quase
derrotado. — Eu quero, Teddy. E isso está me matando.

— Bem, estou realmente bêbado agora, — admiti. — E quero agradecer a


você por me dizer isso. Porque eu realmente quero você também. Mas se você
precisar que eu esqueça o que você disse, estou disposto a fazê-lo.

Eu não faria isso. Eu nunca se esqueceria de ouvir sua confissão para mim.
Mas eu poderia absolutamente mentir para ele sobre isso.

— Se você se sentir melhor, isso está fora do seu peito, — continuei. — E se


você precisa voltar a fingir que não queremos bater nossos corpos com muita
força e provavelmente com um pouco de raiva e crueldade... podemos fazer isso.
O que for preciso para manter você em minha vida.

— E se eu te beijar antes de sair... você está disposto a esquecer isso


também?
— Não. — Balancei a cabeça enquanto dava um passo em direção a ele. —
Mas estou disposto a nunca tocar no assunto. Para você ou qualquer outra pessoa.
Se é isso que você precisa que eu faça.

— Isso é o que eu preciso que você faça.

E então ele estava em cima de mim seus dedos enrolados em meu cabelo
enquanto seus lábios batiam contra os meus. Meu coração batia forte contra meu
peito e meus joelhos pareciam fracos, mas me inclinei para ele, deixando-o
segurar meu peso enquanto seus braços desciam para envolver minha cintura e
meus dedos deslizavam sobre sua garganta e em volta de seu pescoço.

Nossos lábios se separaram e nossas línguas deslizaram uma contra a outra,


a sensação aveludada dela dentro da minha boca me fazendo choramingar
enquanto uma enxurrada de pensamentos sobre coisas que eu nunca teria com
ele explodia na minha cabeça.

Isso nunca poderia ser suficiente. Quão estúpidos éramos em pensar que
um beijo aliviaria a necessidade entre nós? O fogo que estava queimando dentro
de mim por Luke só estava mais forte agora.

Eu tentei como o inferno ficar no momento, apenas aproveitar o cheiro de


sua colônia tomando conta de mim, a sensação de suas mãos em meu corpo, o
gosto de sua língua em meus lábios... mas não consegui. Eu não poderia ficar lá.
Eu queria avançar para o final, onde estaríamos juntos.

Porque de alguma forma teríamos que acabar juntos. Esse beijo não poderia
ser o fim de tudo. Eu não aguentaria.
Luke se afastou de mim e percebi que nós dois tínhamos lágrimas
escorrendo pelo rosto.

Porque é claro... isso seria o fim de tudo. Este momento. Era tudo que
teríamos. Tudo o que poderíamos ter.

— Eu tenho que ir, — ele sussurrou, apoiando a testa na minha.

— Eu sei —, respondi, deslizando as mãos pelos seus braços e segurando


suas palmas com os dedos. — Tudo bem.

Não estava tudo bem, mas não havia mais nada que eu pudesse dizer a ele
agora. Eu prometi a ele que nunca falaríamos sobre isso. E isso obviamente
começou imediatamente.

Caminhamos juntos em direção à porta, os dedos entrelaçados, ambos


permanecendo no hall de entrada como se nenhum de nós estivesse pronto para o
fim da noite. O que, claro, não estávamos, mas o que mais deveríamos fazer?

— Boa noite, Teddy, — Luke sussurrou, soltando a mão da minha e


apoiando-a na maçaneta.

— Boa noite, padre.

Ele rosnou, o som vibrando no fundo de seu peito. Por um momento pude
ver a fome em seu olhar e tenho certeza que ele pensou em me beijar novamente.

Mas ele não o fez.


Ele simplesmente se virou e saiu, fechando a porta atrás de si e me deixando
sozinho. Caí de costas contra a parede e deslizei para o chão, abraçando os
joelhos contra o peito enquanto soltava um suspiro pesado.

No que diz respeito aos primeiros beijos... devo dizer que foi o melhor que
alguém poderia ter experimentado.

Foi completamente blasfemo rezar para que eu recebesse um segundo beijo


de Luke para rivalizar com isso?
Capítulo Oito

Fiquei parado no hall de entrada, olhando ao redor da casa dos meus pais e
sentindo como se nunca a tivesse visto antes, apesar de ter morado lá até os
dezessete anos.

Já se passaram nove dias desde o “incidente”, como decidi chamá-lo. Nove


dias desde que Luke me beijou. Nove dias desde que tive notícias dele.

Quando ele me fez prometer que não falaríamos sobre o que tinha
acontecido, não percebi que ele queria dizer que não iríamos conversar.

Talvez eu fosse ingênuo ou apenas estúpido, mas honestamente acreditava


que ele e eu continuaríamos amigos. Sim, seria difícil, mas ele significava muito
para mim... e não apenas romanticamente. Eu não sabia o que faria se ele saísse
da minha vida para sempre.

Então, eu fiz o que qualquer pessoa racional faria quando estava magoada,
assustada e triste... Eu disse à minha irmã que deveríamos limpar a casa dos meus
pais abusivos.

Annie e eu concordamos em nos encontrar lá para começar a limpar a


merda, mas agora que eu estava lá dentro, parecia uma ideia muito melhor pegar
um pouco de gasolina e um fósforo e queimar tudo.
Nenhum de nós queria nada do lugar, então tudo iria para caridade ou
seria vendido de qualquer maneira. Parecia que seria muito menos catártico do
que a minha ideia.

— Annie! — Eu chamei, indo para as escadas. — Você está aí em cima?

— Estamos no quarto da mamãe —, ela gritou.

Nós? Oh Deus, se eu tivesse que lidar com John, eu realmente poderia


cometer um incêndio criminoso.

Subi as escadas e encontrei Annie e Ruth sentadas no chão em frente à


cômoda de mamãe, guardando cuidadosamente as roupas em caixas.

- Ei, esquilo! — Eu disse alegremente, abrindo os braços enquanto Ruth se


levantava e corria até mim para um abraço. — Como está indo?

— Estou indo bem —, ela respondeu com um encolher de ombros. —


Estamos arrumando as coisas da vovó.

— Eu percebi. Muito obrigado pela ajuda.

— Mamãe disse que me daria dez dólares —, admitiu Ruth, dando-me um


pequeno sorriso.

— Eu teria feito ela lhe dar vinte —, eu disse a ela.

— Não a incentive —, disse Annie com firmeza. — Querida, se você quiser


ir até meu antigo quarto brincar, você pode. Tio Teddy e eu podemos cuidar
dessas coisas.

— Ainda serei paga? — Ruth perguntou.


Eu ri e peguei minha carteira, entregando-lhe uma nota de cem dólares
com uma piscadela e observei enquanto ela saía correndo como se não quisesse
dar tempo para sua mãe discutir.

— Você é terrível —, disse Annie, revirando os olhos enquanto pegava um


rolo de fita adesiva e selava a caixa em que estava trabalhando.

— Você é terrível —, eu disse a ela, andando para pegar a caixa e movê-la


para a pilha que estava se formando do outro lado da sala. — Por que você fez
Ruth vir aqui?

— A babá está de férias —, respondeu Annie, seu tom cortante deixando


claro que eu não tinha permissão para dizer nada sobre John.

Eu estava prestes a dar uma bronca nela quando houve um barulho alto no
corredor, seguido pelo som de vidro quebrando e uma garotinha chorando.

Annie e eu saímos correndo da sala e vimos Ruth parada no corredor, o


rosto entre as mãos enquanto seu corpinho estremecia de soluços na frente de um
vaso quebrado no chão.

— Eu sinto muito! — Ruth gritou, olhando para nós com olhos


aterrorizados e um rosto cheio de lágrimas.

