Sistemas de Certificação - ACV
Sistemas de Certificação - ACV
Sistemas de Certificação - ACV
São Carlos
2015
POLIANA FIGUEIRA CARDOSO
São Carlos
2015
3
Folha da ficha catalográfica
FOLHA DE JULGAMENTO
5
À minha mamãe in memorian,
maior motivadora dos meus ideiais.
7
AGRADECIMENTOS
À Deus pelas bênçãos de luz concedidas.
À minha família, meu pai Paulo e Patrícia pelo apoio e amor incondicional para
concluir este desafio, mesmo estando distantes.
À minha irmã Paula e meu cunhado Victor pelas contribuições e correções no
desenvolvimento desta pesquisa, além do apoio e carinho neste período de
convivência em São Carlos.
Às amizades consolidadas nestes anos de pesquisa com os amigos Victor Baldan,
Paulo Giovany, Jane Lacombe, Aline Gouvêa e Kamila Mendonça e pela
contribuição de cada um no desencadeamento e correções desta pesquisa.
Ao Professor Dr. Javier Mazariegos Pablos pela orientação, motivação e incentivos
ao longo desta pesquisa.
À todos os profissionais técnicos e funcionários do Laboratório de Construção Civil
(LCC) sempre apostos para auxiliar.
Ao Professor Dr. João Adriano Rossignolo pela indicação inicial e os primeiros
passos desta pesquisa.
À colega Cristiane Bueno pela contribuição inicial na formulação do projeto de
pesquisa.
Às colegas Efigênia Rossi e Natália Crespo pelo direcionamento em alguns entraves
do processo da pesquisa.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão do apoio financeiro fundamental para a continuação desta pesquisa.
9
“A educação se bem compreendida é a chave do progresso moral.”
(Allan Kardec)
11
RESUMO
13
ABSTRACT
Given the complexity of the interaction between the built and the natural
environment, the LCA (Life Cycle Assessment) is a maximum precision approach to
analyze the environmental impacts of the entire building. Besides considering the
materials and energy consumption, this technique must include in its assessment the
production and transport of building materials, and even the material recycling and
waste management in the decommissioning phase. The LCA is the technique that
best fits the evaluation of environmental performance measures, because it can
integrate to the environmental certification systems. In this context, this study aims at
analyzing the applicability of LCA technique for ECB systems (Environmental
Certification of Buildings) housing in Brazil. To accomplish this, we use the
exploratory research through literature and document review. It was observed that
use of the CAE technique LCA showed up in the initial steps. All CAE have started at
least the thought of life cycle as a basis for knowledge on the part of stakeholders.
Some efforts have CAE more suitable for use in technical purposes, such as the
BREEAM and LEED. BREEAM classifies chosen materials through LCA approach
and LEED is the balance of credits in categories using the method of characterization
TRACI impact. Another relevant issue is the use of BIM to perform life cycle
assessments, which Casa Azul system makes reference to the future integration into
project phases. It points applicability projections of LCA technique is inserted in the
categories related to materials, a category regarded as a standard for evaluation by
all CAE.
15
LISTA DE FIGURAS
17
LISTA DE QUADROS
19
LISTA DE TABELAS
21
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 27
5 RECOMENDAÇÕES PARA ADA PARA USO DA TÉCNICA DE ACV EM SISTEMAS CAE ....... 150
1.1 PANORAMA
29
Estudos de ACV realizados em habitações, no entanto, têm focado nos
requisitos de energia e emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) (MONTEIRO;
FREIRE, 2011), e nos países latino-americanos existem poucas experiências com a
aplicação da análise do ciclo de vida (RODRÍGUEZ; CASTELLS; SONNEMANN,
2010).
A ACV é a técnica que melhor se enquadra na avaliação de medidas de
desempenho ambiental, pois pode-se integra-la aos sistemas de certificação
ambiental. Integração esta, que pode e deve ser melhorada progressivamente
(TRUSTY, 2009).
Dessa forma o direcionamento deste trabalho tem a finalidade de analisar a
aplicabilidade da técnica de ACV (Avaliação do Ciclo de Vida) para os sistemas de
CAE (Certificação Ambiental de Edificações) habitacionais no território nacional.
1.2 JUSTIFICATIVAS
31
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Com base nos estudos de Gil (2007) esta pesquisa se classifica como
exploratória e para alcançar os objetivos se delineia como bibliográfica e
documental. Os materiais que respaldam a elaboração desta pesquisa são
documentos normativos, guias, referenciais técnicos, livros, dissertações, teses e
artigos de periódicos científicos.
Os documentos normativos que destacam-se são as Normas ISO 14001, NBR
ISO 14031, NBR ISO 14040, NBR ISO 14044 e NBR ISO 15575. Os guias que se
sobressaem para construção deste trabalho são International Refence Life Cycle
Data System (ILCD) Handbook – Analysis of existing Environmental Impact
Assessment methodologies for use in Life Cycle Assessment (EC-JRC, 2010a) e
International Refence Life Cycle Data System (ILCD) Handbook – General guide for
Life Cycle Assessment – Detailed guidance (EC-JRC, 2010c). Os refenciais técnicos
ressaltados são BREEAM (Building Research Establishment Environmental
Assessment Method Centre) Bespoke International Process (BRE, 2013), United
States Green Building Council (USGBC) Green Building Rating System – LEED for
New Construction and Major Renovation – with alternative compliance paths for
projects outside the U.S. (USGBC, 2009), Caixa Econômica Federal (CEF) – Boas
Práticas para habitação mais sustentável – Selo CASA AZUl (CEF, 2010), Fundação
Carlos Alberto Vanzolin (FCAV) Referencial Técnico de Certificação – Edifícios
Habitacionais – Processo AQUA (FCAV, 2013).
O procedimento metodológico é composto por duas etapas:
2.1 Revisão bibliográfica relacionada aos temas desempenho
ambiental, sistemas de certificação ambiental e avaliação do ciclo de
vida;
2.2 Análise dos sistemas de certificação ambiental em relação a
abordagem do CV (Ciclo de Vida) e recomendações para o cenário
brasileiro.
Os procedimentos associados à realização de cada uma das etapas são
apresentados a seguir.
33
2.1 Revisão bibliográfica relacionada aos temas desempenho ambiental,
sistemas de certificação ambiental e avaliação do ciclo de vida
35
2.2.3 Identificação em relação às categorias de avaliação com abordagem de
CV;
2.2.4 Fases de ciclo de vida da edificação utilizadas nas CAE;
2.2.5 Correlação dos aspectos e impactos dos principais métodos de
caracterização da fase de AICV com as categorias de avaliação dos sistemas
selecionados;
2.2.6 Discussão dos resultados destas análises.
39
o Uso da água: Considerando a água um elemento essencial
que contribui para a promoção do desenvolvimento e da
qualidade de vida, porém, é um recurso finito e vulnerável
deve ser utilizado racionalmente (KALBUSCH, 2011). O uso
racional da água pode ser definido como “otimização em
busca do menor consumo de água possível mantidas, em
qualidade e quantidade, as atividades consumidoras”
(GONÇALVES, 2002). De acordo com Oliveira (1999), o uso
racional da água pode ser considerado em três níveis de
abrangência: macro (exploração racional dos recursos
hidrográficos), meso (sistemas públicos de abastecimento de
água e de coleta de esgoto sanitário), micro (sistemas
prediais). Em sistemas prediais o uso de fontes alternativas e
de estratégias de uso racional de água é uma forma de
amenizar os problemas de disponibilidade de água potável e
diminuir sua demanda. As estratégias a serem consideradas
são o aproveitamento de água pluvial, reuso de águas cinzas,
instalação de componentes economizadores de água.
o Toxicidade Humana: Resultante do aumento da concentração
de agentes tóxicos provocado pela disposição de rejeitos,
ocasionando, consequentemente, potenciais danos à saúde
humana. Para que isto não ocorra é necessário diluir ou
neutralizar a substância tóxica a fim de que seus efeitos não
causem danos ao homem (WENZEL; HAUCHILD; ALTING,
1997).
o Diminuição de Ozônio: De acordo com a Convenção de Viena
e Protocolo de Montreal sobre proteção da camada de ozônio
e substâncias que esgotam a camada de ozônio nos anos 80
e aderido pelo Brasil em 1990, pelo Programa Brasileiro de
Eliminação dos HCFCs (Hidroclorofluorcarbonos), os
fabricantes e indústrias estão em cooperação para somar
esforços para redução dos índices de vazamentos do fluído
HCFCs. Essas substâncias foram produzidas artificialmente
em laboratório nos anos 30 e descobriu-se mais tarde que
atacam a camada de ozônio, que serve como filtro à radiação
ultravioleta do tipo B, que em excesso é nociva à saúde das
pessoas e meio ambiente (provocando câncer de pele,
doenças oculares e impactos negativos na fauna e flora).
Essas substâncias destruidoras da camada de ozônio estão
em quase todos os setores industriais, equipamentos de
refrigeração, ar-condicionado e em materiais que utilizam
espumas de poliuretano. No setor da construção deve atendar
a escolha e fabricação de materiais e equipamentos que
tenham índices aceitáveis destas substâncias em seu
processo.
o Criação de Ozônio Fotoquímico: Por meio de oxidação,
componentes orgânicos voláteis (COVs) e solventes são
destruídos quando remessados para a atmosfera. Essa
reação pode resultar na formação fotoquímica de ozônio (O3),
na presença de óxidos de nitrogênio (NOX), com o auxílio da
luz solar (ROSSI, 2013). O O3 é um gás benéfico na
estratosfera por proteger a terra da radiação ultravioleta (UV),
mas, na troposfera pode causar problemas de saúde aos
seres vivos (WENZEL; HAUCHILD; ALTING, 1997).
o Ecotoxicidade: É a equação das condições ambientais versus
a atividade biológica, medidas pelos níveis requeridos no
processo para proteger a vida aquática (SANTI, 2013). Esta
inserida no contexto devido à emissão de substâncias como
hidrocarbonetos, metais poluentes orgânicos persistentes
(POPs) e outros (ROSSI, 2013).
o Eutrofização: Fenômeno causado pelo excesso de nutrientes
em uma massa de água ou solo, principalmente por
compostos de fósforo e nitrogênio. Estas, por sua vez,
fomentam o desenvolvimento dos consumidores primários e
eventualmente de outros elementos da teia alimentar desse
ecossistema (ROSSI; 2013). O aumento desta biomassa pode
41
levar a diminuição do oxigênio dissolvido, devido à
decomposição desses nutrientes, podendo causar a extinção
de peixes, diminuição da qualidade da água e do solo e, até
ocupação de plantas superiores onde estas geralmente não
ocorriam, desequilibrando ambientes (SILVA, 2012a).
o Acidificação: É a designação dada à diminuição do pH nas
água ou no solo, causada principalmente pelo aumento do
dióxido de carbono (CO2) atmosférico, favorecendo a
acidificação do meio. Ocorre por meio de compostos emitidos
e convertidos em ácidos na atmosfera, devido ao ciclo
hidrológico (ROSSI, 2013). Como consequência pode ocorrer
o desaparecimento de florestas, diminuição de famílias de
peixes, corrosão de monumentos arquitetônicos e outros
(WENZEL; HAUCHILD; ALTING, 1997).
As áreas de danos (impactos) consideradas são:
o Saúde Humana: Mudanças climáticas, diminuição de ozônio,
toxicidade humana, Criação de Ozônio Fotoquímico;
o Esgotamento de Recursos: Consumo de recursos, uso da
água, uso da terra;
o Qualidade do Ecossistema: Consumo de recursos, uso da
terra, ecotoxicidade, acidificação, eutrofização.
45
ambiente (parques e reservas) e também para regulamentação do uso dos recursos
naturais (código de mineração e florestal) (BERNANDO, 2006).
Em 1987 a Comissão de CMMAD, também conhecida como Comissão de
Brundtland, presidida pela Brundtland, apresentou no relatório “Nosso Futuro
Comum” o conceito de desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento que atende
às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras
de atenderem a suas próprias necessidades (BRUNDTLAND, 1987).
A partir de 1990 o planejamento ambiental foi incorporado aos planos diretores
municipais no campo da gestão urbana no Brasil (PERES; SILVA, 2013).
Em 1992 a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou no Rio de Janeiro a
Conferência das Nações Unidas. Foi debatido em 178 nações temas voltados à
conservação do meio ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como Rio 92 ou
ECO 92. Nesta conferência da CMMAD os países acordaram e assinaram o
documento chamado de Agenda 21 global, um programa de ação baseado em 40
capítulos que constituem a mais abrangente tentativa de promover um novo padrão
de desenvolvimento sustentável para o século XXI. Esta Agenda 21 definiu-se como
um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis em
diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça
social e eficiência econômica (CIB, 2000).
A Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, conhecida como
Rio + 5 em 1997, Kyoto, Japão, deixou claro que a implementação da Agenda 21 era
deficiente na maioria dos países, particularmente, no que se refere às dificuldades
para se alcançar a equidade social e reduzir os níveis de pobreza. As ONGs
ambientais haviam se multiplicado, mas não conseguiam articular-se entre si,
fossem elas, das áreas ambientais, sociais ou dos direitos humanos (LESTIENNE,
2002).
Em 1997 no Brasil, foi implementada a Lei de Recursos Hídricos (9.433) com
basicamente três propósitos: assegurar às futuras gerações e à atual a necessária
disponibilidade de água com qualidade de usos diversos; utilizar de forma racional e
integrada os recursos hídricos em direção ao desenvolvimento sustentável;
preservar e defender contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou uso
inadequado dos recursos (Lei 9.433, 1997).
No ano de 1998 a Lei 9.605 de Crimes Ambientais brasileira foi decretada. Esta
lei assegura a exploração desde que seja equilibrada dos recursos naturais, nos
limites da satisfação das necessidades e do bem-estar da geração presente, assim
como de sua conservação no interesse das gerações futuras (Lei 9.605, 1998).
A Lei de Educação Ambiental (9.795) foi decretada no Brasil em 1999, com o
intuito de promover conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
devendo estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo
nacional, em caráter formal e não formal (Lei 9.795, 1999).
Por meio da Lei 9.985 foi instituído no Brasil o SNUC (Sistema Nacional de
Unidade de Conservação) em 2000. O SNUC estabeleceu os critérios e normas para
a criação, implantação e gestão das unidades de conservação (federais, estaduais e
municipais) para proteção integral ou uso sustentável (Lei 9.985, 2000).
Em 2001 a Lei 10.257 denominada “Estatuto das Cidades” estabeleceu normas
de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em
prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, do mesmo modo
que o equilíbrio ambiental (Lei 10.257, 2001).
A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (CMDS), conhecida como
Rio+10, ocorreu em Johannesburgo, África do Sul em 2002, dez anos depois da Rio
92. O objetivo principal da Rio+10 era pôr em prática o que tinha sido definido na Rio
92, com poucas novas propostas. Durante os dez dias de conferência o que ficou
destacado foi detalhar um plano de ação global nas áreas que requeriam um esforço
adicional para sua implementação para proteção ambiental interligada ao
desenvolvimento social e econômico (SEQUINEL, 2002; LESTIENNE, 2002; DINIZ,
2002).
No ano de 2010, no Brasil, a Lei 12.305 instituiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos. Esta Lei prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, propondo
a prática de hábitos de consumo sustentáveis e um conjunto de instrumentos para
propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (o que tem
valor econômico e pode ser reciclado e aproveitado) e, a adequada destinação dos
rejeitos (que não tem valor econômico e nem pode ser reciclado ou reutilizado)
(MMA, 2010). O gerenciamento de resíduos sólidos e a gestão integrada (incluídos
os perigosos) devem ser de responsabilidade de seus geradores direto ou
indiretamente, pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado (Lei 12.305,
2010).
47
No ano de 2012 a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável) aconteceu no Rio de Janeiro. Os resultados desta
conferência trouxeram discussões a cerca do que realmente se materializou durante
estes vinte anos na tentativa de colocar em práticas o que fato foi planejado entre as
nações para com as questões ambientais e o desenvolvimento sustentável
(GUIMARÃES e FONTOURA, 2012).
Atualmente, segundo Castrechini, Pol, e Guárda (2014), o meio ambiente
deixou de ser associado somente a natureza e passou a ser predominantemente,
associado ao ambiente urbano. O movimento de ambientalistas que antes ficava na
esfera mais científica, passou para a esfera política e também mudou em relação a
conscientização social sobre as questões relacionadas ao meio ambiente
3.1.3 Conceito de DA
De acordo com a ABNT (2004, 2015), DA são os resultados da gestão de uma
organização sobre seus aspectos ambientais, tendo como aspectos ambientais, os
elementos das atividades ou produtos ou serviços de uma organização que pode
interagir com o meio ambiente. Sendo a ADA o processo e um instrumento
destinado a auxiliar as decisões da gestão relativas ao DA de uma organização
através da seleção de indicadores, recolha e análise de avaliação de informação em
função dos critérios de desempenho ambiental, relato e comunicação, e da revisão e
da melhoria periódica deste processo.
O desempenho dos produtos e dos processos transformou-se numa questão
importante, fazendo com que algumas empresas adotassem maneiras de minimizar
seus efeitos no ambiente, na busca da sustentabilidade (REBITZER, 2004).
49
padronizar as avaliações e o conceito de desempenho. Dentre as medidas tomadas
a UEATc (União Europeia Agrément) elaborou diretrizes comuns para avaliação
técnica e a ISO 6241 – “Performance standards in building: principles for theirs
preparation and factors to be considered”, que em português (Os padrões de
desempenho na construção: princípios para a preparação e fatores deles a ser
considerado) propôs os padrões de desempenho ambiental na construção. (SOUZA,
2012).
No contexto nacional, as manifestações em relação à avaliação de
desempenho ocorreram na década de 80 com o IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas), o qual formulou critérios mínimos para avaliação de desempenho de
habitações com o apoio do BNH (Banco Nacional da Habitação). Em 1988, o IPT
juntamente com a FINEP e PBQP publicaram os critérios mínimos de desempenho
para habitações térreas de interesse social. No ano de 2007, o projeto SINAT
(Sistema Nacional de Avaliações Técnicas) entra em vigor para dar suporte à
operacionalização de conjuntos de procedimentos reconhecidos por toda a cadeia
produtiva da construção civil, mas com objetivo de avaliar novos produtos no setor
da construção civil.
No Brasil, na década de 80, o conceito de desempenho começou a ser a
normalizado por meio de uma vertente internacional. Em 1992, foi criada uma norma
britânica (BS 7543), que versa sobre a durabilidade para edifícios e componentes
construtivos abordando o conceito de desempenho. Esta norma guiou os critérios de
vida útil e durabilidade da NBR 15575 (edificações Habitacionais – Desempenho)
iniciada em 2000 e com nova reformulação em 2013. Atualmente a NBR institui
parâmetros técnicos direcionados a projeto e execução de moradias, estabelece as
responsabilidades de cada um dos envolvidos (construtores, incorporadores,
projetistas, fabricantes de materiais, administradores condominiais e os próprios
usuários) assim como aborda conceitos que antes não eram considerados nas
normas prescritivas específicas tais como a durabilidade dos sistemas,
manutenibilidade da edificação, o conforto tátil e antropodinâmico dos usuários
(ABNT, 2013).
O desempenho ambiental da edificação está relacionado a todos os elementos
que compõem esta edificação, considerando uma complexa gama de aspectos
ambientais (ZAMBRANO; BASTOS; SLAMA, 2004).
3.2 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS DE EDIFICAÇÕES (CAE)
3.2.1 Origens
51
certificação é uma das maneiras mais eficazes de se elevar o nível de desempenho
das edificações e que a evolução nestes níveis mínimos aceitáveis de desempenho
dependia de mudanças na demanda de mercado. No entanto, para isso acontecer
seria necessário que os empreendedores da construção civil e os usuários tivessem
acesso a sistemas relativamente simples que lhes permitissem diferenciar as
edificações com melhor desempenho das demais. (CANMET, 1998; SILVA, 2003)
Destas ações, foram surgindo certificações ambientais de edificações em
diversos países, com possibilidades de avaliar local, regional e internacionalmente.
São exemplos de certificações: LEED™ (desenvolvido para aplicação no contexto
norte-americano), GBTool (pode ser aplicado em qualquer local, em virtude da
flexibilidade de critérios e ponderações), Green Globes (desenvolvido para aplicação
no contexto canadense) e também o AQUA (adaptação do sistema HQE, origem
francesa, para o contexto brasileiro) (BUENO, 2010; HILGENBERG, 2010).
