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História Ou História: o Caso Laurentino Gomes

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HISTÓRIA OU HISTÓRIA: O CASO LAURENTINO GOMES

Mariana Duarte45

Resumo: O presente ensaio foi redigido a partir da análise de temas como a história da
leitura no Brasil, a circulação de livros, a formação de público, a educação no país e a
formação de escritores. Escolhi, então, discorrer acerca do acentuado sucesso do jornalista
Laurentino Gomes, como escritor, produzindo livros sobre a História do país. Como
historiadora, acredito na importância de compreender e de analisar quais são os aspectos e
os pontos cruciais dos livros 1808 (2007), 1822 (2010) e 1889 (2013), que resultaram em
uma grande vendagem de exemplares e transformaram o jornalista em um escritor detentor
de uma chamada “receita de best-seller”, e com isso fazendo com que sejam necessários
maiores questionamentos sobre como fazer e aprender História.

Palavras-chave: Sociologia da Leitura; Laurentino Gomes; História do Brasil.

Abstract: This essay talks about topics of the History of reading in Brazil, the circulation of
books, the public formation, the education in the country and the formation of writers. I chose
to argue about the sharp success of the journalist Laurentino Gomes as a writer, producing
books about the History of the country. I believe in the importance of understanding and
analyzing the aspects and the crucial points of the books 1808 (2007), 1822 (2010), and
1889 (2013), which resulted in a best-selling copies, and turned the journalist in a holder of a
writer called "bestselling recipe", and thus making them needing further questions about how
to do and learn history.

Keywords: Reading Sociology, Laurentino Gomes, History of Brazil.

[...] cada livro de História representa um fragmento do passado.


Dessa representação surgem todas as proposições
metodológicas ou teóricas que se podem identificar.
Parece-me que podemos voltar sempre
a esta definição da cientificidade da História 46. (CHARTIER, 2001)

O presente ensaio tem como objetivo principal discorrer acerca das obras
best-sellers publicadas pelo jornalista paranaense Laurentino Gomes, desde o ano
de 2007. As publicações, classificadas como não ficcionais, tratam de eventos
importantes da História do Brasil. São elas: 1808: como uma rainha louca, um
príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história
de Portugal e do Brasil (2007), que terá mais destaque na análise deste ensaio por
ser o ponto de partida do autor; 1822: como um homem sábio, uma princesa triste

45 Licenciada em História (UCS), Mestra em Letras, Cultura e Regionalidade (UCS) e doutoranda em


Letras - Bolsista Capes (UCS/UniRitter).
46 A História que aqui destaco: redigida com letra maiúscula, é uma ciência humana que estuda o

desenvolvimento e as ações do homem no tempo e no espaço. Para realizar a produção


historiográfica, os historiadores utilizam-se de fontes como escritos, gravações, documentos,
entrevistas orais (História oral) e arqueológicos.

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e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que
tinha tudo para dar errado (2010) e 1889: como um imperador cansado, um
marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia
e a Proclamação da República no Brasil (2013), este último, há pouco lançado, será
menos referido nesta proposta de estudo, mas, por seguir a mesma linha das
publicações anteriores, é importante citá-lo.
As obras tratam respectivamente de temas fundantes para a História
brasileira: a vinda da família real portuguesa para a cidade do Rio de Janeiro, no
Brasil, a independência do país e a transição do sistema monárquico para o
sistema republicano. Todos estes fatos históricos estão disponíveis para consultas
em livros científicos, embasados em documentos. Estes fatos também são
ensinados nas escolas por professores licenciados, geralmente em História,
auxiliados por livros didáticos que referenciam obras de grandes autores. Deste
ponto de vista, surge a classificação para as obras Gomes: literatura não ficcional.
A literatura não ficcional caracteriza-se por abordar temas concretos, ou
seja, são temas biográficos, noticiários, documentários, literatura técnica, textos
científicos e também históricos. Acredita-se que o autor de uma obra de não ficção
deve partir de um fato real e que este deve ser representado de “forma fiel”, mas
sabemos que nem a historiografia está livre da questão da fidelidade e da
imparcialidade. O jornalista Laurentino Gomes trata, em suas obras, de fatos reais e
concretos, mas a classificação de não ficção incomoda a mim e a outros
historiadores.
Atualmente, a Sociologia da Leitura debate as diferentes pesquisas de
opinião realizadas para desvendar o que o público está lendo. A publicação 1808,
obra de estreia de Gomes, junto ao livro 1822, chegou a atingir 1,2 milhões de
exemplares vendidos47. Segundo o autor, sua intenção inicial era vender cerca de
20 mil cópias de seu primeiro livro, e, diz ainda não compreender muito bem como
conquistou uma vendagem tão alta. Além disso, o jornalista ganhou o Prêmio
Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em duas categorias: Melhor Livro-
reportagem e Livro do Ano de Não Ficção, por 1808. Este mesmo livro também
foi eleito o Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras e

47Fonte: Vender um milhão de livros é ‘razoável’, diz autor de ‘1808’ e ‘1822’. Matéria publicada em
09/09/2011. http://g1.globo.com/bienal-do-livro/rio/2011/noticia/2011/09/vender-um-milhao-de-livros-e-
razoavel-diz-autor-de-1808-e-1822.html. Acesso em 24/01/2014.

