Radiação Solar e A Produção de Energia
Radiação Solar e A Produção de Energia
Radiação Solar e A Produção de Energia
Marília Nascimento
Beatriz S. Gietner
Danaíse V. Soares
Florianópolis
2013
Sumário
1. Introdução ______________________________________________________ 3
2. Objetivo Geral __________________________________________________ 4
3. Público Alvo____________________________________________________ 4
4. Conteúdo Físico_________________________________________________ 4
5. Temática de Interesse____________________________________________ 5
6. Quadro Sintético_________________________________________________ 5
7. Descrição de cada aula____________________________________________ 6
7.1. Primeira Aula_______________________________________________ 6
7.1.1. Vídeo 01 _____________________________________________ 7
7.1.2. Texto Professor 01_______________________________________ 7
7.2. Segunda Aula_______________________________________________ 8
7.2.1. Simulação 01__________________________________________8
7.3. Terceira Aula_______________________________________________9
7.3.1. Vídeo 02_____________________________________________10
7.3.2. Texto Professor 02 ____________________________________10
7.4. Quarta Aula_______________________________________________12
7.5. Quinta Aula_______________________________________________12
7.5.1. Aplicativo 01_________________________________________13
7.5.2. Texto Professor 03 ____________________________________13
7.5.3. Texto Professor 04 ____________________________________15
7.6. Sexta Aula________________________________________________16
7.6.1. Vídeo 03 ____________________________________________16
7.6.2. Texto Professor 05 _____________________________________16
7.6.3. Texto Professor 06 _____________________________________17
7.6.4. Texto Professor 07 ____________________________________18
7.7. Sétima Aula _______________________________________________19
7.7.1. Texto Professor 08 ____________________________________20
7.7.2. Texto Professor 09 ____________________________________24
7.7.3. Texto Professor 10 ____________________________________25
7.8. Oitava Aula_______________________________________________27
7.8.1. Experimento 01_______________________________________28
7.8.2. Roteiro Experimento ___________________________________28
7.8.3. Texto Professor 11 ____________________________________29
8. Bibliografia___________________________________________________31
2
1. Introdução
3
2. Objetivo Geral
3. Público Alvo
O curso foi desenvolvido para alunos do Ensino Médio.
4. Conteúdo Físico
Energia: sustentável, renovável e limpa;
Energia em suas diferentes formas: vantagens e desvantagens;
Energia Solar: história, utilidades e usinas fotovoltaicas;
O caminho da radiação, a sua interação com a Terra, e instrumentos de
medição;
Modelos Atômicos;
Luz;
Materiais condutores, isolantes e semicondutores;
Dopagem;
Efeito fotovoltaico;
Módulos Fotovoltaicos.
5. Temática de Interesse
4
O curso está relacionado com a vida dos alunos a que se destina, pois à medida
que os avanços tecnológicos, o crescimento da economia e a constante preocupação
com o meio ambiente aumentam; uma atenção maior é dada para a disponibilidade de
energia, e os impactos ambientais que as fontes tradicionais causarão tentando suprir a
necessidade crescente. É importante saber como adequar a necessidade com a oferta de
energia, o uso de fontes alternativas como energia a solar pode suprir esta necessidade.
Devemos tentar melhorar a qualidade ambiental e buscar o desenvolvimento
sustentável das cidades, a partir da promoção da economia de energia, eficiência
energética, uso e conhecimento das energias renováveis e a otimização da qualidade dos
serviços relacionados a este setor. Além de tudo o que foi citado, obviamente
estimular a curiosidade nas aulas de Física.
6. Quadro Sintético
Aula 04 Slide 04
Texto Professor 05
Aula 06 Slide 06 Vídeo 03 Texto Professor 06
Texto Professor 07
5
7. Descrição de cada aula
6
7.1.1 Vídeo 01
Título: O potencial brasileiro para geração de energia sustentável.
Conteúdo Físico: Especialistas detalham como é formada a matriz energética
brasileira e o potencial das fontes de energia limpa, sustentáveis para ajudarem no
desenvolvimento do país.
Tempo: 4 minutos e 51 segundos.
Referência: http://www.youtube.com/watch?v=8ZYJ7ZYuVTo
7
7.2. Segunda Aula
Tema da aula: Energia em suas diferentes formas: vantagens e desvantagens.
Objetivos: Compreender as vantagens e desvantagens de algumas formas de
produção de energia; desenvolver uma atitude de respeito perante a natureza resgatando
atitudes de participação, responsabilidade e comprometimento com a mesma; comparar,
distinguir e analisar as diferentes formas de obtenção de energia.
