Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Instituto de Filosofia E Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais
Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Instituto de Filosofia E Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais
Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Instituto de Filosofia E Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais
Porto Alegre
2013
GUILHERME DE CRUZEIRO ISER
Porto Alegre
2013
GUILHERME DE CRUZEIRO ISER
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dr. Carlos Schmidt Arturi (orientador)
PPG Relações Internacionais – UFRGS
________________________________________
Profª. Drª. Ondina Fachel Leal
PPG Relações Internacionais – UFRGS
________________________________________
Prof. Dr. Enrique Serra Padrós
PPG Relações Internacionais – UFRGS
________________________________________
Profª. Drª. Vanessa Marx
CEGOV - UFRGS
Dedico esta dissertação ao meu pai Clóvis,
que apressado se foi, sem presenciar este
momento; Mãe, Vó e Manô, minha família,
minha vida; e Suzana, minha força.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 9
2 OS ENTES SUBNACIONAIS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS ....... 12
2.1 A QUESTÃO DA INTERDEPENDÊNCIA COMPLEXA EM RELAÇÃO
À PARADIPLOMACIA ................................................................................ 12
2.2 AS UNIDADES SUBNACIONAIS E AS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS..................................................................................... 16
3 AS EXPERIÊNCIAS PARADIPLOMÁTICAS NO MUNDO ....................... 23
3.1 O FENÔMENO DA GLOBALIZAÇÃO E A PARADIPLOMACIA ................ 23
3.1.1 A Paradiplomacia Empresarial ............................................................... 26
3.2 OS PRINCIPAIS CASOS DE PARADIPLOMACIA NO MUNDO ............... 28
3.2.1 A Paradiplomacia no Canadá .................................................................. 29
3.2.2 A Paradiplomacia nos Estados Unidos e no México ............................ 31
3.2.3 A Paradiplomacia na Argentina e no Chile ............................................ 33
3.2.4 A Paradiplomacia na Alemanha e na Áustria ........................................ 36
3.2.5 A Paradiplomacia na França e na Suíça ................................................ 37
3.2.6 A Paradiplomacia na Espanha e o Caso de Barcelona......................... 38
3.2.7 A Paradiplomacia na Rússia e na China ................................................ 40
4 A PARADIPLOMACIA NO BRASIL .......................................................... 42
4.1 A ATUAÇÃO INTERNACIONAL DOS ENTES SUBNACIONAIS
BRASILEIROS ........................................................................................... 42
4.2 CASOS RELEVANTES DE PARADIPLOMACIA NO BRASIL ................... 47
4.2.1 Principais atuações de Estados Federados: os Casos do Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. .................... 47
4.2.2 Principais Atuações de Municípios: A Paradiplomacia da Cidade
de São Paulo. ........................................................................................... 50
4.2.3 A Paradiplomacia Municipal de Santos e Curitiba ................................ 53
4.2.4 A Paradiplomacia de Porto Alegre ......................................................... 55
5 CONCLUSÃO ............................................................................................ 58
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 60
9
1 INTRODUÇÃO
pautado nos estudos de Robert Keohane e Joseph Nye, que melhor explica o
processo paradiplomático. Em contraponto, a escola realista analisa, no nosso
entender, de forma distorcida, porém não irreal, o fenômeno da paradiplomacia, ao
privilegiar o Estado nacional como unidade analítica e vislumbrar na paradiplomacia
possibilidades de secessão e de independência dos entes subnacionais. A tentativa
autonomista de estados federados e de regiões dos estados nacionais, quando
existe, é conhecido como protodiplomacia, que não será aprofundada no trabalho,
mas que se faz presente no ambiente paradiplomático, em alguns casos específicos.
Igualmente, abordaremos, o fenômeno da globalização como propulsor mais recente
das relações internacionais dos entes subnacionais, demonstrando como interfere
nas suas práticas e possibilidades de atuação.
Em face desta nova linha de atuação internacional, buscar-se-á explicar como
o fenômeno da paradiplomacia se tornou corriqueiro em diversos países do mundo,
como se desenvolveu e qual foi sua repercussão nas respectivas políticas nacionais.