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permaneceu durante três anos seguidos na lista dos livros mais vendidos do Brasil
e também de Portugal.
Mas como explicar o alto índice de vendas? Como um grande número de
leitores brasileiros, e também leitores estrangeiros como os portugueses, passou a
se interessar repentinamente pelo tema da História do Brasil, matéria considerada
desgastante e algumas vezes monótona, em especial pelos alunos da educação
básica?
O autor destas obras, José Laurentino Gomes, nasceu em Maringá-PR, é
formado em jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação
em Administração pela Universidade de São Paulo. Trabalhou como repórter e
editor para o jornal O Estado de São Paulo e para a revista Veja, e foi diretor da
Editora Abril. É membro titular da academia paranaense de Letras e do Instituto
Histórico e Geográfico de São Paulo.
Tendo em vista a formação acadêmica e a trajetória de Gomes, verificamos
que sua formação não é de historiador e está em sua maior parte voltada para o
jornalismo, profissão que exerce há mais de trinta anos. Não há dúvidas de que o
autor possui domínio da escrita e que ele tenta justificar através de um grande
número de notas explicativas quais são suas fontes históricas, porém, grande parte
do incômodo proveniente dos historiadores se dá em razão de sua graduação em
Jornalismo, o que tecnicamente o manteve distante de estudos como Teoria da
História e Historiografia. Ambas as áreas, Jornalismo e História, possuem
aproximações e distanciamentos, uma delas é quanto ao uso de fontes, enquanto o
historiador tem a obrigação de revela-las, o jornalista pode suprimi-las. Pode-se
ponderar também a questão da linguagem, o primeiro usualmente escreve para
pesquisadores e colegas de profissão e o jornalista deve produzir uma redação de
fácil assimilação para o público de forma geral.
Geralmente, os bacharéis e os licenciados em História trazem consigo um
grande pré-conceito sobre jornalistas ou profissionais de outras áreas escrevendo
um livro de História. Por esse motivo, durante uma das aulas de Sociologia da
Literatura, ao ver p o r m e i o d e pesquisas expostas pelos colegas, mais de
uma vez o nome de Gomes como autor mais lido ou lembrado pelos leitores,
eu recordei de uma entrevista sua ao programa Entrevista Coletiva, da Rede
Bandeirantes de Televisão, em novembro de 2013, próximo ao lançamento da
obra 1889. Na ocasião, em determinado momento do programa, Gomes

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comentava sobre o quão atrativo pode ser uma leitura que proporciona detalhes
pessoais e cotidianos que não estão nos livros oficiais de História: “em um baile, o
Imperador Dom Pedro II, ao adentrar no salão de festas, tropeçou e ironicamente
disse: ‘A monarquia tropeça, mas não cai! ’. Na semana seguinte, era proclamada a
República.”. O ocorrido soa bastante interessante e até irônico, mas ao ser
questionado pelo entrevistador como o autor sabia ou como poderia comprovar
essa informação, um ar constrangedor tomou conta do estúdio de gravação.
Em 1808, Laurentino Gomes busca justificar, através de notas, os eventos
relatados no livro. Estas notas estão dispostas no final da obra separadas por
capítulos, e os eventos relatados seguem o mesmo gênero do episódio do
tropeço do Imperador comentado em entrevista. Já em 1822, estas notas
encontram-se ao final de cada capítulo. Nelas, aparecem nomes, títulos de livros,
apontamentos de cartas, enfim, pessoas e também obras e documentações onde
estariam citadas “cenas dos bastidores” da História do Brasil. Destaco algumas
referências de autores importantes como, do historiador brasileiro Nelson Werneck
Sodré e do historiador norte-americano Thomas E. Skidmore, conhecido
brasilianista, mas também encontramos nas notas diversos nomes desconhecidos
dos estudiosos de História.
Logo nas primeiras páginas de 1808, Gomes comunica que o livro é o
resultado de dez anos de investigação jornalística. Em 1822, creditado como
sequência de 1808, o escritor informa que o livro foi escrito no período entre
novembro de 2009 e junho de 2010, ou seja, apenas sete meses, o que é uma
grande diferença no espaço de tempo de produção de sua primeira obra. Ainda no
início de 1822, Gomes agradece ao “diplomata, ensaísta, historiador, poeta e
acadêmico” Alberto da Costa e Silva, por haver sido um interlocutor atento, e que,
conhecedor da História brasileira, revisou cada capítulo escrito pelo jornalista,
fazendo críticas e observações que o fizeram corrigir enfoques, informações e até
nomes e datas, o que teria contribuído para a boa finalização da obra. Alberto da
Costa e Silva, citado por Gomes, é um importante pesquisador da História da África,
portanto, cremos que seus trabalhos junto à consulta de documentos, arquivos e
historiadores chamados “clássicos” não configurariam um problema na bibliografia
consultada pelo jornalista, mas, sim, o fato de o mesmo não ser um “historiador de
carteirinha”, já que é no ambiente acadêmico que refletimos sobre o fazer do

