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Atividade MRP Leitura Discussão Exercícios
Atividade MRP Leitura Discussão Exercícios
Atividade MRP Leitura Discussão Exercícios
O trabalho de Haroldo Prata tem sido bastante rotineiro. Às segundas-feiras, ele define as ordens de produção para a semana
e libera todas elas para a fábrica. Nas terças e quartas-feiras, ele checa o estoque e libera pedidos de compra. Às quintas ele vai à
faculdade (está cursando especialização em administração) e às sextas ele trabalha no plano de produção para a próxima semana,
levando em conta as ordens já abertas (em andamento) na fábrica. Ele define um plano de produção para cada um dos itens de
produto acabado, uma parte do qual é mostrado na Figura 18.15.
Haroldo, analisando o material passado por Pedro, perguntou se poderia participar de um treinamento de um dia na software
house, de quem a Reyfar havia comprado o módulo de controle de estoques. Um dia de treinamento para cada módulo estava
incluído no pacote, portanto, Pedro consentiu de bom grado. Haroldo estava matriculado num curso noturno com um dia por semana
de aulas diurnas, numa matéria eletiva de especialização em administração industrial em que ele procurava se especializar. Grande
parte do curso havia sido a respeito de sistemas de planejamento e controle da produção, particularmente sistemas MRP. Quando
ele retornou à empresa, depois do dia de treinamento na software house, Haroldo estava impressionado com tudo o que o sistema
Compumation poderia oferecer em termos de planejamento e controle da produção; alguns dos módulos adicionais, não comprados
pela Reyfar, eram:
- Bill of materials (listas de materiais).
- Cálculo de necessidade de materiais (MRP).
- Controle e gestão de compra.
- Controle de produção.
Nessa época, Pedro estava enfrentando um problema dos grandes. Haroldo deixou folhetos com ele a respeito dos módulos
adicionais, para que ele os estudasse quando tivesse algum tempo livre. O problema no qual Pedro estava trabalhando era calcular
as implicações para a produção de um grande pedido que acabara de entrar da Peg-Faça. Estêvão Barros, o Diretor de Marketing e
Vendas, estava inteiramente envolvido com esse problema e distribuindo ordens e instruções especiais para todos os cantos da
Reyfar para garantir que esse importante cliente ficasse inteiramente satisfeito.
Mais tarde, naquele mesmo dia, ainda enquanto tentava achar uma forma de lidar com o grande pedido da Peg-Faça, Pedro
tomou em mãos os folhetos dos módulos de gestão da produção do sistema Compumation. Ele já estava convencido há algum tempo
de que Haroldo Prata seria mais bem aproveitado se gastasse seu tempo resolvendo problemas excepcionais, em vez de fazer
cálculos de rotina. Ele viu a luz do escritório de Antônio Farias acesa e resolveu ir até lá para falar a respeito disso.
Parado fora da sala, ele ouviu a voz de Estêvão Barros. O Diretor de Marketing e Vendas estava falando ao telefone na
sala de Farias. Batendo antes de entrar, Pedro pôs sua cabeça para dentro da sala. Antônio Farias e Marcos Rey estavam lá. Antônio
acenou para que Pedro entrasse e se sentasse. Estêvão estava obviamente falando com a Peg-Faça e sua parte da conversa era a
seguinte:
“Não, não é impossível entregar nos prazos que vocês solicitaram. Mas, por favor, vocês têm de entender que este aumento
repentino no pedido justamente na parte da frente do programa de entregas pode nos causar algum problema... (pausa)...
Claro, nós estamos conscientes disso, e de fato estamos bastante reconhecidos pela oportunidade. Não, nós não vamos
deixar vocês na mão... (pausa)... Não, vocês não precisam fazer isso, podem confiar... Nós fazemos...”
Marcos explicou para Pedro que era absolutamente essencial que eles fizessem tudo para que esse pedido fosse atendido
100% perfeitamente. Ele achou que a fábrica da Reyfar tinha espaço físico suficiente para o trabalho extra e ele já estava contratando
mais pessoal para poder lidar com o pico inicial. O principal fornecedor, Forjas Forjaço, tinha capacidade suficiente para lidar com
o aumento nos volumes e ele já tinha negociado pessoalmente um bom contrato com um novo fornecedor de madeira (para os
cabos), um atacadista de porte nacional com preços melhores. Esse pedido da Peg-Faça poderia ser a “virada” para a empresa, a
porta de entrada para as grandes cadeias de supermercados. Quando Estêvão desligou o telefone, ele e Marcos saíram para um bar
para continuar a conversa, deixando Pedro com Antônio na sala.
Pedro Chinobo explicou o que significaria para a Reyfar, em termos de velocidade na obtenção de informações e redução
no tempo gasto com cálculos manuais e emissão de ordens de produção, ter o planejamento e o controle da produção informatizados.