Levar-se-á em consideração o âmbito local e regional, representados pelos
municípios, estados ou regiões não centrais. Serão apresentados, em linhas gerais,
os casos que mereçam atenção diferenciada de diversas experiências
paradiplomáticas ao redor do mundo, além de uma breve análise descritiva da
paradiplomacia empresarial, algo recorrente e diretamente ligado com a globalização
e com os fatores propulsores do fenômeno aqui apresentado.
O trabalho é apresentado em três capítulos. No primeiro capítulo, é realizada
uma revisão teórica acerca da temática da paradiplomacia, além da caracterização
dos governos não centrais como atores das relações internacionais. O capítulo
seguinte encontra-se dedicado à a importância da globalização na propulsão e
desenvolvimento da paradiplomacia e onde é feito um breve apanhado histórico-
descritivo dos mais famosos e importantes casos paradiplomáticos do mundo. Neste
mesmo capítulo também é abordado de maneira sucinta, já que não é o foco do
trabalho em questão, a paradiplomacia empresarial, que goza de determinada
importância no cenário internacional impulsionado pela globalização.
No capítulo terceiro, apresenta-se um panorama histórico da paradiplomacia
no Brasil, com a descrição analítica dos casos mais importantes de paradiplomacia
dos estados federados e dos municípios do país. Finalmente, na Conclusão,
faremos algumas considerações sobre o tema à luz do trabalho desenvolvido.
11
1
Refere-se ao conjunto de diplomas legais que acata consensualmente noções e princípios como
o da soberania nacional e o de Estado-Nação que formam o moderno sistema internacional,
desde a Paz de Westphalia em 1648.
2
São as questões atinentes única e exclusivamente ao Estado central, envolvendo diretamente
sua soberania, que impossibilitaria que qualquer outro agente atue nestas áreas.
13
3
A ótica realista aborda a temática da paradiplomacia com base nos movimentos de
independência dentro de Estados soberanos, geralmente fazendo referência aos casos de
Quebec no Canadá e da Catalunha na Espanha, que objetivam a consolidação de um Estado-
Nação.
14
governos não centrais sejam esforços que visam à transformação de seu território
em Estado-Nação.
Neste trabalho, diversamente da escola realista, vislumbra-se esta temática
sob a ótica da interdependência complexa, que, a nosso ver, elucida de maneira
mais satisfatória a participação dos novos atores no âmbito internacional. Segundo
Keohane e Nye (2001), existem dois níveis no sistema internacional, o da estrutura e
o do processo, que afetam um ao outro. A estrutura refere-se à distribuição de
capacidades ou de recursos de poder entre unidades similares, o que leva os
analistas a tratarem de sistemas bipolares e multipolares, por exemplo. O processo
diz respeito à dinâmica das relações entre os diversos atores – não somente os
Estados-Nação – as redes de interação que desenvolvem e as suas relações de
barganha.
Deve-se salientar que a teoria da interdependência complexa não tem como
objetivo ou conseqüência, tornar obsoleto o poder militar4, tampouco o econômico.
Seus autores apenas entendem que a dinâmica das relações internacionais pode
incluir outros recursos de poder e que as possibilidades de comunicação e de
negociação entre os diversos atores alteram as regras e os resultados do jogo
internacional. Desta maneira, uma abordagem que tenha como foco único a
distribuição de capacidades entre unidades similares não seria suficiente para
explicar as relações internacionais.
Conforme Sarfati (2006), a interdependência complexa dispõe de três
características. Primeiramente, são salientados os canais múltiplos pelos quais a
sociedade se conecta, identificados como interestatais, transgovernamentais e
transnacionais. Basicamente, os canais interestatais resumem-se às tradicionais
relações entre os Estados, representados por diplomatas ou militares no exercício
de suas funções. Os canais transnacionais versam sobre a atuação de atores não
governamentais, que buscam objetivos próprios. À medida que as relações
internacionais se tornam cada vez mais transnacionais, os Estados também cada
vez mais se tornam sensíveis à proliferação destes canais múltiplos de
relacionamento social internacional. Por fim, os atores transgovernamentais são
associados a diferentes estruturas de governos nacionais que estabelecem
4
A força militar é de uso exclusivo do Estado-Nação, e é caracterizada como um exemplo da alta
política.