Sendo assim pode-se conceituar as CAE como sistemas desenvolvidos para
ADA da construção em fase de planejamento; construção / reforma; e operação.
Podem ser utilizados para avaliar habitações, condomínios, loteamentos, escolas e
unidades comerciais / industriais. As CAE têm o objetivo de fornecer aos
especialistas sobre o desempenho ambiental das diversas áreas analisadas da
construção (ZAMBRANO; BASTOS; SLAMA, 2004).
Dentre os sistemas de certificação utilizados nacional e internacionalmente
estão o AQUA, BREEAM, Casa Azul, CASBEE, DGNB, GBTool, Green Globes,
LEED, Nabers, Pimwaq.
AQUA
Iniciativa em Paris, do Haute Qualité Environmental (HQE) que leva o conceito
de avaliação a diante com a possibilidade de adaptar a avaliação ambiental ao perfil
de contexto de cada empreendimento, permitindo que os projetos foquem as
realidades de seu entorno e situação. Alta Qualidade Ambiental (AQUA) foi
adequada à realidade brasileira a partir da certificação NF Logement & Dérmarche
HQE e do “Referencial Técnico de Certificação – edifícios do setor de serviços –
Processo AQUA”. A AQUA é definida como um processo de gestão de projeto com o
objetivo de obter a qualidade ambiental de um empreendimento novo ou envolvendo
uma reabilitação, por meio de medidas que reduzam os impactos causados pelo
mesmo (FUNDAÇÃO CARLOS ALBRETO VANZOLIN – FCAV, 2013). A AQUA tem
os seguintes aspectos:
implementação de um sistema de gestão ambiental por
empreendedores;
adaptação do edifício habitacional à sua envolvente e ambiente
imediato;
informação transmitida pelo empreendedor aos compradores e usuários
das habitações, com adoção de práticas eficientes com respeito ao meio
ambiente.
A AQUA também estrutura-se com dois elementos:
53
Referencial do Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE), que
avalia o sistema de gestão implantado pelo empreendedor;
Referencial de Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) que avalia o
desempenho arquitetônico e técnico da construção.
BREEAM
O BREEAM foi criado em 1990, na Inglaterra, como primeiro sistema de
certificação de edifícios sustentáveis no mundo e tem seu processo de certificação
licenciado pelo BRE Quality Assurance.(Garantia de Qualidade). Manuais distintos
foram desenvolvidos para projetos internacionais na Europa e nos Países Árabes,
porém, quando não há manual definido para certos países, utiliza-se o BREEAM
Bespoke International Process (Processo “Bespoke Internacional”). No Brasil está
sendo utilizado em um empreendimento de oito casas, denominado “Movimento de
terras”, localizado na Estrada União Indústria, em Pedro do Rio, município de
Petrópolis no estado do Rio de Janeiro. Este sistema com parâmetros
personalizados para cada empreendimento permite serem incorporadas normas e
regulamentos sobre o local, nas fases de projeto, construção, ocupação e renovação
do ciclo de vida de um edifício (BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT – BRE,
2013). As medidas utilizadas representam uma ampla gama de categorias e critérios
específicos para cada novo projeto, com bases também no referencial para
“Sustainable Houses”.
Casa Azul
Em 2007 foi criado o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), a
fim de induzir a utilização das práticas sustentáveis nos empreendimentos. Um dos
resultados de suas pesquisas, elaborado por especialistas de várias instituições
(USP, UFSC e UNICAMP), foi a elaboração de um sistema de classificação
socioambiental de edificações habitacionais (JOHN; PRADO, 2010). Em 2010, esse
trabalho resultou no Guia de Sustentabilidade Ambiental Selo Casa Azul, promovido
pela Caixa Econômica Federal (JOHN; PRADO, 2010). Este selo tem como objetivo
o reconhecimento e incentivo de novos projetos que demonstrem suas contribuições
para a redução de impactos ambientais, tais como o uso racional de recursos
naturais, reduzir o custo de manutenção dos edifícios e as despesas mensais dos
usuários, além da conscientização das vantagens das construções sustentáveis
(GRUNBERG, MEDEIROS, TAVARES, 2014).
CASBEE
Desenvolvido no Japão em 2002, trata-se de uma avaliação ambiental para
todas as fases do desenvolvimento de projeto (pré-projeto a pós-projeto) de
edificações, compreendendo um conjunto de ferramentas.
As categorias que utiliza para avaliar são as chamadas Q (qualidade e
desempenho ambiental da edificação – “representa a condição do ambiente avaliado
em termos de facilidades para os usuários”) e L (redução das pressões ambientais
da edificação – “o impacto ambiental negativo que emana para o ambiente público
além de um determinado limite espacial hipotético” no entorno da edificação). A
eficiência ambiental da edificação (BEE) é definida por BEE=Q/L e o resultante desta
equação são apresentados na forma de pontuação geral ou representação em
gráfico, que pode ser utilizado para rotulagem.
Os aspectos analisados são o consumo de energia, uso cíclico dos recursos,
ambiente local e ambiente interno (CASBEE, 2004; MURAKAMI et al., 2002; YUBA,
2005).
DGNB
O Conselho Alemão de Construção Sustentável, DGNB – (Deutsche
Gesellschaft fur Nachhaltiges Bauen eV) foi fundado em 2007 por 16 iniciadores de
várias áreas temáticas no âmbito dos sectores da construção e imobiliário. O
objetivo era promover a construção sustentável e economicamente eficiente ainda
mais forte no futuro. No ano de 2008 o sistema já possuía 121 organizações e
atualmente conta com mais de 1200 membros em todo o mundo (DGNB, 2014).
Inicialmente foi desenvolvido para o contexto da Alemanha, hoje já conta com
comunidades ativas em países como Brasil, China e Rússia.
No Brasil o selo ainda não tem nenhum empreendimento certificado, apenas
algumas tentativas, sem continuidades. O DGNB Internacional está com abertura
para projetos piloto no Brasil, que serão tratados em regime especial, com avaliação
55
das limitantes locais e, consequente cooperação para adaptação completa do
sistema ao cenário nacional.
O sistema DGNB pode ser aplicado para bairros urbanos e edifícios, sejam
estes, novos ou existentes. As categorias com as quais trabalha em sua avaliação
são: Qualidade Ambiental, Qualidade Econômica, Qualidade sociocultural e
funcional, Qualidade técnica, Qualidade do Processo e Qualidade do local. Estas
categorias são avaliadas com base em índice de desempenho, podendo chegar a
“certificado” (35%), “bronze” (35% a 50%), “prata” (50 a 65%) e nível máximo “ouro”
(65% a 80%) do índice total.
GBTool
O GBTool é um sistema de avaliação desenvolvido por meio de um processo
internacional, iniciado em 1996 pelo grupo Green Building Challenge – GBC, com a
proposta de critérios hierárquicos, buscando comparativos internacionais, um tipo de
consórcio com a participação de mais de 20 países, que seleciona e analisa o
desempenho ambiental de edifícios, além dos impactos gerados pelo mesmo
(BUENO, 2010; INTERNATIONAL INITIATIVE FOR SUSTAINNABLE BUILT
ENVIRONMENT – iiSBE, 2009). Utiliza categorias similares as do Green Globes,
como “Consumo de Recursos” e “Emissões”. Em relação aos outros sistemas, o
GBTool deu um avanço na categoria de crédito “energia primária incorporada em
materiais” que avalia essa questão por um inventário de insumos energéticos ao
longo do ciclo de vida dos materiais utilizados em um edifício, é uma avaliação com
abordagem por atributo, o que faz ele ter uma perspectiva do ciclo de vida (BUENO,
2010).
Green Globes
O Green Globes é um sistema de auto avaliação online, disponível para que
qualquer usuário possa avaliar o seu próprio edifício por meio de preenchimento de
questionários pela internet (BUENO; ROSSIGNOLO; OMETTO, 2013). O sistema de
classificação é mantido pelo Green Building Initiative – GBI e BOMA (Canadá) é
baseado no sistema de certificação BREEAM/ Green Leaf Suite, que foi trazido para
o Canadá em 1996, o programa foi desenvolvido em 1998, pela Energy and
Environmental Canada – ECD (BUENO; ROSSIGNOLO; OMETTO, 2013; GREEN
GLOBES, 2004; PATRICIO; GOUVINHA, 2005). Este método faz uso da técnica de
ACV para avaliar o desempenho de materiais de construção. O Green Globes avalia
o consumo mínimo de recursos, utiliza a abordagem por atributos, considera o uso
de reciclados e reutilizados no local. O sistema também utiliza dois créditos para a
avaliação do desempenho ambiental dos materiais, sendo um estudo de ACV
completa, como principal crédito para materiais e sistemas de baixo impacto
(BUENO; ROSSIGNOLO; OMETTO, 2013).
LEED
O USGBC (United States Green Building Council) criou o sistema (Leadership
and Environmental Design) LEED em 1998, com o apoio de diversas instituições e
contando com a colaboração de órgãos governamentais. O LEED se firmou nos
EUA como o sistema de avaliação mais influente e vem “exportando” essa influência
para outros países (HERNANDES, 2006).
O LEED possui certificações para diversos seguimentos incluindo o LEED
Homes, que é voltado para habitação, no entanto só aplicável nos EUA. Os edifícios
habitacionais certificados no Brasil são certificados com o seguimento para novas
construções LEED NC (New Construction) ou construções existentes, LEED EB
(Existing Buildings) (USGBC, 2009).
Este sistema considera critérios de desempenho em termos de energia, água,
redução de emissão de CO2, qualidade do interior dos ambientes, uso de recursos
naturais e impactos ambientais e ao final da avaliação. O edifício é certificado em
níveis que quantificam o grau de proteção ambiental obtido, independente dos
diferentes seguimentos.
Nabers
É um sistema desenvolvido por Auckland Services Limited, Universidade da
Tasmânia e Exergy Australia Pty Ltda, e deriva dos sistemas BREEAM e LEED,
além da experiência australiana em sistemas energéticos e ambientais. A avaliação
é realizada em duas partes: uma medida referente ao desempenho do próprio
edifício e outra de acordo com o comportamento do usuário ou ocupante e seus
níveis de satisfação com o edifício. Dessa forma, podem ser identificadas
claramente as questões críticas referentes ao edifício, como aspectos como
57
localização, design, operação e manutenção, bem como para os usuários
individualmente. O método avalia os edifícios com base nos impactos operacionais
incluindo energia, refrigeração (potencial de degradação da camada de ozônio, por
exemplo), água, captação das águas das chuvas e poluição, esgoto, diversidade da
paisagem, transporte, qualidade do ar interno, satisfação dos usuários, materiais
tóxicos e desperdícios (PATRÍCIO; GOUVINHAS, 2005).
Pimwaq
O Pimwaq é uma certificação criada para avaliar projetos habitacionais
experimentais na Finlândia, que utiliza critérios ecológicos para avaliação de
desempenho por meio de cinco aspectos: poluição, recursos naturais, salubridade,
biodiversidade da natureza e nutrição. As apresentações dos dados de estudo são
em forma de tabela de pontos. Em relação à questão de saúde, o sistema trabalha a
dimensão ambiental e a social (YUBA, 2005).
3.3.1 Origens
59
publicou foi o denominado “Guidelines for Life-Cycle Assessment: ‘A Code of
Practice’, destinado a “ [...] fornecer diretrizes para realizar e relatar estudos de ACV,
de forma responsável e consistente” (SETAC, 1993). A partir deste documento e
discussões subsequentes, de 1997 a 2000, a International Organization for
Standardization – ISO desenvolveu a série de Normas ISO 14040, que padronizou
as etapas e diretrizes para aplicação da ACV, seguida pelas ISO 14041:1998, ISO
14042:2000 e ISO 14043:2000. Atualmente, com a criação de grupos de pesquisa
na área e o estabelecimento da UNEP (United Nation Environment Programme)
sobre a Inciativa do Ciclo de Vida ( Life Cycle Initiative), busca-se aprimorar a
técnica e reduzir as incertezas envolvidas em suas diversas etapas, principalmente
no âmbito regional (SOUZA, 2010).
A harmonizada normalização do uso da metodologia, o aumento da
credibilidade dos resultados e a virada do milênio, generalizou o uso da ACV entre o
governo e a indústria nos países mais industrializados da Europa, Norte da América
e Ásia. Atualmente, as indústrias usam ACV focando e comparando as alternativas
no produto em desenvolvimento para divulgação ao público, à tomada de decisão
em gestão ambiental e para o governo.
A fim de padronizar o tipo de informações e possibilitar seu compartilhamento,
a União Europeia possui um projeto de harmonização: a Plataforma Internacional do
Ciclo de Vida, na qual o Brasil tem participação (UNEP/SETAC, 2005).
3.3.2 Conceito
A partir das leituras realizadas para este estudo elencou-se alguns conceitos
dos estudiosos no assunto ACV.
A ACV, originalmente definida pela SETAC como sendo:
“processo para avaliar as implicações ambientais de um
produto, processo ou atividade, através da identificação e quantificação
dos usos de energia e matéria e das emissões ambientais; avaliar o
impacto ambiental desses usos de energia e matéria e das emissões; e
identificar e avaliar oportunidades de realizar melhorias ambientais. A
avaliação inclui todo o ciclo de vida do produto, processo ou atividade,
abrangendo a extração e o processamento de matérias-primas;
manufatura, transporte e distribuição; uso, reuso, manutenção;
reciclagem e disposição final (sic)” (SETAC, 1991).
Para Chevalier e Le Téno (1996), a ACV é um modelo conceitual que ainda
está evoluindo e envolve duas fases: a fase de produção de dados, compreendendo
a definição da meta, inventário e os estágios de classificação e, a fase de utilização
de dados, que inclui uma etapa de avaliação, cujo objetivo é avaliar um produto de
qualidade ambiental global, e uma confiabilidade dos resultados e análise de
aprimoramento do produto.
Segundo Chehebe (1997), a ACV é uma ferramenta para avaliação dos
aspectos ambientais e dos impactos potenciais associados aos produtos, que são
considerados desde a retirada da natureza das matérias-primas que entram no
processo produtivo (berço) até o produto final (túmulo).
De acordo com Caldeiras-Pires et al. (2005), a ACV consiste em uma
metodologia científica, que utiliza multicritérios, abrangendo análises ambientais,
econômicas e sociais de forma quantitativas com a máxima precisão do quanto está
sendo gasto de matérias-primas e de energia de um determinado produto, processo
ou serviços.
Em 2006, a NBR ISO 14040 padronizou a ACV como uma metodologia que
avalia ambientalmente um produto, bem, processo ou atividade em todas as suas
etapas, desde a extração da matéria prima utilizada, passando pelos processos
produtivos para a sua obtenção, transportes e utilização até a etapa de reuso,
reciclagem ou disposição final dos seus resíduos – avaliação ambiental do berço-
túmulo.
Nos estudos de Pegoraro (2008), a ACV é uma metodologia empregada para
avaliar o desempenho ambiental de um dado produto, processo e ou atividade
econômica, pois considera uma grande quantidade de aspectos ambientais desde a
extração dos recursos naturais até o retorno dos mesmos ao meio ambiente. Para
Sousa (2008), a ACV é uma ferramenta técnica utilizada para o estudo das cargas
ambientais associadas aos diversos estágios de um sistema de produto, pelo
levantamento e quantificação da energia e dos materiais necessários (entradas) e
dos resíduos e emissões liberados ao meio ambiente (saídas).
61
Para Finnveden et al. (2009), a ACV é uma ferramenta para avaliar os
impactos ambientais e os recursos utilizados ao longo do ciclo de vida de um
produto, ou seja, desde a aquisição de matérias-primas, por meio de fases de
produção e de uso, à gestão de resíduos.
Com a atualização da NBR ISO 14040 e 14044 ambas em 2009, conceituam a
ACV como sendo uma técnica que enfoca os aspectos ambientais e os impactos
ambientais potenciais (uso de recursos naturais, incluindo o solo e as consequências
de liberações para o meio ambiente) ao longo de todo o ciclo de vida de um produto,
desde a aquisição das matérias-primas, passando pela produção, uso, tratamento
pós-uso, reciclagem até a disposição final.
Para Rocha e Ugaya (2010), a técnica é eficaz para avaliação dos impactos
ambientais associados a um produto ou serviço desde a extração até o descarte.
De acordo com Macedo (2011), a ACV é uma ferramenta utilizada para análise
dos impactos ambientais dos materiais de construção, por meio da avaliação do
comportamento ambiental do material do “berço” ao “túmulo”.
Piekarski et al. (2012), a ACV avalia os aspectos e impactos potenciais
associados a produtos, processos e serviços mediante a associação dos dados do
inventário do ciclo de vida a categorias de impacto específicas, num processo que
consiste na Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida (AICV).
Para fins deste estudo foi adotado que a ACV é uma técnica de avaliação
ambiental para produtos, processos ou atividades. A técnica identifica e quantifica os
fluxos de energia e materiais ao longo de toda a vida destes produtos, processos ou
atividades. O estudo de ACV pode ser calculado para uma operação unitária ou para
todo o processo de produção, desde a extração da matéria-prima necessária ao
processo produtivo, passando pelo transporte, utilização e até o descarte pós-uso,
considerando o seu desempenho ambiental ao ser descartado, reutilizado ou
revalorizado.
Para descrever as fases de uma ACV será utilizado como referência o guia
geral para ACV, usado pelos maios estudiosos no assunto, denominado
International Refence Life Cycle Data System (ILCD) Handbook – Analysis of
existing Environmental Impact Assessment methodologies for use in Life Cycle
Assessment (EC-JRC, 2010a) com a missão de fornecer suporte técnico e científico
aos profissionais.
63
comparativo, como a maioria das aplicações de ACV são, para uma justa aferição, é
essencial que os sistemas os quais estão em comparação forneçam efetivamente a
mesma função ao usuário. A função a ser fornecida pelo sistema deve ser
meticulosamente descrita em termos qualitativos e quantitativos na unidade
funcional que define o fluxo de referência do estudo. Ainda no escopo deve ser
realizado um quadro inicial de modelagem do Inventário de Ciclo de Vida (ICV), os
critérios decorrentes das fronteiras do sistema e o corte do estudo, quais são as
bases de pontos “midpoints” e “endpoints”, a capacidade dos dados de ICV para
representar os impactos ambientais de um sistema por meio da representatividade
(tecnológico, geográfico ou temporal) ou adequação (processo verdadeiro do
sistema analisado).
65
Cálculo dos resultados de ICV
Os cálculos dos resultados são a soma das entradas e saídas de todos os
processos dentro dos limites do sistema. Se estes sistemas são inteiramente
modelados, apenas o fluxo de referência (produto final) e os fluxos elementares
permanecem no inventário.
A fase de interpretação
Nessa fase avalia se os resultados da análise de inventário e avaliação de
impacto para selecionar o produto preferido, processo ou atividade com uma
compreensão clara das incertezas e suposições utilizadas para gerar os resultados.
É um procedimento iterativo e sistemático por meio de três elementos:
identificação dos pontos significativos que pode ser: categorias dos
dados de inventário, tais como, energia, emissões, resíduos, entre
outros;
avaliação de plenitude, sensibilidade e consistência;
as conclusões, recomendações e relatório.
A partir da estrutura metodológica da ACV mostrada anteriormente, este
trabalho centraliza na fase de AICV
67
Seleção das categorias de impacto
Elementos Obrigatórios Classificação
Caracterização
Normalização
Elementos Opcionais Agrupamento
Ponderação
Quadro 1 – Etapas de AICV
Fonte: ABNT (2009b)
Termo Exemplo
I𝑖 = ∑s FI𝑠,𝑖 . M𝑠 (1)
onde I𝑖 é o resultado do indicador para a categoria 𝑖; FI𝑠,𝑖 representa o fator de
caracterização intermediário para a substância 𝑠, na categoria 𝑖; e M𝑠 é massa ou
quantidade de substância 𝑠. O fator de caracterização intermediário, FI𝑠,𝑖 , exprime a
contribuição e importância de cada uma das substâncias em uma categoria
específica, em relação à substância de referência daquela categoria (JOLLIET et al.,
2010).
