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Aula 03 - O Trabalho Como Categoria Estruturante Na Sociedade Capitalista - Prof. Douglas Azevedo
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Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!
Com carinho,
Equipe Ceisc. ♥
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Sumário
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
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condições precárias. Aqui temos o surgimento de duas classes sociais com interesses políticos
distintos.
Dentro desse contexto, passam a surgir graus de hierarquia dentro do mundo laboral, de
modo que alguns sujeitos exercem atividades braçais em piores condições e outros passam a
ocupar cargos administrativos ou de gestão. Aqueles que exercem cargos mais intelectuais
trabalham em melhores condições e recebem melhores salários, logo, se “entendem” como mais
importantes que os outros trabalhadores. Essa percepção vai além do âmbito individual, de modo
que a própria sociedade passa a aplicar essa lógica, e começam a surgir os espaços para
trabalhadores mais pobres e espaços para aqueles com melhores salários. Aqui a desigualdade
deixa de ser salarial, sendo também de acesso à cultura, lazer, espaços etc.
O trabalhador privado destes elementos, inserido em contextos de pessoas como ele,
acaba construindo sua identidade baseada nestas experiências que, novamente, são
determinadas pelo trabalho realizado.
Novamente, as dinâmicas de trabalho no capitalismo influenciam muito mais do que a
produção econômica, mas sim todas as camadas sociais. Naturalmente tais dinâmicas vão se
transformando com o tempo, pois o cenário do fordismo e mesmo o do toyotismo cedem espaço
para as novas dinâmicas, potencializadas pela tecnologia, gerando o chamado proletariado de
serviços (que estudamos nas aulas do item 2 do nosso edital de sociologia).
Por exemplo, hoje temos o chamado desemprego estrutural, em virtude dos trabalhadores
não terem conhecimento técnico acerca das novas tecnologias produtivas. Isso coloca muitas
pessoas em práticas laborais precarizadas (trabalhos temporários, em plataformas, freelancer,
etc.) sem quaisquer direitos, ampliando a desigualdade. Essa nova realidade enfraquece os
sindicatos, que não conseguem mais acompanhar os fluxos da flexibilização.
Assim, em síntese, temos que o modo de produção capitalista está conectado com as
relações sociais, políticas, intelectuais, etc. O mundo em que vivemos é um produto histórico
mediado pelo trabalho.
Crise no capitalismo?
Apenas a título de contraponto, alguns autores vêm questionando a centralidade do
trabalho nas sociedade contemporâneas, em razão das mudanças tecnológicas que impactam
as dinâmicas sociais e econômicas. Tais transformações perpassam o surgimento de novos
setores produtivos baseados nas tecnologias informacionais, novas formas de automação e um
modelo baseado na prestação de serviços.
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Max Weber
Um dos aspectos mais cobrados de Weber em provas refere-se à ética protestante e seu
papel no desenvolvimento do capitalismo. O trabalho ao longo da história nem sempre foi algo
bem visto, tido inclusive como atividade inferior àquelas intelectuais e políticas. Contudo, a
mentalidade oriunda da reforma protestante transformou tal lógica.
Os protestantes agiam sob a lógica de que o trabalho era uma forma de louvar a Deus.
Assim, o trabalho braçal não era mais visto como algo indigno como em outras épocas,
assumindo um papel importante na sociedade.
O estudo de Weber, portanto, foi muito além de uma análise econômica, abordando
aspectos culturais (como a religião) na formação da visão do novo mundo industrial, o que foi de
grande importância para o capitalismo em seus estágios iniciais.
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valor é reduzido do valor final do produto, sendo a mais-valia a diferença. É, portanto, a base da
exploração do capitalismo, pois o lucro obtido é muito maior do que o salário oferecido.
Émile Durkheim
A abordagem de Durkheim é mais voltada para o aspecto social do que econômico, pois
consistem nos fatores que geram a união e coesão dos indivíduos que vivem em sociedade,
diferindo de outros autores que entendiam a divisão do trabalho no capitalismo como algo nocivo.
Assim, a divisão seria responsável pelo sentimento de solidariedade, a qual o autor separa em
dois tipos:
• Solidariedade mecânica: presente nas sociedades pré-capitalismo. Aqui as interações
entre indivíduos operavam sobre bases mais simples como costumes, família, religião,
noções estas que são compartilhadas pelo grupo gerando a coesão social. Aqui a divisão
social do trabalho é pequena ou inexistente, pois todos exercem as mesmas tarefas.
• Solidariedade orgânica - resultante da divisão social do trabalho das sociedades
capitalistas. Nestas sociedades mais complexas, os indivíduos não compartilham mais
crenças e costumes, e dada ao surgimento de tarefas altamente especializadas, cada um
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indivíduo exerce uma função específica. Como a tarefa de um depende da tarefa do outro,
cria-se uma dependência mútua e portanto coesão social.
Karl Marx
Já em Marx a divisão do trabalho oriunda da separação em especialidades é algo nocivo,
pois gera uma hierarquia social em que a classe burguesa subjuga e explora a classe dos
proletariados. Nos modelos de produção anterior, muito embora o trabalhador fosse explorado,
não era tolhido de seu saber produtivo, gerando a alienação.
Marx aponta também o surgimento de uma hierarquia entre os trabalhadores: aqueles que
exercem atividade manual e aqueles que exercem atividades técnico-científicas (intelectuais) e
são responsáveis por organizar o processo de trabalho. Estes últimos reproduzem a lógica do
capital no processo de trabalho.
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ainda mais a existência de papéis sociais diferentes para homens e mulheres - cabendo aos
homens, é claro, os papéis de maior valor na sociedade.
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Referencias:
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