Matrizes Epistemológicas Do Pensamento Psicológico X
Matrizes Epistemológicas Do Pensamento Psicológico X
Matrizes Epistemológicas Do Pensamento Psicológico X
“Desde seu nascimento oficial como ciência independente, vive, ao lado de outras
ciências humanas, uma crise permanente. Esta crise se caracteriza pela extraordinária
diversidade de posturas metodológicas e teóricas...” (Figueiredo, 1991, p. 11)
Pressupostos: aquilo que se supõem antecipadamente. Ideias que se assumem sem ser
possível uma comprovação;
Para Descartes, a “coisa que pensa” não teria uma forma no espaço, mas no tempo,
logo, poderia vagar fora do corpo extenso, pressupondo que a coisa que pensa continua
existindo mesmo após a morte do corpo, sendo essa o Pressuposto Ontológico da teoria.
A ciência está intimamente ligada a filosofia – e foi por isso que o positivismo não deu
certo. E o fato de necessitarmos de hipóteses, nos fez criar pressupostos, ideias incertas –
tanto pra sim quanto pra não – sendo usadas como respostas a perguntas complexas.
Matrizes Cientificistas:
- Matriz funcionalista e organicista – tudo o que é psíquico tem uma matriz biológica,
orgânica; a mente é um órgão de antecipação de planejamento do futuro, portanto, tem uma
função; (James). Com submatrizes:
Matrizes Românticas:
- Irracionalismo conformista:
- Matrizes Compreensivas:
Diz que ambas não procuram interpretar a experiencia psíquica a partir da própria
experiencia, mas derivam de pressuposições de processos hipotéticos que estariam ocorrendo
em um substrato metafisico (Wundt, 1922).
Paralelismo Psicofísico: todo evento mental tem um processo físico correspondente,
ou seja, funcionam paralelamente, não se reduzindo ao físico, mas não sendo independente.
Ex: mente e cérebro.
percebeu que a sua psicologia era metade das ciências naturais e metade das ciências
do espírito, pois, tinha natureza fisiológica, mas aplicação a partir dos princípios de resultante
criativo que a aproxima das ciências da cultura (do espírito).
Processos internos superiores que se formam a partir da interação social. Ou seja, aprendemos
a usar as nossas vontades e controlá-las a partir da manifestação da cultura em nossas vidas.
O Sujeito é um processo “volitivo” (da vontade), afetivo e cognitivo; não é nem espírito nem
matéria, é fluxo, processo.
Falácia do psicólogo: confusão do seu próprio ponto de vista com o do fato mental do
qual ele está fazendo seu relato.
Funcionalismo e ética: não somos capazes de sermos bons. Somos capazes de sermos
espertos. A psicologia mede as pessoas. Há uma substituição da ética pela técnica.
Psicologia da GESTALT
As coisas percebidas não são reduzidas aos seus elementos. Quando se junta
os elementos, tem-se novos elementos.
O MAPA COGNITIVO
DOS RATO
(14/09/2023) Positivismo
Surgiu com Auguste Comte (1798-1857), que dividiu a evolução humana em fases:
- Religioso (mitológico)
- Metodológico (filosófico)
- Positivo (conhecimento)
SISTEMA
É como se o processo estivesse dentro de uma caixa preta, inacessível. Dessa forma, se
busca medir o que entra (causa) e o que sai (efeito), desprezando o processo interno.
Ciências fundamentais
Matemática
Astronomia, física, química
Biologia
Sociologia
Nesta classificação a psicologia representa apenas um capítulo da biologia. Seu
único método seria a observação externa. Introspecção, para Comte, é
absurda, já que a caixa preta é inacessível.
Behaviorismo Metodológico
“Entendia Watson que a psicologia introspectiva teria tido uma origem religiosa e atribuída ao
método introspectivo aos “trinta anos estéreis do laboratório de Leipzig” – era contra a
psicologia de Wundt, sendo também um crítico da Gestalt e do Funcionalismo.
Não nega a existência da mente, mas recusa um estado científico para ela. Não
podemos estudá-la por sua inacessibilidade.
SR
É tão dualista quanto a posição mentalista, apenas troca-se a mente pelo ambiente.