D𝑑 = ∑i FD𝑖,𝑑 . I𝑖 (2)
69
na qual o D𝑑 é o resultado do indicador de danos; FD𝑖,𝑑 é o fator de caracterização
de danos da categoria 𝑖 em relação à categoria de dano 𝑑; e I𝑖 é o resultado do
indicador intermediário para a categoria intermediária 𝑖.
A UNEP (2011) relacionou as principais intervenções correlacionadas com os
“midpoints” e os “endpoints” mostrados na Figura 2.
Com a implementação das normas ISO 14000, a ACV foi formalizada. Essas
normas são susceptíveis de certificação, estabelecem orientações para a
constituição dos inventários considerando os limites dos estágios do ciclo de vida,
unidades dos processos e entrantes e efluentes. Também propõem estudos
comparativos de resultados, procedimentos para cálculos, coletas de dados e
interpretações. As orientações evidenciam a necessidade primordial de uma
infraestrutura de base informacional constituída sobre critérios de integralidade,
confidencialidade e disponibilidade, além de caracterizar um complexo do trato da
informação (GOMES, 2011). Como mostrado anteriormente as fases de ACV
precedem informações sobre os limites do sistema, sobre as metas e métricas da
análise, sobre o nível de detalhamento e os atributos dos dados coletados. As
ferramentas de análise são necessárias para a realização do estudo de ACV
juntamente com o método escolhido a ser utilizado como base de dados. Segundo
uma análise de mercado básica, no Quadro 3 são mostradas as ferramentas de
análise mais utilizadas comercialmente, tais como, Umberto, SimaPro, BEES, Gabi,
TEAM e LCA it.
Database
Software Origem Fabricante Licenças
modulares
BEES 3.0 EUA NIST 200 230
GaBi 4.0 Alemanha IKP PE 220 2500
LCA it Austrália Ekologiks 100 106
Umberto 6.1 Alemanha Ifu Hamburg GmH 700 2700
SimaPro 6.0 Holanda Pré consultant 300 300
Team 4.0 França Ecobilan 90 7000
73
Método de AICV Fabricante Origem Ano Aplicabilidade
Swiss Ecoscarcity Suíça E2+ESU-services 1990 Global e Suíça
CML 2002 Holanda CML 1992 Global e Europa
EDIP97 – Dinamarca DTU 1997 Global
EDIP2003 Dinamarca DTU 1997 Global e Europa
Eco-indicator 99 Holanda PRé 1999 Global, Europa e
Suíça
ReCiPe Holanda RUN+PRé+ 2000 Global e Europa
CML+ RIVM
ESP 2000 Suécia IVl 2000 Global
IMPACT 2002+ Suíça EPFL 2002 Europa
LIME Japão AIST 2003 Global e Japão
TRACI USA US EPA 2003 Global, América do
Norte e EUA
LUCAS Canadá CIRAIG 2005 Global e Canadá
USEtox França UNEP-SETAP 2005 Global
MEEuP Holanda VhK 2005 Europa
Impact World+ Canadá, EUA, CIRAIG, Ann 2012 Global
Dinamarca, Suíça Arbor, Quantis,
DTU, EPFL e
Cyleco
Swiss Ecoscarcity
Swiss Ecoscarcity ou Ecological Scarcity é um método que usa eco fatores ao
invés de fatores de caracterização para cálculo dos potenciais de impacto
(MENDES, 2013). Foi desenvolvido em 1990 na Suíça e atualizado em 1997 e 2005.
Os fatores ecológicos inicialmente foram desenvolvidos para a região da Suíça e
então, expandidos conjuntos de eco fatores para países como Bélgica e Japão
(UNEP, 2010).
As categorias de impacto tem abordagem combinada de midpoint e endpoint
com aplicabilidade global para as categorias Mudança climática e Depleção de
ozônio e aplicabilidade regional para a Suíça para as categorias Formação de
oxidantes fotoquímicos, Efeitos respiratórios, Emissões para o ar, Emissões para
água de superfície, Câncer proveniente de radionuclídeos emitidos no mar,
Emissões para águas subterrâneas, Emissões para o solo, Resíduos, Consumo de
água, Consumo de areia / cascalho, Fontes de energia primária, Disruptores
endócrinos, Perda de biodiversidade por uso da terra (EC-JRC, 2010a).
CML 2002
O método holandês Centrum voor Milieukunde van de Universiteit Leiden
(CML) foi desenvolvido em 1992, em parceria com a Organização Holandesa para
Pesquisa Científica Aplicada (TNO) e com o Escritório de Combustíveis e Matérias-
Primas (Bureau B & G), (GUINÈE, 2001). O CML tem categorias de impacto com
abordagem midpoint as quais alcançam todas as emissões e recursos relacionadas
aos impactos para os quais práticas e modelos de caracterização aceitáveis estão
disponíveis (GUINÈE et al., 2002).
O método tem aplicabilidade global para quase todas as categorias, são elas:
Depleção de recursos abióticos, uso da Terra, mudança climática, depleção do
ozônio estratosférico, toxicidade humana, ecotoxicidade aquática (água doce),
ecotoxicidade aquática (marinha), ecotoxicidade terrestre, eutrofização (MENDES,
2013). Outras categorias dependendo dos requisitos de estudo, como: perda de
função de suporte à vida, perda de biodiversidade, impactos da radiação ionizante,
mau cheiro de ar, ruído, calor residual, acidentes, letal, não letal, depleção de
recursos bióticos, dessecação, mau cheiro da água. As categorias formação de foto-
oxidantes e acidificação são aplicáveis ao contexto europeu (EC-JRC, 2010a;
GUINÈE et al., 2002).
EDIP
Método desenvolvido na Dinamarca por meio do programa Danish EDIP da
Universidade Técnica da Dinamar (DTU), cinco indústrias dinamarquesas,
Confederação das Indústrias Dinamarquesas e a Agência de Proteção Ambiental
Dinamarquesa, financiado pelo Minitério do Meio Ambiente da Dinamarca,
Environmental Design of Industrial Products (EDIP 97) primeira versão (WENZEL;
HAUSCHILD; ALTING, 1997).
O EDIP 97 tem aplicabilidade global nas categorias de impacto Aquecimento
Global, Depleção de ozônio, Acidificação, Enriquecimento de nutrientes, Formação
75
de ozônio fotoquímico, Toxicidade humana, Ecotoxicidade, Consumo de recursos,
Ambiente de trabalho. A versão posterior de 2003, o EDIP 2003 tem categorias em
sua maioria de aplicabilidade para a Europa: Acidificação, Eutrofização terrestre,
Eutrofização aquática, Formação de ozônio fotoquímico, Toxicidade humana,
Ecotoxicidade e ruído. As categorias de impacto Aquecimento global e depleção de
ozônio tem aplicabilidade global.
A abordagem do EDIP 97 e EDIP 2003 são midpoint desenvolvido para dar
suporte as análises ambientais de produtos industriais em desenvolvimento e
fornecer fatores de caracterização espacialmente diferenciados (MENDES, 2013).
Eco-indicator 99
Método holandês desenvolvido como parte da Política Integrada de Produto do
Ministério Holandês de Moradia, Planejamento Espacial e Ambiental (VROM). Sua
primeira versão foi o Eco-Indicator 95, amplamente utilizado por projetistas e em
empresas. Utilizava abordagem de distância entre o valor atual do efeito e o ideal.
Esta questão foi criticada por especialistas da área e também por não contabilizar
alguns aspectos ambientais (GOEDKOOP, SPRENSMA, 2001).
A versão Eco-indicator 99 introduz abordagem em função dos danos
(endpoint), apresentando relação entre o impacto e os danos para a saúde humana
ou ecossistema. As categorias de impacto tem aplicabilidade em sua maioria para a
Europa: Carcinogênicos, Inaláveis orgânicos, Inaláveis inorgânicos, Radiação
ionizante, Ecotoxicidade. Para a aplicação regional da Holanda tem a categoria
Acidificação e eutrofização combinadas e além destas, tem a categoria Uso da terra
aplicável a região da Suíça. As restantes categorias tem aplicabilidade global, tais
como: Mudanças climáticas, Depleção da camada de ozônio, Recursos minerais,
Recursos fósseis.
ReCiPe
O método ReCiPe holandês, foi desenvolvido em 2000 partir dos métodos Eco-
indicator 99 e CML 2002. A abordagem das categorias são midpoint e endpoint em
uma estrutura comum, na qual ambos os indicadores possam ser usados, de acordo
com o que os especialistas em ACV almejavam (GOEDKOOP et al., 2009).
As categorias de impacto avaliadas pelo método com aplicabilidade global são
Mudança climática, Depleção de ozônio, Esgotamento de recursos fósseis,
Esgotamento de recursos minerais, Esgotamento de recursos de água doce. As
categorias aplicáveis a Europa são Acidificação terrestre, Eutrofização (água doce e
marinha), Toxicidade humana, Formação de oxidantes fotoquímicos, formação de
matéria particulada, Ecotoxicidade (terrestre, água doce, marinha), Radiação
ionizante, Uso da terra agrícola, Uso da terra urbana, Transformação da terra natural
(EC-JRC, 2010a).
EPS 2000
O método sueco Environmental Priority Strategies in product development
(EPS) foi desenvolvido em 2000 no Centro para Avaliação Ambiental de Sistemas de
Produtos e Materiais(CPM), da Universidade de Tecnologia Chalmers e com
participação das indústrias (STEE, 1999ª, 1999b).
O EPS 2000 é um método de avaliação endpoint, desenvolvido para apoiar a
escolha entre dois conceitos de produto. Os indicadores de categoria são escolhidos
para este fim e sua aplicabilidade em maioria é global, sendo apenas a categoria de
impacto Parcela de extinção de espécies com abrangência para a Suécia (EC-JRC,
2010ª; STEEN, 1999a).
As categorias de impacto abordadas pelo método com aplicabilidade global
são: Saúde humana, Expectativa de vida, Morbidade grava e sofrimento, Morbidade,
Incômodo grave, Incômodo, Ambiente natural, Capacidade de produção agrícola,
Capacidade de produção de madeira, Capacidade de produção de peixe e carne,
Capacidade de cátions de base, Capacidade de produção de água potável,
Consumo de recursos naturais, Esgotamento de reservas de elementos,
Esgotamento de reservas fósseis (gás), Esgotamento de reservas fósseis (petróleo),
Esgotamento de reservas fósseis (carvão), Esgotamento de reservas minerais.
IMPACT 2002+
Método desenvolvido na Suíça IMPact Assessment of Chemical Toxics
(IMPACT 2002+) em 2002 com escopo de aplicação válido para a Europa e
abordagem midpoint e endpoint (JOLLIET et al., 2003). Este método foi
desenvolvido em parceria com os desenvolvedores do método LIME (EC-JRC,
2010ª) e algumas categorias de impacto são adaptadas de outros modelos, como o
77
Eco-indicator 99 e do CML 2002 (GOEDKOOP; SPRIENSMA, 2000; GUINÉE et al.,
2002; JOLLIET et al., 2003).
O método trabalha com as categorias de impacto Toxicidade humana, Efeitos
respiratórios, Radiação ionizante, Depleção de ozônio, Formação de ozônio
fotoquímico, Ecotoxicidade terrestre, Acidificação aquática, Eutrofização aquática,
Acidificação e eutrofização terrestre, Ocupação da terra, Aquecimento global, Uso
de energia não renovável, Extração mineral, todas aplicáveis a região da Europa.
LIME
O sistema LIME (Life-cycle Impact assessment Method based on Endpoint
modeling), foi criado para o contexto do Japão, em 2003, por meio do Instituto
Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada (AIST) e em cooperação com
o Comitê de Estudo de Avaliação de Impacto de ACV (ITSUBO et al., 2004).
O método LIME desenvolvido para as condições naturais e humanas japonesas
e aborda danos associados ao ambiente artificial (EC-JRC, 2010a). As categorias
tem abordagem combinada midpoint e endpoint. As categorias midpoint são:
Poluição do ar Urbano, Aquecimento global, Depleção da camada de ozônio,
Toxicidade humana, Ecotoxicidade, Acidificação, Eutrofização, Formação de
oxidantes fotoquímicos, Uso da terra, Consumo de minerais, Consumo de energia,
Consumo de recursos bióticos, Poluição do ar interno, Geração de ruídos e Geração
de resíduos. As categorias endpoint avaliadas são: Estresse térmico, Malária,
Doenças infecciosas, fome e desastres naturais, Catarata, Câncer de pele, Outro
câncer, Deficiência respiratória, Biodiversidade (terrestre), Biodiversidade (aquática),
Plantas, Bentos, Peca, Colheita, Materiais, Recursos minerais, Recursos energéticos
(EC-JRC, 2010a).
As categorias com aplicabilidade global são Aquecimento global e Destruição
da camada de ozônio e as demais são aplicáveis somente a região do Japão (EC-
JRC, 2010a).
TRACI
O método TRACI (Tool for the Reduction and Assessment of Chemical and
other environmental Impacts) foi desenvolvido pela Agência de Proteção Ambiental
dos Estados Unidos (US-EPA) em 2003 (BARE, 2002; UNEP 2010).
As categorias de impacto do método tem abordagem midpoint e foram
selecionadas com base no nível de concordância com a literatura existente na área,
coerência com os regulamentos e políticas da EPA, estado atual de
desenvolvimento e o valor reconhecido pela sociedade (BARE, 2002).
A aplicabilidade global deste método é para as categorias Depleção de ozônio,
Aquecimento Global, Esgotamento de combustíveis fósseis. As categorias de
impacto Formação de fumaça, Acidificação, Eutrofização são aplicáveis a América
do Norte. Aos Estados Unidos podem ser aplicáveis as categorias Saúde humana
(carcinogênicos), Saúde humana (não carcinogênicos) Saúde humana (poluentes),
Ecotoxicidade, Uso da terra, Uso da água (EC-JRC, 2010a).
LUCAS
Método canadense desenvolvido em 2005, pelo Centro de Pesquisa
Interuniversitário para o Ciclo de Vida de Produtos, Processos e Serviços (CIRAIG),
da Escola Politécnica de Montreal, LUCAS (LCIA method Used for a Canadian
Specific context) (EC-JRC, 2010a).
O método tem abordagem midpoint, que eventualmente poderá ser
desenvolvido para o nível endpoint, pois o modelo Impact 2202+ é referência para as
categorias de impacto ecotoxicidade e toxicidade, e fatores de caracterização
midpoint e endpoint estão disponíveis para essas duas categorias (TOFFOLETTO et
al. 2007; MENDES, 2013).
As categorias com aplicabilidade global são Mundança climática, Depleção de
ozônio. As demais categorias são aplicáveis a região do Canadá, são elas:
Acidificação, Neblina fotoquímica, Efeitos respiratórios, Eutrofização aquática,
Eutrofização terrestre, Ecotoxicidade (aquática e terrestre), Toxicidade humana, Uso
da terra, Destruição de recursos abióticos.
USEtox
Desenvolvido na França em 2005, por meio do grupo de trabalho sobre tóxicos
dp programa Iniciativa do Ciclo de Vida da UNEP – SETAC. O USETox é um método
com nível midpoint, projetado para descrever o destino, exposição e efeitos dos
produtos químicos, fornecendo fatores de caracterização recomendados para
79
apenas duas categorias de impacto. As categorias tem aplicabilidade global, que
são: Toxicidade humana e Ecotoxicidade de água doce na avaliação de impacto do
ciclo de vida (HUIJBREGTS et al., 2010; MENDES, 2013).
MEEuP
Em 2005 na Holanda, o MEEuP (Methodology study for Eco-design of Energy-
using Products), foi desenvolvido por DG Enterprise, por meio da Comissão
Europeia, com o intuito de avaliar quais e em que medida diversos produtos
consumidores de energia cumprem determinados critérios que os tornam elegíveis
para rotulagem CE, sob o ângulo do ciclo de vida (MENDES, 2013).
A abordagem das categorias de impacto é midpoint com aplicabilidade para o
contexto Europeu. As categorias utilizadas pelo método são: Consumo total de
energia bruta, Consumo de eletricidade, Consumo de água (processos), Consumo
de água para resfriamento, Resíduos sólidos perigosos, Aquecimento global,
Destruição do ozônio estratosférico, Acidificação, Emissão de poluentes orgânicos
persistentes, Emissão de compostos orgânicos voláteis, Emissões de metais
pesados (ar), Toxicidade humana, Formação de partículas, Eutrofização aquática,
Emissões de metais pesados (água).
Impact World+
Em 2012 foi lançado o método IMPACT World+ em parceria com especialistas
do grupo de pesquisa CIRAIG, da Politécnica de Montreal (Canadá), Universidade
de Michigan (Estados Unidos), Ann Arbor (Estados Unidos), Quantis (Suíça),
Universidade Técnica da Dinamarca – DTU (Dinamarca), Escola Politécnica de
Lausanne – EPFL (Suíça) e Cycleco (França), com apoio financeiro da Fundação
Alcoa (MENDES, 2013).
A abordagem das categorias de impacto é midpoint e endpoint com
aplicabilidade global, que são: Toxicidade humana, Oxidação fotoquímica, Depleção
da camada de ozônio, Aquecimento global, Ecotoxicidade, Acidificação,
Eutrofização, Uso da água, Uso da terra, Uso de recursos.
3.3.4.4 Métodos de caracterização selecionados para o estudo
Toxicidade X X X X X X X
Humana
Diminuição de X X X X X X
Ozônio
Criação de X X X X X
Ozônio
Fotoquímico
Ecotoxicidade X X X X X X
Eutrofização X X X X X X
Acidificação X X X X X X
Biodiversidade X X
81
O Quadro 5 e 6 mostram que os métodos levantados em sua maioria utilizam
categorias de impacto em nível orientados ao problema, são eles: CML 2002, EDIP
97, EDIP 2003, TRACI, LUCAS, USEtox, MEEuP ou combinando níveis orientados
aos problemas e danos, como o ReCiPe, IMPACT 2002+, LIME, Impact World+,
Swiss Ecoscarcity. Observa-se nos Quadros 6 e 7 que os métodos Eco-indicator 99
e EPS 2000 são os únicos que trabalham somente com categorias orientadas ao
dano.
Mudanças X X X X X
climáticas
Consumo dos X X X X X
Recursos
Uso da terra X X X
Uso da água
Toxicidade X X X X X X
Humana
Diminuição de X X X X X
Ozônio
Criação de X X X X X
Ozônio
Fotoquímico
Ecotoxicidade X X X X X
Eutrofização X X X X X
Acidificação X X X X X
Biodiversidade X X
83
rotulagem ambiental de produtos, concessão de uma marca a produtos
adequados ao uso e que atendem um conjunto de critérios ambientais, de
acordo com a ABNT (2006). A rotulagem pode ser certificada em três níveis,
para se obter o rótulo de tipo III é requisito principal o estudo de ACV de
acordo com as normas da séries ISO 14000 (SILVA, 2003; SILVA, 2007b).
A União Europeia encontra-se em um estágio amadurecido no assunto,
apresentando exigências compatíveis com relação aos produtos a serem importados
por eles. A iniciativa em ACV no Brasil é impulsionada pelas exportações e, assim,
seu desenvolvimento em território nacional é mais forte em produtos passíveis de
exportação, como siderúrgica, produtos em madeira e biocombustíveis (CARVALHO,
2010).
A ACV pode ser aplicada nas fases de projeto de construção, em três níveis: (i)
para todo o edifício; (ii) para a comparação entre sistemas funcionalmente
equivalentes (por exemplo, uma comparação entre dois conjuntos de parede
divisória); (iii) para a comparação de produtos concorrentes. Esta última é a mais
simples dos três, o resultado obtido é a partir da ACV do nível de produto,
considerando de forma isolada seu impacto sobre a montagem do edifício ou
conjunto de construção, deve ser usada com cautela na realização de fases do
processo de desenvolvimento do edifício, (SURABHI, 2009).
Dos estudos aplicados no contexto brasileiro, como contribuição para o setor
da construção civil, podem ser citados os trabalhos de Bento et al. (2013) e
Kalbusch (2011).
Bento et al. (2013) realizaram uma análise de um edifício, com variação das
classes de resistência do concreto com os valores de C25 e C30, mantendo as
dimensões dos componentes estruturais e C35 com a redução dos componentes.
Nesse estudo o resultado indicou a estrutura projetada com a classe de resistência
C35, a que menos impacta o meio ambiente e além, entre os custos das três
estruturas a C35 apresenta o menor.
