Vidas Vazias
Vidas Vazias
Vidas Vazias
Rones Lima
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP Brasil)
Catalogação na Fonte - Biblioteca Joanna de Ângelis
Franco, Divaldo Pereira
Vidas vazias. 1. ed./ pelo Espírito Joanna de Ângelis [psicografado por] Divaldo Pereira Franco. Salvador: LEAL, 2020.
1,2 MB ; e-Pub
ISBN 978-0-9895695-8-3
1. Psicografia 2. Espiritismo 3. Reflexões morais I. Franco, Divaldo II. Título
CDD: 133.93
LEAL PUBLISHER
965 South Shore Drive
Miami Beach, Florida, 33141, USA
www.lealpublisher.com
info@lealpublisher.com
(786) 353-5892
O
s estudos avançados do pensamento psicológico moderno
conseguiram definir e estabelecer regras de significação a respeito
do comportamento heterodoxo das criaturas humanas.
Em razão do excesso de tecnologia e de liberdade moral que
se assinala pelo fenômeno da libertinagem devastadora, o tempo
anteriormente aplicado nos serviços de engrandecimento moral entra em
choque com a volúpia dos prazeres até a exaustão, enquanto devoram os
pensamentos saudáveis.
Navega-se com celeridade em ações mentais frívolas e perturbadoras
que resultaram em vidas vazias.
Apesar da variedade infinita de ideais e atitudes de
engrandecimento, o ser humano esvaziou-se dos desejos de servir, ficando
em um estágio de preguiça mórbida, somente se interessando pelas
sensações fortes.
Os esportes educativos e terapêuticos vêm sendo substituídos pelos
desafios superlativos às resistências orgânicas, e as criaturas desnorteiam-
se em enfrentamentos contínuos com a morte, a paralisia, a perda da
saúde...
Nesse aturdimento que embala as novas gerações, o mercado da
ganância propaga as novas ondas e facilita a aceitação das vertiginosas
aventuras desportivas em sucessivos desacatos à estrutura orgânica, e
culmina com o desinteresse pela ordem, a alegria de viver, o progresso dos
valores éticos.
Uma vaga de aberrações domina a Terra, aumentando o número dos
mortos-vivos que se entregam a esses prazeres de alta extravagância sem
qualquer responsabilidade.
T
odos pensam que tu és a doçura do cordeiro, no entanto, és a maior
tempestade que desceu dos Céus à Terra para mudar a estrutura do
amor no mundo.
Todos pensam e falam na tua humildade, e olvidam que és o
guerreiro poderoso que, ao invés de servir aos homens, lutas pelo Senhor
dos homens.
Todos te exaltam a renúncia, esquecendo-se da tua ambição maior,
que é a conquista do Reino de Deus.
Vestiste a túnica rasgada dos pobres para demonstrar-lhes a
indumentária da luz dos bem-aventurados.
Deram-te rações suínas porque te alimentavas do manjar de Deus.
Atiraram-te pedras porque estavas como rei, coroado de espinhos,
em nome do Rei Solar.
Gargalhavam da tua fragilidade, e todos passaram, menos tu,
poderoso Senhor.
O mundo não te compreendeu durante, nem depois do teu ministério
de renovação, mas isso não é importante, porque hoje a civilização
tecnológica vem ajoelhar-se diante dos teus despojos, que transformaste em
raios de estrela, na grande noite dos homens e mulheres solitários.
Depois que passaste e te perderam o endereço, compõem hinos e
louvam a tua mensagem. E tu, pai Francisco, choras na tumba que teu
corpo está mergulhado, compadecido das ilusões que tomam conta do
mundo.
Aqui estamos, também, de joelhos destroçados pelas caminhadas
infinitas, sem rumo, que somente tu nos podes dar.
Q
uando Sigmund Freud iniciou as suas pesquisas com pacientes
histéricos, especialmente, tornou-se o começo de uma das mais
belas e oportunas interpretações da psique humana, dando lugar a
uma verdadeira revolução cultural, desmistificando o sexo, suas
funções e libertando-o da hipocrisia vitoriana que vigia triunfante.
Foi um período de inesperadas interpretações de transtornos
emocionais e somatizações perturbadoras, que puderam ser tratados com
cuidado, proporcionando existências menos turbulentas e desastrosas.
Embora a descoberta da libido sexual causasse surpresa e recebesse
exagerado significado, facultou mais amplas percepções e entendimento a
respeito dos conflitos humanos.
Inevitavelmente, ocorreu um exagero na sua interpretação,
principalmente por negar a realidade espiritual da Humanidade.
Logo depois, Alfred Adler, discordando do mestre, iniciou as
investigações nos conflitos da inferioridade humana, que culminaram na
Psicologia do desenvolvimento individual e, com a cooperação de Karen
Horney, formaram a Escola Neofreudiana.
Horney, ademais, discrepou das diferenças da psicologia de mulheres
e de homens, afirmada por Freud, e demonstrou que essas disparidades
REI TRIUNFANTE
R
oma distendera o seu manto esmagador sobre o mundo conhecido, e
as legiões temíveis dominavam os povos afligidos...