— Oh, querida —, disse Annie, correndo até ela e puxando Ruth em seus
braços. — Querida, está tudo bem.

Meu coração apertou quando olhei para minha sobrinha, o pânico e o


medo em seu rosto me atingindo como uma lembrança da minha própria
infância.
— Vovó costumava ficar brava se você quebrasse alguma coisa, não é? —
Eu perguntei, me forçando a manter a frieza fora do meu tom. Eu não queria que
Ruth pensasse que eu estava com raiva dela.

— Sim, — Ruth admitiu, sua vozinha baixa.

— Ela se foi agora, sabe? — Eu disse a ela. — E sua mãe e eu nunca, jamais
ficaremos com raiva de você. Para qualquer coisa.

— Realmente?

Aquela pequena palavra, daquela boca preciosa, partiu meu coração e me


deixou com uma raiva incandescente.

— Realmente. — Eu disse a ela com firmeza. Então estendi a mão e


empurrei o vaso correspondente, espalhando-o pelo chão para se juntar ao seu
companheiro. — São apenas coisas, Esquilo. E as coisas nunca, jamais, serão mais
importantes para nós do que você.

Ruth olhou para a bagunça no chão e depois para mim com os olhos
arregalados, mas havia um pequeno sorriso no canto de seus lábios.

— Tudo bem —, disse Annie, abraçando Ruth, mas me lançando um olhar


sombrio. — Vamos levar você para baixo para não se machucar enquanto o tio
Teddy limpa isso.

— Tudo bem”, Ruth sussurrou. — Obrigado, tio Teddy.

— De nada. — Acenei com a cabeça para Annie e depois pisquei


novamente para minha sobrinha enquanto Annie a carregava escada abaixo.
Deus, quantas vidas minha mãe poderia arruinar nesta casa?

Olhei para os cacos de cerâmica no chão e sorri. Droga, isso foi muito bom.
E isso me fez pensar em quanta merda eu poderia quebrar até que a dor do que
experimentei naquela casa desaparecesse completamente.

Voltei para o quarto da minha mãe e olhei em volta. Nossa, a mulher


gostava muito de colecionar merda quebrável.

Fui até sua cômoda e comecei a pegar bugigangas estúpidas, jogando-as


uma de cada vez em direção à lareira, observando enquanto elas explodiam em
pó.

— Teddy! — Annie gritou, entrando correndo na sala e olhando com os


olhos arregalados enquanto eu continuava a atirar anjos de cerâmica e cachorros
de porcelana. — O que você está fazendo?

— Terapia —, respondi, passando da cômoda vazia para as prateleiras


embutidas ao longo da parede. — Você quer algum?

— E daí? Você vai quebrar tudo e esperar que isso faça você se sentir
melhor? São apenas coisas, Teddy. Isso não vai afetá-los. — Ela colocou a mão no
meu ombro. — Eles não podem mais machucar você. E você não pode machucá-
los.

— Então foda-se tudo —, eu disse, empurrando um vaso da prateleira e


observando enquanto ele se despedaçava aos meus pés.

Peguei um ovo de cerâmica de um suporte e puxei o braço para trás para


jogá-lo também, mas Annie o arrancou da minha mão.
— Esse é Fabergé —, ela retrucou.

— Você disse que não queria nada, — eu a lembrei friamente. — E mamãe


deixou comigo. — Peguei uma vela da mesa de canto e joguei-a do outro lado da
sala. — Como se eu quisesse alguma coisa nesta porra de casa!

— Teddy, pare com isso! — Annie gritou, puxando meu braço. — Por
favor!

— Foda-se! — Eu gritei, empurrando-a para longe de mim e pegando uma


luminária da mesa, jogando-a contra a parede, onde atingiu uma pintura
emoldurada de uma garotinha em um campo, ambas explodindo em pedaços. —
Apenas dê o fora, Annie. Leve Ruth e vá embora.

Ela bateu o pé e rosnou para mim, mas se virou e saiu. Eu a ouvi descendo
as escadas e, alguns minutos depois, a porta da frente bateu e o carro dela saiu da
garagem.

Olhei para a bagunça por toda a sala e lamentei que isso não tivesse
realmente me feito sentir melhor. Mas certamente não me fez sentir pior, então
achei que era melhor continuar.

Agarrando o atiçador da lareira no suporte ao lado da lareira, desci o


corredor em direção às escadas, batendo a barra de aço contra todas as fotos na
parede ao longo do caminho, sorrindo enquanto o vidro chovia ao redor dos
meus pés.
Continuei meu reinado de destruição quando cheguei à sala do segundo
andar, jogando lâmpadas e quebrando molduras, jogando tudo que pude pegar
pela sala e danificando tudo que podia.

Quando aquele quarto ficou totalmente destruído, mudei para o primeiro


andar e fui atrás de tudo que estava na sala.

— Se divertindo?

Eu pulei ao som da voz de Luke e me virei para vê-lo encostado no batente


da porta, com os braços cruzados sobre o peito e uma única sobrancelha
levantada.

— Que porra você está fazendo aqui? — Eu perguntei, jogando o atiçador


da lareira no sofá e olhando para ele.

— Annie me pediu para vir ver como você estava —, ele respondeu. Seu
olhar varreu a carnificina na sala e um sorriso apareceu em seus lábios. — Mas
parece que você está bem.

— Estou, obrigado —, eu disse. — Agora, por favor, vá se foder.

— Não, acho que não vou —, argumentou ele, empurrando o batente da


porta e entrando na sala. O som de vidro quebrando sob seus pés, mas ele
continuou andando até ficar diante de mim, com o olhar preso no meu.

— O que... você precisa de um abraço ou algo assim? — Eu agarrei.

— Você precisa de um abraço? — ele atirou de volta. — Teddy, que porra


você está fazendo?
— Por que você se importa? — Eu perguntei a ele. — Sério, Luke, por que
você está aqui?

— Porque estou preocupado com você. E sua irmã também —, ele


respondeu.

— Não tenho notícias suas há mais de uma semana —, lembrei-lhe. —


Concordamos que o que quer que tenha acontecido ou não... não aconteceu. Eu
pensei que éramos amigos.

— Somos amigos —, ele insistiu. — É por isso que estou aqui.

— Por que você está vestido assim? — Eu perguntei, apontando para sua
veste de padre. — Você está fazendo algum tipo de declaração ou algo assim?

— Vim direto da igreja —, disse ele, soltando um suspiro pesado. — Annie


parecia bastante desesperada. Acho que ela estava com medo de que você pudesse
se machucar se ficasse sozinho aqui por muito tempo.

— Bem, como você pode ver... — Apontei para a destruição espalhada pela
sala. —Estou ótimo.

— Certo.

— Não me julgue, — eu rebati.

— Eu não estou julgando você! — ele gritou. — Deus, Teddy, eu não vim
aqui para brigar com você.

— Então por que você veio?


— Porque eu sinto sua falta. — Seus olhos se arregalaram como se ele não
quisesse dizer isso, mas então seus ombros caíram e ele balançou a cabeça. —
Sinto sua falta.

— Isso é tudo que você tinha a dizer —, eu disse a ele. — Idiota. Vamos,
vamos sair daqui.

— Onde estamos indo? — ele pergunta, me seguindo para fora da sala e em


direção às escadas.

— Estou te mostrando um tour.

— Da sua destruição? — ele provocou.

— Não, só do resto da casa.

Eu ainda estava com raiva dele por me evitar por tanto tempo, mas foi tão
bom vê-lo novamente, que decidi ficar feliz por ele estar ali.

E agora que ele estava, parecia ser um bom momento para um drinque bem
grande. Eu me sentia como se estivesse com um litro a menos, e se eu tivesse que
vê-lo e não tocá-lo... eu precisaria de muito álcool.
Capítulo Nove

— Então este era o seu quarto —, disse Luke, olhando para as paredes nuas
e as superfícies organizadas. — É meio escasso.

