Familia - A Presente Prise Cultural
Familia - A Presente Prise Cultural
Familia - A Presente Prise Cultural
CRISE
CULTURAL
Andreas J. Kostenberger; Deus
casamento e família
Pela primeira vez na história, a civilização ocidental é confrontada
com a necessidade de definir o significado dos termos “sexualidade”,
“casamento” e “família”. Nos últimos anos, a estrutura que até pouco
tempo atrás fora considerada uma família “normal”, constituída de pai,
mãe e filhos, tem sido vista cada vez mais como uma dentre várias
opções, a ponto de não poder mais afirmar ser a única ou mais elevada
forma de organização dos relacionamentos humanos. A visão judaico-
cristã de casamento e família, cujas raízes encontram-se nas Escrituras
hebraicas, foi substituída, em grande medida, por um conjunto de
valores que prezam por direitos humanos, realização pessoal e utilidade
pragmática em nível individual e social. Podemos dizer que casamento e
família são instituições sitiadas no mundo de hoje e que, no tocante a
essas questões, a própria civilização atual se encontra em crise.
A crise cultural de nossos dias, porém, é apenas sintomática de uma
crise espiritual profunda que continua a corroer os fundamentos de
valores sociais outrora considerados comuns. Se Deus, o Criador,
instituiu de fato casamento e família, conforme a Bíblia ensina, e se há
um ser maligno chamado Satanás que guerreia contra os propósitos
criadores de Deus neste mundo, não deve causar espanto que os
alicerces divinos dessas instituições estejam sob ataque cerrado nos
últimos anos. Quer percebamos ou não, nós, seres humanos, estamos
envolvidos em um conflito espiritual cósmico entre Deus e Satanás,
no qual casamento e família são áreas de suma importância dentro
das quais são travadas batalhas espirituais e culturais. Se, portanto, a
crise cultural é sintomática de uma crise espiritual subjacente, a
solução também deve ser espiritual, e não apenas cultural.
Neste curso, esperamos apontar o caminho para essa solução
espiritual: uma reconstrução e volta aos fundamentos bíblicos
de sexualidade, casamento e família. A palavra de Deus não
depende da aprovação humana e as Escrituras não
permanecem caladas no tocante às questões vitais que
homens, mulheres e famílias enfrentam hoje em dia. Em cada
uma das áreas importantes relacionadas a sexualidade,
casamento e família, a Bíblia oferece instruções satisfatórias e
soluções salutares para os males que afligem nossa cultura. As
Escrituras registram a instituição divina do casamento e
apresentam uma teologia cristã de casamento e educação dos
filhos.
AS
TRANSFORMAÇÕES
Quando confrontada com os ensinamentos bíblicos sobre casamento e
família, a cultura ocidental mostra-se em estado inegável de declínio. Na
verdade, as últimas décadas testemunharam uma mudança importante de
paradigmas com respeito a casamento e família. A herança e os fundamentos
judaico-cristãos do Ocidente foram, em sua maior parte, suplantados por
uma ideologia libertária que exalta a liberdade humana e a autodeterminação
como princípios supremos para os relacionamentos humanos. Confusos,
muitos veem com satisfação o declínio do modelo bíblico e tradicional de
casamento e família e sua substituição por novas moralidades concorrentes
como sinais de grande progresso. A lista subsequente de resultados sociais
adversos, gerados pelos conceitos não bíblicos de casamento e família,
mostra, porém, que a substituição do modelo bíblico e tradicional de
casamento e família por modelos mais “progressistas” é prejudicial até para
quem não reconhece a autoridade da Bíblia.
•Alto índice de
divórcios;
•Sexo fora do
casamento;
AS CONSEQUÊNCIAS
•Sexo casual;
•Homossexualidade;
•Transexualidade;
•Poliamorismo
•etc.
Não é apenas a sociedade secular que está sofrendo as consequências de
desconsiderar os propósitos do Criador para o casamento e a família. A igreja
também se rebaixou ao padrão do mundo em vários sentidos, tornou-se parte
do problema e deixou de oferecer as soluções de que o mundo precisa. Não
se trata de os cristãos não terem consciência da necessidade de serem
instruídos acerca do plano de Deus para casamento e família. Há inúmeros
recursos e atividades disponíveis esse respeito: organizações para eclesiásticas
e ministérios especializados; seminários e retiros sobre casamento; livros sobre
casamento e família, bem como revistas, vídeos, estudos bíblicos e declarações
oficiais sobre o assunto. Apesar de tudo que a igreja tem feito nessa área,
porém, o fato é que, no final, a diferença entre o mundo e a igreja é
assustadoramente pequena. Por quê? Cremos que todos os esforços
mencionados acima, no sentido de se construir casamentos e famílias cristãos
fortes, são ineficazes devido, ao menos em parte, à falta de compromisso sério
em estudar a Bíblia como um todo.
Quando um casal tem dificuldades no casamento, muitas vezes prefere
concentrar-se em soluções mais superficiais, como aprimorar a
comunicação, desenvolver a vida sexual, aprender maneiras mais eficazes
de suprir as necessidades um do outro ou técnicas do gênero. Não raro,
porém, a verdadeira causa dos problemas conjugais é mais profunda. O que
significa o homem deixar pai e mãe e se unir à sua esposa? O que significa
marido e mulher se tornarem “uma só carne”? Como podem estar “nus” e
não se “envergonharem?” Como é possível que, depois de casados, marido
e mulher não sejam mais dois, mas um só como Jesus ensinou, pois foram
unidos por Deus? De que maneira o pecado altera e distorce os papéis de
marido e mulher, pais e filhos? Só estaremos devidamente preparados para
lidar de forma adequada com os desafios específicos que enfrentamos em
nossos relacionamentos uns com os outros quando buscarmos respostas
para algumas dessas questões subjacentes mais profundas.
“UMA TEOLOGIA BÍBLICA
DE SEXUALIDADE,
CASAMENTO E FAMÍLIA”
Dentro do escopo delimitado destes estudos, procuraremos esboçar
os contornos de uma “teologia bíblica de sexualidade, casamento e
família”, ou seja, uma apresentação daquilo que a Bíblia em si tem a
dizer a respeito desses temas fundamentais. Por certo, não afirmamos
ter dado a palavra final sobre todas as questões nem nos consideramos
intérpretes infalíveis da Palavra sagrada. Buscamos, porém, não as nossas
convicções a respeito do que sexualidade, casamento e família devem
ser, com base em nossas ideias preconcebidas, preferências ou valores
tradicionais, mas aquilo que, a nosso ver, as próprias Escrituras dizem
sobre essas instituições. Essa abordagem exige, evidentemente, uma
atitude humilde e submissa em relação às Escrituras, e não uma postura
que declare sua independência da vontade do Criador e insista em
inventar suas próprias regras de conduta.
CONCLUSÃO E APLICAÇÃO