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Guia Básico para Riscos e Cuidados Com A Saúde Após Enchentes

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GUIA

BÁSICO
PARA RISCOS E CUIDADOS
COM A SAÚDE APÓS
ENCHENTES

Info
rme
Téc
nico
/CE
VS
202
4
CEVS/SES página | 02

VERIFIQUE SE SUA CASA OU LOCALIDADE NÃO


FOI INTERDITADA PELA DEFESA CIVIL

VOLTA PARA CASA APÓS ENCHENTES: CUIDADOS

REMOÇÃO DA SUJEIRA

1. Remova o lodo, entulhos e o lixo dos quintais, colocando-os em frente às moradias para

serem recolhidos pelos serviços de coleta (quando possível/normalizado);

2. Utilize escova, sabão e água limpa para remover a lama dos ambientes, utensílios, móveis e

outros objetos da casa;

3. Lave utensílios domésticos (panelas, copos, pratos e objetos lisos e laváveis) com água e

sabão, e em seguida, prepare uma solução desinfetante, diluindo um copo (200ml) de

água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) em quatro copos de água (800 ml). Mergulhe

na solução os objetos lavados, deixando-os ali por, pelo menos, uma hora;

4. Lave pisos, paredes, bancadas e quintal com água e sabão. Desinfete, em seguida, com

uma mistura de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) na proporção de 200 ml para

um balde com 20 litros de água limpa, deixando agir por 30 minutos;

5. Utilize produtos de limpeza com embalagens integras e siga as orientações do rótulo;

6. Não utilize saneantes caseiros ou sem procedência, e nunca misture saneantes por conta

própria;

7. Panos e vassouras utilizados na higienização e desinfecção dos locais e dos objetos devem

ser descartados após o uso, devido ao risco de contaminação.


página | 03 CEVS/SES

LIMPEZA DA CAIXA D´ÁGUA

1. Antes de iniciar a limpeza, faça uma inspeção visual da caixa d'água para identificar

quaisquer danos, rachaduras ou sinais de contaminação. Caso haja algum problema

significativo, é recomendável consultar um profissional especializado em caixas d'água;

2. Durante todo o processo de limpeza e desinfecção, utilize equipamentos de proteção

individual, como luvas de borracha e máscara facial, para garantir a segurança e evitar o

contato direto com produtos químicos e sujeira;

3. Feche o registro e esvazie a caixa d´água, abrindo as torneiras e dando descargas;

4. Quando a caixa estiver quase vazia, feche a saída e utilize a água que restou para limpeza

da caixa;

5. Esfregue as paredes e o fundo da caixa utilizando panos e escova macia ou esponja.

Nunca use sabão, detergente ou outros produtos;

6. Retire a água suja que restou da limpeza, usando balde e panos, deixando a caixa

totalmente limpa;

7. Deixe entrar água na caixa até encher e acrescente 1 litro de água sanitária para cada

1.000 litros de água;

8. Aguarde 2 horas para desinfecção do reservatório;

9. Esvazie a caixa. Essa água servirá para limpeza e desinfecção de canalizações, chão e

paredes;

10. Tampe a caixa d'água para que não entrem pequenos animais ou insetos;

11. Anote a data da limpeza do lado de fora da caixa;

12. Finalmente, abra a entrada de água.


CEVS/SES página | 04

ENERGIA ELÉTRICA

1. Depois que o nível da água baixar, procure profissional eletricista para rever a instalação

elétrica do imóvel antes de religar os disjuntores;

2. No caso de rompimento de fios elétricos, a orientação é ficar distante, evitando se

aproximar dos cabos, e ligar para a concessionária de energia da região;

3. Não tente carregar aparelhos móveis como celulares e tabletes em locais úmidos;

4. Nunca toque em aparelhos elétricos com as mãos ou os pés úmidos.

MOBÍLIAS
1. Antes de iniciar a limpeza, verifique a integridade das mobílias. Se estiverem com a

estrutura comprometida, o ideal é fazer o descarte apropriado;Remova o excesso de sujeira

e lodo das mobílias com um pano úmido;