O poder da águia perigosa estava em toda parte, e o sofrimento
humano era a consequência natural da sua grandeza.
Júlio César substituíra os deuses-lares e tornara-se divino, embora
viesse a sucumbir sob o punhal traiçoeiro de Brutus e de outros senadores
infiéis, no apogeu das suas glórias.
A decadência do Primeiro Triunvirato deixara marcas de horror em
toda parte, e o segundo esvaíra-se em face do suicídio de Antônio, após
vencido na segunda Batalha de Filipos por Cássio, e da supremacia de
Otávio, governador de Roma.
Era, naquele momento atroz, um império esfacelado, mas que estava
em lutas de reabilitação.
Nesse novo regime começou a pairar uma onda de harmonia onde
antes os abutres das guerras devoravam os cadáveres dos povos vencidos.
Uma psicosfera de paz espraiava-se pela paisagem humana, e
filósofos, poetas, artistas e sábios preenchiam os imensos espaços com
lições de altruísmo e beleza.
Porque soubesse, desde então, que não havia lugar para Ele,
prometeu enviar os Seus mensageiros em momento grave da sociedade, a
fim de que a pudesse conduzir sob Sua tutela ao Reino dos Céus.
Surgiu o Espiritismo no Século das Luzes, que ora se expande e
altera definitivamente a conduta da Humanidade para melhor.
Neste Natal, evoca-O, celebra-Lhe o nascimento, fazendo do próprio
coração a Manjedoura para que Ele renasça e esparza a musicalidade
sublime de que é portador, neste mundo em sombras que O aguarda.
ÁDITO
Local reservado ou recôndito.
TRIUNFO DA IMORTALIDADE
O
trânsito carnal festivo e quente que envolve o ser, pela sua própria
estrutura, resulta das sucessivas transformações que se operam no
curso existencial.
Obedecendo às leis do movimento, átomos e suas partículas
alteram a constituição em que se apresentam conforme a natureza do
conjunto.
No caso da organização humana, reúnem-se em perfeita integração
perispiritual que lhe faculta apresentar-se na forma conhecida, alterando-se
conforme as energias emitidas pelo Espírito no seu processo evolutivo.
Por essa razão, o corpo físico sofre contínuas modificações
decorrentes dos campos vibratórios programados para a jornada orgânica.
Em consequência, tudo, na relatividade do tempo e do espaço, impõe
alterações estruturais que culminam no fenômeno biológico da morte.
Enigma filosófico desafiador, a morte tem sido a grande incógnita de
cada vida.
Enquanto algumas escolas de pensamento confirmam o
prosseguimento da vida, outras aí assinalam o seu encerramento.
N
a turbulência dos dias que se vive na Terra, fenômenos
perturbadores multiplicam-se a cada instante, desafiando os valores
éticos das pessoas.
Notícias destituídas de significado repletam as redes sociais, e a
variedade de distrações compete com os deveres que se encontram
aguardando, sem oportunidade de ser atendidos.
O tempo parece escoar com rapidez em razão da multiplicidade de
mecanismos de fuga das responsabilidades, facultando a bisbilhotice e a
curiosidade em torno de futilidades que assumem significados que não
merecem, ao mesmo tempo que produzem vazio existencial, ante o
exibicionismo de pessoas atormentadas que se fazem notícia através dos
artifícios virtuais.
Nunca houve tanta solidão entre as criaturas humanas como
atualmente, ao mesmo tempo que a população do planeta atinge índice
elevado e lota os espaços disponíveis.
Ambições desordenadas e inquietações injustificáveis campeiam,
atormentando as mentes ávidas de projeção, como se o objetivo existencial
fosse apenas o mentiroso prato do prazer social, que provoca inveja nuns e
antipatia noutros.
Quando Jesus nos prometeu a Sua paz, afirmou-nos que somente Ele
a poderia dar. Isto porque, esta é consequência do comportamento
individual na vivência dos postulados por Ele ensinados e vividos.
A Sua serenidade em todas as situações demonstrou-nos a grandeza
dos valores éticos de que era portador.
Sabendo que seria traído por um amigo e por outro negado, não
demonstrou contrariedade nem decepção, antes lhes revelou com delicadeza
os perigos em que tropeçariam e, após consumada a tragédia, buscou o
primeiro, que se suicidara nas regiões tormentosas para onde se atirou, e o
outro novamente convidou a que pastoreasse o Seu rebanho.
Se desejas essa paz, segue o Mestre e imita-O sempre que possas, e,
sem que te apercebas, estarás entesourando a paz que te fará verdadeiro
Filho de Deus.
AÇULAR
Provocar ou intensificar (sentimento, emoção etc.) [em alguém].
MODORRA
Grande desânimo ou prostração; apatia, indolência.
DENODO
Ousadia; bravura; coragem.
E
stás combalido porque as tuas expectativas na área da afetividade
resumiram-se em inesperados desencantos, que ora te confundem a
maneira de pensar e, sobretudo, a forma de agir.
A tua carência afetiva fez-te acreditar em bem-sucedidas aparências
de amor, e te permites confiar que valia a pena entregar o coração e
acreditar nos sentimentos que te eram apresentados.