— Meus pais tinham medo de que, se me deixassem ter uma personalidade,


minha estranheza piorasse. — Dei de ombros e apontei em direção à estante. —
Então, acabei por colecionar livros da primeira edição de Oscar Wilde e Walt
Whitman. Meu pequeno ato de rebelião.

— Você era um canalha —, ele brincou. — Teddy, sinto muito...

— Não —, eu disse, erguendo a mão em protesto. — É passado.

— Claro —, disse ele, balançando a cabeça. — Deus, como você


sobreviveu?

— Bebida. — Levantei meu copo para ele em uma saudação simulada antes
de esvaziar o conteúdo e colocá-lo na minha velha mesa de cabeceira.

Luke riu e eu não pude deixar de sorrir quando o som ecoou pela sala. Não
tinha havido muitas risadas ali antes, e foi bom ouvi-la vindo dele.

Eu nem tinha a intenção de mostrar meu quarto a ele, mas depois que
paramos no escritório do meu pai para tomar uma bebida, acabamos vagando
pelos corredores e de alguma forma ele me convenceu a mostrar-lhe onde eu
dormi enquanto crescia.
Seu sorriso desapareceu quando ele encontrou meu olhar, uma tristeza
tomando conta de sua expressão quando ele deu um passo em minha direção.

— Eu não quero fazer isso com você, — ele sussurrou.

— Fazer o que?

— Causar dor. — Ele limpou a garganta e baixou o rosto para olhar para o
chão. — Eu não quero machucar você.

— Você não vai, — eu prometi a ele.

— Mas eu já estou. — Ele olhou para mim novamente e pude ver lágrimas
se formando em seus olhos. — Eu não deveria ter beijado você.

— Eu sei disso, — eu disse, minhas mãos tremendo enquanto eu lutava para


impedi-las de estender para agarrar as dele. — Mas eu não culpo você por nada,
Luke. Eu quis dizer o que disse naquela noite. Não precisamos mais falar sobre
isso. Pode ser apenas uma daquelas coisas. Aconteceu, não deveria, acabou.

— Bem desse jeito? — ele perguntou, o canto da boca se curvando em um


sorriso malicioso.

— Simplesmente assim, — prometi a ele.

— Mas ainda não acabou —, ele sussurrou. — Porque isso me consome.


Todos os dias. A toda hora. Fecho os olhos e você está lá. Posso sentir seu cheiro
nas minhas roupas, na minha pele. Eu sinto você em todos os lugares.

— Você ainda me quer? — Eu perguntei a ele, a pergunta escapando antes


que meu cérebro pudesse detê-la.
— Acho que nunca vou deixar de te querer —, ele admitiu.

— Você sabe, — dei um passo em direção a ele, mas parei antes de


realmente estender a mão para tocá-lo. — Você pode me ter.

— Não, não posso —, ele sussurrou.

— Sim —, eu insisti. — Você pode. Ninguém nunca precisa saber.

— Eu saberei, — ele disse, seu olhar me percorrendo enquanto sua língua


deslizava para molhar seus lábios.

— Com tudo o que nós dois passamos a vida reprimindo, isso poderia ser
apenas mais uma coisa, — eu ofereci, finalmente estendendo a mão e segurando
seu queixo em minha mão. — Todo mundo peca, padre.

Droga... ele estava certo. Eu fetichizei seu título.

E aparentemente ele gostou.

Seus braços serpentearam e me agarraram, me puxando para seu peito


enquanto seus lábios capturavam os meus. Gemi em sua boca, esfregando sua
ereção até ficar completamente dura também.

Nossas roupas desapareceram em um movimento de mãos, caindo ao acaso


no chão enquanto pontuamos cada movimento com outro beijo ardente.

Quando estávamos ambos nus, ficamos no meio da sala olhando um para o


outro. Embora ambos tivéssemos concordado silenciosamente em dar esse passo,
ainda fiquei chocado com a realidade do que isso significava.

Nós íamos fazer sexo.


Eu ia fazer sexo com um padre.

Puta merda.

— Você sabe que eu nunca... eu nunca fiz isso antes, — ele disse
suavemente, dando um passo à frente para passar levemente os dedos pela minha
bochecha.

— Nem eu —, admiti, inclinando-me para seu toque. — Quero dizer, você


foi meu primeiro beijo também. Então... estamos aprendendo juntos aqui.

— O que diabos eu fiz para merecer você? — ele sussurrou, abaixando o


rosto para pressionar suavemente seus lábios nos meus.

— Não sei —, respondi. — Deve ter sido algo muito ruim.

Ele sorriu enquanto passou o braço em volta da minha cintura e me puxou


para seu peito, sua boca batendo na minha mais uma vez.

Subimos juntos na cama, seu corpo pressionando o meu contra o colchão


enquanto ele rastejava sobre mim, seus quadris caindo entre minhas coxas
quando começamos a nos beijar novamente.

Nossas mãos percorreram cada centímetro de pele que podíamos alcançar


um no outro, e eu não conseguia impedir meu corpo de responder a ele. Meu pau
chorou entre nós, e minha bunda bateu contra seu pau, meu corpo precisando
senti-lo dentro de mim.
Eu me afastei dele e me estiquei para alcançar minha mesa de cabeceira,
quase chorando de alívio quando minha mão se fechou em torno de um antigo
tubo de lubrificante.

— Você mantinha lubrificante no seu quarto quando criança? — ele


perguntou, me observando abrir a tampa e apertar o gel na ponta dos dedos.

— Eu costumava me masturbar muito —, admiti. — Você não usa


lubrificante?

— Eu nunca me masturbei —, disse ele. — Até eu conhecer você.

De repente, minha cabeça se encheu de imagens dele acariciando seu pau,


gritando meu nome enquanto ele chegava em sua mão.

Eu gemi e coloquei a mão entre nós para passar o lubrificante sobre seu
eixo, meu aperto em torno de sua ereção fazendo-o sibilar de surpresa e,
esperançosamente, de prazer.

— O que você está fazendo? — ele perguntou, com os olhos arregalados


enquanto olhava para mim.

— Eu quero você dentro de mim, — eu disse a ele, movendo minha mão em


direção ao meu buraco para deslizar um dedo dentro de mim. Minhas costas se
arquearam para fora da cama ao meu próprio toque e pude sentir meus músculos
tremendo em antecipação a ele me violar. — Por favor, Luke. Quero você.

Ele abaixou o rosto para me beijar, seus dentes afundando em meu lábio
inferior enquanto ele deslocava seus quadris entre minhas coxas, a ponta de seu
pênis pressionando firmemente contra minha abertura.
Tentei relaxar, mas a antecipação desse momento fez meu corpo se enrolar
como uma mola. Meus dedos cravaram em seus braços enquanto ele avançava,
me abrindo, deslizando para dentro de mim.

Houve uma dor aguda enquanto ele se movia, os músculos da minha bunda
ainda não estavam prontos para aceitar a largura de seu pênis, e eu sibilei com
desconforto, o som o fazendo parar.

— Estou bem —, prometi a ele, abrindo os olhos para encontrar seu olhar.
— Estou bem. Não pare.

Ele me beijou novamente, sua língua deslizando pela minha boca até que eu
abri meus lábios para ele. Seus dedos cavaram meu cabelo, puxando os fios
enquanto ele fechava os punhos e balançava os quadris para frente novamente,
fechando a distância entre nossos corpos e se envolvendo completamente dentro
de mim.

Gritei em sua boca, a mistura do prazer e da dor avassalador, e ele engoliu o


som, devolvendo-o com um gemido que pareceu ecoar em minha cabeça.