Kalbusch (2011) defendeu a tese intitulada ”Método para avaliação do impacto
ambiental da substituição de equipamentos convencionais por equipamentos
economizadores de água a partir da avaliação do ciclo de vida”, por meio da
hipótese de que os impactos ambientais são diferentes de acordo com as mudanças
impostas a um sistema. O autor analisou dois cenários, no primeiro há a utilização
de equipamentos hidrossanitários convencionais e no segundo, há a substituição de
equipamentos convencionais por equipamentos economizadores de água. São
analisadas as fases de produção, uso e disposição final dos equipamentos com
quantificação das entradas referentes a matérias-primas, água e energia e as saídas
como forma de emissões atmosféricas, no solo e na água. O resultado mostrou que
o desempenho ambiental no cenário em que há substituição da torneira
convencional por torneiras economizadoras de água é superior, exceto para a
categoria de impacto, Acidificação, em que os valores são semelhantes nos dois
cenários. O estudo mostra ainda que é ambientalmente viável a substituição das
torneiras convencionais por torneiras economizadoras de água no edifício, pois os
impactos ambientais foram menores quando houve a substituição de equipamentos.
Para fundamentar o estudo vimos nas seções anteriores que a adoção das
ferramentas de avaliação é fundamental para a indústria, em especial o setor da
construção civil devido ao grande impacto no seu ciclo de vida.
Para Severo et al. (2012) a avaliação do ciclo de vida em edificações é
abordada de duas maneiras: a pesquisa e influência no meio ambiente (passivo
ambiental) e a investigação da construção.
Tanto os sistemas de CAE quanto a técnica de ACV principalmente nos últimos
cinco anos tem o objetivo de criar um ciclo de vida sustentável para o ambiente
construído. Embora tenham metodologias diferentes, qualitativa e quantitativa
respectivamente, ambos possuem pontos fortes e fracos e devem preferencialmente
ser utilizadas em conjunto (SEVERO et al., 2012).
Existem relatos sobre tipos de ACV com base nas etapas consideradas do ciclo
de vida (TODD e CURRAN, 1999; SILVA, 2012a), que sugerem quatro
classificações:
85
Cradle to grave (do berço ao túmulo): considera a extração e beneficiamento;
Cradle to gate (do berço ao portão da fábrica): considera a extração e
beneficiamento de recursos naturais, e a fabricação dos produtos
intermediários e do produto principal, mas, elimina as etapas posteriores a
fabricação;
Gate to grave (do portão da fábrica ao túmulo): só considera as etapas de
distribuição, uso e disposição final do produto principal;
Gate to gate (do portão ao portão da fábrica): considera somente a etapa de
fabricação do produto principal.
A escolha de qualquer uma destas classificações depende do objetivo do
estudo de ACV (SILVA, 2012a).
Em relação ao ciclo de vida da edificação, na Figura 3 mostram-se os
processos e suas respectivas fases principais: (i) planejamento/projeto; (ii) extração;
(iii) beneficiamento; (iv) transporte; (v) manufatura/fabricação dos materiais; (vi)
construção; (vii) uso e operação; (viii) manutenção e (ix) desativação. Os processos
estão divididos em processo informativo e processo físico. O Processo informativo
está a fase de planejamento e projeto. No Processo físico estão todas outras fases
relacionadas a construção.
Ainda na Figura 3, os recursos representam as entradas e os resíduos
representam as saídas em todas as fases do processo.
Os recursos considerados para a edificação estão: matérias-primas para
fabricação dos materiais, componentes e sistemas construtivos (metais, minerais ou
madeira) energia, solo, água (COUNCIL OF THE EUROPEAN UNION, 2006).
Os resíduos considerados para a edificação estão os sólidos, líquidos e
gasosos.
Os resíduos sólidos são os oriundos da construção civil (construções, reformas,
reparos e demolições) e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos,
tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais,
resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas,
etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha (RESOLUÇÃO
Nº 307, DE 5 DE JULHO DE 2002). Os efluentes líquidos ou águas residuárias
(esgoto), são as águas indesejáveis nas características, podem ser de processo
biológico, físico e químico. Os resíduos líquidos em geral são de responsabilidade
das indústrias fabricantes dos produtos para a construção civil. Os resíduos gasosos
ou emissões gasosas são aqueles emitidos em maiores quantidades e por grande
variedade ou número de fonte, que, portanto, se apresenta sistematicamente em
áreas urbanas poluídas, em concentrações próximas do limiar de efeitos
perceptíveis sobre vários receptores. São eles os principais: material particulado,
óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio, monóxidos de carbono (MAZZER;
CAVALCANTI, 2004).
Processo Informativo:
Planejamento e Projeto
Dos problemas relacionados à falta de qualidade em edificações, têm se como
causa principal a ausência de qualidade no processo de projeto, que é regularmente
desenvolvido de forma não planejada, segmentada e sequencial, sem uma visão
87
abrangente e integrada do binômio projeto/execução, e com evidente falta de
interação e comunicação entre os diversos agentes envolvidos. Por outro lado, se vê
mudanças incipientes por parte das construtoras e incorporadoras brasileiras com o
intuito de buscar metodologias de gestão da qualidade do projeto, no sentido de
modificar o modelo tradicional e garantir a qualidade de seus produtos e processos,
e consequentemente a satisfação dos usuários finais (ROMANO; BACK; OLIVEIRA,
2001).
Essas mudanças acenam para (ANDERY, 2000; FABRÌCO et al. 1998): (i) a
realização em paralelo de várias etapas do processo, em especial, o
desenvolvimento integrado de projetos do produto e para produção; (ii) o
estabelecimento de equipes multidisciplinares, formadas por projetistas, usuários e
construtores, em especial os engenheiros de obras; (iii) uma forte orientação para a
satisfação dos clientes e usuários; (iv) a padronização das formas de apresentação
e documentação do projeto; (v) a adoção de procedimentos para coleta de dados
durante a execução e após a entrega das obras, que torne possível a
retroalimentação dos projetos. Estas mudanças apontam para um novo paradigma
na construção civil: o desenvolvimento integrado da edificação.
O desenvolvimento integrado da edificação é fundamental para reduzir os
problemas na fase de construção. A correta utilização dos condicionantes físicos,
climáticos e legais, do terreno em questão, pode propiciar a preservação do perfil do
terreno e de vegetação nativa o máximo possível, propiciar a criação de áreas
permeáveis maiores, a redução de consumos e de resíduos, além de evitar
problemas patológicos com os edifícios (KLEIN, 2002).
Outra questão vinculada a fase de projeto é a especificação de tecnologias e
materiais adequados, inclusive nos projetos complementares. Materiais como telhas
de fibrocimento, piso vinílico e tintas à base de solvente podem comprometer a
qualidade do ar interior de uma edificação. É necessário pensar em tecnologias,
materiais e técnicas construtivas que permitem a redução de consumos e de
resíduos, a fácil manutenção, a desativação e além, o aumento da vida útil da
edificação. A seleção de uma tecnologia inadequada ou superdimensionada pode
causar desperdícios ou a necessidade de retrabalho.
A normatização de técnicas também está vinculada a fase de projeto para obter
os produtos de qualidade. Como exemplo, o uso de tecnologia de concreto armado,
a norma para estruturas de concreto, estabelece que as estruturas deve ser
projetadas e construídas de modo que, sob as condições ambientais previstas na
época do projeto, e quando utilizadas conforme preconizado em projeto, conservem
sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante um período mínimo de 50
anos, sem exigir medidas extras de manutenção e reparo.
Processo Físico:
Extração
O setor da construção civil recebe das empresas fornecedoras de materiais, as
matérias-primas da natureza para a fabricação de produtos, tais como: cimento, cal,
aço, tijolos, telhas, madeira, alumínio, cerâmicas para pisos e desta maneira
contribuem para a escassez desses recursos naturais. Nesta fase o que se observa
são os fatores energia e a geração de resíduos.
Beneficiamento
O beneficiamento da matéria-prima para a fabricação de materiais requer
processos muitas vezes agressivos que contribuem principalmente com a poluição
do ar e em outras vezes com o aumento de ruídos para os trabalhadores operantes
e dessa forma alterando a biodiversidade em relação a saúde.
Transporte
O transporte necessário desde a extração das matérias-primas até a entrega
desses materiais no canteiro de obras consome óleo diesel, o que contribui para a
poluição do ar, aumentando os impactos no meio ambiente.
O transporte também é considerado nas outras fases como a construção, a
execução da obra e na entrega de materiais no local. Na fase de manutenção, o
transporte é usado para utilização de equipamentos para reparações e até mesmo
na substituição de equipamentos (SURABHI, 2009). Na fase de desativação, os
resíduos de demolição são transportados para os seus devidos fins. A Figura 4
exemplifica o uso do transporte nas diversas fases da construção.
89
Figura 4 – O uso do transporte nas fases da construção de edificações
Fonte: Autora
91
retirados da edificação, os materiais são separados e triturados separadamente ou
em conjunto e são usados para outras funções.
Em relação a reutilização, tanto os materiais como os componentes
construtivos são aproveitados sem remanufatura ou reprocessando e reinstalando-
os novamente. A reutilização é empregada nos resíduos da demolição, normalmente
encarados como entulhos e caliça, em produtos comerciais que possam ser
novamente usados.
4 ANÁLISE DA APLICABILIDADE DA ACV PARA OS SISTEMAS DE
CAE HABITACIONAIS NO BRASIL
93
projects outside the U.S.
Quadro 7 – Referenciais bibliográficos para o estudo de cada sistema. Edifícios Novos (N) e ou
Existentes (E) e ou em Construção (C).
Observa-se que no Quadro 7 o AQUA utiliza dois referenciais para certificar edifícios
residenciais, o referencial técnico “Edifícios habitacionais” para construções novas
ou existentes e o referencial de Avaliação da Qualidade Ambiental de Edifícios
Residenciais que estão em fase de construção. Já o sistema BREEAM utiliza um
referencial “- Bespoke International Process”, para avaliar as habitações no contexto
global, novas ou existentes. O Casa Azul trabalha com um manual de “Boas
Práticas” que serve edifícios a serem construídos. Por último, o Quadro 7 mostra o
LEED que utiliza o “Green building rating system: LEED for new construction and
major renovation” para avaliar construções novas e grandes reformas.
4.2.1 AQUA
95
MP) AQUA Excepcional (com 12 estrelas ou mais a serem alcançadas) (FCAV,
2014a).
Cada base de ação é avaliada em escala de 0 a 4 estrelas em relação aos
níveis de desempenho atingidos nas categorias de avaliação de impacto, como é
visto no Quadro 8:
ENERGIA E 1 BP 1 MP + 1 BP 2 MP 2 MP + 1 Bp
ECONOMIAS
Categorias 4, 5, e 7
CONFORTO 2 BP 1 MP + 2 BP 2 MP + 1 BP 3 MP + 1 BP
Categorias 8, 9, 10 e 11
SAÚDE E SEGURANÇA 1 BP 1 MP + 1 BP 1 MP + 2 BP 2 MP + 1 BP
Categorias 12, 13 e 14
MEIO AMBIENTE 2 BP 1 MP + 2 BP 2 MP + 1 BP 3 MP + 1 BP
Categorias 1, 2, 3 e 6
Quadro 8 – Cálculo do nível alcançado por tema
Fonte: FCAV (2014a)
4.2.2 BREEAM
97
Tabela 1 – Critérios de avaliação do BREEAM para o Brasil
Categorias de avaliação Critérios de avaliação em
(%)
1. Gestão 12
2. Saúde e bem- 15
estar
3. Energia 19
4. Transporte 8
5. Água 6
6. Materiais 12,5
7. Resíduos 7,5
8. Uso da terra e 10
Ecologia
9. Poluição e 10
Inovação
TOTAL 100
Fonte: Cunha (2011)
Como visto no Capítulo 3, o selo Casa Azul foi desenvolvido para ser aplicado
em edificações habitacionais no território brasileiro. O Casa Azul se aplica a projetos
propostos à CAIXA para financiamento ou nos programas de repasse. Para isto,
podem ser construtoras, Poder Público, empresas públicas de habitação,
cooperativas, associações e entidades representantes de movimentos sociais
(JOHN; PRADO, 2010).
O sistema Casa Azul possui 6 categorias para avaliar o desempenho ambiental
dos empreendimentos, estejam estes nas fases de construção, uso, ocupação e
manutenção. As categorias de impacto atribuídas a sua avaliação são: Qualidade
Urbana, Projeto e Conforto, Eficiência Energética, Conservação de recursos
materiais, Gestão da água, Práticas Sociais.
As categorias de avaliação são verificadas por meio de 53 subcategorias
estabelecidas pelo sistema (JOHN; PRADO, 2010). As subcategorias possuem
objetivos individuais, indicadores de sucesso, a documentação a ser apresentada,
indicação se o critério é obrigatório ou de livre escolha, benefícios da ação e as
recomendações técnicas (MAGNANI, 2011).
A edificação para ser avaliada se baseia em objetivos definidos em conjunto
com o empreendedor durante a análise de viabilidade técnica do empreendimento
(BRASILEIRO, 2013). A aplicação desta avaliação se dá em forma de checklist por
meio de uma lista de pré-requisitos definidos para alcançar o objetivo estabelecido
(JOHN; PRADO, 2010).
O empreendimento pode alcançar três classificações: bronze, prata e ouro.
Para a categoria bronze, devem ser atendidos no mínimo os 19 critérios obrigatórios.
Para a categoria prata devem ser alcançados os 19 critérios e outros 6 créditos de
livre escolha. Para a categoria ouro, por sua vez, devem ser atingidos os 19 critérios
obrigatórios e mais 12 critérios de livre escolha. A classificação final é obtida pela
soma dos pontos atingidos nas categorias. (JOHN; PRADO, 2010; MAGNANI, 2011).
4.2.4 LEED
99
projeto e prevenção da poluição). Cada crédito alcançado equivale a 1 ponto
(número inteiro positivo). A soma destes créditos associados as respectivas
categorias, equivalem a um peso (USGBC, 2009). O número de requisitos exigidos
em cada categoria, defini o peso das mesmas para a soma total de pontuação
(FOSSATI, 2008).
De acordo com USGBC (2009), os níveis de classificação da certificação estão
divididos em quatro:
Certificado - 40-49 pontos;
Prata - 50-59 pontos;
Ouro - 60-79 pontos;
Platina - 80 pontos e acima.
O processo de certificação do LEED é verificado por meio de check-list e
percorre todas as fases do processo de projeto, desde o projeto básico (composto
por estudos, anteprojetos e orçamento estimativo), projeto executivo, execução do
projeto e pós-ocupação (BARROS, 2012; SILVA, 2012b).
De acordo com o USGBC (2009) um Profissional LEED AP deve ser uma
pessoa de contato no registro do projeto com o USGBC e que seja um membro da
equipe responsável pela documentação (BARROS, 2012). O consultor deve ter
grande conhecimento acerca da construção sustentável e do processo de
certificação LEED. A acreditação deste profissional é concedida depois de
realizarem um exame técnico avaliado pelo GBC Brasil (GBC Brasil, 2012).
101
4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS CATEGORIAS DE AVALIAÇÃO COM ABORDAGEM DE
ACV
AQUA
Como mostrado anteriormente o sistema AQUA possui 14 categorias para
avaliar seus empreendimentos, dentro destas categorias estão inseridas as
subcategorias a serem seguidas, como mostra o Quadro 10. Dentro de cada
subcategorias existem as preocupações não mostradas no quadro, mas, que serão
descritas conforme a identificação no estudo das subcategorias com abordagem de
ciclo de vida.
Categorias de Subcategorias
avaliação
1. Relação do 1.1 Análise do local do empreendimento
edifício com o seu 1.2 Organização do terreno de modo a criar um ambiente agradável
entorno 1.3 Organização do terreno de modo a favorecer a ecomobilidade
2. Qualidade dos 2.1 Qualidade técnica dos materiais, produtos e equipamentos utilizados
componentes 2.2 Qualidade ambiental dos materiais, produtos e equipamentos utilizados
2.3 Qualidade sanitária dos materiais, produtos e equipamentos utilizados
2.4 Revestimentos do piso (condomínios verticais)
2.5 Revestimentos do piso (casas)
2.6 Escolher fabricantes de produtos e fornecedores de serviços que não
pratiquem a informalidade na cadeia produtiva
3. Canteiro 3.1 Compromissos e objetivos do canteiro
sustentável 3.2 Organização do canteiro
3.3 Gestão dos resíduos de canteiro
3.4 Limitação dos incômodos e da poluição no canteiro
3.5 Consideração de aspectos sociais no canteiro de obras
103
Categorias de Subcategorias
avaliação
10. Conforto 10.1 Contexto visual externo
Visual 10.2 Iluminação natural
10.3 Iluminação artificial
11. Conforto 11.1 Controle das fontes de odores desagradáveis
Olfativo 11.2 Ventilação
12. Qualidade dos 12.1 Qualidade sanitária dos espaços
espaços 12.2 Equipamentos domésticos
12.3 Segurança
12.4 Acessibilidade e adaptabilidade do edifício
13.Qualidade 13.1 Controlar as fontes de poluição externas
Sanitária do Ar 13.2 Controlar as fontes de poluição internas
13.3 Ventilação
13.4 Medir a qualidade do ar
14. Qualidade 14.1 Qualidade da água
Sanitária da Água 14.2 Reduzir os riscos de legionetose e queimaduras
105
Fachadas e revestimentos externos, Coberturas, Esquadrias voltadas para o
exterior, Instalações prediais, Revestimentos internos (piso, parede e forros).
Aplicação:
Auditoria do Pré-Projeto e auditoria do Projeto: cadernos de encargos
do projeto de construção, contratos + estudo comparativo dos dados ambientais
desses produtos.
Auditoria da execução: Lista de materiais + fichas de informação de
Produto e/ou EPDs.
Pontuação:
É considerado um pré-requisito para certificação mínima podendo chegar ao
nível de BP ou MP.
Fase do processo de certificação:
Fase de Pré-projeto e Projeto.
BREEAM
No processo de certificação do BREEAM as subcategorias a serem utilizadas
são selecionadas de acordo com o projeto da edificação e os objetivos do
empreendedor. A CAE não possui subcategorias obrigatórias, mas todas as
categorias devem alcançar o peso para se classificarem (a ser definido na fase de
projeto). O sistema BREEAM trabalha seu processo de certificação utilizando nove
categorias de avaliação e subcategorias mostradas no Quadro 11:
107
Categorias de avaliação Subcategorias
4. Transporte Plano de viagem disponível aos usuários com informações
Tamanho máximo de estacionamento
Área de entrega e manobra sem afetar fluxos
Espaço destinado para escritórios nas residências
5. Água Uso de água interior
Uso de água externo
6. Materiais Impacto ambiental dos materiais
Responsável pelo fornecimento de matérias – elementos
básicos da construção
Responsável pelo fornecimento de matérias – elementos de
acabamento
7. Resíduos Armazenamento de resíduos não-recicláveis e resíduos
domésticos recicláveis
Construção de local de gestão de resíduos de compostagem
8. Uso da terra e Ecologia Valor ecológico do local
Valorização ecológica
Proteção das características ecológicas
Mudança nos valores ecológicos do local
Pegada do edifício
9. Poluição E inovação Potencial de aquecimento global (GWP) de isolantes
Emissões de NOx
Categoria – Materiais
Subcategoria: Impacto ambiental dos materiais
Descrição:
Visa a escolha de materiais provenientes de processos de produção
responsáveis. Os materiais são classificados de acordo com um guia baseado na
Avaliação do Ciclo de Vida utilizando a metodologia do perfil ambiental do material.
Devem ser atingidos pelo menos três dos elementos: telhado, paredes externas,
paredes internas, alto e pisos de terra e, janelas.
Aplicação:
Documentação com especificação para cada material utilizado.
Pontuação:
Critério obrigatório. 1 a 15 pontos para se alcançar todos os níveis.
Fase do processo de certificação:
Fase de Projeto executivo e Pós-ocupação.
109
Aplicação:
Documentação detalhada declarando os materiais especificados em cada
elemento da edificação. Mostrando na fase de projeto e pós elementos da
construção.
Pontuação:
Critério de livre escolha. 1 a 3 pontos para se alcançar todos os níveis.
Fase do processo de certificação:
Fase de Projeto e Pós-ocupação.
111
Categorias de avaliação Critérios
113
industrializado e / ou sistema de fôrmas industrializadas reutilizáveis, em metal,
plástico ou madeira, de especificação igual ou superior ao anterior.