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historiador e sobre a História enquanto ciência – carente de provas sociais e
culturais para ser conferida.
Mesmo tendo um revisor de renome em sua segunda publicação, acho
importante ressaltar a grande diferença no tempo de produção das duas obras. Por
ser uma sequência, sem dúvida o livro 1822 já possuía grande parte de sua ideia e
de suas fontes de pesquisa coletadas. Contudo, ao buscar mais informações sobre
Laurentino Gomes, é possível verificar na mesma entrevista ao jornal online G1,
referida anteriormente neste ensaio, a divulgação de uma palestra ministrada pelo
jornalista em setembro de 2011 com o tema “Receita do best-seller”. Talvez, por já
ser detentor dessa receita, sua segunda obra teve um tempo de produção bem mais
curto, prontamente confiante em seu sucesso. Dentre os ingredientes para a
determinada receita está, nas palavras do próprio Gomes, boa fórmula de capa e
título, para atrair o leitor, algo que até hoje é pouco explorado pelo mercado editorial
brasileiro.
É de se concordar com Gomes. A fórmula apresentada pelo jornalista deve
ser analisada e valorizada, refletindo junto a isso sobre o que escreveu o
escritor argentino Alberto Manguel, em Uma história da leitura (2002):

Minhas mãos, escolhendo um livro que quero levar para a cama ou para a
mesa de leitura, para o trem ou para dar de presente, examina a forma
tanto quanto o conteúdo. [...] Os livros declaram-se por meio de seus
títulos, seus autores, seus lugares num catálogo ou numa estante, pelas
ilustrações em suas capas; declaram-se também pelo tamanho. Em
diferentes momentos e em diferentes lugares, acontece de eu esperar que
certos livros tenham determinada aparência, e, como ocorre com todas as
formas, esses traços cambiantes fixam uma qualidade precisa para a
definição do livro. Julgo um livro por sua capa; julgo um livro por sua forma
(MANGUEL, 2002, p. 149).

Aprofundando essa análise, inicio, então, a reflexão acerca do título das


obras. Após as datas, – 1808, 1822 e 1889 – que podem ser reconhecidas por
quem possui um breve conhecimento da História de nosso país, encontram-se
uma série de adjetivos atribuídos aos nobres da corte e aos envolvidos nos
processos de transição política do país. Louca, medroso, corruptos, sábio, triste,
cansado, vaidoso e injustiçado, essas são as atribuições dadas a diferentes
pessoas que tiveram papéis importantes nos fatos históricos relatados. Essas
qualidades e esses defeitos impostos a diversas pessoas irão se repetir nas
páginas dos livros, todavia, ao serem colocados nos títulos, tornam-se um

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grande atrativo ao leitor alvo. Afinal, parece-me uma forma de consolo conferir a
uma rainha o título de louca, a um príncipe o defeito de medroso e a qualquer
membro detentor de poder a condição de corrupto, algo muito semelhante ao que
fazemos no dia a dia, ao julgar dirigentes e políticos ou qualquer pessoa a um
cargo superior aos nossos.
Para a filósofa Marilena Chaui, a criação do Brasil é apartada por mitos
fundadores, não apenas no sentido etimológico, mas no sentido antropológico,
buscando soluções imaginárias para as tensões, os conflitos e as contradições que
não encontram caminhos para serem resolvidos no nível da realidade vivenciada
(2000, p. 9). Na obra Brasil: mito fundador e sociedade autoritária (2000), é
possível verificar de onde pode vir essa atribuição de qualidades e defeitos à
população de diferentes classes:

Essa representação permite, em certos momentos, crer na unidade, na


identidade e na indivisibilidade da nação do povo brasileiro, e, em outros
momentos, conceber a divisão social e a divisão política sob a forma dos
amigos da nação e dos inimigos a combater, combate que engendrará ou
conservará a unidade, a identidade e a indivisibilidade nacionais. Eis
porque pesquisas de opinião indicam que uma parte da população atribui
os males do país à colonização portuguesa, à presença de negros e
asiáticos e, evidentemente, aos maus governos, traidores do povo e da
pátria. Nada impede, porém, que em outras ocasiões o inimigo seja o
“gringo” explorador ou alguma potência econômica estrangeira. A
representação é suficientemente forte e fluida para receber essas
alterações que não tocam em seu fundo.
[...]
A força persuasiva dessa representação transparece quando a vemos
em ação, isto é, quando resolve imaginariamente uma tensão real e produz
uma contradição que passa despercebida. É assim, por exemplo, que
alguém pode afirmar que os índios são ignorantes, os negros são
indolentes, os nordestinos são atrasados, os portugueses são burros, as
mulheres são naturalmente inferiores, mas simultaneamente, declarar que
se orgulha de ser brasileiro porque somos um povo sem preconceitos e
uma nação nascida da mistura de raças. (CHAUI, 2000, p. 7 – 8)