Meu peito estava arfando enquanto eu lutava para respirar pelo nariz, e
Luke se afastou, olhando para mim com os olhos arregalados, seu próprio peito
subindo e descendo rapidamente enquanto nossos olhares se encontravam.

Eu quebrei o olhar primeiro, olhando ao longo de nossos corpos para ver


onde estávamos conectados um ao outro. A visão dos quadris contra as minhas
coxas, a sensação de seu eixo completamente dentro de mim, causou um arrepio
de necessidade por todo o meu corpo.
— Você é tão lindo, — Luke sussurrou. — Posso dizer isso?

— Você pode dizer o que quiser —, prometi a ele. — Contanto que você
comece a se mover, porra.

Ele começou a girar lentamente os quadris, entrando e saindo de mim, seu


olhar fixo em meu rosto como se procurasse por qualquer sinal de dor ou
desconforto.

Mas a dor desapareceu. Tudo o que senti agora foi prazer enquanto ele
balançava contra mim. E quanto mais rápido ele começava a se mover, mais
próximo meu corpo parecia estar espiralando em direção ao sol.

Cada centímetro do meu corpo parecia estar envolvido em chamas de


felicidade, meus nervos gritando por uma liberação que permanecia fora do meu
alcance.

Luke mudou seu corpo, afastando-se do meu peito e inclinando-se para


trás, mudando o ângulo de suas estocadas dentro de mim e agarrando meu pau
em seu punho, me puxando forte e rápido enquanto seus quadris batiam em mim.

Gritamos juntos, seu pau explodindo contra os músculos da minha bunda,


enquanto minhas bolas apertavam e depois explodiam, enviando cordas quentes,
grossas e molhadas da liberação pelo meu peito.

Meus olhos se abriram e olhei para cima para ver Luke olhando para mim,
seu próprio olhar amplo e brilhante, uma expressão de total descrença clara em
seu belo rosto.
— Oh meu Deus, — ele sussurrou, sua voz rouca enquanto piscava
rapidamente.

Ele soltou meu pau e deslizou para fora de mim lentamente antes de cair no
colchão ao meu lado e passar o braço sobre minha barriga, me puxando contra
ele com força.

— Você está bem? — Eu perguntei a ele, passando suavemente meus dedos


por seu braço.

— Eu não sei, — ele admitiu. — Podemos apenas... podemos apenas ficar


aqui deitados?

Fechei os olhos e me virei para descansar a cabeça em seu ombro. Deitar ali
com ele era literalmente a única coisa que eu queria fazer.

****

Abri os olhos, surpreso ao ver que o quarto havia escurecido e percebendo


que devia ter adormecido. A cama ao meu lado estava vazia e me sentei, olhando
em volta para ver Luke vestido, sentado na cadeira ao lado da porta olhando para
mim, com o colarinho solto nas mãos.

— Você está indo. — Não foi uma pergunta por que esse fato era óbvio.

— Eu preciso —, disse ele.

— Você não sabe, na verdade, — argumentei. — Você quer.

— Não, Teddy, eu preciso. Eu não deveria ter deixado isso chegar tão longe.
— Por que sinto que deveria me desculpar por isso? — Eu perguntei,
tentando engolir minha raiva. Eu não queria brigar com ele. Mas eu queria que
ele falasse comigo.

— Você não tem nada pelo que se desculpar —, ele insistiu. — Isto é minha
culpa. Eu fiz isso. E eu só... preciso de tempo —, ele implorou. — Não quero
machucar você, mas não tenho certeza se posso fazer isso.

— Nós já fizemos isso, — eu o lembrei. — Não estou te pedindo nada. Não


estou, eu juro. Mas não me abandone. Por favor.

— Sinto muito —, disse ele, levantando-se e alcançando a porta. — Não me


persiga. Não venha à igreja. Apenas me dê algum espaço para descobrir as coisas.

Eu balancei a cabeça... porque o que mais eu iria fazer? Fazê-lo se sentir


pior? Ele já havia comprometido tudo por mim. Não seria justo eu implorar para
ele ficar. Para implorar para que ele deixasse a igreja. Para me escolher em vez de
sua fé. Acima de Deus.

Ele já tinha me dado mais do que eu tinha o direito de pedir. Eu não poderia
envergonhá-lo para ficar.

Luke se virou e saiu... e eu o deixei ir.

Porque é isso que os amigos fazem.

Eles confiam um no outro para voltar.


Capítulo Dez

No mês seguinte, investi toda a minha energia na limpeza da casa dos meus
pais. Tentei ficar o mais bêbado ou ocupado o possível. Na verdade, nada disso me
ajudou a esquecer o que aconteceu com Luke, mas pelo menos me fez desmaiar à
noite, para que não ficasse acordado e pensando em tudo que
poderia/teria/deveria ter sido.

Depois que um serviço de limpeza veio e consertou todos os danos que eu


tinha causado durante meu acesso de raiva, recebi avaliadores para pegar o que
sobrou, contratei empresas para leiloar ou vender literalmente tudo que eu não
tinha quebrado em pedaços, e em seguida, a casa foi colocada à venda.

Eu não queria uma única lembrança daquele lugar, e Annie disse que
também não. Concordamos em dividir o dinheiro, apesar de ela ter brigado
comigo por um tempo no início. Mas eu insisti.

Honestamente, eu esperava que quanto mais dinheiro eu conseguisse


colocar nas mãos dela, longe daquele idiota com quem ela se casou, mais
confortável ela se sentiria finalmente em deixá-lo.

— Desculpe o atraso —, disse Annie, deslizando para a mesa à minha frente


e pegando minha bebida da mão para tomar um longo gole.

— Sirva-se —, eu disse, revirando os olhos enquanto ela esvaziava meu


copo. — Você está bem?
— Eu estou fantástica —, disse ela, sorrindo para mim.

Ela parecia fantástica. Eu não a via iluminada daquele jeito desde... bem, eu
nem conseguia lembrar quando.

Estávamos nos reunindo para jantar para comemorar o término das obras
na casa da mamãe e finalmente colocá-la à venda. Além disso, não tínhamos nos
visto muito nas últimas semanas e ambos queríamos fazer check-in e conversar.

— E aí? — Eu perguntei, sorrindo de volta para ela.

— Eu estava no escritório do meu advogado, — ela admitiu, seu sorriso se


alargando ainda mais. — Estou deixando John.

— Isso é ótimo, Annie. — Estendi a mão e apertei a mão dela. — Deus, estou
tão feliz em ouvir isso.

— Sim, — ela soltou um suspiro e se jogou de volta na cabine. — Eu sei que


deveria ter feito isso há muito tempo, mas estava com medo.

— Entendi —, assegurei a ela. — E me desculpe por ter sido tão idiota com
você sobre isso.

— Não. — Ela balançou a cabeça. — Chega de desculpas entre nós, ok?


Você estava certo e, honestamente, eu também estava certa. Mas tudo acabará em
breve, e Ruth e eu poderemos continuar com nossas vidas, e John poderá
continuar com a dele. Isso será bom para todos nós.

— Ele não está lhe causando nenhum problema, está? — Eu perguntei, meu
olhar se estreitando.
— Não, Teddy. Na verdade, ele está sendo ótimo. Então não... eu não sei...
não vá atrás dele nem nada, ok?

— Eu não vou, — eu prometi a ela. — Você quer que eu tire a casa do


mercado para que você e Ruth possam se mudar?

— Vou ficar com a nossa casa —, disse ela. — Não, você está certo sobre à
casa da mamãe. Precisa ir. É como o terror de Amityville. Deixe que seja problema
de outra pessoa.