2. Utilize água morna com sabão neutro para limpar as superfícies das mobílias, garantindo

que estejam visivelmente limpas;

3. Para desinfetar as mobílias, você pode usar produtos desinfetantes domésticos que sejam

seguros para o tipo de material das mobílias. Certifique-se de seguir as instruções do

produto para a correta diluição e aplicação;

4. Após a limpeza e desinfecção, deixe as mobílias secarem completamente,

preferencialmente ao ar livre, um local com boa ventilação e exposição ao sol. Isso ajuda a

eliminar qualquer umidade remanescente e evita o desenvolvimento de mofo ou bactérias.


página | 05 CEVS/SES

ESTOFADOS

1. Antes de iniciar a limpeza, verifique a integridade dos estofados. Se estiverem muito

rasgados ou com a estrutura comprometida, o ideal é fazer o descarte apropriado;

2. Se possível, remova o estofado dos móveis para uma limpeza mais eficaz;

3. Se os estofados estiverem secos, utilize um aspirador de pó para remover sujidades e

resíduos visíveis;

4. Lave os estofados com água morna e sabão neutro até que estejam visivelmente limpos;

5. Para a desinfecção, evite o uso de água sanitária para não causar manchas. Em vez disso,

você pode utilizar produtos desinfetantes específicos para tecidos ou estofados;

6. Deixe os estofados secarem completamente ao ar livre, preferencialmente ao sol, por

vários dias, para uma secagem completa;

7. Caso os estofados fiquem com muitas manchas persistentes ou cheiro de mofo após a

limpeza e secagem, o ideal é considerar o descarte.


CEVS/SES página | 06

CUIDADOS PESSOAIS

PROTEÇÃO DO CORPO

1. Evite o contato direto da pele com a lama, principalmente se estiver machucada;

2. Use luvas e botas de borracha. Se não for possível, use saco plástico duplo;

3. Não deixe que crianças nadem ou brinquem na água e na lama das enchentes, pois

podem ficar doentes;

4. Cuide para não ser atacado por cobra, escorpião ou aranha ao remover o entulho e a

sujeira, pois este tipo de animal também foi transportado pela enchente;

5. Cuide para não se arranhar, machucar ou perfurar qualquer parte do corpo com prego ou

outro material;

6. Após o contato com a lama ou água das enchentes, lave bem as mãos e outras partes do

corpo expostas com água limpa e sabão para evitar infecções e doenças;

7. Certifique-se de estar com a vacinação contra o tétano em dia, especialmente se houver

risco de ferimentos por objetos contaminados durante a limpeza pós-enchente.

CONSUMO E DESTINO DE ALIMENTOS

1. Coloque fora todos os alimentos in natura (frutas, ovos, verduras), embalados (arroz,

salgadinho, refri - embalagens intactas ou danificadas), mesmo dentro do prazo de

validade. Eles podem ter sido contaminados na enchente, pelo contato com urina de rato

ou com outros contaminantes;

2. Coloque fora os alimentos que apresentam alteração de cor, cheiro ou consistência (sinais

de fungo, embalagem estufada, etc) mesmo que não atingidos pela enchente, mas que

ficaram fora da geladeira (ou dentro da geladeira, mas sem luz) por mais de 2 horas.
página | 07 CEVS/SES

ÁGUA PARA BEBER, ESCOVAR OS DENTES E COZINHAR

1. Beba somente água engarrafada de procedência conhecida (dentro da validade para

consumo), fervida ou tratada/clorada enquanto não for liberado o consumo da água da

rede pública ou de abastecimento;

2. Armazene a água potável em recipientes limpos e seguros, de preferência em recipientes

de plástico alimentar ou galões próprios para armazenamento de água;

3. Se não tem certeza de que a água está boa para consumo, filtre a água com coador de

papel, pano limpo ou filtro doméstico, e depois de filtrar ferva a água por 5 minutos antes

de usar. Se não puder ferver, coloque 2 gotas de solução de água sanitária (hipoclorito de

sódio a 2,5%) para cada 1 litro de água e espere 30 minutos antes de usar;

4. Não use água que tiver tido contato com água de enchentes para lavar pratos, escovar os

dentes, lavar e preparar alimentos ou fazer gelo;

5. Evite o consumo de água de poços, fontes, cisternas ou reservatórios que possam ter sido

contaminados pela inundação. Caso não seja possível, antes de consumir água destas

fontes, é necessária análise laboratorial para garantir que a água ainda é própria para

consumo.