Motivação: Saber como funcionam principais tipos de produção de energia.
Conteúdo Físico: Vantagens e desvantagens da produção de energia: Eólica,
Nuclear, Maremotriz, Termoelétrica, Hidroelétrica e Solar.
Recursos Instrucionais: Projetor Multimídia, computador, internet, Slide 02
Simulação 01.
Momentos da aula:
1º Momento: (05 minutos) Apresentar o tema a ser trabalhado na aula e voltar a
pergunta lançada no final da primeira aula “Será que existe algum meio de produção de
energia que não tenha nenhuma desvantagem?” discutir qual eles acham que seria e o
porque. Anotar as respostas no quadro para comparação futura.
2º Momento: (25 minutos) Usar Slide 02 para trabalhar as vantagens e
desvantagens da produção de energia Eólica, Nuclear, Maremotriz, Termoelétrica,
Hidroelétrica e Solar.
3º Momento: (10 minutos) Mostrar da Simulação 01, todos os tipos de energia.
4º Momento: (05 minutos) Fazer uma discussão com os alunos analisando as
respostas escritas no quadro no 1º Momento.
5º Momento: (05 minutos) Fazer uma breve retomada de todo o conteúdo visto,
ver se os alunos tem alguma dúvida e lançando a questão que será discutida e
respondida na próxima aula “Será que existem muitas usinas fotovoltaicas no mundo?
Ou será que esse tipo de produção de energia não é muito utilizado?”.
Comentários Finais: Para apresentar a Simulação 01 é necessário conexão de
internet, caso não haja acesso pular o 3º momento da aula.
7.2.1. Simulação 01
Título: Energias Alternativas – Saiba quais são e como funcionam.
Conteúdo Físico: Apresenta o que é, como funciona, capacidade instalada, prós,
contras e ideias futuras sobre as energias: Hidráulica, Eólica, Solar, Nuclear,
Biocombustíveis e Células Combustíveis.
Como utilizar: Escolher um tipo de energia selecionando a mesma e para
começar a simulação clicar no botão vermelho onde diz “descubra como funciona”.
Referência:http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/as+alternativas+da+energia/
n1237597605585.html
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7.3. Terceira Aula
9
7.3.1. Vídeo 02
Título: Usinas Fotovoltaicas
Conteúdo Físico: Potencialidades e desafios da energia fotovoltaica no Brasil e
apresentação do Projeto Megawatt Solar da sede da Eletrosul em Florianópolis.
Tempo: 17 minutos e 21 segundos.
Referência: http://www.youtube.com/watch?v=nj3WEQRQC9U
Usinas Fotovoltaicas
As primeiras utilizações de energia fotovoltaica resumiam-se a situações em que
não estava disponível energia da rede, nomeadamente em locais remotos e,
especialmente, fora da Terra, quer em satélites quer em sondas espaciais. De fato,
embora inicialmente a NASA não estivesse muito convencida das vantagens da
utilização de painéis solares aceitou, com alguma relutância, dotar o Vanguard I de um
pequeno painel, seis células solares, para alimentar um transmissor back-up de outro
alimentado por uma pilha de mercúrio. O transmissor do satélite, alimentado pelas
células solares lançado em Março de 1958 funcionou durante cerca de oito anos, o
alimentado pela pilha de mercúrio durou somente 20 dias.
Na década de sessenta, a investigação em células solares surge quase como um
efeito colateral da guerra fria entre as duas grandes superpotências da época. Ou seja,
foi a guerra ao espaço que promoveu um grande desenvolvimento das células solares,
desenvolvimento que foi essencialmente dirigido a um aumento de eficiência e tinha
poucas ou nenhumas preocupações econômicas.
Mas além do uso espacial - satélites movidos a energia solar, a produção de
energia solar fotovoltaica pode ser aplicada em outras áreas como:
Nos Transportes - Inicialmente os painéis de energia solar fotovoltaicos foram
usados para a produção de energia no espaço. Raramente tem sido aplicado a
bens de locomoção, mas esta começando a haver uma maior aposta por parte das
empresas na produção de carros e barcos movidos com energia solar
fotovoltaico.