Pedimos o jantar e eu comprei uma garrafa de champanhe para comemorar


a grande notícia de Annie, além de pedirmos bebidas adicionais também.

— Vou precisar pedir um carro para voltar para casa —, disse Annie
enquanto pegava sua taça de champanhe e bebia seu espumante de uma só vez.

— Droga, acho que sim —, eu disse, rindo enquanto enchia seu copo
novamente. — Podemos compartilhar um carro.

— Quando foi a última vez que você ficou sóbrio o suficiente para dirigir
para qualquer lugar? — ela perguntou, levantando uma sobrancelha para mim.

— Eu não precisei ir a lugar nenhum —, respondi com um encolher de


ombros. — Estou hospedado em casa e mandando entregar tudo.

— Você não sai da casa da mamãe há um mês? — ela perguntou,


arregalando os olhos. — Teddy... você está bem?
— Ah, pelo amor de Deus, Annie, estou bem. Acabei de estar ocupado. Eu
nem tenho bebido tanto. — Ok, isso era uma mentira, mas ela não precisava se
preocupar comigo. Eu era um homem adulto e sabia cuidar de mim mesmo.

— Ok, — ela disse, seu tom indicando claramente que ela não acreditava
em mim. — Como está Luke?

— Não tenho idéia —, eu disse, franzindo a testa. — Não o vejo há semanas.

— Oh. — Ela tomou um longo gole de champanhe, estreitando o olhar para


mim por cima da borda da taça.

— Você não o vê todo domingo? — Eu perguntei a ela. — Você saberia


mais sobre ele do que eu.

— Eu também não o vi —, disse ela. — Ele foi transferido para outro lado
da cidade, para Saint Francis. Pensei em me mudar para lá, mas é uma longa
viagem de ida e volta para Ruth.

Então ele não apenas me abandonou, mas também trocou de igreja para
ficar ainda mais longe de mim. Muito maduro da parte dele.

O que ele achou? Que eu simplesmente apareceria na igreja dele? Fazer


uma cena? Envergonhá-lo? Arruinar sua carreira e sua vida? Quando eu o fiz
sentir que faria algo assim?

Ou eu estava apenas exagerando, porque não importa o quanto eu menti


para mim mesmo sobre me sentir melhor, a dor de perdê-lo era tão forte quanto
no dia em que ele me abandonou?
— Sinto muito se não deveria ter mencionado isso —, disse Annie
suavemente. — Eu simplesmente presumi que vocês dois eram... ainda amigos.

— Nem tanto —, admiti com um suspiro.

— O que aconteceu? — Ela deslizou a mão sobre a minha e apertou-a


suavemente.

Eu sabia que ela estava apenas preocupada comigo e gostei disso. Mas eu
realmente não queria falar sobre Luke.

— Eu realmente não posso te dizer isso —, eu disse.

— Oh meu Deus, você fodeu um padre —, Annie sibilou, com os olhos


arregalados e um sorriso aparecendo em seus lábios. — Jesus, você não faz as
coisas pela metade, não é, Teddy?

— Eu não disse que aconteceu nada —, lembrei a ela, embora não me


preocupasse em negar diretamente. — E do que você está falando?

— Só que você passou a vida inteira reprimindo todas as emoções possíveis


e a única vez que você decidiu que iria em frente... caramba, você foi em frente.
— Ela balançou a cabeça. — Ele não deixaria a igreja por você?

— Eu não pedi a ele —, admiti. — Na verdade, eu não pedi nada a ele. Ele
estava tão envergonhado de si mesmo que me afastava toda vez que... nos
aproximávamos.

— Aparentemente nem sempre —, ela murmurou.


— Oh meu Deus, não estou falando sobre isso com você —, eu disse,
incapaz de conter a risada que borbulhava em meu peito.

— Por que não? — ela choramingou.

— Honestamente... porque eu prometi a ele que não falaria com ninguém


sobre isso. Sinto muito, mas isso inclui você.

— Porra, por que você sempre faz isso? — Annie perguntou, seu tom
carregado de raiva.

— Fazer o que? — Eu olhei para ela, completamente perdido com o que eu


tinha feito agora.

— Absolutamente sacrificar tudo o que você deseja pelas outras pessoas? —


Ela bateu a mão na mesa e olhou para mim. — O que você quer também é
importante, Teddy. Por que você sempre se faz tão pequeno?

— Eu não —, insisti.

— Olha, eu sei que mamãe e papai foderam com você. Mas você tem trinta
e um anos. Você não acha que merece ser feliz?

— Eu literalmente não tenho ideia do que você está falando agora —, eu


disse a ela.

— Você passou a vida inteira fazendo o que lhe mandaram —, disse ela. —
Você se contorce para ser exatamente o que todo mundo quer que você seja o
tempo todo e eu não aguento isso!

— Está tudo bem? — perguntou o garçom, aproximando-se da mesa.


— Estamos bem, obrigado —, assegurei a ele. — Vou me certificar de que
vamos manter isso baixo. Desculpe.

— Obrigado —, disse ele. — Seu jantar estará pronto em breve.

— Padre Stone pediu para você não contar a ninguém o que aconteceu
entre vocês, e você nem vai me contar. O que é bom, eu acho. Mas aposto que ele
te pediu bastante e você não pediu nada a ele. Porque você não faz. Você deixa
todo mundo pegar e pegar e pegar e então você se pergunta por que é um
alcoólatra tão miserável.

— Tudo bem —, respondi, inclinando-me para frente e olhando para


minha irmã. — É o bastante. Eu não vim aqui para um assassinato de caráter seu.

— Você pelo menos disse ao padre Luke o que queria dele? — ela
perguntou, aparentemente inabalável. — Ou você simplesmente aceitou
quaisquer restos que ele lhe ofereceu como um cachorro faminto e vadio?

— Isso é muito rico vindo de você, — eu rosnei. — Você, que deixou seu
marido brincar com você por três anos e apenas aceitou porque estava com muito
medo de ficar sozinha!

— E agora olhe para nós —, ela disse, abrindo as mãos como se eu tivesse
acabado de explicar o que ela queria dizer. — Sozinhos. Porque estamos com
muito medo de nos levantar e pedir o que queremos.

— Senhor, senhorita —, disse o garçom, voltando para a mesa. — Eu


realmente preciso perguntar...

— Ah, vá se foder! — Annie e eu gritamos em uníssono.


Os olhos do garçom se arregalaram comicamente e ele se afastou de nós
alguns passos antes de se virar e fugir em direção à frente do restaurante.

— Bem, estamos prestes a ser expulsos —, eu disse, deslizando para fora da


mesa e pegando a garrafa de champanhe do balde ao lado da mesa. — Devemos
continuar com isso lá fora?

Annie me seguiu até ficar de pé, pegando meu braço e me permitindo


acompanhá-la pelo restaurante até a rua. Subindo para um banco de tijolos do
lado de fora do prédio, passamos a garrafa de um lado para outro durante algum
tempo, observando o trânsito passar.

— Você poderia me contar o que aconteceu entre você e Luke? — Annie


perguntou depois de um tempo. — Você não precisa entrar em detalhes, mas eu
gostaria que você me contasse.

Então eu contei tudo a ela. Desde o nosso primeiro beijo, até ele fazer amor
comigo, até ele me abandonar... de novo. Confiei em minha irmã e senti como se
um peso tivesse sido tirado de mim para poder compartilhá-lo.

— E ele não ligou para você? — Annie perguntou, com lágrimas


escorrendo pelo rosto enquanto ela segurava a garrafa de champanhe contra o
peito.

— Nem uma vez —, eu disse, balançando a cabeça enquanto soltava um


suspiro.

— Que idiota, — ela sibilou.