A atribuição de adjetivos aos personagens da trama virá a se repetir diversas


vezes ao longo das páginas. Por exemplo, sem fazer referência à origem dessas
informações em notas, Gomes (2007) declara, em 1808: “Príncipe regente e, depois
de 1816, rei do Brasil e de Portugal, D. João tinha medo de siris, caranguejos e
trovoadas.” (p. 167) e em 1822:

A intelectual e virtuosa Leopoldina era, porém, rechonchuda e


desleixada com as roupas e o corpo. Preferia colecionar rochas,
borboletas, plantas e animais silvestres a participar das festas e noitadas
que tanto fascinavam o marido. (GOMES, 2010, p. 127)

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Chama a atenção os reforços na característica de medroso de D. João,
assim como a observação feita a respeito da aparência física de Leopoldina, pois
acredito que não sejam informações relevantes para a formação social, política ou
econômica do país. Essas são nada mais que informações alegóricas. Acrescento
aqui os apontamentos feitos pelo sociólogo Emir Sader, em um sucinto artigo que
trata sobre a banalização da História feita por esses tipos de publicação. Sader
compara as obras de Laurentino Gomes às telenovelas brasileiras:

Relatam, mas não explicam nada. Nenhum desses episódios permite


entender o que foi o colonialismo no Brasil, como a exploração do país se
apoiou em trabalho escravo. Os dois pilares indispensáveis para entender
a história do Brasil, segundo o seu maior historiador, Caio Prado Jr., estão
ausentes: o colonialismo e a escravidão que nos fundaram como país e se
tornaram elementos indispensáveis para compreender o país, estão
ausentes. Os personagens parecem representar a si mesmos e não a
interesses históricos que os transcendem. (SADER, 2014)

Assim observando, a história de Gomes tem um ponto em comum com a


História relatada pela chamada História Oficial: ambas sempre darão ênfase aos
grandes nomes, uma vez chamados de “heróis” pelos livros didáticos clássicos. Os
livros do jornalista, durante todo seu enredo, mantêm o foco nos personagens, em
sua maioria da corte. Os escravos e os trabalhadores livres do Brasil Colonial e
após do Brasil Império são deixados, mais uma vez, em segundo plano. Não é
possível dizer que Laurentino Gomes está fazendo Nova História ou Micro História,
teorias bastante atuais e bem recebidas pelos intelectuais. No caso da Micro
História, teoria apresentada pela primeira vez na Itália, nos anos 1980, a partir de
publicações de Carl Ginzboug, a produção do material histórico é realizada dentro
dos princípios da etnografia e trazendo para a superfície também o protagonismo
dos que estão as margens da sociedade.
Os personagens nobres que são o foco principal, como dito no parágrafo
anterior, aparecem romanceados, em vista do número de características, inclusive
físicas, atribuídas a eles. Esse caso pode ser remetido às telenovelas de grande
audiência, onde figuras caricatas e polêmicas podem vir a ser mais interessantes
que o roteiro e a história em questão. Certa vez – em uma palestra proferida na
universidade – um professor historiador, ao falar sobre as dificuldades de lecionar
História no ensino básico, articulou que os estudantes empolgavam-se mais em
ouvir do professor de História que “a fuga da família real para o Brasil deu-se tão às
pressas que Carlota Joaquina esqueceu todas as suas perucas”, do que saber os

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principais motivos que resultaram na viagem e se podemos mesmo caracterizá-la
como uma “fuga”, e também quais impactos tal ação gerou na colônia portuguesa.
O próprio autor de 1808 (2007) escreve que os historiadores nunca chegaram a um
consenso sobre se realmente houve uma fuga ou não. (p. 21). A primeira
consideração sobre as perucas é digna de arrancar gargalhadas; logo, a segunda
é monótona e soa desinteressante. Talvez aqui esteja mais uma das fórmulas
chave utilizadas por Gomes. Apesar disso tudo, analisamos também algo que
possa estar subentendido para alguns leitores mais desatentos: a questão das
perucas, o medo dos siris, entre outros detalhes aparentemente bizarros
escamoteiam na verdade a situação delicada em que Portugal se encontrava,
devendo à França e à Inglaterra e ao Imperialismo Inglês.
Na entrevista concedida em 2011 para o portal de informações G1, sobre
a palestra para a receita do best-seller de Gomes, o escritor trouxe ainda mais
“ingredientes”:
É essencial ter linguagem acessível e fácil de entender. [...] É preciso
dominar a língua, ter uma história significativa para contar e saber contá-
la de forma acessível. Tem muito autor que não se preocupa com isso e
escreve sem pensar no leitor. Para tentar se tornar um best-seller, o
pretendente a escritor precisa pensar no leitor o tempo todo. (GOMES,
2011)