Dispositivos Portáteis - Até há coisa de uma década era comum ver-se
calculadoras carregadas à base de energia solar fotovoltaico. Com a melhoria e
desenvolvimento dos circuitos e capacidade dos ecrãs de LCD tem sido possível
inovar nos dispositivos que usam baterias recarregáveis, sendo a energia solar
fotovoltaico um dos meios para carregar essas baterias. Têm também sido
criados novos dispositivos portáteis movidos à base de energia solar fotovoltaico
como: bombas de água, parquímetros, telefones de emergência, compactadores
de lixo, sinais de trânsito portáteis, postos de guarda e sinais variados.
10
Em Prédios, Edifícios - Conjuntos de painéis fotovoltaicos são agregados a
edifícios. Ou integrados nos telhados, ou dentro das paredes ou ainda numa zona
do solo próxima do edifício. O uso de painéis de energia solar fotovoltaicos em
edifícios domésticos ou industriais tem vindo a aumentar. Por norma os painéis
de energia solar fotovoltaico são instalados nos telhados, ou o próprio telhado da
casa é um conjunto de painéis fotovoltaicos.
Eletrificação Rural - Países em desenvolvimento que têm aldeias afastadas das
redes principais de energia começaram a usar painéis de energia solar
fotovoltaicos.
12
1º Momento: (30 minutos) Apresentação do tema a ser trabalhado na aula, exibir
Slide 05. Professor deverá complementar a explicação com o Texto Professor 03 e
Texto Professor 04.
2º Momento: (10 minutos) Explorar o Aplicativo 01 juntamente com os
estudantes.
3º Momento: (10 minutos) Fazer uma breve revisão das partes fundamentais da
aula e tirar as dúvidas remanescentes.
Comentários Finais: Para apresentar o Aplicativo 01 é necessária conexão de
internet, caso não haja acesso pular o 2º momento da aula.
7.5.1. Aplicativo 01
Título: A evolução dos modelos atômicos.
Conteúdo Físico: O aplicativo possibilita ao usuário acompanhar a evolução dos
modelos atômicos, ter acesso à descrição da teoria e dos elementos do átomo, bem como
visualizar as representações subatômicas de Dalton até o modelo atual.
Como utilizar: Colocar o botão esquerdo do mouse sobre os elementos do
modelo para obter mais informações; o botão direito do mouse serve para rotacionar a
câmera; a rolagem do mouse é utilizada para alterar o zoom.
Referência: http://www.noas.com.br/ensino-fundamental-2/ciencias/a-evolucao-
do-modelo-atomico/
13
Foi no século XVII que nasceu o que chamamos de ciência moderna. Muitas são
as diferenças entre as maneiras antiga e moderna de encarar a natureza. Por exemplo, o
processo pelo qual se se chega à formulação de uma teoria, elas tinham um caráter
essencialmente intuitivo, sendo profundamente marcadas pelo subjetivismo do
observador.
Na época da Revolução Francesa, a evolução da química permitiu a descoberta
de todos os elementos e a determinação de suas propriedades, culminando a publicação
da tabela periódica feita por Mendelejeff (1850). Nessa época, o átomo era considerado
indivisível, químico inglês John Dalton (1766-1844) retomou as ideias de Leucipo e
Demócrito e, baseando-se em leis já comprovadas experimentalmente, como as Leis
Ponderais, ele propôs resumidamente que o átomo seria parecido com uma bola de
bilhar, isto é, esférico, maciço e indivisível.
Nas ultimas décadas do século XIX, tornou-se evidente que os átomos eram
capazes, em certas condições, de emitir e absorver radiações eletromagnéticas, tanto
visíveis (luz) quanto invisíveis (raio x, por exemplo). Observou-se também que o átomo
pode emitir subpartículas carregadas com carga elétrica negativa, de massa milhares de
vezes menor que a dos átomos. Tais partículas foram chamadas de elétrons por seu
descobridor, o inglês J.J. Thomson.
A presença de partículas eletricamente carregadas no átomo forçou os cientistas
a postularem a existência de outra partícula carregada positivamente de forma a explicar
a neutralidade elétrica do átomo. Essa partícula – o próton foi logo observado
experimentalmente, verificando-se que sua massa é quase 2000 vezes maior que a
massa do elétron.
Por causa seu tamanho diminuto, é impossível ver o átomo, mesmo com os mais
potentes microscópios. Fazendo uma analogia, estudar o átomo é como tentar descrever
um objeto coberto por uma toalha empregando apenas o tato. Por causa dessa
dificuldade, o átomo pode ser apenas descrito através da utilização de modelos teóricos.
Tais modelos formulados a partir de observações experimentais são construídos para
explicar certo conjunto de fenômenos observados.