— Não ele não é. — Eu ri e bati nela com meu ombro. — Ele é um padre,
Annie. Isso não é como ser carpinteiro ou barista. Não é uma carreira que você
pode simplesmente... mudar. É a vida inteira dele. Todo o seu sistema de crenças.

— Isso não significa que ele não seja um idiota —, argumentou Annie. —
Desculpa. — Ela levantou uma mão defensivamente enquanto me devolvia a
garrafa vazia. — Não direi mais nenhuma palavra ruim sobre o Padre Cara de
Merda.”

— Annie, — eu gemi.

— Começando agora —, acrescentou ela. — Então o que você vai fazer?

— Não tenho idéia —, admiti, jogando a garrafa de champanhe na lata de


lixo ao meu lado. — Talvez conseguir outra dessa?

— Vamos alugar um quarto no Marriott e nos divertir como costumávamos


fazer no ensino médio —, ela sugeriu, seus olhos brilhando como se eu tivesse
acabado de dizer a ela que Papai Noel era real.

— Sério?

— Absolutamente.

E honestamente... isso pareceu muito divertido. Talvez Annie estivesse certa.


Às vezes eu precisava ir atrás do que queria. E naquele exato momento, eu queria
ficar bêbado com minha irmã em uma suíte de três mil dólares por noite só
porque podíamos.
Capítulo Onze

Tentei ligar para Luke todos os dias durante uma semana depois do jantar
com minha irmã, mas ele nunca atendeu e nunca retornou minhas mensagens.
Finalmente, decidi que era hora de ser homem e encarar a música.

Ele me prometeu que poderíamos continuar amigos e os amigos não se


ignoravam. Os amigos não fugiam. Se ele tinha mudado de ideia, tinha decidido
que não suportava me ter em sua vida de forma alguma, então ele devia isso a
mim, dizendo isso na minha cara.

Eu dei a ele tempo e espaço. Agora era a vez dele me dar alguma coisa.

Entrei na igreja de Saint Francis e percebi que não tinha ideia de como
encontrar um padre numa quinta-feira à tarde. Não havia ninguém na catedral
principal e parecia estranho começar a vagar pelos corredores.

Quando eu estava prestes a me virar e sair, ouvi uma porta se abrir e uma
mulher agradecer muito suavemente ao Padre Stone.

Foda-se.

Ela estava saindo do confessionário.


Sentei-me em um banco e olhei para as estranhas portas de madeira,
esperando Luke sair. Mas com o passar dos minutos, percebi que ele
provavelmente ficaria sentado ali até que seu turno, ou algo assim, terminasse.

Se eu quisesse falar com ele, teria que confessar meus pecados.

No momento em que entrei na cabine, o aroma sutil de sua colônia me


atingiu e quase caí de joelhos quando as lembranças de sua pele me dominaram.
Levei um minuto para me sentar no pequeno banco e fiquei desapontado ao ver
que havia uma divisória de madeira nos separando. Eu podia ver seu perfil na
sombra, mas não conseguia distinguir os detalhes de seu rosto.

Agora que estava sentado ali, me sentia um idiota. Parte de mim queria
levantar e sair novamente. Talvez o silêncio pudesse ser uma resposta, afinal.

— Perdoe-me, padre, porque pequei —, eu disse suavemente, forçando-me


a falar antes que pudesse me acovardar e fugir.

— Quanto tempo se passou desde sua última confissão? — ele perguntou,


embora eu pudesse dizer pela rigidez em seu tom que ele sabia que era eu tão
bem quanto eu sabia que era ele atrás da grade.

— Na verdade, não sou católico —, admiti. — Então, eu nunca fiz isso


antes.

— Bem, de que pecado você acredita que precisa ser absolvido?

— Eu machuquei alguém —, eu disse. — Alguém que significa muito para


mim. Na verdade, ele significa mais para mim do que provavelmente imagina.
— A dor faz parte da vida —, respondeu Luke. — Não cabe a você facilitar
isso para os outros.

— Não é? — Eu desafiei. — Ele pediu amizade e acho que o fiz acreditar


que precisava de mais. Admito que não fiz tudo o que pude para entender sua
luta, para ajudá-lo, para ser o que ele precisava que eu fosse para ele. Agora
tenho medo de tê-lo perdido para sempre.

— Talvez ele seja muito mais culpado do que você —, Luke disse
suavemente.

— Ou talvez ele esteja tão assustado quanto eu. — Eu sussurrei. —


Igualmente perdido.

O silêncio caiu entre nós, e eu o deixei ali, rezando para que ele estivesse
organizando seus pensamentos e não apenas esperando que eu desistisse e fosse
embora. Porque eu não desistiria. Mesmo que saíssemos desta cabine ridícula
como nada mais do que amigos. Decidi naquele momento que não iria embora
sem ele.

— Sei que queria ser padre desde criança —, disse ele finalmente. — Era
minha vocação. Meu dever. Nunca pensei em mais nada. Não sei se alguma vez
considerei que poderia ser um homem gay porque nunca senti nada... você sabe...
sexual, por outra pessoa. Achei mulheres bonitas e homens bonitos, mas isso
nunca significou outra coisa senão estética.

— Devo me desculpar por corromper você? — Eu perguntei a ele.


— Sinceramente, não sei quem corrompeu quem aqui. Eu queria ajudá-lo a
encontrar sua fé e agora você está me fazendo questionar a minha. Estou zangado
com você, Teddy. Estou zangado comigo mesmo. E estou zangado com Deus por
ter te colocado em meu caminho. Não consigo descobrir se isso é uma prova da
minha fé ou de amor. E estou com medo. — Ele soltou um suspiro instável e eu
queria desesperadamente poder alcançá-lo. Queria tocar seu rosto ou segurar sua
mão, encontrar seu olhar e assegurar-lhe que eu estava lá para ele de qualquer
maneira que ele precisasse que eu estivesse. — Estou com tanto medo. O tempo
todo. Antes de te conhecer, não me lembro de ter sentido medo. Eu sabia que Deus
me protegeria. Assim como acreditava que ele protegia todos os seus filhos.

— Isso deve ter sido muito pacífico para você, — admiti, sem ter certeza se
conseguiria imaginar algo tão inocente como essa crença.

— Foi —, ele concordou. — Então por que ele não protegeu você?

Abaixei meu rosto entre as mãos e respirei profundamente por entre os


dedos, lutando contra as lágrimas que desesperadamente picavam meus olhos.
Porque Luke tinha acabado de dar voz ao meu motivo de não ter fé.

Onde estava minha proteção?

Quando meu pai estava me batendo até perder os sentidos, como se pudesse
me curar da maneira como nasci, da maneira como Deus me criou... onde estava
minha proteção?

Quando minha mãe gritou coisas vis e odiosas para mim por ousar ter
amigos homens em casa... onde estava Deus?
— E comecei a me perguntar, — Luke sussurrou. — Se Deus me deu você
para que eu pudesse protegê-lo. Para que eu pudesse fazer por você o que
ninguém mais fez. — Ele fez uma pausa e pude ouvi-lo soltar um soluço sufocado
através da divisória que nos separava. — Para que eu pudesse amar você.

Minha respiração ficou presa no peito e levantei meu rosto em direção à


divisória novamente. Eu poderia dizer pela sua sombra que Luke estava me
encarando também.

Eu precisava vê-lo. Precisava tocá-lo. Levantei-me e saí da cabine, parando


por um momento em frente à porta que nos separava. Então estendi a mão e girei
a maçaneta, abrindo-a e olhando para o homem sentado ali, olhando para mim.