Terrível engano, porque, agora, em circunstância própria, a pessoa
desvelou-se e apresenta-se destituída de equilíbrio no campo do
comportamento que parecia não aceitar.
A ternura que vias na face de quem te demonstrava bondade era
apenas máscara que ocultava o ser real, que teimavas por não enxergar.
No íntimo, uma intuição do bem te advertia que afetos negociados
jamais possuem legitimidade.
Deixam-se comprar e jamais se comovem com os sentimentos de
afabilidade e de carinho que os cercam.
Apresentam-se frios e de caráter forte, humilham-te, dando a
impressão de que a ti se encontram superiores, em autovalorização, e
silencias no teu aconchego de esperança, anelando por qualquer migalha de
CONVIVÊNCIA
A
convivência social constitui na Terra um desafio dos mais
significativos, em razão da sua complexidade.
Cada criatura humana é um universo de experiências especiais, em
face do seu estágio evolutivo e das possibilidades de crescimento
que se lhe tornam possíveis. Em consequência, não existe uma forma de
comportamento genérico, que facilite um intercâmbio equilibrado e
saudável.
Pelo fato de viver as emoções que lhe são compatíveis, aquilo que
propicia júbilo a alguns a outros se apresenta como provocação ou
demérito.
Indispensável a compreensão natural de que o interesse de conviver é
destituído de qualquer sentimento que transpire abuso ou exploração.
Atraídos ou recusados uns pelos outros, os indivíduos tornam-se
simpáticos ou não pelas ondas vibratórias que os atraem ou os repelem,
favorecendo a aproximação ou o afastamento responsável pelas reações
afetivas desse comportamento decorrentes.
Não poucas vezes, a identificação de ideais e de sentimentos
aproximam umas pessoas das outras, o que produz afeições significativas,
ESCÂNDALOS
A
palavra escândalo significa todo e qualquer ato que atenta contra os
bons costumes, as ações que desrespeitam as leis estabelecidas e os
comportamentos que ferem os padrões da ética.
Pode-se dizer que é uma violência contra o equilíbrio que
deve viger no grupo social, em que os direitos e deveres de cada cidadão
são respeitados e lhe definem o caráter moral.
O escândalo tem várias causas endógenas e exógenas. As primeiras
decorrem do passado espiritual de cada qual, que resultam do desequilíbrio
em forma de agressividade e poder investidos contra os demais, dando lugar
a situações deploráveis. As exógenas são decorrência da educação
doméstica, do meio social em que se desenvolveu e estruturou a
personalidade, ou dos vícios que levam à alucinação, como o álcool e as
substâncias aditivas.
Jesus referiu-se à sordidez dessas atitudes e ao atrevimento das
agressões aos costumes éticos.
Informou que era necessário o acontecimento escandaloso para
poder-se aquilatar e manter-se o respeito por tudo quanto estimula o
progresso e mantém a ordem.
N
uma análise profunda sobre a personalidade de Jesus
hodiernamente, encontram-se conclusões especiais e fascinantes
que Lhe caracterizam a existência especial e singular.
Isto porque Jesus é o Ser mais surpreendente da história da
Humanidade.
Além de haver dividido os tempos, impôs comportamentos jamais
pensados, que O enobrecem sob qualquer ângulo em que seja observado.
Para aqueles indivíduos que Lhe negam a grandeza espiritual e a
liderança para ser alcançado o Reino de Deus, surgem outras condições que
não podem ser ignoradas e muito menos subestimadas.
Havendo vivido num modesto povoado de gentes simples e
destituídas de conhecimentos, nem sequer dispunha de alguém que lhe
pudesse ministrar aulas a respeito da sabedoria universal.
Agarrados às suas intrigas e tradições perturbadoras, jamais alguém
se destacara na comunidade, vivendo-se as pequenas aspirações do
cotidiano, sem nenhum voo do pensamento iluminado.
E Ele, sem qualquer aprendizagem terrestre, aos doze anos de idade
dialogou com os rabinos de Jerusalém, portadores de cultura impecável, e
BENDIZE
A
Divindade dotou-te de tesouros inapreciáveis, que ainda não te
permitiste valorizar em suas profundas significações, tão naturais se
te apresentam no dia a dia existencial.
Dons e recursos no instrumento orgânico de que dispões
constituem bênçãos de elevada significação que deves aproveitar com
esmero, a fim de lograres êxito no empreendimento enobrecedor da tua
reencarnação.
Pequenas ocorrências existenciais desagradáveis muitas vezes
aturdem-te e levam-te a inquietações e transtornos que não se justificam,
mas a que te entregas facilmente.
Se os utilizares, no entanto, com equilíbrio, serás compensado no
esforço com lucros extraordinários que te seguirão por todo o período
carnal, lançando bases de segurança para o futuro.
Observa modesta raiz de uma planta que penetra o solo pútrido e dele
retira perfume na flor e alimento no fruto.
Que extraordinário Químico esse que desenvolveu o primeiro
programa vegetar, presente em todo o globo, nas mais variadas expressões,
seja no pantanal, seja na aridez de terras desérticas.
DIVERTIMENTOS E
FUTILIDADES
T
odos seres se encontram na Terra ferreteados pelas necessidades de
evolução.