15
5
Temáticas que com o processo de globalização e o aumento das demandas do Estado-Nação
não conseguem obter o cuidado necessário por parte do ente central, possibilitando a atuação
de entes não centrais em ramos tais como os direitos humanos, mudanças climáticas e
desenvolvimento sustentável
16
pelos governos regionais, uma vez que muitos temas estão sob sua
competência constitucional;
c) Estruturas e recursos: a atuação internacional dos governos
subnacionais é determinada por seus recursos financeiros e pela
especialização de seus recursos humanos. Para concretizar seus
objetivos de vinculação internacional, estes atores mistos também
podem recorrer aos recursos diplomáticos do governo federal, à
influência na formulação da política externa e aos canais de
relacionamento externo utilizados por atores não governamentais;
d) Níveis de participação: As iniciativas dos entes subnacionais de ampliar
sua inserção internacional visam, a priori, aumentar a participação de
sua produção no comércio internacional, a atrair investimentos externos
diretos e a absorver novas tecnologias. O mercado global, portanto, é o
espaço onde mais atuam;
e) Estratégias: podem ser de mediação, quando os governos subnacionais
usam os canais nacionais para atingir seus objetivos vinculados à esfera
internacional, e diretas, quando concentram seus recursos para agir
diretamente na esfera externa.
7
Diminuição das tensões na chamada Guerra Fria, mais especificamente na década de 1980.
22
interno, fazendo com que os interesses no mercado global dos entes subnacionais
não possam apenas ser defendidos pelo Estado central.
Conforme Keating (2000), nos últimos anos tem havido uma diminuição das
políticas de desenvolvimento conduzidas pelos governos nacionais. Assim, as
regiões estariam assumindo um papel-chave na transformação econômica, sendo
elas impulsionadas a participar dos fluxos globais de comércio e investimentos, o
que possibilita sua inserção na economia internacional.
As percepções locais de como a região é afetada por fatores de ordem
externa e interna, principalmente os relacionados à esfera econômica, influência a
atuação internacional dos governos subnacionais. Por sua vez, interesses políticos
imediatistas, ocasionados principalmente por eleições, podem fomentar ações
paradiplomáticas no intuito de causar impacto na população local. Podem ser
citadas como exemplo, as missões governamentais no exterior. Existe ainda a
tendência de emular as iniciativas de outras entidades subnacionais, num fluxo
crescente de ações paradiplomáticas, incentivando outros atores a exercerem a
paradiplomacia.
Estes reflexos oriundos das novas dinâmicas e fluxos políticos, econômicos e
sociais, se refletem de maneiras diferentes nos diversos Estados, levando-se em
consideração sua história, organização política e regime social. Os fluxos globais
intensos provenientes da globalização, mais explícitos na década de 1980 em
diante, impactam sobre diversos países mundo afora, o que será analisado no
próximo capítulo, juntamente com o fenômeno propulsor da paradiplomacia, a
globalização. Dentro deste contexto, analisaremos o caso brasileiro no último
capítulo deste trabalho, já diante da importância atribuída ao país no âmbito
internacional, sua inserção no processo da globalização, cuja prática da
paradiplomacia é uma conseqüência.
23
8
Referência à Paz de Westphália.
25
9
Eventos globais que se disseminaram a partir da década de 1990, como por exemplo a Eco 92
no Rio de Janeiro, a Habitat 96 realizada em Istambul, entre outros, majoritariamente
organizadas pela ONU.
26
10
Tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que
agravam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas,
como causa antropogênicas do aquecimento global.
31
Ainda no norte das Américas, tem-se o modelo dos Estados Unidos, que
mesmo não institucionalizado, assim como o canadense, tem uma interpretação
constitucional que veda qualquer tipo de acordo internacional que venha a interferir
na política externa norte-americana, visando evitar um congestionamento do
Congresso com a deliberação de matérias envolvendo todos os tipos de acordos
internacionais. Isto porque se considera que a maioria deles não interfere nas
diretrizes fundamentais da política externa nacional. Embora não haja maiores
controvérsias sobre o monopólio constitucional do governo federal nas relações
internacionais, os governos estaduais e locais têm se dedicado à defesa ativa dos
setores econômicos sob sua jurisdição.