— Eu serei o que você precisar que eu seja para você. — Eu prometi a ele,
ajoelhando-me na sua frente e tomando seu rosto coberto de lágrimas em minhas
mãos. — Mas eu não posso viver sem você. Eu simplesmente não posso. Passei
minha vida inteira aceitando qualquer pedaço de afeto que pudesse receber de
quem quer que se dignasse a mostrá-lo para mim. Você foi a única pessoa que
sempre quis estar comigo por mim. E não vou perder isso. Não posso. — Engoli
em seco em torno de um nó que estava crescendo na minha garganta. — Eu te
amo.

Ele abriu a boca para responder, mas coloquei a palma da mão suavemente
sobre seus lábios, silenciando qualquer resposta que ele pudesse me dar.

— Não. — Deslizei minha mão livre por trás de seu pescoço e puxei sua
cabeça para baixo, pressionando meus lábios firmemente contra sua testa antes
de soltá-lo e ficar de pé.
Eu não sabia se ele iria me dizer que também me amava ou se iria me dizer
que não poderíamos nos ver nunca mais. E eu não queria saber.

Ainda não.

Eu não queria que sua decisão viesse de dentro da igreja. Eu não queria que
a obrigação estivesse por trás de nada que ele me dissesse. Seja obrigação para
comigo ou obrigação para com Deus.

Tínhamos dito tudo o que havia para dizer. Cada um de nós se desnudou
diante do outro e mesmo quando me afastei dele, me senti mais próximo de Luke
naquele momento do que nunca.

Quando estivesse pronto, ele poderia vir até mim e me dizer se


continuaríamos amigos ou se nos separaríamos para sempre.

E eu aceitaria sua decisão.

Porque eu o amava.

E é isso que você faz pelas pessoas que ama.


Capítulo Doze

Passei a semana seguinte olhando para a porta da frente, para o telefone e


um dia para a janela, para o caso de Luke decidir enviar um pombo-correio para
mim. Mas isso não aconteceu.

Eu finalmente me resignei ao fato de que ele realmente fez sua escolha. E


como o meu idiota tinha prometido que respeitaria qualquer escolha que ele
fizesse, parecia que não me restava mais opções.

Ele se foi. E eu tinha que deixá-lo ir.

— E aí? — Atendi quando Annie me ligou na manhã do domingo seguinte.

— Nada realmente —, disse ela. — Só fazendo check-in. Não vejo você


desde que estava vomitando ao seu lado na pia do hotel, então pensei que deveria
ter certeza de que você ainda está vivo.

— Sim. — Eu ri ao me lembrar do pesadelo que aquele dia tinha sido. Não


existe ressaca como a ressaca de champanhe. — Não, eu estou bem.

E eu estava. Quero dizer, sim, era uma pena eu não conseguir meu feliz
para sempre com Luke, mas eu era um sobrevivente. Eu sobreviveria a isso
também.

Houve uma batida na porta, me fazendo pular.

— Você está aqui? — Eu perguntei a ela, caminhando para o hall de


entrada.
— Não —, ela disse. — Estou em casa, por quê?

— Espere. — Abri a porta e quase chorei de alívio quando vi Luke parado


na minha varanda com suas roupas comuns. Jeans desbotados grudados em suas
coxas e sua camiseta preta estava bem esticada em seu peito e bíceps. Seu cabelo
era mais comprido do que eu lembrava, e parecia que ele mal havia passado a
mão por ele para tentar domar as mechas.

— Tenho que ir —, eu disse, desligando na cara de Annie e deixando meu


telefone cair na mesa ao lado da porta.

Luke e eu nos encaramos por um minuto inteiro, nenhum de nós dizendo


nada. Mas o olhar dele me disse tudo que eu precisava saber.

Ele me empurrou para trás contra a parede, chutando a porta atrás de si


enquanto caiu contra mim, sua boca banqueteando-se na minha. Lábios, línguas
e dentes rangeram enquanto nossas mãos percorriam os corpos um do outro,
rasgando e arrancando as roupas um do outro.

Eu me afastei da parede, mas me recusei a quebrar o beijo enquanto meu


braço envolvia sua cintura, puxando-o comigo em direção ao quarto enquanto
tirávamos os sapatos, as meias e arrancávamos os cintos, deixando-os cair no
chão, tropeçando juntos pelo apartamento.

Finalmente nos separamos para tirar as camisas, mas depois voltamos a nos
beijar outra vez, e parecia... como aquilo que eu sempre pensei que o lar deveria
ser.
Minhas pernas bateram no colchão e puxei Luke comigo, seu corpo me
esmagando sob seu peso, mas não me importei. Nunca mais queria que ele
parasse de me tocar.

Separamo-nos, tempo suficiente para tirar as calças também, e depois


voltamos a colidir, como se nenhum de nós pudesse suportar a ideia de não nos
tocarmos.

Seus quadris afundaram entre minhas coxas, e eu me inclinei para ele,


precisando apenas senti-lo duro contra minha bunda.

— Você tem...

— Cale a boca —, eu sibilei, rolando debaixo dele para vasculhar minha


mesa de cabeceira, pegando um tubo de lubrificante antes de voltar para baixo de
seu corpo.

Ele arrancou o tubo da minha mão e o abriu, cobrindo os dedos antes de


enfiar a mão entre nossos corpos. Seus lábios pressionaram os meus enquanto ele
enfiava dois dedos dentro de mim, me fazendo gritar de surpresa em sua boca,
mas ele não recuou.

Seus dedos bateram para frente e torceram dentro de mim, me esticando


quase violentamente antes de removê-los e substituí-los pela cabeça de seu pênis.

Ele fez uma pausa para olhar para mim, como se achasse que precisava da
minha permissão para continuar. Eu dei a ele o que eu esperava que fosse um
olhar para transmitir que ele estava sendo um idiota, e ele obviamente entendeu a
ideia.
Com um impulso forte e rápido, ele pressionou todo o caminho dentro de
mim, esticando-me com tanta força que me curvou para fora da cama e fez com
que lágrimas brotassem dos meus olhos.

Agarrei-me firmemente aos seus ombros, agarrando-me a ele enquanto ele


me fodia forte, rápido e desesperadamente. Doeu, mas eu não me importei. Era
aquele fio da navalha entre o prazer e a dor, e ele me montou com isso até que eu
gozei, gritando, meu orgasmo rasgando minhas bolas sem um único toque em
meu pau.

Ele perdeu o ritmo rapidamente, sua própria liberação enchendo minha


bunda enquanto ele gritava meu nome, suas unhas cravando em meus ombros e
uma única lágrima escorrendo pelo seu rosto.

Caímos um ao lado do outro, nossos dedos entrelaçados enquanto


lutávamos para recuperar o fôlego novamente.

Quando consegui respirar normalmente, uma risada borbulhou em meu


peito e bati a mão na boca, mas quando comecei, foi impossível parar. Eu ri até
chorar e depois ri um pouco mais.

— Você está bem? — Luke me perguntou, olhando para mim com um


sorriso irônico aparecendo em seus lábios.

— Estou tão feliz, — admiti, soluçando baixinho enquanto lutava para


controlar minhas risadas. — Você me faz tão feliz.

Movi-me ainda mais sobre seu peito, praticamente prendendo-o com meu
corpo enquanto descansei minha cabeça em seu ombro oposto.
— Eu não vou embora, — ele prometeu suavemente, dando um beijo na
minha cabeça.

— Eu sei —, eu disse. — Mas é melhor prevenir do que remediar.

Ficamos ali deitados juntos por um tempo, nossos corações batendo um


contra o outro em nossos peitos. Foi a maior paz que já senti na minha vida. Pela
primeira vez na vida, foi como se eu finalmente estivesse onde pertencia.

— Eu pedi para ser laicizado, — Luke sussurrou depois de um tempo, seus


dedos roçando levemente minhas costas. — Você sabe o que isso significa?