O modelo atômico, concebido por J.J. Thomson descrevia o átomo como uma
espécie de gelatina positivamente carregada, na qual flutuariam os elétrons, em número
suficiente para neutralizar a carga positiva.
Esse modelo, no entanto, logo se revelou inconsistente com certas experiências,
realizadas por Rutherford: ele observou que o átomo deveria ter uma estrutura
semelhante ao do sistema solar, com toda a sua carga positiva e quase toda a massa
concentrada em um pequeno núcleo central, ao redor do qual girariam os elétrons, como
planetas ao redor do Sol.
Em 1913, Niels Bohr aperfeiçoou o modelo de Rutherford, estabelecendo que os
elétrons giravam em torno do núcleo atômico segundo certas órbitas bem estabelecidas,
cujos afastamentos do núcleo são características de cada átomo, procurando explicar as
propriedades dos átomos pelas propriedades dessas órbitas.
14
Posteriormente concluiu-se ainda que era incorreto pensar que os elétrons
pudessem ter trajetórias definidas como planetas. Assim, a ideia da trajetória foi
abandonada e substituídas por equações matemáticas cujas soluções descrevem a
distribuição dos elétrons em torno do núcleo como uma espécie de nuvem. Elas
descrevem também o comportamento dos átomos. Essa formulação matemática
constituiu um novo ramo da ciência, chamada Mecânica Quântica, que consegue
descrever quase todos os fenômenos químicos, elétricos e magnéticos.
Texto adaptado PEF [1]
Muitos séculos nos separam dos antigos gregos, mas a ideia de átomo cada vez
mais precisou ser relembrada e aprimorada na tentativa de compreender a natureza das
coisas.
Atualmente a Física Quântica tem o melhor modelo, nessa teoria a matéria é
interpretada como sendo constituída por átomos, que agrupados vão formar moléculas,
que por sua vez formarão todas as coisas que existem na natureza.
Cada material é constituído de um tipo de átomo, tendo cada átomo uma
estrutura formada por duas regiões distintas. A região central onde estão confinados os
prótons, nêutrons e outras partículas menores é chamada de núcleo. A outra é a
eletrosfera, região em torno do núcleo onde se movimentam os elétrons. Num átomo
normal, o número de prótons no núcleo é igual ao número de elétrons na eletrosfera.
Para termos uma ideia das dimensões relativas dessas duas regiões, se
pudéssemos aumentar o átomo de hidrogênio de tal forma que seu núcleo alcançasse o
tamanho de uma azeitona, o raio da eletrosfera alcaçaria o tamanho de um estádio de
futebol, como o Morumbi, por exemplo.
Mesmo para átomos com poucos elétrons, como o hidrogênio (que só tem um),
associamos á eletrosfera à ideia de nuvem devido ao intenso movimentos dos elétrons a
grandes velocidades ao redor do núcleo.
O número de prótons que há no núcleo de um átomo é chamado número
atômico desse átomo. É esse número que caracteriza o átomo como o de um
determinado elemento. E estudos detalhados de átomos que possuem muitos elétrons,
não se distribuem ao acaso em torno do núcleo; os elétrons se dividem em camadas.
Cada camada está a uma distancia diferente do núcleo.
De todas as camadas eletrônicas de um átomo, a mais importante, do ponto de
vista químico, é a mais externa, chamada camada de valência.
Texto adaptado de GREF [2]
7.6.1.Vídeo 03
Título: Dr. Quântico: Experimento fenda dupla.
Conteúdo Físico: Experimento dupla fenda.
Tempo: 8 minutos e 4 segundos.
Referência: http://www.youtube.com/watch?v=gAKGCtOi_4o
17
Nos sólidos e líquidos, entretanto, existe ainda interações intermoleculares que
levam à formação das estruturas próprias dos diferentes materiais. Tais interações, por
envolverem um número muito grande de átomos, provocam um aumento de possíveis
níveis permitidos.
A interação luz-matéria, ou seja, a incidência de luz sobre outro material pode
ser interpretada como um processo de transferência de energia onde cada cor
corresponde a certa quantidade de energia. Assim, segundo este modelo, as diferentes
cores de luz distinguem-se pelos diferentes “pacotes” de energia (fótons).
No caso dos materiais, uma forma de diferenciá-los é através dos “saltos
quânticos" efetuados pelos elétrons dos seus átomos. O tipo de interação entre luz e
matéria depende, então, da energia do fóton incidente e da energia envolvida nos “saltos
quânticos” permitidos para os elétrons dos átomos daquele material.