A ÁGUA POTENCIALMENTE CONTAMINADA COM A ENCHENTE DEVE SER


TRATADA

Quando a segurança da água for questionável, filtre e ferva


a água antes de utilizá-la.

Ou após filtrar, coloque duas gotas de solução de água


sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) para cada litro de
água e aguarde 30 minutos antes de usar.
CEVS/SES página | 08

CONSUMO E DESTINO DE REMÉDIOS

1. Não tome remédios que entraram em contato com a água da enchente ou lama, pois

mesmo embalados podem estar contaminados;

2. Separe e identifique como não próprios para consumo os remédios que entraram em

contato com as águas da enchente;

3. Assim que conseguir, leve estes remédios aos pontos de descarte adequados oferecidos

pelo município (farmácias, drogarias ou Unidade Básica de Saúde), para evitar a

contaminação do ambiente.

USO DE TOALHAS, ROUPAS PESSOAIS E ROUPAS DE CAMA

1. Separe todas as roupas que foram atingidas pela enchente para que não sejam lavadas

com as que não foram afetadas;

2. É importante que as peças fiquem ao menos de molho na água quente com sabão por 30

minutos. O ideal é que toda a lavagem seja com água quente;

3. Após a lavagem, coloque as roupas para secar onde bata a luz do sol e, quando estiverem

secas, examine se não sobrou nenhuma mancha de mofo. Se houver alguma marca, repita

o processo e, caso não adiante, o ideal é se desfazer da peça.

4. Certifique-se de que as roupas estejam completamente secas antes de utilizá-las

novamente, para evitar o crescimento de fungos e bactérias que possam causar

problemas de saúde.
página | 09 CEVS/SES

PROBLEMAS DE SAÚDE

LEPTOSPIROSE: HEPATITE A:

O que é? Doença causada por bactéria presente na O que é? Doença causada por vírus presente nas
urina de ratos infectados. fezes de humanos infectados.

Como ocorre o contágio? A bactéria pode entrar no Como ocorre o contágio? Ingerindo água ou
corpo através de cortes, arranhões, olhos, nariz, alimentos contaminados com esgoto/dejetos
boca ou pele íntegra imersa por longos períodos em humanos.
água ou lama contaminada.
Como reduzir o risco? Vacine as crianças conforme
Como reduzir o risco? Cubra os cortes ou arranhões Calendário Nacional de Vacinação. Pratique hábitos
com bandagens à prova d’água; não ande de higiene, desinfete objetos, bancadas e chão.
descalço; use luvas e sapatos impermeáveis; evite
nadar, tomar banho ou ingerir água que possa Quais os sintomas? Mal-estar, prostração, febre,
estar contaminada com água de enchente. mialgia, náuseas, vômitos, urina escura, fezes
esbranquiçadas, pele e olhos amarelados. Os
Quais os sintomas? Febre, dor de cabeça, dor sintomas surgem entre 15 e 45 dias após a
muscular (principalmente panturrilhas), falta de contaminação.
apetite, náuseas/vômitos. Os sintomas surgem
normalmente de 5 a 14 dias após a contaminação. O que devo fazer? Procurar atendimento médico e
relatar que esteve em local de enchente.

Mediante os sintomas será preciso Tem tratamento? Não tem tratamento específico.
procurar um médico imediatamente e Sintomas como náuseas e vômitos são tratados, e
relatar que teve contato com realizado o acompanhamento do caso. Na suspeita,
alagamentos. evite o uso do medicamento Paracetamol, que
pode agravar o quadro.