— Sim, — eu disse, minha voz quase inaudível enquanto cada nervo do


meu corpo parecia faiscar e acender ao mesmo tempo, acelerando meu batimento
cardíaco e fazendo minha visão turvar e minhas palmas suarem.

Eu sabia o que isso significava. Porque, numa noite de bebedeira, sentei-me


no sofá e pesquisei como os padres pediam para deixar o clero.

Eles pedem para serem laicizados e são demitidos do seu estado clerical.
Tornam-se secularizados. Eles ficam livres dos deveres, responsabilidades e
exigências da Igreja Católica.

Luke estava livre.

— Por favor, me diga... — eu disse, sentando e olhando para ele, querendo


me culpar por ter mexido na situação, mas eu precisava saber.
— Eu não fiz isso por você, — ele me prometeu, levantando-se para
encontrar meu olhar. — Eu fiz isso por mim. E eu fiz isso pela igreja. Minha fé
não me abandonou. Na verdade, conhecer você tornou tudo mais forte.

— Não tenho certeza se devo me desculpar por isso ou dizer de nada —,


provoquei ele.

— Apenas me diga que você vai ficar comigo —, disse ele.

— Nunca mais vou perder você de vista —, eu disse a ele com firmeza.

— Eu te amo, — ele sussurrou, sua mão alcançando meu queixo. —


Lamento ter demorado tanto para encontrar coragem para realmente admitir isso
para você.

— Eu sempre soube —, respondi suavemente. — Acho que foi isso que


tornou tudo tão difícil quando você se foi.

Ele se inclinou para frente e me beijou, em seguida, me puxou de volta para


me deitar contra ele.

— O que fazemos agora? — ele perguntou.

— O que diabos quisermos —, eu disse.

— Bem desse jeito? — Ele riu. — Não tenho certeza se sei o que quero
fazer.

— Vamos embora por um tempo —, sugeri. — Sair desta cidade. Vamos


para o Caribe. Ou comprarei uma ilha para você em algum lugar e ficaremos
deitados na praia, bebendo, transando e apenas... seremos felizes. Podemos
simplesmente ser felizes?

— Tudo que eu quero é que você seja feliz —, disse ele.

Mas a questão é que eu já estava feliz. Parecia muito sentimental para dizer
em voz alta, mas tudo que eu precisava era de Luke. E agora que eu o tinha, nada
mais parecia importar.

Foi um caminho longo, difícil e doloroso para chegar lá, mas eu sabia que
finalmente teria meu feliz para sempre. E além disso, tudo que me restava era
desejar ser o mesmo para Luke.

E quando ele me beijou novamente, sua língua abrindo meus lábios, seu
corpo rolando sobre mim, eu não tinha mais dúvidas de que estava.
Epílogo
Dois anos depois…

— Você sente falta? — Luke perguntou, me entregando uma cerveja antes


de se acomodar novamente em sua espreguiçadeira.

— Sinto falta do quê? — Eu atirei de volta.

— De casa?

— Estou em casa —, prometi-lhe, virando-me para sorrir para ele. — Casa


é onde você estiver.

— Nojento —, ele brincou. — Não, estou falando sério. Você não sente falta
de Annie e Ruth?

Eu sinto falta delas. Elas voaram para nos ver algumas vezes desde que nos
mudamos para a República Dominicana, mas era estranho não poder vê-las o
tempo todo.

Não havíamos emigrado oficialmente para lá, mas havíamos passado dois
anos alugando um apartamento e nos apaixonamos pelo lugar.

— Claro que sim —, eu disse, percebendo que na verdade não havia


respondido a ele. — Mas por que diabos você quer voltar para lá?

— Pode ser bom ver os nossos amigos —, ele respondeu gentilmente.

— E você tem saudades da sua igreja —, resmunguei.

— Sim, tenho —, ele admitiu. — Teddy... eu quero ir para casa.


— OK. — Como se eu pudesse negar a esse homem tudo o que ele quisesse.
— Faremos preparativos para voar de volta.

— Obrigado —, disse ele, inclinando-se para me beijar. — Eu realmente


quero poder me casar com você no mesmo lugar onde te conheci.

Ele se recostou em sua cadeira novamente e eu soltei um suspiro enquanto


descansava minha cabeça no encosto do assento.

Então suas palavras foram absorvidas e eu me sentei com um sobressalto


violento, girando para olhar para ele.

— Aí está —, disse ele, com um sorriso malicioso brincando em seus lábios


quando encontrou meu olhar arregalado.

— Você o que? — Eu perguntei a ele, piscando rapidamente.

Ele enfiou a mão no bolso do short e tirou uma linda aliança de platina com
safiras e diamantes, depois deslizou da cadeira e se ajoelhou na areia ao meu lado.

— Teddy Bartlett, você quer se casar comigo?

Eu me joguei nele, derrubando-o no chão enquanto salpicava seu rosto com


beijos e arrancava o anel de seus dedos.

— Claro que vou me casar com você —, eu disse, sentando-me e deslizando


o anel no dedo. Virei minha mão na frente do rosto admirando a maneira como
ela brilhava à luz do sol.

— Acho que era para eu colocar isso em você —, disse ele, revirando os
olhos para mim.
— Oh, bem, desculpe por isso, — eu disse, nem remotamente arrependido.
— Você está falando sério?

— Não, é a pegadinha mais elaborada que alguém já fez. — Ele colocou a


mão atrás do meu pescoço e puxou meu rosto para perto do dele. — Eu te amo.
Quero passar o resto da minha vida com você. E eu quero ser seu marido.

— Você usará seu colarinho no casamento? — Eu perguntei, levantando


uma sobrancelha para ele.

— Não! — Ele revirou os olhos, mas baixou a voz e estreitou o olhar. —


Mas vou usá-lo esta noite.

— Você estava com isso o tempo todo? — Eu reclamei.

— Eu estava guardando para uma ocasião especial —, disse ele,


levantando-se e tirando a areia das pernas. — Tipo... para agora.

Ele começou a caminhar de volta pela praia em direção ao apartamento e


eu me levantei para segui-lo. Quando cheguei perto dele, pulei em suas costas e
envolvi minhas pernas em sua cintura.

— Eu te amo pra caralho, — eu sussurrei em seu ouvido antes de beliscar


seu lóbulo entre os dentes.

— Eu também te amo, porra —, disse ele.

Cada dia com Luke tinha sido melhor do que o anterior, e ainda me
surpreendeu o quão insanamente feliz eu estava desde que ele entrou na minha
vida. E eu sabia, todas as manhãs, quando acordava e descobria que de alguma
forma o amava mais do que quando ia dormir, que passaríamos o resto de nossas
vidas igualmente felizes.

Ou talvez até mais.

Luke me ajudou a encontrar minha fé. Fé nas pessoas. Fé em mim mesmo. E


talvez até fé em Deus.

Porque um presente como o Luke só poderia ser um milagre.

Confira mais MM Romance de REBEL aqui.


Você está me verificando?

Bem… talvez você devesse. Acesse meu site para obter dois livros de
romance totalmente gratuitos , vejam que outras coisas legais eu escrevi ou
encontrem-me em todas as redes sociais... incluindo o MySpace. Sim, estou a
trazê-lo de volta.
Sobre o autor

Dakota acredita que amor é amor e que acontece num piscar de olhos.
Quer comece com ação, aventura e adrenalina... ou apenas com um olhar através
de uma sala lotada. O “Felizes para sempre” nunca está longe.

Ela mora em Detroit, Michigan, com seus meninos favoritos no mundo.


Você nunca a encontrará longe de uma xícara de café que está a esfriar,
enquanto ela se distrai com objetos brilhantes na sua linha de visão.

Dakota adora conversar com seus leitores e pode ser encontrada em


www.dakotarebel.net

Você também pode gostar