Conservando em germe o conhecimento, qual a glande do carvalho,
através de experiências sucessivas conquistas a sabedoria jacente na
síntese interior para alcançares o esplendor estelar da beleza e da sabedoria
que lhe está destinado.
Naturalmente, na fase inicial do processo de crescimento, são os
impulsos que rompem a cobertura exterior para abrirem campo em favor
das conquistas intelecto-morais.
Esse peregrinar faculta-lhe desenvolver o progresso intelectual e
tecnológico que contribuem para o seu avanço e a conquista da plenitude,
caso sejam utilizados conforme os valores éticos existenciais.
Hodiernamente, a aquisição dos recursos científicos ensejaram uma
tecnologia superior que se encarrega de modificar as estruturas do
pensamento e da convivência mediante o bem-estar, a satisfação das
necessidades emocionais. O prazer derivado das conquistas em pauta
arrebata e toma conta de muitas vidas, divertindo-as em compensação às
PERÍODO DE TRANSE
A
s densas névoas de natureza vibratória que pairam sobre a
sociedade atual produzem um tóxico de natureza entorpecente que a
quase todos os indivíduos coloca em semitranse.
Parecendo fantasmas que deambulam sem destino, as
massas humanas movimentam-se atoleimadas em faixas de energia
deletéria sem a capacidade de entender o que lhes está ocorrendo.
Sob um aspecto, arrastam-nas ao embalo de ruídos alucinatórios e
luxúria exacerbada, ou anulam-lhes o discernimento e o bom-tom,
permitindo-se quaisquer arrastamentos.
Entorpecidas pelas sensações grosseiras do primitivismo em que se
situam, elegem condutas estranhas, distantes dos comportamentos do amor
e da responsabilidade que a vida impõe inexoravelmente.
Arrebanhados pela força hipnótica na qual se nutrem, vivem as
situações asselvajadas para atenderem falsas necessidades orgânicas, em
particular as que pertencem aos instintos primários.
Mentes poderosas da Erraticidade inferior infiltraram ideias torpes
nas suas redes psíquicas e não possuem energias saudáveis para arrebentar
as amarras magnéticas nas quais estertoram.
Nada consiga abater o teu ânimo, nem cedas à dúvida, que é uma
nuvem dificultando a claridade do raciocínio.
Luta contra as tuas fracas forças e não te deixes abater, não te
entregues.
O Evangelho é canção de alegria inefável e a ti está confiado.
Vive-o em toda a sua magnitude e não concedas espaço ao temor ou à
entrega do amolentamento, que logo mais desaparecerá, no fragor da
batalha redentora, se permaneceres irretocável no teu dever.
DEAMBULAR
Andar à toa; vaguear, passear.
DELETÉRIO
Que é prejudicial à saúde; insalubre.
ESPÚRIO
Que não está de acordo com as leis ou a ética; ilegal, desonesto, ilegítimo.
PESTÍFERO
Que causa dano, que corrompe; nocivo, pernicioso.
INTIMORATO
Não timorato, que não sente temor; destemido, valente.
FRAGOR
Ruído estrondoso; estampido, estrépito, estrondo.
RECORRE À ORAÇÃO
A
oração é um sublime instrumento de que a criatura humana deve
utilizar-se para a nutrição da alma.
Sempre e em qualquer circunstância, a oração é tônico vigoroso
que estabelece o equilíbrio e mantém a paz.
Energia poderosa restabelece o ânimo do orante enquanto este
procura sintonizar emocionalmente com as Fontes Geradoras da Vida.
Vínculo de segurança para a preservação da lucidez mental nos
objetivos elevados, faculta harmonia e júbilo no percurso existencial.
A oração deveria fazer parte mais frequente do cardápio existencial,
na condição de tesouro com possibilidades incomuns para o serviço da
edificação interior.
Por equívoco de alguns teólogos e crentes desprevenidos, a oração é
apenas conhecida como uma reserva de forças para momentos especiais.
Como consequência, se lhe recorre ao auxílio somente quando as
circunstâncias parecem conspirar contra os anseios de bem-estar e outras
ambições humanas.
Nesses casos, esperam-se ocorrências milagrosas, como se o ato de
orar merecesse resposta imediata da Divindade, atendendo às súplicas de
INGRATIDÃO
O
processo antropológico da evolução é muito lento e as
modificações, adaptações e conquistas psicossociológicas ocorrem
ao longo do tempo. A princípio é toda uma evolução aritmética,
passo a passo, e, logo depois, alcançados determinados patamares,
dá-se o desenvolvimento geométrico.
Ao ser atingido o estágio elevado da inteligência, do discernimento,
da compreensão, da ética e do sentido moral da existência, ocorrem
conquistas em saltos quânticos que facultam atingir a plenitude.
Nada obstante, o desempenho do ego no processo de libertação das
paixões exige cuidados e perseverança constantes, de modo a não permitir
que as más inclinações, que procedem das etapas anteriores, sobreponham-
se às experiências iluminativas.
Não raro, o candidato à elevação espiritual debate-se nas mazelas que
estão fixadas como hábitos, tropeçando e reincidindo de maneira contínua,
sem o avanço permanente, que naturalmente é o ideal.