Quando o fóton incide com a energia menor que o salto quântico permitido para
os elétrons, eles não mudam de nível. Se a energia do fóton incidente coincidir com a
diferença de energia entre os níveis que correspondem a “saltos quânticos” permitidos,
o fóton incidente é absorvido e posteriormente reemitido com o retorno do elétron ao
nível. Esse retorno, contudo, pode se efetuar de duas formas distintas: reemissão do
fóton incidente ou emissão de dois fótons de diferentes energias. No primeiro caso
temos o retorno imediato ao nível de origem, ocorrendo a reemissão do fóton incidente.
Já a emissão de dois fótons de energias diferentes, correspondendo cada um a “saltos
quânticos” distintos, ocorre pela passagem por um nível intermediário.
Em qualquer das situações, entretanto, a energia do fóton incidente é igual à
energia do fóton ou dos fótons emitidos, uma vez que esse modelo pressupõe o
princípio de conservação da energia. Dependendo da sua energia, o fóton emitido pode
ser classificado de visível, quando e capaz de impressionar as células fotossensíveis do
olho, de radiação de baixa energia (menor que o visível) e de radiação de alta energia
(maior que o visível).
Texto adaptado do GREF [4]
18
Os átomos dos metais possuem um ou dois (ás vezes três) elétrons de valência,
ou seja, elétrons fracamente ligados ao núcleo. Além disso, os átomos dos metais estão
dispostos de tal maneira que alguns ou todos os seus elétrons de valência dos átomos se
desligam, ficando livres para circular ao acaso entre os átomos das vizinhanças. Tais
elétrons são chamados elétrons livres, a eles cabe um papel primordial no fenômeno da
condução elétrica.
Já no caso dos metais isolantes, os elétrons de valência dificilmente se desligam
de seus átomos, ficando a eles presos. Desta maneira nos isolantes não há elétrons
livres.
Texto adaptado PEF [5]
19
Se você tivesse um potente microscópio que permitisse ver os átomos, e
observasse um pedaço de metal sólido, por exemplo, o cobre, observaria que os átomos
de cobre tem posições regulares uns em relação aos outros: é o que chamamos de cristal
ou rede cristalina. A condução da corrente elétrica nos metais se deve ao movimento
dos elétrons livres dentro do cristal, sob ação de um campo elétrico.
O comportamento condutor dos materiais semicondutores exige um estudo
aprofundado da teoria quântica e da física do estado sólido, dos quais no presente estudo
apenas iremos citar alguns aspectos fundamentais, que permitam, mesmo que
aproximadamente, o entendimento do comportamento de certos materiais classificados
como semicondutores.
Retornemos por um instante a estrutura de um cristal, e aos seus planos de
distribuição dos átomos tomando como exemplo uma rede cristalina cúbica. Estes
átomos assim dispostos possuem seus elétrons posicionados em relação ao seu
respectivo núcleo, de acordo com o nível de energia de cada elétron; este nível pode ser
variado pela ação de energias externas, quando então podemos ter a variação das
características do cristal (e consequentemente do material do que faz parte) quando a
elevação de energia do elétron o desloca de sua órbita torno do núcleo.
Portanto, a análise dos níveis de energia, que no seu conjunto, formam as
camadas de energia ou bandas de energia, é a base para se determinar o comportamento
de tal material ou elemento. Estas camadas são classificadas em três grupos:
A camada inferior, cujo nível de energia mais elevado é o do elétron de valência;
A camada superior, chamada também de camada condutora, e onde se situam os
elétrons de deslocamento;
E, eventualmente a camada proibida, livre de elétrons.
A Fig. 1 representa graficamente, em função do nível de energia E, estas 3 camadas.
Em cada um dos níveis de energia da camada inferior, encontramos 2 elétrons,
concentrados mais nos níveis de energia mais próximos do núcleo ou seja, em níveis de
energia de valor mais baixo. Resulta daí uma distribuição de elétrons como os da Fig. 2
típica de materiais condutores. Perante uma dada temperatura constante, e na ausência
de outras energias externas, esta população de elétrons tem um deslocamento
equilibrado, mantendo-se assim a característica do elemento; e, mesmo em movimento
interno, não dão origem a uma corrente elétrica. Os momentos ou conjugados destes
elétrons movimento interno, podem ser representados como na Fig. 1, onde se quer
demonstrar o equilíbrio de deslocamentos, dando assim uma parábola simétrica. Já um
nanosegundo mais tarde, a distribuição será diferente do que na Fig. 1; porém se não
houve energia externa de qualquer natureza atuando, então a simetria será mantida.