A respeito da linguagem, que deve ser acessível e de fácil compreensão,


vejo que é relevante pensar sobre a História da Leitura no país. Formamos um país
de poucos leitores desde o início de nossa trajetória. A leitura era para poucos: aos
portugueses que aqui chegaram, aos senhores e aos seus filhos, as pessoas
ligadas à administração da Colônia, aos jesuítas e ao clero. Aos escravos e aos
empregados de nobres, o direito à leitura não era outorgado, assim como não
tinham direito à moradia, à alimentação, à saúde. Mais razões para a leitura ser
apenas um bem supérfluo. Além disso, segundo o historiador Antônio Pedro (1997),
o privilégio da leitura e da escrita era de alguns e o material escrito se resumia a
textos autobiografados, relatos de viajantes, textos escritos manualmente (como as
cartas) e documentos feitos em cartório: certidão de casamentos, nascimentos e
títulos de propriedade. Sendo assim, havia pouco material de leitura e escrita e era
destinado aos que gozavam de excelente posição social.
Com o passar do tempo, poucas coisas se alteraram. Podemos dizer que
passamos da cultura oral para a cultura visual, como, em algumas pesquisas, a
opção feita pelas pessoas em seus momentos de lazer: assistir televisão. Com a

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falta da prática de leitura dos Brasileiros, cerca de quatro livros per capita por ano,
sendo que apenas dois até o fim48, justificam-se a busca por leituras acessíveis e
fáceis de entender. Visto isso, é de se supor que Laurentino redige justamente para
este público. Nas palavras do jornalista, na introdução de 1808:

[Um dos objetivos do livro é] tornar esse pedaço da história brasileira mais
acessível para leitores que se interessam pelos acontecimentos do
passado, mas não estão habituados nem dispostos a decifrar a rebuscada
linguagem acadêmica que permeia toda a bibliográfica sobre 1808 e seus
desdobramentos. (GOMES, 2007, p. 21)

Sobre a relação do autor com o leitor, Antonio Candido, em Literatura e


Sociedade (2000), exprime muito bem que a trajetória de um escritor depende em
grande parte de seu público. Candido escreve que o escritor é um indivíduo que
desempenha um papel social, ocupando uma posição relativa ao seu grupo
profissional e correspondendo a certas expectativas dos leitores e auditores. A
matéria e a forma da sua obra dependerão em parte da tensão entre os gostos e a
consonância do meio, caracterizando um diálogo entre criador e público. A literatura
é um sistema vivo de obras, agindo umas sobre as outras e sobre os leitores; e só
vive na medida em que estes a vivem, decifrando-a, aceitando-a, deformando-a. A
posição do escritor depende do conceito social que os grupos elaboram em
relação a ele. Esse fator exprime o reconhecimento coletivo da sua atividade, que
desse modo se justifica socialmente. Se a obra é mediadora entre o autor e o
público, este é mediador entre o autor e a obra, na medida em que o autor só
adquire plena consciência da obra quando ela lhe é mostrada através da
relação de terceiros. Por isso, todo o escritor depende do público. (p. 74 - 76)
A recepção das obras que tratam da História do Brasil, redigidas por
Laurentino Gomes, foi excepcional e, mesmo se dizendo surpreso com a
repercussão e com o número de vendas de cópias de 1808 e 1822, Gomes
declarou também, ao portal G1, atitudes que mantêm em relação ao seu público
leitor. Após produzir a obra executando seu papel de jornalista, ele explica que vem
um forte trabalho de marketing: “Rodo o Brasil inteiro com a divulgação dos meus
livros. Fui a 22 estados, fiz cerca de 350 palestras. É como uma campanha eleitoral,
corpo a corpo. Por isso, estou sempre aberto a falar sobre o assunto, mesmo
quando é para ouvir críticas”, disse ao ser entrevistado em 2011.