Equivale a dizer que em cada reencarnação torna-se necessário
libertar-se dos atavismos infelizes e dos comportamentos doentios que se
impõem como forma de prazer.
Quando não puderes retribuir ao teu benfeitor algo do muito que ele
te ofereceu, passa a outrem a colaboração da amizade, o sorriso de simpatia,
a ajuda que seja possível ofertares.
O mundo está repleto de ingratos, mas o amor lentamente vence as
resistências do egoísmo e esparze ternura, afeto e gratidão em toda parte.
REINCIDIR
Repetir certo ato, tornar a fazer uma mesma coisa, recair em.
DESAR
(M.q.) Desaire; revés da fortuna; desgraça, derrota.
ESPARZIR
CONSTRUÇÃO
AUTOILUMINATIVA
D
iante das tempestades que estrugem vigorosas na atualidade,
ceifando algumas das belas construções da inteligência humana,
por ausência da iluminação espiritual do amor, quase tombas no
desânimo.
O esforço que aplicas em favor da divulgação do Evangelho,
levando-te quase ao êxtase de comunhão com a Erraticidade superior,
aparentemente não consegue penetrar nos corações amigos, de modo a
alterarem o comportamento para a vivência da doutrina de Jesus.
Alguns se deslumbram e tecem elogios verbais, sinceros, sem dúvida,
no entanto, mantêm as mesmas atitudes materialistas que caracterizam os
dias atuais, nos quais estorcegam sob o domínio das paixões nefastas.
Outros nem sequer deixam transparecer as emoções, parecendo
anestesiados e nisso comprazendo-se, porque ouvem a palavra terapêutica
de libertação, e permitem-se arrastar pelos automatismos do cotidiano.
Grande número de amigos afetuosos permanecem amargos e
depressivos, a tudo censurando em intérmina exaltação do ego acostumado
à crítica doentia e destrutiva.
Jesus, que nos ama, desde o princípio dos tempos, apesar da nossa
tremenda ingratidão, ainda não desistiu de nós.
Permanece contribuindo para que o ser que somos aos Seus cuidados
cresçamos sempre e alcancemos a plenitude.
ESTRUGIR
Soar ou vibrar fortemente (em); estrondear, retumbar.
CEIFAR
Destruir, exterminar.
ERRATICIDADE
Estado dos Espíritos não encarnados, durante o intervalo de suas existências corpóreas.
NEFASTO
Que pode trazer dano, prejuízo; desfavorável, nocivo, prejudicial.
GERME
(Fig.) Em estágio inicial, em desenvolvimento, latente.
TENACIDADE
Tenaz, resistente.
INJUNÇÃO
Imposição,
INTERVENÇÕES ESPIRITUAIS
P
ersistindo a vida humana após a morte orgânica, cada Espírito
prossegue de acordo com os valores acumulados durante a existência
encerrada.
Todas as fixações mantidas durante a jornada física
permanecem comandando o comportamento no Além-túmulo, o que
constitui a sua felicidade ou a sua desdita.
Os laços da afetividade positiva ou negativa que unem todas criaturas
umas às outras facultam as vinculações mentais e o convívio após o
fenômeno da morte entre os que saíram do corpo e aqueles que nele
permanecem.
Essa vinculação transforma-se em intercâmbio psíquico, no qual o
desencarnado passa a interferir nas ações daquele que lhe experimenta a
emanação mental, dando lugar aos processos de obsessão, quando são
atrasados, e de iluminação, quando se trata de seres evoluídos.
O emérito codificador do Espiritismo constatou essa influência
poderosa ao receber a informação dos mentores de que os desencarnados
interferem na existência orgânica muito mais do que se pensa.
A Lei das Afinidades, como é natural, responde por essa ocorrência,
por propiciá-la.
N
o turbilhão da cultura moderna, com as suas incontáveis conquistas
e as infelizes paixões em desbordamento irrefreado, a existência
humana vê-se assaltada pelas mais variadas manifestações do
sentimento e da razão.
Quase genericamente, as criaturas estertoram sem o equilíbrio
necessário a um comportamento saudável, manipuladas pelo noticiário
faccioso decorrente dos interesses vulgares dos multiplicadores de opinião.
As múltiplas necessidades imediatas de desenvolvimento do intelecto
assim como dos sentimentos impõem lutas pessoais desafiadores para a
conquista dos recursos em favor da sobrevivência.
Além desse impositivo, a propaganda muito bem urdida em torno do
êxito e da felicidade, em padrões que não correspondem à realidade,
facultam voos da imaginação ambiciosa, e os falsos conceitos acerca da
beleza e do prazer arrastam as multidões desassisadas, atirando-as em
competições tormentosas e anseios injustificáveis.
São promovidos os gozos imediatos a qualquer preço, como se o
objetivo exclusivo da vida física fosse a conquista das glórias mentirosas da
ilusão e do destaque social.
BÊNÇÃOS DA IMORTALIDADE
P
or mais se prolongue a existência física, apresente-se saudável e
encantadora, momento chega em que se interrompe ao impacto
natural da degenerescência orgânica.