Aplicação:
Projeto de formas de acordo com a NBR 14931 + Memorial descritivo
descrevendo o sistema de fôrmas, com previsão do uso de compensado plastificado,
selagem dos topos, cimbramento com regulagem de altura grossa (pinos) e fina, e
indicação da quantidade de reutilizações.
Pontuação:
Critério obrigatório para se alcançar o nível mínimo “Bronze”.
Fase do processo de certificação: Fase de projeto.
LEED
O sistema LEED possui 7 categorias para avaliar seus empreendimentos,
dentro destas categorias estão inseridas as subcategorias necessárias para se
alcançar a certificação, Quadro 13.
Categorias de avaliação Subcategorias
1. Espaço Sustentável Prevenção da poluição na atividade da Construção
Seleção do Terreno
Densidade Urbana e Conexão com a Comunidade
Remediação de áreas contaminadas
Transporte alternativo, acesso ao transporte público
Transporte alternativo, bicicletário e vestiário
Transporte alternativo, uso de veículos de baixa emissão
Transporte alternativo, área de estacionamento
Desenvolvimento do espaço, proteção e restauração do habitat
Desenvolvimento do espaço, maximizar espaços abertos
Projeto para água pluviais, controle da quantidade
Projeto para água pluviais, controle da qualidade
Redução da ilha de calor, áreas descobertas
Redução da ilha de calor, áreas cobertas
Redução da poluição luminosa
2. Uso Racional da Água Redução no uso da água
Uso eficiente de água no paisagismo
Tecnologias inovadoras para águas servidas
Redução do consumo de água
3. Energia e Atmosfera Comissionamento dos sistemas de energia
Otimização da performance energética
Geração local de energia renovável
Melhoria no comissionamento
Melhoria na gestão de gases refrigerantes
Medições e Verificações
Energia Verde
4. Materiais e Recursos Depósito e coleta de materiais recicláveis
Reuso do edifício
Gestão de Resíduos da construção
Reuso de Materiais
Conteúdo Reciclado
Materiais Regionais
Materiais de Rápida Renovação
Madeira Certificada
115
Categorias de avaliação Subcategorias
5. Qualidade Desempenho mínimo da qualidade do ar interno
Ambiental Interna Controle da fumaça do cigarro
Monitoração do ar externo
Aumento da ventilação
Plano de Gestão de Qualidade do Ar
Materiais de baixa emissão, adesivos e selantes
Materiais de baixa emissão, tintas e vernizes
Materiais de baixa emissão, carpetes e sistemas de piso
Materiais de baixa emissão, madeiras compostas e produtos de
agrofibras
Controle interno de poluentes e produtos químicos
Controle de Sistemas, iluminação
Controle de Sistemas, conforto térmico
Conforto térmico, projeto
Conforto térmico, verificação
Iluminação Natural e Paisagem, luz do dia
Iluminação Natural e Paisagem, vistas
6. Inovação e Processo Inovação no Projeto
do Projeto Profissional acreditado LEED
7. Créditos Regionais Prioridades Regionais
117
Subcategoria: Materiais de Rápida Renovação
Descrição:
Reduzir o uso e esgotamento de matérias-primas e o longo ciclo de matérias-
primas renováveis, substituindo por matérias-primas rapidamente renováveis.
Aplicação:
Utilização de materiais de construção renováveis rapidamente dentro de um
ciclo de 10 anos ou menos, com a percentagem de 2,5% do valor total de materiais
de construção utilizados no projeto, baseando-se no custo.
Pontuação:
Critério de livre escolha para todos os níveis com 1 ponto.
Fase do processo de certificação:
Fase de projeto e Fase de construção.
As categorias identificadas nas CAE com abordagem de ciclo de vida pode ser
resumidas no quadro 14:
AQUA
O sistema AQUA tem todas suas preocupações inseridas na subcategoria
relacionada a qualidade ambiental dos materiais, produtos e equipamentos que
serão utilizados na obra. Estas preocupações estão relacionadas a escolha dos
materiais, produtos e equipamentos, na etapa de projeto e execução, que tem
alguma comprovação de que sejam de qualidade e não sejam prejudiciais a saúde
humana e ambiental.
Tais preocupações são pré-requisitos para se alcançar a certificação em seu
menor nível. Apenas a preocupação para estudos de diferentes cenários dos
produtos a serem escolhidos na etapa de projeto que a pontuação é de 1 ponto se
for implementado ou se escolhido é pré-requisito para se alcançar o nível máximo
da certificação.
A forma de comprovação destas preocupações é por meio de selos,
certificados ou estejam em conformidade com os programas nacionais de qualidade
e até mesmo com alguma declaração de qualidade.
Pode-se perceber que o AQUA trabalha a questão do ciclo de vida dos
materiais com a responsabilidade voltada para os fabricantes e fornecedores dos
produtos. O empreendedor que passa por este certificação deve buscar no mercado
119
produtos que já forneçam informações de dados ambientais quantificáveis e
relevantes, sobre os aspectos ambientais, de conforto e de saúde dos produtos e
materiais da construção.
BREEAM
O BREEAM classifica os materiais por meio de metodologia de um perfil
ambiental do mesmo baseando se na Avaliação do Ciclo de vida. A escolha dos
materiais, para a construção da estrutura e acabamento, deve ter origem
documentada atestando que são fabricados em conformidade e de forma lícita.
Outro quesito que a CAE aborda é a subcategoria “pegado do edifício” a qual visa a
otimização do uso dos materiais e água. A classificação ocorre por meio de equação
da relação da área interna útil da edificação com a área de maio piso da mesma.
A pontuação dessas subcategorias varia entre 1 a 6 pontos, podendo ser
utilizadas para alcançar qualquer nível da certificação. A comprovação destes
créditos se dá por documentação nas fases de projeto e ao término da construção.
Casa Azul
O sistema Casa Azul tem a preocupação em reduzir o consumo de recursos
naturais e aumentar a vida útil das edificações. Esta vida útil é definida por meio do
resultado da influência dos materiais, microclima do ambiente natural e sobre os
detalhes de construção da edificação. Um material pode ter durabilidade em
determinada situação e ser menos durável em outra, no então, todos os materiais
são degradáveis. A degradação pode ser retardada se o uso dos diversos materiais
for adequado e o processo de degradação destes seja levado em consideração
(JOHN; PRADO, 2010).
Na categoria “conservação de recursos materiais”, o referencial técnico faz
menção a ferramenta ACV, como sendo para uso futuro no Brasil, onde cada
fabricante deverá informar, além das características técnicas associadas a cada
material, os fluxo de matéria e energia típicos, sendo estes dados a serem utilizados
pela plataforma BIM (Building Information Modelling). Desta maneira o projetista no
futuro, ao selecionar um produto terá as informações de dados quantitativas e
qualitativas ambientais (JOHN; PRADO, 2010).
Atualmente, inseridos nesta categoria “conservação de recursos materiais”,
relacionados ao ciclo de vida dos materiais e componentes estão as subcategorias
“Qualidade dos materiais e componentes”, “Fôrmas e escoras reutilizáveis” e a
“Madeira plantada ou certificada”. Sendo os dois primeiros quesitos obrigatórios para
certificação mínima (Bronze) e a terceira pontua nos níveis “Prata” e “Ouro”.
A qualidade dos materiais e componentes ocorre na concepção do projeto por
meio da seleção dos materiais e fornecedores, na etapa da construção, pela
educação dos usuários e operadores. Desta maneira, os resultados positivos são
obtidos por empresas que adotem sistema de gestão de qualidade na fabricação de
seus produtos, a correta especificação técnica dos mesmos e que estes produtos
possuam certificados de qualidade emitidos por entidades certificadoras com notória
reputação ou por processo de seleção de fornecedores que inclua a análise da
qualidade dos produtos.
As Fôrmas e escoras reutilizáveis incentivam a redução de impacto ambiental
relacionados ao consumo de madeira serrada amazônica. O emprego de fôrmas
bem projetadas e executadas com materiais duráveis aumenta a produtividade da
obra e a montagem e desmontagem rápida com um mínimo de serviços de reparo e
com a construção de qualidade, tais como a prevenção de vazamentos de concreto
e variações de recobrimento de armaduras, que podem levar a corrosão de
armaduras e falhas na estrutura (JOHN; PRADO, 2010).
Por último a questão da madeira plantada ou certificada pelo FSC e Cerflor,
extraída de acordo com um plano de manejo de longo prazo, prevê e planeja a
extração de forma a minimizar o impacto na floresta remanescente possibilitando a
renovação. Desta maneira, evita-se a redução de estoques de carbono nas florestas
e preservam-se biomas e reduzem-se as emissões de gases do efeito estuga (GEE).
A plantação destas madeiras de rápido crescimento, se empregadas em aplicações
de grande vida útil, retira-se carbono da atmosfera por longos períodos, colaborando
para atenuar o efeito estufa (ZENID, 2009).
LEED
O sistema de avaliação do LEED é baseado a partir de uma perspectiva do
edifício ao longo do ciclo de vida de um edifício em que estejam em equilíbrio os
princípios ambientais, práticas estabelecidas e conceitos emergentes. A CAE LEED
é a única que trabalha em sua avaliação de impactos com método de caracterização
121
utilizados em estudos de ACV, no caso o TRACI. O método TRACI é utilizado para
fazer as ponderações nos créditos das categorias.
A categoria “Materiais e Recursos“ é a que está mais direcionada com as
questões de ciclo de vida de materiais, trabalhando com as subcategorias
relacionadas ao reuso de materiais, utilização de materiais regionais e de rápida
renovação, além de pensar na questão do uso de madeira certificada. A pontuação
destas subcategorias tem menor pontuação, variando de 1 a 2 pontos, sendo que
nenhuma delas é considerada como critério obrigatório. A pontuação destes vai
estar relacionada a número de percentagem sobre o valor de custo total de materiais
de construção.
Processo Informativo
Planejamento
Projeto
Processo Físico
Extração
Beneficiamento*
Transporte
Manufatura ou Fabricação dos materiais
Construção
Uso e Operação
Manutenção
Desativação
AQUA
Fase de planejamento e projeto
As fases planejamento e projeto estão correlacionadas no sistema AQUA está
inserida no referencial técnico de SGE, no qual mostra quais as documentações e
informações necessárias e as exigências ao início do projeto. Este serve como guia
para fixar o comprometimento do empreendedor com os objetivos previstos
relacionados ao perfil de qualidade ambiental do edifício, são eles:
Implementação e funcionamento do empreendimento por meio de
planejamento do empreendimento, atribuições de reponsabilidades e
autoridades, capacidades dos intervenientes para realizar os escopos
dos serviços, gestão dos contratos e as formas de comunicação dos
resultados dos impactos ambientais do empreendimento e o controle
dos documentos;
Gestão do empreendimento ocorre por meio de monitoramento e
análises críticas nas etapas do empreendimento, avaliação de qualidade
realizada na fase de projeto e após a execução e, efetuar e executar as
correções quando o perfil ambiental não for alcançado.
Balanço por parte do empreendedor após a entrega da construção para
se constatar a pertinência e eficácia das medidas implementadas, a
partir da experiência adquirida no processo.
Proposta de vendas dos imóveis com os informativos necessários para
vendas em planta, obra pronta ou como aluguel das unidades
habitacionais.
O projeto em si não é trabalhado com clareza, por exemplo, os níveis de
detalhamento de projeto. O referencial mostra que tem de ser especificado todos os
elementos a serem utilizados na edificação, principalmente os materiais e sistemas
construtivos, mas não mostra como se dá o envolvimento dos diferentes projetos,
qual o nível de detalhamento necessário, se será integrado os projetos executivos
com projetos complementares, por exemplo.
123
Fase de extração
A extração está relacionada a categoria da qualidade ambiental dos materiais,
na qual faz a exigência de comprovação da procedência dos recursos naturais
empregados (areia, brita, gesso, pedras naturais, etc.) e da conformidade legal da
área de extração dos mesmos.
Fase de Transporte
A questão do transporte está relacionada a mobilidade local com o
intuito de reduzir os impacto e/ou incômodos por meio de:
o Separação de vias de pedestres e acesso a veículos;
o Estacionamento para ambulância, veículos, bicicletas e pessoas
portadoras de deficiência;
o Disponibilidade de pontos para recarga de veículos elétricos.
O transporte está previsto na escolha dos materiais que estejam a
menos de 300 km do local da obra para menor emissão de GEE, com no
mínimo de 30% de materiais em massa total.
Na categoria gestão da energia, o transporte está referido sobre o uso
de equipamentos eficazes que serão avaliados a partir do estudo de
viabilidade realizado no momento da análise do local do
empreendimento.
Fase de Fabricação
Na escolha de materiais faz menção ao uso de cimento CPIII ou CPIV,
pois estes apresentam adições de escória de alto forno e de cinzas
volantes respectivamente, fazendo com que haja diminuição de
emissões dos gases Nox, Sox e CO2 no processo de fabricação. Gases
estes que são relevantes para o aumento do efeito estufa.
Fase de construção
A fase de construção está relacionada as auditorias que serão realizadas
durante a obra e que a fase construção deve ser prevista no planejamento e projeto.
As quatorze categorias da CAE passam por auditoria em fase de obra.
125
Estas informações de manutenção devem estar contidas no manual de
conservação e manutenção. Este manual deve ser elaborado, de forma que permita
que o proprietário mantenha o empreendimento em boas condições e consiga
detectar desgastes e deteriorações previsíveis com os objetivos:
Relacionar as intervenções a serem realizadas, assim como suas
periodicidades;
Dar destaque para a conservação específica aos elementos
relacionados à segurança contra incêndios;
Fornecer um conjunto de cláusulas contratuais aplicáveis às futuras
contratações para a conservação, uso e operação do edifício;
Antecipar prováveis evoluções de exigências e soluções.
Fase de desativação
Demolição
A demolição esta relacionada no AQUA com as situações onde irá ocorrer a
demolição. É avaliada na categoria de gestão dos resíduos, na qual o empreendedor
deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos da Demolição da edificação
pré-existente, contendo:
Estimativa da quantidade de resíduos gerados.
Definição de estratégias que privilegiem a desmontagem.
Identificação das cadeias locais de valorização disponíveis.
Planejamento da triagem, armazenamento e descarte.
Garantia de rastreabilidade dos resíduos gerados.
Beneficiamento dos resíduos da demolição por meio de taxas
estipuladas pelo sistema, ou seja o retorno do resíduo ao ciclo produtivo
ou de negócios por meio de reuso, reciclagem ou sob forma de energia.
Reuso
As medidas para reuso estão relacionadas:
Canteiro de obra: emprego de reservatório de decantação para a
recuperação das águas usadas na lavagem para a produção de
concreto, para seu reuso ou descarte nas redes de drenagem.
Gestão de resíduos: reuso de materiais vindos de demolições de
construções.
Gestão das águas servidas: reuso apropriado das águas servidas
domésticas em função do tratamento realizado.
Reciclagem
A reciclagem está relacionada a categoria de gestão de resíduos, na qual
propõem a reciclagem de materiais vindos de demolições de construções.
Breeam
Fase de planejamento
Na fase planejamento é organizada as atribuições e responsabilidades de
todos os agentes envolvidos, tais como: o papel do assessor e avaliadores do
processo de certificação, o desenvolvedor (responsável pelo empreendimento),
como se dará a avaliação (fase de projeto e pós-construção), as auditorias de
verificação administrativa e técnica, além de planejar como se sucederá o órgão de
controle do edifício, o qual, assegura que a construção sairá da forma como está em
projeto e por fim organização da comunicação sobre o resultado do processo de
certificação.
Fase de projeto
Antes do início da construção todos os projetos são avaliados e recebem uma
certificação provisória. Esta avaliação exige um nível de detalhamento elevado com
todas as especificações de projeto. Por exemplo, detalhes sobre as especificações
de todos os sanitários são necessários para calcular a pontuação da certificação em
relação a água interior ou os detalhes de paisagismo final e medidas de melhoria
ecológicas para que sejam calculados os créditos relativos ao uso da terra.
A certificação BREEAM segue a lógica de que qualquer estimativa na fase de
pré-avaliação do projeto pode identificar oportunidades de reprojeto, a fim de
maximizar o número de créditos obtidos. Desta forma é mais fácil de alterar os
projetos do que se eles já estiverem sendo construídos. O avaliador deve trabalhar
em estreita colaboração com a equipe de projeto para alcançar os resultados
almejados pelo empreendedor.
Fase de extração
A certificação trabalha com as questões de materiais, abrange todos os
principais aspectos do processamento e extração envolvidos na cadeia de
127
abastecimento para o produto final. Uma ou duas entradas principais como a
fabricação ou extração devem ser identificados impactos significativos.
Os Materiais reciclados não são obrigados a demonstrar uma cadeia de
suprimentos.
Fornecimento Responsável de Materiais:
o Telhas cerâmicas: na fase de fabricação deve se identificar os
impactos da extração de argila.
o Em concreto in loco e pré-moldado (incluindo mix pronto e
argamassas cimentícias) e outros produtos de betão (incluindo
blocos, revestimento, piso pré-moldado de concreto, ou telhas de
cimento): na fase de fabricação deve se identificar os impactos
da extração de materiais inertes e da produção.
o Vidro: na fase de fabricação deve se identificar os impactos da
extração de areia e produção de carbonato de sódio.
o Revestimentos de pedra (incluindo a ardósia): na fase de
fabricação deve se identificar os impactos da extração de pedra.
o Placas de gesso e gesso: na fase de fabricação deve se
identificar os impactos da extração de Gipsita.
o Materiais betuminosos (membranas e asfalto): extração de
materiais inertes e da produção.
o Outros materiais à base de minerais: extração do mineral
Fase de transporte
Categorias ciclo de armazenamento: o transporte é visto para promover
o uso mais amplo de bicicletas como transporte, fornecendo instalações
de armazenamento ciclo adequados e seguros, reduzindo assim a
necessidade de viagens curtas de carro e as emissões de CO2
associadas.
A certificação de cadeia de custódia (CoC): garante a rastreabilidade
desde a produção da matéria-prima que sai das florestas até chegar ao
consumidor final. A cadeia de custódia é estabelecida e auditados de
acordo com as regras dos sistemas de certificação florestal relevantes.
Impactos do local da construção: para reduzir os impactos ambientais
no canteiro de obras, deve-se seguir um ou dois dos procedimentos,
dentre os quais está o monitoramento e relato de CO2 ou consumo de
energia decorrente de transporte comercial para o local por meio de
registro do número de transportes, km viajados para todas as entregas.
Esta quilometragem deve ser feita tanto para entrega direta no local
com a rota de múltiplas entregas, esta última deve considerar o último
percurso até o local da obra. Estas informações servem para informar o
kg de CO2 para o projeto.
Meta de alcançar medidas de redução de impacto no transporte na fase
de construção. A certificação fornece uma tabela que fornece as medias
dos movimentos e distâncias dos transportes.
Fase de fabricação
Nesta fase o sistema BREEAM tem a preocupação principalmente com
o fornecimento de materiais advindos de fontes lícitas, os quais se
incluem alguns já citados na fase de extração. Em relação a este
fornecimento de materiais responsáveis deve ser identificado as
entradas de fabricação ou extração ou se possível as duas. Dentre os
materiais estão listados: telhas cerâmicas, concreto, vidro, gesso,
pedra, materiais betuminosos e à base de minerais e os outros não
vistos na fase de extração, são:
o Madeira: sempre que a madeira é usada deve ser proveniente de
fontes lícitas. O conteúdo da madeira deve ser 100% reciclado.
Onde não é possível fornecer provas para demonstrar a
terceirização legal para qualquer elemento ou que seja menor
que 50% de conteúdo reciclado não há pontos que podem ser
concedidos.
o Cimento e agregados, ou concreto e mistura seca, são
misturados no local, (ou seja, concreto não previamente
certificado como pré-fabricados de betão ou betão pronto): a
certificação deve ser concedida com a fabricação do cimento
como processo primário e, a extração do agregado e calcário
usado para fazer o cimento, como processo da cadeia de
fornecimento de materiais para os que especificarem os impactos
ambientais em seus produtos.