O Behaviorismo de Watson não foi tão bem-sucedido, sendo visto futuramente como
tosco e extremamente simplista.
Behaviorismo Radical
Algo que não possui matéria, não pode existir. Skinner era radicalmente biológico.
Behaviorismo Propositivo
Proposto por Edward Tolman, que define como variável interveniente entre os estímulos (S) e
a resposta (R) os “Mapas Cognitivos” (C)
SCR
Aprendizagem Latente: não precisamos ser recompensados para aprendermos algo. Lance dos
mapas mentais dos ratos
Behaviorismo Cognitivo
A visão de Tolman pode ser resumida dizendo-se que o comportamento não é a resposta para
um estímulo, mas um processamento cognitivo de um padrão de estímulo, portanto,
determina a resposta
Desenvolveu o conceito de Variáveis Intervenientes: não são observáveis. Faz parte de uma
trindade de conceitos para variáveis:
(21/09/2023) Psicanálise
“O ponto de partida dessa investigação é um fato sem paralelo, que desafia toda
explicação ou descrição – o fato da consciência. Não obstante, quando se fale de consciência,
sabemos imediatamente, e pela experiencia mais pessoal, o que se quer dizer com isso.” ¹
Inconsciente
Este viria à tona quando a consciência não se satisfaz (como esquecer determinado
vocábulo, por exemplo), essa “não satisfação” ou repressão, vem como um mecanismo de
defesa do Ego, para tentar não sofrer.
Hipnose
Freud trabalhou com Charcot por um tempo e assim conheceu, estudou, utilizou e
criticou a hipnose.
Críticas:
Após formular a Psicanálise, Freud atribuiu três qualidades aos processos psíquicos:
“A divisão entre as três classes não é absoluta nem permanente. O que é pré-
consciente se torna consciente; o que é inconsciente pode, através de nossos esforços, vir a
ser consciente, e, no processo, temos muitas vezes a impressão de estar superando
resistências muito fortes”
“Esse mal terrível é simplesmente a parte infantil, inicial da vida mental, que podemos
encontrar em operação real nas crianças” traduzindo: o inconsciente é a parte reprimida da
consciência, ou seja, tudo o que é mau (sexualidade e desejo de matar), tende a se afastar da
consciência.
Mau é defino a partir do Super Ego, que pode ser traduzido como as imposições morais da
educação social.
“Está inconsciente, no qual tudo o que é mau na mente humana está contido como uma
predisposição” somos maus por natureza
Metapsicologia
Ego (condutor) Eu. É pressionado pelas vontades do ID e pelas imposições do Super Ego
Psicanálise na prática
Freud desenvolveu o método da Regra por Associação Livre: fale o que vem na sua
cabeça, sem elaborar, negar ou omitir.
“[...] não tentar fixar particularmente coisa alguma que ouvisse na memória e, por
esses meios, apreender o curso do inconsciente do paciente com o seu próprio inconsciente.
[...] ao médico só era necessário adiantar um passo a fim de adivinhar o material que estava
oculto ao próprio paciente, e poder comunicá-lo a este.”
“A relativa certeza de nossa ciência psíquica baseia-se na força aglutinante dessas deduções”
Freud tinha uma confiança inabalável em sua interpretação, e isso é perigoso. “meu consciente
mede o inconsciente do outro. Sei mais sobre ele do que ele poderia saber”
Para Freud, a concepção mitológica que se estende até às religiões mais modernas
nada mais é do que a Psicologia projetada no mundo exterior. O conhecimento psicológico
interno constrói uma realidade suprassensível, que deve ser retransformada pela ciência em
Psicologia do Inconsciente.
São criações de memorias que, supostamente, nunca ocorreram. Sigmund dizia que a
resposta seria a seguinte:
“Acredito ser possível esperar tanto da fisiologia quanto da química as mais surpreendentes
informações, pois é impossível prever que respostas retomarão, em umas poucas dúzias de
anos, às indagações que apresentamos. Elas poderão ser de tal natureza a varrer toda a nossa
estrutura artificial de hipóteses.”