11
Lei publicada no Diário Oficial da Federação dos Estados Unidos do México no dia 2 de janeiro
de1992.
12
Alterações referentes à Emenda Constitucional da República Argentina, que provocou alterações
nos arts. 124, 125 e 126 da Constituição do país.
34
importante salientar que a região de Buenos Aires concentra a maioria dos fatores
produtivos do país.
O modelo Argentino é, sem dúvida, um modelo de paradiplomacia que
poderia influenciar uma futura institucionalização das atividades paradiplomáticas no
ordenamento jurídico brasileiro.
Como tratado anteriormente, no caso chileno, pode-se perceber que, mesmo
que o ordenamento político do Chile atribua exclusivamente ao ente central a
capacidade de celebrar tratados e conduzir as relações exteriores, este país não se
encontra alheio às atividades paradiplomáticas realizadas na América Latina. Este
fenômeno está amparado pelo processo de crescimento econômico, social e cultural
que o Chile vem sofrendo nos últimos anos.
Conforme Branco (2008), outros fatores, além do econômico, dão suporte e
justificam a atuação paradiplomática no Chile. Mais de uma década estes fluxos têm
se evidenciado no país, tanto no âmbito regional, como no municipal. Além de estar
integrado a vários acordos bilaterais de comércio internacional, o Chile possui um
total de 6.328 quilômetros de fronteiras. Apenas com a Argentina, ele constitui a
terceira fronteira mais larga do mundo, com 5.318 quilômetros. Mesmo que existam
desavenças políticas, pode-se citar também o intenso relacionamento internacional
do Chile com comunidades peruanas e bolivianas.
4 A PARADIPLOMACIA NO BRASIL
13
No Brasil principalmente na esfera do Itamaraty, usa-se o termo diplomacia federativa para tratar
da atuação internacional dos entes federados e da articulação da União para com os entes
subnacionais nas questões de política externa.
45
14
Em novembro de 2009, havia 8 Escritórios estaduais e dois regionais, localizados em Minas
Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, além dos
Escritórios na região norte (Amazonas) e na região nordeste (Pernambuco). (BRASIL, 2009).
46
investimentos, com o apoio do governo central. Por outro, o governo central teme
que as ações externas dos entes subnacionais brasileiros possam contradizer as
diretrizes da política externa brasileira, motivando, assim, um controle das ações
paradiplomáticas, preocupação que já se mostrava existente no governo FHC
(Nunes (2005).
A história recente do desenvolvimento paradiplomático no Brasil, a partir da
década de 1980, é assim descrita por Nunes:
Conforme Nunes (2005), com o passar dos anos e influenciada por opção
políticas diferentes, no governo Antônio Brito (1995-1998) aconteceu a fusão da
Secretaria Especial para Assuntos Internacionais com a Secretaria de
Desenvolvimento Econômico (Sedes), originando a Secretaria de Desenvolvimento e
Assuntos Internacionais (Sedai)15. Em certa medida, é possível afirmar que as
atividades referentes às relações internacionais e os processos de integração
regional reduziram-se sensivelmente no período em questão.
Apesar da grande desenvoltura das ações paradiplomáticas do Rio Grande do
Sul, houve uma certa estagnação das atividades da Secretaria de Desenvolvimento
e Assuntos Internacionais . Associa-se tal estagnação com a acentuação da crise do
Mercosul a partir de 1999, retirando a prioridade de integração da agenda da Sedai
e do governo estadual. A prioridade das relações internacionais passou a ser a
procura de novos mercados para a produção industrial e agrícola, levando a
Secretaria a desenvolver ações específicas nesse sentido.