20
Fig. 1 – Sólido com elétrons/camada, com a camada inferior parcialmente preenchida.
Fig. 3 – Aplicação de uma diferença de potencial cria uma aceleração de elétrons de valência (E).
21
O efeito desta modificação é o de desbalancear o conjunto de elétrons dos dois
lados da parábola representativa dos níveis de energia função do movimento, tal como
na Fig. 4. E deste desbalanceamento, com uma clara resultante em um dos sentidos,
levará a um acúmulo de elétrons em um dos lados, e, em consequência, o aparecimento
da corrente elétrica ou a chamada condução metálica.
Continuando o raciocínio neste sentido, uma vez que a diferença potencial
continua aplicada, podemos concluir que o desbalanceamento se amplia continuamente,
dando origem a um número cada vez maior de elétrons em movimento, o que deveria
resultar, perante uma diferença de potencial constante, numa contínua elevação da
corrente.
Tal fato não ocorre devido aos efeitos da dispersão inelástica, segundo a qual,
quanto maior o número de elétrons que se move a níveis de energia cada vez mais
elevados do lado direito da parábola da Fig. 4, tanto maior é o número de elétrons que
reduzem seus movimentos lado esquerdo, dando origem à um acréscimo proporcional
de colisões entre elétrons e átomos, do que resulta uma perda de energia, que
conhecemos por perda joule e que se apresenta na forma de calor. Recupera-se assim,
uma estabilidade no deslocamento dos elétrons, e com isto uma constância da corrente
circulante.
Fig. 4 – Pela ação do campo elétrico, ocorre uma circulação de cargas, que dão uma distribuição como a representada.
22
resultado, camadas de valência com 8 elétrons, que tem um comportamento altamente
estável perante agentes externos. Resulta daí seu “comportamento isolante”, onde todos
níveis de energia estão repletos de elétrons, e assim não há deslocamentos, e onde a
camada proibida é bastante mais longa do que nos condutores, refletindo assim a maior
dificuldade dos elétrons se deslocarem, ou, em outras palavras, de poder circular uma
corrente elétrica.
Quando uma tal transferência de elétrons ocorre, rompe-se uma ligação de valência
e aparece na camada inferior a falta de um elétron. Esta falta é designada como uma
“lacuna”, a qual. por sua vez, pode influir no próprio comportamento condutor dos
23
elétrons da camada inferior, ao ser ocupada por um elétron de nível menor, e
transferindo assim a “lacuna” para um nível mais baixo. E assim sucessivamente.
Vemos portanto, que esta lacuna se desloca no sentido inverso do elétron em
movimento. Em suma, podemos imaginar a lacuna com uma partícula idêntica ao
elétron, com igual tamanho, carga e massa, porém com polaridade oposta, ou seja,
positiva, e que tem deslocamento também oposto aos elétrons.
Energias capazes de levar à movimentação analisada dos elétrons são diversas, e
dependem da matéria prima. Ou seja, o material considerado tem que ser “sensível” à
forma de energia que está atuando. De modo amplo, a energia calorífica (ou
simplesmente o calor), influi sensivelmente sobre todos os materiais, dependendo da sua
estabilidade térmica, que vem a ser a sua capacidade de suportar certos níveis de
temperatura sem se alterar. Este calor pode ainda ser o resultado da somatória de uma
fonte externa e de perdas internas resultantes da própria movimentação ou vibração dos
elétrons. Em um material em que se apresenta um tal processo, a condutividade se eleva
com elevação de temperatura, tendo portanto um comportamento inverso ao dos metais.
Texto adaptado do livro de SCHIMDT, Walfredo. [6]
24
caso, com uma certa energia, os elétrons passam para a banda de condução, tornando o
material um condutor elétrico. Tal comportamento caracteriza os materiais
semicondutores. Germânio e silício são exemplos de materiais que apresentam esse
comportamento. Para eles, a energia necessária para torná-los condutores elétricos pode
ser obtida com a elevação de temperatura, incidência de luz, aumento de pressão, dentre
outros processos.
Texto adaptado. GREF [7]
Fig. 1 – Uma impureza de antimônio (Sb) dissolvida em uma cristal de silício (Si) mantém um elétron livre, não associado à estrutura.