48 Fonte: Pesquisa Relatos da Leitura no Brasil de 2011. Disponível em www.prolivro.org.br.

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Para Candido, a receptividade do público dará norte ao destino do
escritor, mas nem só de carisma e atenção ao público é construído um best-seller.
O tema também deve ser abrangente e encantar:

[...] a ausência ou presença da reação do público, a sua intensidade e


qualidade podem decidir a orientação de uma obra e o destino de um
artista.
[...]
O público nunca é um grupo social, sendo sempre uma coleção inorgânica
de indivíduos, cujo denominador comum é o interesse por um fato. Um
público se configura pela existência e natureza dos meios de comunicação,
pela formação de uma opinião literária e a diferenciação de setores mais
restritos que tendem à liderança do gosto. (CANDIDO, 2000, p. 76 – 77)

Mas como a História veio então a ser um tema tão desejado e interessante
de ser lido? Seria o momento histórico e político em que as obras foram lançadas
que fez com que os brasileiros quisessem compreender mais sobre o seu passado?
Foi a publicidade destinada a essas? Ou simplesmente o título, a capa ou até as
figuras coloridas e em papel lustroso dentro do livro? Para responder essas
questões utilizarei mais algumas das palavras de Sader, sobre o que ocorre ao
inserirmos temas de nossa formação histórica, social, cultural e política, em um
cenário tecido para agradar o público leitor:

Naturalizam ao invés de historicizar, esvaziam de conteúdo histórico os


episódios, para transformá-los em banais episódios factuais,
protagonizados por personagens de teatro e não por encarnações de
relações sociais. Uma operação contra a história como método de
desalienação, de compreensão do mundo, em nome da história (SADER,
2014).

Ao buscar compreender mais sobre o seu passado, acredito que alguns


leitores buscaram um caminho mais curto e simplório, no qual não haja a
necessidade de defrontar-se com as leituras rebuscadas dos livros acadêmicos de
História ou de acordar-se daquela História fria disponibilizada nas escolas.
Para as autoras Horellou-Lafarge e Segré, em Sociologia da Leitura (2010) a
instituição escolar é o lugar onde a leitura é prescrita e necessária para todas as
matérias ensinadas, e onde a leitura como forma de lazer é de igual modo
incentivado. Mas, para muitos alunos, tudo o que é recomendado no ambiente
escolar ganha ares de obrigação, de coerção e acaba entravando o desejo de ler.
(p. 83 -84). Sobre 1822, a professora Ph.D. da Universidade da Carolina do Norte –
EUA, Mônica Rector conclui: “Uma forma leve e divertida de estudar História sem

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sofrimento”. Confesso não saber que dimensão esses livros tomaram dentro do
ambiente escolar, mas atrai a ideia de que a História possa ser vista com um
olhar que se afaste da leitura a fim de decorar um texto para um exame, mas me
assusta a ideia de que ela possa ser aprendida como título de piada e diversão,
sem ser questionada. Afinal, a própria historiadora Mary Del Priore – também autora
de best-seller –, ainda sobre 1822, expõe: “Um livro que se lê com um sorriso nos
lábios”. Custa-me sorrir diante de um processo de colonização – que exclui as
minorias – de uma terra que ainda clama em buscar um significado de nação.
Para Flávia Eloisa Caimi, na obra Conversas e C ontrovérsias (2001),
que discute acerca do ensino de História no Brasil, é necessário que se construa
uma nova relação com o conhecimento histórico, superando a noção de verdade
única, de saber pronto e acabado, assim como formar pessoas mais críticas e
capazes de construir sua autonomia intelectual ao longo de todo o processo de
escolarização (p. 141). Verificando que o público leitor que busca conhecer a
História do Brasil através da obra de Laurentino Gomes já está à procura de uma
leitura mais fácil e sucinta, não creio que esse público refletirá sobre essas histórias
de modo a tornar as observações do autor passíveis de crítica, ou de dirimir a
noção de que esta não é a única verdade. E talvez também, baseando-se nas
críticas positivas da imprensa e dos números por ela divulgados em relação às
obras, percebam-nas de forma ainda mais fiel como História oficial.
As maneiras que o ser humano busca para expressar sua História, seus
interesses, suas inquietações e seus sentimentos são inúmeras, incluindo a
vontade de um grupo de pessoas em narrar a História do local ou do ambiente que
considera seu. A História, retratada neste texto com a letra H maiúscula, refere-se à
disciplina e a ciência – principalmente realizada por profissionais da área –, e
possui um compromisso com as pessoas. Todo fato divulgado por um historiador
pode ser questionado e não poderá ser considerado uma verdade absoluta.
Existem diferentes formas de se debruçar sobre um documento para a pesquisa, há
distintos pontos de vistas e é preciso observar o momento da publicação, o local, o
contexto e para quem a obra foi escrita. A pesquisa de História deve ser
fundamentada em metodologias na relação entre o historiador e o documento, tal
relação está em divergência com o processo de produção bibliográfica de Gomes.
Observo que as obras de Laurentino Gomes necessitam, quando lidas, da
mesma cautela que devemos ter no momento de questionar qualquer texto