Mas, mais importante que todo o resto, haveria os benefícios de gerenciar uma fábrica planejada, em vez de gerenciar a operação
errática que eles eram forçados a administrar naquele momento. Pedro expressou sua preocupação com o sistema manual, que usava
informações sobre o uso histórico dos itens para calcular as necessidades de materiais; ele não tinha como garantir que eles seriam
capazes de atender 100% o novo pedido da Peg-Faça. O sistema MRP, cujos detalhes Haroldo havia trazido da software house,
permitiria que eles projetassem à frente as necessidades de materiais e informaria exatamente quando esses materiais seriam
necessários. Antônio concordou em discutir o problema com Marcos e em apoiar a ideia de informatizar o sistema de planejamento
e controle da produção.
O conflito
Estava evidente que algo não ia bem quando Antônio entrou no escritório de Pedro no dia seguinte. Ele colocou os folhetos
do Compumation em cima de sua mesa e se sentou. Ele explicou que se havia encontrado com Marcos no bar na noite anterior e
que tinha mencionado a preocupação de Pedro com a habilidade da Reyfar de lidar com o pedido da Peg-Faça. A reação de Marcos
tinha sido repentina e até bastante hostil à ideia de informatizar o PCP. Estêvão havia participado da conversa sempre para enfatizar
que eles tinham que conseguir lidar com o pedido: não havia escolha. Além de tudo, estava óbvio para ele que havia capacidade de
produção suficiente para executar o pedido.
Antônio havia sugerido que eles, ao menos, comprassem os módulos de planejamento da produção (possivelmente o MRP)
para ajudar a aliviar a carga de trabalho de Pedro e Haroldo. Marcos pareceu acreditar que, se isso fosse feito, eles estariam perdendo
tempo precioso se “divertindo” com o sistema novo, enquanto na verdade o que eles deveriam estar fazendo era tomar todas as
providências para que a ordem da Peg-Faça fosse cumprida bem e no prazo.
Nesse meio tempo, Haroldo tinha recebido as primeiras ordens do pedido da Peg-Faça, bem como as primeiras informações
sobre o programa de entregas esperado. Ele estava fazendo alguns cálculos para definir quanto material seria necessário para cumprir
o programa. A primeira parte, um modelo novo de pá de melhor qualidade, item código 00289, tinha o seguinte programa:
Período 24 – 300. Período 25 – 200. Período 27 – 400. Período 29 – 500.
Como se tratava de um novo modelo, ele obteve a lista de materiais junto a Antônio Farias. Antônio já havia calculado os
tamanhos de lote que permitiriam à empresa “diluir” adequadamente os custos de preparação das máquinas. Ele também já havia
definido quanto tempo era necessário para os diferentes lotes serem comprados ou produzidos. Essas informações são mostradas
na Figura 18.16.
Como a maioria das partes era já usada nos modelos atuais, Haroldo checou rapidamente a posição dos estoques dos
diversos itens necessários, olhando suas fichas de estoque. Isso é mostrado na Figura 18.17.
Haroldo começou seu trabalho de calcular manualmente quanto de cada item seria necessário e quando. Para facilitar,
desenhou um formulário similar àqueles usados em sistemas MRP (cópia no Apêndice A). A partir de seus cálculos, ele
imediatamente viu um problema para satisfazer ao pedido da Peg-Faça.
EXERCÍCIOS
1) Explique por que se diz que o MRP II tem um algoritmo de geração de programas “para trás” ou backward scheduling.
2) Discuta a influência do “formato” das estruturas de produto (verticais – muitos níveis e poucos componentes por nível; horizontais
– muitos componentes por nível e poucos níveis; e quadradas – muitos níveis e muitos componentes por nível) de uma unidade
produtiva na maior ou menor adequação do uso do MRP para geração de programas.
3) Qual a diferença que existe entre necessidades brutas e líquidas de materiais em MRP?
4) Qual(is) a(s) diferença(s) entre a linha de “Recebimento de ordens planejadas” e a de “Recebimentos programados”?
5) Qual a influência das políticas de lotes e dos tamanhos de lotes nos níveis médios de estoques para determinado item?
6) Pela lógica de cálculo vista, as informações geradas pelos sistemas MRP são muito dependentes da acurácia dos registros de
estoque. Quais as ações práticas que você pode implementar para melhorar os índices de acurácia dos registros de estoque de sua
empresa?
7) “A parametrização dos sistemas MRP II é uma forma de fazermos com que as particularidades da nossa realidade específica
sejam reconhecidas e consideradas pelo sistema.” Discuta essa afirmativa.
8) Do que depende a definição dos estoques de segurança de itens de estoque no MRP?