129
o Plásticos e borrachas (incluindo polimérico torna, EPDM,
membranas TPO, PVC e coberturas VET): Especificação no
produto dos impactos ambientais na fabricação de produtos
plásticos ou borracha e a produção de polímero principalmente .
o Metais (aço, alumínio, etc.): Especificação no produto dos
impactos ambientais na fabricação de metal. Aço: processo do
forno elétrico a arco ou oxigênio básico. Alumínio: produção de
lingotes. Cobre: lingote.
o Materiais para produzir uma estrutura celular, um plástico ou
outro isolamento de espuma utilizado na fabricação, instalação,
uso e descarte de materiais para isolamento térmico e acústico
de espuma: o fabricante deve fornecer informações e
documentação comprovando o uso de agentes de sopro ou
mistura de agentes de expansão que mostre tem baixos níveis
de emissões poluentes. Procedimento a ser realizado por tabelas
com taxas de conversão fornecidas pelo BREEAM.
Fase de construção
O sistema BREEAM quase não interferi no empreendimento na fase de
construção, as fases mais intensificadas são as de planejamento, projeto e na fase
de pós-construção para validar o que foi proposto e realizar as correções a ações
corretivas.
As ações referentes a fase de construção estão relacionados as publicações
documentais ou relatórios sobre as alterações feitas durante a construção diferentes
das projetadas impactando sobre o desempenho energético.
Fase de uso e operação
O sistema recomenda uma lista de informações para as questões de uso e
operacionais da edificação:
Energia: para melhor uso das estratégias de projeto recomenda-se um
guia para os habitantes para melhor uso e operação das janelas,
sistemas de água, instruções para manter a economia do uso de
energia e operar o sistema de forma eficiente, explicação da eficácia
das lâmpadas e sobre o uso de produtos de linha branca.
Água: para melhor uso das estratégias de projeto recomenda-se um
guia para os habitantes de medidas de poupança e eficiência de uso da
água, funcionamento de sistemas de reciclagem de água da chuva.
Reciclagem e resíduos: para melhor uso das estratégias de projeto
recomenda-se um guia para os habitantes, informações sobre a
localização e utilização de quaisquer recipientes para reciclagem,
caixas de adubo, descarte dos resíduos. Informação sobre o que fazer
com os resíduos não abrangidos pelo sistema de recolha padrão.
Obra: para melhor uso das estratégias de projeto recomenda-se um
guia para os habitantes para consideração em quaisquer obras de
melhoramento da casa, o uso de produtos de baixo VOC ou a compra
de madeira certificada.
Fase de Manutenção
Guia para habitantes relacionado as questões de manutenção dos sistemas de
água, sistema de energia. As instruções devem explicar ao ocupante como operar o
sistema de forma eficiente e faze a manutenção de rotina e ajustes sazonais para
permitir a eficiência dos equipamentos.
Fase de Desativação
Demolição
Em relação aos impactos da obra deve-se considerar entre outros se o local é
uma construção de demolição.
Trabalhar em áreas que já foram degradadas, de acordo com uma escala
linear, determinada de 0 a 1 ano, a partir das condições do terreno estiver
degradado por abandono ou demolição.
Reuso
Na categoria de “Fornecimento Responsável de Materiais” em relação aos
elementos básico da construção existe pontuação para reutilização de materiais que
forem comprovados podendo chegar a nível excelente e muito bom de classificação.
Reciclagem
A reciclagem considera a madeira utilizada seja 100% para ser pontuada e
para outros materiais utilizados com percentual de 50% de reciclagem para mais
podem ser pontuados se for comprovado por meio de documento.
131
Uma questão relacionada à reciclagem, a CAE aborda sobre o lixo doméstico e
pontua se for implementado sistemas de reciclagem privada e até mesmo serviço de
compostagem comunitária.
Outra questão é um sistema de reciclagem de águas cinza. O sistema deve
coletar as águas do chuveiro, torneira e recicla-lo para a descarga do banheiro.
Casa Azul
Planejamento
Processos essenciais devem ser implementados no início do empreendimento
e mantidos ao longo de suas diferentes fases:
Elaboração da agenda de desempenho socioambiental: Objetivo de
estabelecer hierarquias das preocupações socioambientais do
empreendimento a serem atendidas, em função da classificação visada e
levando-se em conta uma série de outros aspectos.
Planejamento do empreendimento: Objetivo é organizar por meio dos
aspectos como: fase do empreendimento e atividades envolvidas,
responsabilidades a serem atribuídas, interfaces entre diferentes agentes e
recursos necessários para realizar as diferentes atividades.
Responsabilidades a serem atribuídas: direcionar os agentes de suas
atividades e atribuições.
Competências: contratação de profissionais que possuam as competências
para atender as necessidades do empreendimento.
Contratos: processo de gestão de contratos, o qual devem envolver o
conteúdo detalhado do escopo de serviços, responsabilidades e autoridades
dos agentes a serem contratados
Comunicação: estabelece-se um sistema de comunicação eficiente que cubra
todos os agentes envolvidos, sejam eles participantes da equipe do
proponente, sejam outras partes interessadas, como os futuros moradores e a
vizinhança. Deve-se também definir o que comunicar a cada um, em função
das responsabilidades específicas. As comunicações de informações críticas
necessárias ao cumprimento das exigências socioambientais do Selo.
Controle de documentos e de registros: gerenciamento do controle de
documentos para que estes sejam mantidos confiáveis e sempre disponíveis
para as pessoas que delas se servem.
Monitoramento e análises críticas: propor um método de monitoramento e
análise que o assegure da capacidade dos processos em alcançar os
resultados planejados e quando este não for alcançado devem ser efetuadas
as correções e as ações corretivas.
Avaliação do desempenho socioambiental do empreendimento: o
empreendedor deve realizar uma avaliação do desempenho socioambiental
do empreendimento diante das exigências dos critérios da agenda que definiu
para obter a classificação pretendida. Esta avaliação dever ser registrada em
documento que mostre como as mesmas formas atendidas. Quando não
forem atendidos um ou mais critérios devem ser aplicada as correções e as
ações corretivas.
Correções e ações corretivas: é recomendável que o proponente estabeleça e
mantenha um procedimento para efetuar as correções e executar as ações
corretivas, caso o desempenho fixado em um ou mais critérios do Selo não for
alcançado. As ações corretivas visam eliminar as causas da não
conformidade, de forma a evitar sua repetição.
Melhoria contínua: recomendável um balanço da experiência, de forma que
isto lhe permita implementar soluções já testadas e ações de melhoria em seu
sistema de gestão para seus empreendimentos futuros.
A fase de planejamento está ligada também na seleção do terreno, realizando
o estudo de viabilidade, tais como, o mapeamento de vazios urbanos em áreas
centrais, características de potencial de recuperação de edificações existentes em
áreas centrais, questão de planejamento da implantação da edificação no terreno.
Na categoria “gestão de água” tem o planejamento do sistema de tratamento de
esgoto sanitário, é fundamental a redução do volume de esgoto, o que, por sua vez,
é resultante das ações de conservação da água em edificações e, em especial, da
redução do consumo.
Fase de Projeto
Elaborar projeto especificando os serviços e materiais previstos para a
construção do empreendimento, o proponente deverá atender as normas técnicas
vigentes sempre que houver norma da ABNT especifica sobre o assunto.
133
Nesta fase de projeto a certificação diz que os projetos devem ter todos os
detalhamentos, memoriais descritivos, especificações técnicas, cronograma físico-
financeiro, planilhas orçamentárias, minuta da convenção de condomínio (se
necessário). Os projetos aprovados devem ser mostrados, como da prefeitura,
concessionárias, licenças ambientais e alvará de construção. Todas as categorias
de avaliação do sistema Casa Azul devem estar abordadas no projeto conforme o
requisitado em cada uma.
Fase de extração
A extração está prevista em alguns dos materiais da categoria “Conservação
de Recursos Materiais”, na qual argumenta sobre a importância da procedência dos
materiais a serem utilizados na edificação. A certificação mostra que algumas
empresas trabalham na informalidade em diversos aspectos, esta ação contribui
com impactos de custo e até mesmo no processo de fluxo dos materiais, por
exemplo, a extração de matérias-primas.
A extração de matérias-primas para a construção tem significativo impacto em
biomas, que vai desde a extração de areias, passando pela mineração da bauxita
utilizada no alumínio, por exemplo. Dentre estas preocupações estão:
Pavimentação com resíduos de construção e demolição utilizados como
agregados reciclados: para a redução da pressão sobre biomas afetados pela
extração de recursos naturais, redução do volume de resíduos de construção
destinados a aterro e malha urbana e redução das despesas de gestão
corretiva da deposição ilegal dos resíduos que oneram os municípios.
Madeira plantada ou certificada: para redução de madeira nativa de florestas
não manejadas, pela promoção do uso de madeira de espécies exóticas
plantadas ou madeira nativa certificada. Dentre os benefícios esta a extração
de madeira ilegal destinada a construção civil.
Fase de transporte
O transporte está relacionado a categoria de qualidade urbana, referente a
conectividade dos moradores com outros pontos da malha urbana, devendo o
empreendimento estar inserido ou proponha linha de transporte público regular que
se mantenha disponíveis no entorno.
Na categoria de projeto e conforto o transporte é tratado como solução
alternativa não poluente, tais como, o uso de bicicleta, ciclovia ou espaço dentro das
edificações para o uso de transportes alternativos e até mesmo transporte coletivo
privado.
Outra questão relacionada ao transporte esta na categoria de conservação de
recursos materiais, na qual mostra a relevância na seleção dos fornecedores de
materiais, os quais devem apresentar graus de compromisso com questões de
sustentabilidade, como as distâncias de transporte até o local da obra. Este fator
pode apresentar significativo impacto nos fluxos ambientais finais.
Fase de fabricação
A fabricação está relacionada a qualidade de materiais, componentes,
dispositivos economizadores de uso da água e equipamentos geradores de energia.
A certificação exige que estes elementos sejam fabricados por empresas
classificadas como “qualificadas” pelo “Ministério das Cidades” e PBQP-H e em
conformidade com a legislação vigente a cada um.
Fase de construção
O sistema Casa Azul não interferi no empreendimento na fase de construção.
O monitoramento das fases é realizado por checklist, avaliando as questões
proposta em projeto, por meio de profissional com atribuições a esta
responsabilidade. As fases mais intensificadas são as de planejamento e projeto que
direcionam o andamento da obra e todos os agentes envolvidos.
As ações referentes a fase de construção estão relacionados as publicações
documentais ou relatórios sobre as alterações feitas durante a construção diferentes
das que foram projetadas.
Fase de uso e operação
O uso e operação estão relacionados às orientações sobre o uso dos
dispositivos e equipamentos por meio de Manual do proprietário, o qual deve conter
informações detalhadas sobre os equipamentos instalados no empreendimento e
itens condominiais, assim como sobre os benefícios socioambientais de cada item
previsto no projeto. São exemplos, as orientações para o uso do sistema de
aquecimento solar, transporte alternativo, uso racional dos recursos naturais (água)
e energéticos, coleta seletiva e outros.
135
Fase de desativação
Demolição
A questão da demolição está relacionada a geração de resíduos oriundos da
atividade de demolição durante a obra. A categoria “Conservação de Recurso
Material”, do Selo Casa Azul, considera a otimização dos insumos utilizados na
construção, com vistas à redução de perdas e redução de resíduos. Para isto podem
ser tomadas as seguintes ações:
Projeto por meio da modulação e do uso de elementos pré-fabricados.
Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção e demolição –
RCD.
Utilização de pavimentação com resíduos de construção e demolição
utilizados como agregados reciclados.
Outra categoria que trata sobre a demolição é a “Prática Social”, na qual
propõem a educação e mobilização para os empregados envolvidos na construção
do empreendimento para a execução das diretrizes do Plano de Gestão de RCD.
Reuso
O reuso está relacionado a categoria de “Conservação de Recursos Materiais”,
na qual a gestão de resíduos deve ter trabalhadores com competências para formas
de reutilização dos resíduos na própria obra. Nesta mesma categoria fazem-se
recomendações para reuso de fração mineral em aterros para correção de nível,
dentro ou fora do canteiro.
Na categoria “Gestão da água” tem a proposta de reuso de águas pluviais por
meio de sistema de aproveitamento das águas para o uso em bacias sanitárias,
irrigação de áreas verdes, lavagem de pisos, lavagem de veículos e espelhos
d’água.
Reciclagem
Categoria de “Projeto e Conforto” faz a exigência para local de coleta seletiva
com o objetivo de separar os resíduos sólidos domésticos dos materiais recicláveis.
Esta mesma questão se aplica na fase de obra, na qual a categoria
“Conservação de recursos materiais” faz a exigência para a gestão do RCD, esta
prática recomendada pelas resoluções do Conama facilita a reciclagem e viabiliza a
destinação legal. Mesmo não havendo por parte da prefeitura as condições legais de
destinação, a segregação dos resíduos nas diferentes classes abre condições para
reuso da fração mineral em aterros para correção de nível, dentro ou fora do
canteiro. Nesta condição entra o uso de agregados reciclados como base de
pavimentação, uma das recomendações da certificação.
A categoria “Prática Social” traz a questão do Plano Educativo sobre Gestão de
RCD, o qual deve conter as competências dos trabalhadores da produção nos
canteiros de obras. Dentre estas competências esta em conhecer as classes dos
diferentes resíduos para evitar a mistura dos mesmos e destiná-los aos diferentes,
sejam eles para áreas de transbordo e triagem, aterros, centrais de reciclagem, etc.
LEED
Fase de planejamento e projeto
Estas fases de planejamento e projeto estão envolvidas por meio de
sequências de atividades, tais como:
Realiza se preenchimento do formulário de inscrição online. Por sua vez,
o projeto inscrito, a equipe dos projetistas ou os responsáveis pelo
mesmo, começam a preparar a documentação e os cálculos necessários
ao atendimento dos pré-requisitos e créditos a serem avaliados.
O GBC Brasil disponibiliza, por meio de ambiente virtual, os
profissionais para trabalharem como a certificação e que estejam
credenciados pela mesma, além de disponibilizar nomes de empresas
de consultoria e alguns dos empreendimentos das mesmas.
Os projetos devem estar detalhados com todas as necessárias
informações para que se avalie os critérios das categorias visando o
nível de certificação desejado.
Fase de extração
A fase extração da certificação LEED está relacionada a categoria “Materiais e
Recursos”, a qual propõem a reutilização de materiais de construção e produtos
como forma de diminuir entre outros os impactos associados à extração e
processamento de matérias-primas virgens.
Fase de transporte
O transporte é analisado com uma combinação de abordagens usada para
quantificar cada tipo de impacto. Desta forma a certificação LEED trabalha com a
proposta de transportes alternativos públicos (ônibus, trem ou outros serviços para o
137
público geral), onde as paradas de ônibus e trem devem estar a uma distância curta
de 400 e 800 metros, respectivamente da entrada principal da edificação. Outra
proposta da CAE são pontos de bicicletários e vestiários para os ciclistas com o
intuito de incentivar a diminuição do uso de veículos movidos à combustão.
Além da proposta para transportes alternativos, a CAE trabalha na categoria
“Materiais e Recursos” dentro da subcategoria “Materiais Regionais” com a proposta
de demanda por materiais de construção e produtos que sejam extraídos e
produzidos na região, com a relação de 800 km do local do projeto para um mínimo
de 10% ou 20% do valor total dos materiais, com base no custo.
Fase de fabricação
O LEED trabalha com as subcategorias de reuso dos elementos estruturais e
não estruturais da edificação, gestão de resíduos sólidos e a materiais com
conteúdo reciclado inseridos na categoria “Materiais e Recursos”, estas
subcategorias tem a proposta de reutilizar recursos em partes da obra com o intuito
de se diminuir os impactos relacionados ao processo de fabricação dos materiais.
Fase de construção
Para construções novas o LEED avalia em duas fases a edificação, no projeto
e na construção. A construção está relacionada ao monitoramento das atividades
previstas em projeto por meio de checklist, por profissional com atribuições a esta
responsabilidade. A fase de construção está relacionada as publicações
documentais ou relatórios sobre as alterações feitas durante a construção diferentes
das que foram projetadas.
Fase de uso e operação
O uso e operação estão relacionados às orientações sobre o uso dos
dispositivos e equipamento. São exemplos as orientações para o uso do sistema de
aquecimento solar, transporte alternativo, uso racional dos recursos naturais (água)
e energéticos, coleta seletiva e outros.
Fase de desativação
Demolição
A fase de demolição está relacionada ao uso de restos de demolição a partir de
plano de gestão de RCD, o qual deve identificar materiais a ser desviado da
disposição em aterros e incinerações para serem na própria construção, propostos
na subcategoria de “Gestão dos resíduos da construção” inseridos na categoria
“Materiais e recursos”.
Reuso
O reuso é uma questão vista n as categorias da certificação:
Espaço Sustentável: reuso do solo durante a fase de construção e o
reuso da água da chuva por meio de sistema de tratamento natural e
mecânico adequado.
Materiais e recursos: com as subcategorias de reuso dos elementos
estruturais e não estruturais da edificação, reuso dos materiais (incluía a
madeira) e a gestão de resíduos sólidos em partes da obra com o intuito
de se diminuir os impactos relacionados ao processo de fabricação dos
materiais.
Reciclagem
A reciclagem é prevista nas categorias da certificação:
Espaço Sustentável: Espaço para armazenagem e recolha de materiais
reciclados na fase de obra.
Materiais e recursos: Utilização de materiais recicláveis na fase de
construção com porcentagem de 50% a 75 dos resíduos gerados na
obra. Espaço para armazenagem e recolha de materiais reciclados na
fase de ocupação em área conveniente. Instruir os ocupantes sobre os
procedimentos de reciclagem por meio de programa de reciclagem.
139
Categorias das CAE nas fases de ciclo de vida
CAE Planejamento Projeto Extração Transporte Fabricação Construção Uso e Manutenção Desativação
materiais Operação
AQUA Relacionado a organização e não as Qualidade Relação do Qualidade dos Relacionado a Canteiro Gestão da Gestão dos
categorias. dos edifício com o componentes organização e sustentável; conservação resíduos;
componentes seu entorno; não as Gestão da e da Canteiro
Gestão da categorias. conservação e manutenção sustentável;
Energia; da manutenção Gestão da
Qualidade água.
dos
componentes
BREEAM Gestão. Gestão. Materiais. Gestão; Materiais. Relacionado a Gestão; Gestão. Gestão;
Energia e organização e Energia e Materiais;
Emissões de não as Emissões de Resíduos.
CO2; categorias. CO2;
Transporte. Água;
Resíduos.
Casa Qualidade Projeto e Conservação Qualidade Conservação de Relacionado a Práticas sociais. Não consta. Conservação de
urbana. conforto. de recursos urbana; recursos organização e recursos
Azul
materiais. Conservação materiais. não as materiais;
de recursos categorias. Gestão da
materiais. água;
Projeto e
conforto;
Práticas sociais.
LEED Relacionado a organização e não Materiais e Espaço Materiais e Relacionado a Espaço Não consta. Espaço
as categorias. Recursos. Sustentável; Recursos. organização e Sustentável; Sustentável;
Materiais e não as Uso Racional Materiai
Recursos. categorias. da Água. s e Recursos.
Quadro 16 – Resumo da identificação das categorias das CAE utilizadas nas fases de CV
Fonte: Autora
140
BREEAM e Casa Azul, além da exigência da conformidade, estas listam os materiais
que devem ser considerados. O LEED propõe a reutilização de materiais, como
forma de diminuir a extração de matéria-prima.
Em relação à fase de transporte, ressalta-se a mobilidade com o entorno, por meio
de transportes alternativos, este aspecto é considerado por todas as CAE. Outros
aspectos abordados para a fase de transporte é a escolha de materiais que estejam
a 300 km ou 800 km para as CAE AQUA e LEED, respectivamente. O Casa Azul
também faz menção, porém, sem estipular distâncias. Ainda em relação ao
transporte o BREEAM promove o monitoramento do nº de registros de transporte
para a obra, a fim de medir as emissões de CO2.
Observa-se que na fase de fabricação, as CAE estabelecem critérios para
seleção dos materiais na edificação, assim como na fase de extração. O AQUA faz
menção a promoção do uso de cimento CP III e CP IV. O sistema BREEAM tem a
preocupação na escolha de fabricantes “responsáveis”, os quais devem fornecer
dados de fabricação de entradas ou extração dos recursos utilizados e a CAE ainda
faz uma lista dos materiais a serem considerados.