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histórico. Mas, acredito que o jornalista escreve, sim, “história”: um relato, o que é
diferente de um estudo, de ações ou de fatos, uma narrativa ou um simples conto, o
que é diferente de “História”. A partir de um debate construído na disciplina do
doutorado “Seminários de Leituras Orientadas: A leitura da História no texto
literário”, configuramos algumas diferenças cruciais entre o texto de História e o
texto ficcional.
Tanto o texto histórico quanto o texto literário apresentam uma narração. O
texto de História carece de uma explicação: demonstração de fontes utilizadas,
notas de rodapé e referência a outros autores, a fim de validar a narrativa do autor
sobre o tema. Ainda para o texto histórico, um dos fios condutores é a cronologia, e
o tempo e o espaço são fundamentais para a História; além disso, o autor precisa
alternar a narração e a descrição dos eventos com a reflexão. Já, no texto literário,
haverá um narrador e personagens, as características da narração irão aparecer
diluídas na trama; o tempo e o espaço nem sempre serão fundamentais, os
personagens, mesmo quando reais, acabam por ser construções do autor e,
diferentemente de um texto histórico, não podemos responsabilizar o autor pelo que
escreve, pois ele possui liberdade poética.
Percebo no texto de Gomes mais características de uma narrativa literária
do que de um texto histórico. Encontro personagens construídos de forma caricata
e marcante, pouca preocupação com o espaço e o tempo da/na narrativa e uma
precária reflexão a cada evento narrado, tornando o texto por demais descritivo.
Portanto, mesmo que o autor não diga que procurou fazer História, nas introduções
das obras é reforçado seu viés jornalístico, e parte de seu público e até alguns
profissionais do meio intelectual apontam os livros como um meio de aprender
História.
As obras literárias não justificam os discursos históricos, mas apontam
possibilidades e devem ser analisadas como leitura social a partir das ressalvas de
seu enredo e do contexto nos quais foram publicadas. Desse modo, pode-se
entender que a leitura de um texto literário pode reconduzir às tensões sociais, aos
aspectos econômicos e às relações de poder, mas reconduz também aos discursos
produzidos por uma cultura, e podem se tornar valiosos registros para um
historiador. Com essa observação, demonstro que minha principal preocupação não
é desvalidar o documento de Laurentino Gomes.

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Assim, ainda sobre os historiadores, percebo que Gomes promove um
ataque a esses profissionais ao dedicar a obra 1822: “Para todos os professores de
história do Brasil, no seu trabalho anônimo de explicar as raízes de um país sem
memória.” (2010). Creditar que o Brasil e seus habitantes não possuem memória é
mais um discurso recorrente nos dias de hoje para justificar problemas de âmbito
político, econômico e social. O ensino da disciplina de História preza não apenas
por transmitir fatos passados, mas também por criar uma consciência crítica sobre
eles e sobre o meio em que vivemos. A dedicatória de Gomes foi publicada no
ano de 2010, e sabe-se que já faz algum tempo que o ensino de História luta para
não apenas ser um relator dos fatos e, sim, para exercitar a criatividade, o senso
crítico e o discernimento, como podemos ver na obra de Caimi (2001), que trata
sobre o tema no Brasil desde os anos 1980.
Se Laurentino Gomes acertou todos os ingredientes em sua fórmula para
tornar a História acessível a todos, criando, assim, best-sellers, não quer dizer que
tenha acertado a fórmula para fazer e publicar História. As histórias de Gomes,
junto a todo o plano de marketing por ele realizado, levaram a sua primeira
publicação como escritor a se tornar recordista de vendas por mais de dois anos
no Brasil e em Portugal. Essa constatação é importante para minha análise, pois
diz respeito ao poder que o livro pode ter sobre o seu leitor.
Roger Chartier (2001) foi questionado por Daniel Goldin sobre o poder do
livro e a ideia, às vezes ingênua, de que a difusão de conceitos possa gerar uma
transformação no leitor controlada pelo autor. Chartier afirma que uma obra pode
cativar, capturar seu leitor, atá-lo e vinculá-lo à sua escrita e que isso pode gerar
alienação. O historiador ainda complementa:

As pessoas que leem têm um poder maior sobre as coisas que as outras;
mas ao mesmo tempo a leitura é sempre vista em seu excesso como um
perigo para a mente, para o indivíduo, para a saúde, pois foi comum
explicar a loucura pelo excesso de leitura. [...] Quando se lê novela, mas
também fora dela, há emoção e sensibilidade: as pessoas choram, se
comovem, e isto define um paradigma geral da leitura (CHARTIER, 2001,
p. 113 – 114).

O poder do livro é debatido por Roger Chartier, que demonstra, que assim
como outros elementos, todo excesso virá a ser perigoso, inclusive o excesso de
leitura ou a adoração por uma obra. Obras impactantes podem causar esse
movimento, elas são tão atrativas para alguns leitores, que passam a ser

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configuradas como a única aceitação. Venho trazer então outro depoimento acerca
da obra 1808, presente na orelha do livro, dessa vez de uma estudante chamada
Patrícia Morini: “Depois de ler este livro, finalmente consegui entender o Brasil”.
Não me restam dúvidas de que essa é uma constatação muito forte diante de todos
os bons livros de História do Brasil já publicados e do esforço dos professores da
disciplina.
Concluindo esse breve ensaio, posiciono-me em acordo com o historiador
Rodrigo Bragio Bonaldo, que, em 2010, ao redigir um artigo sobre o livro 1808, logo
no título do texto aponta que a obra de Gomes é carregada de sátiras e ironias.
Bonaldo observa que esse estilo historiográfico, nesse caso embasado pelo
jornalismo e acredito que também pelo marketing, é:

[...] baseado em um enredo satírico, com implicações duramente liberais,


vazado no modo irônico e impugnado a todo o momento por uma
argumentação contextualista, metacontextualista e presentista. [E
desejamos que] essa prática não seja o produto acabado de uma prática
profissional ao mesmo tempo muito parecida e muito distinta do
historiador (BONALDO,2009, p. 215).