Prosseguindo no âmbito estadual, a análise da participação do estado de São
Paulo na política internacional é de suma importância, dada sua condição de ente
federado que apresenta o maior grau de desenvolvimento e a maior contribuição ao
Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Como salienta Branco (2008), apesar da importância econômica do Estado de
São Paulo para o país, a participação internacional do ente subnacional é um tanto
15
Secretaria a qual o autor desta dissertação desenvolveu estágio acadêmico não curricular, no
período de dezembro de 2007 a agosto de 2008.
49
16
Conforme a assessoria de relações internacionais do município, a cidade abriga os consulados
de Portugal, Paraguai, Panamá e os consulados honorários da Alemanha, Espanha, Estônia,
França, Grã-Bretanha, Grécia, Países Baixos, Itália, Noruéga e Uruguai. Disponível em:
<http://www.santos.sp.gov.br/relacoesinternacionais/>. Acesso em: 23 abr. 2013.
54
forma indireta, serviu como pano de fundo para que outros contatos surgissem, uma
vez que Santos foi a cidade brasileira que primeiro recebeu imigrantes no país.
Conforme Oliveira (2009), embora o contato com outras localidades fosse
comum desde suas origens, apenas a partir da década de 1970, foi que Santos
passou a oficializar suas relações internacionais, ocasião em que firmou o primeiro
convênio de cidades-irmãs, motivado pela afinidade da colônia japonesa, visando
oficializar e proporcionar um ambiente harmonioso, duradouro e de bom
relacionamento entre as partes.
Apesar de os convênios constituírem o meio mais visível às atividades
internacionais, Santos também utiliza outros mecanismos para efetivar ações no
contexto da paradiplomacia. Uma ferramenta eficaz para se manter contatos com os
pares estrangeiros utilizada pelo município é a sua inserção nas redes de cidades e
sua paradiplomacia multilateral. Nesse sentido, a cidade participa de redes como a
Mercocidades, Associação de Cidades Portuárias e da URB-AL/UE, além da
participação em eventos internacionais.
A importância do cenário internacional na história da cidade de Santos fez
com que, no ano de 2005, fosse criada uma Assessoria de Relações Internacionais,
durante o governo de João Paulo Tavares Papa (PMDB, 2005-2013), onde o órgão
se capacitava para atividades ligadas ao intercâmbio de políticas públicas e acordos
de cooperação técnica com entidades, órgãos e cidades do exterior e à ampliação
de parcerias com outras cidades estrangeiras.
Outro exemplo expressivo da paradiplomacia local no Brasil é o da cidade de
Curitiba, tido como a vitrine brasileira no quesito ambiental. A conquista desse
patamar de qualidade de vida superior concomitante ao desenvolvimento
sustentável que delega grande prestígio à cidade, como analisado por Rodrigues, é
resultado de alguns fatores como:
O município de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, estado com forte
envolvimento na paradiplomacia, merece igualmente destaque.
19
No original: “la utopía del proyecto político de Porto Alegre, que buscaba una mayor igualdad
social dentro del desigual contexto brasileño, ha sido reconocida en el mundo como la ciudad
que ha conseguido resistir a la globalizacion neoliberral y que há buscado um proyecto distinto
com la participación de los ciudadanos em la gestión de la ciudad. La utopia interna se
transforma en utopia externa”. Tradução do presente autor.
20
Órgão municipal onde o autor desenvolveu estágio acadêmico não curricular no período
compreendido entre setembro de 2008 e janeiro de 2009.
57
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 24. ed. São
Paulo: Saraiva, 2003.
MALBERG, R. Carre de. Teoria general del Estado. México DF: Fondo de Cultura
Económica, 1948.
NYE JR., Joseph S. Power In the global information age: from realism to
globalization. Routledge - Usa. 2004.
VÉRAS, Maura Pardini Bicudo. Enigmas da gestão da cidade mundial de São Paulo:
políticas urbanas entre o local e o global. In: SOUZA, Maria Adélia A. de Lins (Org.).
Metrópoles e globalização: conhecendo a cidade de São Paulo. São Paulo:
Cadesp, 1999. v. 1, p. 197-217.
VIGEVANI, Tullo. Introdução. Cadernos Cedec, São Paulo, v. 1, n. 80, p. 7-11, abril
2006.