Tem tratamento? Sim. Em situações de enchentes


ele começa com base nos sintomas,
independentemente de resultado de exame. O
A vacina Hepatite A está disponível no SUS,
Sistema Único de Saúde (SUS) fornece o
e excepcionalmente para situações de
medicamento.
enchente, a aplicação da vacina em
adultos será realizada dispensando a
avaliação prévia junto ao CRIE, mantendo
as indicações do Programa Nacional de
Imunizações e os registros nos sistemas
de informação vigentes.
CEVS/SES página | 10

TÉTANO ACIDENTAL: ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS:

O que é? Doença causada por bactéria que vive no O que são? Acidentes que provocam alterações no
ambiente. corpo humano conforme o tipo de toxina injetada
pelo animal peçonhento (aranhas, serpentes,
Como ocorre o contágio? Pela contaminação de escorpiões, lacraias).
ferimentos de pele ou em mucosas, com terra,
poeira, fezes humanas ou de animais. Como ocorrem? Normalmente quando os animais
se sentem ameaçados, eles instintivamente
Como reduzir o risco? Vacine-se periodicamente reagem atacando.
conforme Calendário Nacional de Vacinação. Não
ande descalço, use luvas e sapatos impermeáveis. Como reduzir o risco? Tomando cuidado ao
Se houver lesão da pele/mucosa, lave a ferida com remover materiais de locais com entulhos,
água e sabão e procure o serviço de saúde mais empilhamento de madeira, tijolos, telhas e na
próximo para avaliar a necessidade de utilização de remoção da lama. Utilizando luvas e botas de
vacina ou soro. borracha nestas atividades. Não tocando em
animais peçonhentos, mesmo que pareçam
Quais os sintomas? Febre baixa, dificuldade de mortos.
deglutição, aumento anormal do tônus muscular;
aumento dos reflexos dos músculos e tendões; Quais os sintomas? Os sintomas variam de
contrações musculares repentinas, agudas e alterações locais e regionais até choque anafilático.
involuntárias, com o paciente lúcido. Os sintomas
surgem de 3 a 21 dias após a contaminação. O que devo fazer? Lave o local da ferida com água
e sabão, e mantenha a vítima sentada ou deitada.
Tem tratamento? Sim, e é fornecido pelo SUS. Se a ferida for na perna ou no braço, coloque-os em
posição mais elevada. Leve a vítima ao serviço de
saúde mais próximo para que possa receber
atendimento. Não amarre e não corte o local da
ferida.

Tem tratamento? Sim, é necessário soro antiveneno


conforme a espécie que agrediu.

Deve-se procurar atendimento


médico se houver acidente com lesão
de pele ou se ocorrerem sintomas,
Em casos de acidentes com animais
mesmo que esteja com a vacinação
peçonhentos, entre em contato com o CIT
em dia
pelo telefone 0800 721 3000
A ligação é gratuita e o serviço de plantão
de urgência funciona 24horas por dia
durante os 7 dias da semana
página | 11 CEVS/SES

DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS: DOENÇAS INFECCIOSAS RESPIRATÓRIAS:

O que são? Doenças causadas por bactérias, vírus e O que são? Doenças que levam a sintomas nos
parasitas encontrados nos esgotos e nas fezes de pulmões e vias aéreas superiores. Normalmente os
animais. causadores destas doenças são bactérias e vírus,
em especial os da Covid-19 e da gripe.
Como ocorre o contágio? Não higienizando as
mãos e levando-as à boca após tocar superfícies Como ocorre o contágio? De forma direta pelo
contaminadas ou ingerindo alimentos mal lavados contato com gotículas respiratórias eliminadas pela
ou preparados. pessoa infectada quando tosse, espirra ou fala; de
forma indireta pelo contato com superfícies e
Como reduzir o risco? Consumindo água potável, objetos ou partes do corpo contaminados.
praticando hábitos de higiene, praticando boas
práticas de manipulação de alimentos, não Quais os sintomas? A Síndrome Gripal é
comendo alimentos fora da data de validade, com caracterizada por pelo menos dois dos seguintes
alterações ou que ficaram fora da geladeira. sinais e sintomas: febre (mesmo que referida),
calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse,
Quais os sintomas? Diarreia (aquosa ou semi- coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos.
líquida, podendo ser com muco ou sangue) com Os sintomas aparecem de 1 a 7 dias após o contato
mais de 3 episódios em 24 horas. Esses sintomas com a fonte de infecção.
podem ser acompanhados de mal-estar geral, dor
abdominal, náusea, vômito e febre. O que devo fazer? As pessoas com sintomas gripais
devem ser identificadas e preferencialmente deve
O que fazer? As pessoas devem se manter ser fornecida máscara cirúrgica descartável para
hidratadas e procurar atendimento de saúde. uso. O profissional de saúde deve ser avisado para
Importante relatar se outras pessoas próximas avaliar o caso. Na persistência de sintomas ou
também apresentam os sintomas e se agravamento do caso, é imprescindível
compartilharam algo em comum (por exemplo, um atendimento no serviço de saúde.
mesmo abrigo ou uma mesma fonte de alimentos).