Nas incessantes alterações a que estão submetidas as células, a
energia vital se dilui e cessam as mitoses encarregadas da renovação do
corpo.
Sucede que tudo no Universo permanece em incessante alteração,
obedecendo às poderosas leis que o governam.
A indumentária carnal é de duração limitada em razão das
necessidades do processo evolutivo, em contínua transformação.
Construída essa roupagem com os elementos produzidos pela mente
em decorrência dos pensamentos, condutas e atos, é um invólucro
temporário com a finalidade de proporcionar o desenvolvimento moral do
ser espiritual.
Dessa forma, tudo se modifica no cosmo, “desde o átomo primitivo
até o arcanjo, que também começou por ser átomo”, conforme ensinaram os
mentores da Humanidade ao codificador do Espiritismo e se encontra em O
Livro dos Espíritos, na resposta à questão de número 540.
SEMPRE É NATAL
R
epentinamente houve mudança brusca nas paisagens morais da
Terra.
No Império Romano, que sempre estivera em guerra, no momento
em que Otaviano, do Segundo Triunvirato, dominava a sós
praticamente o mundo conhecido, instaurou-se um período de relativa paz.
As legiões cuidavam agora das terras conquistadas e, na gloriosa
capital, a filosofia e a arte convidavam à reflexão e à beleza.
Uma psicosfera de quase harmonia estendia-se no mundo exaurido, e
as nações dominadas submetiam-se aos imperativos dos conquistadores.
Reencarnaram-se então Espíritos nobres ao invés daqueles belicosos,
que fomentavam guerras e desaires em toda parte.
Mesmo as nações vencidas pareciam respirar alguma alegria e
mantinham esperança de futuro melhor.
O imperador demonstrava interesse em atender ao povo sempre
necessitado de ajuda. Havia compreendido que a melhor maneira de
governar uma nação é aquela que impõe a ordem e a moralidade em toda
parte.
FADIGA NO BEM
Q
ueixas-te do deperecimento de forças que te invade, e não sabes
explicar a razão da amarga ocorrência.
Interrogas em silêncio como é possível que, dedicando ao bem,
sejas alvo da agressividade dos maus Espíritos que te prostram com
as suas energias deletérias.
Reclamas que a tua entrega à obra de amor que o Evangelho
preconiza não te defende das inspirações negativas nem dos tormentos que,
vez por outra, assaltam a tua casa mental e aturdem os teus pensamentos.
Estranhas a situação emocional inquieta e a irritação contínua que
tomam corpo em teu organismo com frequência.
Constatas, em determinados dias, que o teu ânimo e tuas forças
morais encontram-se no limite.
Insistes na prática dos deveres que te dizem respeito, nada obstante
sofres os acúleos da animosidade injustificável contra quase tudo e todos.
Surpreendes-te por verificares que todos os esforços aplicados em
favor da conduta saudável parecem inválidos.
... E chegas à falsa conclusão de que os resultados que recolhes do
procedimento correto não são os desejáveis, experimentando a tentação de
ESFORÇO CONTÍNUO
S
ê pacífico!
Não apenas consideres excelente a paz como fundamento da
existência ditosa.
Esforça-te para que a serenidade seja uma constante em tuas horas.
Mediante cuidados especiais com o pensamento, sintonizarás com a
harmonia, o que equivale a dizer: o equilíbrio entre a reflexão e as ações.
Naturalmente se trata de um empenho contínuo, tendo em vista o
direcionamento das ideias.
Num relacionamento humano, em que a multiplicidade de
ocorrências obriga a manutenção de vigilância tensa, torna-se mais difícil a
manutenção dos propósitos saudáveis.
Em razão da variedade dos acontecimentos, a mente se transfere de
um para outro polo com frequência tão rápida que surge um mecanismo
para substituir uma ideia por outra, a ponto de se olvidar de imediato
aquela que se estava cultivando...
Os hábitos de variedade múltipla obrigam a criatura moderna a um
estado de excitação desgastante na área da emoção, que lhe consome as
PERSEGUIÇÕES ESPIRITUAIS
C
onsidere-se que a morte não é mais do que a separação do
organismo material em relação à essência espiritual.
A dissociação orgânica liberta o Espírito, que durante algum tempo
se sente aturdido em decorrência da circunstância diferente que
experimenta.
Retido em hábitos a que se ajusta por um período, sente-se fixado às
impressões que lhe eram comuns e somente a pouco e pouco se integra à
nova paisagem vibratória de onde se encontra.
Especialmente os seus apegos e aspirações permanecem conduzindo-
o dentro do antigo padrão de comportamento.
Suas convicções e anelos continuam conforme lhe eram habituais.
Nesse sentido, o número daqueles que permanecem em sua volta é
maior do que se supõe normalmente.
Toda vez quando uma criatura humana se vincula a uma ideia, a um
hábito novo, atrai Espíritos que se encontram nessa faixa de vibrações e
passam a influenciá-lo conforme as suas inclinações.
Tendo-se em vista a posição moral da Terra na escala da evolução,
como planeta de provas e de expiações, há por enquanto forte
A COROA DO MARTÍRIO
T
odo empreendimento exige a contribuição do esforço daquele que se
lhe dedica à ação. Nas realizações idealistas, cujo objetivo é o
progresso moral e intelectual do indivíduo, e, em consequência, da
solidariedade, aquele que exerce a liderança deve arcar com a
responsabilidade e experimentar as dificuldades de sua realização.
