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Raca e Racismo No Brasil Causas e Efeito
Raca e Racismo No Brasil Causas e Efeito
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Resumo
O trabalho analisa a perspectiva de raça e racismo no Brasil, como se formam os
campos e visões sobre o tema, e recorre à literatura histórico sociológica sobre o
processo que se debruça nas relações raciais transnacionais entre o Sul e o Norte
global, associando distintas épocas e movimentações humanas para que seja possível
compreender minimamente, de forma crítica, como o tema é apresentado e
interpretado na sociedade brasileira contemporânea.
Abstract
The article analyzes the perspective of race and racism in Brazil, how to form the
fields and visions on the theme, and uses sociological historical literature on the 162
process that focuses on transnational racial relations between the Sur and the global
North , associating different epochs and human movements so that it is possible to
understand, minimally, critically, how the theme is presented and interpreted in
contemporary Brazilian society.
Introdução
Traçar essas breves linhas sobre a perspectiva de raça e racismo no Brasil,
como se formam os campos e visões sobre o tema, é recorrer à literatura histórico
sociológica sobre o processo que se debruça nas relações raciais transnacionais entre
o Sul e o Norte global, associando distintas épocas e movimentações humanas para
que possamos minimamente compreender como o tema é apresentado e interpretado
na sociedade brasileira.
Recibido: 31 de marzo de 2021 ~ Aceptado: 30 de junio de 2021 ~ Publicado: 8 de julio de 2021
1
É pós doutor em Cultura e Sociedade pelo Programa Multidisciplinar em Cultura e Sociedade da Universidade
Federal da Bahia. Doutor em ciências sociais pelo Departamento de Estudos Latino-americanos da
Universidade de Brasília. Professor da Universidade Federal do Sul da Bahia em Porto Seguro. Coordenador
do Grupo de Pesquisa Pensamento Negro Contemporâneo, UFSB-CNPQ. Correo electrónico:
richardsantos@csc.ufsb.edu.br 🐦Twitter @Bigrichardd 🆔 https://orcid.org/0000-0002-7870-7554.
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ISSN 2525-1112 | Año 6 No. 11 Enero - Junio 2021, pp. 97-117
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1. A raça sociológica
No Brasil o racismo é ao mesmo tempo produzido pela categorização racial,
e produtor da categoria raça. É o que nos informam pesquisas descentradas, que não
coadunam com a verdade interessada aos meios hegemônicos. Autores associados ao
que chamamos de Pensamento Negro Contemporâneo como Alberto Guerreiros
Ramos, Lélia Gonzalez, Clóvis Moura, Sueli Carneiro, Muniz Sodré, Maria do Carmo
Rebouças dos Santos e Joaze Bernardino, de épocas e realidades distintas, entre
outros, são responsáveis por obras seminais que desencobrem o mito da democracia
racial brasileira, e desvelam como a manipulação da categoria raça serve para a
identidade branca e a manutenção de seus poderes.
Com suas contribuições é possível observarmos o fenômeno brasileiro onde
o Estado jamais oficializou o racismo vivido pela população negra, mas que é 165
perceptível nas práticas sociais, nos discursos, dados demográficos e vivências das
populações não brancas.
Pesquisa pioneira no Brasil, foi desenvolvida por Carlos Hasenbalg (1979)
analisando a situação social entre negros e brancos a partir de dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, e que contribuiu para que o grupo de
pesquisadores e militantes críticos e distanciados do mito da democracia racial
aprofundasse a compreensão de que raça é componente importante nas estruturas
sociais, ou seja: a exploração de classe e a opressão racial se articulam como
mecanismos de exploração da população negra e esse processo resulta nas
desigualdades experenciadas pela nação.
Os negros são explorados economicamente e essa exploração é praticada
pelas classes brancas dominantes. É neste sentido que Guimarães contribui com a sua
teorização de raça para a realidade brasileira. Dirá ele que não se trata de um dado
biológico, mas de construtos sociais, formas de identidade baseadas numa ideia
biológica errônea, mas eficaz socialmente para construir, manter e reproduzir
diferenças e privilégios.
Com a perspectiva de raça no contexto sociológico em mente é que será
possível compreender que a existência de raças humanas não encontra qualquer
comprovação no bojo das ciências biológicas, elas são, isso sim plenamente existentes
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Em seu livro, Crítica à Razão Negra, Mbembe defende que a razão negra designa tanto um conjunto de
discursos como de práticas – um trabalho cotidiano que consistiu em inventar, contar, repetir e pôr em
circulação fórmulas, textos, rituais com o objetivo de fazer acontecer o negro enquanto sujeito de raça e
exterioridade selvagem passível de desqualificação moral. MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Portugal:
Antígona, 2014, p. 58.
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PNAD Contínua 2020. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-
amostra-de-domicilios-continua-mensal.html?=&t=destaques Visualizado em 19 de março de 2021.
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https://polis.org.br/estudos/raca-e-covid-no-msp/ Visualizado em 19 de março de 2021.
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https://covid19.ibge.gov.br/pnad-covid/ Visualizado em 19 de março de 2021.
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https://www12.senado.leg.br/noticias/arquivos/2016/06/08/veja-a-integra-do-relatorio-da-cpi-do-
assassinato-de-jovens Visualizado em 19 de março de 2021.
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http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=30411:atlas-da-
violencia&catid=217:presidencia&directory=1 Visualizado em 19 de março de 2021.
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https://www.gov.br/ancine/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/apresentacoes/diversidade-de-
genero-e-raca-nos-lancamentos-brasileiros-de-2016 Visualizado em 19 de março de 2021.
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Guimarães, A.S.A. Preconceito racial: modos, temas e tempos. 2ºed. – São Paulo:
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