Tem tratamento? Sim. O tratamento busca


minimizar os sintomas e evitar desidratação. Em
alguns casos há medicamentos específicas que
devem ser tomados.

Mantenha as vacinas da gripe e da


Covid-19 em dia, pois elas evitam
formas graves dessas doenças!
Se notar aumento no número
de casos, a Secretaria
Municipal de Saúde deve ser
informada imediatamente.
CEVS/SES página | 12

Como reduzir o risco das


doenças infeccionas respiratórias?

Lave as mãos com frequência com água e sabão. Na ausência destes utilizar
álcool gel 70%;
Ao tossir ou espirrar, proteger a boca e o nariz com lenço de papel e jogá-lo fora,
ou, na falta deste, utilizar a dobra interna do cotovelo, nunca as mãos;
Evite tocar os olhos nariz ou boca com as mãos não higienizadas e evite
cumprimentar com abraços, aperto de mãos e beijos se estiver com sintomas
gripais;
Dentro das possibilidades, garantir boa ventilação nos ambientes e estabelecer
plano de limpeza e desinfecção diária das superfícies como corrimãos,
maçanetas de porta e superfícies de mobiliário.

SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA (FÍSICA/PSICOLÓGICA/SEXUAL):

Durante crises humanitárias, desastres e emergências, pessoas que já estavam em situação de


vulnerabilidade e/ou exploração, devido às desigualdades pré-existentes, podem estar mais suscetíveis
a experienciar diferentes formas de violência. Esse pode ser o caso de crianças e adolescentes,
mulheres, pessoas trans, pessoas idosas e pessoas com deficiências.

Como reduzir o risco? Em relação a crianças e adolescentes, é importante identificá-las, orientá-las a


não andar sozinhas ou mesmo em grupo sem adulto responsável conhecido, explicar os limites de
toques sobre seus corpos e encorajá-las a falar se passarem por situação desconfortável ou suspeita.

O que fazer? Comunicar o caso identificado à Brigada Militar e ao


Conselho Tutelar - o telefone do Disque Direitos Humanos é o
número 100.
página | 13 CEVS/SES

CUIDADOS EM ABRIGOS!

A aglomeração de pessoas e animais de diferentes


localidades, somada ao espaço restrito e muitas vezes com
deficiências do ponto de vista sanitário, como no caso dos
abrigos, pode predispor a situações que devem ser
observadas e avisadas imediatamente aos profissionais de
saúde.

USO DE MEDICAMENTOS CONTÍNUOS :

As pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (por exemplo diabetes e hipertensão) e
transmissíveis (tuberculose) necessitam medicamentos contínuos e devem informar suas condições
de saúde ao gerente do abrigo ou profissional da saúde do local para que consiga providenciar os
encaminhamentos necessários.
CEVS/SES página | 14

SAÚDE MENTAL:

É importante informar-se regularmente sobre os acontecimentos, mas se recomenda evitar estar o


tempo todo escutando as notícias, visto que as informações falsas e o excesso de informação podem
aumentar a ansiedade.

Em situações de crise, a maioria da população afetada apresenta sintomas de estresse. Estas


reações apresentadas são consideradas normais, tendo em vista a intensidade das experiências
vividas, e serão mais ou menos persistentes de acordo com o tipo de evento vivido e com a resiliência
particular de cada pessoa.