Por esse viés, percebemos que Gomes escreveu sua trilogia utilizando fatos
do passado com o objetivo de agradar o público do presente, agindo muito mais
como um jornalista no centro da aceleração de todos os acontecimentos atuais.
Para o historiador Bonaldo, Laurentino “presentificou” o passado. Foram redigidas
obras com a ausência da metodologia que a História exige; ou seja, livros de
história (com letra minúscula) foram vendidos para suprir a busca da compreensão
do nosso passado, assim como a busca do povo pelo conhecimento que lhe fora
privado, e, sobretudo, pelo conhecimento em História (com letra maiúscula). Esses
livros possuem uma leitura de fácil acesso, um título conquistador, uma capa
convidativa, um autor simpático e estão catalogados como não ficção, o que faz
com que seu público o receba como a autêntica História, entretanto impassível de
crítica e de questionamentos. As correntes historiográficas (Micro História, Nova
História Cultural, História das Mentalidades, entre outras) e áreas das ciências
humanas como Antropologia, Etnografia, Literatura e Arte, podem formar um bom
relacionamento para reconduzir os fatos do nosso passado.
Nunca haverá uma definição calcificada do que foi e o que foi História e como
deve ser um livro de História, no próprio ofício do pesquisador de História, as

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mudanças ocorrem com o avanço da historiografia e as formas de olhar um
documento. Mas podemos afirmar que a sua construção deve possuir historicidade
e é elaborada de forma complexa, além de estar alocada em um recorte temporal,
ser redigida com critérios e metodologia de modo também a suprir as demandas da
sociedade, o que vai muito além de uma fácil e atrativa leitura direcionada ao
público com um chamamento quase que mitológico.
Segundo Emir Sader (2014), o cenário dessas obras desmoraliza ao invés de
reivindicar a História, vulgariza ao invés de aprofundá-la e, principalmente,
alimenta o de alguns historiadores: Servem para vender livros e a ilusão de que
os incautos que os compram e os leem estão se ilustrando e adentrando na história
do país. Ou seja, vendem quimeras disfarçadas da História do Brasil, um país que
necessita, muito mais que isso, uma cautelosa apreciação para que se
compreenda, em partes, sua trajetória desde a colonização até os dias de hoje.

REFERENCIAS

BONALDO, Rodrigo Bragio. Sátira, liberalismo e ironia em 1808..., de Laurentino Gomes:


uma contribuição à crítica das mitologias do presentismo. In: Métis: História & Cultura,
Caxias do Sul, RS, v.8, n.15, p., jan. 2009. Disponível em:
http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/metis/article/view/735/539. Acesso: 07/01/2014.
CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade: estudos de teoria e história literária. 8ª ed.
São Paulo: T. A. Queiroz, 2000.
CAIMI, Flávia Eloisa. Conversas e controvérsias: o ensino da história no Brasil (1980 –
1998). Passo Fundo: UPF, 2001.
CHARTIER, Roger. Cultura escrita, literatura e história: Conversas de Roger Chartier
com Carlos Aguirre Anaya, Jesús Anaya Rosique, Daniel Goldin e Antonio Saborit.
Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001.
CHAUÍ, Marilena. Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Editora
Fundação Perseu Abramo, 2000.
FISCHER, Ernst. A função da arte. In: VELHO, Gilberto (Org.). Sociologia da arte. Rio de
Janeiro: Zahar Editores, 1996.
GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte
corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São
Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.
GOMES, Laurentino: 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês
louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar
errado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
GOMES, Laurentino: 1889: como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um
professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da
República no Brasil. São Paulo: Globo, 2013.

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HORELLOU-LAFARGE, Chantal; SEGRÉ, Monique. Sociologia da leitura. Tradução:
Mauro Gama. Cotia: Ateliê Editorial, 2010.
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Tradução: Pedro Maia Soares. São Paulo:
Companhia das Letras, 1997.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental: geral e Brasil. São Paulo: FTD, 1997.
SADER, Emir. A banalização da história. Disponível em:
http://www.aldeiagaulesa.net/2014/01/emir-sader-banalizacao-da-
historia.html#.Uugu3bRTvIV. Acesso: 26/01/2014.

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