Ainda em relação à fase de fabricação, a CAE Casa Azul relaciona a escolha
de materiais, componentes construtivos, dispositivos economizadores de água e
equipamentos geradores de energia que tenham sido fabricados por empresas em
conformidade com o Ministério das Cidades e o PBQP-H.
O LEED vincula a fase de fabricação ao reuso de materiais para elementos
estruturais e não estruturais, gestão dos resíduos sólidos para reuso na construção
civil e também na escolha de materiais com conteúdo reciclado, para estes com o
intuito de se diminuir os impactos relacionados ao processo de fabricação dos
materiais.
O Quadro 16 mostra o resumo desta identificação das categorias das CAE
utilizadas nas fases de ciclo de vida.
141
Os métodos para a classificação das categorias de avaliação de impacto de
ciclo de vida das certificações ambientais escolhidos para este estudo são os mais
utilizados atualmente, CML2002, EDIP97, USEtox, Impact World+. A Tabela 2
relaciona as categorias de impacto destes métodos de AICV utilizadas nas
categorias de avaliação das CAE.
Tabela 2 – Relação das categorias de impacto dos métodos de AICV com as CAE
(A – AQUA; B – BREEAM; C – Casa Azul; L – LEED)
Categorias de Midpoint e
Midpoint Midpoint Midpoint A B C L
Impacto Endpoint
Mudanças
X X - X X X X X
climáticas
Consumo dos
X X - X - X X -
Recursos
Uso da terra X X - - - X X X
Uso da água - - - - X X X X
Toxicidade
X X X X X X - X
Humana
Diminuição de
X X - X X X X X
Ozônio
Criação de
Ozônio X X - X X X X X
Fotoquímico
Ecotoxicidade X X X X - - - -
Eutrofização X X X X - - -
Acidificação X X - X X X X X
Fonte: Autora
AQUA
Categorias relacionadas às Mudanças climáticas, Diminuição de Ozônio,
Eutrofização, Acidificação dos solos e das fontes de água, Criação de Ozônio
Fotoquímico estão direcionadas nos indicadores ambientais das normas sobre
produtos (EN 15804 – “Sustentabilidade na construção – Declarações ambientais de
produtos de construção – Regras específicas para cada categoria de produto) e
edifícios (EN 15978), os quais devem ser medidos respectivamente [kg CO2-eq], [kg
CFC-11eq], [kg PO4-eq], [kg SO2eq], [kg C2H4eq]. Estes itens devem ser
considerados na CAE na categoria da qualidade ambiental do edifício, inserido na
subcategoria “Qualidade dos componentes”.
O Uso da água na CAE está relacionado, nas categorias “Canteiro
Responsável” inserido na subcategoria “Organização do canteiro”, o qual propõem o
monitoramento da qualidade dos efluentes lançados nas galerias de águas pluviais
na medida do risco de poluição e também impõe para as empresas contratadas,
dentre outros, reservatório de decantação para recuperação das águas usadas na
lavagem da betoneira utilizada para produção de concreto, antes de seu reuso ou
antes do descarte nas redes de drenagem. Nesta mesma categoria, propõem se a
implementação do controle do consumo de água no canteiro de obras por meio de
ações de sensibilização dos operários, da escolha de materiais, da instalação do
canteiro e dos procedimentos de construção.
Outra categoria relacionada ao uso da água é a “Gestão da água” na qual
propõem instalação de medidores de água individuais nas edificações, instalação de
equipamentos economizadores nas bacias sanitárias. Outra questão que a categoria
aborda é a redução do consumo de água potável, determinando aos usuários finais
uma referência de consumo tanto para as áreas individuais como para as áreas
coletivas. Além das subcategorias que propõem medidas para a gestão das águas
servidas e pluviais. As águas servidas devem ser tratadas antes da devolução a
rede de esgoto e também reutilizadas em partes da edificação após tratamento.
Para as água pluviais prevê-se a gestão da retenção da vazão de escoamento de
modo a favorecer o descarte gradual na rede pública, considerando o coeficiente de
impermeabilização. Também para as águas pluviais é estimulado o
reaproveitamento das águas por meio de sistema apropriado.
A Toxicidade Humana também está relacionada, na categoria “Canteiro
Responsável”, na qual propõe a organização do canteiro incluindo informações
ambientais, por profissional qualificado, sobre a presença de substâncias perigosas
ou inflamáveis que possam trazer situações de risco a saúde humana. Assim como,
143
na categoria “Qualidade sanitária do ar” exige-se a identificação e redução dos
efeitos das fontes de poluição internas ao longo do ciclo de vida do edifício e do grau
de risco sanitário ligado a estas fontes, desta forma, devem-se conhecer as
emissões de fibras e material particulado provenientes dos produtos em contato com
o ar interior por meio de informativos disponibilizados pelos fabricantes.
BREEAM
As Mudanças climáticas estão relacionadas na categoria “Água” com o uso do
local (terreno, cursos d’ água, esgoto) a ser implantado o empreendimento no caso
de prevenção de área impermeável para que ao longo do tempo de vida não ocorra
mudanças no clima.
Na categoria “Poluição e Inovação” consta que os fabricantes devem confirmar
por escrito que os materiais de espuma ou propulsores utilizados para pulverizar ou
injetar isolante, que o produto utiliza agentes de expansão com GWP menor que o
indicado pelo IPCC, relacionadas aos aspectos das Mudanças climáticas, como
também da Diminuição de Ozônio e Toxicidade humana.
A Toxicidade Humana está relacionada também aos resíduos gerados pela
construção civil, na qual propõe que sejam previstos as substâncias perigosas e
tomados os procedimentos para sua minimização.
A questão do “Consumo dos Recursos” está envolvida na categoria de
“Materiais” na qual os materiais a serem utilizados na construção devem ser
especificados e serão avaliados por cálculo, dentre tantos materiais requeridos,
estão os a base de minerais, incluindo a fibra de cimento e silicato de cálcio.
Em relação ao uso da terra, a CAE BREEAM promove questões sobre a
análise prévia de terrenos, para ver são contaminados com riscos de incidentes de
poluição ou não e também para ver se há águas subterrâneas inseridas na categoria
“Água” outra questão que aborda é sobre a implantação do terreno ter analise prévia
de impactos que possam antever modificações em cursos d’ água. Outra questão
sobre o uso da terra está na categoria “Uso da terra e Ecologia” na qual se propõe
que para toda construção a realizada deve-se tem um parecer de ecologista sobre o
valor desta terra, no qual deve incluir entre outros o levantamento da fauna e flora
para haja impacto sobre estes na implantação da edificação e assim tomar as
medidas cabíveis para a proteção de áreas naturais, vegetação e todo o contexto
ecológico que estiver no local.
Uso da água está relacionado com os sistemas de água eficientes, instalação
de equipamentos economizadores de água; reuso de água da chuva por meio de
sistema de tratamento adequado e reuso de águas domésticas paras as áreas de
jardim, lavagem de áreas externas e reuso em bacias sanitárias.
Na categoria “Gestão” se propõe um guia para os usuários finais, sobre o qual
faz recomendações para o uso de produtos com baixo VOC que contribuem para a
criação de ozônio fotoquímico, tais como solventes, colas, algumas tintas e vernizes.
Também na categoria “Poluição”, prevê a redução das emissões de Nox para
atmosfera por meio do projeto, determinando projetos de aquecimento de água
apropriado, sistemas elétricos com taxas previstas de baixo Nox. A certificação
fornece tabelas de cálculos para se medir as emissões e após faz as pontuações
devidas.
A Acidificação está relacionada a categoria “energia e emissões de CO2”, com
as subcategorias:
Taxa de emissão de moradia – limitar as emissões de CO2 resultantes
do funcionamento da habitação;
Fabricação de energia eficiente – melhorar o desempenho energético
para a redução do CO2 ao longo da vida da habitação;
Produtos rotulados de linha branca e iluminação externa – promover o
fornecimento ou compra de produtos de linha branca que tenham
eficiência energética e redução das emissões de CO2.
Tecnologias de baixo e zero carbono – limitar as emissões de CO2 e as
despesas decorrentes da operação da habitação e manutenção,
incentivando a especificação de fontes de baixa energia e zero carbono;
Ciclo de armazenamento – promover o amplo uso de bicicletas como
transporte, fornecendo instalações e armazenamento adequados, para a
redução de viagem curta de carro e emissões de CO2.
Casa Azul
Os aspectos relacionados às Mudanças climáticas estão na categoria “Projeto
e conforto” na subcategoria do paisagismo. Esta subcategoria propõe a redução da
145
quantidade dos GEE lançados na atmosfera, com as soluções que visem a
regulação de umidade, sombreamento vegetal e uso de elementos paisagísticos,
melhorando assim o desempenho térmico. Outra categoria relacionadas as
mudanças climáticas é a “conservação de recursos materiais”. Esta categoria
promove o uso de madeiras plantadas e certificadas pelo FSC e pelo Cerflor para
que preservem os biomas importantes e evite-se a redução dos estoques de
carbono da floresta e das emissões de GEE.
A questão do consumo de recursos está envolvida nesta CAE na categoria
“Eficiência Energética” a qual propõe o uso de biomassa (óleos vegetais, madeira e
resíduos agrícolas) para a produção de energia elétrica por meio de tecnologia
adequada. O uso de combustíveis fósseis (recurso) esta associado a categoria
“Conservação de recursos materiais”, a qual propõe na subcategoria “cimento de
alto-forno (CPIII) e pozolânico (CP IV), a substituição do clínquer por resíduos
reativos hidraulicamente, por exemplo a escória granulada de alto-forno e as cinza
volantes, pois a produção do clínquer apresenta emissões de GEE devido ao uso de
combustíveis fósseis. A categoria “Conservação de recursos materiais” também
associa ao consumo de recursos a escolha de materiais de boa qualidade, para se
diminua o consumo dos mesmos sem a necessidade de corrigir os materiais
defeituosos. Outra questão da mesma categoria é a redução de perdas de materiais
utilizando componentes industrializados, colaborando assim com a redução do
consumo dos recursos.
O Uso da terra, está relacionado a categoria “Projeto e Conforto”, por meio da
subcategoria “Adequação às condições físicas do terreno”, promove adequação da
edificação à topografia do terreno, visando reduzir o volume de terra movimentado
com remoções, cortes e aterros que são as principais causas da erosão. As
inundações são também preocupantes em relação ao uso da terra, e estão
relacionadas às questões de análise do local a ser implantado a edificação para se
descartar a possibilidade de inundações, inserida na categoria “Qualidade urbana”
em relação a “qualidade do entorno”. Outra questão relacionada na categoria
“Gestão da água”, previne a retenção de águas pluviais de modo controlado para
escoar nas redes públicas evitando o risco de inundações, assim como manter as
exigências legais para áreas permeáveis. Ainda sobre os aspectos do uso da terra, a
CAE faz menção sobre a importância da preservação do curso d’água dentro dos
parâmetros legais na categoria “Qualidade urbana”.
A categoria “gestão da água” relaciona os aspectos do Uso da água:
Aproveitamento de água pluvial para que diminua o consumo de água
potável e esta água seja utilizada nas atividades como irrigação de
áreas verdes, lavagem de pisos e descarga em bacias sanitárias.
Instalação de componentes economizadores de água para redução do
consumo de água e redução do volume de esgoto a ser coletado e
tratado e, redução de insumos utilizados no tratamento de água, quanto
de esgoto.
A Diminuição de Ozônio nesta CAE está relacionada a processos térmicos da
fabricação de materiais de construção e alguns com decomposição de calcário,
contribuindo assim com a formação do buraco na camada de ozônio.
Por fim, a acidificação está relacionada a categoria “Conservação de recursos
materiais” a qual propõe a redução do CO2 por meio de:
Otimização do uso de cimento na produção de concreto estrutural, por
meio de processo de dosagem e produção controlados e de baixa
variabilidade;
Substituição do calcário por resíduos (escórias e cinzas volantes) ou
materiais abundantes (pozolana produzida com argila calcinada) na
produção do cimento de alto-forno (CPIII) e pozolânico (CPIV).
Uso de madeira certificada ou plantada de forma manejada.
LEED
As questões relacionadas as mudanças climáticas e diminuição do ozônio
estão atribuídas dos sistemas de refrigeração na categoria “energia e atmosfera”.
Promove o uso sistemas de refrigeração, ventilação que não usem refrigerantes ou
com baixa carga de refrigerantes, que não contenham os HCFCs.
A questão do uso da terra está relacionada a categoria “Espaço Sustentável”,
na qual propõe dentre outras coisas, a prevenção da poluição na atividade da
construção, seleção do terreno, densidade urbana e conexão com a comunidade e,
remediação de áreas contaminadas para a redução da pressão sobre os terrenos
não urbanizados.
147
O uso da água esta relacionado com a categoria “Uso racional da água”, por
meio de proposta de inserção de equipamentos economizadores de água, sistemas
de tratamento para águas residuais com vistas ao reuso em áreas que não precisam
de água potável, como na irrigação de áreas verdes. Ainda nesta categoria
programa para redução do uso de água potável nas residências e sistema de
captação da água pluvial para uso em atividades externas de uso comum.
A categoria “Qualidade ambiental interna” relaciona os aspectos que podem
causar a toxicidade humana, tais como:
Evitar o uso de materiais de acabamento com altos níveis de COV e
formaldeído;
Recuperar, isolar e verificar se necessário ao utilizar materiais tóxicos ou
a criação de gases de escape;
Implementar medidas para evitar o rastreamento de poluentes para
áreas do edifício;
Substituição dos filtros de refrigeração regularmente.
Ainda na categoria “Qualidade ambiental interna”, a questão da criação de
ozônio fotoquímico está relacionada a subcategoria “Materiais com baixa emissão”,
na qual lista os materiais e seus respectivos níveis máximos de emissões de COV
e, desta forma possam ser escolhidos para a edificação e em seguida pontuados
conforme os cálculos da lista.
A acidificação está relacionada os níveis de CO2 produzido no ambiente
interno pelo alto uso de equipamentos de ventilação em espaços com densidade
elevada de ocupação, os quais devem ser monitorados por meio de sistema
adequado, estes itens estão na categoria “Qualidade ambiental interna”.
O Quadro 17 mostra o resumo das categorias de impacto de cada sistema de
CAE correlacionadas aos aspectos ambientais dos métodos de AICV.
Mudanças Consumo dos Uso da terra Uso da água Toxicidade Diminuição de Criação de Eco- Eutrofização Acidificação
climáticas Recursos Humana Ozônio Ozônio toxicidade
CAE
Fotoquímico
Qualidade - - Canteiro Canteiro Qualidade dos Qualidade dos - Qualidade dos Qualidade dos
dos sustentável sustentável componentes. componentes. componentes. componentes.
AQUA
Quadro 17 – Resumo das categorias de impacto de cada sistema de CAE correlacionadas aos aspectos ambientais dos métodos de AICV
Fonte: Autora
149
5 RECOMENDAÇÕES PARA ADA PARA USO DA TÉCNICA DE ACV
EM SISTEMAS CAE
CAE I II III
• Qualidade dos • Qualidade dos • Qualidade dos
componentes. componentes; componentes;
• Canteiro sustentável; • Canteiro sustentável;
• Gestão da água; • Gestão de Água;
Relação do edifício com • Qualidade Sanitária
AQUA
o seu entorno; do Ar.
• Gestão da Energia;
• Gestão da conservação
e da manutenção;
• Gestão dos resíduos.
• Materiais; • Materiais; • Materiais;
• Uso da terra e • Gestão; • Uso da terra e
Ecologia. • Energia e Emissões de Ecologia;
CO2; • Gestão;
BREEAM • Água; • Energia e Emissões
• Resíduos. de CO2;
• Transporte • Água;
• Resíduos;
• Poluição e Inovação.
• Conservação de • Conservação de • Conservação de
recursos materiais. recursos materiais; recursos materiais;
CASA • Qualidade urbana; • Qualidade urbana;
AZUL • Projeto e conforto; • Projeto e conforto;
• Gestão da água; • Gestão da água;
• Práticas sociais. • Eficiência Energética.
• Materiais e Recursos. • Materiais e Recursos; • Espaço Sustentável;
• Espaço Sustentável; • Uso racional da água;
LEED • Uso Racional da Água. • Energia e atmosfera;
• Qualidade ambiental
interna.
Quadro 18 – Resumo das análises das CAE
(I – Categorias das CAE com abordagem CV; II - Identificação das categorias das CAE
utilizadas nas fases de CV; III – Categorias de impacto das CAE correlacionadas aos aspectos
ambientais dos métodos de AICV).
Fonte: Autora
Sabendo-se que esta pesquisa é focada em materiais, componentes e
sistemas construtivos, reconhece se no quadro 18 que a categoria relacionada a
materiais está aparente em todas as CAE e abrange quase todas as três análises.
É possível depreender das análises sobre as CAE AQUA, BREEAM, Casa Azul
e LEED alguns itens para serem considerados na escolha entre uma delas, Quadro
19:
151
Reconhece-se que a base de dados de inventário referentes aos materiais,
componentes e sistemas construtivos no Brasil ainda é escassa. Isto contribui para a
dificuldade de se aplicar a ACV, principalmente em CAE, estas que por sua vez, são
processos sistêmicos que requerem período extenso para serem aplicados em
empreendimentos. Porém, os resultados das análises mostra o interesse das CAE e
até algumas iniciativas para se considerar a ACV no processo de certificação. Neste
sentido é possível realizar recomendações para a melhoria e disseminação do uso
da ACV para as CAE para o cenário brasileiro:
Propor o uso da técnica, inicialmente, nas categorias de avaliação
consideradas obrigatórias ou padrão da certificação;
Selecionar a categoria de avaliação que tendenciosamente, contribua para
gerações de elevado impactos ambientais;
Considerar possível aplicação de ACV em determinado empreendimento para
pelo menos um material, componente e sistema construtivo, como critério
obrigatório, com as seguintes condições;
o Realizar estudo de ACV para um material desde a fase de extração,
até a desativação, em conjunto com o fabricante;
o Propor equipe “qualificadas” para realizar estudo de ACV em parte da
construção. Exemplo: no sistema estrutural, na fase de construção por
meio da classificação da ACV em Gate to grave.
6 CONCLUSÕES
155
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
157
CUNHA, V. Certificação ambiental de edficações: lições aprendidas e visão de future –
experiências brasileiras: BREEAM – Building Research Establishment Environmental
Assessment Method. Seminário Internacional Avaliação Ambiental de Edif´cicios: as práticas
brasileiras e as tendências mundiais. São Paulo, 2011.
DGNB – Deutsche Gesellschaft fur Nachhaltiges Bauen eV. Informe Geral.
Disponível em < http://www.dgnb.de/de/>. Acesso em 07 fev. 2015.
DINIZ, E. M. Os resultados da Rio1+10. Revista do Departamento de Geografia, v. 15, p.31-
35. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, 2002.
DU PLESSIS, C. (2002). Agenda 21 for sustainable construction in developing countries.
CIB Information Bulletin, 2002. Disponível em :<http://www.
cibworld.nl/pages/begin/Agenda21Brochure.pdf>. Acesso em: 14.Sept. 2011.
EC-JRC – JOINT RESEARCH CENTRE OF THE EUROPEAN COMMISSION. International
Reference life cycle data system. Analysis of existing Environmental Impact
Assessment methodologies for use in Life Cycle Assessment. ILCD Handbook - (2010).
Luxembourg: Office of the European Union. 2010a.
EC-JRC – JOINT RESEARCH CENTRE OF THE EUROPEAN COMMISSION. International
Reference life cycle data system. Framework and requirements for Life Cycle Impacts
Assessment models and indicators. ILCD Handbook - (2010). Luxembourg: Office of the
European Union. 2010b.
EC-JRC – JOINT RESEARCH CENTRE OF THE EUROPEAN COMMISSION. International
Reference life cycle data system. General guide for Life Cycle Assessment – Detailed
guidance. ILCD Handbook - (2010). Luxembourg: Office of the European Union. 2010c.
EEA. Biodiversity. In: EEA. Europe’s environment: the fourth assessment European
Environmental Agency. Ed. Brussels: EEA, 2007. P. 145-178. (State of the environment
report, 1/2007). Disponível em: <http://www.eea.europa.eu/publications/state_of_
environment _report_2007_1 > Acesso em: 01 fev. 2015.
FCAV – FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLIN. (2013). Referencial técnico de
certificação – edifícios habitacionais - processo AQUA: vs.2, 2013.