Até 72 horas depois do evento, a reação de estresse é normal, com sintomas como taquicardia,
sudorese, hiperatividade, aflição, agressividade, agitação desordenada, fuga, pânico, crise emocional,
incapacidade de reagir e paralisia.

Até 3 meses depois do evento ocorre a fase de assimilação, em que o estresse agudo pode estar
presente com evitamentos, reação ansiosa, revisão do desastre e dissociação.

Após 3 meses do evento, podem estar presentes sintomas associados a ansiedade e depressão,
transtorno de comportamento, transtornos somáticos, transtorno psicótico e transtorno do estresse
pós-traumático.

Para informações, atendimento à população


e à profissionais de saúde sobre questões
relacionadas à Vigilância em Saúde.
Telefone: 150
página | 15 CEVS/SES

SAÚDE DO TRABALHADOR

Em um contexto de enchente, diversos trabalhadores, para além daqueles afetados no próprio


território em situação de emergência em saúde pública, são mobilizados para trabalhar na resposta
a emergência e recuperação do território, tais como: bombeiros, defesa civil, profissionais da saúde,
equipes de limpeza, voluntários, entre outros.

"Na ocorrência de enchentes e inundações, os trabalhadores são particularmente expostos a


fatores e situações de risco que podem desencadear doenças e agravos característicos desse tipo
de desastre, tais como acidente por animais peçonhentos, intoxicação exógena, violências
interpessoais/autoprovocadas, leptospirose, hepatite A, doenças de transmissão hídrica e
alimentar, arboviroses e outras doenças de transmissão vetorial” (BRASIL, 2023, p. 2).

Portanto, alguns cuidados devem ser redobrados tendo em vista os processos e ambientes de
trabalho desfavoráveis que uma enchente proporciona:

ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO:

O que são? Acidentes que podem causar infecção por contato com materiais orgânicos potencialmente
contaminados. A exposição a material biológico pode transmitir mais de 50 tipos de patógenos, incluindo
vírus da imunodeficiência humana (HIV), hepatite B e hepatite C.

Como ocorre o contágio? Entrando em contato com materiais perfurocortantes sem o uso de luvas ou
quando são descartados em local inadequado.

Como reduzir o risco? Use EPIs, descarte materiais com conteúdo orgânico de forma correta, lave as mãos
com frequência e se vacine contra a hepatite B.

O que devo fazer? Em caso de acidente, lave a área afetada com água corrente e sabão, sem pressionar
ou esfregar. Procure atendimento médico o mais rápido possível, dentro de 72 horas, para realizar testes e,
se necessário, receber profilaxia pós-exposição (PEP).
CEVS/SES página | 16

ACIDENTE DE TRABALHO (TÍPICOS E DE TRAJETO):

O que é? Todo e qualquer acidente, de gravidade mais leve ou alta, que ocorre durante o exercício de
atividade laboral (acidente de trabalho típico) ou durante trajeto do trabalho para residência ou vice-
versa.

O que devo fazer? Procurar um serviço de saúde em caso de acidente.

Como reduzir o risco?

Não entre em contato direto com água contaminada, contato com fiação
elétrica submersa ou durante tempo chuvoso;

Use Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para a mitigação deste tipo de


acidente, tais como: botas de borracha, luvas ou outros específicos para
atividade desempenhada;

Esteja com as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação atualizadas;

Fique atento! Qualquer descuido em uma situação de estresse agravado por um


cenário de emergência pode levar à ocorrência de um acidente de trabalho (queda,
choques elétricos, torsões e outros).
página | 17 CEVS/SES

INTOXICAÇÃO EXÓGENA: DERMATOSES OCUPACIONAIS:

O que é? Uma condição causada pela exposição a O que são? Doenças de pele, unhas, cabelos e
substâncias tóxicas que podem prejudicar o mucosas causadas ou agravadas por condições ou
funcionamento do organismo. agentes (biológicos, físicos, químicos) presentes no
trabalho.
Como ocorre o contágio? Por ingestão, inalação ou
outra forma de contato direto. Como ocorre o contágio? Pode ocorrer devido aos
ambientes ou processos de trabalho.
Como reduzir o risco?
Leia com cuidado as instruções de aplicação de O que devo fazer? Procurar atendimento médico e
produtos por pulverização ou outras formas, e relatar a condição sob a qual foi exposto.
utilize os produtos de acordo com as regras de
segurança; Como reduzir o risco?
Após o uso, feche as embalagens e guarde-as Use EPIs e lave as mãos com frequência com
em local seguro. Sempre prefira produtos com água e sabão, especialmente após o contato
embalagens seguras e guarde-os em seus com produtos químicos ou agentes biológicos;
recipientes originais; Use roupas adequadas que protejam a pele do
Use medicamentos apenas sob orientação contato com agentes nocivos, e use cremes
médica e nas doses indicadas; hidratantes para proteger a pele do
Evite andar descalço para diminuir a chance de ressecamento;
picadas de animais peçonhentos; Evite substâncias químicas perigosas - use
Evite misturar produtos químicos de limpeza; alternativas menos tóxicas, ou adote técnicas de
Ao realizar a limpeza de locais afetados pelo trabalho que reduzam o contato com agentes
alagamento, siga as instruções de higienização físicos ou biológicos.
com uso de EPIs, pois substâncias químicas
podem ter contaminado o ambiente.

Em caso de intoxicação, entre em contato


com o CIT pelo telefone 0800 721 3000
A ligação é gratuita e o serviço de plantão
de urgência funciona 24horas por dia
durante os 7 dias da semana
CEVS/SES página | 18

TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO:

Fique atento: Sintomas como choro fácil, tristeza, medo excessivo, doenças psicossomáticas,
agitação, irritação, nervosismo, culpa, desorientação, ansiedade, taquicardia, sudorese e
insegurança podem indicar sofrimento emocional, que pode levar ao desenvolvimento ou
agravamento de transtornos mentais. Os sintomas serão mais ou menos persistentes, de acordo com
o tipo de evento vivido e com a resiliência particular de cada pessoa.

É importante ter consciência do próprio estresse, reconhecer os sinais, administrar e pedir ajuda, bem
como estar atento a mudanças de hábitos, atitudes e reações nos outros. Lembre-se que problemas
físicos (dor de cabeça e lombares, alterações gastrointestinais) podem ser sinais de estresse.

Nestes momentos, fale com pessoas de confiança na família, amigos e comunidade e busque
profissionais que escutem, aconselhem, apoiem e avaliem o caso. Tente contar com o apoio dos seus
colegas de trabalho, compartilhando suas emoções e reações.

É impossível cuidar do
outro sem cuidar de si
mesmo.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e
Saúde do Trabalhador. Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde do Trabalhador. NOTA TÉCNICA N° 43/2022-
CGSAT/DSAST/SVS/MS. Orienta equipes de vigilância em saúde sobre ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador
em situações de enchentes e inundações. 04 jan. 2023.

CEEE Grupo Equatorial. Situações de emergência, como enchentes e alagamentos, exigem atenção e cuidados
especiais, principalmente com a energia elétrica. Porto Alegre, 05 mai 2024. Disponível em:
https://www.instagram.com/reel/C6jORDuOhIv/?igsh=MW95aWI2cnQ0ODM5Yw%3D%3D Acesso em 07 mai. 2024.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Comunicação Social. Agência Minas. Conheça dicas de segurança com a
rede elétrica durante enchentes, Belo Horizonte, 10 jan. 2023. Disponível em:
https://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/conheca-dicas-de-seguranca-com-a-rede-eletrica-durante-
enchentes Acesso em 08 mai. 2024

Rangel, R. G., et al. Identificação e manejo de situações de violência no contexto de desastre no Rio Grande do Sul.
PUCRS, Porto Alegre. 2024

RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Saúde. Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Guis Básico para riscos e
cuidados após enchentes. 2023. Disponível em: https://admin.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202310/23135541-
guia-basico-final.pdf Acesso em: 06 mai. 2024.

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