Em todas as épocas, ei-los chamando a atenção pelos sacrifícios com
que se empenham, pelas dificuldades que defrontam, pagando alto preço em
renúncia e abnegação.
Não acreditados pelos seus coevos, intentam apresentar-lhes as
vantagens, os resultados por antecipado, não obstante são conduzidos ao
ridículo, ao descrédito, à perseguição gratuita.
Sucede que atividades novas provocam modificações de hábitos,
exigem empenhos e mudanças de comportamento incompatíveis com a
acomodação.
Sempre a geração presente investirá para que sejam mantidos os
hábitos e costumes vigentes, torpedeando o novo e o renovador, por
comportamento de defesa do que lhe convém.
Mediante a insistência do idealismo, vão-se vencendo os obstáculos e
fincando-se as balizas das experiências renovadoras.
CRÍTICAS
N
o sentido literal, a crítica é uma análise neutra de um fato, um
escrito, um comportamento, uma obra de arte...
A crítica deve ter o cuidado de contribuir em favor do
aperfeiçoamento daquilo que se encontra sob a sua observação.
É valioso contributo para a qualificação e o aprimoramento de toda e
qualquer obra colocada sob a óptica dos estudos sérios.
Desse modo, pode ser construtiva ou destrutiva.
Possivelmente, em razão dos muitos equívocos apontados no exame
do que se encontrava em observação, passou a sofrer considerações
maldosas e prejudiciais.
A capacidade de análise de qualquer coisa caracteriza também a
seriedade de que se reveste o objeto e o interesse do seu autor em alcançar o
objetivo a que se propõe…
Quaisquer imperfeições ou deslizes que sejam apontados, ao serem
sinalizados, podem ser corrigidos e aquilo passa a ter mais qualidade.
Em face dos sentimentos morais e da evolução espiritual daqueles
que dispõem das condições exigíveis para o mister, afasta-se da finalidade
e passa a apontar os erros e imperfeições que detecta, sem o valor ético de
EM RESPEITO À GENTILEZA
U
m observador cuidadoso notará que tudo no Universo encontra-se
sob a diretriz da Lei de Ordem, que responde pela harmonia
cósmica.
Em a Natureza, depara-se a presença da beleza que varia do
infinito, obedecendo a um programa adrede elaborado.
Tudo está submetido ao Planejamento Divino, incluindo as
ocorrências desastrosas que transcendem à superficial aparência que se
estabeleceu como o correto e o aceito.
Nos relacionamentos humanos deveria viger, de maneira equivalente,
a gentileza, através da qual mais rápido se faz o progresso. Todavia, em
razão dos diferentes níveis de evolução das criaturas que constituem a
sociedade, a ocorrência de atritos é mais constante do que a sua ausência.
Nessas fases primárias da evolução o egoísmo predomina, e, em
consequência, cada indivíduo sempre se atribui valores que não possui,
atirando nos outros as suas imperfeições.
Em face desta situação, mais comuns são as agressões, os choques de
opinião, o desrespeito e todo um séquito de imperfeições espirituais e
morais.
RECOMEÇO
D
ispões da faculdade de discernir o que o livre-arbítrio te
proporciona, tudo quanto possas e queiras, embora a fatalidade do
destino.
De acordo com a escolha da conduta a seguir, produze para o
futuro aquilo que realizaste, que volverá mediante a bênção da
reencarnação.
O recomeço é sempre oportunidade luminosa de dar prosseguimento
ao bem encetado, que aguarda ensejo para atingir a plenitude, de igual
maneira faculta a reparação dos equívocos e gravames que ficaram em
processo de ajustamento, de harmonia.
Possuidor do conhecimento dos valores que são adquiridos durante a
vilegiatura carnal, a criatura trabalha o seu porvir mediante a utilização dos
melhores equipamentos que a cultura e a tecnologia colocam à sua
disposição.
Nunca faltam recursos valiosos para atender ao desenvolvimento
intelecto-moral do ser em evolução.
Dos gestos simples e desde os pequenos esforços, a vida enseja
sabedoria, que se incorpora ao patrimônio íntimo para a qualificação
espiritual.
COMPORTAMENTO ESPÍRITA
D
esde quando as claridades do Evangelho penetram a alma em
sombras que alterações significativas e gratificantes ocorrem.
A treva confunde e atemoriza, facultando interpretações inexatas na
visão deficiente, conforme as paisagens mentais nas quais se fixam
os interesses habituais.
A falta de entendimento sobre os objetivos existenciais gera
perturbações do raciocínio e mudanças contínuas em torno do pensamento,
que se deve manter sempre em equilíbrio e atividade edificante.
As afirmações espirituais em torno da imortalidade da alma
conduzem, sem dúvida, a uma inevitável alteração de conduta em razão da
nova realidade que se passa a enfrentar.
Graças à certeza da sobrevivência do ser à disjunção molecular do
organismo físico, surge a necessidade de preparar-se para o enfrentamento
do porvir inevitável que deverá propiciar paz e plenitude.