“A teoria das pulsões é, por assim dizer, nossa mitologia. As pulsões são entidades míticas,
magníficas em sua imprecisão. Em nosso trabalho, não podemos desprezá-las, nem por um só
momento, de vez que nunca estamos seguros de as estarmos vendo claramente.”
Carl Jung
“Sonho da casa”
Jung descreve seu sonho como estando em uma casa desconhecida, de dois andares,
era “sua casa”. Em uma análise, notou que a sala em que estava se assemelhava a uma
arquitetura do século XVIII. Após isso, desceu para o segundo andar da casa e percebeu que
era ainda mais escuro e antigo, como se fosse do século XVI. Ao descer mais um andar, como
se fosse um porão tampado por uma porta de pedra, o tempo retrocedeu ainda mais, para o
século II A.C, então, Jung encontrou uma escada de pedra que dava em uma gruta rochosa e
escura, onde encontrou ossadas humanas (dois crânios), notando estar na Pré-História.
Depois, acordou.
Representação Tópica
Considerava que o significado atribuido à libido estava errado; por que tudo tem de ser
sexual? Jung chamou isso de “erro inicial de Freud”. Alegou que o problema foi freud tentar
atribuir suas teorias à biologia, supostamente explicando inumeros pressupostos. Não pode
ser exatamente a cena que foi vista, é, na verdade, o Arquétipo do Ser Andrógeno “mito de
Platão”, o proprio Self, completo por si só. as pessoas não viam uma cena sexual, era um ser
homem e mulher simultaneamente, ou seja, um Andrógeno.
A partir da Teoria dos Arquétipos, Jung passou a se contrapor com a Teoria da Sexualidade de
Freud
Inconsciente Coletivo na fase Adulta: superior, leva a “individualizar-se”. Ser por si e para si.
Assim, Jung não apenas ocasionalmente acaba glorificando certas formas míticas infantis de
pensamento, como também frequentemente dá um tratamento regressivo ao Espírito.
“Na minha opinião, existe um Self Transpessoal (Jung), mas a matriz primária é pré-pessoal
(Freud). O problema surge quando os freudianos se deparam com um evento verdadeiramente
transpessoal e realmente místico, pois então são forçados a explicá-lo como regressão à matriz
primária, ou regressão/fixação ao narcisismo primário ou valoração onipotente (cf. Ferenczi).
(WILBER, 1990, pg. 240)
“Arquétipos, como usados por Platão, Santo Agostinho e os sistemas Budista-Hindu, referem-
se às primeiras formas de manifestação que emergem do Espírito Vazio no curso da criação do
universo.” (WILBER, 1990, pg. 256)
“Assim, as imagens míticas não são os arquétipos; quanto a serem arquetípicas, assim são
todas as outras estruturas profundas, então não há nada especialmente ou preeminentemente
arquetípico sobre imagens míticas – em ambos os casos, o uso do termo arquétipo por Jung é
incorreto, na minha opinião.”
Em síntese, a criança não conhece os arquétipos, ela os vive. Todos os arquétipos são vividos
pela criança, mas não conhecidos. Já para adultos, é possível descermos até os verdadeiros
arquétipos, conhecendo-os de fato.
Jung: E, por fim, esta proposta leva também a uma nova visão sobre o fenômeno da
transferência, que mais do que se referir à reedição das relações infantis, mostra a busca da
totalidade psíquica, e [...]
“[...] é, sem dúvida alguma, uma das síndromes mais importantes e decisivas do processo de
individuação e significa mais do que uma simples atração e repulsa de ordem pessoal. Graças a
seus conteúdos e símbolos coletivos, ele ultrapassa de longe a pessoa, e atinge a esfera do
social, trazendo à memória aqueles contextos humanos superiores, que, por doloroso que
seja, faltam à nossa ordem, ou melhor, à desordem social dos nossos dias.
Mostra-se como uma relação entre 4 pessoas (C com C, I com I, C com I e I com C)
“[...] a crítica filosófica me ajudou a perceber que toda psicologia — inclusive a minha — tem o
caráter de uma confissão subjetiva. [...]
“Outro ponto que nos diferencia parece-me o fato de que eu me esforço por não ter
pressuposições inconscientes e, por isso, não críticas sobre o mundo em geral.”