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Aula05 Jean Rouch

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Antropologia Visual

ESCS 2024
AULA 05 | RESUMO

A obra de Jean Rouch: entre a cine-verdade e a etnoficção.

Jean Rouch: contexto, história e princípios etnográficos/artísticos. O lugar sui

generis de Rouch, entre a antropologia e o cinema.

Visionamento excertos “Moi, un noir”: Entre a cine-verdade e a etnoficção.


AULA 05 | BIBLIOGRAFIA E FILMOGRAFIA

Costa, José Manuel, 2011, “A obra aberta de Jean Rouch”, in Costa, José Manuel e Luís Miguel Oliveira,
orgs. 2011. Jean Rouch. LisboCinemateca Portuguesa.
Rouch, Jean, “A Câmara e os Homens”, in Costa, José Manuel e Luís Miguel Oliveira, orgs. 2011. Jean Rouch.
Lisboa: Cinemateca Portuguesa.
Henley, Paul. 2009. The Adventure of the Real: Jean Rouch and the Craft of Ethnograhic Cinema. Chicago
e Londres: The University of Chicago Press. Cap. 6: “Dreams of Black and White”.

Moi, un Noir [longa-metragem, 16mm] Real. Jean Rouch. França, 1958. 70min. | Disponível: https://
www.youtube.com/watch?v=LHAyjM28fXM

Ten [longa-metragem, digital] Real. Abbas Kiarostami e Mania Akbari. Irão, 2002. 90min. | Excertos: 1) https://
youtu.be/fccXiMIlGUM e 2) https://youtu.be/Axtnu3GRsjk

Balada de um batráquio [curta-metragem, 16mm] Real. Leonor Teles. Portugal, 2016. 12min.

The Act of Killing [longa-metragem, digital] Real. Joshua Oppenheimer. Dinamarca, 2012. 118 min. | Trailer:
https://youtu.be/THh1krqYwo4?feature=shared
Bataille sur le grand fleuve (1951)
Les maîtres fous (1954)

Jean Rouch
Moi, un noir (Treichville) (1958)
La pyramide humaine (1961)
Chronique d'un été (Paris 1960) (1961)
(1917-2004) La chasse au lion à l’arc (1965)
Sigui année zero (1966)
Sigui: l'enclume de Yougo (1967)
Jaguar (1967)
Sigui 1968: Les danseurs de Tyogou
Sigui 1969: La caverne de Bongo
Petit à Petit (1969)
Sigui 1970: Les clameurs d'Amani
Sigui 1971: La dune d'Idyeli
Tourou et Bitti, les tambours d’avant (1971)
Sigui 1972: Les pagnes de lame
Sigui 1973: L'auvent de la circoncision
Contexto
❖ No cinema, após a emergência do neo-realismo italiano (década de
1940) e antes do início dos “novos cinemas” (cinema moderno, Nouvelle
Vague, etc.)
❖ Contexto colonial | Pós — II Guerra Mundial / Territórios África Ocidental
administrados e controlados por França e Inglaterra / Independências
africanas pós-1960
❖ Trabalho/aprendizagem com antropólogo Marcel Griaule para o
Museu do Homem (Paris) / fi lmes para uma instituição científi ca / trabalho
continuado com as comunidades Songai e Dogon
❖ Exploração criativa das contingências técnicas (câmara e som)
A que tipo de verdade podemos chegar
partindo de uma “ficção do real”?
“Tentei, pois, fazer cinema com total liberdade.”

Jean Rouch
Processos
❖ Realizador-operador de câmara (importância da implicação do olhar
na captação do real)
❖ Explicitação do dispositivo fílmico (contrato entre observador e
observados; entre cineasta e espectador)
❖ Relação com espontaneidade (improviso como forma de chegar a
uma verdade / protagonistas podem dizer-fazer tudo o que
quiserem / uma take / fi lmar por ordem cronológica)
❖ Criação partilhada (visionamento-devolução da representação aos
representados / comentário improvisado destes a essa mesma
representação / equipa autóctone)
Leituras
❖ Protagonistas fazem parte de um presente histórico / não
existem fora da História, como se estivessem numa montra de
museu
❖ Realizador situa o seu olhar desde o início /dá conta de onde
parte e quais as regras do jogo (com o real)
❖ Relação de simbiose entre o realizador e a câmara / infl uência de
Vertov - ao mesmo tempo que rejeita o formalismo cinematográfi co
❖ Novo grau de agencialidade daqueles que são filmados
❖ Câmara provocadora do real / realizador como primeiro espectador
(cit. 84) / câmara introduz uma desordem fundamental (cit. 89)
❖ Uso de impulso ficcional para revelar uma verdade / por oposição
a uma ideia de cinema que convoca o naturalismo da representação
fotográfi ca para encenar uma mentira (cinema narrativo)
❖ Cinema como ‘processo de contacto’ entre culturas / medium de
circulação da própria cultura / devolução / transmissão (cit. 95 e 127)
❖ Montagem como processo de redescoberta e racionalização (cit.
88) / descoberta inclui aqueles que são representados
“… para mim, fazer um filme era simplesmente
escrevê-lo com os olhos, com os ouvidos, com
o próprio corpo, era entrar dentro dele, ser ao
mesmo tempo invisível e estar presente, o que
nunca acontece no cinema tradicional.”

Jean Rouch
“… o meu sonho, ainda não realizado, é ter a
ternura da câmara de Flaherty mas equipá-la
com o olhar e o ouvido mecânico de Vertov.”

Jean Rouch
JEAN ROUCH
Ideias centrais
❖ Câmara provocadora: revela o real.
❖ Utilização de dispositivos ficcionais para aceder a
dimensões escondidas do real
❖ Importância do ritual / ato de filmar como
performance ritual (conexão com o mundo)
“… a vontade de chegar ao outro, mesmo
que seja à sua ficção.”

Catarina Alves Costa, 2021: 226

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