FCAV – FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLIN. (2014a). Referencial de Avaliação da
Qualidade Ambiental de Edifício Residenciais em Construção. Fundação Vanzolini.
CERWAY. Março, 2014a.
FCAV – FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLIN. (2014b). Regras de certificação
AQUA-HQE certificado pela Fundação Vanzolini para edifícios em construção. Fundação
Vanzolini. CERWAY. Março, 2014b.
FCAV – FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLIN. (2014c). Referencial Técnico de
Certificação – SGE – Sistema de Gestão do Empreendimento para Edifícios em Construção.
Fundação Vanzolini. CERWAY. Março, 2014c.
FERREIRA, A. B.; COSTA, A. L. S.; SANTOS, C. R.; SILVESTRE, K. B. Avaliação do
impacto ambiental do uso e ocupação da terra na sub-bacia hidrográfica do Rio Vacaraí-
Mirim/RS-Brasil. Anais XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 25-30, p. 3769-
3776, Natal-RN, abril, 2009.
FINNVEDEN, G. et al. (2009). Recent developments in Life Cycle Assessment. Journal of
Environmental Management, v.91, n.1, p.1-21.
FOSSATI, M. Metodologia para avaliação da sustentabilidade de projetos de edifícios: o
caso de escritórios em Florianópolis. 2008. 342.p. Tese (Doutorado). Universidade Federal
de Santa Catarina. Florianópolis, 2008.
GBC Brasil (2012) – GREEN BUILDING COUNCIL BRASIL. Info sheet. Página institucional.
Disponível em: <http://www.gbcbrasil.org.br> Acesso em: 20 de Agosto de 2014.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4rded. Ed. Atlas S. A., São Paulo. 2007.
GOEDKOOP, M.; SPRIENSMA, R. (2001). The Eco-indicator 99 a damage oriented
method for life cycle impact assessment: methodology report. 3rded. Netherlands: Pré
Consultants.
GOMES, L. O. (2011). Design de informação e a modelagem conceitual nos softwares
de ACV – estudo de caso Umberto. [S.l.:s.n.].
GUIMARÃES, R. P.; FONTOURA, Y. S. R. Rio+20 ou Rio-20? Crônica de um fracasso
anunciado. Revista Ambiente e Sociedade vol.15 n.3, São Paulo, 2012.
GUINÉE, J. B. et al. (2001). Handbook on life cycle asssessment – operation guide to the
ISO standars - part 2B: operational anne. Dordrecht: Academic.
GREEN GLOBES. (2004). History of the green globes system. Disponível
em:<http://www.thegbi.org/products/green-globes/history.shtml>. Acesso em: 14 Nov. 2013.
GRUNBERG, P. R. M.; MEDEIROS, M. H. F.; TAVARES, S. F. Certificação Ambiental de
Habitações – Comparação entre LEED for Homes, Processo AQUA e selo Casa Azul.
Revista Ambiente e Sociedade vol.17 n.2, São Paulo, 2014.
HAUSCHILD, M. Z.; POTTING, J. (2004). Spatial differentiation in life cycle impact
assessment – the EDIP 2003 methodology. Environmental News, n.80, Copenhagen.
HAUSCHILD, M.; JESWIET, J.; ALTING, L. (2005). From life cycle assessment to
sustainable production: status and perspectives. CIRP Annals – Manufacturing Technology,
v.54, n.2, p.1-21.
HILGENBERG, F. B. (2010). Sistema de certificação ambiental para edifícios – estudo de
caso: AQUA. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.
INTERNATIONAL INITIATIVE FOR SUSTAINABLE BUILT ENVIRONMENT. (2009). Energy
and environment issues in the building sector. [S.l.:s.n.].
IPCC. Summary for policymarkers. In: Solomon, S.; QIN, D.; MANNING, M.; ENHEN, Z.;
MARQUIS, M. AVERYT, K. B.; TIGNOR, M.; MILLER, H. L. Climate Change 2007: The
physical science basis. Contribuition of working Group I to the Fourth Assessment Report of
the Intergovernmental Panel on Climate Change (eds.) Cambridge University Press,
Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA. P. 2-18, 2007.
JOHN, V.M.; PRADO, R.T.A. (Coord.). (2010). Boas práticas para habitação mais
sustentável – selo CASA AZUL. São Paulo: Páginas e Letras.
JOHNSON, B. Barriers to certification for LEED registered projects. 2005 90pages. Master of
Science, Department of Construction Management – Colorado State University Fort Collins,
Colorado, 2005.
JOLLIET, O. MARGNI, M.; CHARLES, R.; HUMBERT, S.; PAYET, J.; REBITZER, G.;
ROSENBAUM, R. (2003). IMPACT 2002+: a new life cycle impact assessment
methodology. The International Journal of Life Cycle Assessment, v.8, n.6, p.324-330.
JOLLIET, O.; SAADÉ, M.; CRETTAZ, P.; SHAKED, S.. (2010). Analyse du Cycle de Vie:
Comprendre et réaliser un Écobilan. 2ª ed. França: Science Ingénierie de I’environnment.
159
JUNIOR, N. B. C. A certificação verde no setor da construção civil: Os benefícios da
implementação da gestão e uso eficiente da água. Dissertação (mestrado) – Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
KALBUSCH. A. (2011). Método para avaliação do impacto ambiental da substituição de
equipamentos convencionais por equipamentos economizadores de água a partir da
avaliação do ciclo de vida. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2011.
KIENTZEL, J. (2010). Voluntary environmental building rating schemes as a method of
sustainable public procurement. In: SEMINARY SUSTAINABLE PROCUREMENT OF THE
STOCKHOLM UNIVERSITY, 2010, Netherlands.
KLEIN, S. S. (2002). Diretrizes de gestão ambiental na indústria da construção civil de
edificações. Dissertação (Mestrado) - Universidade Regional de Blumenau, Blumenau,
2002.
KLEIN, S. E. S.; SELL, I. (2002). Gestão Ambiental na Construção Civil de Edificações. In:
VII ENGEMA – ENCONTRO NACIONAL DE GESTÃO EMPRESARIAL E MEIO AMBIENTE,
São Paulo, 2002.
KOLLNER, T. Lnad use inproduct life cycles and ecosystem quality. Frankfurt and Main:
Peter Lang, p.271, 2003.
LESTIENNE, B. Johannesburg, ou “RIO+10” – 2ª Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento
Sustentável. Brasília, 2002. Disponível em: < http://resistir.info/>. Acesso em: 10 junho.
2014.
LIMA, A. M. F. (2007). Avaliação do ciclo de vida no Brasil – inserção e perspectivas.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2007.
LUCAS, S. M. S. de O. (2008). Critérios Ambientais na Utilização de Materiais de
Construção. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Aveiro, Aveiro, 2008.
MACEDO, D. B. G. (2011). Metodologia de avaliação do ciclo de vida de sistemas
construtivos – aplicação em um sistema estruturado em aço. Dissertação (Mestrado) -
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011.
MAGNANI, J. M. Análise Comparativa do Selo Casa Azul e do Sistema de Certificação
LEED For Homes. Monografia (Especialização) – Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2011.
MAZZER, C.; CAVALCANTI, O. A. Introdução à Gestão ambiental de resíduos. Infarma,
v.16, nº11-12, 2004.
MENDES, N. C. (2013). Métodos e modelos de caracterização para a Avaliação de Impactos
do Ciclo de Vida: análise e subsídios para a aplicação no Brasil. Dissertação (Mestrado) –
Universidade de São Paulo, São Carlos, São Paulo, 2013.
MMA – Ministério do Meio Ambiente. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em:
< http://www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos>. Acesso
em: 8 dezembro, 2014.
MORENO, A. C. R. Minha Casa Minha Vida: Análise de desempenho térmico pela NBR
15.220-3, NBR 15.575, Selo Casa Azul e RTQ-R (2013). Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.
MONTEIRO, H.; FREIRE, F. (2011). Life-cycle-assessment of a house with alternative
exterior walls: Comparison of three impact assessment methods. Energy and Buildings,
v.47,p.572-583, Apr.
NEPA – National Environmental Policy Act. Lei 91-190 (1969). Disponível em: <
http://www.epw.senate.gov/nepa69.pdf>. Acesso em: 15 dezembro. 2014.
NRDC – Natural Resources Defense Council. Disponível em: <http://www.nrdc.org/about/>.
Acesso em: 15 dezembro. 2014.
OLIVEIRA, L. D. Os “Limites do Crescimento” 40 anos depois: Das “Profecias do Apocalipse
Ambiental” ao “Futuro Comum Ecologicamente Sustentável”. Revista Continentes (UFRRJ),
n.1, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
OLIVEIRA, L. H. Metodologia para implantação de programa de uso racional da água em
edifícios. Tese (doutorado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo,
1999.
PATRICIO, R. M. R.; GOUVINHAS, R. P. (2005). The Development of a design model to
support the production environmental buildings appropriate to the reality of northeast part of
Brazil. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON ENGINEERING DESIGN AND THE
GLOBAL ECONOMY, 2005, Melbourne.
PAVAN, A. L. R. (2014). Análise de Modelos de carcterização de impactos do uso da terra
para a avaliação de impacto do ciclo de vida e recomendações para subsidiary a aplicação
no Brasil. Dissertação (mestrado) – Universidade de São Paulo, São Carlos 2014.
PEGORARO, L. A. (2008). Desenvolvimento de fatores de caracterização para toxicidade
humana em avaliação do impacto do ciclo de vida no Brasil. Dissertação (Mestrado) -
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2008.
PERES, R. B.; SILVA, R. S. Interfaces da gestão ambiental urbana e gestão regional:
análise da relação entre Planos Diretores Municipais e Planos de Bacia Hidrográfica.
Revista Brasileira de Gestão Urbana. Urbe. Vol.5. No.2, Curitiba, 2013.
PIEKARSKI, C. M. et al. (2012). Métodos de avaliação de impacto do ciclo de vida: uma
discussão para adoção de métodos nas especificidades brasileiras. Revista Gestão
Industrial, v.4, n.3, p.222-240, set.
PINTO, T.P. (2005). Gestão ambiental de resíduos da construção civil: a experiência da
SindusCon-SP. São Paulo: Obra Limpa; I&T; SindusCon-SP.
PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente. Lei Nº 6.938 (1981). Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 15 jan. 2015.
REBITZER, G.; EKVALL, T.; FRISCHKNECHT, R.; HUNKELER, D.; NORRIS, G.;
RYDBERG, T.; SCHMIDT, W.-P.; SUH, S.; WEIDEMA, BP.; PENNINGTON, DW. (2004).
Life cycle assessment. Part 1: Framework, goal and scope definition, inventory analysis, and
applications. Environment International, v.30, p.701-720.
RIBEIRO, W. C. Desenvolvimento Sustentável e Segurança Ambiental Global. Revista
Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. N. 312. Universidade de Barcelona,
Barcelona, 2001.
REIJNDERS, L.; VAN ROEKEL, A. (1999). Comprehensiveness and adequacy of tools for
the environmental improvement of buildings. Journal of Cleaner Production, No. 7, pp. 2221-
2225.
ROCHA, T. B.; UGAYA, C. M. L. (2010). Adaptação dos ICVS de Palma (Dendê) no Brasil.
In: CONGRESSO BRASILEIRO EM GESTÃO DE CICLO DE VIDA EM PRODUTOS E
SERVIÇOS, 2., 2010, Florianópolis. Anais… Florianópolis: [s.n.], 2010.
161
RODRÍGUEZ, O. O.; CASTELLS, F.; SONNEMANN, G. (2010). Life cycle assessment of
two dwellings: one in spain, a developed country, and one in Colombia, a country under
development. Science of the Total Environment, v.408, n.12, p.2435-2443.
ROMANO, F. V.; BACK, N.; OLIVEIRA, R. (2001). A Importância da modelagem do
processo de projeto para o desenvolvimento integrado de edificações. In: WORKSHOP
NACIONAL: Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios, 2001, São Carlos.
Anais... [S.l.:s.n.].
ROMÃO, C. (2004). Avaliação de Desempenho Ambiental – Conceituação. Disponível
em:<http://www.cesarromao.com.br/redator/item24146.html>. Acesso em: 20 jan. 2015.
ROSSI, E. (2013). Avaliação do Ciclo de Vida da Brita para a construção civil: Estudo de
Caso. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2013.
SANTI, T. Ecotoxicidade e legislação. Série Seminário Meio ambiente. Revista O papel,
capítulo III, p.20-22, fev. 2013.
SEQUINEL, M C. M. Cúpula mundial sobre desenvolvimento sustentável – Joanesburgo:
entre sonho e o possível. Revista Análise Conjuntural, v.24, n.11-12, p.12, nov./dez. 2002.
SEVERO, E. M. F.; CARVALHO FILHO, A. C.; SOUSA, H. J. C. (2012). Comparativo das
principais ferramentas para avaliação do ciclo de vida de edificações. In: CONGRESSO
BRASILEIRO EM GESTÃO DO CICLO DE VIDA DE PRODUTOS E SERVIÇOS, 3., 2012,
Maringá. Anais... [S.l.:s.n.].
SILVA, D. A. L. (2012a). Avaliação do ciclo de vida da produção do painel de madeira MDP
no Brasil. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de
São Paulo, São Carlos, 2012a.
SILVA, G. A. (2007a). Avaliação do ciclo de vida – sua importância para a sustentabilidade
da construção civil. In: CICLO DE DEBATES SOBRE CONSTRUÇÃO CIVIL
SUSTENTÁVEL “MEIO AMBIENTE EM DEBATE” – Insumos e Resíduos. São Paulo.
Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br /wp-
content/uploads/noticias/2007/10/gil.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2013.
SILVA, R. C. (2012b). Proposta de melhorias para a fase de projetos de edificações
públicas sob o foco da sustentabilidade ambiental: estudo de caso de um edifício de uma
Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) de acordo com o sistema de certificação
LEED. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012b.
SILVIA, V. B.; CRISPIM, J. Q. Um breve relato sobre a questão ambiental. Revista
GEOMAE. v.2n.1 p.163-175. Campo Mourão, 2011.
SILVA, V. G. (2003). Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros:
diretrizes e base metodológica. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo, São Carlos,
2003.
______. (2007b). Uso de materiais e sustentabilidade. Revista Sistemas Prediais (Online).
Disponível em:<http://www.nteditorial.com.br/
revista/Materias/index.asp?RevistaID1=7&Edicao=22&id=200&TopicoID=318>. Acesso em:
25 ago. 2012.
SILVA, V. G.; SILVA, M. G.; AGOPYAN, V. (2001). Avaliação do desempenho ambiental de
edifícios: Estágio Atual e Perspectivas para desenvolvimento no Brasil. In: ENCONTRO
NACIONAL, 2.,/ ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE EDIFICAÇÕES E
COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS, 2001, Canela. Anais... [S.l.:s.n.].
SOARES, S. R.; SOUZA, D. M.; PEREIRA, S. W. (2006). Avaliação do ciclo de vida no
contexto da construção civil. In: SATTLER, M.A.; PEREIRA, F.O.R. (Ed.). Construção e
meio ambiente. Porto Alegre: Habitare. Cap.4, p.96-126. (Coletânea Habitare, 7).
SOCIETY OF ENVIRONMENTAL TOXICOLOGY AND CHEMISTRY (1993). Guidelines for
life-cycle assessment: a code of practice. Washington.
SOCIETY OF ENVIRONMENTAL TOXICOLOGY AND CHEMISTRY. SETAC Foundation for
Environmental Education. (1991). A Technical framework for life−cycle assessment,
Washington, DC: Society of Environmental Toxicology and Chemistry and SETAC
Foundation for Environmental Education Inc. In: WORKSHOP HELD IN SMUGGLERS
NOTCH, 1990, Vermont.
SOUZA, D. M. (2010). Proposta de um modelo de caracterização de impactos do uso da
terra, segundo indicadores de biodiversidade em AICV: cálculo de fatores de caracterização
para ecorregiões brasileiras. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2010.
SOUZA, J. C. S. (2012). A Norma de desempenho de edificações NBR 15.575.
Comunicação Técnica Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). In: ENCONTRO
NACIONAL DA INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA, 41., 2012, Campos Grande.
STEEN, B. (1999a). A Systematic approach to environmental priority strategies in product
development (EPS). Version 2000 – general system characteristics. [S.l.:s.n.]. (Centre for
Environmental Assessment of Products and Material Systems, CPM report).
______. (1999b). A Systematic approach to environmental priority strategies in product
development (EPS). Version 2000 – models and data of the default method. [S.l.:s.n.].
(Centre for Environmental Assessment of Products and Material Systems, CPM report).
TACHARD, A. L. R.S. (2010). Desenvolvimento de fatores de normalização de impactos
ambientais regionais para avaliação do ciclo de vida (ACV) de produtos no estado de São
Paulo. Tese (Doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Paulo, São Carlos, 2010.
TAKEDA, A.; TACHARD, A. L.; OMETTO, A. R. (2010). Levantamento de métodos de
Avaliação de Impacto de Ciclo de Vida (AICV) mais recorrentes em estudos. In: 2º
Congresso Brasileiro em Gestão de Ciclo de Vida de Produtos e Serviços – ACV 2010.
Artigos científicos. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.
TODD, J. A.; CURAN, M. A. (1999). Streamlined life-cycle assessment: a final report from
the SETAC North America streamlined LCA workgroup. Washington: Environmental
Toxicology; Society of Environmental Toxicology and Chemistry; SETAC Foundation for
Environmental Education.
TRUSTY, W. B. (2009). Incorporating LCA in green building rating systems. Revista
Eletrônica: Athena Sustainaible Materials Institute. Disponível
em:<http://www.athenasmi.org/wpcontent/uploads/2012/0/AWMA_Incorporating_LCA_I>.
Acesso em: 24 out. 2012.
TRUSTY, W. B.; HORTS, S. (2002). Integrating LCA tools in green building rating systems.
In: USGBC GREEN BUILD INTERNATIONAL CONFERENCE & EXPO, 2002, Austin.
Proceedings… Austin: Building Green. p.53-57.
UNEP – United Nations Environment Programme (2011). Decoupling Natural
Resource Use and Environmental Impacts from economic growth. A report of the
working group on decoupling to the international resource panel. FISCHER, m. k.;
SWILLING, m.; von WEIZSACKER, E. U.; REN, Y.; MORIGUCHI, Y.; CRANE, W.;
KRAUSMAN, F.; EISENMENGER, N.; GILJUM, S.; HENNICKE, P.; ROMERO, P. L.;
SIRIBAN, A. M. (eds.) UNEP, p. 1-3, 2011.
163
UNEP/SETAC Life Cycle Initiative. Life Cycle Approaches – The road from analysis to
practice. United Nations Publication, Paris, França, 2005.
USGBC – UNITED STATES GREEN BUILDING COUNCIL. (2013). Info sheet. Disponível
em:<http://www.usgbc.org/>. Acesso em: 23 set. 2013.
USGBC – UNITED STATES GREEN BUILDING COUNCIL. (2009). Green building rating
system: LEED for new construction and major renovation – with alternative compliance paths
for projects outside the U.S. [S.l.:s.n.].
WACKERNAGEL, M.; MONFREDA, C.; MORAN, D.; WERMER, P.; GOLDFINGER, S.;
DEUMLING, D.; MURRAY, M. National Footprint and Biocapacity Account 2005: the
underlying calculation method. Global Footprint Network, 2005.
WENZEL, H.; HAUSCHILD, M.; ALTING, L. Environmental Assessment of Products.
Bonton/Dordrecht/London Kluwer Academic Publisehrs, 1997.v.1 e 2.
ZANGHELINI, G. M. et al. (2012). Percepção do uso de diferentes métodos de AICV: uma
comparação baseada no aquecimento global. In: CONGRESSO BRASILEIRO EM GESTÃO
DO CICLO DE VIDA DE PRODUTOS E SERVIÇOS, 3., 2012, Maringá. Anais... [S.l.:s.n.]
ZHENG, G.; JING, Y.; HUANG, H.; ZHANG, X.; GAO, Y. (2009). Application of life cycle
assessment (LCA) and extenics theory for building energy conservation assessment.
Energy, v.34, n.11, p.1870-1879.
ZENID, Geraldo José (Coord.). Madeira: uso sustentável na construção. Publicação IPT n.
3.010. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas/SVMA, 2009. 100p. Disponível em:
<http://www.sindusconsp.com.br/downloads/prodserv/publicacoes/manual_
madeira.pdf>. Acesso em: 27 set. 2014.