25
Fig. 2 – O elétron livre de Sb se desloca na zona proibida, podendo, mediante um acréscimo de energia, entrar para a camada superior.
Este excesso de elétrons nos leva a uma mistura eletronegativa, representada por
n e também chamada de camada “doadora”.
Uma outra situação, é a em que acrescentamos ao material de valência IV, um
elemento de valência III. Por exemplo, silício (Si) com índio (In), como vêm
representados na Fig. 3. O índio é trivalente; assim, uma das ligações do silício ficará
com falta de um elétron. A falha resultante não é idêntica a uma lacuna, porém a
situação em questão poderá dar origem a uma lacuna, como veremos analisando o
posicionamento aos elétrons de valência do Si e do In, vemos que, 3 elétrons de silício
formam pares, bastante estáveis, enquanto 1 elétron de Si ficará sem par, e como tal,
menos ligado à estrutura. O que quer dizer, que o seu deslocamento se poderá dar com
mais facilidade ou com menor elevação do nível de energia, do que com os demais 3
pares Si + In. Por outro lado, esta vaga de 1 elétron poderá fazer com que elétrons de
átomos de Si vizinhos à ligação analisada se desloquem até a vaga, necessitando para
isto apenas pequena quantidade de energia térmica, deixando portanto uma lacuna na
estrutura de silício, de onde saiu.
Fig. 3 – Um átomo de Índio (In) associado ao cristal de silício, deixa 1 ligação de valência livre.
Fig. 4 – A lacuna (livre) do Índio pode ser imaginada como uma carga positiva pouco abaixo do nível superior da camada de valência, podendo ser ativado e entrar na zona proibida.
26
responsável pelo posicionamento de uma lacuna (positiva) a um nível pouco abaixo do
limite superior da camada inferior. Entretanto, um elétron da estrutura circundante de
silício pode ser ativado até este nível, deixando uma lacuna no seu lugar original.
Este processo de ativação ocorre com quantidades de energia pequenas,
geralmente de natureza térmica, e representada por E no diagrama, entretanto na zona
proibida e, eventualmente, dependendo dos níveis externos de energia presentes,
passando à banda de condução.
Do exposto, concluímos que os semicondutores podem ser do tipo:
a) Semicondutores intrínsecos, onde a impureza está presente porcentagem muito
pequena e onde a condutividade é devida a igual número de elétrons livres na
camada superior e de lacunas livres camada inferior, produzidos por ativação
térmica dos elétrons através da zona ou camada proibida.
b) Semicondutores com impurezas, com excesso de elétrons onde a condutividade
depende destes elétrons na camada superior, como resultado da ativação de
elétrons livres de ligações doadoras, de átomo de valência IV + V, e sua
indicação é feita por n.
c) Semicondutores com impurezas, com excesso de lacunas, cuja condutividade
resulta da combinação de valências III + IV, portanto, com falta de elétrons, e
um excesso assim de cargas positivas. Seu tipo é eletropositivo, sua indicação é
p, e é chamado de ligação receptora.
É importante que, apesar do processo intrínseco sempre estar presente, sua
influência é superada pela ação das impurezas dos semicondutores n e p.
27
3º Momento: (15 minutos) Para melhor visualizar o modelo fotovoltaico, o
professor deverá que executar o Experimento 01 com uma célula de tipo solar,
mostrando as tensões geradas em vazio (sem carga) e com carga variando também a
iluminação recebida pela placa. O professor deverá salientar alguns pontos importantes
tais como:
Mostrar a diferença de tensão com e sem carga entre os terminais de saída da
placa.
Usando um dímmer (controlador eletrônico de luminosidade para lâmpadas
incandescentes) eletrônico comum, controlar a intensidade da luz, mostrando os
efeitos na corrente de carga quando aumenta ou diminui a intensidade da luz.
Comentários Finais: Caso não seja possível disponibilizar os materiais
necessários para realizar o Experimento 01, pular o 3º Momento.
28
elevando o potencial entre as duas placas. Com circuito em aberto é possível atingir
tensões de 0,6 – 1,0 volts. Atualmente, as melhores células solares comerciais são feitas
de silício cristalino, com estrutura mostrada na figura abaixo.
A junção é formada por uma fina camada tipo n. Sendo fina, a região n deixa
passar radiação luminosa incidente num amplo espectro de frequência. Para aumentar a
área de exposição e ao mesmo tempo manter baixa a resistência de contato, o eletrodo
superior é feito na forma de um pente, com dente finos, como mostrado na figura.