Das ações habituais frívolas e irresponsáveis, deve-se passar para
aquelas de natureza positiva, geradora de bênçãos, porque resultado de
reflexões saudáveis e bem articuladas no conhecimento novo a respeito do
existir.
SEMENTES DE LUZ
É
inadiável a ensementação do bem em todas as variáveis possíveis.
Imenso é o matagal da ignorância que asfixia as plântulas da
esperança e da solidariedade humana no atual momento da
civilização. Não somente nos solos dominados pelo escalracho,
senão por outras pragas adversárias da plantação dignificante.
Aqui, apresenta-se a aridez do terreno humano mediante a
indiferença aos sofrimentos humanos que se multiplicam exaustivamente;
ali, o abandono a que se encontram relegados os canteiros de trabalho
auspicioso; mais adiante, a abundância de aves que se alimentam dos
escassos e frágeis grãos, e o campo se apresenta deserto, destruído.
Os seres humanos, sem dar-se conta, desumanizam-se graças à
multiplicação das ocorrências danosas e cruéis com as quais se vão
acostumando.
Por outro lado, o volume de divertimento e de experimentos
perturbadores atraem multidões desassisadas, e as sufocam no bafio
pestilento das alucinações e dominam as aspirações, os sentimentos.
As imagens obscenas e as condutas agressivas quão vulgares invitam
a sensualidade animal, em espetáculos chãos de prazer voluptuoso, sem
sentido emocional ou relevante.
DIAS VENTUROSOS
S
ão estes os dias severos da evolução moral da Humanidade sob os
açoites do sofrimento.
A dor generaliza-se por toda parte em forma cruel, sob disfarce ou
dele despida, mediante a demonstração da falência das paixões
ilusórias que alucinam as criaturas.
As nobres conquistas da cultura e da tecnologia, que deslumbram
pela sua grandeza, não conseguiram modificar a estrutura moral do planeta,
que estertora sob incessantes golpes de padecimentos inenarráveis.
Facilidades e glórias da inteligência empalidecem ante as aberrações
morais e os tormentos que tomam conta de todos os seres.
Acreditou-se que as aquisições de fora poderiam aplacar as angústias
e as necessidades internas.
O progresso, com a sua força incomum, diminuiu as sombras da
ignorância e projetou claridade nos abismos que as superstições e aventuras
tentavam explicar de maneira mágica, colocando pontes de falsas
interpretações.
Foram superadas as grosseiras expressões do primarismo, no entanto
terríveis condutas demonstram o seu equívoco.
A INVEJA
E
ntre as imperfeições do caráter humano, descendente direta do
egoísmo, destaca-se a inveja, essa dissolvente manifestação da
imperfeição moral.
Muitas tragédias que ocorrem na sociedade são frutos espúrios
do cultivo dessa conduta execranda.
A existência terrestre possui como finalidade psicossociológica,
atendendo ao instinto gregário, a preservação da solidariedade, que se firma
no auxílio fraternal que deve existir entre todas as pessoas. Nada obstante
esse impositivo da sobrevivência, grande número de criaturas humanas opta
pelo comportamento competitivo, incapazes de rejubilar-se com as
conquistas e alegrias do seu próximo na viagem ascensional.
Deixando-se magoar pelos próprios insucessos ou atormentadas pela
sede de viver em regime de exclusão, somente a si se permitindo usufruir da
fugaz felicidade, voltam-se com tenacidade contra todos aqueles que lhe
parecem ameaçar o triunfo ou odeiam a glória não conseguida.
Apoiando-se na mesquinhez a que se entregam, elaboram verdadeiros
programas de se colocarem contra os demais, dando lugar a mentiras e
calúnias que habilmente elaboram, atirando flechas contínuas envenenadas
pelos sentimentos inferiores com os quais se comprazem.
VIDA FELIZ
A
conquista plena da felicidade ainda é uma aspiração humana que
não se consegue na Terra, em razão de vários fatores, especialmente
a organização fisiológica.
Assevera o Eclesiastes que a felicidade não é deste mundo, e,
posteriormente Jesus afirmou que o Seu “Reino não é deste mundo”.
Em uma página histórica, Creso, rei da Lídia, centenas de anos antes
de Cristo, no apogeu da glória, do poder e da fortuna, interrogou o filósofo
Sólon, num banquete com que o homenageava, qual seria o homem mais
feliz que ele havia conhecido durante as suas viagens. Após o sábio haver
declarado que se tratava de dois jovens modestos que deram sua vida por
Atenas, o rico insistiu, e ele adiu: “Somente se pode saber que um homem é
feliz depois da sua morte, quando mais nada lhe pode acontecer”.
Frustrado no seu orgulho de supor-se o mais feliz dos homens, mais
tarde perdeu a guerra contra Ciro, rei da Pérsia, e terminou sendo levado
pelo vencedor para ser o educador de Cambises, filho do vitorioso, após
perder tudo e quase a existência.
Supõe-se, invariavelmente, que a felicidade é a posse de recursos
amoedados e outros comuns na Terra, mas sempre transitórios, porque
mudam de mãos.