As melhores células solares de silício tem eficiência de conversão que se
aproxima de 15%. A radiação solar no meio de um dia claro, ao nível do mar, tem
intensidade na faixa de 70-80 mW/cm2. Isto produz, numa célula com área de 40 cm2,
uma tensão de 0,6V e uma corrente de 0,9 A. Normalmente as células solares são
associadas em série ou em paralelo para produzir tensão e correntes adequados.
Materiais Necessários: Placa Universal, Chave H-H, Microamperímetro 100A,
Célula solar 3,2 V; Trimpot 10 kW; Resistor 1,2 kResistor 10 k
Procedimento: Montar o circuito da imagem abaixo:
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este elétron se livre, indo para a banda de condução. Diz-se assim, que o fósforo é um
dopante doador de elétrons e denomina-se dopante n ou impureza n.
Se, por outro lado, introduzem-se átomos com apenas três elétrons de ligação,
como é o caso do boro, haverá uma falta de um elétron para satisfazer as ligações com
os átomos de silício da rede. Esta falta de elétron é denominada buraco ou lacuna e
ocorre que, com pouca energia térmica, um elétron de um sítio vizinho pode passar a
esta posição, fazendo com que o buraco se desloque. Diz-se portanto, que o boro é um
aceitador de elétrons ou um dopante p.
Se, partindo de um silício puro, forem introduzidos átomos de boro em uma
metade e de fósforo na outra, será formado o que se chama junção pn. O que ocorre
nesta junção é que elétrons livres do lado n passam ao lado p onde encontram os
buracos que os capturam; isto faz com que haja um acúmulo de elétrons no lado p,
tornando-o negativamente carregado e uma redução de elétrons do lado n, que o torna
eletricamente positivo. Estas cargas aprisionadas dão origem a um campo elétrico
permanente que dificulta a passagem de mais elétrons do lado n para o lado p; este
processo alcança um equilíbrio quando o campo elétrico forma uma barreira capaz de
barrar os elétrons livres remanescentes no lado n.
Se uma junção pn for exposta a fótons com energia maior que o gap, ocorrerá a
geração de pares elétron-lacuna; se isto acontecer na região onde o campo elétrico é
diferente de zero, as cargas serão aceleradas, gerando assim, uma corrente através da
junção; este deslocamento de cargas dá origem a uma diferença de potencial ao qual
chamamos de Efeito Fotovoltaico. Se as duas extremidades do "pedaço" de silício forem
conectadas por um fio, haverá uma circulação de elétrons. Esta é a base do
funcionamento das células fotovoltaicas.
Portanto no efeito fotovoltaico a energia é aplicada a região de junção de um
diodo semicondutor. Os fótons incidentes quebram as ligações dos elétrons na região de
junção criando cargas livres como pares elétrons-lacunas. Estas cargas livres migram
para os dois lados da junção, aumentando a densidade de carga lá e aumentando a
voltagem da junção. Os materiais que são disponíveis são sensíveis desde a luz visível
até a região do infravermelho. A célula fotovoltaica é única porque converte a luz
diretamente em eletricidade. Nenhuma corrente ou tensão externa é necessária como
ocorre em relação aos outros dois efeitos Este tipo de célula, chamada célula solar é
usada para converter energia solar.
As primeiras células fotovoltaicas apareceram logo após as células
fotoemissivas. Elas agora são usadas numa enorme variedade de sistemas eletrônicos,
sendo por exemplo, sistemas de luz moduladas usados na comunicação com fibra ótica.
Quando o Sol é a fonte de luz, estas células são conhecidas como células solares.
Células fotovoltaicas são diodos de uma ampla área montados sobre camadas de
silício, formando um sanduíche. A camada superficial é muita fina e transparente,
permitindo a passagem da luz para que ela chega até as junções da região do sanduíche
de silício. Nesta região os fótons são absorvidos, liberando cargas de suas ligações
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atômicas. Estas cargas migram para os terminais, aumentando o potencial. Em um
circuito aberto a tensão chega a 0,6-1,0 volts e num curto circuito a corrente pode ser de
poucos mA.
Células podem ser conectadas em série para aumentar a voltagem e a corrente de
saída pode aumentar através de conexões paralelas. A eficiência típica de células solares
são de 10 a 15 por cento. Eficiência de 30% pode ser atingida, entretanto, pesquisadores
esperam poder atingir eficiência da ordem de 40% ou mais.
8. Bibliografia
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